Actualidad
Economia ibérica janeiro 2021 ( mensal ) | N.º 283 | 2,5 € (cont.)
Combater
o desperdício alimentar gera poupanças para todos PÁG. 32
Projeto do Alqueva com impacto positivo no PIB do Alentejo e no emprego pág. 14
La economía española tardará en recuperar los niveles de 2019 pág. 22
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Índice
Foto de Capa
índice
DR
Nº 283 - janeiro de 2021
Actualidad
Economia ibérica
Diretora (interina) Belén Rodrigo
Grande Tema 32.
Coordenação de Textos Clementina Fonseca Redação Belén Rodrigo, Clementina Fonseca e Susana Marques
Copy Desk Julia Nieto e Sara Gonçalves Fotografia Sandra Marina Guerreiro Publicidade Rosa Pinto (rpinto@ccile.org) Assinaturas Sara Gonçalves (sara.goncalves@ccile.org) Projeto Gráfico e Direção de Arte Sandra Marina Guerreiro
Combater o desperdício alimentar gera poupanças para todos
Paginação Sandra Marina Guerreiro Colaboraram neste número José Benigno Pérez-Rico, Manuel Simões de Carvalho e Nuno Almeida Ramos Contactos da Redação Av. Marquês de Tomar, 2 - 7º 1050-155 Lisboa Telefone: 213 509 310 • Fax: 213 526 333 E-mail: actualidade@ccile.org Website: www.portugalespanha.org
Editorial 04.
Impressão What Colour is This? Rua do Coudel, 14, Loja A 2725-274 Mem-Martins Distribuição VASP – DISTRIBUIDORA DE PUBLICAÇÕES Sede: Media Logistics Park, Quinta do Grajal – Venda Seca 2739-511 Agualva-Cacém Nº de Depósito Legal: 33152/89 Nº de Registo na ERC: 117787 Estatuto Editorial: Disponível em www.portugalespanha.org As opiniões expressas nesta publicação pelos colaboradores, autores e anunciantes não refletem, necessariamente, as opiniões ou princípios do editor ou do diretor. Periodicidade: Mensal Tiragem: 6.000 exemplares _________________________________________ Propriedade e Editor CÂMARA DE COMÉRCIO E INDÚSTRIA LUSO-ESPANHOLA - “Instituição de Utilidade Pública” NIPC: 501092382 Av. Marquês de Tomar, 2 - 7º 1050-155 Lisboa Comissão Executiva Enrique Santos, José Carlos Sítima, Luís Castro e Almeida, Ruth Breitenfeld, Eduardo Serra Jorge, José Gabriel Chimeno, Enrique Hidalgo e Maria Celeste Hagatong
Pequenas ideias e novos hábitos ajudam a evitar o desperdício alimentar
Opinião 06.
40.
Consecuencias del coronavirus a nivel economico - José Benigno Pérez-Rico Água mole em pedra dura… – sobre o englobamento obrigatório no IRS - Manuel Simões de Carvalho
Atualidade 18.
Ormazabal cresce quase 50% em Portugal em 2020
20.
Fedecom entrega prémio anual ao grupo SEAT
26.
Productos de toda la vida con identidad española
E mais... 08. Apontamentos de Economia 14. Entrevista 18. Atualidade 28. Marketing 40. Advocacia e Fiscalidade 42. Ciência e Tecnologia 46. Vinhos & Gourmet 50. Fazer Bem 54. Setor Automóvel 56. Intercâmbio Comercial 58. Oportunidades de Negócio 60. Calendário Fiscal 61. Bolsa de Trabalho 62. Espaço de Lazer 66. Statements
Câmara de Comércio e Indústria
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editorial editorial
Pequenas ideias e novos hábitos ajudam a evitar o desperdício alimentar
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combate ao desperdício alimentar é uma das prioridades que mais importa desenvolver nestes tempos conturbados e difícies, em que muitas famílias viram os seus rendimentos reduzirem-se de forma drástica, devido à pandemia. Há cada vez mais famílias a recorrer à ajuda de instituições para as suas necesidades alimentares, como sejam o Banco Alimentar contra a Fome, a Rede de Emergência Alimentar ou a Refood, as quais têm contado essencialmente com as doações dos supermercados (na foto, uma doação feita recentemente pela Mercadona a instituições do norte do país). Os supermercados são um dos agentes primordiais para evitar o desMuitas empresas têm desenvolvido perdício, como se poderá constatar no esforços para sensibilizar o público para “Grande Tema” deste mês. esta realidade, nomeadamente através da Se diversas outras áreas têm maior faci- alteração de conceitos sobre o desperdício lidade em reutilizar recursos, no âmbito de alimentos ainda em bom estado de da chamada economia circular– nomea- conservação, apesar da data de validade damente no têxtil, embalagens, ou eletro- indicada estar próxima do fim– ou ter domésticos e componentes elétricos –, no mesmo vencido–, se estes tiverem a inforsetor alimentar é mais difícil redefinir a mação de “consumir de preferência antes cadeia de abastecimento da alimentação de”. Ou seja, esta indicação sugere que a para que muitos produtos e refeições não data de validade pode ser estendida com terminem no lixo. Este é o destino de um total segurança alimentar. Esta é uma terço de toda alimentação produzida no das alterações que os produtores agrolimundo e os especialistas advertem cada mentares e supermercados estão a comevez mais para a necessidade de alterar çar a fomentar junto da população, uma estas práticas de desperdício, não só para vez que, para estas empresas, a comerciacanalizar para quem tem menos recursos lização e aproveitamento destes alimenfinanceiros uma importante parte da tos ainda em bom estado representam produção das companhias agroalimen- uma diminuição importante dos custos tares, como para a própria indústria e produtivos e do próprio impacte ambiencadeias de distribuição, que podem utili- tal associado à sua produção. Outras zar as popupanças dessa produção para se iniciativas de aproveitamento de alimendedicar a produzir artigos de maior valor tos perecíveis estão a chegar através de acrescentado ou novos nichos. aplicações tecnológicas, que permitem, 4 ACT UALIDAD€
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por exemplo, aos restaurantes conetar-se mais diretamente com os consumidores, para, assim, escoarem refeições elaboradas com ingredientes excedentes em cada turno (vendidas a um preço mais reduzido), mas também de outros produtos, como frutas, legumes, e até flores. Como afirma a country manager da TGTG Portugal e Espanha, Madalena Rugeroni, “pequenas alterações de comportamento e atitudes, não só são urgentes como podem contribuir direta e ativamente no peso do impacte ambiental, social e económico, do desperdício alimentar”. Da indústria, aos restaurantes, ou à grande distribuição, muitas destas entidades estão já a articular-se entre si para dar opções mais racionais aos consumidores e seguindo também as orientações delineadas no âmbito da Estratégia Nacional de Combate ao Desperdício Alimentar. E-mail: cfonseca@ccile.org
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opinião opinión
Por José-Benigno Pérez Rico*
Consecuencias del coronavirus a nivel economico
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l covid-19, llegado al mundo en el pasado mes de diciembre de 2019 y extendido por todos los países del planeta, está sembrando de dolor y luto a numerosas familias que están viendo perder a sus seres queridos con el agravante de no poder estar a su lado en los últimos momentos de su vida. Somos ya muchos los que estamos sufriendo en carne propia o en la de algún familiar las molestias derivadas de esta dilatada guerra pandémica, cuyas dimensiones en el tiempo y secuelas a futuro en lo relativo a salud aún se desconocen. En estos primeros días de diciembre son ya más de 65 millones de personas infectadas en el mundo y más de 1,5 millones las que han perdido la vida (766 mil en América, 380 mil en Europa, 288 mil en Asia, 60 mil en África y 1.400 en Oceanía). La letalidad, sin embargo, ha sido desigual en distintos territorios. Estados Unidos, India y Brasil son los tres países con más fallecidos en valores absolutos. A nivel de fallecidos por cada 100 mil habitantes, Bélgica encabeza la cifra, con 147 decesos, Perú con 112 y España con 94. Afortunadamente, en la segunda oleada de contagios, la cifra de fallecidos está descendiendo al
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disponer de una medicación más eficaz y mayores medios que facilitan una mejor atención sanitaria. A nivel bursátil, las caídas experimentadas han sido muy considerables ya que muchos inversores, potencialmente importantes, están viendo que el daño económico está siendo más profundo y mucho más duradero de lo que se esperaba. Por otra parte, la congelación de dividendos en la mayor parte de las empresas cotizadas ha mermado la posibilidad de invertir en renta variable. En estos últimos días, debido a la aparición de las vacunas anunciadas por los laboratorios Pfizer, Moderna y Oxford están en el sprint final para ponerlas en el mercado a principios del 2021, circunstancia que está animando a los inversores a tomar posiciones y crean nuevas e importantes expectativas a futuro en relación a la cotización bursátil de las empresas y que podrán alcanzar, una vez conocida la eficacia y puesta en marcha de las vacunas, a unos niveles aproximados a su valor real. El impacto del coronavirus en la economía mundial está siendo durísimo, y la salida de la profunda crisis en que nos ha situado estará determinada por la capacidad de los gobiernos en atajar los contagios y en poner en práctica
las medidas eficaces para estimular la recuperación. Algunos de los sectores que se están viendo claramente afectados son las aerolíneas, hostelería, ocio y turismo, distribución, textil y sector financiero. Por el contrario, la energía, telecomunicaciones, alimentación, farmacia y tecnología no se están viendo muy afectados por esta larga pandemia. Las últimas proyecciones de crecimiento de perspectivas de la economía mundial, dan como producto mundial para 2020: -4,4%; en economías avanzadas una caída de -5,8% y economías emergentes y en desarrollo, -3,3%. La caída que se espera en el PIB para España es del -12,8%, seguida de Italia, con el -10,6%, y para Portugal, con -8,5%. Estos tres países sufren una caída muy superior a la media mundial al verse fuertemente afectados por el sector turístico, con un peso muy significativo en la economía de cada uno de ellos. También los países más importantes en la producción de petróleo han visto disminuidos drásticamente sus ingresos por esta larga crisis sanitaria y económica. En enero el precio del barril WTI se vendía a más de 60 dólares y el Brent casi a 70 dólares, pero los precios sufrieron una fuerte
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disminución a partir de finales históricamente. El consumo ha de febrero donde el precio se bajado considerablemente como situaba en 17 y 21,5 dólares res- consecuencia de la caída de transpectivamente, como consecuencia porte de viajeros y las aerolíneas se del desplome de la economía en han visto obligadas a dejar aparel segundo trimestre. En el tercer cados la mayoría de sus aviones. trimestre la economía experimen- Los particulares se han quedado tó un crecimiento muy significati- en casa teletrabajando o en paro vo, respecto del trimestre anterior, y con sus vehículos parados, y la debido a una mayor actividad industria precisa menos energía en general y el barril Brent se por la reducción de actividad. Sería deseable que fuéramos situó en torno a 44 dólares, cotización que se mantiene estable capaces de controlar la propagaen estos últimos meses con una ción del virus antes de tener a pequeña elevación de precio, muy disposición la vacuna tan esperada por debajo de la cotización a la con la que se pueda erradicar defique estamos acostumbrados a ver nitivamente esta pandemia para
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poder volver a disfrutar con libertad de movimiento, sin ataduras ni mascarillas, de una vida normal. Particulares, empresas y gobierno tendremos que aunar esfuerzos para que una vez erradicada la pandemia nos carguemos de actitud positiva para sacar la economía del profundo pozo en el que la ha dejado situada esta terrible e inesperada peste que desde hace cerca de un año convive entre nosotros. * Ex-vicepresidente de la Cámara de Comercio e Industria Luso Española E-mail: jbperezrico@hotmail.com
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apontamentos de economia apuntes de economÍa
EDP finaliza compra de 75,1% da Viesgo por dois mil milhões A EDP anunciou no passado dia 16 ter concluído a compra da congénere espanhola Viesgo. A elétrica nacional, liderada por Miguel Stilwell d’ Andrade (na foto), prevê dispender dois mil milhões de euros nesta operação (investe 900 milhões de euros e assume dívida de 1.100 milhões de euros). A Macquarie Infrastructure and Real Assets (MIRA), parceira da EDP nesta operação, investirá, pela sua parte, 700 milhões de euros, ficando assim a Viesgo avaliada em 2.700 milhões de euros. A operação prevê que a EDP passe a deter 75,1% da Viesgo, enquanto o fundo australiano controlará os restantes 24,9%. Esta parceria passa a deter três empresas de distribuição de eletricidade: E-Redes (a subsidiária do grupo EDP para a distribuição de eletricidade em Espanha, a Viesgo Distribución e a Begasa (atualmente detidas a 100% pela Viesgo), explica o comunicado da
elétrica portuguesa enviado à CMVM. Este foi o maior negócio de compra feito pela EDP desde 2007, quando a empresa comprou a norte-americana Horizon, tendo recebido já a “luz verde” de Bruxelas e, no passado dia 9 de dezembro, também do Governo espanhol. A proposta da EDP pela Viesgo foi conhecida em julho passado, quando anunciou à CMVM a necessidade de de Espanha, “que potencialmente irão recorrer a um aumento de capital para incorporar direito aos pontos de ligacobrir os custos desta operação. ção à rede”, assim que outras centrais A EDP Renováveis (detida em 82,6% sejam desativadas este ano, previa a pela EDP) passa a ser dona da totali- elétrica no passado mês de outubro. dade do negócio de energias verdes “Esta transação reforça o peso das da Viesgo, ficando com mais 24 par- atividades reguladas e contratadas ques eólicos e duas centrais mini- de longo prazo, com perfil de baixo -hídricas localizadas em Espanha e risco no portefólio da EDP, e está Portugal, com capacidade instalada totalmente alinhada com a estratégia líquida total acima de 500 MW, em da EDP, focada no crescimento em troca de 565 milhões de euros. renováveis e redes, no contexto da A EDP fica ainda com duas centrais transição energética”, remata a elétride geração térmica da Viesgo no sul ca no mesmo comunicado.
Nos emite 100 milhões de euros em linha de financiamento sustentável emitida pelo BBVA A Nos vai realizar a primeira emissão seu custo médio da dívida em patama- nicações na Europa, entre 41 empresas de uma linha de financiamento sus- res muito atrativos face às suas congé- do setor avaliadas. A Nos foi classificatentável de um operador de teleco- neres nacionais e europeias, como o da com o nível de ‘Advanced’, obtendo municações em Portugal, informou a demonstra o custo médio da dívida de uma pontuação de 60 em 100”, adianta empresa liderada por Miguel Almeida, 1,2% reportado para os primeiros nove a mesma fonte. em comunicado à CMVM. A linha de meses de 2020”. A avaliação da VigeoEiris incide em papel comercial será emitida pelo A Nos apresenta, ainda, um rácio de seis dimensões: comportamento da BBVA, num montante de 100 milhões endividamento de dívida financeira empresa, direitos humanos, ambiende euros e com maturidade em 2026. líquida/EBITDA após leasings de 1,4 te, envolvimento com a comunidade, Com esta operação, “a Nos liga de vezes, “um valor bastante abaixo das governo da sociedade e recursos forma tangível uma parte do seu custo outras empresas do setor das teleco- humanos. de financiamento ao seu desempenho municações, o que demonstra a soli- “A pontuação atribuída à Nos aumentou ao nível da sustentabilidade, reforçan- dez ímpar do seu balanço consolidado”. 50% desde a última avaliação, realizado e demonstrando a sua relevância Ainda de acordo com a operadora, da em 2018, principalmente na dimenestratégica e o compromisso, a todos os termos acordados incluem uma são ambiente, reflexo de um conjunto os níveis da organização, em atingir componente relativa ao desempenho e de boas práticas e iniciativas implemetas best in class em indicadores classificação ESG da Nos, certificada mentadas transversalmente em todas ESG (environmental, social and corpo- pela VigeoEiris. as áreas da empresa ao longo dos rate governance)”, sublinha. “Esta pontuação classifica a Nos como últimos anos”, conclui o mesmo comuA Nos refere também que “mantém o a quinta melhor empresa de telecomu- nicado.
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Breves Santander isenta todas as transferências MB Way O Santander vai isentar as transferências MB Way a partir de janeiro de 2021, sem limite de montante e de número de operações realizadas. Utilizando um cartão Santander, os clientes passam assim a efetuar estas transferências de forma gratuita, seja na app do banco ou do MB Way. Com esta medida, o Santander pretende continuar a ajudar as famílias portuguesas e promover a utilização dos canais digitais para as operações do dia a dia, com toda a conveniência e sem custos. O Santander tem vindo a consolidar-se como uma referência no mercado na área de pagamentos, com a disponibilização de produtos e serviços que melhorem a experiência dos clientes. Este ano lançou novas soluções de pagamento digitais, através de parce-
rias com a Apple, a Garmin e a Fitbit, para permitir aos clientes pagar as suas compras com qualquer dispositivo móvel em todo o mundo, de uma forma simples, rápida e segura. O banco lançou ainda o Cartão Digital, que permite ao cliente efetuar operações de imediato após a contratação, enquanto aguarda pelo cartão físico.
Fusões e aquisições em Portugal atingem máximo de 2014 Com as empresas a tentarem cortar complicarem a logística das negociações. custos devido à pandemia, os negócios Ao longo de 2020, “Portugal passou por de fusões e aquisições (M&A, na sigla um período de suspensão da atividade de em inglês) estão a acelerar por toda a M&A, devido ao despoletar da pandemia Europa. Em Portugal, o crescimento é de coronavírus e às subsequentes restriainda mais acelerado que nos restantes ções que puseram alguns investimentos países e o valor atingiu já máximos de em pausa. Com o aumento de casos de 2014, de acordo com o relatório “Portugal infeção em toda a Europa, é provável Trend Report 2020”, da MergerMarket, em que as novas restrições voltem a limitar parceria com a Cuatrecasas e a Marsh. a atividade de M&A nas últimas semanas O valor anual das operações de M&A em de 2020” e no início de 2021, antecipaPortugal atingiu os 8,8 mil milhões de va há alguns dias Jonathan Klonowski, euros (em 60 transações), o que repre- research editor EMEA da Mergermarket. senta o valor mais elevado em seis anos “Apesar dos avanços e recuos, o país e uma subida de 211% face ao período revela melhores desempenhos em valor homólogo. O ano de 2020 não está, no do que muitos dos outros países”. O maior entanto, a ser linear, já que os negócios negócio do ano em Portugal foi a venda no país têm sido fortemente influenciados da Brisa pelo Grupo José de Mello e pelo pela pandemia, em linha com a tendência fundo Arcus a um consórcio formado por global. investidores holandeses, sul-coreanos e O relatório indica que Portugal enfrentou suíços. Quanto ao investimento estrangeidificuldades geradas pela pandemia, com ro em Portugal, foram anunciadas 30 opeas empresas a suspenderem gastos de rações, nos 11 primeiros meses de 2020, larga escala e as restrições às viagens a avaliadas em 6.900 milhões de euros.
Número de insolvências diminui até novembro de 2020 Entre junho e o final de novembro de 2020, nasceram 338 empresas de comércio a retalho por correspondência ou via internet, quase o dobro face ao mesmo período do ano anterior (+91%). Os números demonstram que o retalho é o único setor que mantém um crescimento na constituição de novas empresas desde o verão de 2020 face ao período homólogo de 2019, de acordo com o barómetro da Informa D&B. A subida deve-se às novas empresas de comércio a retalho por correspondência ou via internet. Até 30 de novembro, todos os restantes setores apresentam uma descida na constituição de novas empresas face aos mesmo períodos de 2019. No passado mês de novembro, foram constituídas em Portugal 2.796 novas empresas, um recuo de 23% face ao mesmo período de 2019. Nos primeiros 11 meses de 2020, encerraram 11.462 empresas, menos 19% que no período homólogo. O setor dos transportes é o único a registar um aumento ligeiro de encerramentos, que se deve às empresas de transporte ocasional de passageiros em veículos ligeiros. É provável que os valores relativos aos encerramentos, bem como os das insolvências, não sejam ainda um retrato fiel das tendências, afirma a D&B. Mercadorias movimentadas nos portos do Continente recuaram 7,1% até ao final de outubro As mercadorias movimentadas nos portos do continente recuaram 7,1% até outubro de 2020, em relação ao período homólogo. “Nos primeiros dez meses do ano, os portos do continente movimentaram 67,79 milhões de toneladas, uma diminuição de 7,1% face ao período homólogo de 2019. O comportamento negativo do ecossistema portuário é explicado pela maioria dos portos, com exceção para a Figueira da Foz e Faro, que registam aumentos de 2,6 e de 46,5%”, respetivamente, explica um comunicado da AMT – Autoridade da Mobilidade e dos Transportes. Ainda de acordo com a mesma fonte, o carvão continua a deter a maior quota de responsabilidade na variação negativa global, ao registar uma quebra de 72,1% nos primeiros dez meses do ano. “Sines aumenta ligeiramente a liderança do movimento global portuário, representando agora 50,9% do total, e destaca-se no segmento de contentores com uma quota maioritária absoluta
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Breves de 57,3%”, avança o referido comunicado. De acordo com a AMT, “entre janeiro e outubro de 2020, os portos do continente movimentaram um total de 67,79 milhões de toneladas, um valor inferior em 5,15 milhões de toneladas face a igual período de 2019 e um recuo de 7,1% na variação global apurada no período de dez meses de 2020”. qEvolution alavanca transformação digital das organizações A Makeadream Digital Consulting e a Neves de Almeida HR Consulting desenvolveram um software de avaliação e gestão de desempenho de pessoas e equipas de forma “mais ágil, contínua e global”. Através da combinação modular, o novo software qEvolution potencia os três eixos que irão alavancar a transformação digital das empresas: pessoas, aumentando os níveis de engagement de colaboradores e clientes; canais, criando novos fluxos de comunicação e mais eficazes; processos, otimizando tarefas diárias e aumentando a capacidade analítica. “A transformação das organizações é vital. A tecnologia tem uma maleabilidade muito superior à do ser humano e muito mais facilmente adaptamos o digital às pessoas que o inverso. E é isso que o qEvolution permite”, resume Jorge Ferreira, PMO da Makeadream Digital Consulting. O qEvolution é uma solução digital em formato app e web responsive assente numa lógica de gestão, que suporta processos de avaliação e gestão de desempenho de colaboradores e de equipas de uma forma global. Das suas várias funcionalidades, destacam-se a parametrização de ciclos de avaliação, avaliação por competências, avaliação por projetos, entre outras. Prolongamento do quebra-mar do porto de Leixões orçado em 130 milhões de euros A empreitada de prolongamento do quebra-mar exterior e das acessibilidades marítimas do porto de Leixões foi contratualizada, por um valor de 130 milhões de euros. De acordo com a newsletter da Portos de Portugal, “a obra, imprescindível para que o porto de Leixões mantenha a competitividade do tecido empresarial e industrial e, consequentemente, a preponderância na economia regional e nacional, tem prazo de execução de 30 meses e foi adjudicada ao consócio que integra as empresas Teixeira Duarte – Engenharia e Construções; Dredging International; e Tecnovia – Sociedade de Empreitadas”.
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Novo Banco vence prémio “Best Banking Project” dos “Portugal Digital Awards” A solução inovadora NBnetwork+, lançada recentemente pelo Novo Banco para clientes dos segmentos Negócios e Corporate, ganhou o prémio “Best Banking Project”, na edição 2020 dos “Portugal Digital Awards”. Este prémio é um reconhecimento não só da qualidade da solução disponibilizada, a primeira solução digital de gestão financeira para o segmento de empresas no mercado português, mas também do esforço coletivo levado a cabo para o seu desenvolvimento. Nesta edição, foi batido o recorde em termos de candidaturas (mais de 350, dos mais diversos setores de atividade, de onde resultaram 46 finalistas). Ao longo do processo de desenvolvimento do NBnetwork+ foram recolhidos os contributos de várias empresas representativas dos segmentos alvo. Estes contributos permitiram criar uma solução que oferece um conjunto de diferentes funcionalidades para responder às necessidades diárias sentidas
pelas empresas, salientando-se:a comodidade na gestão financeira diária, a agregação de contas e de movimentos, facilitando, num só local e de forma mais célere, a consulta dos saldos consolidados e movimentos das contas dos diferentes bancos, o calendário financeiro e a geração automática inteligente de eventos futuros, que permite uma previsão de saldos, receitas e despesas e assim ter uma estimativa de tesouraria para o final do mês, os alertas e notificações, por tipologia e customizáveis. O banco salienta ainda vantagens ao nível da visibilidade sobre a estrutura de custos fixos e variáveis, a categorização automática e personalização de movimentos por tipologias (salários, rendas, juros, energia, etc.), permitindo um acompanhamento histórico por categoria de despesa e facilitando a tomada de decisão para a otimização de custos, a possibilidade de visão única e integrada de toda a informação num só local, entre outras funcionalidades.
Medway reforça presença em Espanha com serviço de transporte direto até Barcelona A Medway inicia esta semana a ligação ferroviária direta a Barcelona, através da extensão do comboio Medibéria. Neste novo serviço de transporte de mercadorias, feito a 100% pela Medway, a empresa garante uma saída semanal de ida e volta, com uma capacidade total de carga de 60 TEUS. O objetivo desta nova ligação a uma
das principais cidades espanholas é incrementar o transporte ferroviário de mercadorias em Espanha, onde a Medway está presente há dois anos. A Medway reforça, assim, a aposta contínua no mercado espanhol e abre a oportunidade para alargar os serviços para o mercado europeu, aumentando a sua versatilidade e criando mais soluções de transporte para empresas.
Gestores
Santos e Vale fatura mais 15% em 2020
A Santos e Vale fez uma retrospetiva do ano de 2020 e lançou as principais linhas estratégicas para 2021, salientando ter alcançado um volume de negócios superior a 40 milhões de euros em 2020, o que representa um crescimento homólogo de 15%. Seguindo o plano estratégico delineado para 2020, a empresa inaugurou duas novas plataformas, Évora e Maia (na foto), o que significou um aumento em mais de dez mil metros quadrados de área operacional, e a aquisição de 60 novas viaturas, o que representou um investimento de mais de cinco milhões de euros. A
empresa reforçou ainda o seu quadro de pessoal, tendo neste momento mais de 850 colaboradores, distribuídos pelas 18 plataformas em território nacional. Outra área em que a Santos e Vale continuou a investir e a melhorar foi a do ambiente, com a colocação de painéis solares nas suas plataformas, os quais permitem uma otimização de recursos na ordem dos 35% e uma redução anual de 56 toneladas de CO2. Também na qualidade, a Santos e Vale viu o seu empenho reconhecido com a renovação da certificação ISO 9001, que detém desde o ano de 1999. Para 2021, a empresa prevê manter o crescimento sustentado apresentado ao longo dos últimos anos, com o alargamento da rede de plataformas de distribuição, o reforço da equipa de colaboradores, bem como das infraestruturas físicas e digitais e o apoio à logística e-commerce.
