Actualidade Economia Ibérica - nº 287

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Actualidad

Economia ibérica maio 2021 ( mensal ) | N.º 287 | 2,5 € (cont.)

Agroalimentar em busca de inovação e sustentabilidade PÁG. 32

MAPFRE cresce, em contraciclo com o mercado segurador português pág. 14

Cirtec pretende voltar a crescer, com aumento de negócios na Europa e África pág. 20


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Índice

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índice

DR

Nº 287 - maio de 2021

Actualidad

Economia ibérica

Diretora (interina) Belén Rodrigo

Grande Tema 32.

Coordenação de Textos Clementina Fonseca Redação Belén Rodrigo, Clementina Fonseca e Susana Marques

Copy Desk Julia Nieto e Sara Gonçalves Fotografia Sandra Marina Guerreiro Publicidade Rosa Pinto (rpinto@ccile.org)

Agroalimentar em busca de inovação e sustentabilidade

Assinaturas Sara Gonçalves (sara.goncalves@ccile.org) Projeto Gráfico e Direção de Arte Sandra Marina Guerreiro Paginação Sandra Marina Guerreiro Colaboraram neste número José Brandão, Nuno Almeida Ramos, Patrícia de Jesus Monteiro e Pedro Neto Contactos da Redação Av. Marquês de Tomar, 2 – 7º 1050-155 Lisboa Telefone: 213 509 310 • Fax: 213 526 333 E-mail: actualidade@ccile.org Website: www.portugalespanha.org Impressão What Colour is This? Rua Roy Campbell, Lote 5 – 4ºB 1300-504 Lisboa Telefone: 219 267 950 E-mail: info@wcit.pt Website: www.wcit.pt Distribuição VASP – DISTRIBUIDORA DE PUBLICAÇÕES Sede: Media Logistics Park, Quinta do Grajal – Venda Seca 2739-511 Agualva-Cacém Nº de Depósito Legal: 33152/89 Nº de Registo na ERC: 117787 Estatuto Editorial: Disponível em www.portugalespanha.org As opiniões expressas nesta publicação pelos colaboradores, autores e anunciantes não refletem, necessariamente, as opiniões ou princípios do editor ou do diretor. Periodicidade: Mensal Tiragem: 6.000 exemplares _________________________________________ Propriedade e Editor CÂMARA DE COMÉRCIO E INDÚSTRIA LUSO-ESPANHOLA - “Instituição de Utilidade Pública” NIPC: 501092382

Opinião 04.

Últimos avisos do Portugal 2020 e a Estratégia Portugal 2030 - Pedro Neto

06.

Gestão financeira para decisões atempadas e informadas– Tem a informação qualificada para suportar decisões? - José Brandão

40.

Atualidade 22.

AASMVAZ, um percurso de crescimento no setor das soluções logísticas de transporte

24.

El centro logístico extremeño con visión y perspectiva ibérica

26.

Nueva expansión de Abanca tras la compra de Novo Banco en España

27.

Diálogo en Madrid sobre la transición energética en África

Av. Marquês de Tomar, 2 – 7º 1050-155 Lisboa Comissão Executiva Enrique Santos, José Carlos Sítima, Luís Castro e Almeida, Ruth Breitenfeld, Eduardo Serra Jorge, José Gabriel Chimeno, Enrique Hidalgo e Maria Celeste Hagatong

Fragilidades causadas pela pandemia nas famílias e na sociedade - Patrícia de Jesus Monteiro

E mais...

08. Apontamentos de Economia 14. Grande Entrevista 20. Atualidade 28. Marketing 40. Advocacia e Fiscalidade 42. Fazer Bem 44. Setor Imobiliário 48. Ciência e Tecnologia 50. Vinhos & Gourmet 52. Setor Automóvel 54. Intercâmbio Comercial 56. Oportunidades de Negócio 58. Calendário Fiscal 59. Bolsa de Trabalho 60. Espaço de Lazer 66. Statements

Câmara de Comércio e Indústria

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Últimos avisos do Portugal 2020 e a Estratégia Portugal 2030

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s apoios no âmbito do Portugal 2020 estão a terminar, deixando um sentimento generalizado de que as verbas disponíveis ficaram aquém das disponibilidades do quadro comunitário de apoio (QCA), e que muitos dos processos inerentes ao sistema de aprovação e de acompanhamento ainda carecem de melhorias significativas, principalmente por forma a que os projetos empresariais sejam aprovados dentro dos timings que a própria dinâmica económica o exige, ou seja, que não percam a pertinência temporal dos investimentos. Neste seguimento, é previsível que um dos últimos apoios, com o objetivo de promover a inovação do tecido empresarial, será no relativo ao Sistema de Incentivos à Inovação Produtiva. Este programa tem como principais focos a promoção de novos ou significativamente melhorados bens e serviços transacionáveis e internacionalizáveis diferenciados, de qualidade e com um elevado nível de incorporação nacional. Assim, e de acordo com o previsível, este sistema de apoios poderá enquadrar-se para projetos empresariais que pretendam: criar um novo estabelecimento; ou aumentar a capacidade de um estabelecimento já existente; ou diversificar a produção para produtos e/ ou serviços não produzidos anteriormente; ou alterar o processo global de produção de um estabelecimento. É ainda previsível que os projetos no âmbito do pretende aviso, venham a estar em consonância com anteriores concursos, ou seja, terem a duração máxima de 24 meses, com um investimento mínimo de 75 mil euros, e máximo de 25 milhões de euros, onde, as taxas de Financiamento possam variar consoante a dimensão da empresa e o montante de investimento, podendo atingir um apoio de até 75% do

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investimento, dividido da seguinte forma: 50% do apoio através de incentivo não reembolsável e 50% do apoio através de um empréstimo bancário sem juros. Um dos principais fatores críticos para o sucesso de uma candidatura aos fundos comunitários é antecipar e avaliar previamente as possibilidades de investimento das empresas, suportada essencialmente no Diagnóstico Estratégico, onde o apoio de equipas especializadas é de grande importância, e passa, em traços gerais, a partir da recolha de toda a informação relevante sobre a empresa, setor, concorrência e tendências de mercado, com o objetivo de aferir a situação real das organizações num determinado momento. Esta importância do diagnóstico empresarial prévio, para além de ser um dos principais fatores críticos de sucesso na elaboração do projetos de investimento, manter-se-á de igual forma relevante para os projetos a serem enquadrados no novo QCA, ou seja, o Portugal 2030. Será por tal relevante, já nesta fase, ter a perceção do que será a Estratégia Portugal 2030, que estabelece o referencial de planeamento das políticas públicas com base na visão do governo para a próxima década. O desenvolvimento da Estratégia Portugal 2030 assenta essencialmente na continuação do processo de convergência externa, na promoção da recuperação económica, por forma a mitigar os impactos da crise desencadeada pela pandemia, bem como no incremento da resiliência económica, social e territorial face a choques imprevistos e na melhoria dos níveis de coesão interna de modo a garantir um processo de desenvolvimento sustentado e harmonioso em todos os territórios. Assim, a Estratégia Portugal 2030 consubstancia-se em torno de quatro agendas temáticas:

Por Pedro Neto*

• Agenda 1 - As pessoas primeiro, com os objetivos de se promover uma sociedade mais inclusiva e menos desigual, procurando ainda a sustentabilidade demográfica e do envelhecimento; • Agenda 2 - Digitalização, inovação e qualificações como motores do desenvolvimento, através da promoção da sociedade do conhecimento, a inovação empresarial e a qualificação dos recursos humanos e das instituições; • Agenda 3 - Transição climática e sustentabilidade dos recursos, com o enfoque na transição energética, na economia circular, na redução dos riscos e na valorização dos ativos ambientais, agricultura, florestas sustentáveis e sustentabilidade da economia do mar; • Agenda 4 - Um país competitivo externamente e coeso internamente, através de políticas de redução das disparidades no desenvolvimento das várias regiões, em particular das regiões mais desfavorecidas. A Estratégia Portugal 2030 estabelece ainda os princípios orientadores para o próximo período de programação, com especial foco na concentração, simplificação, orientação para resultados, inovação, transparência e prestação de contas, subsidiariedade, segregação das funções de gestão e de prevenção de conflitos de interesse e sinergias entre fontes de financiamento nacionais e comunitárias. Desta forma, as empresas poderão desde já ter presente as principais linhas orientadoras para os futuros programas a que poderão ter acesso, sendo que, e conforme referido anteriormente, o apoio de equipas multidisciplinares e especialistas nos enquadramentos dos investimentos, é essencial ao desenvolvimento dos respetivos projetos.  *Partner Corporate Finance da Moneris E-mail: pedro.neto@moneris.pt


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Por José Brandão*

Gestão financeira para decisões atempadas e informadas– Tem a

informação qualificada para suportar decisões?

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ivemos tempos de elevada demia, e as dinâmicas de atuação incerteza a todos os níveis, no mercado; com enorme impacto • Aproximação dos órgãos de admisocial e económico. Hoje, nistração, gestão e direção às entium empresário, um gesdades, para que a velocidade das tor e qualquer colaborador de uma decisões seja otimizada; empresa vive apreensivo em relação • Revisão dos processos administraao amanhã. tivos e financeiros, incluindo as Os empresários portugueses têm ferramentas e capacidades tecnodado mostras constantes de supelógicas instaladas, para aumentar ração, através de uma elevada capaa capacidade de resposta; cidade de adaptação e resiliência. • Verificação da capacidade de angaOlhando para um contexto de riação de novos capitais, próprios incerteza acentuado por uma pane alheios, não descurando a entrademia cujo fim e impacto contida no capital por entidades externuam imprevisíveis, as empresas, nas; em especial as PME, por natureza • Reavaliação dos orçamentos e do menos robustas financeiramente, plano de tesouraria, orientando necessitam dar especial atenção à para que sejam ferramentas de gestão financeira para garantir a curto prazo em constante atualisua sobrevivência, ou até crescer zação e controlo. em tempos de crise, aproveitando Negócios saudáveis e empresas as oportunidades do mercado. capazes ficam altamente condicioA experiência de uma realidade de nadas pela falta de liquidez, que mais de 600 clientes, distribuídos pode colocar em causa a própria por todos os setores de atividade, continuidade da sociedade; as inimostra que há um conjunto de ini- ciativas elencadas permitem deciciativas que se têm revelado mais efi- sões mais qualificadas e apoiadas cazes para que a tomada de decisão em análises robustas, facilitando ou seja atempada e decorra da melhor permitindo: informação, nomeadamente: • Renegociar com a banca os finan• Análise ao desempenho do setor ciamentos em curso; em que a empresa se insere, com- • Reprogramar os financiamentos parando as estruturas de custos e associados ao PT2020; rendimentos, as respostas à pan- • Reduzir custos operacionais, FSE 6 ACT UALIDAD€

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e/ou RH;

• Encontrar as soluções mais efi-

cazes de factoring e confirming (quer de clientes quer de fornecedores); • Angariar novos capitais, próprios e/ou alheios, em adição aos financiamentos bancários, através de investidores institucionais; • Fusões e aquisições de empresas do mesmo setor; • Soluções mais drásticas, como as medidas PEVE, RERE, PER, ou até processo de insolvência, mas de forma antecipada, com melhores condições para todos os stakeholders. Pela experiência, fica clara a importância das empresas se aproximarem de todos os stakeholders. Uma nota especial diz respeito ao capital humano. Nunca foi tão importante incentivar o compromisso de todos os RH, exigindo responsabilidade individual na resposta à pandemia. Contudo, não menos importante, o compromisso dos RH na prossecução dos objetivos da empresa permitirá que esta faça o seu papel de criação de valor para a recuperação económica do país. Um outro aspeto que se tem verificado como pertinente, prende-se com a forma como as empresas olham o mercado. As dinâmicas de


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concorrência alteraram-se substancialmente: além da seleção natural, isto é, do desaparecimento dos concorrentes menos estruturados, com balanços mais desequilibrados, ou que deixam de cumprir os seus compromissos, gerando óbvias oportunidades, existem também mecanismos cada vez mais colaborativos. Clarificando, um concorrente pode também ser um parceiro, que garante as nossas encomendas em períodos em que a empresa se vê obrigada a parar a produção por insuficiência de pessoal– como acontece caso haja colaboradores infetados, ou que tenham de ficar em quarentena. Esta dinâmica cria oportunidades de parceria que não seriam prováveis até então. Olhar o mercado sob estas perspetivas aumenta a probabilidade de um resultado mais favorável para todos.

O mercado encontra-se em Em suma, além da necessidamudança cada vez mais acelerada, de de maximizar a obtenção de pelo que é fundamental existir rendimentos, uma eficaz Gestão informação qualificada para supor- Financeira tornou-se absolutamentar decisões atempadas. As empre- te decisiva para que as empresas sas podem ainda encontrar for- sobrevivam e tenham sucesso no mas mais colaborativas de estar no período em que vivemos.  mercado, potenciadoras da criação de riqueza e da efetiva retoma e *Diretor financeiro da Yunit Consulting recuperação da economia nacional. E-mail jose.brandao@yunit.pt

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apontamentos de economia apuntes de economÍa

FEI e Millennium bcp apoiam PME prejudicadas pela pandemia com 1.200 milhões de euros O Fundo Europeu de Investimento (FEI), que integra o grupo do Banco Europeu de Investimento, e o Millennium bcp uniram esforços, uma vez mais, no sentido de apoiar a recuperação das pequenas e médias Empresas (PME) portuguesas afetadas pela crise económica causada pela pandemia de covid-19. O FEI e o Millennium bcp assinaram no mês passado dois contratos ao abrigo do Fundo de Garantia Paneuropeu (EGF), no valor de cerca de 1200 milhões de euros. O EGF, que se encontra operacional desde outubro, foi aprovado pelo Conselho Europeu como parte integrante de um pacote de medidas de resposta da União Europeia ao impacto económico causado pela covid-19, com o objetivo de apoiar as empresas afetadas pela pandemia, com grande enfoque nas PME.

Com a intervenção do EGF, o Millennium bcp poderá conceder crédito às PME em condições preferenciais, assegurando que as empresas em Portugal tenham acesso a linhas de crédito suficientes, para mitigar os impactos da crise pandémica e permitir às mesmas manter os respetivos planos de crescimento e desenvolvimento a médio e longo prazo. Assumindo até 70% do risco dos financiamentos concedidos pelo Millennium bcp às PME através do EGF, o FEI vai promover a concessão de financiamento novo. Ricardo Mourinho Felix, vice-presidente do BEI, afirmou que “o grupo do Banco Europeu de Investimento está disponível para apoiar Portugal no combate aos problemas causados pela pandemia. As PME representam em Portugal uma parte substancial do tecido empresarial e da força empre-

gadora. Por esse motivo, em 2020, cerca de três quartos do apoio financeiro do Grupo BEI no país foi destinado às necessidades financeiras das PME, tendo assinado contratos com bancos portugueses no total de 1.690 milhões de euros”. Miguel Maya, CEO do Millennium bcp, salientou que “superado um contexto exigente em 2020, em que o Millennium bcp financiou mais de quatro mil milhões de euros, que abrangeu cerca de 30 mil empresas, o banco reforça agora de forma expressiva as capacidades no apoio ao investimento das empresas, contribuindo assim para que estas se prepararem e se tornem globalmente mais competitivas no processo de transição para uma economia mais resiliente, verde e digital”. Este foi o maior contrato de financiamento firmado entre este banco e o FEI / BEI em Portugal.

Plano de Recuperação e Resiliência já foi apresentado pelo Governo a Bruxelas O projeto do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) apresentado pelo Governo português a Bruxelas assenta em seis grandes pilares: transição ecológica, transformação digital, crescimento inteligente, sustentável e inclusivo, coesão social e territorial, saúde e resiliência económica, social e institucional e, ainda, políticas para a próxima geração, crianças e jovens. Estes seis eixos de intervenção representarão um montante global de quase 16.644 milhões de euros, sendo 13.944 milhões financiados através de subvenções e 2.699 milhões através de empréstimos. Só após a sua aprovação, é que Portugal poderá receber a primeira tranche desta ajuda europeia, que pretende tornar o país e o espaço da União Europeia mais verde, digital e

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resiliente aos desafios pós-pandemia. De acordo com o Governo, o PRR e as medidas de relançamento económico implementadas durante o horizonte do programa “representam cerca de 17 mil milhões de euros”, com o valor de medidas em 2022 “a ascender a 1,7% do PIB”. Relativamente aos meios a disponibilizar às empresas, que algumas associações patronais consideraram insuficientes, o Governo assumiu então a possibilidade de se candidatar a mais 2.300 milhões de euros de empréstimos do Próxima Geração UE (para reforçar a capitalização e inovação das empresas) – e que serão a fundo perdido –, os quais serão pedidos a Bruxelas até 2022 (de forma parcial ou total) se a procura assim o exigir, passando assim

a totalizar os cerca de cinco mil milhões. O PRR, cujos investimentos têm de estar comprometidos até 2023 e executados até 2026, subdivide-se em 37 reformas e 82 investimentos distribuídos por 20 componentes distintas. Para a transição climática estão previstos 3.059 milhões de euros, enquanto para a transição digital deverão ir 2.460 milhões de euros. Para a cultura estão inscritos 243 milhões de euros, parte dos quais destinados à digitalização da cultura. António Costa afirmou que em 2022, com a execução do PRR, será possível a Portugal recuperar o nível do PIB de 2019, notando que a pandemia afetou aquela que era a evolução do crescimento da economia portuguesa até esse ano.


