MENOS É MAIS
uma quantidade razoável deles e passe o resto adiante. Se você só precisa de um punhado, por que guardar uma montanha? Depois de dar um jeito nos itens repetidos, interrogue os que sobraram. Ao analisar caso a caso, questione como o objeto é usado e com que frequência você precisa dele (se conseguir responder a essas duas perguntas, não perca tempo e coloque-os na pilha de Tesouro). Você fez uso dele este ano? Acha que vai usá-lo num futuro próximo? Ele deixa sua vida mais prática, mais bonita ou mais prazerosa? Como? É fácil de limpar ou de dar manutenção — e, em caso positivo, vale a pena o esforço? Seria difícil (ou caro) encontrar um substituto à altura? Se estivesse de mudança, compensaria levá-lo com você? Sua vida seria diferente se não o possuísse? E, por fim, faça a seguinte pergunta: o que vale mais, o item em si ou o espaço que ele ocupa? Se tiver dificuldade para tomar decisões, recrute um amigo objetivo para lhe dar assistência. Explicar a outra pessoa o motivo pelo qual quer guardar alguma coisa pode ser difícil, esclarecedor… e, às vezes, um pouco vergonhoso! O que parece perfeitamente lógico em sua cabeça pode soar ridículo quando dito em voz alta. (“Posso precisar dessa estola de plumas se um dia fizer um bico como cantora de cabaré.”) Além do mais, quando houver uma terceira pessoa presente, seu orgulho irá dar as caras — e será bem menos provável que você permita que algo velho e sujo permaneça. Mas nem pense em solicitar a ajuda de um amigo acumulador ou saudosista — a menos, é claro, que você consiga fazer com que ele leve embora alguns de seus objetos rejeitados! Conforme determinamos o que pertence às nossas pilhas de Tesouro, devemos seguir o princípio de Pareto (também conhecido como princípio 80-20). Nesse contexto, ele significa que usamos 20% de nossas coisas durante 80% do tempo. Leia de novo, com mais atenção: usamos 20% de nossas coisas durante 80% do tempo. Isso significa que podemos viver com apenas um quinto de nossas posses atuais e quase não notar a diferença. Puxa vida! Vai ser mais fácil do que pensamos! Se quase nunca usamos a maioria de nossas coisas, não haverá problema em reduzi-las ao essencial. Tudo o que precisamos fazer é identificar os nossos “20%” e estaremos perto de nos tornar minimalistas.
70
Francine Jay