Exportações portuguesas de cortiça aumentaram 50% em dez anos As exportações portuguesas de cor- ral. Espanha é, entretanto, o principal tiça cresceram 50% na última década, fornecedor de Portugal (70%), sendo a para mais de mil milhões de euros, restante percentagem distribuída por revela um estudo da Associação Itália e pelo Norte de África. Portuguesa de Cortiça (Apcor). Por produto, as rolhas representam “Na última década, as exportações mais de 70% das exportações. Em portuguesas de cortiça aumentaram valor, as rolhas de cortiça natural mais de 50%, tendo superado os mil representam 59% das exportações milhões de euros”, lê-se no estudo “A de rolhas, tendo perdido, na última fileira da cortiça: da floresta ao con- década, 10 pontos percentuais para as sumidor”. rolhas técnicas. França é o principal mercado para “A cortiça representa 1,84% das exporas exportações, representando 18,3%, tações portuguesas de mercadorias, “mas tem vindo a perder quota” para os mas apenas 0,29% das correspondenEUA (17,4%) e Espanha (15,4%). tes importações. Em 2018, o comércio Por outro lado, de acordo com o mesmo internacional de cortiça gerou, para estudo, Espanha é o principal mercado Portugal, um excedente comercial que ao nível das exportações portugue- excedeu os 850 milhões de euros”, sas para o segmento de materiais de tendo aumentado 41% desde 2009”. construção em cortiça, que mais do O estudo apontou ainda que, anualque quadruplicaram (350%) na última mente, a indústria da cortiça efetua década neste país. Por sua vez, as investimentos de mais de 40 milhões importações aumentaram 136% desde de euros, alavancados pelos sistemas 2009, impulsionadas pela cortiça natu- de incentivos, como o Compete 2020.
em Foco
Andrés Baltar (na foto) foi nomeado novo membro da comissão executiva do Novo Banco, a qual passa de oito para seis membros, mantendo-se António Ramalho como CEO até 2024. Nas suas novas competências, Andrés Baltar assumiu a área de Empresas, substituindo Vítor Fernandes no cargo. Segundo o comunicado do Novo Banco, “Andrés Baltar tem mais de 20 anos de experiência em banca de empresas, tendo liderado esta área do Barclays Bank na Europa, que incluía a responsabilidade por Portugal e Espanha. Os mais de seis anos de trabalho direto em Portugal, permitiu-lhe adquirir um profundo conhecimento do setor empresarial português e do segmento de PME”. Formado em Administração de Empresas pela Universidad de Deusto (Bilbau), esteve ainda 12 anos na operação em Madrid do Manufacturers Hanover Trust / Chemical Bank / The Chase Manhattan Bank. Após a nomeação, assumiu, igualmente, funções como representante do Novo Banco na Junta Diretiva da Câmara de Comércio e Indústria Luso-Espanhola (CCILE).
Isabel Furtado, CEO do Grupo TMG, venceu a 3ª edição do “Prémio BPI Mulher Empresária”. A empresária recebeu este prémio, que “visa reconhecer o talento e a excelência profissional das mulheres portuguesas que se destacam pelas suas carreiras, visão estratégica, capacidade de inovação e liderança”. Na liderança da TMG Auto desde 2008, Isabel Furtado elevou a empresa a ser hoje a segunda maior no setor de interiores de automóveis a nível europeu, realçando a sua grande capacidade exportadora, reconhecida pela sua inovação e know-how industrial. Formada em Economia, Isabel Furtado foi também a primeira mulher a presidir à Cotec Portugal, cargo que ocupa desde 2018. O Prémio BPI Mulher Empresária reconheceu também o compromisso de Isabel Furtado na área da sustentabilidade, em particular por ter conduzido a TMG Automotive a integrar o United Nations Global Compact (UNGC), a iniciativa das Nações Unidas de cidadania empresarial.
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Breves Globalia y Barceló acuerdan la fusión definitiva de Halcón Viajes y Ávoris Los grupos Globalia y Barceló han ratificado el acuerdo de fusión de sus divisiones de viajes: Halcón Viajes y Ávoris, respectivamente, creando así un gigante del turismo. Ambas suman una facturación de casi 4.000 millones y contarán con una plantilla de más de 6.000 empleados y más de 1.500 puntos de venta y juntas se convertirán en la primera agencia de viajes de España en volumen de ventas, por delante de Viajes El Corte Inglés, hasta ahora líder. Este acuerdo, que se anunció el año pasado, contaba con la aprobación de la Comisión Nacional de los Mercados y la Competencia desde el pasado mes de mayo, pero se suspendió por la pandemia. “El grupo resultante, tanto por tamaño, como por presencia en todas las ramas de la actividad turística, nace en disposición de impulsar el turismo, que es clave en nuestro país. Juntos, seremos más fuertes y podremos atender mejor a los clientes y daremos más tranquilidad a los proveedores”, señalan en un comunicado. Renfe participará en el desarrollo del Tren Maya El operador ferroviario español Renfe en consorcio con la empresa de ingeniería Ineco y la alemana DB Engineering & Consulting, se ha adjudicado un contrato para dar servicio durante tres años al desarrollo del Tren Mayan México por 13,5 millones de euros. El grupo actuará como una suerte de operador en la sombra del Fondo Nacional de Fomento al Turismo (Fonatur, dependiente del Ejecutivo mexicano)— la entidad contratante— en la implementación del proyecto, según ha informado el Ministerio de Transportes, Movilidad y Agenda Urbana español.Entre las labores a desarrollar en el marco de este contrato está el asesoramiento en la futura operación y la supervisión de la fabricación, entrega y puesta en marcha del material rodante, así como el resto de sistemas del proyecto, hasta que comience periodo de pruebas del servicio comercial. Indra y Thales se alían para ofrecer un sistema de comunicaciones tácticas a las Fuerzas Armadas Indra y Thales, dos de las mayores empresas del sector de la alta tecnología de la defensa de Europa, han cerrado un acuerdo para ofrecer a las Fuerzas Armadas
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Iberdrola entra en el mercado eólico marino de Polonia
La compañía eléctrica vasca Iberdrola ha adquirido una participación del 50% en la sociedad promotora y desarrolladora de parques eólicos marinos polaca Sea Wind, con lo que la energética desembarca así en el mercado de Polonia y refuerza su apuesta por la tecnología offshore , según fuentes de la firma presidida por Ignacio Galán.
En concreto, Sea Wind cuenta con una cartera de siete proyectos de eólica marina en fase inicial, con una capacidad potencial de hasta 7,3 gigavatios (Gw). Iberdrola indicó que la operación le permite avanzar en su estrategia de diversificación geográfica en mercados con un entorno favorable a la inversión – rating de A- de Polonia– y posicionarse en la etapa inicial de desarrollo del mercado eólico marino del país, con gran potencial de crecimiento en las próximas décadas en el Mar Báltico.
Bankinter Investment supera los 4.200 millones de inversión alternativa Bankinter Investment, el negocio de banca de inversión de Bankinter, ha superado los 4.200 millones de euros en inversión alternativa y espera alcanzar los 8.500 millones en los próximos dos años, duplicando las cifras actuales. El director general de Bankinter Investment, Íñigo Guerra, dio a conocer estas cifras con motivo del primer aniversario del lanzamiento de la nueva marca, cinco años después de que Bankinter iniciase su negocio de banca de inversión. Desde diciembre de 2016, Bankinter Investment ha lanzado 13 vehículos de inversión alternativa, captando 2.315 millones de euros de capital de clientes de banca privada e institucionales, de
los que 405 corresponden a 2020. Con el efecto del apalancamiento, la inversión ya realizada en este tipo de activos supera los 4.200 millones de euros. El capital ha sido levantado por más de 2.700 inversores. Del importe total, 2.050 millones de euros han procedido de clientes de banca privada de Bankinter, 207 millones de la propia entidad y 58 millones de socios promotores.
Enagás y Naturgy impulsan en León la mayor planta de hidrógeno verde de España
Enagás y Naturgy trabajarán conjuntamente para impulsar en León la mayor planta de hidrógeno de España, con el objetivo de producir hasta aproximadamente 9.000 toneladas al año de hidrógeno renovable, a partir de una planta fotovoltaica de 400 MW y un electrolizador de hasta 60 MW, para cubrir consumo local, inyección a red gasista y posibilitar una futu-
ra exportación hacia el noroeste de Europa. El proyecto ha sido presentado en el marco de la candidatura de proyectos de interés común europeo (IPCEI), permitirá reducir las emisiones de CO2, al basarse en la producción y uso de hidrógeno verde, y, por tanto, favorecer una mayor penetración de energías renovables en sectores de difícil electrificación. El empleo del hidrógeno en lugar de otros combustibles en los distintos usos de demanda final también contribuye a disminuir las emisiones de Gases Efecto Invernadero y otros contaminantes.
Repsol invertirá 18.300 millones hasta 2025, el 30% en proyectos ‘verdes’ Repsol ha anunciado que invertirá 18.300 millones hasta 2025 para convertirse en una “compañía energética global” y “ser protagonista en la transición energética”. Las inversiones en iniciativas bajas en carbono representarán un 30% del total, ya que ascenderán a 5.500 millones de euros, según su nuevo plan estratégico hasta 2025. Según el consejero delegado, Josu Jon Imaz, se trata de una “apuesta multienergía que combina todas las tecnologías para la descarbonización”. Debido al impacto de la crisis del coronavirus, la compañía divide el plan en dos periodos. En los dos primeros años se
enfocará en asegurar la fortaleza financiera, para lo que priorizará medidas de eficiencia, reducción de inversiones y optimización del capital, al tiempo que se desarrollarán proyectos para liderar la transición energética, como los anunciados para las refinerías de Bilbao y Cartagena. A partir de 2022 plan se enfoca en la aceleración del crecimiento.
Breves Españolas un sistema de comunicaciones tácticas de siguiente generación, ha informado Indra. La propuesta de ambas compañías surge en respuesta a la decisión del Ministerio de Defensa Español de renovar esta infraestructura estratégica. El nuevo sistema de comunicaciones reforzará notablemente la interoperabilidad en emisiones internacionales y asegurará la completa soberanía española y autonomía técnica sobre las comunicaciones estratégicas. La amplia experiencia de Indra y Thales en hardware y software de radios, así como su experiencia en su operación, les permitirá ofrecer a las Fuerzas Armadas Españolas soporte a lo largo de todo el ciclo de vida del sistema. La oferta presentada incorpora un plan industrial para impulsar la especialización de las empresas españoles en actividades de alto valor añadido, superando modelos basados en la mera fabricación y ensamblaje de soluciones de terceros. Globant compra la consultora española Bluecap La compañía Globant, un “unicornio” americano que presta servicios de tecnología e innovación, ha adquirido la Bluecap, una consultora española con oficinas en Madrid y Barcelona especializada en el desarrollo de nuevos modelos de negocio para el sector financiero. Con esta compra, Globant asegura su expansión por Europa y refuerza su posición en el mercado de los servicios de transformación digital e innovación para empresas, según ha destacado en un comunicado. Bluecap, fundada en Madrid, mantendrá su nombre e imagen corporativa y su fundadora y consejera delegada, Maite Barrera, se unirá al comité ejecutivo global del grupo. “La experiencia de Bluecap en consultoría estratégica y analítica avanzada es esencial para continuar transformando organizaciones basándonos en nuestro foco en tendencias digitales, inteligencia artificial y analítica de datos”, ha explicado el consejero delegado de Globant, Martín Migoya. Freshly alcanza los 30 millones de facturación en cinco años La startup Freshly, especializada en la venta online de cosmética natural, prevé cerrar el ejercicio 2020 con unos ingresos de 30 millones de euros, más del doble del año pasado –cuando facturó 12,6 millones– y por encima de sus expectativas, que apuntaban a los 25 millones de euros. El ebitda (beneficio bruto) se ha situado en 3,5 millones y la compañía, a la espera de cerrar las cuentas, prevé alcanzar beneficio neto (el año pasado fue de 280.000 euros). La digitalización que ha traído consigo la pandemia y la fuerte inversión en marketing a través de redes sociales, especialmente Instagram, explican el crecimiento de la compañía, fundada en Reus el año 2015.
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José Pedro Salema CEO da EDIA
Projeto do Alqueva com impacto positivo no PIB do Alentejo e no emprego
A Empresa de Desenvolvimento e Infra-estruturas do Alqueva (EDIA) foi criada pelo Estado, em 1995, para materializar e explorar o Empreendimento de Fins Múltiplos de Alqueva (EFMA). José Pedro Salema, CEO da EDIA, sublinha os crescimentos registados na agricultura, no agroalimentar, na energia, no turismo e, consequentemente, no emprego. Texto Susana Marques smarques@ccile.org Fotos DR
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ue balanço é possível fazer do projeto Alqueva, em todas as suas vertentes, desde que se fecharam as comportas da barragem, em 2002? Que impacto teve e tem este projeto no PIB e na sustentabilidade da região?
Um estudo de 2015 coordenado pelo professor Augusto Mateus estimou que o valor bruto da produção praticamente sextuplique e que o Valor Acrescentado Bruto (VAB) aumente 10 vezes por via do projeto de Alqueva. Julgo que hoje estas estimativas teriam que ser revistas em alta, face ao retumbante sucesso de adesão ao regadio que, entretanto, se verificou. Em termos de impactos sensíveis no PIB da região em resultado do projeto Alqueva podemos contabilizar mais de 250 milhões de euros, derivados do incremento da atividade agrícola na primeira fase do regadio, registando um aumento da mão-de-obra superior aos 200% e, no setor agroalimentar, estima-se que em cada ano o Empreendimento de Fins Múltiplos de Alqueva, EFMA, tenha como efeito sobre a indústria agroalimentar uma expansão da produção em 250 milhões de euros a que corresponde um acréscimo de VAB de cerca de 56 milhões de euros, um adicional de emprego de quase mil postos de trabalho, mais 12 milhões de euros de impostos e uma melhoria do saldo externo que poderá ascender a cerca de 191 milhões de euros. No setor do turismo o EFMA poderá ter um efeito em termos de produção anual que está a estabilizar em torno de 60 milhões de euros representando um acréscimo de emprego na ordem dos 150 postos de trabalho. No que respeita à produção de energia, o impacto médio deverá andar em torno dos 70-80 milhões de euros por ano. O que mudou no Alentejo desde então devido a este projeto, sobretudo em termos de volume de produção agrícola, autossuficiência e capacidade exportadora?
As estatísticas são reveladoras das mudanças operadas no setor agrícola
na região servida por Alqueva. Os dados mais recentes estão sem dúvida associados ao incremento das áreas servidas pelo olival e pelo amendoal, as duas principais culturas impulsionadas por Alqueva, atualmente já com mais de 68 mil hectares e 15 mil hectares, respetivamente, apenas nas zonas geridas diretamente pela EDIA. Este incremento permitiu a Portugal, no que à produção de azeite diz respeito, passar de deficitário a excedentário, com um peso relevante na balança comercial. Portugal passou a ser o sétimo País produtor de azeite a nível mundial, com a particularidade de o azeite português ser considerado entre 90% e 95% de qualidade virgem e extra virgem. No que diz respeito à amêndoa, o aumento da área registada em Alqueva, mesmo não estando toda ainda em plena produção, já permitiu duplicar a produção Nacional. Outras culturas há que fazem parte do leque produtivo regional e produtos de exportação, como são o caso do vinho, da fruta, com especial destaque para a uva de mesa e romã, da cebola e do alho, da abóbora ou do milho. Corre-se o risco de o Alqueva não poder ser utilizável, caso a seca se agrave? O que está a ser feito para que isso não aconteça?
O risco existe sempre, mas a probabilidade de ocorrência de um tal cenário tão catastrófico é baixíssima. Recorde-se que Alqueva foi pensado
e projetado para uma região tradicionalmente seca. O Alentejo tem sofrido ao longo dos séculos severas secas que, com as alterações climáticas em curso, se tornam mais regulares. Recordo que Alqueva garante uma reserva de água útil de 3 150 milhões de metros cúbicos e um volume total de armazenamento de 4150 milhões de metros cúbicos que equivalem, grosso modo, às afluências de dois anos médios. Mas o volume concessionado anual é de apenas 620 milhões de metros cúbicos e desde modo é possível garantir uma regular distribuição de água ao longo de três anos consecutivos de seca extrema. Apesar do clima estar a mudar, também a agricultura encontrou formas mais eficientes para o uso da água. Não só através de culturas menos exigentes, mas sobretudo, pela eficiência alcançada nos diferentes métodos de rega, levando a que os consumos efetivos se fiquem em média um pouco acima dos três mil metros cúbicos por hectare. Quer isto dizer que, com a mesma água se consegue regar mais área e, simultaneamente, garantir a sustentabilidade do projeto. Ainda assim, e para a eventualidade de se registar um caso extremo e haver a necessidade de aplicar medidas reguladoras do uso da água, a EDIA tem um plano de contingência que permite assegurar os mínimos necessários às culturas. Apesar de a EDIA veicular constantemente a necessidade dos seus clientes fazerem uso eficiente da água em jJ a An Ne E iI r Ro O d De E 2021
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entrevista entrevista ralmente as culturas que melhor estejam adaptadas às condições locais para tentar maximizar o lucro. Qual a atual capacidade de produção energética do projeto Alqueva, entre barragens, mini-hídricas, centrais fotovoltaicas e outros? O que está a ser projetado para otimizar e aumentar a capacidade de produção?
Alqueva, ainda nunca se verificou qualquer rateio de água. Há algum projeto de dessalinização previsto que possa ser articulado com o projeto Alqueva, para fornecimento de água ao Alentejo? Qual a sua opinião sobre esta possibilidade?
Que se saiba não há nenhum projeto de dessalinização em curso e na minha opinião não faz sentido equacionar a dessalinização para o regadio no interior do Alentejo, face aos enormes custos de investimento e de operação da tecnologia mais eficiente que se conhece. Até que ponto projetos como os de olival intensivo comprometem ou não a sustentabilidade da gestão de água no Alentejo?
O olival é uma das culturas mais bem adaptadas ao nosso clima e desempenha um papel fundamental na sustentabilidade do projeto Alqueva. Olhando para as dotações de rega, verificamos que o olival é a cultura que permite baixar de forma significativa as dotações médias. A título de exemplo poderemos referir que a cultura padrão prevista para o Alqueva era o milho, com uma dotação de rega acima dos seis mil metros cúbicos por hectare. Com a evolução do projeto, verificou-se que a cultura que maior área viria a ocupar era a do olival, que tem à data, uma utilização de água entre os 2.500 a 3.500 metros cúbicos por hectare. 16 ACT UALIDAD€
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Que culturas agrícolas beneficiam dos 120 mil hectares de regadio? De que volume de produção estamos a falar em cada uma delas e que riqueza geram para a região?
Como deve saber, os volumes de produção bem como a riqueza que deles se extrai para a região são dados trabalhados pelo Instituto Nacional de Estatística por região e não especificamente só para área servida por Alqueva, logo, qualquer dado que lhe forneça são extrapolações desses valores. Os mais relevantes são os que se referem ao estudo desenvolvido pela EDIA e que está descrito na primeira questão. Quanto às culturas e áreas ocupadas, posso referir as mais relevantes, em área, que são, por esta ordem, o olival, com cerca de 68 mil hectares, o amendoal, com 15 mil hectares, o milho com seis mil hectares e a vinha com cinco mil hectares. Outras culturas importantes são as frutícolas, as oleaginosas, as hortícolas, forragens e pastagens e cereais. Quais serão as prioridades agrícolas dos novos 50 mil hectares de regadio que estão atualmente a ser projetados? Qual a justificação para que sejam essas as opções?
Não cabe ao Estado nem à EDIA determinar culturas ou produções. A lógica de aumento da área regada está relacionada com a necessidade de aumentar a produção nacional, na senda da autossuficiência alimentar em valor a médio prazo. Os agentes económicos escolherão natu-
Relativamente à energia hídrica o investimento está essencialmente feito, mas poderá haver alguns locais que poderão vir a ser equipados com tecnologias inovadoras, no entanto, sempre com produções elétricas pouco significativas face às grandes hídrica de Alqueva ou às mini-hídricas já instaladas. Neste momento o Alqueva tem em exploração duas grandes centrais hídricas, com 520 megawatt (MW) de potência instalada, seis mini-hídricas, com um total de 10 MW. Em relação à energia fotovoltaica, neste momento contamos com sete centrais solares, que somam cerca de 2,1 MW instalados, mas existe ainda nesta área um enorme potencial de desenvolvimento. Acreditamos que será possível instalar mais de 100 MW de potência de geração fotovoltaica para autoconsumo, associada às estações elevatórias do sistema e recorrendo especialmente à tecnologia solar flutuante. A associação do fotovoltaico flutuante às infraestruturas de regadio tem evidentes sinergias. A produção mensal acompanha perfeitamente o consumo e as superfícies (albufeiras, charcas e reservatórios) onde são colocados os painéis não têm utilizações concorrentes. Por outro lado, o efeito refrescante da água sobre os painéis aumenta a sua eficiência e a redução da incidência de luz sobre o reservatório diminui o crescimento das algas que tanto atrapalham os sistemas de adução e filtragem. Estou completamente convencido que temos de progredir no sentido da independência energética, depois de evoluir o máximo possível na senda da eficiência, utilizando os recursos energéticos locais para satisfazer inte-
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gralmente as grandes necessidades do nosso sistema. Que oportunidades tem gerado o projeto Alqueva a nível empresarial? Quer destacar algumas empresas portuguesas e espanholas criadas direta ou indiretamente pelo projeto Alqueva?
A dinamização geral da atividade económica da região em resultado da implementação do projeto Alqueva é completamente inquestionável. Este incremento foi observado em primeiro lugar na fase de construção, mas também na conversão do sequeiro para o regadio com construção das redes privadas e instalação de culturas e ainda em toda a cadeia de fornecimento e escoamento da produção. No universo das empresas e empresários agrícolas fixados em Alqueva e que, por via da sua atividade agrícola, são clientes da EDIA, podemos constatar que existem grandes grupos do setor que têm origem em Espanha e/ou estão em associação com grupos/empresas portuguesas. Na região servida pelos 120 mil hectares em exploração em Alqueva, entre 30 a 40 mil são explorados por empresários/ empresas espanholas. O número exato é de difícil apuramento já que todas as empresas e empresários têm um número de identificação fiscal português, e é esse que consta na inscrição feita na EDIA. Quanto representa a vertente turística do projeto Alqueva e como deverá evoluir, de forma a manter-se sustentável?
Julgo que o turismo em torno do grande lago pode ainda ter grandes desenvolvimentos e gostaríamos de contribuir para que tal acontecesse de forma regrada e sustentável. A vertente turística do projeto faz apenas complementarmente parte do desenvolvimento da atividade da EDIA. Existem no entanto alguns temas nos quais temos intervenção, em particular, no trabalho técnico de suporte aos instrumentos de ordenamento do território. Existe um Plano de Ordenamento em vigor, que regula a utilização, quer do lago, quer das margens de Alqueva, servindo de suporte às intenções e investimentos nessa vertente. O que se tem verificado e, apesar de ter conhecido um forte incremento nos últimos anos, é que estagnou, nesta altura, por força da conjuntura a que estamos a assistir. Estima-se que, conforme descrito na primeira questão, no setor do turismo, o EFMA poderá ter um efeito em termos de produção anual que está a estabilizar em torno de 60 milhões de euros, representando um acréscimo de emprego na ordem dos 150 postos de trabalho. Quais são os principais investimentos em curso e de onde vem o financiamento?
Nesta data estão em curso as obras dos novos blocos de rega de Évora, Viana do Alentejo e Cuba-Odivelas, que somam cerca de 10 mil hectares e ainda a ligação a Sines que vai permitir garantir o abastecimento àquela importante zona industrial.
Em 2019, a EDIA registou um resultado líquido de 2,7 milhões de euros negativos, melhorando cerca de 1,3 milhões de euros face ao ano anterior. “A redução dos encargos financeiros continuou a trajetória positiva, fruto das baixas taxas de juro e da redução da dívida com aumentos de capital pelo acionista Os resultados financeiros apresentaram uma melhoria de dois milhões de euros e a situação patrimonial da empresa também saiu reforçada com o capital próprio a chegar aos 40 milhões de euros positivos”, de acordo com o relatório e contas apresentado à CMVM.
Estas empreitadas estão inseridas e financiadas pelo Plano Nacional de Regadios. Quais são as principais fragilidades do projeto Alqueva e como pretendem superá-las?
Neste momento, o problema é o excesso de procura por terras. É um bom problema, resultado do enorme sucesso da componente agrícola do Alqueva e que, naturalmente, não tem solução. A oferta e a procura cruzam-se e o mercado fundiário funciona sem qualquer intervenção ou influência da EDIA. Como têm evoluído o investimento, as receitas e os resultados da EDIA?
Enquanto empresa de desenvolvimento, a lógica subjacente é de desenvolvimento regional e não apenas de lucro. O Estado providencia uma infraestrutura que cria condições para que se desenvolvam atividades económicas lucrativas. Essa prosperidade é boa para a região, fixando população numa região desfavorecida combatendo a desertificação física e humana, garante o abastecimento público de água melhorando as condições gerais de vida. JANEIRO DE 2021
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Ormazabal cresce quase 50% em Portugal em 2020 Há 20 anos em Portugal, a Ormazabal integra o grupo de origem espanhola Velatia e opera no setor da energia, fabricando equipamentos e fornecendo soluções para a rede de média tensão. Com um crescimento de quase 50% face a 2019, o grupo faturou 12 milhões de euros em 2020, no mercado português. O CEO acredita que a descarbonização, a descentralização e a digitalização geram boas oportunidades para o setor.