Breves O BPI foi eleito, pelo quinto ano consecutivo, o “Melhor Banco na Gestão de Tesouraria das Empresas em Portugal (“The Best Treasury and Cash Management Provider in Portugal for 2021”) pela revista internacional “Global Finance”. Esta distinção resulta de um processo de seleção baseado na opinião de analistas, executivos e especialistas tecnológicos que selecionaram os melhores Bancos em 75 países e territórios. O desempenho do BPI foi destacado em critérios como a inovação, competitividade, preço e posicionamento. Foi igualmente avaliada a capacidade de diferenciação do BPI face aos concorrentes, em particular na forma como facilitou a prestação de serviços de gestão de tesouraria aos seus clientes durante a pandemia.

Os serviços de gestão de tesouraria e liquidez do BPI permitem que as empresas possam gerir, de uma forma eficiente, os desafios que se colocam no dia a dia, estando na linha da frente no lançamento de serviços diferenciados. O BPI continua ao lado das empresas para apoiar o seu desenvolvimento, com soluções inovadoras e digitais, através de equipas de especialistas focadas na resposta a cada desafio. Além de uma oferta completa de produtos e serviços financeiros, o BPI assegura a proximidade com os seus clientes, através de uma rede alargada, multicanal e totalmente integrada com serviços 24/7, que permite às empresas a gestão do seu negócio à distância, de forma rápida, cómoda e com a máxima segurança.

E-coordina Portugal adquire WETask

A e-coordina Portugal acaba de anunciar a aquisição da WETask, empresa especializada em processos de gestão de documentação de segurança e saúde no trabalho de subcontratados, consolidando-se como líder do mercado português. “Numa altura de incertezas, desafiante para o país e para o mundo, o lho, gestão de contratos e coordenação grupo e-coordina procura mais do que de atividades empresariais, mais pronunca evoluir e adaptar-se, dirigindo priamente no apoio operacional à conos seus esforços no sentido de honrar tratação de entidades externas. Trata-se o compromisso com os seus clientes. de uma das principais áreas de preoPerseguindo esse objetivo, a e-coordina cupação das empresas, sobretudo nos Portugal mantém uma trajetória de evo- setores da indústria e da construção, e, lução na área do outsourcing de gestão simultaneamente, uma das mais transdocumental de empresas”, justifica a versais. e-coordina Portugal, empresa de con- “Esta aquisição vai promover a evolução sultoria de base tecnológica com largos da empresa a um nível geral, pois irá aliar anos de experiência no desenvolvimento os avanços do software da e-coordina de aplicações de software e ferramentas com o know-how da WETask no merweb de gestão no domínio da saúde e cado nacional”, afirma Ana Barreira (na segurança no trabalho e de recursos foto), diretora Comercial da e-coordina humanos. Portugal. A empresa adianta que pasA WeTask é pioneira no serviço que sará a ser “líder no setor da gestão desenvolve e disponibiliza aos clientes documental e coordenação de atividana área da segurança e saúde no traba- des empresariais” em Portugal.

Corredores da Ferrovia 2020 estarão todos em obras este ano Os corredores previstos no plano Ferrovia 2020 estarão todos em obras este ano, de acordo com as estimativas da proposta de Lei das Grandes Opções para 2021-2025, aprovada a 16 de abril. O documento acrescenta que “as intervenções em curso e as obras a iniciar durante o ano de 2021 visam assegurar a interoperabilidade ferroviária”. Estas intervenções pretendem, no que diz respeito ao transporte de mercadorias, “aumentar a capacidade das linhas, através da construção de estações técnicas, de modo a garantir condições que permitam a circulação diária de maior número de comboios” bem como “criar condições para a circulação de comboios de mercadorias de comprimento até 750 metros e reduzir o tempo de trajeto dos comboios de mercadorias”, referem as “Grandes Opções”. O documento destaca para 2021, “o início da exploração ferroviária comercial, com comboios elétricos, na Linha do Minho, entre Nine e Valença, e na Linha da Beira Baixa, no troço entre a Covilhã e a Guarda” bem como várias outras intervenções. “Encontram-se em curso as obras da nova linha que ligará Évora à fronteira com Espanha, materializando o designado Corredor Internacional Sul”, recorda o documento, dando ainda conta de que as “obras de modernização da Linha da Beira Alta no Corredor Internacional Norte continuarão no troço Pampilhosa/Santa Comba Dão e com a consignação das obras nos troços entre Santa Comba Dão e Vilar Formoso”. Estima-se também que “todos os troços da Linha da Beira Alta estejam em obra durante o primeiro semestre de 2021”, encontrando-se, por sua vez, “em desenvolvimento os projetos e os procedimentos de contratação de obras com vista à concretização do projeto de modernização da Linha de Cascais”. Exportações nacionais do setor automóvel caíram 21% devido à pandemia As exportações nacionais da indústria automóvel caíram 21% em 2020 face a período homólogo de 2019, devido à “paragem generalizada da produção no início da pandemia” da covid-19. Entre os construtores automóveis, a quebra foi de 23,4%, enquanto que para os fabricantes de componentes, a descida nas exportações foi de 20%. Esta é uma das conclusões do estudo realizado pela Deloitte para o Compete 2020 e para a Mobinov –

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BPI eleito o “Melhor Banco na Gestão de Tesouraria das Empresas” em 2021


Breves Cluster Automóvel, recentemente divulgado. “As exportações do cluster sofreram um impacto significativo devido à pandemia, uma vez que o mesmo apresenta um cariz essencialmente exportador e que se verificou uma queda da procura nos principais mercados destino. Apesar da contração verificada, as exportações dos fornecedores e acessórios demonstraram uma queda menos acentuada do que a quebra verificada nos principais mercados de exportação, devido ao ganho de competitividade e quota nestes mercados, demonstrando a resiliência do cluster”, de acordo com o relatório. Em termos de emprego, a indústria empregava um total de 90.500 trabalhadores em 2019, valor que recuou quase 4% em 2020, para 87 mil trabalhadores (mais de 79 mil da indústria de componentes e quase oito mil de fabricantes automóveis). “O emprego foi o indicador menos afetado (maior rigidez), em parte justificado pelas medidas de apoio às empresas (lay-off simplificado)”, destaca o documento. A contribuir para este indicador também esteve a “necessidade de garantir o cumprimento dos contratos em vigor e as boas perspetivas de recuperação (ex. Volkswagen T-Roc, com boa performance de procura na Europa), permitiram às empresas do cluster manter a maioria dos pontos de trabalho diretos durante o período da pandemia”. Em termos de valor acrescentado bruto, este recuou 21,3%, para 3.026 milhões de euros (2.618 milhões no setor de componentes e 408 milhões entre os fabricantes automóveis). Mais de 60 projetos-piloto nascem no âmbito do programa Check-In Tourism Innovation O “MatchMaking Check-In”, organizado pelo Entrepreneurship Hub e o Westmont Institute of Tourism & Hospitality da Nova SBE, com o apoio do Turismo de Portugal, juntou, entre 24 e 26 de março, 21 startups nacionais e internacionais com 16 PME, com o objetivo de potenciar sinergias para o desenvolvimento de experiências de turismo mais atuais, mais sustentáveis e mais seguras. Deste encontro, resultaram 62 projetos-piloto, que serão desenvolvidos durante os próximos meses, até serem apresentados no “Demo Day”, a 17 de junho, no campus da Nova SBE. “Nos próximos meses, iremos colaborar com algumas das startups do programa onde iremos desenvolver projetos diversos, desde pilotos para automatizar os nossos processos operacionais melhorando a nossa capacidade de resposta às necessidades dos clientes, passando pela estruturação e monitorização dos consumos dos clientes, promovendo através de tarifas diferenciadas o conceito de turista sustentável, terminando numa gestão mais inteligente dos resíduos produzidos na nossa operação– para nomear alguns dos projetos”, refere Carlos Rodrigues, CEO da Campigir. A digitalização e o contactless, a saúde e higiene e a sustentabilidade são os três pilares do programa.

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Grupo espanhol Chocolates Valor compra Imperial O maior produtor de chocolates a em 2015, por um valor igualmente nível nacional, a Imperial, foi ven- desconhecido. dido pelo fundo Vallis à espanhola Durante os cinco anos em que Chocolates Valor. Com esta aqui- esteve integrada no fundo Vallis, sição, o grupo espanhol reforça a “a Imperial registou um percurso sua posição no setor ibérico do de sucesso, sustentado no recochocolate. nhecimento pelos seus clientes da A Imperial, a maior fabricante de qualidade dos seus produtos, da chocolates do país, foi vendida notoriedade das suas marcas, e pelo fundo Vallis ao grupo espanhol num ambicioso plano de reforço Chocolates Valor. A empresa portu- da sua capacidade industrial, que guesa conta com mais de 90 anos representou um investimento supede história e é detentora de marcas rior a 16 milhões de euros em cinco emblemáticas como Regina, Jubileu, anos”, assegura o fundo. Pantagruel, Pintarolas e Allegro. O Com esta operação, a Chocolates valor da transação não foi revelado. Valor concretiza a sua primeira aqui“O fundo Vallis Sustainable sição internacional e reforça a posiInvestments I informa que acordou ção no setor ibérico do chocolate. com a Chocolates Valor a alienação A combinação das duas empresas de 100% do capital da Imperial“, potenciará o desenvolvimento dos revelou a empresa de capital pri- seus negócios, reforçando e projevado (private equity) num comu- tando as suas marcas e maximizannicado. A Vallis tinha adquirido a do as sinergias de ambas, referem chocolateira Imperial ao grupo RAR as companhias.

Cepsa celebra acordo com a Sonae MC A Cepsa acaba de celebrar um acordo com a Sonae MC para o fornecimento de lubrificantes da gama Cepsa Platinum às lojas Continente. Tratam-se de óleos de motor que “incorporam tecnologia limpa e inovadora, garantindo um elemento diferenciador na oferta aos consumidores”, refere a Cepsa. Esta parceria tem como principal objetivo garantir a excelência na oferta de produtos e serviços aos clientes da Cepsa e do Continente e que se diferenciam no mercado pela aposta contínua em inovação, de forma a responder às exigências mais rigorosas na manutenção de veículos. “A Cepsa tem vindo a estabelecer importantes parcerias e acordos com

hipermercados de elevados padrões de qualidade, sendo a introdução dos Lubrificantes Platinum nas lojas Continente mais um desses exemplos”, refere a empresa de produtos petrolíferos e lubrificantes. Durante o mês de abril, a Cepsa teve uma campanha ativa sobre estes produtos em 29 lojas Continente. Os hipermercados do grupo Sonae MC constituem a maior rede de distribuição em Portugal, com mais de 300 lojas espalhadas por todo o país. Já o grupo Cepsa, assume como principal objetivo continuar a “alargar a sua experiência no setor dos lubrificantes e da manutenção automóvel, dando robustez a um posicionamento baseado na inovação, experiência e integridade”.


Gestores

Pacote para apoio à economia americana cria oportunidades de 483 milhões para exportadores portugueses O novo pacote de estímulos à econo- mente publicado, este pacote histórico mia dos EUA, recentemente aprovado terá um impacto total de mais de 302 pelo Congresso, “criará oportunidades mil milhões de euros nas exportações adicionais de 483 milhões de euros em todo o mundo, incluindo mais de para os exportadores portugueses 81 mil milhões só Europa Ocidental, a até 2022, beneficiando sobretudo zona que terá maiores ganhos potenos setores da energia, serviços, têx- ciais com este contexto. O mesmo til e a indústria química”, estima a estudo adianta que “75% deste impacEuler Hermes, acionista da COSEC – to será sentido ainda em 2021”. Companhia de Seguro de Créditos. A Alemanha é o país mais bem posi“A líder mundial em seguro de créditos cionado para beneficiar deste estímulo, estima ainda que o incentivo de 1,6 seguindo-se Reino Unido, Irlanda e triliões à economia norte-americana França. tenha, durante o mesmo período, um À escala global, os setores mais beneimpacto de 0,1% no PIB português”. ficiados por este investimento norteDe acordo com o estudo “The irony of -americano deverão ser o dos equipaBiden’s super stimulus: USD360bn for mentos domésticos, o dos computadoexporters around the world”, recente- res e telecomunicações e o automóvel.

Índice ECSI: portugueses reforçam a confiança nas seguradoras O setor segurador continua a liderar nos índices de “qualidade aperceo ranking de Índice de Satisfação bida” (8,14 pontos) e de “imagem” do Cliente no segmento financeiro, (8,07 pontos), ambos com valores segundo os resultados do estudo superiores ao registado no período “European Customer Satisfaction homólogo. Para a “qualidade aperIndex (ECSI – Portugal 2020)”. cebida” destaque para as avaliações Num ano marcado pela pandemia, positivas atribuídas ao “atendimento o setor dos seguros apresenta um e capacidade de aconselhamento”, à desempenho positivo na generalida- “qualidade das agências sucursais/ de das variáveis, comparativamente balcões e à qualidade do atendia 2019, uma evolução que revela a mento telefónico”. O estudo foi elacapacidade de resiliência e de adap- borado pela Instituto Português da tação das empresas seguradoras Qualidade, a Associação Portuguesa num contexto atípico. No posicio- para a Qualidade e o Instituto namento nacional da satisfação, o Superior de Estatística e Gestão de setor dos seguros encontra-se na Informação da Universidade Nova segunda posição, com um índice de Lisboa. Os dados foram realizamédio de satisfação de 7,68 pon- dos com base na participação dos tos, e foi ultrapassado apenas pelos clientes das principais empresas combustíveis. seguradoras a operar em Portugal, Os dados do ESCI - Portugal 2020 numa amostra com 2.742 entrevistas revelam que o setor dos seguros realizadas entre os meses de julho a registou as maiores valorizações setembro de 2020.

em Foco

O conselho de administração (CA) do CaixaBank nomeou José Ignacio Goirigolzarri como presidente do grupo financeiro catalão. O novo responsável fez questão de destacar a operação de fusão do Bankia e do CaixaBank, sublinhando ser “um projeto enormemente entusiasmante e muito ambicioso, já que tem como propósito liderar a transformação do setor bancário espanhol e contribuir para o desenvolvimento das empresas e famílias espanholas em todos os momentos, e especialmente na situação atual”. A fusão foi oficializada no Registro Mercantil de Espanha no passado dia 26 de março, tendo poucos dias depois decorrido, em Valência, a primeira reunião do novo CA do Caixabank, tendo sido designado José Ignacio Goirigolzarri como novo presidente. O CA do Caixabank é formado por 15 membros, onde se mantém Fernando Ulrich como administrador externo (cargo que acumula com o de chairman do BPI). O CA também aprovou a nova composição do Comité de Direção proposta no passado dia 18 de fevereiro, que é presidido por Gonzalo Gortázar, como CEO do Caixabank.

Ana Tavares (na foto) foi nomeada global director of Talent Acquisition da PandaDoc, que recentemente expandiu operações para Portugal. Com este novo desafio, a responsável terá como missão fazer crescer as equipas dos seis escritórios espalhados por três continentes. Com 11 anos de experiência na área de talent acquisition, a nova diretora de talento iniciou o seu percurso em consultoria de recrutamento, tendo passado pela Michael Page internacional, Intelac RH e RUPEAL, onde se dedicava a encontrar os melhores talentos tecnológicos para clientes. Ana Tavares é mestre em Psicologia Social e das Organizações pelo Instituto Superior de Psicologia Aplicada. Hugo Paiva (na foto) é o novo diretor de Recursos Humanos da DPD, tendo assumindo funções no passado mês de janeiro. Com mais de 20 anos na área da gestão de recursos humanos e um extenso portefólio de sucessos em variados setores de atividade, o responsável tem como missão fortalecer o ADN da empresa especialista no transporte expresso, através do “desenvolvimento de competências que reforcem o posicionamento da DPD enquanto líder de mercado”, como frisa o grupo. “No atual contexto económico e social, o papel das nossas pessoas é ainda mais determinante. É fundamental continuar a inovar e a encontrar novas formas de atrair os recursos humanos necessários”, afirma Hugo Paiva.

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Breves Glovo abrirá en Madrid un hub tecnológico y contratará a más de 100 ingenieros Glovo, la plataforma de reparto a domicilio, ubicará en Madrid su nuevo hub tecnológico, donde planea contratar a unos 100 ingenieros. La startup española ha cerrado una ronda de financiación de 450 millones de

euros, en una operación liderada por los fondos estadounidenses Lugard Road Capital y Luxor Capital Group y Delivery Hero, quien aportó un total de 229 millones. Glovo cuenta actualmente con dos hubs tecnológicos, uno en Barcelona y otro en Varsovia (Polonia), aunque en el primero de ellos tiene el grueso de sus ingenieros. El hub de Madrid estará situado en las oficinas de Glovo en la capital española, desde donde se desarrollarán proyectos claves para la compañía. La compañía española, que se fundó en 2015 en Barcelona, opera en 850 ciudades de 20 países. En España, Glovo está disponible en más de 280 localidades. Iberia debutará en Maldivas y abrirá 112 destinos este verano El grupo Iberia espera este verano recuperar destinos y programar más capacidad en los países donde las restricciones lo permitan. En el tercer trimestre del año, Iberia y sus filiales Iberia Express y Air Nostrum /Iberia Regional operarán en conjunto 112 destinos desde su hub en el aeropuerto de Madrid-Barajas, 24 de largo radio y 88 de corto y medio radio. En julio, el grupo recuperará varias de sus rutas a las principales ciudades de los Estados Unidos, a 18 de Latinoamérica y parte de sus conexiones al norte de África. En Europa, reactivará muchos de sus enlaces regulares y estivales que incluyen los destinos de sol y playa internacionales que opera el grupo y estrena nueva ruta a Cefalonia. En España, los dos archipiélagos de Canarias y Baleares serán la principal apuesta doméstica. Además, Iberia ha solicitado los permisos para volar a Maldivas en julio y agosto. Javier Sánchez-Prieto, presidente y consejero delegado de Iberia, asegura que “es muy importante intentar salvar esta temporada porque, de lo contrario, habremos perdido dos años y como país no nos lo podemos permitir”.

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Iberdrola y MAPFRE se alían en renovables Iberdrola y Mapfre han creado un vehículo pionero de coinversión en energías renovables en España que contará con 230 megavatios (MW) en proyectos verdes -tanto eólicos como fotovoltaicos- de la cartera de activos de la energética y que prevé la incorporación de otros activos operativos, así como nuevos proyectos de desarrollo de energías renovables de la cartera de la energética, hasta alcanzar los 1.000 MW, tal y como han informado ambas compañías. En concreto, el vehículo estará participado en un 80% por la aseguradora, mientras que Iberdrola mantendrá el 20% y, además, se encargará de la promoción, cons-

trucción y mantenimiento de los parques eólicos. Los 100 MW en activos operativos se ubican en Castilla y León, distribuidos en dos parques eólicos, en Soria y Burgos, mientras que los 130 MW fotovoltaicos se encuentran en fase de desarrollo en Castilla-La Mancha, en la provincia de Guadalajara, y su puesta en marcha está prevista durante el tercer trimestre de 2022.

EDPR vende el 55% de dos eólicas en EEUU por 330 millones de euros

EDP Renovables (EDPR), filial de la portuguesa EDP, ha vendido el 55% de dos parques eólicos con 405 MW situados en EEUU al fondo Greencoat Capital por 330 millones de euros. La operación puede crecer hasta el 80% de las instalaciones y los 500 millones. La transacción se incluye en el plan de rotación de activos de la compañía, que prevé la obtención de 8.000 millones de euros entre 2021 y 2025 con los que obtener una plusvalía de 300 millo-

nes y financiar su expansión en renovables: invertirá unos 19.000 millones para construir 20 GW de energía eólica y solar y doblar su parque actual de energía limpia. Por otra parte, El Corte Inglés se ha aliado con EDP para entrar en el negocio de las soluciones de autoconsumo fotovoltaico para sus clientes a través de la instalación de paneles solares. Así, ambas compañías han sellado una alianza para ofrecer, a través del servicio de decoración integral de El Corte Inglés Decor | Studio, soluciones integrales de autoconsumo energético que permiten un ahorro de hasta el 70% del consumo eléctrico, según han informado ambas compañías.


Repsol pone en marcha su primer supercargador eléctrico en Portugal Repsol ha puesto en funcionamiento su primer punto de recarga ultrarrápida de vehículos eléctricos (PCVE) en Portugal, uno de los primeros de la red de recarga pública gestionada por Mobi.e. Con una potencia de 150 kW, la unidad instalada en la Estación de Servicio de Constituição -la primera en el norte del país- proporciona a los vehículos de mayor potencia unos 250 kilómetros de autonomía en sólo 15 minutos de carga. “Queremos garantizar no sólo la capilaridad, sino también la uniformidad en la experiencia de carga de nuestros clientes de movilidad eléctrica. A nivel ibérico, somos líderes en este

Breves GoTo lanza en Madrid una flota multimodal de 1.200 coches, motos y patinetes compartidos La empresa israelí GoTo de movilidad multimodal compartida aterriza en Madrid, y lo hace con una flota mixta de más de 1.200 vehículos eléctricos, compuesta por 400 patinetes, 450 motos y 300 coches de carsharing, además de otros 140 vehículos (coches y furgonetas) de alquiler por horas y disponibles para viajes de ida y vuelta al mismo punto. De momento, su servicio, que competirá con empresas como Zity, ShareNow, Free2Now, Lime, Voi, Bird, Acciona Movilidad y Cabify, no incluye bicicletas, que sí ofrecen en otras ciudades, pero

tipo de soluciones, con más de 1.000 y fuimos los primeros, en 2019, en poner en funcionamiento los primeros puntos de recarga ultrarrápida. En Portugal, a medida que la flota de vehículos se renueve, invertiremos en la ampliación de nuestra red”, afirma Rui Aires, responsable del negocio de estaciones de servicio.

Mercadona gana un 17% más, bate su récord de ventas y crea 5.000 empleos en el año de la pandemia en el 26,4, medio punto menos que en el año anterior por la ausencia de turistas en zonas del Mediterráneo o Canarias, el confinamiento, las restricciones por el coronavirus y la respuesta de Mercadona aumentó sus ventas el “algunos competidores que lo están pasado año un 5,5 ciento, hasta haciendo mejor que nosotros”. La los 26.932 millones de euros, la compañía también implantó su facturación más alta de su histo- remozado modelo de venta por ria, en un ejercicio marcado por la Internet en Madrid, que se sumó a pandemia del coronavirus. Pese a Valencia y Barcelona, que ya aporello, la cadena creó 5.000 nuevos tan una facturación de 176 milloempleos y obtuvo un beneficio de nes de euros. Además, Mercadona 727 millones de euros, un 17% más, continuó con su expansión internay destinó 1.500 millones de euros a cional en Portugal con diez nuevos inversiones. La cuota de mercado supermercados, donde vendió 186 de la empresa en España se sitúa millones de euros.

no descartan hacerlo más adelante. “Venimos a Madrid para revolucionar la forma en la que los ciudadanos se mueven por la ciudad. Después de nuestra ronda de financiación a finales del pasado año nos fijamos en Madrid y hemos estado trabajando para lanzar aquí el servicio desde entonces”, señaló Marie Linström, country manager de GoTo en España. Ibercaja descarta fusiones y aspira a una rentabilidad del 7% en 2023 Ibercaja descarta de plano emprender un proceso de fusión, a pesar del interés de algunas entidades para que se una a sus proyectos, como la nueva UnicajaLiberbank. La entidad ha presentado un nuevo plan estratégico hasta finales de 2023 con el que pretende seguir en solitario y alcanzar una rentabilidad (ROTE) de un 7%, algo por debajo de las reclamaciones del mercado. Para entonces, si no se produce una nueva prórroga, el banco aragonés tendrá que estar cotizando en bolsa para cumplir con la normativa de antiguas cajas de ahorros y que la Fundación Ibercaja pase del 87 a menos del 50% del capital. El proyecto incluye una promesa de dividendo del 50% de las ganancias (pay--out), que hasta que no salga al mercado, se quedarán las cuatro fundaciones que ahora están presentes en su accionariado. Hay que tener en cuenta que Ibercaja ya ha retrasado en varias ocasiones su cotización por las circunstancias del entorno y el bajo precio que ofrecen los inversores.

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Luis Anula CEO da MAPFRE Portugal

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MAPFRE cresce, em contraciclo com o mercado segurador português À frente da MAPFRE Portugal desde 2017, Luis Anula admite que 2020 foi um ano desafiante para a seguradora, que ainda assim conseguiu crescer, em contraciclo com os resultados do mercado de seguros português. O presidente executivo da MAPFRE destaca o desempenho nos segmentos automóvel, habitação, empresas e vida e sublinha alguns dos eixos estratégicos da seguradora: as parcerias com bancos; o aumento da rede de lojas, quer para servir os clientes, quer para sustentar a formação dos profissionais MAPFRE; a crescente digitalização e a aposta nos produtos específicos para empresas. Texto Susana Marques smarques@ccile.org Fotos DR

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que atribui o crescimento da MAPFRE em Portugal, em 2020?

O crescimento da M A PFR E de 1,7% em 2020, comparado com uma queda no mercado segurador de Portugal de 18,8%, é consequência da estratégia desenvolvida durante os últimos quatro anos na nossa companhia. Nesse período, apostámos no desenvolvimento da nossa rede própria (e já conseguimos estar presentes em Portugal com 106 lojas), no desenvolvimento de grandes acordos com bancos e financeiras (Banco CTT, Bankinter, Banco Santander e RCI Bank – grupo Renault), no desenvolvimento de ramos estratégicos (autos, habitação, empresas e vida), e na necessária transformação digital. Para além disso, em 2020 tivemos que gerir os impactos da pandemia e conseguimos estar sempre operativos para dar resposta a clientes, mediadores e parceiros. A MAPFRE foi a primeira seguradora em Portugal a obter o certificado em gestão da continuidade do negócio pela AENOR – ISO 22301, que é um reconhecimento muito importante, tendo em conta o ano desafiante que tivemos pelos impactos da Covid-19. Quais foram os segmentos em que a seguradora obteve melhor desempenho? Quais são os que mais poderão crescer no futuro próximo?

A MAPFR E conseguiu ter um desempenho superior ao mercado em vários tipos de seguros, em consequência da reformulação dos produtos, que os tornou mais atrativos, da inovação implementada nos cálculos de tarifas e na operativa, que nos tornou mais competitivos, e da gestão de sinistros, em que a MAPFRE continua a dar a melhor resposta. 16 ACT UALIDAD€

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Os ramos em que tivémos o melhor comportamento foram nos seguros automóvel, habitação, empresas e vida. Podemos dizer que nestes ramos somos verdadeiramente especialistas, temos uma proposta de valor de alta qualidade para os nossos clientes e parceiros, a um preço muito competitivo. Continuaremos a crescer com força nestas modalidades de seguro. Na última entrevista à Actualidad€ (em 2017), deu-nos conta da intenção da seguradora de dilatar o peso do segmento de empresas (que representava 43%)… Quanto representa atualmente e quais são as áreas empresariais mais representativas na vossa carteira de clientes empresa?

Atualmente, os seguros de empresas têm um peso de 47%, e continuam a ser uma das áreas estratégicas da companhia. Os mais representativos são, sem dúvida, os de global risks (seguros para empresas com dimensão internacional), onde oferecemos coberturas às empresas portuguesas nos seus projetos internacionais. A experiência internacional da MAPFRE , o nosso trabalho em mais de 100 países, permite-nos oferecer a resposta mais adequada para os diferentes riscos. Também ganham peso na nossa carteira os produtos dirigidos às pequenas e médias empresas. Neste segmento fizemos um importante trabalho nos últimos anos e temos todas as condições para apresentar as melhores soluções, adaptadas a cada tipo de negócio. Queremos estar próximos dos empresários deste país e muito mais agora, quando muitos estão a sofrer as consequências deste confinamento tão prolongado. O que poderá fazer da MAPFRE a melhor escolha para os seguros de uma empresa?

Como acabei de referir, temos uma ampla experiência neste segmento de clientes. Também aqui estamos no mercado com uma proposta de valor diferenciada. Não só temos um portefólio vasto de produtos e serviços que responde a todas as necessidades de proteção das empresas, independentemente da dimensão ou do setor de atividade, como também temos em toda a nossa rede de lojas profissionais especializados na assessoria aos nossos clientes empresa. Destaco também o nosso site de empresas que permite que as empresas nossas clientes façam, de forma simples e ágil, toda a gestão dos seus seguros com a MAPFRE , e um serviço totalmente inovador, grátis e exclusivo: o 360º Empresas. É uma aplicação desenvolvida com uma metodologia que analisa as necessidades de proteção das empresas e propõe recomendações de melhoria para a gestão dos seus riscos. Finalmente, não posso deixar de falar numa importante novidade de 2021, que foi o lançamento do nosso novo seguro Multirriscos Empresas. Um seguro único e inovador, já que é o primeiro do mercado a contar com uma cobertura de impacto social: a responsabilidade ambiental. Como perspetiva a evolução dos negócios da MAPFRE em Portugal daqui para a frente? Quais são as suas expetativas para este ano?

O ano de 2021 teve um início realmente desafiante, com o país confinado desde dia 15 de janeiro e com muitas empresas encerradas ou a trabalhar com sérias condicionantes. A atividade económica caiu e existem vários setores que sofreram fortes impactos. Um bom exemplo é o setor automóvel, que suporta pelo segundo ano consecutivo quedas importantes nas vendas de carros novos. Isto


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também tem, obviamente, consequências no negócio segurador, porque não há carros novos para segurar. Esta crise económica e os seus impactos obrigam-nos a trabalhar mais e melhor, a estar melhor preparados, a inovar de forma urgente, a estar mais próximos dos clientes, a ser mais imaginativos e a colocar todo o entusiasmo no que fazemos para ultrapassar as dificuldades do momento. Temos na MAPFRE uma equipa fantástica e completamente comprometida, que faz um esforço importante diariamente. Com tudo isto, pensamos que em 2021 continuaremos a crescer nos ramos estratégicos que já foram referidos, apostando no desenvolvimento de uma rede de lojas, com profissionais cada dia mais

bem preparados, e nas importantes parcerias com as quais trabalhamos em Portugal. Até que ponto e em que pontos tem sido o negócio da MAPFRE afetado pela pandemia e a quebra de atividade económica registada em Portugal?

Como já referi, a pandemia está a ter vários impactos na atividade seguradora. Para além do ramo automóvel, como consequência da queda nas vendas comentada, e no ramo de empresas, porque muitas estão encerradas ou com atividade muito limitada, o impacto maior está a verificar-se nos produtos de poupança. Os portugueses viram reduzida a sua capacidade para poupar, e as taxas de juro atuais obrigaram-nos a desenvolver alternativas diferentes adequadas

às circunstâncias dos mercados financeiros. Dedicamo-nos a encontrar novas fórmulas que permitam apresentar soluções de poupança e investimento para os nossos clientes. As soluções que a MAPFRE disponibiliza cumprem as regras para garantir interessantes rendimentos e com o mínimo risco no contexto atual. Continuamos a ser a seguradora mais solvente de Portugal e isto é, sem dúvida, a maior garantia para os clientes MAPFRE , que nos confiam a gestão das suas poupanças. Que peso têm atualmente e poderão ter no futuro as parcerias com os bancos nos negócios da seguradora em Portugal?

A MAPFRE trabalha com três importantes bancos em Portugal: MAIO DE 2021

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Banco CTT, Bankinter e Banco Santander. As parcerias com estes bancos estão a ter um contributo importante para ganharmos quota de mercado. No caso do Banco CTT e do Bankinter, estes têm contribuído de forma decisiva desde 2017 para os resultados da MAPFRE em Portugal, e cada ano melhoram as perspetivas. Continuamos a apostar nestes acordos e fazemos um esforço contínuo para garantir o seu crescimento. No caso do Banco Santander, a parceria teve início em 2020, mas os primeiros resultados e os projetos em curso fazem com que as expetativas sejam enormes. Estas parcerias, e outros importantes acordos, tais como o BBVA ou Abanca, fazem com que 14% da nossa carteira esteja concentrada no canal bancário e de acordos. É, por isso, aqui, que já podemos considerar a MAPFRE como uma segura18 ACT UALIDAD€

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dora especialista e um parceiro de garantia. O potencial é grande e acredito que este peso continuará a crescer nos próximos anos. À semelhança de outros setores, o setor dos seguros está em processo de crescente digitalização? Como situa a MAPFRE nesse processo?

A transformação digital é já um dos pilares estratégicos da MAPFRE há vários anos. Temos efetuado importantes investimentos a nível de infraestruturas e vindo a trabalhar de forma a utilizar a digitalização para transformar os nossos processos de negócio, com foco no cliente, e para sermos mais eficientes e prestar um melhor serviço aos nossos parceiros da distribuição e clientes. Também é verdade que no último ano, fruto do contexto pandémico que vivemos, os aspetos relacionados com a inovação conheceram

uma aceleração muito rápida e radical no nosso modo de vida. Os clientes procuram hoje produtos e serviços simples, acessíveis e digitais, que possam ser geridos através do seu smartphone , procurando soluções integradas que agreguem valor. A título exemplificativo, temos atualmente uma aplicação para clientes bastante completa. Lançámos, recentemente, um serviço de vistoria digital para que todos os clientes que façam um seguro automóvel tenham uma excelente experiência com a sua compra, já que comodamente e a partir do seu telemóvel, podem enviar os documentos e as fotografias do seu veículo. Temos os principais seguros de mass marke t disponíveis também para compra online . Mas o cliente é soberano na escolha da forma como quer conhecer e comprar os nossos seguros. Pode realizar todo


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o processo de compra online e, em qualquer momento, escolher ter um acompanhamento de um consultor profissional MAPFRE, que o ajudará em tudo o que necessitar. Procuramos dar todas estas respostas, mas o importante é que contem com a assessoria dos melhores profissionais e tenham uma resposta rápida e eficaz quando o problema acontece. Nestes tempos de incertezas é isto que, na MAPFRE , procuramos oferecer aos nossos clientes. O crescimento do número de lojas físicas continua a ser a Vossa estratégia. Como pretendem que evolua esta abordagem?

Atualmente, temos 106 lojas abertas em Portugal e continuamos a

apostar no desenvolvimento desta rede de especialistas dedicados a 100% à MAPFRE. O nosso objetivo é atingir as 150 lojas, o que nos permitirá ganhar presença nas grandes cidades e também na zona rural. Não é só uma questão de número. Trabalhar com uma rede própria permite-nos implementar com sucesso os nossos programas de formação, e ter os melhores prof issionais a trabalhar de forma coerente com a nossa estratégia. Desta forma, garantimos que o nível de ser viço e a atenção que damos aos clientes M A PFR E é uniforme em qualquer ponto do país. O que poderá ser mais crítico ou desafiante para a MAPFRE Portugal

nos próximos tempos? E para o setor dos seguros, em geral?

Como em qualquer setor, a nossa principal preocupação tem a ver com os impactos da pandemia. Se a situação se mantiver durante muito tempo, e as vacinas não foram ministradas com rapidez, a atividade seguradora, como qualquer outra, terá dificuldades em atingir os níveis de crescimento previstos. Na MAPFRE, trabalhamos com diferentes cenários e, assim, conseguimos estar preparados para qualquer um deles. Estamos devidamente preparados para continuar a dar sempre a melhor resposta. Mas, como é evidente, seguimos com preocupação a evolução da economia como consequência desta crise sanitária.  PUB

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atualidade actualidad

Cirtec pretende voltar a crescer, com aumento de negócios na Europa e África A Cirtec – Comércio Internacional de Representações Técnicas pretende aumentar os negócios com clientes europeus, antecipando uma retoma da atividade industrial durante os próximos meses. Para Miguel Pestana, CEO da Cirtec, há atividades industriais e de mobilidade que deverão recuperar em força este ano, depois da forte crise dos últimos meses, exigindo novos equipamentos para a sua produção. Por outro lado, a empresa está a apostar também em alguns países africanos com a sua atividade complementar de acessórios para a filtração de combustíveis de aviação.