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odo o “equipamento de hardware e software necessário para que a rede de distribuição de média tensão possa fazer chegar eletricidade, de maneira fiável e segura” a todos os consumidores pode ser fornecido pela Ormazabal, seja em “zonas rurais, industriais ou urbanas”, assegura Javier Ormazabal, CEO do grupo Velatia, detentor da Ormazabal, que opera no mercado português há duas décadas. Estamos a falar de equipamentos como postos de transformação prefabricados, transformadores, células e os respetivos sistemas de proteção, controlo e automatização necessários para o seu funcionamento. Em Portugal, a Ormazabal está presente em três grandes áreas de mercado: a distribuição pública; as 18 ACT UALIDAD€
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Texto Susana Marques smarques@ccile.org Fotos DR
energias renováveis, principalmen- clientes em todos os seus desafios, te a solar fotovoltaica e a energia com os altos e baixos do mercado.” eólica, e também em setores ainda O ano de 2020 “registou o maior incipientes como o da acumulação volume de negócios, ao chegar aos 12 de energia; utilizadores finais no que milhões de euros, adianta”, acrescendiz respeito à mobilidade elétrica, infraestruturas, indústria, etc. “Os nossos principais clientes são companhias de eletricidade como a EDP, a EDA (Eletricidade dos Açores) e a EEM (Empresa de Electricidade da Madeira)”, ou seja “os grandes instaladores elétricos de Portugal e os distribuidores de equipamento”, bem como “todas as empresas globais com projetos em Portugal” informa Javier Ormazabal. O balanço destes 20 anos é positivo, frisa o CEO: “A nossa filosofia assentou sempre na proximidade com o cliente, que está no ADN do grupo. Temos acompanhando os nossos
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tando que houve um crescimento de quase 50% face a 2019. “A faturação da Ormazabal Portugal tem crescido nos últimos anos. Representa, atualmente, 3% do volume de negócios total do grupo. A nossa expectativa é continuar a crescer e a desenvolver a empresa com base nas projeções de investimentos nos setores em que atuamos e onde queremos ter um papel relevante. Este crescimento valida a firme aposta da empresa neste país, acompanhada de um nível de serviço consolidado com os clientes. Mais do que os números, somos uma empresa de referência no setor”, comenta. À proximidade com o cliente, a empresa acrescenta que o seu foco é no médio e longo prazo, diz o CEO: “Estamos há anos a investir em conhecimento, tecnologia e desenvolvimento para ser parte da solução em desafios como o da digitalização da rede e isso converte-nos num parceiro fiável para o processo de automatização das redes de distribuição, infraestrutura elétrica de carga rápida e ultrarrápida, e instalações de energia renovável. Acreditamos que tudo o que se relaciona com o European Green Deal, em particular no setor da energia (descarbonização, descentralização e digitalização), irá gerar novas oportunidades e crescimento na rede elétrica.” Neste contexto, a empresa considera que em Portugal os setores com maior potencial de crescimento são:
automação da rede de distribuição um dos seus centros de desenho de elétrica – smart grids (redes elétri- engenharia. Isto só acontece porque cas inteligentes); energias renováveis, o sistema educativo está a apostar em particular, o aumento das cen- nas chamadas STEM (ciência, tectrais fotovoltaicas; infraestruturas nologia, engenharia e matemáticas), de recarga de mobilidade elétrica e, permitindo que as pessoas estejam principalmente, de recarga rápida e formadas e preparadas para os novos ultrarrápida. objetivos tecnológicos”. Javier Ormazabal não vê muitas A Ormazabal Portugal integra a diferenças entre os mercados portu- estrutura South Europe do grupo guês e espanhol: “Atualmente, num Velatia, que emprega 165 pessoas, mundo tão globalizado e com os desa- nas áreas de vendas, logística, montafios que a descarbonização de la eco- gem e serviço pós-venda, bem como nomia nos apresenta, as metas para o nas áreas de apoio administrativo, mercado elétrico são semelhantes nos finanças, capital humano, sistemas dois países, ou seja conseguir ter uma de gestão e marketing. A emprerede inteligente, segura e de confiança, sa possui 13 delegações comerciais, que possa responder aos requisitos téc- duas das quais em Portugal (Porto nicos, à procura por veículos elétricos, e Lisboa), onde trabalham nove ao aumento da geração de energias pessoas. “Somos uma empresa com renováveis, a digitalização…. A dife- presença e presença global, sendo rença é o ponto de partida em que o mercado europeu um dos princicada país poderá estar para inves- pais, representando 70% das nossas tir. Com o acordo europeu Green vendas, com destaque para Espanha, Deal, estabelecem-se bases claras França e Alemanha”, salienta o neste sentido e evidencia-se o quão empresário. crítico é o setor elétrico para atingir A Ormazabal identifica boas oporos objetivos finais.” tunidades para continuar a crescenr Para que essas metas sejam cumpri- em áreas como a de “implantações de das também é crítica a capacidade ao automação de redes de distribuição nível dos recursos humanos. Como (que respondem à sua digitalização), refere Javier Ormazabal, “todos os investimentos em energias renováveis países enfrentam esse avanço rápido e em infraestruturas de recarga rápidas tecnologias e, educativamente, da e ultra-rápida de veículos elétrié necessário acompanhar essa velo- cos”, ou seja, “tudo que leva em conta cidade”. O CEO entende que isso a descarbonização da economia que está a acontecer em Portugal: “Por acontece, entre outras questões, deviexemplo, a Vestas instalou no Porto do à sua eletrificação”. JANEIRO DE 2021
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Fedecom entrega prémio anual ao grupo SEAT A capacidade de inovação e exportação da SEAT foram reconhecidas pela Fedecom, que atribuiu a este grupo espanhol o seu prémio anual, no passado dia 14 de dezembro, em Paris. O galardão foi entregue pelo presidente do Governo espanhol, Pedro Sánchez, a Robert Breschkow, diretor-geral da SEAT França.
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Texto Susana Marques smarques@ccile.org Fotos DR
presidente do Governo espanhol, Pedro Sánchez, entregou o prémio anual da Federação de Câmaras Oficiais de Comércio de Espanha na Europa, África, Ásia e Oceânia (Fedecom) ao grupo SEAT, numa cerimónia realizada em Paris, na Residência do Embaixador de Espanha em França, no passado dia 14 de dezembro. Esta distinção premeia anualmente uma empresa espanhola que se destaque pela sua atividade comercial e pelo seu perfil internacional num dos países membros da Federação. Sucedendo ao grupo Mercadona
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(vencedor de 2019), a distinção coube em 2020 à construtora automóvel SEAT, que como referiu Pedro Sánchez, se tem destacado como marca espanhola reconhecida a nível mundial, exemplo de empresa exportadora e vocacionada para o exterior, servindo de modelo para tantas outras empresas. O presidente do Governo sublinhou ainda o compromisso da SEAT com a sustentabilidade e com a inovação, bem como a sua resiliência e capacidade de reinvenção histórica, o seu alinhamento com os valores europeus e o seu compromisso com o sistema de câmaras espanholas.
Em comunicado, a Fedecom assinala ainda que “a SEAT é o primeiro investidor industrial espanhol em I+D e a empresa exportadora líder da indústria manufatureira espanhola, com um volume de exportação de nove mil milhões de euros em 2019”. A federação salienta que “a constante inovação e transformação da SEAT durante os últimos 70 anos marcaram a sua trajetória, ao ponto de se ter convertido numa referência da mobilidade”. Robert Breschkow, diretor-geral da SEAT França, recebeu o prémio em nome do grupo, realçando a sua satisfação por “serem reconhecidos por
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fomentar o comércio, o desenvolvimento empresarial”, bem como pela contribuição do grupo para a boa reputação de Espanha e das empresas espanholas no exterior. “Temos sido, somos e seremos uma empresa que quer gerar riqueza, partilhar a prosperi-
centando que a empresa “tem um lugar na memória e no universo afetivo dos espanhóis, precisamente porque os seus carros foram acompanhando a nossa prosperidade”. O presidente da Fedecom fez questão ainda de salientar “a extraordinária relação que existe entre o Governo (através da Secretaria de Estado do Comércio), a Câmara de Comércio de Espanha e as 23 câmaras de comércio no exterior, nas quais a SEAT é um ator principal e importantíssimo”. Eduardo Barrachina aproveitou igualmente para recordar os projetos futuros em que a Federação está a trabalhar: a digitalização destas instituições para aproximar a rede de câmaras de todos dade e disponibilizar as melhores solu- os seu utilizadores, o desenvolvimento ções de mobilidade para facilitar a vida de um mapa de serviços para colaborar com a Administração Pública espadas pessoas”, acrescentou Breschkow. Por sua vez, o presidente da Fedecom, nhola na sua ação externa e a melhoria Eduardo Barrachina, referiu que a da comunicação e da visibilidade para “SEAT é património industrial e da valorizar o trabalho que a instituição história económica de Espanha”, acres- desenvolve. PUB
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La economía española volverá a crecer en 2021 pero tardará en recuperar los niveles anteriores a la pandemia El desastre económico en 2020 ha sido peor en España que en cualquier otro país de su entorno. Este nuevo año se presenta con muchas incógnitas y los problemas estructurales del país dificultan su recuperación. A pesar todo, en el segundo semestre de 2021 se espera que por fin la economía española empiece de nuevo a despegar, aunque tardará un tiempo en recuperar el nivel anterior a la pandemia.
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Texto Belén Rodrigo brodrigo@ccile.org Fotos DR
na de las grandes incógnitas del nuevo año es la de saber cómo saldremos de esta crisis. Desde el punto de vista macroeconómico, será un año muy distinto a lo esperado. En el caso concreto de España, su economía es una de las que más está sufriendo con la pandemia. El Banco de España espera una caída del PIB en 2020 de entre un 10,7% y un 11,6%, y un mayor crecimiento tanto en 2021 (entre el 4,2% y el 8,6%, al estimar una aportación de 1,3 puntos porcentuales de los fondos europeos), como en 2022, cuando se registrará un crecimiento de entre el 3,9% y
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el 4,8%. Las previsiones gubernamen- repunte del 3,6% en 2021. tales son algo más optimistas mientras “Todo apunta a que en algún momento que las del FMI agravan un poco más del segundo semestre de este año tendrela situación. El organismo supervisor mos vacuna generalizada y mi cálculo es explica que la crisis sanitaria ha acarrea- que puede ser muy bueno, explosivo. Eso do también un deterioro muy acusado sí, el primer semestre va a ser peor de lo de las finanzas públicas y el conjunto de esperado”, indica Fernando Fernández, medidas para contrarrestar el impacto profesor de Economía y Finanzas del de la pandemia elevará el déficit público IE Business School. No obstante, este hasta el 10,5% en el escenario central economista de muy reconocida trayecen 2020. En cuanto al paro, calcula que toria cree que el Gobierno español “está se elevará al 17% el recién acabado año, poniendo demasiadas esperanzas en los cuatro décimas menos que su previsión fondos de recuperación europeos por de julio, y se elevará al 17,5% el próximo varios motivos”, añade. Cuando lleguen ejercicio, como consecuencia de una estos fondos la economía va a estar funcaída del empleo del 8,8% este año y un cionando y “no van a evitar la caída del
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primer semestre”, reflexiona el docente. Por lo tanto, el primer semestre del año se confía al mantenimiento de los ERTEs y créditos ICO. Además de no llegar en el momento necesario, también se sobrevaloran los fondos por su magnitud. “Este año podremos gastar como mucho 20.000 millones de euros, que son dos décimas del PIB y en el mejor de los casos podría llegar a medio punto. Es bueno, pero no tendrá un gran impacto macro”, continúa Fernández. Además, se mostró preocupado por el impacto que estos fondos pueden tener en las cuentas públicas, “su sostenibilidad”. No es partidario de los Presupuestos Generales del Estado recientemente aprobados, “es un despropósito”. Cree que se va a inyectar liquidez y deuda pública a la economía española “cuando ya no haga falta”.
españoles. “La gente seguirá haciendo acopio y planificando qué va a hacer cuando pueda, y será muy perjudicial para muchas empresas que no podrán recuperar”, puntualiza. Conocido es el problema que representa para la economía española su tejido empresarial, con más pymes que la media europea y con muchas micro empresas. “La principal política de apoyo empresarial que se puede hacer en España es que dejen de ser pymes. España tiene un problema de raquitismo empresarial. Las pymes por su naturaleza pagan peor, exportan “El Estado debería menos, están menos digitalizadas y tieayudar a que las nen menos capacidad financiera”, se lamenta. Considera oportuno que desde personas en ERTE se el Gobierno se faciliten las fusiones y reciclen profesionalcolaboraciones de pymes o incluso se mente porque muchas fuercen. “Los fondos europeos podrían ERTEs y líneas ICO ayudar en la transición hacia un tipo de de los empleos que Fernando Fernández cree que hay dos estructura productiva más profesional, temas importantes que se deben tener han parado por la pan- de mayor tamaño, con una especializamuy en cuenta, aunque nadie quiere ción sectorial distinta”, añade. demia no van a volver hablar de ellos. “Por un lado el de saber En un momento en el que se discute qué vamos a hacer cuando las líneas la subida del salario mínimo es España y necesitan un nuevo ICO en lugar de ser créditos de liquidez Fernando Fernández recuerda que rumbo laboral” sean de solvencia, cómo se va a gestiodonde más repercute dicha subida es en nar la insolvencia de muchas empresas los sectores de la restauración y pequeque no van a aguantar, cómo vamos a sarios en vez de gastar el dinero para ño comercio, los dos más expuestos a reestructurar los créditos ICO no paga- resolver los problemas pre – covid que la pandemia. “Estos empleos que están dos, que veremos mucho”, puntualiza. permitirían mantener su crecimiento muchos suspendidos, si abren quieOtro de los problemas es el que apare- potencial, añade. En cuanto al consumo, ren que se encuentren con una subida cerá con el colectivo trabajador que se Fernández espera que siga siendo come- de salarios…eso provocará la quiebra”, encuentra en ERTE y que en muchos dido, aumentando la tasa de paro de los avisa. Si bien el sector turismo ha sido casos acabará sufriendo un ERE. “Hay que ver cómo los ERTEs se convierten en políticas activas de empleo”, resalta, y se muestra partidario de ofrecer formación a aquellos que están recibiendo subsidios. “El Estado debería ayudar a que las personas en ERTE se reciclen profesionalmente porque muchos de los empleos que han parado por la pandemia no van a volver y necesitan un nuevo rumbo laboral”. Para el economista es preocupante los ajustes que la economía necesita hacer y cree que se debería aprovechar la financiación europea para hacerlo en lugar de asumir compromisos adicionales de gastos. “Vamos a entrar en proyectos inneceJANEIRO DE 2021
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fuertemente golpeado por la pandemia, no cree que España deba renunciar a lo que sabe hacer bien y espera que las empresas de este sector se recuperen bien. “Recibimos más de 80 millones de turistas porque no se ha improvisado y ahora hace falta mucha digitalización del sector”, matiza. Tercera ola La OMS ya ha advertido que después de Navidades puede venir algo peor a lo ya vivido en otoño “y eso nos va a afectar más negativamente a la evolución de “Debemos pensar en la economía. No hay buenos pronóstiel modelo económico cos para la economía en 2021”, indica Juan Carlos Higueras, profesor de EAE que queremos tener en Business School y analista económico. el futuro” Estima que la recuperación económica pre-covid llegue como mínimo en 2023 y “podría ser en el 2024”. Recuerda que Si bien la pandemia es un problema España tiene una serie de problemas global que va a afectar a todos los clave que afectan a la forma que tendrá países, su recuperación dependerá de de recuperarse. Por ejemplo, “cuenta cómo estaba cada uno antes de esta con un desempleo estructural endé- crisis y “España es el país que peor sale”, mico que nadie es capaz de resolver, advierte Higueras. Vamos camino de tenemos una productividad baja y unos los cuatro millones de parados y ahora costes de desempleo muy elevados, (de hay 600.000 personas en ERTE aunlo más altos de la UE) y hay un sis- que muchas de ellas no han recibido tema de pensiones que es un modelo las prestaciones”. En cuanto al déficit insostenible, que necesita una reforma público, cree que se trata “más de una a fondo”. Además, hay que sumar los actitud que una situación puntual, aunniveles de deuda pública muy elevados. que es cierto que se ha disparado por la “Dependemos mucho de los servicios y pandemia. Nos hemos acostumbrado a el sector público está teniendo más peso vivir y a dictar leyes con estructura de específico en la economía”, añade. desequilibrio de las cuentas públicas”. 24 ACT UALIDAD€
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La deuda pública es otro de los grandes males de la economía española. Con fecha de septiembre de 2020, “estamos en 1,31 billones de deuda pública, que no ha dejado de crecer desde antes de 2008. Representa un 114% de nuestro PIB. En los primeros nueve meses de 2020 aumentamos la deuda en 120.000 millones de euros, o lo que es lo mismo, 20 millones cada hora. El Estado, CC.AA. y Seguridad Social son quienes más deuda acumulan. Las previsiones de deuda para el 2021 nos hablan de una nueva subida llegando al 117% en el mejor de los casos y al 122% en el peor escenario. “Esta subida genera una situación que lastra la economía porque más allá del 60 -80% de deuda, la economía lejos de crecer lo que hace es perder dinamismo. La deuda es buena a dosis baja”, puntualiza el profesor. En cuanto al desempleo, Higueras lo define como un problema estructural y endémico. “Nuestra tasa de paro no baja de los dos dígitos, con una tasa juvenil muy alta. Durante la pandemia tenemos una tasa artificial de paro porque está contenida con los ERTEs”, señala. Algunos de los motivos que pueden explicar esta situación son “el alto coste del despido, la ineficacia de los servicios públicos en la recolocación, la baja tasa de actividad, el alto nivel de abandono escolar ...”. Y todo ello genera una economía sumergida “que también afecta a los niveles de paro registrados”. Higueras habla también de la brecha que existe entre las profesiones que se necesitan para cubrir las vacantes de trabajo y la formación que reciben los jóvenes, sin olvidar que hay una mala percepción de la formación profesional. “Debemos pensar en el modelo económico que queremos tener en el futuro”. Las previsiones menos malas para el desempleo es tener una tasa superior al 14% en el 2024. “2021 va a ser duro una vez que muchos ERTEs van a generar un tsunami de parados. Se espera que seis de cada diez trabajadores que están en ERTE acabarán en el paro”, subraya el analista económico.
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Productos de toda la vida con identidad española El éxito de Real Fábrica Española radica en la venta de productos con historia, artesanos, arraigados a pueblos y ciudades de España y que forman parte de la tradición de España. Un lugar donde los productos españoles de toda la vida se pueden ver, oler y sentir.
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Textos Belén Rodrigo brodrigo@ccile.org Fotos DR
or la cabeza de Rocío Muñoz estuvo mucho tiempo rondando la idea de crear un negocio diferente, un lugar en el que encontrar todo aquello que iba descubriendo por España en sus múltiples viajes. Productos realizados por artesanos, de calidad, que en su conjunto son marca España. Esta sevillana trabajó en sus inicios en ABC Sevilla, en Comunicación y Relaciones Institucionales y más tarde cambió de empresa y de área implementando tiendas para grandes cadenas comerciales por todo el país. En 2012 comenzó a viajar por España y lanzó “El blog de mi burrito”. Para ella estos animales en peligro de extinción “se asemejan
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a muchas marcas que pueden desaparecer, y que tal y como los burros, rebuznan fuerte y dan mucha guerra”. Rocío conocía tiendas en distintos países en los que vendían productos típicamente nacionales y estaban funcionando muy bien, como “A Vida Portuguesa”, en Portugal, pero también conceptos similares en Francia o en Italia. “No se trataba de inventar nada porque es muy normal que los países vendan marcas nacionales y sus productos de toda la vida”, resalta. Optó por lanzar primero el negocio online, en el 2012, y ya entonces llamó la atención de los medios de comunicación. Empezó a vender fácilmente las naranjas y los limones de
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caramelo, tan típicos en la infancia de los españoles hace varias décadas, la colonia Álvarez Gómez o el peltre, un icono de los hogares españoles desde 1942. “El negocio lo comencé sola en Punta Umbría (Huelva) en una casa de mi familia a donde llegaba todo lo que iba comprando y desde donde salían los paquetes que yo enviaba por Correos”, recuerda la empresaria. Su pequeño negocio fue creciendo y realizaba envíos tanto para España como para el extranjero. Siguió invirtiendo en la parte online. El proyecto fue creciendo y ya con un equipo Rocío Muñoz se instaló en Madrid. “Conseguí financiación y encontré el local, aunque no fue fácil, quería en esta zona, y me acabé instalando en una antigua imprenta”, añade. otras piezas de cerámica características público muy variado, tanto de edad La tienda, que abrió en 2018, está en de distintas zonas del país como la como de estilo de vida y poder adquila calle Cervantes, en pleno barrio de de Fajalauza (Granada). “En España sitivo, “vendemos productos entre 1 y Las Letras. “Busqué muchos espacios, existe artesanía de muy buena calidad 400 euros”, señala la dueña. Pero asepero tenía claro que necesitaba un y con un diseño estupendo”, destaca la gura que, en tiempo de pandemia, “el lugar con un buen cliente madrileño y emprendedora sevillana que sigue con madrileño es el que nos ha dado la vida, que a su vez tuviese turismo de calidad. planes de hacer crecer su proyecto. es muy tradicional”. Esta tienda cuenta la historia de cada En 2019 llegaron a facturar un millón producto, intentamos emocionar a los de euros entre la tienda física y el online clientes”, señala la fundadora. y tenía previsto abrir locales en Málaga y Mallorca, aperturas que espera llevar Calidad e identidad El textil de Mohair y de la sierra a cabo en 2021. “La pandemia ha camde Grazalema (sierra de Cádiz) Todo lo que se vende en la Real Fábrica biado los planes, pero ha habido cosas tienen muy buena aceptación Española destaca por su “calidad e identi- positivas, como las ventas online, que entre sus clientes. Venden mandad, es algo muy español, muy auténtico”, se ha duplicado”, indica Muñoz. Ha tas, bufandas, boinas y foulaasegura Rocío Muñoz. Hay un cambio tenido momentos de verdadera locura res. Las babutxes mallorquinas constante de productos y recuerda que en cuanto a las ventas, como ha sido el están también entre los pro“todavía me quedan muchos rincones de pasado Día de la Madrid, “y en general ductos más vendidos, así como España por conocer y por lo tanto seguiré todo el confinamiento porque las perchocolates catalanes y anchoas trayendo sus productos. La España rural sonas que enviaban regalos”. Una de las cántabras. “Este es un proyecto es espectacular”, resalta. líneas que quiere explotar mejor es la muy al detalle, donde cuidamos Tal y como ocurre en Portugal, en de la venta a las empresas, “donde hay mucho la presentación”, indica España hay tradición de golondrinas mucho potencial”. Cuenta ya con un Rocío. Y si bien la calidad y la de cerámica, aunque mucha gente lo equipo de 15 personas y abren a diario identidad es lo primero, “si tiedesconoce. Se trata de las golondrinas de 11 a 21 horas. ne un bonito packaging mucho de Manises (cerámica). En 1921, José Para Rocío Muñoz es fundamental mejor”. El único producto que Gimeno Martínez moldeó en cerámi- que los artesanos sean bien remuneratiene a la venta en esta tienda ca algunos ejemplares de golondrinas dos por su trabajo, “es algo auténtico”, y sin ser español es un jabón de la que se popularizaron con el tiempo y son los propios artistas los que indican marca portuguesa Castelbel, un decoraron el interior y sobre todo las el valor de venta del artículo. También guiño al país vecino que Rocío terrazas del levante español, convirtién- tiene a la venta productos elaborados a adora y en el que tiene grandes dose en un icono y ahora sus dos hijos través de proyectos sociales dando así amistades. mantienen su labor artística. En esta trabajo a discapacitados o colectivos tienda se encuentra también muchas vulnerables. Por esta tienda pasa un
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Brinquedos e videojogos do El Corte Inglés já estão disponíveis na Glovo
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El Corte Inglés criou recentemente uma parceria com a Glovo, aplicação que permite comprar, recolher e entregar qualquer produto na mesma cidade, que inclui agora os brinquedos e videojogos à venda nas lojas de Lisboa e Gaia Porto. Através da Glovo, podem agora ser encomendados os videojogos mais desejados, bonecos, jogos de tabuleiro ou as figuras de brincar mais
populares do cinema, entre outros. A parceria com a Glovo inclui também o Club del Gourmet, com centenas de referências desta unidade, onde se encontram “os melhores produtos nacionais e internacionais: chás e bolachas, conservas, doces e chocolates, mercearia, vinho e destilados e charcutarias, entre outras iguarias”. Do El Corte Inglés de Lisboa, já era possível pedir pratos preparados, assim como as propostas tentadoras d`O Forno do Leitão do Zé e as deliciosas empadas da Las Cholas, através do pedido na plataforma Glovo. Já na loja de Gaia Porto, os utili-
zadores podem pedir que a Glovo lhes faça chegar as propostas da ementa da Cafetaria El Corte Inglés e também as sugestões d’O Forno do Leitão do Zé. Além de mercearias ou comidas, a aplicação entrega “Qualquer coisa”, uma possibilidade apenas disponibilizada pela Glovo, na condição de que o pedido seja efetuado numa zona onde a plataforma esteja presente e desde que o produto caiba na mochila da Glovo. A aplicação permite efetuar pedidos a todos os restaurantes da preferência dos utilizadores, bastando para tal que tenham serviço de take-away e que estes fiquem localizados nas áreas em que a Glovo opera. Para os consumidores, outra categoria fundamental entregue pela Glovo é a de parafarmácia, assim como medicamentos sem necessidade de receita médica.
Delta Cafés lança máquina com comunicação wi-fi para o canal Horeca A
Delta Cafés lançou a máquina de café Mayor MAXIMA, produzida no Pólo industrial da Tecnidelta, a empresa do Grupo Nabeiro-Delta Cafés especializada, há mais de três décadas, no serviço de assistência técnica, na comercialização e reparação de máquinas de café, moinhos e equipamentos hoteleiros. Destinada ao canal Horeca, esta nova máquina demonstra como a tecnologia torna ainda mais fácil o ritual de preparar um café expresso Delta. A Mayor Maxima garante uma maior comodidade ao utilizador através da disponibilização 28 ACT UALIDAD€
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de uma app que permite ligar e desligar a máquina, fazer o aquecimento de chávenas, programar a pré-infusão, aceder a estatísticas, bem como ao apoio técnico online, através de comunicação sem fios (wi-fi e GSM) que atua à distância. A Mayor Maxima está equipada com uma torneira de vapor, com abertura duas vezes mais rápida, aquecedor de chávenas que poderá ser programável através da app, torneira de água quente, iluminação na área de serviço com Leds, bem como um sistema eco para poupança energética, na ordem dos 30%. A par de uma utilização inteligente
e prática, a Mayor Maxima tem um design modular, com uma base em aço inoxidável escovado combinado com aço lacado a preto e grelhas em aço inox. Para se adaptar a diferentes espaços, os painéis frontais inferiores podem ser personalizados com diferentes motivos em material lacado ou revestido a vinil laminado. Este novo modelo resulta de um concurso promovido pela Tecnidelta, em 2015. André Gouveia foi o jovem vencedor da iniciativa e vê, agora, o seu projeto de design materializado no mercado nacional.
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Prosegur apresenta nova identidade e missão corporativas A Prosegur acaba de apresentar a sua nova identidade corporativa, com o objetivo de refletir a transformação pela qual a empresa tem vindo a passar, bem como a sua visão de liderança, através da inovação. Esta aspiração resultou num novo propósito empresarial: “Tornar o mundo um local mais seguro, cuidando das pessoas e das empresas, mantendo-se na vanguarda da inovação”. Além disso, através da atualização dos seus valores, a empresa enfatiza a forma como atua e o papel fundamental que diferentes equipas desempenham. Sob o princípio “Cuidamos das pessoas”, a Prosegur mostra que proteger a sociedade por meio da antecipação,
prevenção, inovação e colaboração é uma prioridade. Por seu lado, o valor “Nós pensamos positivo” remete para um modelo de aprendizagem que tira proveito do passado, no sentido de orientar a tomada de decisões no futuro, num ambiente construtivo que potencia as conquistas da equipa. Por fim, o valor “Somos imparáveis” sugere a antecipação a novos desafios e que o progresso tecnológico e a melhoria contínua dos processos proporcionam um ambiente mais seguro e eficiente. Esta mudança é também marcada pelo intenso ritmo de crescimento da empresa nos últimos anos, com a oferta de “serviços cada vez mais digitais e inovadores”.
A empresa transformou também a sua identidade visual, tornando-a mais simples e adaptada aos ambientes digitais. Paralelamente, redesenhou a arquitetura da sua marca, simplificando-a e dando coerência a todas as linhas de negócio. Assim, sob a marca corporativa Prosegur, a empresa possui cinco áreas de negócio distintase uma Fundação: a Prosegur Security, a Prosegur Cash, a Prosegur Alarms, a Prosegur AVOS e a Cipher e a Prosegur Foundation.
Liberty consolidou iniciativas da “Semana da Experiência do Cliente” A Liberty assinalou, no início de novembro, a terceira edição da “Semana da Experiência do Cliente”, uma semana que a empresa dedica à discussão sobre as tendências de consumo e sobre como se pode potenciar a experiência dos clientes, sensibilizando os colaboradores para o propósito da seguradora: ajudar as pessoas a desfrutar o presente e olhar com confiança para o futuro. Esta edição, na qual o papel dos mediadores foi a temática principal, foi organizada pela primeira vez de forma totalmente virtual e interativa e incluiu novas atividades, como a partilha das melhores práticas e experiências vividas nestes meses de pandemia, que condicionaram a experiência do cliente neste e noutros setores. Durante o ano de 2020, foi também criado o “Wall of Commitment” com a finalidade de motivar os colaboradores da empresa a reforçarem o seu
compromisso com a experiência do cliente, convidando-os a refletir sobre a sua importância para a empresa e sobre como o seu trabalho pode contribuir para uma experiência melhor para todos os clientes da seguradora. Outra novidade foram as “Broker stories”, através das quais os colegas da equipa comercial partilharam como continuaram a acompanhar os mediadores de forma virtual, nos últimos meses. Para concluir esta edição, a Liberty organizou as “CX Talks”, nas quais mediadores, parceiros, especialistas de outros setores e colaboradores refletiram sobre o seu trabalho na experiência com os clientes e partilharam as melhores práticas durante a pandemia e a forma como estiveram sempre ao lado dos mesmos. A primeira “CX Talks” teve como objetivo partilhar os testemunhos dos mediadores da Liberty sobre o seu trabalho na experiência com os
clientes. Desta forma, a seguradora destacou o papel do mediador, uma das figuras-chave para o setor de seguros e, em concreto, para a Liberty. Jesús Núñez, diretor executivo de Vendas e Distribuição da Liberty, explicou que para a sua empresa, “as pessoas estão em primeiro lugar. Acreditamos que o progresso ocorre quando elas se sentem seguras. Por isso, este ano mais do que nunca, quisémos aprimorar a sua experiência no desenvolvimento de produtos modulares, criando um novo ecossistema digital a partir do zero e ficando com os nossos mediadores para ajudá-los a crescer e adaptarem-se ao campo digital. Além disso, durante as CX Talks, pudémos conhecer as melhores práticas durante estes meses difíceis e aprender com quem melhor sabe como lidar com os clientes: os nossos mediadores”, concluíu o mesmo responsável. JANEIRO DE 2021
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Epson anuncia novas impressoras de grande formato multifunções P ara as empresas que precisam de uma impressora de grande formato multifunções, mas têm espaços de trabalho limitados, a Epson anuncia o lançamento das impressoras três em um SureColor SC-T3100M e SC-T5100M. Compactas, fiáveis e económicas, as plotters SC-T3100M de 24 polegadas e SC-T5100M de 36 polegadas não comprometem a capacidade. A série é ideal para desenho técnico, plotagem de mapas CAD e SIG e impressão de uma gama de ativos para os setores do retalho e da hotelaria. A série de impressoras conta com fluxo de trabalho de digitalização superior, com um digitalizador de 600 ppp, que replica com precisão os documentos (até 2,72 metros), em diferentes formatos, e os envia em segurança para vários
destinos, além de redimensionar as cópias originais. Uma bandeja suporta documentos digitalizados para evitar que os originais sejam danificados no chão. A gama foi concebida para estar livre de poeiras de origem – a qualidade de impressão e os componentes internos estão protegidos–, o que a torna a solução ideal para ambientes como escritórios em locais de construção e zonas de passagem elevada. O design compacto da SC-T3100M permite a sua instalação nos espaços mais reduzidos e um transporte fácil. Graças ao baixo custo total de propriedade, os utilizadores terão a tranquilida-
de de saber que os custos de impressão continuarão acessíveis durante a vida útil da impressora. Ambas as impressoras são compatíveis com a plataforma Epson Cloud Solution Port, disponível gratuitamente, para que os utilizadores atualizem e monitorizem o equipamento em vários sítios, desde a área de produção até locais remotos.
Rede Pickup da DPD Portugal premiada pelo 6º ano consecutivo com “Cinco Estrelas” A
Rede Pickup da DPD Portugal ganhou, pelo sexto ano consecutivo, o “Prémio Cinco Estrelas 2021”, na categoria de entregas de encomendas em lojas de proximidade, com uma classificação de 82,3%. A rede Pickup é reconhecida pelos consumidores portugueses como uma alternativa preferencial na hora de levantar as suas encomendas. Com cerca de 700 lojas disponíveis, esta é uma das maiores redes de lojas de proximidade do País que agora conta com um reforço de mais 40 lockers (cacifos eletrónicos) que se encontram instalados em locais de grande passagem, como as gares do Oriente, Cais do Sodré, Rossio, Santa Apolónia e Sete Rios, ou lojas FNAC e Leroy Merlin dispersos por Portugal. Esta rede de lockers é a mais extensa no país e é uma solução implementada há seis anos pelo DPDgroup na Europa. 30 ACT UALIDAD€
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“Este prémio é mais um reconhecimento do trabalho que a DPD tem feito em Portugal de forma a responder às necessidades dos seus clientes”. Nestes 10 anos de existência de rede Pickup em Portugal, “recolhemos e entregámos mais de 12,5 milhões de encomendas pela rede Pickup, e temos sabido investir na mesma, aumentando o número de lojas disponíveis, e mais recentemente, criando a maior rede de lockers no nosso país”, sublinha Olivier Establet, presidente da DPD Portugal. A Pickup é a única rede de entrega e levantamento de encomendas certificada pela SGS em Portugal, e “é igualmente a melhor, na perspetiva da satisfação dos consumidores que avaliam as marcas candidatas ao ‘Prémio Cinco Estrelas”, o qual tem por base critérios como a satisfação pela experimentação, relação preço-qualidade, intenção de compra ou
de recomendação, confiança na marca e inovação, que são tidos em conta no momento da decisão de compra dos consumidores. Pensando na comodidade dos consumidores, a DPD relembra que, neste período de compras mais intensas, a opção de receber encomendas “num ponto Pickup é a mais aconselhada. Além de poder escolher a loja onde pretende levantar a encomenda, poderá igualmente decidir o momento em que se dirige à loja para o realizar, uma vez que receberá uma mensagem que confirma que a mesma já se encontra disponível. Esta solução é a mais rápida, já que as encomendas se encontram nas lojas Pickup na manhã seguinte à sua expedição pelo retalhista, e a mais conveniente, considerando que 95% da população se encontra coberta a menos de 15 minutos por uma loja Pickup”.
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Coviran lança campanha de TV centrada na proximidade aos clientes A Coviran Portugal lançou uma nova campanha de televisão (na foto), sob o mote “Coviran, o seu amigo do lado”, que destaca a proximidade geográfica e o acompanhamento personalizado que existem nas lojas Coviran. Estas características fazem com que haja, em muitos casos, uma “ligação de amizade” para com os seus clientes, um sentimento que se acentua especialmente na época festiva que se atravessa. “Numa fase em que os portugueses mais precisam de manter as ligações afetivas, a nova companha da Coviran Portugal vem reforçar que, mais do que um supermercado para os portugueses, as lojas Coviran são o seu amigo do lado porque conhecem os seus hábitos e preferências, garantindo sempre uma oferta de qualidade e adaptada às suas necessidades, sempre com um atendimento personalizado. Queremos reforçar essa ligação, afir-
mando que continuamos aqui para os apoiar seja em que altura for e para oferecer o que temos de melhor.”, destaca Acácio Santana, diretor-geral da Coviran Portugal. Concebida para televisão e com a assinatura da Reprise, a nova cam-
panha está a ser exibida nos canais do Grupo Impresa, nomeadamente, SIC, SIC Notícias e SIC Mulher, de 1 de dezembro a 10 de janeiro de 2021. E terá destaque, enquanto patrocinador, na novela “Viver a Vida”, exibida na SIC.
Whirlpool reembolsa até 250 euros na compra de uma placa de indução ou forno W Collection A
té 15 de janeiro, na compra de um dos modelos em promoção – placa de indução ou forno W Collection–, a Whirlpool oferece a oportunidade de recuperar parte do seu investimento. Os fornos encastráveis da gama W Collection proporcionam uma combinação única de tecnologia avançada, design de ponta e flexibilidade de utilização. Graças à tecnologia 6º Sentido presente nos fornos W Collection, a cozedura dos alimentos é monitorizada por sensores inteligentes, que adaptam o tempo de cozedura, a humidade e a temperatura ideais, possibilitando resultados perfeitos. É ainda possível encontrar tecnologias e funções inteligentes e intuitivas como o SteamSense+ (injeção de vapor
que realça o sabor dos alimentos), Cook4 (possibilidade de cozinhar até quatro refeições diferentes em simultâneo, sem mistura de odores) e o Ready2Cook (potente sistema de convecção, que permite alcançar a temperatura ideal do forno, sem necessidade de pré-aquecimento). “Igualmente eficazes e dotadas de uma tecnologia inovadora, as placas de indução da Whirlpool oferecem facilidade de utilização e desempenho superior, além de um design elegante e minimalista”, salienta a marca de eletrodomésticos. Com as quatro funções 6º Sentido presentes nas placas de indução, basta selecionar o programa e a placa define automaticamente o nível de temperatura ideal para o método de cozedura desejado (man-
ter quente, derreter, ferver e ferver em lume brando). Pode-se, ainda, encontrar funções como o FlexiCook, que permite o uso flexível da área criada pela combinação de duas zonas de cozedura, e o ChefControl, que divide a placa em três zonas de aquecimento diferentes e as ativa automaticamente, dependendo da posição da panela. Desenhada para uma fácil instalação, a placa pode ser diretamente colocada na bancada sem esforço. Para além destas vantagens, com a nova campanha de reembolso, o comprador de um destes modelos tem ainda a possibilidade de recuperar parte do seu investimento até 250 euros, tendo esta participação de ser feita até 30 dias após a compra.
Textos Actualidad€ actualidade@ccile.org Fotos DR JANEIRO DE 2021
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Combater o desperdício alimentar gera poupanças para todos
O combate ao desperdício alimentar pode ajudar a recuperar até um terço de todos os alimentos produzidos e que normalmente estão a ir para o lixo por não serem consumidos. Isto representa mais de um milhão de toneladas de alimentos, de acordo com um recente estudo, onde se analisam medidas mais racionais de gestão de alimentos pela grande distribuição, por forma a evitar que se percam antes de serem consumidos, gerando poupanças de vários milhões de euros para a própria distribuição, que poderiam refletir-se numa redução dos custos dos alimentos para os consumidores, aponta o mesmo estudo. Além dos passos que estão a ser dados por esta frente de comercialização, há outras áreas da sociedade que têm começado a criar iniciativas que visam travar este desperdício. Também o Estado quer colaborar neste esforço, tendo criado há cerca de três anos a Estratégia Nacional de Combate ao Desperdício Alimentar (ENCDA). Uma preocupação que ganha força nos tempos difíceis em que se vive. Textos Clementina Fonseca cfonseca@ccile.org Fotos DR
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s números são alarmantes. De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), um terço de toda a produção alimentar humana acaba desperdiçada. Só na Europa, cerca de 88 milhões de toneladas de alimentos são desaproveitadas anualmente, o que representa um custo de cerca de 143 biliões de euros. Por outro lado, o desperdício alimentar é responsável por uma emissão de gases de efeito de estufa equivalente à emitida pela rede global de transportes terrestres. Ainda de acordo com a FAO, se o desperdício alimentar mundial fosse um país, seria o terceiro maior emissor destes gases, logo a seguir à China e aos Consumidores assoEstados Unidos, contribuindo assim ciados em cooperapara o aquecimento global. Este é, portanto, um desafio transversal a tivas para comprar diversas áreas da atividade humana frescos, passando e que afeta a todos, desde o produtor até ao consumidor. por supermercados Uma das metas dos Objetivos de que vendem produtos Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas para 2030 é reduzir em fim de validade, para metade o desperdício de alimenou produtores e restos per capita a nível do retalho e do consumidor. taurantes a colaborar A situação é idêntica em Portugal, com apps anti-desperestimando-se em cerca de um milhão de toneladas os alimentos dício são alguns dos que são deitados para o lixo todos projetos criados pela os anos. Mas o pais, tal como outros congéneres europeus, está a começar comunidade a despertar para a necessidade de combater o desperdício alimentar, quer em termos de organização da são "promover a redução do despersociedade civil, quer a nível de estra- dício alimentar através de uma abordagem integrada e multidisciplinar", tégia governamental. A Estratégia Nacional de Combate estando aberta a apoiar ações do ao Desperdício Alimentar (ENCDA) setor privado. A GPP tem por missão e o respetivo Plano de Ação – que geral apoiar a definição das linhas foram apresentados há três anos e estratégicas e prioridades das polítique envolvem a Direção-Geral do cas do Ministério da Agricultura e Gabinete de Planeamento, Políticas do Ministério do Mar e coordenar, e Administração Geral (GPP), a acompanhar e avaliar a sua aplicação, entidade coordenadora da Comissão bem como assegurar a sua repreNacional de Combate ao Desperdício sentação no âmbito comunitário e Alimentar (CNDA) – têm como mis- internacional.
A Estratégia Nacional delineada pela CNDA definiu como objetivos estratégicos o diagnóstico, avaliação e monitorização do desperdício alimentar a nível nacional, a identificação de boas práticas existentes no país e em termos internacionais, a sistematização de indicadores de medida do desperdício alimentar nas diferentes fases da cadeia alimentar, de acordo com metodologias ao nível da União Europeia e da OCDE, ou ainda a promoção de parcerias com entidades da sociedade civil com iniciativas já desenvolvidas neste âmbito, bem como a promoção da criação e desenvolvimento de uma plataforma eletrónica que assegure a gestão interativa dos bens alimentares com risco de desperdício. Esta plataforma visará ainda a definição de medidas que além do combate ao desperdício alimentar promovam também objetivos de segurança alimentar, saúde pública, combate à pobreza e de boas práticas na produção, na indústria agroalimentar, na distribuição e no consumo. A nível comunitário, Portugal integra a nova plataforma digital, em fase de arranque, Lisboa Zero, promovida pela Comissão Europeia, no âmbito do projeto Force – Cities Cooperating for Circular Economy. Trata-se da primeira plataforma inteJANEIRO DE 2021
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Retalho pode reduzir um terço do desperdício alimentar na sua cadeia de abastecimento Um recente estudo desenvolvido pela consultora líder mundial em estratégia de gestão, Boston Consulting Group, em parceria com a Sonae e o World Business Council for Sustainable Development (WBCSD), sugere que o desperdício alimentar no retalho pode ser reduzido em um terço. No relatório “A Recipe to Reduce Food Loss and Waste”, são propostas cinco medidas para reduzir as perdas ao longo da cadeia de distribuição, que já estão a ser testadas nos estabelecimentos da Sonae. Estima-se que todos os anos sejam desperdiçados cerca de um terço de todos os alimentos produzidos. Isto representa 1,6 mil milhões de toneladas de alimentos a nível global e mais de um milhão em Portugal, com elevados custos a nível ambiental e social. Para fazer frente a este problema, foram lançados cinco projetos-piloto para reduzir o desperdício de frutas e vegetais (áreas onde se verifica o maior desperdício). Os resultados iniciais estimam que, alargando a escala, as medidas aplicadas permitiriam diminuir em um terço o desperdício ao longo da cadeia de abastecimento da Sonae. Ou seja, seriam desperdiçadas menos 12 mil toneladas de alimentos por ano. Isto representaria também a geração de um valor de 10 milhões de euros por ano, entre poupanças e novas oportunidades de negócio, para
os vários participantes na cadeia de abastecimento. Se aplicadas a todo o setor, podiam ser evitadas mais de 50 mil toneladas de desperdício alimentar, todos os anos. “O estudo conjunto que fizémos com a Sonae e com o WBCSD prova que a adoção de práticas sustentáveis de redução do desperdício alimentar ao longo da cadeia de abastecimento do retalho são win-win, beneficiando tanto a população em geral, por um acesso gratuito ou a preços reduzidos a alimentos bons e perfeitamente adequados ao consumo em plenas condições de segurança e qualidade, como os próprios participantes na cadeia de valor”, comenta Miguel Abecasis, managing director & senior partner da BCG Lisboa e co-autor do estudo.
Algumas das medidas propostas Este estudo, que envolveu cerca de 120 fornecedores da Sonae, identificou 50 melhores práticas já adotadas ou em estudo noutros países, expondo como prioritárias cinco medidas que podem ser aplicadas ao contexto nacional. - Redução da rejeição de frutas e legumes não calibrados. Um dos problemas identificados foi que cerca de 40% do desperdício deve-se à rejeição por parte do retalho moderno de frutas e vegetais que não cumprem com os requisitos estéticos e de tamanhos ou calibres definidos,
tendo sido proposto rever estes requisitos, tornando mais amplo o leque de produtos considerados aceitáveis, até pela exploração de outros nichos de mercado (como baby apples para crianças). - Transformação e aproveitamento de alimentos perecíveis. Outra conclusão do documento foi que uma parte significativa dos alimentos nunca chegam ao consumidor final pelo seu caráter altamente perecível. Uma das soluções passa por criar unidades de desidratação para reaproveitar estes alimentos que podem ser consumidos secos. - Aumento de doações. A promoção do aumento das doações é também fulcral, sobretudo num contexto de dificuldades económico-sociais como o atual. A estas medidas junta-se a criação de um marketplace, onde os produtores podem mostrar os alimentos perecíveis que têm disponíveis e que, passado o ponto de utilização, podem ser usados para sumos, corantes naturais ou outros produtos processados, e a campanha “Demasiado Bom Para Desperdiçar”, que visa incentivar os consumidores a uma mudança de comportamento, procurando, por exemplo, peças soltas, sobre as quais habitualmente não recai a escolha.
grada para a gestão global dos exce- A plataforma ainda não está total- combater a escassez de alimentos, dentes da produção de alimentos, mente finalizada, mas o objetivo como para reduzir a pegada de carcom o objetivo de evitar o desper- será fazer com que empresas possam bono, contribuindo para a redução dício em toda a linha de produção, doar os excedentes a quem mais de toneladas de emissões de CO2 distribuição e consumo. Lisboa foi precisa, como instituições de solida- e de consumo de recursos hídricos. precisamente a cidade escolhida para riedade social, paróquias, fundações, Consequentemente, ao evitar o deso arranque desta plataforma colabo- entre outras entidades. Desta forma, perdício da produção de alimentos, rativa. será possível contribuir não só para os fabricantes podem concentrar-se 34 ACT UALIDAD€
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Projeto Fruta Feia poupa toneladas de hortofrutícolas por ano Há sete anos, surgiu o projeto Fruta Feia, uma cooperativa que tem como associados consumidores finais. A preferência dos grandes canais de distribuição por frutas e hortaliças perfeitas em termos de formato, cor e calibre acaba por representar uma das principais fontes do atual desperdício alimentar, em que é deitado fora, em média, 30% do que é produzido pelos agricultores. O projeto Fruta Feia tem como objetivo principal canalizar essa parte da produção hortofrutícola até àquele consumidor que não julga a qualidade pela aparência, reduzindo tanto o desperdício como o gasto desnecessário dos recursos utilizados na sua produção. Como funciona o projeto? A responsável Maria Canelhas explica que se tratam de "pessoas que se inscrevem na cooperativa e compram um cabaz semanalmente. Hoje em dia, ultrapassam os 6.500" associados. Fora do âmbito da atividade principal de venda de cabazes aos consumidores associados, a cooperativa trabalha ainda com uma dezena de restaurantes e IPSS, que compram fruta feia ao quilo. Além desta vertente, a cooperativa faz doações de fruta a instituições de solidariedade social, que recebem diariamente os cabazes sobrantes no final do dia (dos associados que não vieram levantar a cesta), que depois reencaminham para pessoas com carência. "Não há um perfil específico de consumidor associado na Fruta Feia. Procuram-nos pessoas muito diferentes entre si no que respeita a, por exemplo, nível de escolaridade, background social, condição económica, ou nacionalidade", refere Maria Canelhas. "Compramos diretamente aos pro-
dutores da região aquelas frutas e hortícolas que eles não conseguem escoar no mercado normal, devido à sua cor, formato e calibre e, no mesmo dia, montamos cabazes com esses produtos e vendemos diretamente aos consumidores associados", explica Maria Canelhas, enumerando ainda diversas vantagens quer para os produtores quer para os compradores desta forma de escoamento. "Do lado dos agricultores, estes têm uma rentabilidade extra ao venderem a um preço justo aquilo que antes deitavam fora, apesar de já terem tido custos para o produzir. Do lado dos consumidores, estes têm acesso a produtos frescos, da época, da região e de alta qualidade a um preço reduzido, sendo a Fruta Feia o elo de ligação entre produtor e consumidor". "Produtores e consumidores formam uma comunidade que todas as semanas evita o desperdício de cerca de 15 toneladas de frutas e hortícolas, através de uma cooperativa cujo modelo operacional se baseia numa Lean Chain, isto é, utilizando o mínimo de recursos possíveis e sem gerar desperdício ao longo da cadeia". No total, são poupados, assim, cerca de 700 toneladas de produtos por ano, de 260 agricultores. Em termos de preços, os consumidores pagam por um cabaz destes entre 50 a 66% menos do que pagariam num supermercado. Fazendo uma comparação com o
resto da Europa, Portugal ainda tem muito a caminhar em termos de combate ao desperdício alimentar, considera Maria Canelhas. "No que respeita ao desperdício devido à aparência, ao nível do agricultor, ainda há bastante trabalho por fazer e muitas toneladas de desperdício por evitar. Há vários projetos dedicados ao tema do desperdício, todos no bom caminho, mas ainda não se consegue chegar a todos os agricultores. Tendo consciência disto, além da replicação da Fruta Feia em cidades portuguesas, temos vindo também a apostar na sensibilização dos consumidores, não só em Portugal como além-fronteiras", adianta a mesma responsável. E aponta: "todos os setores que compram, transformam e vendem frutas e hortícolas deviam fazê-lo, independentemente da aparência dos produtos. Assim a fruta feia teria um novo valor, definitivamente seria devolvida aos mercados habituais e deixaria de ser um problema de desperdício no campo", frisa a gestora. "A pandemia veio evidenciar o lugar que a Fruta Feia ocupa na cadeia agroalimentar, do campo à cidade. No campo, ficou clara a solução de escoamento que a cooperativa representa para os agricultores, mantendo uma economia que se revelou essencial durante o confinamento. Na cidade, ficou claro o canal seguro e justo de acesso a bens de primeira necessidade que a Fruta Feia representa para os nossos associados, à parte duma maneira direta destes conseguirem apoiar os agricultores da região", referem os promotores da iniciativa. A Fruta Feia ganhou dois "óscares" da Comissão Europeia, com o projeto FLAW4LIFE!, na categoria de ambiente, atribuído pelo júri da UE, e o do público.