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Texto Clementina Fonseca cfonseca@ccile.org Fotos DR

e 2020 foi um ano difícil para a Cirtec, devido à suspensão de algumas atividades industriais ou da aeronáutica – um dos seus setores importantes –, este ano está a mostrar ainda alguma dificuldade de retoma. Mas Miguel Pestana (na foto, à dir.), CEO da empresa portuguesa, espera que a atividade da Cirtec comece a melhorar, já que muitos setores industriais poderão vir a registar uma forte recuperação, necessitando de adquirir novos equipamentos este ano, depois da forte crise dos últimos meses. Tendo como principais clientes alguns dos maiores fabricantes de produtos petroquímicos da Península Ibérica (Petrogal e Repsol), ou de cimentos (Cimpor, Secil), ou ainda de celulose e papel (Navigator, Altri e Renova), a

Cerca de 80% da atividade da Cirtec está ligada aos equipamentos para a indústria, sendo os restantes 20% dos negócios resultantes de vendas de equipamentos para o tratamento de águas e resíduos e ainda para a aviação Cirtec – Comércio Internacional de Representações Técnicas sofreu uma quebra das suas encomendas no ano

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que passou, devido à crise industrial e de toda a economia em geral a nível europeu e mundial, em especial no primeiro semestre de 2020. Os efeitos sobre a faturação da empresa foram significativos, com uma queda de quase 25% face a 2019, ano em que atingiu um volume de negócios de 1,9 milhões de euros. Miguel Pestana realça ainda que “a faturação média nos últimos dez anos tem sido boa”, facto que permitiu à Cirtec acomodar o abrandamento registado no ano excecional de 2020 e “manter uma forte dinâmica comercial para voltar a crescer com os atuais e potenciais novos clientes”, salienta o mesmo responsável. As áreas de atividade dos seus clientes passam ainda pela indústria de plásticos, farmacêuticas, cerâmicas, agroalimentar, metalomecânica, siderurgia, energia, entre muitas outras. Esta área da indústria pesada repre-


actualidad atualidade

de proteção individual em menos de senta cerca de 80% dos seus negócios aviação, adianta Miguel Pestana. (com a venda de máquinas e equi- “Temos 27 anos de forte implemen- quatro minutos ou do interior de espapamentos como compressores, máqui- tação no mercado e, apesar de haver ços sanitários). A grande maioria dos produtos impornas de enchimento, bombas e sistemas muita concorrência nesta atividade de vácuo, ou torres de arrefecimento), da importação e comercialização de tados pela Cirtec vêm de países como a estando os restantes 20% repartidos equipamentos para a indústria, somos Alemanha, França, Finlândia, Estados em equipamentos para a operação de uma grande empresa especialista em Unidos da América, Holanda ou Itália, tratamento de águas e resíduos e para representações técnicas com centenas de sendo uma pequena parte importada também de Espanha. equipamentos para a aviação (como clientes, enquadra Miguel Pestana. Quanto à manutenção dos equipaPor outro lado, a empresa apostou filtros para combustível). Esta última área foi particularmente também em novos equipamentos desti- mentos que comercializa, esta é tamafetada na Europa, com a restrição dos nados à atividade empresarial e ao públi- bém garantida aos clientes pela Cirtec, voos comerciais, mas a Cirtec continua co em geral, como os chuveiros portáteis mas é realizada através de empresas a realizar muitos negócios em alguns de descontaminação (que eliminam o subcontratadas, caso a caso, em função países PALOP para companhias de vírus SARS-CoV-2 dos equipamentos do tipo de produtos.  PUB

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atualidade actualidad

AASMVAZ, um percurso de crescimento no setor das soluções logísticas de transporte

Primeiro como agente de vendas da Lufthansa e depois como agente transitário, a AASMVAZ tem protagonizado uma trajetória de negócio ascendente, tendo conquistado o estatuto de PME Líder. O CEO António Vaz adianta que o transporte aéreo é o segmento mais representativo para a empresa, mas sustenta que Portugal e o resto da Europa devem apostar na ferrovia para movimentar as mercadorias.

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Texto Susana Marques smarques@ccile.org Fotos DR

uando decidiu abrir a sua própria empresa, António Alberto Sotto Mayor Vaz já contava com três décadas de experiência em logística, uma vez que em 1968 começou a supervisionar a carga da Lufthansa, no Aeroporto de Lisboa. A relação com a transportadora aérea alemã durou 45 anos (34 como funcionário e 11 com agente geral de vendas GSA) e foi “uma verdadeira escola de logística”, frisa o empresário, recordando que a formação era uma aposta contínua da companhia: “Essa ligação fez-me ver, desde o primeiro momento, a importância da logística e a permanente necessidade duma atualização constante, assim como as consequências de uma atitude assente na improvisação e na falta de rigor. Graças à formação recebida, pude tornar-me instrutor, certificado pela IATA, na área das mercadorias perigosas, e formador da APAT, não só nessa área como também na área dos cursos gerais de carga aérea.” A ligação à companhia alemã alicerçou os primeiros anos de atividade da AASMVAZ, a empresa que António Vaz fundou em setembro de 2002 com a sócia Esperança Martins. A AASMVAZ começou a operar como agente geral de vendas para o centro, sul e ilhas de Portugal, da Lufthansa Cargo, AG (Grupo Deutsche Lufthansa, GMBH), atividade que desenvolveu durante 11 anos. A partir de janeiro de 2014, a empresa

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alterou o seu ramo de atividade e tornou-se agente transitário. “A transição de GSA-Agente Geral de Vendas para agente transitário foi um desafio enorme, mas que tem sido levado a bom porto”, assinala António Vaz, acrescentando que “a evolução, desde o primeiro dia, tem sido extremamente positiva”. O CEO fornece alguns dados que substanciam a afirmação: “A AASMVAZ começou com duas pessoas (eu e a minha atual sócia), em Lisboa, no terminal de carga do aeroporto de Lisboa. Atualmente, a equipa é constituída por treze pessoas, dez em Lisboa e três no Porto (aeroporto Francisco Sá Carneiro). A empresa possui, desde 2018 e até ao presente, o estatuto de PME Líder. Somos um agente acreditado pela IATA-International Air Transport Assotiation e pela ANAC-Autoridade

Nacional da Aviação Civil; paralelamente, integramos várias associações e câmaras de comércio, nomeadamente a Câmara de Comércio e Indústria Luso-Espanhola, assim como a WCA-World Cargo Association, ALG-Aerospace Logistic Group, Life Logistic, IPATA-International Air Transport Associations; somos membros da ACEGE-Associação Cristã de Empresários e Gestores. Por fim, penso que devo salientar que, desde há quatro anos a esta parte, somos certificados pela SGS com a norma ISO 9001.” Sem querer precisar o valor da faturação, António Vaz adianta que “o crescimento tem sido contínuo” e que “a empresa tem gerado lucros todos os anos”. O gestor recorda ainda que “para se ser candidato a PME Líder tem que se ter um mínimo de


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oito funcionários e uma faturação superior a 1.250.000 euros” e que “a AASMVAZ obedece sem qualquer problema a esses parâmetros”. A atual pandemia forçou o setor logístico a adaptar-se, conta: “Perto de 90% do transporte aéreo de mercadorias fazia-se nos aviões de passageiros. Com a quebra abrupta das viagens de passageiros, muitos aviões passaram a transportar apenas carga. Por outro lado, o consumo mundial também baixou, pelo que a carga transportada também é menor.” Ainda assim, a pandemia não tem afetado significativamente o negócio da AASMVAZ, observa o empresário: “Nunca me passou pela cabeça que viesse a acontecer uma pandemia como a atual, com as proporções a nível nacional e internacional que tem tido. Porém, dada a natureza da nossa atividade, não nos tem afetado de sobremaneira. Para isso, tivemos que nos ajustar e criar soluções logísticas que pudessem substituir os modos mais convencionais – nomeadamente, arranjar uma substituição ao transporte aéreo. Esse ajuste só foi possível porque temos uma equipa muito bem formada, motivada e preparada para qualquer tipo de problemas que nos surjam.” O gestor recorda que a AASMVAZ tem sido capaz de superar os obstáculos que têm surgido no seu percurso: “Ainda que sem comparação, já passámos por situações bastante complicadas, como por exemplo a crise financeira de 2008, a bancarrota de Portugal em 2011, a erupção do vulcão na Islândia, que afetou a aviação mundial, principalmente a europeia, duma forma bastante grave, etc. Apesar de todas estas crises, a AASMVAZ conseguiu sempre não só assegurar os postos de trabalhos dos seus funcionários, como ainda aumentar o grupo.” A competência e o sucesso da empresa assentam na qualidade da equipa, sublinha António Vaz: “É muito difícil estabelecer comparações com a

nossa concorrência, contudo, nós pautamo-nos por ter uma equipa bastante bem formada, flexível, polivalente, atualizada e motivada. Trabalhamos num conceito de 7/24, o que nos permite dar resposta a qualquer solicitação, independentemente da hora ou dia em que nos contactam.” A AASMVAZ trabalha sobretudo com os mercados da Europa, América do Norte, Ásia e com o mercado doméstico, com frota própria e subcontratada, no caso do transporte

António Vaz considera que linhas férreas “bem apetrechadas e organizadas de e para o interior do país seriam uma grande mais valia, sobretudo se essas ligações pudessem estar ligadas às fronteiras” terrestre, e totalmente subcontratada para o aéreo e marítimo. António Vaz informa que, na faturação, “a fatia mais larga deve-se ao transporte de carga em avião” ainda que “o barco e

o camião sejam também expressivos”. Já o comboio, “neste momento não tem qualquer significado”. Apesar de a ferrovia ser pouco usada pela empresa, António Vaz gostaria que Portugal apostasse no desenvolvimento das linhas férreas: “Ligações ferroviárias desenvolvidas, bem apetrechadas e organizadas de e para o interior do país seriam sem dúvida uma grande mais valia, sobretudo se essas ligações pudessem estar ligadas às fronteiras. Neste momento, não me parece que haja uma necessidade premente da alta velocidade para transporte de mercadorias. Os meios que já existem (Alfa e Intercidades) se estiverem bem organizados e com linhas devidamente atualizadas e eficazes, penso que podem responder às necessidades.” O empresário sustenta que “o comboio constitui uma boa solução para o transporte de mercadorias na Europa, nbem como entre a Europa e a Ásia, até por razões de ordem ambiental. A ferrovia deveria ser uma aposta, assim haja vontade política.” Em Portugal, o CEO da AASMVAZ aguarda as prometidas inovações, quer no domínio da ferrovia, quer do transporte aéreo: “Fala-se na modernização das linhas férreas e dos portos marítimos. Se vierem a acontecer, será muito bom. Quanto ao novo Aeroporto de Lisboa, se continuarmos a insistir na solução Montijo, penso que só servirá para gastar dinheiro mal gasto e continuarmos com os mesmos problemas que temos tido.” O empresário considera necessário um novo aeroporto, em Alcochete, por exemplo. “Como eu já estou à espera do novo aeroporto desde 1969, talvez os meus bisnetos o possam vir a utilizar”, graceja. No prato das despesas da AASMVAZ pesa sobretudo a carga fiscal, que António Vaz considera “bastante elevada”. Na estrutura de custos, o gestor destaca também “as rendas dos escritórios nos aeroportos nacionais e, por fim, o preço altíssimo dos combustíveis, assim como as despesas com portagens e scuts”.  MAIO DE 2021

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El centro logístico extremeño con visión y perspectiva ibérica

La Plataforma Logística del Suroeste Europeo pretende contribuir al desarrollo económico para el suroeste peninsular. Su presidente, Miguel Bernal, cuenta los últimos avances en las obras y analiza el alcance que puede tener esta nueva e importante infraestructura para España y Portugal.

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Texto Belén Rodrigo brodrigo@ccile.org Fotos DR

a idea de la Plataforma Logística del Suroeste Europeo (PLSWE) se remonta a 2004 cuando se propuso su creación para crear una infraestructura que permitiese potenciar la economía de la región. Después de una década de escasos avances, en 2015 se colocó la primera piedra, aunque después llegarían más problemas que paralizaron las obras. Con más retrasos de lo planeado, desde 2019 el terreno cuenta con suelo logístico industrial, de altas prestaciones, con disponibilidad inmediata para el desarrollo de proyectos empresariales interesados en implantarse en Extremadura. “La primera etapa de PLSWE se encuentra completamente urbanizada y disponible para acoger la implantación

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de empresas. Desde el año 2019 se encuentra ejerciendo actividad la primera industria implantada, Ardo-Monliz”, comienza por explica Miguel Bernal (en la foto en la pág. 25), director general de Extremadura Avante y presidente de la PLSWE. En este momento se está finalizando la tramitación administrativa para iniciar la urbanización de la segunda y tercera etapas, con lo que se llegará a la superficie total ordenada por el Proyecto de Interés Regional de 132 hectáreas. “Durante el año 2022 estará disponible la totalidad del suelo logístico”, añade. La puesta en actividad de la PLSWE, así como del resto de servicios empresariales asociados que se desarrollarán en esta infraestruc-

tura, “supone la puesta en valor de un nodo intermodal dentro del corredor atlántico”, resalta Miguel Bernal. Asimismo, cree importante que no se analice la PLSWE como una actuación urbanística aislada “sino que se pretende llevar a cabo una gestión coordinada entre los tres principales desarrollos industriales y logísticos que actualmente tiene la región (PLSWE, Expaciomérida, y Expacionavalmoral), de manera que se complementen en un consorcio de servicios y bajo una gestión común”. También relevante es “la presencia más que probable de los puertos que consideran a Extremadura dentro de su hinterland, tanto en España como Portugal. Por tanto, PLSWE es un elemento de gran potencial en la


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cadena de suministro del suroeste ibérico”. En el caso concreto de Extremadura, supone contar con una infraestructura logística e industrial de importante magnitud, con capacidad de captar proyectos empresariales de escala internacional. Colaboración portuguesa Desde el primer momento la plata- el suroeste peninsular. Esto tiene forma ha colaborado con entidades como consecuencia la colaboración y empresas portuguesas. “La pro- con el Gobierno portugués, emprepia Estrategia Logística Regional se sas públicas y privadas, cámaras ha alimentado, y ha contado en municipales, operadores logísticos, todo momento con una visión y puertos, etc…”, matiza. Sobre el modelo de negocio que perspectiva hispano-lusa. Uno de nuestros puntos diferenciadores es se va a llevar a cabo en la PLSWE, el factor transfronterizo”, indica se está trabajando en la planificaBernal. Recuerda también que la ción y desarrollo del plan de acción. voluntad política del gobierno regio- No obstante, su presidente reconoce nal de Extremadura y del gobierno que el trabajo llevado a cabo por de Portugal es que “la Plataforma la TmZ en Mercazaragoza, la terLogística del Suroeste Europeo sea minal ferroportuaria interior líder una de las herramientas que contri- en España, ha sido analizado en el buyan al desarrollo económico para ámbito de las buenas prácticas con-

sideradas para el desarrollo de la Estrategia Logística Regional. “Se han considerado similitudes pues ambas localizaciones son regiones de interior, están en el hinterland de grandes puertos y la distancia a los mismos posibilita una buena operación de cara a la intermodalidad, sumando por tanto las potencialidades de tren y carretera en el ámbito de las exportaciones/ importaciones”. Con una inversión total próxima a los 50 millones de euros, la plataforma contará con el hub de mercancías, una terminal marítima de interior y una terminal ferroviaria de una capacidad anual prevista que sea de 376.320 TEUS, permitiendo el tránsito de trenes de hasta 750 metros de longitud. Desde el punto de vista de la cadena logística, supondrá la intermodalidad tren-carretera que posibilita la liberación de costes añadidos y repercute de manera positiva en la competitividad de las empresas. 

RTP y Euskaltel llegan a un acuerdo histórico para tener televisión portuguesa en los hogares españoles

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RTP (Radio y Televisión de Portugal) y el Grupo Euskaltel, incluyendo Euskaltel, R Cable, Telecable, Racctel+ y Virgin Telco, han culminado un acuerdo histórico para la emisión del canal internacional de la cadena lusa en España. La alianza, calificada como histórica en el marco de las relaciones entre España y Portugal, permite traer RTP Internacional a 430 mil hogares españoles.

Las emisiones comenzaron el pasado mes de abril. La Cámara de Comercio e Industria Luso Española (CCILE) y la Cámara de Comercio Hispano Portuguesa (CHP) plantearon en la última cumbre ibérica, celebrada el 2 de octubre de 2020, que se abriese una línea de trabajo para que en España se pudiese disfrutar y aprovechar la difusión de la televisión portuguesa. Los dos objetivos fundamentales de esta iniciativa son el de reforzar el conocimiento y el

acercamiento de la lengua portuguesa a los ciudadanos españoles y potenciar la desaparición de las barreras de comunicación posibilitando la existencia de un mercado ibérico más cohesionado con un mayor intercambio cultural y económico. Las marcas /operadores del grupo Euskaltel que operan en España y que tendrán acuerdos en paquetes comerciales con RTPi son: Euskaltel, R Cable, Telecable, Racctel+ y Virgin Telco. 

Texto Belén Rodrigo brodrigo@ccile.org Foto DR MAIO DE 2021

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Nueva expansión de Abanca tras la compra de Novo Banco en España El banco gallego Abanca alcanza los 100 mil millones de euros en volumen de negocio después de su última adquisición, confirmando su apuesta en el mercado ibérico.