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Aplicações To Good To Go e Phenix salvam refeições A tecnologia é também, sem dúvida, um importante aliado da otimização do planeamento de refeições, nomeadamente de restaurantes, para evitar que muitas acabem diariamente no lixo. A Too Good To Go (TGTG) e a Phenix são duas das mais conhecidas e com mais utilizadores em Portugal nesta área. Com pouco mais de um ano de existência, a TGTG conta já com "uma comunidade de mais de 470 mil utilizadores e mais dois mil parceiros, desde restauração até grandes grupos da indústria alimentar, como a Auchan, Intermarché, Meu Super, Nestlé e Danone". No âmbito desta comunidade, foi possível salvar, no último ano, "mais de 280 mil refeições do desperdício, o que equivale a 700 toneladas de CO2 que não foram libertados para a atmosfera, caso essas refeições fossem desperdiçadas – o equivalente a 1.834 voos de Lisboa-Londres", lembra a TGTG, que se assume como "uma empresa de impacto social, que tem como missão o combate ao desperdício alimentar, motivando e incentivando a uma nova forma de consumo". E como funciona? Na aplicação, os utilizadores podem comprar "Magic Boxes", de forma simples. Escolhem o estabelecimento que mais gostam, reservam a sua "Magic Box" na aplicação e dirigem-se ao espaço para fazer a recolha, no horário estabelecido. "Aí, são surpreendidos com uma seleção de produtos, tendo em conta a natureza de cada estabelecimento. O facto de estas Magic Boxes serem surpresa — pois é impossível prever o desperdício de forma tão detalhada — cria uma dinâmica especial e uma experiência única". Ainda assim, antes de pedir a sua caixa de refeição-surpresa, o utilizador pode filtrar as suas escolhas na aplicação e descobrir qual o estabelecimento que mais
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lhe interessa, com base na oferta habitual de cada espaço. A aplicação é gratuita e está disponível para iOS e Android. Em linha com este sucesso nacional, estão os números globais da TGTG, que num universo de 15 países, já conta com uma comunidade de 26 milhões de utilizadores e mais de 71 mil estabelecimentos, que, juntos já salvaram cerca de 47 milhões de refeições, adianta a empresa. Estas equivalem a mais de 118 mil toneladas de CO2. Uma economia circular, que possibilita uma vantagem para o consumidor, para o ambiente, mas também para o estabelecimento, que encontra nesta solução uma segunda oportunidade de escoar excedente que se iria transformar em desperdício, reduzindo a sua pegada ecológica e otimizando a sua operação, dando uma segunda oportunidade aos alimentos. Em Portugal, estima-se que cada pessoa deite para o lixo, em média, 132 quilos de comida por ano. Sendo que as famílias desperdiçam 324 mil toneladas. Com a mesma vocação, a Phenix faz "renascer" comida que, de outro modo, poderia acabar no lixo. Possui atualmente "mais de 150 mil utilizadores em Portugal" e "mais de 500 parceiros na aplicação, maioritariamente comércio local e tradicional, com a restauração a representar cerca de 40% do total dos nossos parceiros. A aposta para o ano passa, precisamente, por abarcar também
as grandes cadeias de distribuição, mantendo o foco no comércio local e tradicional", comenta à "Actualidad€" Frederico Venâncio, general manager da Phenix em Portugal. "As vantagens do nosso serviço são comuns a todos os clientes que escolhem juntar-se a ele: escoamento dos excedentes do dia, a um preço definido pelo comerciante, sendo que recomendamos que a percentagem de desconto, relativamente ao PVP habitual nunca fique abaixo dos 50%; oportunidade de chegar a mais clientes que, de outra forma, poderiam não ter o conhecimento destes espaços comerciais; associação a uma causa ecológica e social, como é o combate ao desperdício, através da presença na aplicação, que revela a preocupação dos espaços comerciais parceiros com o meio e a comunidade em que se inserem". A adesão também é facilitada. "A adesão à aplicação, por parte dos comerciantes, não podia ser mais simples: durante o contacto com a Phenix, é criada a conta de administrador do comerciante. Nessa conta, o mesmo tem total liberdade para definir a quantidade de cabazes (o nome que damos aos produtos colocados à venda – a ideia é que nunca seja colocado apenas um produto, mas, sim, um cabaz, composto, por exemplo, por várias frutas e legumes, artigos de padaria e/ou pastelaria, menus refeição, etc.), os dias e horas em que são disponibilizados os cabazes na aplicação e o respetivo horário de levantamento, bem como o preço de cada cabaz. Estes são critérios que ficam totalmente do lado do comerciante. O comerciante pode também decidir se quer ter cabazes pontuais ou recorrentes, à venda na aplicação, consoante o nível de desperdício diário que tem". Frederico Venâncio sublinha ainda o
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"suporte" dado "ao longo de todo o processo e presença de cada comerciante na aplicação", através de "um gestor de conta dedicado que, para além de ajudar no processo inicial, presta auxílio e formação constante na questão do combate ao desperdício", bem como "dicas para maximizar os seus produtos na aplicação". "Para os consumidores, as vantagens dividem-se em económicas, práticas e ambientais: economicamente, os nossos utilizadores têm a possibilidade de comprar alimentos que estão perfeitamente aptos para consumo à data de compra, por um preço depreciado", que podem chegar aos 70%. A aplicação prevê ainda um sistema de pontos de fidelização. "Relativamente à questão prática, a aplicação é muito intuitiva, tendo um sistema de filtros e geolocalização que permite ao utilizador filtrar as lojas disponíveis, não só por regimes alimentares ou tipos (frutarias, mercearias, supermercados, restaurantes, alimentação vegan, vegetariana, etc.), mas também por localização, mostrando em primeiro lugar as lojas mais próximas da sua localização atual. É também prática, porque a única coisa que o utilizador tem de fazer é deslocar-se à loja e efetuar o levantamento do seu cabaz, no horário proposto pelo comerciante, na aplicação. A reserva e pagamento são feitos diretamente dentro da aplicação. Para terminar, a nível ambiental, as vantagens prendem-se com o combate ao desperdício e com a redução de emissões de CO2 para a atmosfera (é possível consultar, na área pessoal da aplicação, a quantidade de CO2 que cada utilizador já evitou)", acrescenta o responsável. "Com o nosso trabalho, tanto com a aplicação como com o outro serviço que dispomos, o serviço de doações (onde convertemos excedentes de supermercados e outras grandes cadeias alimentares, em doações para instituições) já conseguimos evitar o desperdício de mais de 2,5 milhões de refeições, desde 2016, ano em que nos estabelecemos em Portugal. "Todas as áreas onde se registe desperdício" são passíveis de aderir à plataforma. "Apesar da nossa aplicação estar muito mais focada na questão alimentar, temos também parceiros como floristas, que colocam cabazes com plantas e flores. Não existe uma barreira aos bens não alimentares. Muito pelo contrário– no futuro, gostaríamos de contar também com cabazes compostos com produtos de higiene pessoal ou outros artigos".
noutro tipo de produção e de segmentos de consumo. Já para os cidadãos comuns, esta plataforma será útil para a consciencialização de temas relacionados com o consumo mais sustentável, separação de resíduos, reciclagem e hábitos de vida e alimentação mais saudáveis, defendem os promotores na respetiva página web. Na fase-piloto de lançamento, a Lisboa Zero contou com a participação de empresas como a Auchan, Pingo Doce, Ritz Four Seasons Lisboa e o restaurante A Valenciana, entidades que colaboram já na rede Zero Desperdício. A nível individual, algumas destas entidades fazem já também as suas campanhas anti-desperdício, sobretudo para consciencializar os consumidores a poupar (ver caixas nas págs. 34 a 39). Estes são alguns dos diversos projetos da comunidade que começam a apostar no combate ao desperdício alimentar (que se poderá estender a outras áreas que usam matérias-primas agrícolas, como o vestuário), como forma de poupar recursos, face às dificuldades financeiras que muitos portugueses enfrentam. Danone responde aos desafios climático e do desperdício alimentar A Danone, presente em Portugal há 30 anos, não quer ser apenas uma empresa produtiva e líder de mercado. O fabricante de produtos lácteos procura também "fazer escolhas e opções conscientes, que vão ao encontro de um futuro mais sustentável e de uma preocupação constante e crescente de escolhas ambientais". Em declarações à "Actualidad€", Luis Pêgo, diretor Comercial da Danone em Portugal, refere que "no âmbito da redução do desperdício alimentar, temos uma forte colaboração com a Too Good to Go, Refood e Banco Alimentar Contra a Fome". Na Too Good To Go (TGTG), a marca está presente desde agosto, contando "já com quatro pickup points, em Lisboa e no Porto, e conseguimos já salvar cerca de seis toneladas de iogurtes e leites fermentados, que disponibilizámos ao consumidor a uma fração do seu preço habitual. Em paralelo, ao Banco Alimentar e à Refood, doámos em 2020 cerca de 440 toneladas de produto. Adicionalmente, aderimos também ao Movimento Unidos Contra o Desperdício – um movimento cívico e nacional, agregador e educativo, que une a sociedade num combate ativo e positivo ao desperdício alimentar e que conta com o alto patrocínio da Presidência da República", precisa Luis Pêgo. "O combate ao desperdício alimentar é absolutamente fulcral para a Danone Portugal", adianta o responsável. Assumindo-se como "líderes do setor agroalimentar, temos a responsabilidade de ajudar a reduzir o desperdício alimentar", para desta forma, chegar a "vários JANEIRO DE 2021
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GoodAfter: produtos de mercearia até 70% mais baratos
O conceito do GoodAfter é claro e adapta-se aos tempos atuais: um supermercado online onde se podem comprar produtos de higiene e mercearia em fim de validade, a quase metade do preço, ou mesmo até 70% mais baratos. Portugal é um dos países onde esta plataforma virtual cresceu mais, em tempo de pandemia. Segundo Chantal Camps, fundadora do projeto, nascido em 2016, ano europeu do combate ao desperdício alimentar, teve um crescimento bastante forte em 2020. "As vendas aumentaram 250% entre março e maio face ao período homólogo de 2019, mantendo-se desde aí este crescimento exponencial". Uma das razões, aponta, foi o facto de que "conseguimos cumprir com os prazos de entrega", quando os outros supermercados online não conseguiam, perante a avalanche de pedidos que se registou durante o primeiro confinamento, relembra. A plataforma, que entrega também as encomendas em Espanha (em qualquer ponto do território espanhol, por 4,95 euros) em 24 horas, permite entregas grátis de encomendas a partir dos 49 euros. Abaixo desse valor, a taxa de entrega é de 3,95 euros por encomenda, para Portugal. Se efetuada até às 13h00, a encomenda é entregue no dia útil seguinte. O serviço de entrega é efetuado com recurso a empresas de estafetas.
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Neste supermercado, estão disponíveis todo o tipo de produtos não perecíveis, mas cuja data preferencial de consumo está prestes a terminar ou já terminou, ou ainda séries descontinuadas, em que as marcas preferem não continuar a vender nas prateleiras dos supermercados convencionais. Tratam-se assim, de produtos que têm na sua rotulagem que devem ser consumidos de "preferência antes de" uma determinada data e que apresentam "total segurança alimentar". "A única coisa que pode estar em causa são as características organolépticas, ou seja, ao nível do cheiro, cor ou sabor, mas sem afetar a segurança alimentar". São desde conservas, leite, bolachas, massa, bebidas e muitos outros alimentos embalados e que não precisam de frio. No próprio site e na fatura final, em cada artigo, está indicada a razão do produto ter um preço de comercialização com desconto. "Já salvámos 180 toneladas de comida desperdiçada", refere a gestora do projeto em Portugal e Espanha. "Já vendemos mais de 200 mil unidades de oito mil produtos diferentes", frisa Chantal Camps, referindo como principais fornecedores a Jerónimo Martins, a Cerealis, Nicola, Condi, Nobre, entre outros. "Os nossos fornecedores vão desde os fabricantes até à pequena mercearia, porque todos eles têm problemas de validade ou linhas descontinuadas/ obsoletas ou produtos sazonais", enquadra a gestora. "Temos mais de sete mil clientes e mais de 50% destes estão fidelizados". A empresa conta com quatro funcionários e quatro sócios.
objetivos de desenvolvimento sustentável, nomeadamente a redução da fome, a preservação do meio ambiente e a produção e consumo responsáveis", conclui o mesmo responsável. "Na redução do desperdício alimentar, todos ganham, desde o consumidor, que pode ter acesso a produtos mais próximos da data de validade, mas perfeitamente aptos para consumo, e que são disponibilizados a um preço muito inferior ao normal PVP recomendado; passando pela população carenciada, que recebe os donativos e que pode, assim, ter acesso a uma alimentação mais rica e saudável; e claro, o meio ambiente, que acaba por ser poupado, ao não serem geradas as emissões de gases com efeito de estufa consequentes da produção e degradação de excedentes de produção e que não seriam consumidos". A empresa de produtos lácteos refere ainda a campanha que tem em curso nos supermercados, em que, por cada pack comprado da gama "Juntos", é doado um iogurte a uma família carenciada. A consciência de todos sobre este tema "está a ganhar espaço. Hoje, discute-se muito mais o tema e há uma muito maior consciencialização de todos os stakeholders na cadeia de valor do que havia há uns anos", considera Luís Pêgo. "Verificamos hoje que o consumidor, os media, os operadores do setor agroalimentar, as grandes cadeias de distribuição e o próprio Governo estão muito mais interessados e alerta para esta questão", embora haja ainda muito a fazer em termos de medidas e políticas concretas, salienta ainda. A companhia tem vindo a alertar para as consequências derivadas do excessivo impacto do ser humano sobre o planeta, quer a nível climático quer de recursos alimentares, atuando sob o lema "One Planet, One Health, num compromisso para fazer da "sustentabilidade o seu código genético em todos os
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projetos desenvolvidos, lançamentos, comunicações e iniciativas, e levando saúde através da alimentação ao maior número de pessoas possível". Para 2021, a Danone vai avançar com um importante passo para o combate ao desperdício alimentar, passando a incorporar na data de validade dos seus produtos a informação de “consumir de preferência antes de”, em vez da indicação "consumir até”. Como têm defendido muitos especialistas em nutrição, esta forma de informação convida o consumidor a não deitar fora o produto imediatamente ultrapassada a data nele inscrita. "Apesar de serem alimentos lácteos frescos, o iogurte e o leite fermentado são produtos com muito boa estabilidade e, quando devidamente conservados em frio, continuam perfeitamente aptos para serem consumidos até uns dias depois de atingirem a data de validade", garante a marca. Através desta medida, a Danone espera contribuir para o combate ao desperdício alimentar, evitando desta forma que milhares de produtos sejam diariamente descartados e não consumidos, embora estejam ainda em perfeito estado de conservação, explica o produtor. A TGTG lançou já precisamente uma iniciativa de sensibilização para esta questão, "pioneira em Portugal", que pretende envolver marcas, produtores e consumidores. Esta iniciativa decorre sob o rótulo “Observar, Provar, Cheirar” (o qual apela a que se identifique a boa qualidade de um produto pelos sentidos), pretendendo não apenas sensibilizar os consumidores perante os diferentes prazos de validade, como também desafiar e apoiar as marcas neste processo de educação face à validade dos seus próprios produtos. Uma das
A nível do consumidor final, os especialistas defendem que seja alterada a informação de prazo dos produtos de "consumir até” para “consumir de preferência antes de”, para aproveitar produtos ainda em bom estado marcas que incluiu já esta adaptação nos seus rótulos foi a BEL, que irá, até março, ostentar nos seus queijos A Vaca que Ri esta mensagem da Too Good To Go ao seu habitual rótulo. "Uma forma de relembrar o consumidor e assegurar-lhe que, dependendo de cada tipo de rótulo, este pode e deve confiar nos seus sentidos", lança a TGTG. Para a BEL, “o combate ao desperdício alimentar é um problema crítico na nossa sociedade e um imperativo ético", que deve ser seguido por mais marcas. Mercadona já doou mil toneladas de alimentos em Portugal Frederico Venâncio, general manager da Phenix em Portugal, considera, contudo, que há ainda um longo
caminho a percorrer em termos de ações de combate ao desperdício alimentar. "Mais recentemente, tanto entidades governamentais como privadas têm conduzido um esforço no sentido de apurar dados mais claros, mas ainda estamos apenas no início do percurso", refere, lamentando nomeadamente que não se tenha avançado mais no âmbito do Projeto de Lei debatido na Assembleia da República que previa que as grandes superfícies comerciais com tamanho igual ou superior a 400 metros quadrados tivessem de doar os seus excedentes. "Este poderá ser um passo importante para normalizar o combate ao desperdício alimentar em Portugal", desafia o gestor. Uma exceção será a Mercadona, que, antes do final do ano, adquiriu 80 mil quilos de bens essenciais aos seus fornecedores para os doar "a instituições com as quais a Mercadona mantém uma relação permanente – Banco Alimentar Contra a Fome, Cáritas, Cruz Vermelha, AMI, entre outras" e "acontece num momento em que os pedidos de ajuda alimentar das famílias portuguesas têm vindo a aumentar". Esta doação especial de Natal junta-se, assim, às mais de mil toneladas de bens essenciais que a empresa doou ao longo de 2020 (foto em cima), e que pretende continuar a realizar nos próximos tempos. Além destas iniciativas, a Mercadona sublinha "ter em curso, várias estratégias para evitar e prevenir o desperdício de alimentos". JANEIRO DE 2021
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Água mole em pedra dura…– sobre o englobamento
Por Manuel Simões de Carvalho*
obrigatório no IRS
N
o momento em que escrevemos, os deputados à Assembleia da República já terminou o processo de aprovação da Proposta do Orçamento do Estado para 2021 (“POE 2021”), durante a qual se votaram mais de 1.500(!) propostas de alteração apresentadas pelos partidos e deputados com assento parlamentar por forma a fixar a redação final do Orçamento do Estado para 2021 (“OE 2021”). Entre as propostas de alteração à POE 2021 apresentadas pelo Partido Comunista Português (“PCP”), encontrava-se uma, de natureza tributária, que, cremos, deveria ter merecido maior atenção, especialmente se tivermos presente as atuais dinâmicas de poder em disputa na Assembleia República: o englobamento obrigatório de todos os rendimentos, em sede de IRS, a aplicar a contribuintes com rendimentos superiores a cem mil euros. Apesar de esta proposta não possuir qualquer elemento de novidade–, é, afinal, o quarto ano consecutivo em que a mesma foi sujeita a discussão no hemiciclo por iniciativa do PCP–, e depois de ter sido “liminarmente” rejeitada pelo Governo da República Portuguesa (“Governo”) nos pro-
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cessos negociais dos últimos três OE, aguardava-se com acrescida curiosidade o desenrolar da discussão parlamentar à volta deste tema, em boa medida devido ao facto de, desta feita, o PCP apresentar uma posição negocial substancialmente mais forte perante o Governo, quando comparado com anteriores OE. Aliás, como já havia sido sobejamente relembrado em discussões anteriores pelos comunistas, tal intenção de caminhar, pelo menos de forma faseada, para um regime de englobamento obrigatório, em sede de IRS, encontrava-se inscrita no próprio programa eleitoral do PS que foi a votos em 2019. Ainda assim, e não obstante a evidente fragilidade política do Governo, terminada a discussão do milhar e meio de propostas de alteração ao POE 2021, a dita proposta do PCP foi rejeitada, de novo, pela quarta vez, note-se. Ora, sem prejuízo de esta nova rejeição poder ser interpretada como uma posição de princípio do Partido Socialista e do Governo quanto ao englobamento obrigatório, julgamos ser plausível que este tema seja, a breve trecho, objeto de renovada discussão pública, não tanto por ter constado do programa eleitoral do PS, mas, sobretudo, por ser inevitável
que o Estado aumente substancialmente as suas receitas fiscais para fazer frente às responsabilidades financeiras que assumiu – e assumirá– neste período de crise económica profunda. Assim sendo, sejamos claros quanto ao tema de fundo: ao abrigo do enquadramento constitucional português, em sede de IRS, parece claro que se deve caminhar no sentido da promoção do englobamento (obrigatório) de todos os tipos de rendimento, por forma a conferir uma maior equidade no tratamento tributário dos diversos tipos de rendimento. Contudo, tal intento implicará sempre uma alteração do atual paradigma vigente no sistema do IRS, o qual é constituído por um corpus legislativo complexo com mais de 30 anos de existência assente sobre um regime semi-dual – que se traduz por alguns dos tipos de rendimento serem obrigatoriamente englobados e sujeitos a taxas de IRS progressivas, enquanto outros são, por regra, não englobados e sujeitos a taxas de IRS proporcionais (geralmente de 28%). A esta luz, a proposta de alteração apresentada pelo PCP– que se resume à alteração de um artigo do Código do IRS – afigura-se totalmente incapaz para, por si
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só, promover de uma forma eficaz uma alteração de paradigma do sistema do IRS, no sentido de introduzir um verdadeiro regime de englobamento transversal no âmbito deste imposto. Na realidade, a proposta de alteração apresentada pelo PCP aborda este tema apenas pelo prisma do alargamento do âmbito de aplicação aos tipos de rendimentos até agora não englobados por defeito. Contudo, a transição do nosso sistema semi-dual para um sistema verdadeiramente unitário, obrigará, por consistência sistemática, a proceder a alterações de fundo em diversos outros aspetos atualmente previstos no nosso Código do IRS, no que se traduziria, sem a menor dúvida, na maior reforma do IRS desde 1989. Com efeito, a título meramente exemplificativo e não exaustivo, ter-se-ia de proceder à análise e
discussão de alterações de fundo ( i ) nas regras de determinação da matéria coletável de cada um dos tipos de rendimentos (nomeadamente, através do alargamento das regras de dedutibilidade intra-categoria de rendimento), ( ii ) nas regras de comunicabilidade transversal de perdas entre diferentes categorias de rendimentos (atualmente não permitidas) e, bem assim, ( iii ) face ao previsível alargamento da base tributária, na redução significativa das taxas de IRS aplicáveis a cada escalão de rendimentos. A somar a isto, é evidente que uma reforma de tal envergadura não poderá deixar de levantar diversas questões de aplicação da lei (nova) no tempo, as quais deverão ser acauteladas por normas de aplicação transitória, à semelhança do que ocorreu nas anteriores reformas do IRS (1989 e 2015).
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A título de exemplo, pense-se nas dezenas de milhares de residentes não habituais que transferiram a sua residência fiscal para Portugal, após terem sido induzidos a tomar tal comportamento pelo sistema fiscal português… Esperamos, pois, que um futuro debate sobre este tema central da fiscalidade dos portugueses seja reenquadrado como o assunto complexo que de facto é e, como tal, sujeito a uma discussão pública transparente e alargada, ao invés de camuflado através de uma proposta de alteração a um POE, discutido por breves minutos entre outras 1.500 propostas de alterações, e contaminado por uma pulsão simplista. *Partner da MSC - Manuel Simões de Carvalho E-mail: manuel@manuelsc.pt
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ciência e tecnologia
Ciencia y tecnología
Minsait fomenta digitalização do setor do retalho O setor do retalho, um dos mais afetados pela pandemia, sobretudo na primeira fase do confinamento, incentivou as vendas online e o comércio eletrónico, levando as lojas a acelerar uma digitalização que já fazia parte das suas estratégias futuras. Esta é uma das conclusões do relatório “A Reinvenção do setor do retalho”, publicado pela Minsait, uma empresa da Indra, que resulta de entrevistas com consumidores para analisar como mudaram os hábitos de compra nestes meses, constatando-se uma adesão significativa aos canais online e à digitalização. Uma realidade que levou as empresas do setor a encorajar o investimento em tecnologia para satisfazer as necessidades dos compradores. Atualmente, diz a Minsait, os consumidores confiam nos canais online, embora exijam melhores condições e garantias de devolução; segurança nos pagamentos eletrónicos; excelência em termos de prazos, modalidades e condições de entrega; facilidade de utilização dos sites ou aplicações; bem como uma ligação entre a loja física e o canal online. O mercado mudou e o que há apenas
um ano era uma tendência para o futuro tornou-se agora uma necessidade de negócio. Neste novo contexto, as empresas foram impelidas a disponibilizar novos canais de comunicação tanto analógicos (telefone) como digitais (redes sociais, Whatsapp, click to chat, click to video), bem como novos mecanismos de interação com os clientes para apoiar as vendas realizadas através do comércio eletrónico. As soluções de inteligência artificial, que ajudam a prever a procura dos consumidores, analisar modelos e tipos de consumidores e oferecer ferramentas dinâmicas de preços ou entregas no mais curto espaço de tempo possível, tornaram-se também tecnologias facilitadoras de uma nova relação com os clientes. Tecnologias biométricas, contactless, path tracking, o uso de machine learning para prever e otimizar rotas ou a promoção de uma omnicanalidade homogénea já são recursos necessários para competir e evoluir. De acordo com o relatório da Minsait, sete em cada dez clientes utilizaram ou estariam dispostos a utilizar tecnologias
relacionadas com a visualização e exploração de produtos nas compras online, o que permite prever uma maior intenção de usar tecnologias como a realidade aumentada ou virtual, rastreabilidade e informação sobre a origem através do blockchain na alimentação ou o visual search. Do mesmo modo, a utilização inteligente de dados e a personalização da experiência e produtos foram reforçados como valores-chave, para melhorar a compra. Por exemplo, num contexto de utilização massiva e generalizada de dados, o cliente está mais inclinado a entregar a sua informação pessoal sempre e quando receba em troca um serviço de valor acrescentado por parte da marca. As próprias lojas físicas começam também a evoluir neste sentido, dando lugar a espaços que interagem com o visitante e onde este pode experimentar, observar e desfrutar para ter uma experiência de compra única e diferencial. Além disso, o comprador exige condições de segurança na própria loja; desinfeção e limpeza de áreas comuns e provadores; e um aumento da variedade e quantidade de produtos oferecidos.
SGS Portugal e Faculdade de Ciências apresentam projeto Fight Covid A SGS Portugal, empresa líder mundial em inspeção, verificação, ensaios laboratoriais, formação e certificação, estabeleceu uma nova parceria com a Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa para desenvolver o projeto Fight Covid, que consiste na alocação e disponibilização de unidades laboratoriais móveis para a realização de testes à COVID-19 a particulares, empresas e outras entidades, nas melhores condições de segurança epidemiológicas e clínicas, garantindo credibilidade, conhecimento, inovação e resultados em menos de 24 horas.
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O projeto Fight covid tem a primeira estrutura móvel com posto de colheitas biológicas instalada no exterior do campus da Ciências ULisboa. Neste projeto, a SGS Portugal é responsável pela gestão de recursos, agendamento dos testes e pela implementação operacional do projeto no terreno, enquanto, a Ciências ULisboa assegura toda a componente de testagem, recolha e processamento de amostras, até ao envio dos resultados. Recorde-se que o Centro de Testes da Ciências ULisboa é membro da Rede Portuguesa de Laboratórios para o
Diagnóstico da covid-19, sendo certificado pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge e licenciado pela Entidade Reguladora da Saúde.
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Sistema automatizado e pioneiro Schindler RISE já está operacional O Sistema de Instalação Robótica para Ascensores (RISE, na sigla em inglês) da Schindler, que é o primeiro sistema robótico e automatizado no mundo capaz de realizar trabalhos de instalação no poço de um ascensor, está já em implementação. O sistema (na foto) foi, no último ano, implementado comercialmente em projetos de clientes, incluindo o TrIIIple, em Viena, e a Varso Tower, em Varsóvia, o edifício mais alto da União Europeia. Até ao momento, a instalação de elevadores realizava-se de forma manual. Os técnicos encarregavam-se de aceder à caixa do elevador, determinavam a posição correta das fixações e perfuravam as paredes de alvenaria para posicionar os esquadros. O mesmo processo manual era aplicado para a instalação das portas em cada piso.
Com o Schindler RISE, é agora possível automatizar completamente esta parte do processo de instalação. Assim, a montagem do elevador realiza-se de forma mais rápida e aumentam-se as condições de segurança dos colaboradores. Esta inovação pioneira foi, em 2020, pré-selecionada para o “Swiss Technology Award”, uma das distinções mais importantes no âmbito da inovação na Suíça. “Com os edifícios a tornarem-se cada vez mais altos e a construírem-se mais rapidamente, o Schindler RISE é uma ferramenta eficaz no setor da construção. Com ela é possível tornar as instalações mais rápidas, eficientes e seguras, o que beneficia os nossos técnicos mas
também os nossos clientes”, menciona Thomas Oetterli, CEO do grupo Schindler. O Schindler RISE foi implementado pela primeira vez em 2017, como protótipo, tendo vindo desde então a ser rigorosamente testado em projetos que incluem, por exemplo, o “Circle” no aeroporto de Zurique. Após completar com sucesso a fase de testes, foi recentemente implementado em alguns projetos internacionais.
GoWithFlow ganha prémio de “Melhor Startup de Tecnologias Limpas e da Indústria 4.0” A
GoWithFlow, startup que criou a primeira solução de gestão de mobilidade sustentável, acaba de ganhar o prémio de “Melhor Startup de Tecnologias Limpas e da Indústria 4.0” em 2020 atribuído pela aceleradora de startups BGI, em colaboração com o EIT Digital. O prémio foi entregue no final de novembro, na “Scaleup Portugal Gala”, um evento totalmente online, onde foram reconhecidas as scaleups mais promissoras e um grupo elite de startups nacionais foi premiado em sete categorias – como TIC, saúde, consumidor e web, sustentabilidade – e onde foram igualmente reconhecidas as inovações que mais se destacaram ao longo de 2020.
A GoWithFlow ganhou o prémio de melhor startup portuguesa na categoria clean tech and industry 4.0, pela sua solução de Gestão de Mobilidade Sustentável (SMM), que planeia, gere e maximiza todo o ecossistema de transporte dentro de uma organização - desde determinar a melhor abordagem à electrificação de uma frota, a gestão de um conjunto multimodal de veículos tradicionais, híbridos e elétricos, até otimizar todos os aspetos de gestão de energia da infraestrutura de carregamento de um veículo elétrico. As empresas que implementam a solução SMM da Flow reduzem as emissões de gases de efeito estufa, economizam custos de transporte e criam opções para os seus colabora-
dores, no que respeita à forma como se deslocam de e para o trabalho. “No nosso primeiro ano como uma empresa comercial, os clientes da Flow eliminaram mais de cinco mil toneladas de dióxido de carbono e economizaram uma média de 225 euros por veículo eletrificado”, afirma Jane Hoffer, CEO da Flow. Além deste prémio, a GoWithFlow foi ainda eleita como uma das maiores scaleups portuguesas em 2020, ao integrar o ranking das 25 startups mais promissoras em Portugal, que se destacaram nos últimos anos, por angariar maiores rondas de financiamento, gerar maiores receitas e terem maior impacto através da criação de postos de trabalho. JANEIRO DE 2021
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Vodafone lança Curve, o mais avançado localizador IoT inteligente para particulares A
Vodafone Portugal lança o Curve, o mais avançado localizador IoT inteligente que permite aos seus utilizadores estarem ligados ao que consideram mais importante. Com este lançamento, a Vodafone reforça a oferta pioneira de soluções com tecnologia IoT para o segmento de Clientes particulares, cujo objetivo
é conetar as pessoas ao “mundo das coisas”, tornando o seu dia a dia mais smart, simples e eficiente. Moderno e minimalista, com um design exclusivo Vodafone, o Curve é o primeiro equipamento da nova família de produtos inteligentes Vodafone Smart Tech, que reflete a nova identidade criativa Vodafone em termos de hardware, software e comunicação. Pequeno, leve e multifuncional, o Curve possibilita uma utilização em diferentes situações como, entre outras, saber sempre onde estão os animais de estimação, veículos, porta-chaves, malas de viagem ou mochilas escolares. Permite ainda definir uma morada ou localização como
uma zona segura (ex.: casa, escola, escritório, etc) e receber notificações sempre que se entra ou se sai dessa área. A gestão de todas estas utilizações e funcionalidades faz-se de forma prática e cómoda numa única aplicação – a app Vodafone Smart. Disponível em duas cores – cinza claro e cinza escuro –, entre as características diferenciadoras do Curve destacam-se a duração da bateria até sete dias, o botão de alerta de notificação imediata, ser resistente, à prova d’água (com certificação IP67) e trazer um acessório tipo chaveiro para prendê-lo a praticamente tudo. A par disso, cada equipamento traz consigo um Vodafone Smart SIM integrado, que mantém o equipamento permanentemente conectado à rede móvel da Vodafone. O Curve está disponível para qualquer cliente móvel Vodafone.
Accenture investe 2.500 milhões de euros para acelerar a transição digital e migração de clientes A
Accenture anunciou a criação da Accenture Cloud First, para acelerar a transição digital e a migração de clientes para a cloud. Com um investimento de 2,5 mil milhões de euros para os próximos três anos, a Accenture pretende ajudar os clientes de todos os setores a tornarem-se empresas cloud first. Reconhecida como parceira líder dos principais provedores de cloud a nível mundial, a Accenture apresentou, no final do ano fiscal de 2019, uma receita de, aproximadamente, 11 mil milhões de dólares (nove mil milhões de euros) em serviços de cloud. A sua liderança abrange desde o software as a service – oferta entregue através dos serviços inteligentes de plataformas da empresa –
até à sua migração, infraestrutura e serviços aplicacionais na cloud. A empresa dispõe de mais de 100 mil profissionais especializados, que ajudam os clientes a moldar, construir e desenvolver os seus negócios na cloud e ainda perceber os seus benefícios, velocidade, custo, talento e inovação. Julie Sweet, CEO da Accenture afirma que “a atual situação da covid-19 criou um novo ponto de inflexão, que exige que cada empresa acelere a mudança para a nuvem, como uma base para a sua transformação digital, e que ajude a construir a resiliência, novas experiências e produtos, confiança, velocidade e redução de custos estruturais que a crise económica e social exige”. Segundo a CEO da Accenture, “a criação da Ac-
centure Cloud First, e o investimento substancial associado, demonstram o compromisso da empresa em entregar mais e maior valor aos nossos clientes quando estes mais precisam. A transformação digital está intimamente ligada à cloud em escala, e a liderança pós-covid requer que cada empresa se torne numa empresa first cloud”. A Accenture Cloud First é um novo grupo multisserviço, de 70 mil profissionais de cloud, que reúne todo o poder e amplitude das capacidades de tecnologia e indústria da Accenture, as relações com o ecossistema de parceiros, e o profundo compromisso com a aprendizagem e qualificação dos colaboradores dos clientes e com o negócio responsável.
Textos Actualidad€ actualidade@ccile.org Fotos DR
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Idealdrinks: “queremos sempre produzir o vinho mais conceituado”
Cada metro quadrado de terra das suas onze propriedades da Idealdrinks é pensado e cuidado para produzir o vinho Principal, o mais conceituado. A empresa produz e distribui vinhos da Bairrada, do Dão e Verdes, bem como azeite, exportando 40% da produção. José Dias, CEO da Idealdrinks, identifica as alterações climáticas como o principal desafio que a adega e todo o universo vitivinícola terão que enfrentar.
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Texto Susana Marques smarques@ccile.org Foto DR
a origem da Idealdrinks esteve a paixão de Carlos Dias por Portugal e pelos seus vinhos. Este empresário de Águeda emigrou e fez sucesso em vários setores de atividade, nomeadamente a relojoaria (criou a marca suíça de relógios Roger Dubuis). Em 2010, Carlos Dias, “apaixonado pelo seu país, grande apreciador de vinhos e subtil épicurien, decidiu investir em Portugal numa altura em que a economia nacional necessitava de apoio externo”, conta o sobrinho José Dias, atual CEO da Idealdrinks. A empresa foi adquirindo quintas nas regiões da Bairrada, do Dão e dos
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Vinhos Verdes, indica: “Hoje temos onze propriedades onde produzimos vinhos, azeites e destilados (que ainda não comercializamos). Empregamos perto de 40 colaboradores e produzimos cerca de 800 mil litros/ano das 22 referências de vinhos que temos. Tudo isto foi conquistado em apenas 10 anos, ao longo dos quais temos conseguido manter um negócio bem sustentado, com crescimentos anuais a nível nacional e internacional em todas as categorias, sempre focados em surpreender o nosso consumidor com produtos de excelência ímpares.” Os vinhos respondem pelo maior volume do negócio, possuindo apenas
duas referências de azeite. “Em ambas, procuramos níveis de excelência só possíveis quando se produz menor quantidade”, sustenta o gestor. Também se depararam com as chamadas “dores de crescimento”, que superaram, graças a “uma equipa incrível, com uma determinação muito grande para fazer acontecer, para encontrar soluções criativas para todos os obstáculos.” O CEO admite que “a pandemia afetou o negócio”, mas a recuperação, “já está a acontecer sustentadamente desde julho”. Acresce que “a qualidade da uva está garantida e nas quantidades necessárias para termos as bases para um ano de 2021
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de recuperação”. José Dias considera que “um bom negócio evolui, cresce, aprende e modifica-se” e “só isso será sustentável por vários anos”, pelo que está confiante. “Acredito ainda que vem aí uma nova era para o nosso negócio e para todos os negócios, o que me deixa muito entusiasmado e com vontade de fazer ainda melhor”. As alterações climáticas constituem outro desafio para o setor, assinala José Dias: “Um dos principais ensinamentos que esta pandemia mundial trouxe é a noção de que existem forças que não controlamos e que nos podem impactar independentemente de termos um negócio sólido e sustentado. As empresas terão de ser capazes de se reinventar, de se preparar melhor para o inesperado. Na Idealdrinks, estamos constantemente a preparar-nos para contornar os efeitos das alterações climáticas, para mim o maior desafio de todo o setor agrícola para os próximos anos. O paradigma das vindimas está a mudar, hoje temos calor excessivo, menos chuva…Temos de saber ‘ouvir’ os solos, a matéria-prima, temos de vindimar cada vez mais cedo e já a partir do próximo ano. Será um processo de constante adaptação, paciência e atenção ao detalhe.” A ambição da empresa sempre foi “dar a conhecer, a Portugal e ao mundo, o que de melhor se faz no nosso país”, sublinha José Dias, acrescentando que exibem “a chancela internacional, Proudly Produced in Portugal”. Esta assinatura “é mais do que uma mera chancela de origem”, já que “representa a vontade de afirmar e divulgar uma visão onde paixão e razão comungam deste ideal”, e expressa “com toda a força, o orgulho pelas nossas raízes e origens, pela nossa pátria, pela sua história, cultura e tradição, unidas por uma terra e pela sua alma.” Criada com “forte vocação internacional”, a Idealdrinks acrescentou o negócio da distribuição ao da produção. As exportações representam cerca de 40% do volume de negócios
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A consultoria de Pascal Chatonnet A Idealdrinks conta com a consultoria do reputado enólogo Pascal Chatonnet que “é quase como ter uma ‘universidade de enologia’ em casa”, comenta José Dias, acrescentando que “todos sabem que o Pascal é um profissional reputado internacionalmente, com um talento incrível, considerado um dos melhores enólogos do mundo”. No entanto, “o que não sabem, possivelmente, é que é um ser humano incrível, com uma paixão inigualável e altamente meticuloso e criativo, ao mesmo tempo”. O gestor conclui que “trabalhar com o Pascal tem sido um percurso maravilhoso e de enorme aprendizagem para ambas as partes”. O enólogo já trabalhava com adegas portuguesas desde 1992 (Sogrape Vinhos e Quinta do Portal): “Nestes quase 30 anos, experimentei quase todos os diferentes terroirs , climas, trabalhei com empresas de diferentes perfis, o que me permitiu conhecer bem o potencial das vinhas portuguesas”. Pascal Chatonnet começou a colaborar com a Idealdinks assim que Carlos Dias comprou a primeira quinta, em Colinas de São Lourenço, onde o enólogo já era consultor: “Carlos apresentou-me a sua visão e convidou-me a para ser seu parceiro técnico para fazer crescer o seu ambicioso projeto de construir um grupo dedicado a vinhos premium e ultra-premium com a assinatura proudly made in Portugal . A oportunidade de fazer vinhos com diferentes perfis com este singular e original ADN, usando o potencial
de variados terroirs , em distintas regiões, com a ambição de produzir qualidade, sem qualquer limitação, foi suficiente para me convencer a integrar o projeto.” O enólogo considera que “Portugal é um pequeno país, mas com uma apreciável variedade em clima e em geologia. É fantástico conseguir produzir tantos vinhos distintos graças à diversidade de solos e climas, alicerces elementares do terroir, e trabalhar algumas excitantes castas locais originais, quer de tintos, quer de brancos, como a Touriga Nacional (tinto), que é uma das melhores do mundo”. O especialista recorda que “em 2019, Portugal exportou 298.24 milhões de litros de vinho (cerca de 760 milhões de euros), o que traduz uma queda de 0,2% em volume, face a 2017, mas um aumento de 4,8% em valor, um sinal de que os vinhos exportados foram de melhor qualidade e vendidos a um preço mais elevado”. Pascal Chatonnet advoga que “Portugal deve continuar a sua evolução para vinhos premium e, por isso, abandonar a produção tradicional de vinhos entry-level com muito pouco valor” e acrescenta que “a procura no mercado nacional está a mudar gradualmente com as novas gerações de consumidores, mas é óbvio que exportar para países não tradicionalmente abertos aos vinhos portugueses permitirá, a curto prazo, oferecer vinhos mais modernos e muito mais valorizados, se forem dirigidos esforços promocionais para conquistar esses mercados”.
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e os principais mercados são a China e Hong Kong, Angola, Brasil, Suécia, Bélgica, Luxemburgo, Eslováquia, Suíça, Japão, França e Reino Unido, revela José Dias. “Temos sucursais em alguns destes mercados e uma força comercial sempre atenta às principais tendências de cada um destes mercados e que procura as melhores soluções para divulgação e comercialização dos nossos produtos”. Com esta “curadoria”, os consumidores podem encontrar os produtos da Idealdrinks “nas melhores garrafeiras e restaurantes”. A empresa opta por não estar na grande distribuição, “numa perspetiva de valorização dos produtos”. A diversificação do portfólio continua a ser uma das ambições do projeto, pelo que estarão “atentos a novas oportunidades”, mas não pretendem comprar outra propriedade nesta fase. O critério para alargar a área produtiva foi sempre a qualidade: “Falo de um excelente terroir, combinado com uma localização/exposição privilegiadas, um clima específico, entre muitos outros fatores que equacionamos ao detalhe e com rigor antes de avançarmos para qualquer novo negócio. Só assim conseguimos, de forma sustentada, produzir produtos de excelência, diferenciados e competitivos, que exprimem o melhor dos diversos terroirs nacionais, num encontro harmonioso entre nature48 ACT UALIDAD€
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revista “Wine & Spirits”, o Quinta da Pedra é já muito conhecido, pela sua qualidade e original design da garrafa). José Dias frisa que “a qualidade, a notoriedade e a exclusividade são inerentes a todos os produtos” que comercializam, “desde o solo até ao design das garrafas”. Com “o apoio da mais moderna tecnologia e a preciosa colaboração de uma equipa que reúne alguns dos mais prestigiados especialistas mundiais nas áreas da enologia, destilaria e olivicultura”, a Idealdrinks visa sempre o melhor vinho, observa o CEO: “Todas as nossas vinhas são pensadas e cuidadas para virem a produzir o vinho Principal, o nosso vinho mais conceituado. Quer isto dizer que não temos La inversión de capinem um metro quadrado de vinha tal es menor a los pun- pensada para produzir as gamas intermédias o que, naturalmente, garante tos tradicionales de uma qualidade ímpar nestas gamas venta que generan un também. Honestidade dos produtos, intervenção humana e, por retorno de la inversión mínima fim, excelência no design dos rótuinteresante y medible los e das garrafas são apenas alguns dos nossos cuidados quando pensaa corto plazo mos um vinho de A a Z. Tudo isto permite-nos entregar, todos os anos, vinhos para todo o tipo de consumiza e savoir-faire humano. Sempre dor, desde os connaisseurs aos que com alma e culturas bem portuguesas. provam vinho pela primeira vez, e ter Estamos sempre a melhorar, a tentar perfis de preço também abrangentes, fazer mais a melhor, em cada uma das tudo com o mesmo selo de qualidade regiões e propriedades que detemos.” Idealdrinks.” Talvez por isso, seja o A gama de vinhos Principal têm mere- consumidor, “o maior embaixador”. cido a maior atenção a nível mundial e A essa comunicação, soma-se “a força nacional (“TOP 10 Melhores Vinhos de vendas que trabalha diariamente do Mundo”, pela Revista Spirito di com os melhores parceiros na resVino, “Prémio Excelência 2013 pela tauração, nas garrafeiras e lojas, para, Revista de Vinhos”, atribuídos ao junto dos mesmos e em conjunto Principal Grande Reserva Tinto 2009; com eles, darem a conhecer os nossos “Melhor Vinho Branco 2019”, pelo produtos ao mundo”, refere José Dias, Top 10 Vinhos Portugueses atribuído acrescentando que estão “cada vez ao Principal Grande Reserva Branco mais focados no social media e na 2011, ou o “Prémio Excelência 2019” comunicação direta com o consumida Revista de Vinhos para o Principal dor”. Ao longo dos anos o grupo tem Grande Reserva Tinto 2012), porém, tido “diversas celebridades a partilhaos outros vinhos também têm sido rem nas suas redes e comunidades distinguidos (o Eminência 2013, foi vinhos Idealdrinks”, nomeadamente a eleito um dos 50 melhores vinhos cantora Madonna a beber um vinho portugueses por Joshua Greene, da Dom Bella 2015.
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Prémios ao Valor Social da Fundación Cepsa apoiam cinco projetos em Portugal A
16ª edição dos Prémios ao Valor Social, da Fundación Cepsa, distinguiu este ano cinco projetos de ação solidária, implementados em Portugal. Serão distribuídos mais de 56 mil euros pelas cinco instituições vencedoras, de forma a apoiar os programas que desenvolvem. Um dos projetos dá, também, resposta às necessidades provocadas pela pandemia. É o caso do “Brigada Sénior”, promovido pela Associação Nacional de Apoio ao Desenvolvimento, Investigação e Comunidade (ANADIC), que vai receber 10.500 euros. Tem como principais objetivos: aumentar a autoestima; diminuir o isolamento social e apoiar a família e os cuidadores dos idosos. O atual quadro de pandemia reforçou o problema do isolamento sénior. Através do acompanhamento e também da formação aos cuidadores informais, pretende-se, com este projeto, garantir uma mudança de mentalidade e uma
maior sensibilização para esta realidade, promovendo um envelhecimento mais digno e saudável e prevenindo o isolamento social. “Uma Casa, Muitas Famílias”, da Associação Aprender em Parceria - A PAR; é outros dos premiados e vai receber 12 mil euros. Tem como objetivos: contribuir para o bem-estar e o desenvolvimento das famílias e ajudar famílias na melhoria do seu relacionamento com as crianças; apoiar e dar suporte a famílias em situações de vulnerabilidade; capacitar educadores e outros agentes para melhorar o seu desempenho na ação educativa e social junto desses núcleos familiares. Foi igualmente distinguido o projeto “Semear Emprega”, da associação Inclusão para a deficiência (BIPP); que irá receber 11.591€. Trata-se de um programa de inclusão social que tem como objetivo a melhoria da qualidade de vida de jovens e adultos com deficiência
intelectual, através da sua integração no mercado de trabalho.. O projeto “Mães Brilhantes - Empowerment de Famílias Monoparentais Femininas”, da Fundação Salesianos IPSS, vai receber 10.415 euros. Tem como fim o acompanhamento de mães de famílias monoparentais em situação de vulnerabilidade. Já o “Academia da Mudança”, promovido pela Associação Serve the City Portugal (STC), vai receber 12 mil euros. Trata-se de um projeto que fomenta a inclusão social, a participação e a cidadania ativa de pessoas em diferentes situações de vulnerabilidade social, sobretudo pessoas em situação de sem-abrigo, estimulando-as a novos percursos de aprendizagem. O bem-estar cognitivo é estimulado através da ocupação de tempos livres e da participação em ateliês de conteúdos educativos, técnicos, artesanais, artísticos ou culturais.
BPI e Fundação La Caixa oferecem mil computadores a escolas de todo o país O BPI e a Fundação La Caixa doaram um milhar de equipamentos informáticos completos, incluindo todos os acessórios e licenças de utilização, para apoiar o ensino digital e à distância de jovens e crianças em situação socialmente vulnerável em várias regiões do país, contribuindo para o esforço nacional de universalização da escola digital. A iniciativa envolve parcerias com o Ministério da Educação – que recebeu 450 equipamentos, destinados a um projeto-piloto para introdução de manuais digitais em nove escolas localizadas em várias regiões do país–; com a Câmara Municipal do Porto (150 equipamentos); com a Teach for Portugal (200), uma organização privada sem fins lucrativos com sede
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no Porto, integrada na rede internacional Teach For All; com a EPISEmpresários para a Inclusão Social (150) e com o Banco de Bens Doados da Entrajuda (50). Estes parceiros coordenaram a entrega e distribuição dos equipamentos a escolas e alunos do ensino básico e secundário, situadas sobretudo em zonas desfavorecidas, localizadas em várias regiões do país. Para João Pedro Oliveira e Costa, presidente executivo do BPI, “com esta doação, pretendemos contribuir para que muitos jovens possam continuar a receber a formação adequada e a agarrar as oportunidades para romper o ciclo da desigualdade e da pobreza. A promoção do acesso à educação é um dos pilares dos programas sociais do BPI, que agora são mais necessários que nunca. O BPI
vai continuar a fazer a sua parte”, concluíu o responsável. Os computadores, que foram entregues com todas as licenças e software de segurança e produtividade, monitores com câmara, “ratos”, teclados e wi-fi, foram preparados pelo Banco de Bens Doados da Entrajuda, que também contribuiu com um importante apoio logístico. “A falta de equipamentos apropriados para as aulas à distância afeta diretamente o desempenho dos alunos em situação mais vulnerável. Encontrar formas de reduzir estes impactos para que o acesso à educação seja mais igualitário é um dos maiores compromissos da Fundação La Caixa, declarou, a propósito desta iniciativa, Artur Santos Silva, curador da Fundação La Caixa e presidente honorário do BPI.
Hacer bien
fazer bem
Fórum europeu para as finanças sustentáveis alarga colaboração com UE Q uase dois anos depois do seu lançamento, no início de 2019, e, como resultado do seu compromisso com o processo de transição para a sustentabilidade, as 22 empresas europeias envolvidas no Fórum Corporativo sobre Finanças Sustentáveis (FCFS)– entre as quais se inclui a EDP– estão agora a fazer o balanço do progresso efetivo e do crescimento do mercado financeiro sustentável, que representa mais de 600 mil milhões de dólares em emissões de títulos de sustentabilidade em todo o mundo. Os desafios sanitários e económicos atuais, reforçaram a convicção de que as finanças têm um papel crucial a desempenhar no apoio a projetos que tenham um impacto social e ambiental positivo. Com 90 mil milhões de euros no final de outubro 2020, os membros do Fórum , provenientes de oito países e de cinco setores empresariais, incluindo energia, transportes, imobiliário, reciclagem de
resíduos e de águas residuais, conseguem uma representatividade de quase dois terços das emissões europeias de títulos de sustentabilidade. Enquanto plataforma de discussão e de debate entre os emissores, o Fórum tem como objetivo falar a uma só voz sobre seis compromissos financeiros ambiciosos e sustentáveis: integrar a fundo o conceito de sustentabilidade nas estratégias financeiras das empresas; trabalhar com investidores para promover o desenvolvimento de uma economia mais sustentável através de instrumentos de financiamento inovadores; aumentar a presença corporativa em fóruns internacionais e nacionais, que promovam o desenvolvimento de mercados financeiros sustentáveis; participar ativamente na definição de padrões e de enquadramentos jurídicos de regulação de instrumentos financeiros sustentáveis; estabelecer contacto com as agências de notação financeira no sentido de promover
uma integração mais sólida de critérios ESG na avaliação da sustentabilidade financeira das empresas a longo prazo; potenciar a experiência e promover as melhores práticas na divulgação do impacto das estratégias implementadas. Nos últimos dois anos, o FCFS deu resposta a sete consultas da União Europeia sobre os seguintes temas: EU Taxonomy, EU Green Bond Standard, EU Climate Benchmarks and Benchmarks’ ESG disclosure, EU Renewed Sustainable Finance Strategy e EU Review of the NonFinancial Reporting Directive. Também publicou um documento de posicionamento em relação aos critérios de qualificação para investimentos na rede elétrica. As respostas conjuntas dos membros do Fórum contribuíram para as versões finais dos relatórios resultantes dessas consultas, em particular na secção “despesas válidas” do “Regulamento de Títulos Verdes da UE”.