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Texto Belén Rodrigo brodrigo@ccile.org Foto DR

banca vuelve a mover ficha en el mercado ibérico con la compra de la filial española de Novo Banco. Con esta nueva adquisición, la entidad gallega logra superar los 100.000 millones de euros de negocio. El banco gallego lleva desde 2018 expandiéndose en la Península Ibérica, después de la compra del Banco Caixa Geral (la filial en España de la CGD), de la red del Deustche Bank en Portugal y de Bankoa. Con la compra del Novo Banco refuerza su posicionamiento y según explica la entidad, es estratégica en el negocio de banca personal y privada y en el negocio de empresas. “La compra representa un bajo riesgo de ejecución y mínimo consumo de capital”. Novo Banco aporta un volumen de negocio de 4.287 millones, diez sucursales, 172 empleados y una red de 102 agentes financieros especializados. Tras el rescate del BES por parte del Gobierno portugués la filial española se vendió al fondo estadounidense Lone

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Star, con quien ha cerrado el acuerdo Abanca, en subasta, por un valor que no ha trascendido oficialmente. No obstante, la matriz portuguesa tuvo que sanear con 166 millones de euros la filial en el mercado español para lograr su venta. Novo Banco ya había vendido en diciembre su gestora en España a Trea Asset Management. Según la CNMV portuguesa, Novo Banco ha explorado “varias opciones estratégicas” con respecto a sus operaciones en España y decidió lanzar un proceso de venta en mayo de 2020. Las actividades españolas fueron reclasificadas como operaciones discontinuadas en el balance de Novo Banco a 30 de septiembre de 2020. El acuerdo representa la opción “más adecuada” para el banco, dado que “aseguran el mantenimiento del servicio al cliente y ofreciendo atractivas perspectivas a largo plazo tanto para los clientes como para los empleados en España”. Esta transacción es un “hito importante” en la estrategia de Novo Banco para desinvertir de

activos y operaciones “no esenciales”, en particular para reducir la complejidad de su estructura y los costes, señala el comunicado. Asimismo, permite al banco continuar con su estrategia de reasignar recursos a su negocio bancario principal en Portugal. El cierre de la operación está pendiente de la aprobación de las autoridades, y se espera que ocurra en la segunda mitad de 2021. En junio del año pasado Abanca desistió de la compra del 95% del portugués Eurobic después de anunciar la operación en febrero. No se cumplieron las condiciones pactadas entre ambas entidades y se canceló por tanto la operación, aunque ya entonces el banco gallego avisó que seguiría buscando operaciones de compra que aporten sinergias a su proyecto en Portugal. En los últimos años se han visto movimientos entre distintos bancos ibéricos. En el 2015, Santander Totta, la filial lusa del Santander se hacía con Banif. Meses después Bankinter adquirió los negocios de banca de particulares, privada y corporativa del británico Barclays en Portugal. Y a finales de 2018 CaixaBank se hacía finalmente con el 100% del BPI, banco en el que estaba presente desde 1995. En España además se han producido en la última década muchas fusiones en la banca si se compara con su entorno europeo. El año pasado se cerró la de CaixaBank y Bankia, cuya integración ya ha recibido luz verde de competencia y ya ha empezado a formalizarse. Una fusión que también repercute en Portugal, una vez que CaixaBank es propietaria del BPI. Y la fusión más reciente, Unicaja y Liberbank, cuya integración comenzará en el segundo semestre del año. 


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Diálogo en Madrid sobre la transición energética en África

España se une a Portugal en dar prioridad al continente africano, tal y como quedó reflejado en la jornada de diálogo celebrada en Madrid sobre la transición energética en África. Los participantes debatieron formas de reforzar la cooperación y los esfuerzos públicos y privados para generar riqueza, empleo y más sostenibilidad.

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Texto Belén Rodrigo brodrigo@ccile.org Foto DR

on la mirada puesta en el Fórum de Alto Nivel UE-África sobre Inversión Verde que se celebraba días después en Lisboa, la capital española acogió una jornada de debate sobre la transición energética en África. Uno de los diálogos conocidos como “Green Talks” y que en esta ocasión estuvo organizado por la Presidencia portuguesa del Consejo de la Unión Europea, en colaboración con el Banco Europeo de Inversiones (BEI) y el Ministerio de Relaciones Exteriores, Unión Europea y Cooperación. Gran parte del futuro europeo se juega en África y el desarrollo sostenible de dicho continente es esencial para Europa. De ahí la importancia de estas conferencias que permiten compartir las perspectivas locales de desarrollo sostenible e inversión verde lideradas por el sector público y privado. “Apoyar el desarrollo sostenible de África debe ser una prioridad para Europa en las próximas décadas. Es esencial trabajar en conjunto para impulsar la transición energética en el continente, creando riqueza y empleo con menos polución y más sostenibilidad, lo que requiere la conyugación de esfuerzos públicos y privados”, afirmó João Mira Gomes, Embajador de Portugal en España. Por su parte, Ricardo Mourinho Félix, vicepresidente del Banco Europeo de Inversiones (BEI), recordó que “es imprescindible continuar trabajando en proyectos que aceleren una transición tras la crisis provocada por el covid-19. Compartiendo conocimientos técnicos, financieros y medioam-

bientales entre África y Europa, así dar que “verde y sostenible son palacomo identificando las mejores prác- bras claves que buscan los inversores”. ticas en relación a los desafíos com- Ángeles Moreno Bau, Secretaria de partidos, avanzaremos hacia un futu- Estado de Cooperación Internacional ro más verde y sostenible”. Recordó de España, habló de la transición ecoigualmente que la sostenibilidad ha lógica como primer pilar de la nueva sido siempre esencial para el BEI, estrategia de España e hizo referencia institución que cuenta con gran expe- a algunas de las políticas que se han riencia en proyectos relacionados con puesto en marcha para ayudar al conla energía como son los de instalación tinente africano. “El compromiso de de paneles solares en las escuelas España con África es total y estamos y en los hospitales. “Tenemos una muy satisfechos y agradecidos por el larga experiencia como pieza clave impulso a estas políticas en la preside la arquitectura financiera de la dencia europea”, puntualizó. UE”, puntualizó. En 2020, el grupo Jean-Pierre Sánchez, director de BEI proporcionó un récord de 4.700 Desarrollo de Negocio en África de millones de euros para inversiones Siemens Gamesa, y João Neto, resinnovadoras públicas y privadas en ponsable regional de la ONG CESAL África, de las cuales un 70% se desti- en África, contaron igualmente sus nó a estados y regiones frágiles. experiencias profesionales en el contiFrancisco André, secretario de Estado nente africano. “En África hay mucho de Asuntos Exteriores y Cooperación recurso eólico y solar y mejor aprovede Portugal, hizo referencia a la chado, generaría más empleo”, subraimportancia de estas jornadas para yó Sánchez. João Neto señaló que si se buscar soluciones en un continente busca desarrollo sostenible inclusivo que es bajo emisor de gases pero que “hay que pensar en el protagonismo de “paga un alto precio por el cambio cli- las personas y de las comunidades”.  mático”. Las distintas jornadas sobre la temática de la transición verde celebradas en Europa y África “nos confirman lo que sabíamos, que la inversión verde y la transición energética son oportunidades para el desarrollo social” sin olviMAIO DE 2021

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Pescanova reforça frota e tripulação para levar o melhor do mar até aos consumidores A Pescanova vê a sua frota reforçada com a chegada de 6 novos barcos de pesca: são agora 65 os barcos responsáveis por pescar os melhores produtos que o mar oferece. Destes novos seis barcos, três deles (Ponta Matirre, Ponta Macalonga e Ponta Timbue) são para a captura do melhor camarão de Moçambique e os nomes foram escolhidos pelos próprios Capitães da frota da Pescanova. Já para a Pescada da Namíbia, juntam-se os outros três novos barcos (Lalandii 1 [na foto], Novanam One e Novanam Two) para reforçar a frota. Os três novos barcos com destino a Moçambique têm 32 metros de comprimento e os restantes 3 que rumam à Namíbia têm 50 metros de comprimento. Estão ambos equipados com a última geração de motores de alta eficiência energética, o que lhes garante um alto desempenho, consumo e emissões reduzidas, para além de grandes melhorias no sistema

de processamento do pescado a bordo e maior conforto para a tripulação. A realidade virtual foi utilizada como ferramenta para a conceção dos barcos, um processo pioneiro no setor. Com a frota reforçada, a Pescanova conta atualmente com dois mil tripulantes, dos quais 100 capitães, que têm a experiência e o gosto pelo mar, e que se certificam que o melhor dos oceanos de Moçambique, Angola, Namíbia, Argentina e Uruguai chega até casa dos consumidores com a melhor qualidade e sabor. Com este aumento da frota, a Pescanova mantém o seu compromisso com 10 dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas (ODS), especialmente os que estão relacionados com a produção e consumo responsáveis, inovação, a conservação e uso sustentável dos oceanos, mares

e recursos marítimos, assim como a contribuição para o desenvolvimento económico e social das comunidades. Pode descobrir quais os produtos que a frota da Pescanova leva até si e as suas origens, assim como inspirar-se para criar as melhores e mais saborosas receitas em www.pescanova.pt/receitas ou no Instagram da Pescanova. Pode comprar todos estes produtos em supermercados e hipermercados. 

BFF anuncia uma nova imagem de marca O BFF Banking Group anunciou há poucas semanas uma ação de rebranding da Bmarca, aplicada transversalmente a todas as operações do grupo, no mesmo momento que assinalou o processo de fusão da empresa-mãe, a Banca Farmafactoring, com o DEPObank, que, em conjunto, dão agora origem ao BFF Bank. O BFF é o operador independente líder na área de serviços financeiros especializados na Europa, contando com uma grande capacidade de geração de capital, elevada rentabilidade e um modelo de negócio sustentável e orientado para a expansão. Especializado nas áreas de factoring & lending, securities services e pagamentos bancários & empresariais. A nova versão do logotipo irá orien-

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tar a estratégia de uma nova imagem de marca do grupo, substituindo progressivamente o anterior logotipo desde 5 de março, data que assinala a fusão do DEPObank com o BFF. Através da substituição gradual da anterior imagem e respetivos materiais, conseguiremos reforçar o compromisso interno e externo do grupo com a proteção do ambiente e criar uma estratégia de sustentabilidade a todos os níveis. O processo de rebranding será acionado em toda a Europa durante o mês de março, evitando o desperdício de materiais, quer de papel como de outros recursos, que precisam de ser substituídos e organizados. A nova imagem de marca foi apresentada em primeiro lugar em março, aos “funcionários, num evento digi-

tal que reuniu todos os países do grupo, em linha com a nossa proposta de valor de uma cultura inclusiva que coloca os seus colaboradores no centro de toda a organização”. “A nossa nova imagem de marca é um símbolo deste passo importante que assinala a evolução do grupo. Estamos particularmente bem posicionados para alcançar melhores resultados, pelo que pretendíamos modernizar o nosso logotipo para alinhar a nossa imagem de marca com a nossa estratégia” – afirmou Massimiliano Belingheri, CEO do BFF Banking Group. Em Portugal, estas alterações terão impacto não só em termos de imagem, como igualmente “a denominação social sofrerá alterações”, adianta o BFF Banking Group. 


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Iberia permite aos seus clientes em Portugal fazer teste à covid-19 em condições especiais P erante o crescente número de países que solicitam aos viajantes a realização de testes de despistagem à covid-19, a Iberia prossegue os seus esforços para continuar a disponibilizar novas formas de apoiar os seus clientes a “voarem seguros e com todas as garantias”, afirma a companhia aérea. Neste âmbito, a Iberia firmou um acordo com o grupo Quiron Prevención, para facilitar aos seus clientes a realização de testes à doença –tanto PCR como de anticorpos– com condições especiais, quer a nível de serviço como de preços. O acordo firmado já per-

mitiu a realização de “mais de 13 mil provas covid-19”. Os clientes podem solicitar de uma forma mais cómoda, rápida, com atendimento personalizado e sem esperas, a realização de um teste, através da página web da Iberia, ou ainda no aeropoerto de Lisboa ou na rede de laboratórios distribuídos en todo o país pela Sociedade Ibérica de Prevenção de Riscos Profissionais de Portugal. Com a realização do teste, o passageiro obtém não só o resultado, como também um certificado oficial válido para viajar internacionalmente. 

Carmo Wood lança nova gama de produtos destinada a surfistas e escolas de surf O mercado de surf está a crescer de ano para ano em Portugal e com ele o aparecimento de inovadores conceitos e produtos para responder às necessidades deste target . A portuguesa Carmo Wood, que há mais de 40 anos desenvolve produtos orientados para o turismo e lazer como restaurantes e apoios de praia, estruturas para hotéis, glamping e centenas de passadiços de acesso às praias, chega agora ao mercado do surf, com o lançamento de uma inovadora gama para suporte de pranchas, secagem de fatos e lavagem de material. Construídos em madeira tratada e com garantia Carmo Wood, estes artigos são resistentes à água, ao

sal e ao vento e podem permanecer todo o ano no exterior, graças ao tratamento classe de risco IV, que lhes confere uma garantia de 20 anos. O suporte para pranchas de Surf da Carmo Wood foi concebido para guardar, de forma fácil, rápida e ordenada 10 pranchas de surf e é retrátil, o que lhe permite ser

recolhido quando não está a ser usado, otimizando o espaço que ocupa. A cuba de lavagem de fatos foi desenhada para poupar água e garantir melhores resultados na eliminação de sal e areia dos materiais de surf que depois podem ser secos no suporte de secagem de fatos Carmo Wood, também ele retrátil. Ideais para surfistas, hotéis, hostels , parques de campismo, escolas e lojas de surf, ou outros espaços que precisem de armazenar ou expor material de surf, estes novos produtos 100% nacionais estão à venda no site da Carmo Wood ou na loja de surf Xen&Co, em Cascais.  MAIO DE 2021

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Oceanário de Lisboa reabre a visitantes que querem descobrir segredos do oceano global F oi desde o passado dia 7 de abril que o Oceanário de Lisboa reabriu as portas aos visitantes interessados em “mergulhar” no grande aquário central e viajar pelo oceano global, à descoberta das mais de 500 espécies, numa experiência que estimula todos os sentidos: da alegria das crianças, ao espanto dos adultos, do entusiasmo curioso, à tranquilidade de uma visita pelo mundo subaquático. A exposição “Florestas Submersas by Takashi Amano” apresenta as florestas tropicais

através do maior nature aquarium do mundo. Uma experiência relaxante e envolvente, conduzida pela banda sonora de Rodrigo Leão. Inaugurada em 2020, a instalação artística “ONE – O Mar como nunca o sentiu”, da artista Maya Almeida, é uma homenagem ao oceano, que retrata uma ligação profunda do homem com o mar, através de uma obra imersiva, com imagens realizadas exclusivamente em Portugal. Com a chegada do bom tempo, dos dias longos e do progressivo desconfinamento, o Parque das Nações

é uma excelente proposta para um programa completo, permitindo, além da visita ao Oceanário, momentos de lazer à beira-rio, em espaços como o Jardim das Ondas, ou um passeio panorâmico na telecabine. O Oceanário de Lisboa está aberto todos os dias. O Oceanário de Lisboa foi eleito a “Marca Nº1” na “Escolha do Consumidor 2021”, vencendo também a preferência na categoria “Espaços de Lazer e Entretenimento em família” em Lisboa. 

Fapil premiada por gama de produtos desenvolvidos com plástico marítimo reciclado A Fapil, empresa familiar 100% portuguesa e líder de mercado no desenvolvimento e comercialização de acessórios para limpeza da casa, acaba de conquistar o prémio Produto do Ano com a sua inovadora e pioneira gama de produtos Ocean, uma gama de mais de 35 produtos destinados à limpeza e organização da casa desenvolvidos com plástico marítimo reciclado das artes de pesca. A inovação Fapil é agora reconhecida pelos consumidores inquiridos que escolheram os 35 vencedores deste aclamado reconhecimento nacional, sendo a gama Ocean a grande vencedora na categoria “Acessórios Limpeza”. O grande objetivo da Fapil, que há mais de 20 anos introduz plástico reciclado nos seus produtos, é vir a fabricar apenas produtos 100% reciclados. “Este é mais um grande passo no percurso da Fapil que investe diariamente na investigação e desenvolvimento de produ-

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tos para o lar e que pretende vir a ser cada vez mais sustentável no decorrer da sua atividade”, refere Fernando Teixeira, CEO da Fapil. “Vermos os nossos produtos reconhecidos pelo consumidor, para quem trabalhamos diariamente há mais de 45 anos, é realmente muito gratificante para toda a equipa”, acrescenta o responsável. Recorde-se que todos os produtos da gama Ocean da Fapil têm na sua composição pelo menos 20% de plástico reciclado marítimo, combinado com outros plásticos reciclados e, por hora, uma pequena percentagem de plástico virgem. A atribuição do prémio “Produto do Ano” resulta de um estudo levado a cabo pela Netsonda que analisa ainda as preferências e características dos consumidores portugueses quan-

do escolhem um produto. Este ano, destaca-se a inovação como característica diferenciadora na maioria das categorias. 


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Máscaras sociais certificadas pela SGS apresentam eficácia de filtragem de partículas de 94% A

SGS Portugal, empresa líder mundial em inspeção, verificação, ensaios laboratoriais, formação e certificação, atesta que mais de 80% das máscaras analisadas através de uma certificação acreditada de máscaras para uso social apresentam uma eficácia de filtração de partículas de 94%. As máscaras para uso social produzidas por empresas portuguesas apresentam um desempenho ao mesmo nível das máscaras cirúrgicas e das máscaras FFP2. Devido à pandemia de covid-19, a utilização social de máscaras na comunidade assumiu uma nova posição e tornou-se fundamental e obrigatória para limitar a transmissão do

vírus SARS-CoV-2. Os empresários do setor têxtil nacional foram forçados a alterar os seus modelos de negócio, passando a produzir máscaras para uso social, produto que representa já 8% das exportações do setor. Face a esta necessidade, foi imperativo implementar todos os mecanismos necessários para assegurar o nível de confiança que o tema exige aos produtores do setor têxtil e também ao consumidor, através do desenvolvimento de uma certificação acreditada para as máscaras para uso social, frisa a SGS Portugal. Adriana Moura, Connectivity & Products Product manager da SGS Portugal, reforça que “esta certificação das máscaras para uso social assegura

às empresas do setor têxtil a garantia necessária para exportar as máscaras produzidas em Portugal para todos os países onde o referencial normativo é válido, bem como para a venda no território nacional”. A responsável frisa ainda que “é do interesse público que existam mecanismos claros de avaliação da conformidade, que permitam aos consumidores ter acesso a informação essencial sobre as máscaras para uso social que garantam a sua eficiência. A certificação de máscaras para uso social da SGS avalia os produtos de acordo com as normativas em vigor estabelecidas pelo Comité Europeu de Normalização e pelo Instituto Português da Qualidade”, conclui. 

Textos Actualidad€ actualidade@ccile.org Fotos DR

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Agroalimentar em busca de inovação e sustentabilidade Foi um dos setores menos afetado pela crise atual, já que a alimentação continua a ser uma das fatias essenciais dos orçamentos das famílias portuguesas, mas vários segmentos ou algumas empresas em particular sofreram algum impacto negativo, no último ano. As empresas agroalimentares que dependiam mais da restauração para o escoamento dos seus produtos, por exemplo, viram reduzir-se o seu volume de encomendas e tiveram de reequacionar o seu posicionamento ou a carteira de clientes. Uma das empresas entrevistadas nesta edição, a Nutrifresco, resolveu criar uma nova área dedicada aos clientes particulares, para compensar as perdas de negócio na área da restauração e hotelaria. Os casos da Quinta Aroma das Faias ou da Dunany mostram, por seu lado, uma maior resiliência face aos tempos difíceis que atravessa a economia, mas sem descurar nunca os fatores da inovação e da sustentabilidade. Textos Clementina Fonseca cfonseca@ccile.org Fotos DR

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setor agroalimentar nacional mostrou uma grande resiliência face à crise sanitária, mas nem todos os segmentos reagiram da mesma forma à travagem de consumo que tem afetado não só Portugal, como muitos outros países do mundo. Para várias empresas, a procura manteve-se dentro dos limiares registados em anos anteriores, tendo algumas conseguido aumentar mesmo os seus negócios, uma vez que beneficiaram da maior procura por parte de refeições preparadas em casa, em detrimento do consumo em restaurantes, que teve de abrandar devido às restrições do estado de emergência e à limitação de circulação da população em geral, confinada quer ao nível das atividades de lazer quer mesmo pela recomendação de teletrabalho. Com menos idas aos restaurantes, os portugueses deslocaram uma importante parte do seu consumo para alimentos e refeições feitos em casa, pelo que as empresas com refeições pré-preparadas– e cuja comercialização assente na distribuição moderna– viram as suas encomendas aumentar. Foi este o caso da Dunany Foods (caixa na pág. 34), empresa que iniciou a sua atividade nos princípios do ano passado, com a preparação de refeições pré-cozinhadas refrigeradas e que tem vindo desde então a aumentar o seu volume de faturação. Depois de arrancar com um cliente em Espanha, para onde exporta diversos tipos de pratos (lasanhas, massas e moussaka), a unidade portuguesa da Dunany Foods já conquistou diversos clientes da grande distribuição também em Portugal. "Temos registado um aumento gradual de encomendas. Isso aconteceu quer durante o ano que passou, quer já nos primeiros meses deste ano, e vamos aumentar exponencialmente as nossas vendas,

agora que conquistámos um novo e importante cliente em Espanha – o Lidl", salienta Xavier Pérez, administrador da Dunany Foods. Graças aos novos clientes, os objetivos da empresa agroalimentar sediada no Ribatejo– que iniciou a sua atividade através da compra de uma unidade fabril que já laborava neste setor, localizada em Samora Correia– passam agora por uma significativa expansão industrial. A empresa pretende "mais do que duplicar a capacidade produtiva, através da ampliação das instalações atuais, para satisfazer o aumento da procura", adianta o mesmo responsável, referindo que o novo investimento deverá rondar os 500 mil a um milhão de euros. "Em 2021, a faturação da empresa duplicará a de 2020", adianta, sem, contudo, precisar valores. Novas experiências aliadas à gastronomia Além dos exemplos de inovação que se destacam nas páginas 35 e 36, existem também casos de empresas do setor agroalimentar que estão a apostar, por outro lado, em parcerias com chefes de cozinha famosos para dar a conhecer as suas marcas e novos produtos. A Niepoort estabeleceu recentemente parcerias com o mediático chefe Ljubomir Stanisic para dinamizar quer os vinhos daquela casa duriense quer também um chá produzido naquela propriedade agrícola. Através da sua marca Chá Camélia, Nina Gruntkowski juntou-se ao conhecido chefe para idealizarem e criarem um novo blend– o Chá Flower Power, que "une delicadeza e intensidade em torno de um ritual". Às flores das plantas da Camellia sinensis, adicionaram-se as folhas de chá verde da colheita de verão dos Chás Camélia para dar origem a este novo blend, que resulta da conceção e da visão holística de Nina Gruntkowski, proprietária da

Chá Camélia, no Fornelo (Vila do Conde), e que é a única plantação de chá com produção comercial na Europa Continental. O chefe Ljubomir Stanisic acompanhou o projeto da plantação Chá Camélia desde o início, em 2011, quando as primeiras plantas de chá foram plantadas no jardim da casa do Porto de Dirk Niepoort e Nina Gruntkowski. Além de ajudar a promover o consumo de um dos chás da quinta, o chefe é, ainda, "a única pessoa no país que recebe as flores frescas e teve a ideia de as cristalizar em açúcar, para complementar e decorar os pratos dos seus restaurantes”. Experimentar esta edição limitada “Flower Power” não é propriamente barato, já que uma caixa de madeira de 70 gramas custa 28,90 euros. Já umas semanas antes desta apresentação, as duas entidades tinham anunciado uma nova parceria relacionada com os vinhos daquele produtor. Depois de terem idealizado alguns vinhos do Douro em conjunto, como o Bicho do Mato ou o Mó, o produtor Dirk Niepoort e o mediático chefe– que se tornou famoso não só pela qualidade do seu restaurante, que no final do ano passado recebeu uma estrela Michelin, mas também pela sua participação em programas de televisão relacionados com a gastronomia e restauração–, apresentam agora o tinto Sem Maneiras, um DOC alentejano de Portalegre, de 2017. Setor terá regredido 5% em 2020, mas exportações subiram, segundo a FIPA De acordo com os dados do INE, analisados pela Federação das Indústrias Portuguesas AgroAlimentares (FIPA), as exportações deste setor tiveram um crescimento residual de 0,25% em 2020 (face a 2019), atingindo um valor aproximado de 5.065 milhões de euros. "No que diz respeito ao mercaMAIO DE 2021

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Dunany reforça canal da grande distribuição e vai duplicar capacidade produtiva Com pouco mais de um ano de existência, a Dunany Foods regista um forte crescimento da sua atividade e pretende destacar-se no segmento das refeições pré-cozinhadas refrigeradas, com produtos de qualidade e de sabor apurado e adaptado a cada país onde comercializa os seus produtos (Portugal e Espanha). A empresa portuguesa iniciou a sua atividade exportando para Espanha as refeições pré-cozinhadas produzidas na sua fábrica de Samora Correia (concelho de Benavente). A Dunany começou por comercializar os seus produtos junto de uma cadeia de distribuição espanhola, mas entretanto conquistou já outros clientes da grande distribuição em ambos os países ibéricos. O tipo de pratos elaborados vão desde lasanhas com vários ingredientes, a pratos de massa, cannellonis e moussaka (comida turca), para um consumo mais corrente, do

dia a dia das famílias ou nos locais de trabalho. Mais recentemente, a empresa começou a produzir também assados (pato ou lombo de porco) embalados em vácuo, que se destacam pela qualidade conseguida, muito semelhante às refeições caseiras de dias festivos. A adesão por parte dos consumidores finais tem sido muito satisfatória, de acordo com as informações recolhidas pela empresa, salienta Xavier Pérez, administrador da Dunany Foods. Ao conquistar mais recentemente novos contratos com cadeias de distribuição como a Auchan ou o

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Lidl em Espanha, a empresa agroalimentar tenciona nos próximos meses concretizar um projeto de ampliação da fábrica de Samora Correia, para "mais do que duplicar a capacidade produtiva", desenvolvendo ainda novos pratos para a sua gama de refeições prontas. A par desta forte dinâmica comercial, a empresa tem vindo também sempre a inovar em termos da conceção de novos pratos. Ma nte ndo - se focada no nicho das refeições pré-preparadas, a Dunany garante que não tenciona enveredar por outra gama de produtos, como sobremesas ou sopas. Os pratos de comida assada (embalada em vácuo) e gratinada têm tido também uma grande adesão, tanto em Espanha como em Portugal, adiantam os responsáveis da empresa, frisando que este será também um dos objetivos da ampliação da fábrica, o de desenvolver este tipo de produto, mais sofisticado e destinado a famílias com pouco tempo para dedicar à cozinha. É que a Dunany acaba por produzir algumas "receitas caseiras e tradicionais, mas a uma escala

industrial, com adaptação de ingredientes e sabores a cada país", destacam os dois responsáveis. "Trabalhamos em equipa com os fornecedores e com os clientes. Compramos produtos locais sempre que possível, pela frescura, mas também para poupar custos de transporte e reduzir a poluição provocada pela nossa atividade”, destaca, por seu lado, Sergio Rodrigo, outro dos administradores da empresa. Outras preocupações desta jovem empresa, que emprega cerca de meia centena de funcionários, tem sido a integração na comunidade onde está inserida. "Pretendemos associar-nos a universidades e a outros organismos, de modo a fomentar a partilha de conhecimentos" nesta área da preparação e embalamento de refeições prontas, refere Sergio Rodrigo. "Queremos que todo o processo produtivo seja o mais sustentável possível: desde logo, temos painéis solares a alimentar a fábrica. Por outro lado, estamos a eliminar o desperdício alimentar, através da doação de excedentes a diversas instituições, como o Banco Alimentar, e instituições sociais locais", completa o mesmo gestor.


gran tema grande tema

Peixe entregue à porta de clientes particulares ou chefes de cozinha Quando se trata de alta cozinha, a qualidade tem de ser o fator essencial. Esse tem sido o lema do serviço de comercialização de peixe e marisco fresco, que há mais de 20 anos a Nutrifresco faz junto de vários chefes de cozinha a trabalhar pelo país fora. Isto, antes do covid-19 ter alterado por completo o funcionamento dos restaurantes, deixando de "molho" muitas atividades nesta área. Como fornecedora especializada de peixe fresco, polvo, marisco e congelados premium para o canal horeca, a empresa teve de encontrar alternativas para continuar a ter clientes para os vários quilos de pescado que diariamente compra em 12 lotas da costa continental e Açores (mais os produtos que importa de vários países) e acabou por se expandir também para o segmento dos particulares. Foi assim que, em abril do ano passado, surgiu o projeto Peixe à Porta, recorda Pedro Bastos, sócio-gerente da Nutrifresco, empresa familiar que opera neste mercado há mais de 22 anos, com base num negócio de família ainda mais antigo. O Peixe à Porta by Nutrifresco é uma marca que veio para ficar e que tem tido uma forte adesão, contando já com cerca de 1.500 clientes, enquadra o gestor, explicando que a atividade da empresa de Albufeira (Algarve) consiste em preparar o peixe, acondicionar e entregar em

dezenas de restaurantes e hotéis no país, em casa de clientes particulares, bem como em três supermercados gourmet, sendo ainda uma pequena parte exportada. Neste campo da exportação, o peixe fresco é vendido a grossistas em países como Espanha, Alemanha ou Polónia, enquanto o mercado inglês tem estado parado, pela suspensão das ligações aéreas. Para as suas operações, a empresa conta com dois armazéns logísticos, um dos quais no Algarve e o outro em Lisboa. Quanto a importações, elas provêm de Espanha, com a compra de peixe e marisco congelados. A restauração e hotelaria continuam a representar mais de metade do volume de negócios da empresa, que em 2020 e neste início de 2021 viu a sua faturação decrescer, apesar dos novos segmentos de atividade.

Nova plataforma online Para dinamizar mais o mercado e dar resposta às necessidades dos chefes e dos particulares, a empresa está a desen-

volver uma nova plataforma online, onde, "além de ser possível encomendar peixe e marisco, será também um espaço de aprendizagem e partilha de conhecimento sobre as características das espécies, a forma de pesca e de tratamento do peixe e a sua utilização gastronómica. A marca irá continuar a utilizar as redes sociais para a divulgação dos produtos que comercializa, dos pescadores, barcos e outros produtores com que trabalha, bem como dos chefes e das receitas que preparam com a matéria-prima fornecida pela Nutrifresco", adianta Pedro Bastos. Para o próximo ano, estão previstas outras novidades, nomeadamente "novas linhas de produto, que permitam levar uma oferta cada vez mais alargada de produtos de excelência, potenciar a sua utilização gastronómica e contribuir para a valorização dos recursos marinhos nacionais", comenta o gestor. O tamboril é o peixe selvagem mais vendido pela empresa, seguindo-se o robalo selvagem, linguado, atum e peixe-galo. Além destas espécies capturadas no mar, a empresa fornece também alguns produtos de aquacultura.

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Empresa trata ervas aromáticas para as indústrias alimentar, farmacêutica, química, entre outras A Quinta Aroma das Faias, a laborar num terreno de 11,8 hectares (dos quais 10 correspondem a área cultivada), é atualmente o produtor nacional com maior área instalada de ervas aromáticas de agricultura biológica, as quais são secas depois de colhidas e usadas para os mais diversos fins. Folhas de camomila, lúcia-lima, cidreira, sálvia, hortelã vulgar e hortelã pimenta, tomilho-limão, tomilho vulgar e stevia são algumas das plantas cultivadas e tratadas nesta produtora do Montijo, que depois encaminha a produção quase exclusivamente para exportação a granel, visando os mercados do norte da Europa. Com uma capacidade instalada de 30 toneladas por ano, a Quinta Aroma das Faias produz "exclusivamente com métodos biológicos, procurando uma atividade ambientalmente sustentada, que passa pela aposta em energia solar e na poupança de água através da rega gota a gota, controlada por meios eletrónicos", enumera Rita Guerreiro, a única sócia atualmente da empresa, que arrancou em 2012, pela mão do seu irmão e alguns outros sócios,

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e que contou com alguns apoios financeiros do Proder. O objetivo da produtora é voltar a candidatar-se a programas de incentivos nacionais, no âmbito de "projetos inovadore s no campo da agricultura biológica", afirma Rita Guerreiro. O escoamento da produção a granel é feito quase na totalidade através de grandes revendedores localizados em diversos países europeus (e de algumas empresas locais, que depois também revendem para o estrangeiro), pelo que o destino final das ervas aromáticas desidratadas é "desconhecido" para a empresária, que admite, contudo, que uma grande parte irá para "as indústrias cosmética, farmacêutica, química e alimentar". Embora em 2020 a atividade tenha corrido sem percalços, a empresa teme algum abrandamento de encomendas este ano, pelo que enveredou há alguns meses por novos segmentos, para estar menos dependente dos grandes compradores externos, tendo começado a produzir também ervas frescas, destinadas à alimentação. Surgiu, assim, o projeto da produção de ervas aromáticas frescas (cebolinho, coentros, salsa) e também de produtos com marca própria, como o chá Quinta Aroma das Faias. Em breve, a empresa terá também uma mercearia em Lisboa para comer-

cializar alguns destes produtos. Produzindo em quatro campanhas anuais, a produtora está a ser apoiada por um agricultor francês, que é o maior produtor de produtor de regalice (ou alcaçuz), na região de Bordéus e de azeitona e azeite biológicos, provenientes de olival tradicional no Alentejo, Thierry Larriviere. O objetivo é criar sinergias, desenvolver os dois projetos em parceria, para criar, nomeadamente, produtos como azeite aromatizado com ervas e óleos essenciais. Através da parceria com este produtor francês, poderão ser escoados também produtos da Quinta Aromas das Faias para França, revela ainda Rita Guerreiro. "Acreditamos que o futuro é a produção biológica, sendo a opção mais saudável, sustentável e responsável dos recursos naturais que dispomos", promovendo sempre a melhor utilização da terra, para uma dependência cada vez menor de fertilizantes sintetizados, defende a produtora. "Os produtos são certificados, mas mais importante ainda é hoje a qualidade", afirma.


gran tema grande tema

do interno, não existe ainda um valor agregado, mas acreditamos que tenham sido registadas quebras na ordem dos 5% face a 2019", afirma Pedro Queiroz, diretor-geral da FIPA. Ao nível da exportação de produtos agroalimentares, "Espanha é o nosso principal e mais destacado mercado. Por exemplo, desde 2016, tem representado anualmente cerca de 30% do total das exportações", seguindo-se mercados como França, Brasil ou ainda os PALOP, que têm um peso nas exportações globais em torno dos 10%. "Interessantes são também mercados como os EUA, Rússia e China, para os quais se registaram ligeiros crescimentos", destaca ainda Pedro Queiroz, em declarações à "Actualidad€". "As expetativas, com base nas previsões também do INE, é de que haja um aumento de 2,5% das exportações de produtos alimentares e bebidas, este ano, em linha com o que vínhamos a registar nos anos anteriores à pandemia. No entanto, importa salientar que é necessária estabilidade nos mercados para atingirmos este desempenho favorável. É essencial um acompanhamento– tanto ao nível das empresas como das entidades competentes, nomeadamente, o Governo– do comportamento dos mercados europeus e a influência das grandes economias mundiais (como a China, EUA, Brasil) na evolução global". Os quatro eixos da aposta na inovação A FIPA destaca ainda a sua associação à confederação FoodDrinkEurope para o lançamento, em Portugal, dos The Foodies, uma iniciativa que pretende premiar microempresas e PME do setor agroalimentar em toda a Europa, que se destaquem com projetos, ações e iniciativas de sustentabilidade ambiental e social e inovação.