Santander apoia lares de idosos com a oferta de 580 tablets
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Santander ofereceu um total de 580 tablets a lares de idosos e casas de saúde (de natureza IPSS) de todo o país, para que os seus utentes possam ter um natal um pouco mais
próximo dos seus familiares e amigos. A iniciativa designa-se “Vamos dar que falar” e consiste na entrega de um tablet e de um cartão de dados para comunicações, a cada um dos estabelecimentos selecionados. Desta forma, os idosos poderão efetuar videochamadas e falar com as suas famílias, atenuando a impossibilidade de receber visitas. Os lares escolhidos localizam-se de
norte a sul do país e nas regiões autónomas. Esta ação insere-se no âmbito da política de responsabilidade social do banco liderado por Pedro Castro e Almeida, para dar apoio às pessoas mais vulneráveis afetadas pela pandemia. Ao longo de 2020, o Santander já tinha lançado o programa “Aqui e Agora”, para reforçar o apoio a todos os clientes com idade superior a 65 anos, pouco familiarizados com a adesão e funcionamento dos canais digitais, evitando que se desloquem aos balcões do banco durante este período. janeiro de 2021
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Indra e Junta da Galiza desenvolvem drone pioneiro para proteger ambiente marinho
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Indra e a Junta da Galiza completaram o desenvolvimento da primeira embarcação não tripulada/controlada remotamente no mercado, concebida para monitorizar a qualidade da água e proteger a pesca e a biodiversidade nas zonas costeiras. O sistema foi desenvolvido no âmbito do Programa MAR 2 Solutions da Iniciativa do UAV Civil dirigida pela Agência Galega de Inovação (GAIN). Este inovador drone marinho efetua medições da qualidade da água de forma autónoma e eficiente, tornando-o no melhor guarda costeiro ambiental desen-
volvido até à data. Com um comprimento de 10,5 metros e uma largura de 3,5 metros, tem um alcance de 320 milhas náuticas, e está preparado para ser pilotado remotamente a partir de uma estação terrestre ou para seguir uma rota pré-definida de forma autónoma. A bordo, transporta um sistema robótico com instrumentos para recolher amostras de colunas de água a diferentes profundidades nos pontos geográficos pré-definidos. Em seguida filtra as diferentes camadas e obtém amostras de fitoplâncton e clorofila, tudo isto sem necessidade de envolvimento humano. Todos os dados recolhidos no processo são transmitidos para um sistema de informação que centraliza os dados e os coloca à disposição dos utilizadores para estudo. Também armazena todas as amostras em refrigeração para posterior transferência para o laboratório. O sistema passou uma extensa quantidade
de testes no estuário de Vigo e Pontevedra, nos quais demonstrou as suas capacidades e aperfeiçoou todos os sistemas. A Indra, que neste projeto trabalhou numa joint-venture com a Sixtema e a Adantia, confiou nas empresas galegas Seadrone e Aimen para o desenvolvimento do sistema. A Seadrone concebeu e dirigiu a construção deste navio e desenvolveu o sistema de controlo remoto e a implantação de uma sonda oceanográfica multiparamétrica, enquanto a Aimen concebeu e construíu o sistema robótico para a recolha e armazenamento de amostras de água a diferentes profundidades. Esta embarcação faz parte de uma solução integral de vigilância ambiental das águas, que se completa com o sistema baseado num drone aéreo multi-rotor que a Indra, Sixtema e Adantia desenvolveram em 2020, no âmbito da primeira fase do projeto Mar2, para análise das águas e recolha de amostras em reservatórios.
Millennium bcp entrega 50 mil euros à AMI para reflorestação do pinhal de Leiria O Millennium bcp acaba de entregar 50 mil euros à Assistência Médica Internacional (AMI), um valor que permitirá reabilitar cinco hectares de terreno afetado nos incêndios de 2017 no Pinhal de Leiria e onde serão agora plantadas cinco mil árvores. Este donativo, integrado na política de sustentabilidade do Millennium bcp, resulta da associação à campanha “Vamos todos ser Dinis”, do projeto Ecoética da AMI, através da qual o banco se comprometeu a doar um euro por cada Cliente que aderisse ao extrato bancário digital em detrimento do extrato em papel - sujeito ao montante máximo de 50 mil euros com o objetivo de participar no esforço de reflorestação do pinhal de Leiria. Miguel Maya, CEO do Millennium bcp, afirma: “estamos orgulhosos por esta campanha ter alcançado uma forte
52 act ualidad€
janeiro de 2021
mobilização por parte dos clientes, a qual se materializou no valor que hoje estamos a entregar à AMI. É um sinal do envolvimento e do compromisso dos clientes com a natureza e com a mitigação das alterações climáticas, um propósito que nos entusiasma e congrega em torno de algo que impacta as nossas vidas e o futuro das comunidades que servimos. Esta iniciativa constitui um apoio à recuperação de um importante capital histórico e natural do país, pela importância da sua biodiversidade em termos ecológicos, mas também do seu contributo para o desenvolvimento da economia local e a melhoria da qualidade de vida das populações. A nossa participação na recuperação do pinhal de Leiria constitui mais um testemunho da forma empenhada e pragmática como o Millennium bcp tem vindo a aprofundar
a sua política de sustentabilidade, da qual destaco o compromisso com o desenvolvimento de finanças sustentáveis”. Já Fernando Nobre, presidente da AMI enalteceu o “extraordinário resultado do trabalho conjunto entre as organizações da economia social e do setor empresarial, que através de ações como esta dinamizada pelo Millennium bcp a favor do projeto Ecoética, contribuem para um futuro melhor. Devemos refletir sobre o que podemos fazer e mudar comportamentos e atitudes para alterar o fatídico rumo de um planeta que é nosso. Trata-se do nosso dever enquanto cidadãos e do direito de as gerações futuras usufruírem de um planeta sustentável e pleno! Se reunirmos esforços e desempenharmos o nosso papel na preservação do planeta, não será preciso um plano B”, sublinhou.
Hacer bien
fazer bem
Mercadona investe mais de 140 milhões de euros na estratégia de redução do plástico A
Mercadona, dentro do seu compromisso de “Dizer Sim a Cuidar Mais do Planeta”, planeia investir mais de 140 milhões de euros nos próximos cinco anos para reduzir o plástico através da Estratégia 6.25. A empresa começou a trabalhar nesta estratégia em 2019, envolvendo todos os colaboradores no desafio de Continuar a Cuidar do Planeta, tornando os diferentes processos da cadeia de montagem mais sustentáveis. A Estratégia 6.25, que tem o triplo objetivo até 2025 de reduzir em 25% o plástico, tornar todas as embalagens de plástico recicláveis e reciclar todos os resíduos de plástico, está a ser implementada através de 6 ações que envolvem mudanças em diferentes processos da empresa, desde a definição das embalagens do futuro, à coordenação com os fornecedores, adaptação das lojas, gestão
de resíduos, logística, etc….. A empresa conta com uma equipa de trabalho que coordena todas as áreas de atuação da Estratégia 6.25, composta por trabalhadores de diferentes departamentos da empresa, tais como Lojas e Prescrição Perecíveis, Obras e Expansão, Prescrição Secos e Informática, Logística, Financeiro e Relações Externas. Nos últimos dois meses, a Mercadona adaptou 72 lojas e transformou-as em Lojas 6.25, nas quais já é possível observar avanços na estratégia e cujo objetivo é ouvir a opinião dos “Chefes” (clientes) e trabalhadores relativamente a todas as ações que a empresa está a desenvolver no âmbito da Estratégia 6.25. De facto, nesse período, foram recebidas mais de 1.300 sugestões e opiniões, tanto de clientes como de trabalhadores, que
estão a contribuir para melhorar as diferentes ações que a Mercadona está a implementar. O grupo espanhol está presente em Portugal desde 2019 e conta já com 20 lojas. Foi no passado dia 16 de dezembro que a Mercadona inaugurou o seu último supermercado em Portugal, em plena zona da Campanhã, no Porto, o qual dispõe de uma área de venda de 1.900 metros quadrados.
Corticeira Amorim é a única empresa portuguesa da “50 Sustainability & Climate Leaders” A
Corticeira Amorim, o maior grupo de transformação de cortiça do mundo, é uma das 50 empresas que integra a campanha 50 Sustainability & Climate Leaders. O projeto promovido pelo TBD Media Group, e cujos conteúdos serão distribuídos pelo grupo Bloomberg, reúne, então, um conjunto alargado de organizações que lideram a nível global a luta contra as alterações climáticas. Sustentabilidade, tecnologia e inovação foram outros dos drivers que presidiram à escolha dos participantes no programa “50 Sustainability & Climate Leaders”, que engloba igualmente líderes de negócios de setores como o farmacêutico, petroquímico e serviços financeiros. Na verdade, a Corticeira Amorim é o único representante português na campanha “50 Sustainability & Climate Leaders”, movimentando-se entre gigantes como o francês groupe Rocher, a suiça
Novartis, a sueca Ericsson, o alemão Heidelberg Cement, o italiano Prysmian Group, a japonesa Suntory Holdings Limited, a alemã Wilo Group, a americana John Deere, o suíço Rehau Group, a alemã Mann+Hummel, a norueguesa Statkraft, o alemão SSI Schafer ou a suíça Archroma. Um ranking de empresas relevantes, que “muito orgulha a Corticeira Amorim”, afirma António Rios Amorim. “Um sinal claro de que estamos do lado certo da história: trabalhamos talvez o mais nobre dos produtos oferecidos pela natureza de forma sustentável, respeitando os ciclos normais de crescimento, usando os princípios da economia circular, sem qualquer desperdício de matéria-prima, e contribuindo ao longo de todo o processo para a descarbonização de diversas indústrias. E é tal a nossa crença na cortiça como resposta aos muitos desafios
vindouros nos domínios da sustentabilidade – conclui o presidente e CEO da Corticeira Amorim – que o futuro será certamente promissor”. De resto, os promotores da campanha 50 Sustainability & Climate Leaders sublinham “que a Corticeira Amorim, com a sua abordagem à gestão e fabrico de cortiça comprova a sua liderança sustentável – indo além, otimizando os processos de forma amiga do ambiente e maximizando o impacto positivo de uma indústria já naturalmente sustentável”. Acrescentam “que a empresa desempenha um papel importante na promoção da gestão florestal sustentável, nas políticas de desenvolvimento florestal e na troca de conhecimentos com os produtores. Acabam afirmando “que esta forma de administrar garante que o montado mantenha de forma eficaz a sua sustentabilidade natural”. janeiro de 2021
ac t ua l i da d € 53
Setor automóvel sector automóvil
Por Nuno Ramos nrc.gmv@gmail.com
Maserati Ghibli híbrido O início da eletrificação A Maserati entrou em definitivo na era da eletrificação com o novo Ghibli Híbrido, um passo ambicioso da marca italiana, que terá como etapa seguinte a eletrificação dos novos modelos.
O
Fotos DR
Ghibli Híbrido, que representa o primeiro passo da estratégia de eletrificação de todos os novos modelos Maserati, vai estar disponível nas versões GranSport e GranLusso. A marca italiana revelou ainda que os seus primeiros modelos totalmente elétricos, os novos GranTurismo e GranCabrio, vão chegar em 2021. Pela primeira vez desde que iniciou a sua comercialização em 2013, o Ghibli recebe uma motorização de quatro cilindros em linha. Até agora, só tinha sido equipado com motorizações V6. Trata-se de uma unidade com 2.0 litros de capacidade e turbocompressor, uma nova versão do motor existente na Alfa Romeo, que graças ao sistema 54 ACT UALIDAD€
JANEIRO DE 2021
mild-hybrid de 48 V, adiciona ainda um e-booster (compressor elétrico), que permitiu aumentar mais a potência e binário. A bateria posicionada na traseira do veículo, com benefícios em termos de uma melhor distribuição do peso, alimenta um compressor elétrico que fornece binário adicional de forma a permitir uma resposta mais rápida do turbo. O sistema permite uma potência de 330 cavalos, um binário máximo de 450 Nm, disponível às quatro mil rpm
e conta com uma caixa automática de oito velocidades da ZF, que transmite a potência ao eixo traseiro. Em matéria de prestações, a Maserati revelou que o novo Ghibli Híbrido acelera dos zero aos 100 km/h em 5,7 segundos e alcança uma velocidade máxima de 255 km/h.
sector automóvil Setor automóvel
A maior vantagem desta nova unidade motriz acaba por residir nos consumos e emissões de CO2 avançados, bem mais baixos do que no V6, apesar de ainda não serem os definitivos, pois o processo de homologação ainda não foi finalizado. Assim, o Maserati Ghibli Híbrido anuncia 8,5-9,6 l/100 km e 192-216 g/km, respetivamente menos 2,5 litros e 63 gramas que o V6. No exterior, essa cor azul é aplicada nas três emblemáticas tomadas de ar laterais, nas pinças de travão e no raio da oval que envolve o Tridente, colocada no pilar traseiro. O mesmo tom de azul reaparece no interior do veículo, em particular nas costuras bordadas dos bancos. O novo Ghibli também estreia novos conteúdos estilísticos, nomeadamente a nova grelha frontal, com barras redesenhadas para representar um diapasão, engenho musical que emite um som de enorme pureza, que também evoca o próprio símbolo do Tridente. Foram operadas ainda modificações significativas na traseira do modelo, onde os farolins foram total-
mente redesenhados, com um perfil ao estilo de um bumerangue, inspirado pelo 3200 GT e pelo protótipo Alfieri. O novo modelo da Maserati destaca-se igualmente pela conectividade, estreando o novo programa Maserati Connect, que permite estabelecer uma ligação permanente com o automóvel permitindo a troca de informação para melhorar os serviços oferecidos ao condutor. Para além de atualizar o software, o sistema realiza verificações no veículo e monitoriza os serviços de safety
security em condições de emergência. O sistema multimédia Maserati Intelligent Assistant de última geração, conta com um ecrã HD de alta definição de 10.1 polegadas, enquanto o painel de instrumentos é digital e está dotado de um novo grafismo. Esta nova aposta da Maserati estará disponível muito em breve mas uma vez que desde este ano a tributação fiscal dos automóveis híbridos irá ser alterada, deixando de haver incentivos à compra deste tipo de veículos, o preço final deste modelo irá ser penalizado. PUB
Sponsors Oficiais Câmara de Comércio e Indústria Luso-Espanhola
JANEIRO DE 2021
AC T UA L I DA D € 55
intercâmbio comercial intercambio comercial
Intercambio comercial luso
español en enero-octubre de 2020
S
e acaban publicar las estadísticas oficiales del comercio exterior español referentes al pasado mes de octubre, así como al conjunto de los diez primeros meses de año 2020. Por lo que al comercio hispano portugués se refiere, el dinamismo del comercio bilateral se mantiene pese al difícil escenario económico internacional. En términos acumulados las ventas españolas a Portugal arrojaron una cifra que supera los 24.947,3 millones de euros, frente a los 27.697,3 millones alcanzados en igual periodo del año anterior, lo cual significa una quiebra del -11%, que corresponde a la evolución de las ventas españolas que este año alcanzaron los 16,231,9 millones de euros frente a los 18.267,1 millones registrados en 2019.
Esta evolución ha permitido al mercado español alcanzar un excedente comercial superior a los 7.516,5 millones de euros y una tasa de cobertura de 186%. Por lo que a distribución geográfica se refiere y que se recoge en los cuadros 2 y 3, el mercado portugués consolida su cuarta posición entre los cliente de España, y su peso relativo alcanza el 7,6% sobre el total de la oferta española que totalizó 213.683,1 millones de euros y la sétima posición del ranking, que representa el 3,9% del total de las importaciones españolas, cuya cifra total superó 225.439,0 millones. En la distribución sectorial del comercio hispano portugués (cuadros 4 y 5) la partida 87-Vehiculos automóviles, tractor, mantiene el liderazgo tanto en las ventas como en las compras españolas a su vecino
Portugal, habiendo alcanzado los 1.370,2 millones de euros y los 1.028,3 millones, respectivamente. En la oferta española, cabe destacar las partidas 84-Máquinas y aparatos mecánicos con 1.253,7 millones de euros, la 85-Aparatos y material eléctricos, con 1.173,4 millones, la 39-Mat. plásticas; sus manufacturas, con 902,7 millones, la 27-Combustibles, aceites minerales, con 753 millones, y en la sexta posición, la partida 72-Fundicion, hierro y acero, con 553 millones. Este grupo de seis partidas representa el 37% de las ventas españolas. En el sentido contrario, destacan asimismo la 84-Máquinas y aparatos mecánicos, con 710,1 millones de euros, seguido de la 39-Mat. plásticas; sus manufacturas, con 620,4 millones, la 27-Combusti-
Balanza
1. Balanza comercial España - Portugal en enero-octubre de 2020 VENTAS ESPAÑOLAS 20
COMPRAS ESPAÑOLAS 20
VENTAS COMPRAS Cober 20 % ESPAÑOLAS 19 ESPAÑOLAS 19
Saldo 19
Cober 19 %
ene
1 778 762,75
1 003 845,34
774 917,41
177,19
1 742 735,34
913 960,29
828 775,05
190,68
feb
1 724 629,55
1 005 714,30
718 915,25
171,48
1 706 821,40
873 899,16
832 922,24
195,31
mar
1 581 766,04
906 741,35
675 024,69
174,45
1 812 053,31
984 166,48
827 886,83
184,12
abr
1 055 661,19
571 257,22
484 403,97
184,80
1 810 815,75
906 315,91
904 499,84
199,80
may
1 336 168,90
598 908,11
737 260,79
223,10
1 951 251,80
999 087,41
952 164,39
195,30
jun
1 718 689,32
852 608,01
866 081,31
201,58
1 894 918,30
892 750,62
1 002 167,68
212,26
jul
1 814 995,51
994 977,75
820 017,76
182,42
1 888 569,00
1 057 136,40
831 432,60
178,65
ago
1 489 093,95
758 815,50
730 278,45
196,24
1 572 644,63
694 691,19
877 953,44
226,38
sep
1 825 809,88
1 005 194,80
820 615,08
181,64
1 809 737,87
1 004 127,43
805 610,44
180,23
oct
1 906 349,26
1 017 340,08
889 009,18
187,39
2 077 533,09
1 104 109,06
973 424,03
188,16
nov
1 868 799,77
1 020 269,73
848 530,04
183,17
dic
1 769 405,43
973 285,64
796 119,79
181,80
21 905 285,69
11 423 799,32
10 481 486,37
191,75
Total
16 231 926,35
8 715 402,46
Valores en Miles de Euros. Fuente: A.E.A.T y elaboración propia.
56 ACT UALIDAD€
JANEIRO DE 2021
Saldo 20
7 516 523,89
186,24
Rankings 2.Ranking principales países clientes de España - enero-octubre 2020
bles, aceites minerales, con 460,6 millones, la 72-Fundicion, hierro y acero, con 405,5 millones, y por fin la partida 85-Aparatos y material eléctricos, con compras por valor superior a los 348,7 millones. También en este caso, las seis primeras partidas tienen un peso muy importante en la demanda española, habiendo superado el 41%. En el apartado dedicado a la distribución geográfica por comunidades autónomas, la comunidad catalana encabeza este ranking , con ventas por valor de 3.454,9 millones de euros (21,3% sobre el total de la oferta española), seguido de la comunidad de Madrid, con 2.763,4 millones (17%), y Galicia, con 2.220,3 millones (13,7%). En la demanda española, destaca la comunidad de Madrid, que en este período ha alcanzado los 1.441,5 millones de euros (16,5% de la demanda española). En la segunda posición se encuentra Galicia, con 1.401,6 millones de euros (16%), seguido de Cataluña, con 1.373,9 millones (15,8% de las compras españolas a Portugal).
Las empresas que deseen información más concreta sobre el comercio bilateral deberán ponerse en contacto con la Cámara que con mucho gusto les facilitará los datos: Câmara de Comércio e Indústria Luso-Espanhola Email: ccile@ccile.org
Orden País
Importe
4.Ranking principales productos comprados por España a Portugal - enero-octubre 2020 Orden Sector
Importe
1
001 Francia
34 463 874,02
1
87 VEHÍCULOS AUTOMÓVILES; TRACTOR
2
004 Alemania
24 346 077,07
2
84 MÁQUINAS Y APARATOS MECÁNICOS
710 134,87
3
005 Italia
16 839 351,01
3
39 MAT. PLÁSTICAS; SUS MANUFACTU.
620 351,95
4
010 Portugal
16 231 926,35
4
27 COMBUSTIBLES, ACEITES MINERAL.
460 617,89
5
006 Reino Unido
13 667 653,00
5
72 FUNDICIÓN, HIERRO Y ACERO
405 471,95
6
400 Estados Unidos
9 989 510,96
6
85 APARATOS Y MATERIAL ELÉCTRICOS
348 724,59
7
003 Países Bajos
7 441 512,43
7
94 MUEBLES, SILLAS, LÁMPARAS
319 795,21
48 PAPEL, CARTÓN; SUS MANUFACTURA
311 628,18
8
720 China
6 561 400,97
8 9
9
204 Marruecos
6 055 850,28
10
017 Bélgica
5 919 943,46
11
060 Polonia
4 830 561,00
12
039 Suiza
4 236 064,52
13
052 Turquía
3 336 332,02
14
412 México
2 601 109,31
15
030 Suecia
2 062 583,92
1 028 272,52
73 MANUF. DE FUNDIC., HIER./ACERO
288 836,67
TOTAL
8 715 402,46
Valores en Miles de Euros. Fuente: A.E.A.T y elaboración propia.
5.Ranking principales productos vendidos por España a Portugal - enero-octubre 2020 Orden Sector
Importe
1
87 VEHÍCULOS AUTOMÓVILES; TRACTOR
1 370 165,34
2
84 MÁQUINAS Y APARATOS MECÁNICOS
1 253 739,12
3
85 APARATOS Y MATERIAL ELÉCTRICOS
1 173 415,36
1 823 017,14
4
39 MAT. PLÁSTICAS; SUS MANUFACTU.
902 662,74
1 819 286,29
5
27 COMBUSTIBLES, ACEITES MINERAL.
752 998,04
168 121 173,15
6
72 FUNDICIÓN, HIERRO Y ACERO
553 040,32
213 683 067,12
7
02 CARNE Y DESPOJOS COMESTIBLES
538 340,99
Valores en Miles de Euros. Fuente: A.E.A.T y elaboración propia.
8
03 PESCADOS, CRUSTÁCEOS, MOLUSCOS
443 112,84
9
48 PAPEL, CARTÓN; SUS MANUFACTURA
416 011,61
16
732 Japón
2 060 131,50
17
061 República Checa
1 996 410,97
18
508 Brasil
19
038 Austria
20
952 Avituallamiento terceros SUBTOTAL TOTAL
1 838 576,94
3.Ranking principales países proveedores de España - enero-octubre 2020 Orden País
16 231 926,35
Importe
1
004 Alemania
2
720 China
24 103 250,82
3
001 Francia
23 393 212,26
4
005 Italia
14 310 441,59
5
400 Estados Unidos
11 955 463,97
6
003 Países Bajos
10 244 961,32
6.Evolución del intercambio comercial de España - enero-octubre 2020
27 720 541,13
7
010 Portugal
8 715 402,46
8
006 Reino Unido
7 507 844,92 5 634 148,51
9
017 Bélgica
10
052 Turquía
5 233 437,77
11
204 Marruecos
5 215 463,57
12
060 Polonia
4 498 598,09
13
288 Nigeria
3 394 528,17
14
508 Brasil
3 207 370,57
15
039 Suiza
3 127 974,55
16
061 República Checa
2 879 813,93
17
664 India
2 779 030,70
18
412 México
2 765 451,74
19
959 Países y territorios no determinados.Intraco. 732 Japón
2 588 225,64
20
TOTAL Valores en miles de euros. Fuente: A.E.A.T y elaboración propia
2 436 738,53
7.Ranking principales CC.AA proveedoras/clientes de Portugal - enero-octubre 2020 CC.AA.
VENTAS ESPAÑOLAS 20
COMPRAS ESPAÑOLAS 20
Cataluña
3 454 885,27
Madrid, Comunidad de
Madrid, Comunidad de
2 763 380,10
Galicia
1 441 500,10 1 401 611,58
Galicia
2 220 269,38
Cataluña
1 373 879,95 893 641,07
Andalucía
1 649 296,72
Andalucía
SUBTOTAL
171 711 900,23
Castilla-La Mancha
1 166 514,22
Castilla y León
757 696,87
TOTAL
225 439 019,22
Comunitat Valenciana
1 136 870,89
Comunitat Valenciana
691 542,24
Valores en Miles de Euros. Fuente: A.E.A.T y elaboración propia.
Valores en Miles de Euros. Fuente: A.E.A.T y elaboración propia.
JANEIRO DE 2021
AC T UA L I DA D € 57
oportunidades de negócio
oportunidades de negocio
Empresas Portuguesas
Oportunidades de
negócio à sua espera
BUSCAN
DP201102
Distribuidores de equipos de estética
DP201102
Fabricantes de máquinas zanjadoras
DP201101
Empresas españolas de ferreterías
DP201001
Empresas portuguesas para a venda dos seus serviços/produtos relacionados com a Gestão Documental de fornecedores, empresas contratadas e prestadores de serviços
DP200902
Empresas españolas fabricantes de productos sin gluten (galletas y tortas)
DP200901
Empresas en el sector automovilístico
DP200702
Representantes comerciales y distribuidores en el sector vitivinícola, venta de cápsulas para vino, vino espumoso y aceite
DP200701
Empresas españolas de torrefacción y distribución de café
DP200601
Empresas Espanholas PROCURAM
REFERÊNCIA
Fabricantes portugueses de equipamentos de proteção individual Empresas portuguesas distribuidoras de frutas Empresas de elevadores hidráulicos para piscinas Importadores/distribuidores portugueses de cervejas artesanais Empresas portuguesas que produzem tecidos têxteis para hospitais e farmácias Empresas portuguesas de cebolas e batatas Empresas dedicadas à pesca Farmácias, hospitais e dentistas em Portugal Empresas de roupa de desporto Empresas portuguesas de segurança
DE201102 DE201101 DE201002 DE201001 DE200701 DE200601 DE200504 DE200503 DE200502 DE200501
Legenda: DP-Procura colocada por empresa portuguesa; OP-Oferta portuguesa; DE - Procura colocada por empresa espanhola; OE- Oferta espanhola
Arrendam-se 2 andares na zona nobre de Madrid, um no Bairro de Salamanca e outro próximo do Palácio Real. Interessados contactar: +34 686 658 274 Las oportunidades de negocios indicadas han sido recibidas en la CCILE en los últimos días y las facilitamos a todos nuestros socios gratuitamente. Para ello deberán enviarnos un fax (21 352 63 33) o un e-mail (ccile@ccile.org), solicitando los contactos de la referencia de su interés. La CCILE no se responsabiliza por el contenido de las mismas. As oportunidades de negócio indicadas foram recebidas na CCILE nos últimos dias e são cedidas aos associados gratuitamente. Para tal, os interessados deverão enviar um fax (21 352 63 33) ou e-mail (ccile@ccile.org), solicitando os contactos de cada uma das referências. A CCILE não se responsabiliza pelo conteúdo das mesmas.