O prémio divide-se em três categorias: "The greener planet award", para iniciativas na área da redução do impacte ambiental, podendo contemplar projetos desde a diminuição das emissões de carbono à melhoria de embalagem; a categoria "The healthier living award", no campo da promoção de estilos de vida saudáveis e das iniciativas como o desenvolvimento de novos produtos ou reformulação, ou ações junto da comunidade; e a categoria "Nextgen innovator award", que pretende premiar jovens empreendedores e startups dedicadas ao desenvolvimento de sistemas alimentares mais resilientes, sustentáveis e seguros. "Acreditamos que as empresas portuguesas estão muito bem posicionadas nestas matérias e esta é uma excelente oportunidade para que mostrem o seu valor. As candidaturas são muito simples e podem ser feitas até 31 de maio, no microsite www.thefoodies.eu ou com um simples tweet para @FoodDrinkEU, usando #TheFoodies", frisa Pedro Queiroz. A estes prémios europeus podem candidatar-se empresas que empreguem menos de 250 pessoas e que tenham um volume de negócios anual não superior a 50 milhões de euros e/ ou um balanço total anual que não exceda os 43 milhões de euros. Já na categoria “Nextgen innovator award”, os candidatos devem ter 40 anos ou menos, liderando uma empresa em fase de arranque. A indústria agroalimentar "tem uma enorme transversalidade, e isso traduz-se no vasto leque de áreas em que tem vindo a apostar", seja na vertente do produto, modelos de negócio, abordagem ao consumidor ou sustentabilidade ambiental. "Em primeiro lugar, no que diz respeito ao produto, tem sido forte o investimento em conhecimento, desenvolvimento, investigação e inovação, resultando não só

em novos produtos– muitos deles dando resposta à procura de nichos mais especializados–, bem como em novos formatos adaptados aos diferentes contextos de consumo (no lar, fora de casa, nos espaços do canal Horeca)– que, aliás, muito se alteraram neste último ano, exigindo uma rápida adaptação da indústria". Neste âmbito, de destacar também o trabalho em torno da melhoria do perfil nutricional dos produtos. "Falamos ainda da inovação e investigação no que respeita à segurança dos alimentos, matéria em que a FIPA está a trabalhar através do FoodSafety4EU, um projeto de um consórcio europeu– do qual a ASAE também faz parte–, que irá desenvolver uma plataforma digital e lançar novas ferramentas práticas para apoiar o desenvolvimento e construção de um Sistema de Segurança Alimentar comum e colaborativo em toda a Europa", conclui Pedro Queiroz. Também ao nível da sustentabilidade ambiental, estas empresas se estão a procurar adaptar a múltiplos desafios, de acordo com a FIPA. A começar pelas "iniciativas relacionadas com a economia circular. Nesta área, as empresas têm vindo a solidificar o seu compromisso, por exemplo, através do desenvolvimento de embalagens mais sustentáveis e de projetos de estudo de análise do ciclo de vida das mesmas; da valorização de subprodutos para compostagem, destilaria ou valorização energética; da aplicação de ingredientes excedentários ou não normalizados em novas categorias para alimentação humana ou animal; e do incentivo a melhores práticas de reciclagem com projetos de escala, como é o caso dos projetos-piloto de instalação de máquinas de recolha automática de embalagens de bebidas em plástico", adianta Pedro Queiroz. Neste domínio da sustentabilidade, de assinalar ainda os investimentos da indústria em MAIO DE 2021

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grande tema gran tema matéria de "modelos de eficiência energética e hídrica para melhores processos e desempenhos". Quanto à inovação ao nível dos modelos de negócios, a exportação é a grande motivação, segundo a FIPA, que salienta a consolidação que tem sido alcançada de mercados como Espanha, assim como o "foco na conquista de novos destinos, como a China e a Rússia". Na vertente da inovação perante o consumidor, "embora a venda direta ao consumidor não seja, para grande parte das empresas, o principal canal", verifica-se ainda assim "uma intensificação da aposta no e-commerce, comenta o responsável da FIPA. O gestor salienta ainda os esforços do setor na melhoria da informação e esclarecimento destinados aos consumidores, sobretudo através dos canais online ou digitais, como as redes sociais. Para Pedro Queiroz, é importante que os próximos quadros de apoios nacionais e comunitários continuem a prever medidas para melhorar estas áreas de atuação geral da indústria agroalimentar, quer a nível do Quadro Financeiro Plurianual 2021-2027, quer no Next Generation EU, em que se enquadra o Plano de Recuperação e Resiliência. "Consideramos que devem ser reforçados os programas diretamente relacionados com a indústria agroalimentar (nomeadamente na valorização, diferenciação e inovação de produto), bem como ajustados os critérios de elegibilidade das empresas, agilizados os processos/ critérios de candidatura e, de um ponto de vista global, reforçada a comunicação às empresas sobre as linhas de financiamento disponíveis", frisa Pedro Queiroz. De salientar o que foi feito neste âmbito dentro do Portugal 2020, para criar sinergias entre os parceiros da cadeia alimentar, a academia, os centros de desenvolvimento e as entidades públicas. "Um dos 38 ACT UALIDAD€

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exemplos deste modelo é a candidatura, apresentada este ano, à Rede de Pólos de Inovação Digital para a criação do pólo FARM2FORK_ Digital Innovation Hub. Trata-se de um projeto desenhado por um consórcio que a FIPA integra, juntamente com entidades como a CAP, APED, COTEC, PortugalFoods, Colab4Food, ISEL, AROMNI, INL, Beta-i e AgrogrinTech, em parceria com a Portugal Ventures. O objetivo é que se constitua uma plataforma de inovação– dirigida aos setores agrícolas e agroalimentar portugueses– para desenvolver, testar e demonstrar soluções com base na tecnologia digital avançada para aplicação em ambiente empresarial real em toda a cadeia produtiva– da produção agrícola, à indústria agroalimentar e distribuição". "Estabilidade fiscal" e legislativa Mas, salienta o mesmo responsável, além do esforço que as empresas pretendam continuar a realizar, "têm de ser criadas condições de estabilidade quer para as empresas do setor" e de setores como o turismo e as atividades culturais e desportivas, quer para o consumidor, frisa ainda, destacando a necessidade de "estabilidade ao nível fiscal e ao nível legislativo, evitando medidas que surgem em contraciclo com o trabalho desenvolvido pela indústria, por exemplo, em áreas como a sustentabilidade". Já a ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, comentou recentemente que a evolução em 2020 dos setores agroalimentar e primário “evidenciam a resiliência e a capacidade de trabalho dos agricultores portugueses e de todo setor agroalimentar”, bem como “a eficácia das medidas de crise adotadas para apoiar o setor”. Na apresentação do projeto online The Art of Tasting Portugal, a governante afirmou que o ligeiro crescimento registado nas exportações destes dois setores "comprova o reconhecimento internacio-

nal da qualidade e da segurança do que produzimos e corroboram a pertinência de projetos como esta plataforma. Promover os produtos nacionais é um desígnio que devemos abraçar diariamente”, frisou recentemente, na apresentação deste novo projeto digital de promoção de iniciativas regionais através da gastronomia para divulgação dos setores primário e turístico nacionais e que potenciem as exportações nestas vertentes. Na mesma altura, o ministro do Mar, Ricardo Serrão Santos, destacou que “a costa portuguesa possui características únicas que tornam o nosso peixe no 'Melhor Peixe do Mundo', reconhecido por chefes a nível internacional, e pela grande importância da gastronomia para todos os turistas que nos visitam e para quem este é um dos aspetos decisivos para voltar a Portugal. São muitos os fatores que contribuem para esta afirmação, nomeadamente a variedade de espécies de pescado nas nossas águas, grande parte delas com elevado valor gastronómico, a biodiversidade de espécies e habitats que contribui para a diversidade existente, a qualidade nutritiva e a frescura que tornam o pescado e marisco português único e saudável", afiançou, citado pela "GazetaRural. com". Nos primeiros dois meses de 2021, o valor de pescado transacionado nas lotas do continente português, aumentou 4,5% face ao mesmo período de 2020 e o preço médio aumentou 5,5%. O Ministério do Mar tem vindo a apoiar campanhas de promoção do consumo de espécies saudáveis, sustentáveis, de alto valor nutricional e abundantes na costa portuguesa, como, por exemplo, o carapau e a cavala, bem como campanhas de promoção de pescado transformado, como é o caso das conservas, setor que em 2020 registou um aumento de 13,1% no valor das suas exportações, atingindo os 256,6 milhões de euros. 


gran tema grande tema

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opinião opinión

Fragilidades causadas pela pandemia nas famílias e na sociedade

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pandemia que surgiu devido ao covid-19, desde inícios de 2020, perpetrou uma verdadeira crise sanitária ao nível social, económico e financeiro a uma dimensão nunca assistida antes, cuja escala não conseguimos precisar. Perante o fenómeno do desconhecido, surgiu o confinamento das pessoas. O Estado foi, assim, forçado a dar respostas em numerosas frentes, nomeadamente na família, trabalho (art. 165.º, do CT,-teletrabalho) e insolvência, entre outros. Surge a telescola permitindo que as crianças continuassem os estudos e não ficassem prejudicadas com uma paragem abrupta do ano lectivo. Efetivamente, as diversas áreas do direito vieram facultar um enquadramento jurídico com aplicação de determinados mecanismos legais que visam minimizar o impacto da atual crise. É urgente prestar apoio legal tanto às famílias como às empresas “infetadas” pela crise pandémica, acautelando assim a destruição de estruturas familiares, profissionais liberais, e pequenas empresas viáveis, mas cuja contabilidade se encontra atualmente estrangulada. Perante este cenário, nunca vivido: desemprego generalizado, famílias a trabalhar e filhos em casa, todos no mesmo espaço e com restrições de saída, abalou a vida pessoal e profissional dos cidadãos. Foram, assim, apresentadas soluções, ao nível do direito, como sejam: o Processo Especial de Revitalização (PER), o Processo Especial para Acordo de Pagamento (PEAP) e o Regime Extrajudicial de Recuperação de Empresas (RERE). A par destas soluções, foram criados novos institutos: o Processo Extraordinário de 40 ACT UALIDAD€

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Viabilização de Empresas (PEVE) e o Sistema Público de Apoio à Conciliação no Sobre-Endividamento (SISPACSE). Estas soluções visam um equilíbrio entre o devedor, que deve evitar uma insolvência, e os credores, que devem ser flexíveis nas negociações, com vista à aplicação dos novos institutos. Surgem, assim, as consequências do desequilíbrio de interesses, sendo reflexo da crise sanitária: I. Conjugais: verificou-se a saturação das famílias, por estarem demasiado tempo confinadas acrescido à falta de convívios, dificuldade na conciliação familiar/laboral, fragilizando o relacionamento familiar. A realçar que nesta pandemia o número de separações e processos de divórcios aumentou. Para as crianças também foi difícil: a adaptação à telescola, criando-se uma dificuldade, tanto de acesso como económica. II. Económicas: houve uma diminuição de rendimentos, devido aos despedimentos e/ou situações de lay-off total ou parcial. Com a queda abrupta da faturação, as empresas familiares, veem-se confrontadas com graves problemas de solvabilidade: mesmo com escassos e insuficientes apoios do Estado. A não conseguir liquidar as dívidas da empresa, as mesmas são conduzidas para as pessoas individuais em causa acarretando muitas insolvências pessoais. Há, assim, uma preocupação de recurso ao SISPACSE, é uma opção extrajudicial pública, promovendo a resolução de litígios, através de um conciliador que impulsiona a negociação das dívidas, exclui-se as tributárias e à

Por Patrícia de Jesus Monteiro*

segurança social, entre outras. Este mecanismo releva para efeitos do terminus das moratórias, muitos devedores terão que se preparar para o desmoronamento do castelo de cartas. III.Saúde mental: durante o isolamento os cidadãos desenvolveram novas patologias, em virtude da falta de convívios e/ ou mesmo ausência de rendimento. A última solução referida, sendo conciliatória é a melhor opção, por ser célere, eficiente, custos reduzidos (cerca de 30 euros) e articulada com todas as partes. Em particular, e no que respeita aos credores, é voluntário e habilita-os a um título executivo. Por outro lado ao devedor, permite-lhe superar uma situação de risco de incumprimento temporário ou definitivo de obrigações vencidas. Por fim, o recurso, deste Sistema à participação dos garantes constitui uma mais-valia deste mecanismo, face a outros instrumentos recuperatórios já falados. Fragilidades estas, que aumentaram desde a pandemia. É do conhecimento geral que, as pessoas só se dirigem aos técnicos profissionais quando surgem problemas. Perante a nossa capacidade de sermos profissionais híbridos, alerta-se os cidadãos que devem antecipar e prevenir a ocorrência dos conflitos, como seja, por exemplo, o sobre-endividamento, com o intuito dos mesmos não acontecerem, e, caso aconteçam, que seja de uma forma controlada e devidamente aconselhada por técnicos da área correspondente.  * Advogada PJM Advogados E-mail: pjm@pjmadvogados.com


aBOGACÍA Y FISCALIDAD

ADVOCACIA E FISCALIDADE

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fazer bem Hacer bien

El Corte Inglés assina protocolos para apoiar colaboradores a completar ensino superior O El Corte Inglés assinou protocolos com a Universidade do Porto e com o Instituto Politécnico de Setúbal, com o objetivo de aumentar os níveis de qualificação dos seus três milhares de colaboradores, e, ao mesmo tempo, colocar à disposição das instituições de ensino superior o conhecimento e experiência da empresa. “O funcionamento em rede entre empresas e universidades é fundamental para a competitividade do país”, realça a cadeia de distribuição, em comunicado. No âmbito do programa interno “Superior+ ECI”, a empresa tem vindo a estabelecer acordos com instituições

do ensino superior para, por um lado, promover a procura por parte dos seus colaboradores de percursos educativos e formativos ao longo da vida, e por outro, criar bases para o desenvolvimento de potencialidades de interesse mútuo. O programa “Superior+ ECI” é complementar ao programa “Estudar+”, que visa incentivar os colaboradores a concluírem o ensino secundário. Estes protocolos assentam em pontos fundamentais, como a participação de colaboradores do El Corte Inglés em conferências, seminários ou workshops cujas temáticas estejam relacionadas com a sua área de atuação, par-

ticipação de docentes investigadores em workshops ou em ações de curta duração, organizados pelo El Corte Inglés, e acolhimento de estágios dos estudantes destas instituições. Com estes acordos, o El Corte Inglés “pretende afirmar-se como empregador de referência, ao promover e dar visibilidade às carreiras profissionais, cooperar na identificação de talentos para recrutamento futuro, proporcionar aos estudantes estágios e uma formação profissionalizante, ter acesso a educação e formação, tecnologias e ferramentas, mas sobretudo, incentivar os colaboradores a procurarem o ensino superior”, adianta a empresa. 

BBVA presta assessoria a empresas em Portugal na sua transição energética

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BBVA está a “acompanhar os seus clientes na transição para um futuro mais sustentável”. Para isso, ajuda-os a calcular a sua “pegada de carbono”, a identificar quais as medidas concretas a adotar para reduzir os consumos de energia e reduzir o seu impacto ambiental e, disponibiliza ainda financiamento necessário para que possam realizar os seus investimentos. Nesta iniciativa, o BBVA estabeleceu uma parceria com a APESEnergia– –Associação Portuguesa das Empresas de Serviços de Energia, por forma a permitir às empresas contar com

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uma assessoria energética especializada.Esta assessoria, que é gratuita, e “permite aos clientes do BBVA contar com a colaboração de empresas de serviços energéticos, que os vão ajudar a definir e implementar as soluções mais adequadas para reduzir os consumos de energia e as emissões de CO2. O BBVA facilita ainda o acesso a soluções de financiamento sustentável, que permite às empresas financiar os investimentos necessários para as tornar empresas mais eficientes e mais competitivas”. O BBVA foi pioneiro nesta área, em Portugal, em 2019, ao financiar a primeira operação de papel comercial verde, com a Navigator, a primeira emissão mundial de obrigações verdes do setor hoteleiro, com o grupo Pestana, e ainda na emissão de uma linha de papel comercial sustentável da BA Glass. Já em 2020, participou na emissão de “obrigações verdes” da EDP e desen-

volveu ainda um processo de certificação sustentável vocacionado para os projetos de PME, no âmbito do qual já durante a pandemia financiou dezenas de projetos em diversos setores. No final de 2020, a NOS contratualizou com o BBVA a primeira emissão de financiamento sustentável de uma empresa da área das telecomunicações em Portugal. O banco salienta ainda a assessoria à Sonae no âmbito de uma emissão de obrigações indexadas a metas de igualdade de género. Já no início de 2021, foi anunciada com a BA Glass mais uma emissão de Papel Comercial Sustentável Compromisso BBVA 2025. Em linha com o Plano de Ação da Comissão Europeia sobre finanças sustentáveis, o BBVA assumiu o “Compromisso 2025”, a estratégia de alteração climática e desenvolvimento sustentável do banco para avançar na consecução dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas e do Acordo de Paris sobre Alterações Climáticas. 