58 ACT UALIDAD€
JANEIRO DE 2021
oportunidades de negocio
oportunidades de negócio
JANEIRO DE 2021
AC T UA L I DA D € 59
calendário fiscal calendario fiscal >
Janeiro Prazo Imposto Até
Declaração a enviar/Obrigação
S T Q Q S S D S T Q Q S S D F 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31
Entidades Sujeitas ao cumprimento da obrigação
Observações
11
IVA
Declaração periódica e respectivos anexos, relativa às operações efetuadas em novembro/2020
Contribuintes do regime normal mensal
11
Segurança Social
Envio da declaração de remunerações relativa ao mês de dezembro/2020
Entidades empregadoras
15
IVA
Comunicação dos elementos das faturas emitidas em dezembro/2020
Sujeitos passivos do IVA
20
IRS/IRC/ selo
Pagamento das retenções na fonte de IRS e IRC efetuadas em dezembro/2020
Entidades devedoras dos rendimentos
20
Segurança Social
Pagamento das contribuições e quotizações relativas às remunerações de dezembro/2020
Entidades empregadoras
20
IVA
Envio da declaração recapitulativa mensal relativa às transmissões intracomunitárias de bens e/ou prestações de serviços realizadas em dezembro/2020
Contribuintes do regime normal mensal, ou do regime trimestral quando o total das transmissões intracomunitárias de bens tenha excedido 50.000 € no trimestre em curso ou em qualquer dos quatro trimestres anteriores
20
IVA
Declaração recapitulativa trimestral relativa às transmissões intracomunitárias de bens e/ou prestações de serviços realizadas no 4º trimestre/2020
Contribuintes do regime trimestral
20
IRS/IRC
Comunicação anual aos credores dos rendimentos que lhes foram pagos e das retenções na fonte efetuadas no ano de 2020
Entidades devedoras dos rendimentos
31
IRS/IRC
Envio da declaração mod. 10 relativa aos rendimentos pagos e retenções na fonte efetuadas a residentes, não mencionados nas declarações mensais de remunerações, no ano de 2020
Entidades devedoras dos rendimentos
O prazo foi alargado até ao dia 25 de fevereiro, devido aos efeitos da pandemia de covid-19
31
IRS/IRC
Declaração mod. 30, relativa aos rendimentos pagos ou colocados à disposição de não residentes, em novembro de 2020
Entidades devedoras dos rendimentos
Obtenção de NIF especial para o não residente
31
IRS/IRC
Envio da declaração mod. 25 relativa aos donativos recebidos referente ao ano de 2020
Entidades beneficiárias de donativos previstos no Estatuto dos Benefícios Fiscais
Pode ainda ser enviada até ao final do mês de fevereiro
31
IRS/IRC
Envio da declaração mod. 39, relativa a rendimentos e retenções a taxas liberatórias, referente ao ano de 2020
Entidades devedoras dos rendimentos e retenções na fonte pagos a residentes, sujeitos às taxas liberatórias
Pode ainda ser enviada até ao final do mês de fevereiro
31
IRS/IRC
Comunicação de inventários, com referência a 31 de dezembro de 2020
Entidades obrigadas à respetiva elaboração nos termos da normalização contabilística aplicável
Mantém a estrutura dos ficheiros utilizada na comunicação dos inventários de 2019 efetuada em 2020, devido aos efeitos da pandemia COVID-19
31
IRC
Envio da declaração para opção ou alteração do regime especial de tributação dos grupos de sociedades
Sociedade dominante
Pode ainda ser enviada até 31 de março.
31
IVA
Pedido de restituição do IVA suportado no ano de 2020 noutro Estado-membro da UE
Sujeitos passivos do IVA
Pode ainda ser enviada até 30 de setembro
60 ACT UALIDAD€
JANEIRO DE 2021
O prazo de entrega da declaração foi alargado até ao dia 20 e o pagamento do imposto até ao dia 25, devido aos efeitos da pandemia de covid-19
- Por transmissão eletrónica de dados (faturação eletrónica), através do Portal da AT; - Por envio do ficheiro SAF-T (PT), mensalmente, através do Portal da AT; ou - Por inserção direta no Portal da AT
É aplicável aos sujeitos passivos isentos ao abrigo do artº 53º do CIVA, que tenham efetuado prestações de serviços a sujeitos passivos de outros Estados-membros, quando tais operações sejam aí localizadas
bolsa de trabajo Bolsa de trabalho
Página dedicada à divulgação de Currículos Vitae de gestores e quadros disponíveis para entrarem no mercado de trabalho Código
Sexo
BE200141
F
Data de Nascimento Línguas
Área de Atividade
09/08/1984
CONTABILIDADE, GESTÃO E CONTROLO / TRADUÇÃO ESPANHOL PORTUGUÊS
PORTUGUÊS / ESPANHOL
BE200142
M
PORTUGUÊS/ ESPANHOL/ INGLÊS/ FRANCÊS
CONSULTOR/ GESTOR DE PROJECTOS
BE200143
M
ESPANHOL/ INGLÊS/ FRANCÊS
JORNALISTA / FOTÓGRAFO
BE200144
F
BE200145
M
BE200146
M
BE200147
M
12/03/1984
22/11/1959
ESPANHOL
RECURSOS HUMANOS
PORTUGUÊS/ INGLÊS/ ESPANHOL
DESENVOLVIMENTO DE NEGÓCIOS / ASSESSORIA LOGÍSTICA
PORTUGUÊS/ INGLÊS
GESTOR DE CONTA (RAMO SEGUROS NÃO-VIDA)
ESPANHOL/ INGLÊS
ARTE / GRAFISMO E COMUNICAÇÃO
BE200148
F
17/03/1992
ESPANHOL/ INGLÊS/ PORTUGUÊS
ASSISTENTE ADMINISTRATIVO
BE200149
F
12/04/1995
INGLÊS/ PORTUGUÊS/ ESPANHOL/ FRANCÊS
RELAÇÕES INTERNACIONAIS
BE200150
F
PORTUGUÊS/ ESPANHOL/ INGLÊS
RELAÇÕES INTERNACIONAIS
BE200151
F
ESPANHOL/ FRANCÊS/ INGLÊS/ ITALIANO/ PORTUGUÊS
ADVOCACIA
BE200152
F
19/01/1992
INGLÊS/ PORTUGUÊS
ADVOCACIA
BE200153
F
01/12/1975
ESPANHOL/ INGLÊS/ PORTUGUÊS
ADMINISTRAÇÃO/ LOGÍSTICA/ PRODUÇÃO/ ÁREA COMERCIAL
BE200154
M
18/02/1993
ESPANHOL
ADVOCACIA
BE200155
F
23/10/1980
PORTUGUÊS/ ESPANHOL/ INGLÊS
SECRETÁRIA DE DIREÇÃO / TESOURARIA
Os Currículos Vitae indicados foram recebidos pela CCILE e são cedidos aos associados gratuitamente. Para tal, os interessados deverão enviar um e-mail para rpinto@ccile.org, solicitando os contactos de cada uma das referências. A CCILE não se responsabiliza pelo conteúdo dos mesmos. Los Currículos Vitae indicados han sido recibidos en la CCILE y los facilitamos a nuestros socios gratuitamente. Para ello deberán enviarnos un e-mail para rpinto@ccile.org, solicitando los contactos de cada referencia de su interés. La CCILE no se responsabiliza por el contenido de los mismos.
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novembro de 2014
ac t ua l i da d € 61
espaço de lazer
espacio de ocio
Terroir: petiscos de autor para saborear ao balcão ou à mesa na Baixa lisboeta
A
entrada parece homenagear as cores dos antigos elétricos de Lisboa, como o 15, que passa mesmo à porta do Terroir, na rua dos Fanqueiros. O restaurante localiza-se na Baixa Pombalina, precisamente onde Inês Santos e Erik Ibrahim, os proprietários, queriam abrir o seu primeiro espaço. “Noutras zonas do centro de Lisboa há ótimos restaurantes, mas a Baixa está muito associada a uma oferta de menor qualidade. Achamos que faz todo o sentido disponibilizar uma alternativa de qualidade nesta zona, um espaço agradável para provar cozinha de autor, inspirada na gastronomia portuguesa”, sustenta Erik Ibrahin, recordando-nos que alguns metros ao lado está a entrada para o elevador que liga a Baixa ao Castelo de São Jorge, o que coloca o Terroir no caminho de muitos portugueses e de muitos turistas. Conscientes de que o turismo e a economia acusam o impacto negativo da pandemia, os donos do Terroir acreditam que dias melhores virão. Não deixaram por isso de abrir o restaurante em 62 ACT UALIDAD€
JANEIRO DE 2021
O balcão desenha metade de uma garrafa, sublinhando que, no Terroir, os vinhos e os pratos têm igual protagonismo. O objetivo é combinar as criações do chefe José Lopes, com os vinhos que os fazem sobressair. O espaço abriu em agosto, vocacionado para elevar a qualidade da oferta gastronómica numa das artérias pombalinas da capital. Texto Susana Marques smarquesa@ccile.org Foto DR
agosto do ano passado, materializando um projeto que já estava a ser “cozinhado há mais tempo. Inês Santos e Erik Ibrahim formaram-se na Escola Superior de Hotelaria do Estoril, fizeram um ano de estágio na China e viajaram pelo mundo para provarem distintas gastronomias, em diferentes tipos de restaurantes. Inês estagiou na área de alojamento
e Erik Ibrahim na área de Food & Beverage de um hotel, mas perceberam que não queriam trabalhar em hotelaria, pelo menos para já. Apaixonados pelo universo gastronómico, querem proporcionar aos seus clientes experiências que associem boa comida e boa bebida a um preço acessível. Esse é o conceito que o Terroir sustenta: “Sentimos que para comer bem, não temos que comer sem-
espacio de ocio
pre caro. Apostamos em doses pequenas para favorecer a degustação. A ideia é petiscar ao balcão, degustar um bom vinho ou cocktail e regressar sempre com vontade de ter uma nova experiência.” Erik Ibrahin explica que o restaurante se chama-se Terroir porque procura mostrar na essência o que nos caracteriza, o que temos de melhor, os melhores vinhos, os melhores produtos, a melhor gastronomia: “Queremos servir uma cozinha de autor, com pratos autênticos, tecnicamente elaborados, que respeitam a sazonalidade e que surpreendem. O cliente pode optar por um pairing (harmonização de um prato com um vinho) ou por um menu de degustação, em que também aconselhamos as melhores bebidas para cada momento de degustação.” No espaço sobressai um longo balcão, com vista privilegiada para a confeção dos pratos, que desenha metade da forma de uma garrafa. O elogio ao mundo do vinho não se fica pelo nome, já que podemos encontrar filoxeras (uma instalação de Daniela Rodrigues, que recria o inseto responsável por uma das mais célebres pragas que afetaram as vinhas na Europa no século XIX, mas que também acelerou a evolução do setor) na sala que faz a ligação entre os lavabos e o espaço de refeições. Na zona de mesas, há ainda um espelho com esculturais troncos que lembram as videiras. Os detalhes importam para Inês e Erik, que fizeram questão de ter sempre que possível materiais portugueses na decoração e no serviço, como o mármore do balcão, ou os talheres da marca vimaranense Cutipol. “Tudo contribui para essa experiência de Terroir português que queremos proporcionar”. Do outro lado do balcão brilham o chefe José Lopes e o subchefe Filipe Sbarra, confecionando os pratos, que depois são servidos por Fernando Carrilho e Sónia Amaral. Toda a equipa está disponível para favorecer a pedagogia em torno da harmonização entre a comida e as bebidas: vinhos a copo ou garrafa ou os cocktails exclusivos da casa ou os mais tradicionais. José Lopes formou-se e iniciou a sua
carreira no Algarve, voltando à sua terra Natal (Lisboa) para trabalhar com o chefe Joachim Koerper (Eleven). Integrou também a equipa do chefe Rui Paula (Casa de Chá da Boa Nova) e passou a chefe executivo do restaurante Pão à Mesa, acumulando, mais recentemente, a colaboração com o Clube Lisboeta. No Terroir, seduziu-o a ideia de poder criar momentos de degustações e pairings, “associando a técnica da comida de autor a sabores de sempre, lembrando as nossas tradições”, bem como “a possibilidade de estar próximo dos clientes e de ir percebendo as suas reações aos pratos”. O chefe salienta que de cada vez que se entrega a um novo projeto faz “um reset” e abre-se a “uma nova possibilidade de aprendizagem, que traz novos desafios”. Entre as várias propostas da carta, o cliente poderá desfrutar sempre de pão feito na cozinha do Terroir, com massa mãe; surpreender-se com um corneto de fígado de galinha; constatar a excelência do peixe português através de um espadarte com cenoura e citrinos; perceber que terra e mar também podem acasalar quando provam cachaço de porco com caldo de bivalves, acompanhado de puré de ervilhas e chips de castanhas; experimentar a sinfonia de sabores do bitoque de piano de vaca confitado a baixa temperatura durante pelo menos 24 horas); dar uma nova definição de paladar à “bola de Berlim”, que pode ser
espaço de lazer
de bacalhau ou de carne. Há também pratos vegetarianos porque “o objetivo é ter na carta opções que agradem a todos”, vinca o chefe. Entre as possíveis sobremesas encontra um folhadinho de dióspiro com requeijão ou uma taça de chocolate, miso e funcho. O cliente pode também optar pelos menus de degustação com pairings, de seis ou de nove momentos, e que mudam todos os dias. O Terroir disponibiliza também vouchers de degustação para oferta: o menu de nove momentos, com pairing de seis vinhos a copo custa 49 euros e o voucher família fica por 95 euros (com o mesmo menu, para duas pessoas). José Lopes criou também uma carta para take away, estreada na quadra natalícia, com pratos como o peru recheado com tâmaras e tomilho, batata doce assada e bimis salteados com alho, um “falso arroz de pato” ou o “como se fosse um bacalhau com todos”. Esta carta irá sendo alterada, de acordo com a sazonalidade e está por enquanto disponível apenas para entregas em Lisboa, através da empresa Volup. O projeto Terroir conta com a consultoria do reconhecido sommelier Rodolfo Tristão, e prevê realizar workshops com o escanção a partir de fevereiro de 2021: um de iniciação e outro de harmonização, ambos com um valor individual de 60 euros, ou para duas pessoas por 100 euros. Os valores incluem vinhos e finger food. JANEIRO DE 2021
AC T UA L I DA D € 63
espaço de lazer
espacio de ocio
Agenda cultural Livros
“Mitologia Grega e Romana”
Assinado por Pierre Commelin, um dos grandes tradutores e escritores da sua geração, o clássico “Mitologia Grega e Romana” publicado no final do século XIX, é recuperado para o mercado português pela Esfera dos Livros: “Profusamente ilustrado e considerado um dos grandes textos clássicos nesta matéria, aproxima pela primeira vez o leitor português da história da origem dos tempos, dos deuses do Olimpo, das divindades, do mundo infernal ou dos heróis e das lendas do mundo antigo, com um estilo claro e simples que nos ajudará a perceber e aprofundar os grandes acontecimentos e as personagens da mitologia grega e romana.” Como refere a editora, no comunicado sobre a obra, “a mitologia consiste numa série de mentiras”, que “foram, durante longos séculos, motivo de crenças”. Os mitos “tinham valor de dogma e realidade entre gregos e latinos”. Nesse sentido, “inspiraram os homens, sustentaram instituições respeitáveis e sugeriram aos artistas a ideia de algumas criações, entre as quais se contam grandes o b r a s - p r i m a s ”. Nesta obra são reproduzidos, “respeitando a sua total simplicidade, sem pedantismos nem comentários, incluindo os seus estranhos e maravilhosos detalhes, sem nos preocuparmos com as suas inverosimilhanças nem com as suas contradições”. A editora frisa que “a mitologia faz parte do nosso imaginário coletivo e da nossa cultura”, estando “presente na arte, na literatura ou na música, atravessa os lugares mais profundos da nossa consciência e a experiência do ser humano através de grandes histórias”.
64 act ualidad€
janeiro de 2021
Exposição
“Deslaçar um Tormento” de Louise Bourgeois em Serralves Conhecida sobretudo pela sua aranha gigante, a escultora Louise Bourgeois é autora de uma “vasta e singular obra” que toca “temas indelevelmente associados a vivências e acontecimentos traumáticos da sua infância – a família, a sexualidade, o corpo, a morte e o inconsciente –que a artista tratou e exorcizou através da sua prática artística”. Isso mesmo poderemos constatar através da mostra agora patente no Museu de Arte Contemporânea da Fundação de Serralves, que viaja por sete décadas de produção artística de Louise Bourgeois em “Deslaçar um Tormento”. A artista franco-americana nascida em 1911e falecida em 2010 está representada em 32 obras, entre esculturas, têxteis, desenhos, livros e instalações arquitetónicas, expostas no interior e exterior do museu de Serralves, incluindo a célebre obra “Maman”, uma aranha de aço e bronze, cujas patas chegam aos 10 metros de comprimento e que carrega no abdómen uma “bolsa com 20 ovos em mármore”. A peça é uma “ode à sua mãe”, que Louise Bourgeois considerava a sua melhor amiga e que era tecelã, tal como as aranhas. “Tal como a aranha protege os seus ovos que carrega abdómen, uma mãe tem de proteger os seus filhos”, lê-se na nota de imprensa sobre a mostra. A aranha funcionava como um “autorretrato” da artista, na medida em que usa o seu corpo como ferramenta para construir a sua “casa”, da mesma forma que Louise criava esculturas a partir do seu estado psicológico. “A Destruição do Pai”, de 1974, é outra peça em destaque, numa alusão ao “canibalismo”, um tema reincidente no trabalho da artista plástica. “A cena retrata o resultado de uma fantasia de infância, na qual Bourgeois com a ajuda da mãe e dos irmãos se vinga do seu pai adúltero e tirano, esquartejando-o e devorando-o à mesa ao jantar”, indica a nota de imprensa, explicando que a artista se sentia “muitas vezes traída e abandonada por ele” e expressava a “profunda raiva contra o pai e contra o patriarcado opressor nas suas múltiplas formas” em muitas das suas obras. A diretora do museu norte-americano Glenstone, Emily Wei Rales é a curadora da mostra, organizada pela Fundação Serralves, pelo Museu Glenstone (EUA) e o Glenstone Museum, Potomac, Maryland (EUA), em colaboração com The Easton Foundation, Nova Iorque, e coproduzida com o Voorlinden Museum & Gardens, Wassenaar, Países Baixos. A exposição “Louise Bourgeois — Deslaçar um Tormento” revela vivências e acontecimentos traumáticos da infância da artista, como a sexualidade, o corpo, a morte e o inconsciente, mas apesar de autobiográfica, a obra de Bourgeois é também capaz de “transmitir emoções universais e a vulnerabilidade das nossas vidas quotidianas”, descreve o museu, referindo que sentimentos, como “insucesso”, “receios”, “inveja” ou “opressão”, encontram nas suas obras uma “forma física” Até 20 de junho de 2021, no Museu de Serralves, no Porto
Douro Património Mundial, em fotografia No passado dia 14 de dezembro, celebrou-se o 19.º aniversário da elevação do Alto Douro Vinhateiro a Património Mundial da UNESCO. A data é assinalada através da exposição de fotografia de Rui Pires, patente no Museu do Douro, no Peso da Régua. A mostra retrata o património, as
espacio de ocio
espaço de lazer
paisagens, as pessoas e as principais atividades da região, através de 324 fotografias, entre as quais, 40 fotografias de Rui Pires, impressas sobre tela, que pertencem à colecção do Museu do Douro. O fotógrafo e documentarista Rui Pires começou em 2006 a fotografar o Alto Douro Vinhateiro, com câmaras de grande formato e chapas de diapositivo de cor. No Museu do Douro, na Régua
Teatro
Diogo Infante interpreta Ricardo III Uma das mais reconhecidas obras do dramaturgo inglês William Shakespeare e uma das mais encenadas peças de teatro clássico, “Ricardo III” está em cena no Teatro da Trindade, em Lisboa, até ao final deste mês. A peça foi uma das primeiras obras do dramaturgo quinhentista, e apresenta-nos “um herói que desperta em nós, em simultâneo, fascínio e horror, num texto francamente atual e pleno de vitalidade sobre a ambição e os jogos de poder”, como salienta o comunicado do teatro da Trindade. Com encenação de Marco Medeiros, a peça conta com Diogo Infante no papel de Ricardo III: “Ricardo vai mudar o curso da História. Ele, que não nasceu para ser rei, fixou os olhos na coroa e deseja-a ardentemente, da mesma forma que por trás da sua mente criminosa, há um perverso desejo de ser amado.” Uma história sobre “a maquiavélica ascensão ao poder, repleta de mentiras, manipulação e violência, daquele que é considerado o
mais sangrento e terrível dos vilões”. Na sinopse, o encenador escreve que “a ausência de escrúpulos e o destemido crescimento hierárquico são a combinação perfeita para o declínio da humanidade. Ao recuarmos VI séculos, deparamo-nos com a repetição de padrões humanos, apenas adaptados à evolução dos tempos. O apetite voraz pelo poder e o mau exercício do mesmo, provoca, aos subordinados, uma insatisfação geral, mas inerte. O movimento oponente e crítico atua de forma inativa, distante e contemplativa. O ativista passivo, sendo apenas um espectador crítico, por consequência, torna-se cúmplice do principal adversário, ao permitir que o crime público atue. O mesmo acontece na nossa versão do “Ricardo III”. A manipulação, o crime, a ambição e a inversão de valores, são as armas que o encaminham até ao poder e sem oposição ativa e com o consentimento do público, a sua voz, será a de todos os presentes.” Até 31 de janeiro, no Teatro da Trindade, em Lisboa Textos Susana Marques smarques@ccile.org Fotos DR
O Expressionismo alemão na coleção do barão Thyssen-Bornemisza “Estavamos nos princípios dos anos sessenta quando comprei a minha primeira obra de um expressionista alemão. Era uma aguarela de Emil Nolde (de 1931-1935) que mostrava um par de jovens. Chamou-me imediatamente a atenção a sua audaz gama de cores e a atmosfera particular que dela emanava.” As palavras são de barão Hans Heinrich Thyssen-Bornemisza (1921-2002) sobre uma tela comprada em 1961, iniciando assim a sua coleção de quadros do expressionismo alemão. Este conjunto de obras protagoniza uma exposição temporária que pode ser vista no Museu Thyssen-Bornemisza e que assinala o início das comemorações do centenário do nascimento deste colecionador, um dos mais relevantes do século XX. O barão dá seguimento à coleção de arte da família, já que o seu pai, Heinrich Thyssen, havia reunido uma ex-
traordinária coleção dos mestres de pintura antiga. O filho prossegue, adquirindo obras representativas dos principais movimentos artísticos do século XX, como é o caso do expressionismo. Comissariada por Paloma Alarcó, a mostra articula-se em torno de três conceitos: “o processo criativo das pinturas, o seu sucesso junto do público e da crítica e, por último, a relação do barão com os seus marchands (negociantes em arte) e os projetos expositivos que organizou para difundir a sua coleção no contexto internacional.” Oportunidade para apreciar “as pinceladas expressivas, as cores antinaturais e contrastantes dos expressionistas”, que “atraíram olhar do barão Thyssen”, primeiro para as obras do grupo Die Brücke (a Ponte), de Dresde, e mais tarde para as de todos os que integraram o Der Blaue Reiter (o Cavaleiro azul), ativos em Murnau e Munique. “Todos partilhavam a mesma forma de entender a arte que partia da visão interior do artista e sustituia a imitação da realidade pela invenção de uma realidade nova”, como se lê na nota de imprensa do museu. Até 14 de março de 2021, no Museu Thyssen-Bornemisza, em Madrid janeiro de 2021
ac t ua l i da d € 65
espaço de lazer
espacio de ocio
últimas
últimas
Statements Para pensar
“Sabemos hoje que já se perderam qualquer coisa como 110 mil postos de trabalho. [Se o Governo tivesse adotado as medidas apresentadas pela CIP no início da pandemia, teria sido possível evitar] algumas das falências e salvaguardar alguns desses postos de trabalho” António Saraiva, presidente da CIP, “Observador”, 14/12/20
“O Governo tem que agilizar a resposta e não pode ficar, como tudo indica, à espera dos fundos comunitários . Temos que agilizar algumas soluções e medidas de apoio” Idem, ibidem
“Fomos a quarta economia que mais cresceu no terceiro trimestre [de 2020] (...) A economia volta a crescer e cresce a um ritmo absolutamente extraordinário: 13,2% no terceiro trimestre [de 2020]” Pedro Siza Vieira, ministro da Economia, “O Jornal Económico”, 18/12/20
“Aquilo que puxou muito decisivamente por esse crescimento foram as nossas exportações de bens. As empresas industriais conseguiram atingir uma recuperação da produção, uma colocação de produtos no exterior, de tal maneira que em setembro e outubro voltámos a ter níveis de exportação muito próximos daqueles que se verificaram nos meses homólogos de 2019 (...) No setor automóvel, em outubro, tivemos crescimentos muito significativos, acima do valor de outubro de 2019. No setor das máquinas e equipamentos industriais, crescemos 6% nas exportações de 2020, relativamente a outubro de 2019” Idem, ibidem
“Temos 23% do crédito com moratórias e isso é muito preocupante(...) É a taxa mais elevada da União Europeia, talvez excluindo a Hungria” Luís Magalhães, administrador da KPMG, “DinheiroVivo”, 18/11/20
“Os impostos que se pagam em Portugal, quer nas famílias quer nas empresas, são asfixiantes” 66 ACT UALIDAD€
Idem, ibidem JANEIRO DE 2021