Hacer bien

fazer bem

Too Good To Go lança novo selo de sensibilização para rótulos de validade A Too Good To Go (TGTG) desenvolveu um novo selo para produtos alimentares, que pretende clarificar a informação sobre os diferentes prazos de validade, sensibilizar para o desperdício alimentar resultado dessa má interpretação e harmonizar políticas de consumo a nível internacional. A empresa, que tem uma aplicação de combate ao desperdício alimentar, desvendou há dias a iniciativa “Observar, Cheirar, Provar”, um projeto de sensibilização pioneiro, que arranca com a campanha oficial sob o mote “Faz Sentido Usar os Sentidos”, e que pretende ajudar os portugueses a interpretar e distinguir as diferenças entre datas de validade dos produtos alimentares. Deste modo, possibilita-se também às marcas “a oportunidade de terem um papel mais ativo e presente neste processo de educação e sensibilização conjunta, face ao desperdício alimentar”, adianta a empresa tecnológica.

A iniciativa “Observar, Cheirar, Provar”, que se traduz no desenvolvimento de um novo selo para os produtores alimentares, pretende alertar para o impacto negativo que a falta de conhecimento e consequente má interpretação dos prazos de validade nos rótulos gera na economia e no planeta. A TGTG incentiva as marcas a aderir e a promover publicamente a sua intenção e vontade em ter um papel mais ativo nesta problemática, propondo-se a adicionar o novo selo com a mensagem “Antes de deitar fora - Observar, Cheirar, Provar”– aos rótulos com data de durabilidade mínima dos seus produtos. O projeto será, gradualmente, aplicado a todos os países onde a empresa opera, contando já em Portugal com 14 marcas envolvidas nesta fase de arranque, como a Diese, Lacticínios das Marinhas, Branca de Neve e Espiga da Fábrica Lusitanas, Saborosa, A Vaca que

Ri da Bel, ou a Montiqueijo, que irão, assim, adicionar aos produtos com data de durabilidade mínima este novo selo, que recorda ao consumidor que antes de deitar fora o produto deve colocar em prática os seus sentidos. Para reforçar a divulgação da mensagem junto do público, a TGTG convidou algumas personalidades que partilham da mesma missão e cuja experiência e notoriedade gastronómicas são já bastante conhecidas do grande público. Os chefes Henrique Sá Pessoa e Marlene Vieira, bem como Cátia Goarmon (Tia Cátia), aderiram já à iniciativa. Henrique Sá Pessoa frisa: “um simples observar, cheirar e provar são instintos diários que aplicamos e que podem salvar tanto desperdício alimentar. Sempre lutei e luto por aproveitar tudo o que entra nas minhas cozinhas, tentando não só rentabilizar da melhor forma os ingredientes como evitar desperdício dos mesmos”. 

Textos Actualidad€ actualidade@ccile.org Foto DR

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setor imobiliário

sector inmobiliario

Queda no arrendamento de escritórios em Lisboa e Porto D e acordo com os dados do Marketbeat Portugal, a absorção no mercado de escritórios da Grande Lisboa ficou-se em 2020 pelos 137.900 metros quadrados (m2), enquanto no Grande Porto se fixou nos 53.900 metros quadrados, tendo a taxa de desocupação se situado nos 4,9% e 8%, respetivamente. O estudo semestral da Cushman & Wakefield, que analisa a atividade dos setores de escritórios, retalho, industrial, residencial e hoteleiro e a atividade de investimento imobiliário em Portugal, aponta ainda que, no ano passado, foram concluídos 34.400 metros quadrados de escritórios na Grande Lisboa e 58.800 metros qua-

drados no Grande Porto, sendo a oferta futura naquelas duas zonas de 384.700 metros quadrados (dos quais 168.700 metros quadrados

já com construção iniciada) e de 76.500 metros quadrados (dos quais 47.600 metros quadrados já iniciados), pela mesma ordem. 

Grupo Pestana quer transformar Hotel Madeira Palácio em habitação O grupo Pestana quer oferecer 45 milhões ao BCP para comprar o Hotel Madeira Palácio, que está parado há mais de uma década, com o objetivo de transformar o imóvel em habitação. José Theotónio, CEO do grupo Pestana, confirmou o interesse no imóvel ao jornal “ECO”. “Estamos num período de due diligence. Fizémos uma proposta, eles [BCP] fizeram uma contraproposta e nós aceitámos”,

disse o responsável, explicando, contudo, que o valor final ainda não está fechado. Segundo o CEO da cadeia hoteleira, tudo “vai depender das condições de financiamento e da possibilidade de exercício de direito de preferência por parte dos moradores de um dos lotes, onde existem habitações. Em 2018 foi noticiada a compra do Madeira Palácio pelo Gupo Enotel, por 40 milhões de euros.

De acordo com a imprensa regional, o grupo tinha a intenção de aumentar em 46% o projeto, que passaria a ter 728 camas, além de uma unidade hoteleira independente, mas as condições terão sido rejeitadas pelo BCP. O Hotel Madeira Palácio foi inaugurado em 1972 pela cadeia norte-americana Hilton, que deixou de gerir o hotel na década seguinte. 

RE/MAX finaliza 2020 com movimento de 4.600 milhões de euros A RE/MAX, maior imobiliária a operar em Portugal, encerrou o ano de 2020 com um volume de preços na ordem dos 4.600 milhões de euros, relativos a 62.103 transações, o que traduz uma descida homóloga, de 8,5% nas transações e de 11,6% em volume de preços, devido ao con-

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texto pandémico. “Ainda assim, os resultados alcançados nos primeiros dois meses do ano, com crescimentos na ordem dos 15% e da recuperação a partir de maio, permitiram à rede atenuar as quebras”, adnta a RE/MAX. Continuam a ser os portugueses quem mais estão a adquirir ou a arrendar

casa, com 83,3% das transações da REMAX em 2020. No que se refere ao investimento do cliente estrangeiro, em evidência estiveram os brasileiros, que, pelo quarto ano consecutivo, lideram a lista desta mediadora, seguindo-se os franceses e os angolanos. 


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setor imobiliário

sector inmobiliario

Heaven Inn Suites&Terrace alia natureza e cultura em Évora, cidade Património Mundial da Unesco

O

Heaven Inn Suites & Terrace, situado no centro de Évora, pretende ser uma das unidades de descanso e lazer privilegiadas para portugueses, espanhóis e turistas de todas as nacionalidades que queiram visitar nesta primavera esta cidade Património Mundial da Unesco, que se localiza a cerca de uma hora de carro de Lisboa e também a curta distância da Eurocidade Elvas-Badajoz. Com uma localização central, dentro das muralhas da cidade-museu de

Évora, este hostel tem como instalações uma casa senhorial antiga, do seculo XVIII, e considerado de interesse municipal, que foi totalmente recuperado sob a orientação de um dos mais prestigiados arquitetos portugueses. Aliando a cultura e arquitetura tradicionais alentejanas com materiais simples e naturais, onde se destacam o ferro, o barro, a pedra, a cal, a madeira, ou a cortiça, esta recente unidade hoteleira pretende satisfazer as necessidades de todos aqueles que visitam o Alentejo e que são adeptos do turismo de experiências, que pretendam desfrutar da história e da cultura local, a poucas centenas de metros da Praça do Giraldo, do Palácio Real de Évora ou da Capela dos Ossos. Ou desfrutar, num belo terraço, do ar puro da cidade alentejana, numa “escapadinha” do stresse da vida citadina, após o longo confinamento vivi-

do recentemente no país. “Como unidade de referência, seja a nível nacional como regional”, e com o selo “Safe & Clean”, “o Heaven Inn Suites & Terrace, está incluído na categoria de alojamento de cinco estrelas – na categoria Hostels, Design Hostel ou Boutique Hostel–, com uma pontuação muito acima de muitos dos melhores hotéis em Évora, diferenciando-se pelo cuidado diário com a limpeza e higiene de todo o espaço, dispondo de medidas de proteção individual e coletiva de prevenção ao covid-19 e, ainda, fazendo uma desinfeção adequada e exigente de forma a garantir a salvaguarda da saúde pública, tudo em acordo com os padrões mais exigentes das recomendações higiosanitárias da Organização Mundial da Saúde”. Uma garantia de qualidade e segurança, a um custo bastante atrativo face ao resto da concorrência da região. 

Residência de estudantes será o primeiro empreendimento de mega-projeto de Almada A

Starbust Investments e a Rio Capital vão construir uma residência de estudantes com 333 estúdios junto ao campus universitário da Escola de Ciência e Tecnologia da Universidade Nova, em Almada. O “Wave Campus” será o primeiro empreendimento inserido no Innovation District, o mega-projeto liderado pela Universidade Nova de Lisboa, em articulação com a Câmara de Almada, e que prevê um investimento total de 800 milhões de euros. A residência de estudantes é promovida por uma joint-venture da Starbust Investments, um veículo de investimentos focado no setor imobiliário, e a Rio Capital, empresa de investimento imobiliário. Com assinatura do atelier Saraiva + Associados, a Wave Campus contará com

333 estúdios com casas de banho individuais, distribuídos por dois blocos– um com 215 unidades e outro com 118. A residência terá quatro pisos acima do solo e dois em cave, com 86 lugares de estacionamento, apresentando ainda mais de 890 metros quadrados de área de estacionamento descoberto. O Innovation District, recentemente apresentado, visa criar uma “cidade global” no Monte da Caparica, em Almada, ligada à Universidade Nova. A residência será o primeiro projeto a arrancar, devendo as obras avançar ainda este ano e terminar no terceiro trimestre de 2023. Os promotores apontam que as rendas mensais possam ser inferiores a 400 eu-

ros mensais, ressalvando ser “ainda cedo para vincular o valor exato”. O Innovation District abrange uma área total de 399 hectares, dos quais 110 hectares são zonas verdes. O mega projeto prevê mil novos fogos habitacionais, uma área de 250 mil metros quadrados para novas atividades económicas e outros 86 mil de infraestruturas turísticas e de lazer. 

Textos Belén Rodrigo brodrigo@ccile.org Fotos DR

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ciência e tecnologia

Ciencia y tecnología

Transações online B2B deverão crescer mais de 70% nos próximos seis anos O mercado de e-commerce B2B irá registar um forte crescimento nos próximos anos, devendo representar, até 2025, 80% de todas as vendas B2B entre fornecedores e consumidores empresariais, de acordo com um estudo da DHL Express, intitulado “The Ultimate B2B E-commerce Guide: Tradition is out. Digital is in”. As previsões de forte crescimento do setor B2B decorrem do já observado nos últimos anos ao nível do e-commerce B2C, onde a DHL Express registou elevadas taxas de crescimento, particularmente durante as principais épocas festivas e em dias especiais, como a Black Friday ou a Cyber Monday. No total, as receitas de e-commerce B2C na DHL Express, no último ano, aumentaram em cerca de 40% face a 2019. E não foi apenas o e-commerce B2C

que foi crescendo devido ao processo de digitalização e que mudou os hábitos de compra dos consumidores. Já em 2019, antes da pandemia, as vendas globais no e-commerce B2B tinham crescido até 18,2%, atingido os 10,4 biliões de euros, ultrapassando a dimensão do mercado B2C. Com a covid-19 e a consequente aceleração da digitalização, estima-se que este volume global de e-commerce atinja os 17,8 biliões de euros até 2027. Pouco mais de um ano de pandemia “representou toda uma década de evolução digital em apenas poucos meses, com as compras online e o transporte internacional a serem o novo normal. Este cenário aconteceu não só para os retalhistas B2C, mas também em termos de e-commerce B2B, à medida que as empresas começaram a reconhecer que as plataformas de

venda online são cruciais para o seu sucesso empresarial, hoje e no futuro”, assinala Michiel Greeven, vice-presidente executivo de Global Sales na DHL Express. Os fatores que impulsionam este crescimento passam pelas tendências gerais, como a globalização e a digitalização, mas sobretudo também por uma nova geração de millennials, orientada para a tecnologia, que começa a deixar a sua marca. Neste momento, os millennials representam 73% de todas as compras profissionais B2B. No estudo, é evidenciada também “a necessidade de um investimento forte na infraestrutura digital, na experiência do consumidor, na personalização, na lógica de omni-canal e na sincronização com os processos de logística, para materializar a oportunidade existente e o potencial de crescimento”. 

Efacec promove crowdsourcing colaborativo para empreendedores A Efacec lançou a hop.in, a plataforma de inovação aberta (open innovation) dirigida a empreendedores, startups, investigadores, PME, clientes, colaboradores, parceiros e a todos aqueles que têm como objetivo a co-criação de soluções nas áreas de energia, mobilidade e meio ambiente. “Colaboração, diversidade e desafio permanente são os principais motores da nova plataforma hop.in, abrindo o caminho para um futuro mais sustentável, que combina as competências das equipas Efacec e dos seus parceiros estratégicos de modo que, juntos, se tornem mais ágeis e relevantes no ecossistema da inovação”, frisa a empresa de soluções tecnológicas para a área da energia, mobilidade elétrica,

entre outras. As inscrições já terminaram, tendo os candidatos concorrido a quatro categorias diferentes: LEGO WAREHOUSE – Setting up a Configurable Warehouse; Smart Analytics Toolkit; All-in-One Vehicle Location System; e SPADA – Space Data Analytics, nas áreas de logística, automação, transporte e espaço, respetivamente. As propostas serão avaliadas por uma equipa multidisciplinar da Efacec e as propostas escolhidas terão acesso a uma parceria a longo prazo, validação da solução, oportunidade de negócio sustentável e à experimentação, bem como exposição e expansão junto da Efacec. A Hop.in foi apresentada em abril, aos

mercados nacional e internacional, num evento digital que contou com um painel de especialistas nas áreas de inovação, tecnologia e sustentabilidade. Ângelo Ramalho, CEO da Efacec, destacou que “A Hop.in encoraja a sociedade civil, a pensar, a construir e a implementar o futuro da tecnologia e da inovação”, sempre com o objetivo de “conceber um futuro mais inteligente para uma vida melhor para nós e para as gerações vindouras”. Por sua vez, Nuno Silva, CTO da Efacec, abordou a inovação e as soluções e sistemas de ponta que integram o quotidiano de milhões de pessoas em todo o mundo, e que respondem aos principais desafios da sociedade atual, nomeadamente a economia azul, a descarbonização e a digitalização, “pilares estratégicos para o desenvolvimento de sociedades sustentáveis, sobre os quais a Efacec baseia toda a sua atividade”, como frisou. 

Textos Clementina Fonseca cfonseca@ccile.org Foto DR

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Ciencia y tecnología

ciência e tecnologia

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Vinhos & Gourmet

vinos & Gourmet

Região dos Vinhos do Tejo tem o melhor branco e uma mão cheia de tintos de ouro

A

prestação vínica da região do Tejo continua em alta. Depois da boa prestação do último ano no que toca à certificação de Vinhos do Tejo, é agora a vez da Comissão Vitivinícola Regional do Tejo (CVR Tejo) revelar que é da região o melhor vinho branco do “Concurso de Vinhos CA 2020”. A este galardão de “Grande Medalha de Ouro”, soma-se uma mão cheia de tintos premiados com “Medalha de Ouro”. Foram assim seis os Vinhos do Tejo (na foto) que integraram a lista de vencedores da 7.ª edição desta competição, organizada pelo Crédito Agrícola, em

parceria com a Associação dos Escanções de Portugal. Assim, o Quinta da Atela 2018, produzido em Alpiarça na propriedade homónima, foi o grande vencedor no referido concurso no que toca à categoria de brancos, tendo sido um dos três néctares a receber “Grande Medalha de Ouro” – um branco, um tinto e um espumante. No que toca às medalhas de ouro, a lista de Vinhos do Tejo é composta por cinco vinhos, todos eles tintos: Casal das Freiras Reserva 2018, do Casal das Freiras; Côro Syrah & Touriga Nacional Reserva 2017, da Quinta do Côro; O Mordomo Touriga Nacional Reserva 2019, do Solar dos Loendros; Quinta da Badula Reserva 2015, da quinta com o mesmo nome; e Zé da Leonor Reserva 2019, da Casa Agrícola Rebelo Lopes. Os enófilos que queiram comprar estes premiados vinhos, podem fazê-lo con-

tactando diretamente os produtores, através dos seus sites ou dos contactos disponíveis nas suas redes sociais. De acordo com dados da organização, a 7.ª edição do “Concurso de Vinhos do Crédito Agrícola” reuniu 183 vinhos, entre espumantes, brancos e tintos, com origem em 109 produtores das várias regiões vitivinícolas do país. O júri distinguiu 58 vinhos com vários prémios. As provas “cegas” foram realizadas em Lisboa, nos passados dias 27 e 29 de novembro, por um júri composto por reconhecidos escanções, enólogos, enófilos e jornalistas do setor. Os outros dois vinhos premiados com “Grande Medalha de Ouro” foram, nos vinhos tintos, o Foral de Cantanhede Gold Edition Baga DOC Bairrada Tinto 2011, da Adega Cooperativa de Cantanhede, e nos vinhos espumantes, o Dona Berta Rabigato Reserva Espumante DOC Douro Branco 2017, do produtor H.&F. Verdelho. 

Do vulcão da Ilha do Pico nasce o vinho Gruta das Torres 2018 A

Cooperativa Vitivinícola do Pico – Picowines acaba de lançar o seu novo Gruta das Torres Arinto dos Açores 2018. Com uma edição limitada de 1.183 garrafas, este é o primeiro vinho que amadureceu durante 15 meses no fundo da Gruta das Torres, o maior tubo lávico conhecido em Portugal, sendo classificado como Monumento Natural do Parque Natural do Pico. Num cenário mágico, que reflete a singularidade da Ilha do Pico, o vinho Gruta das Torres surge de uvas criteriosamente selecionadas de vinhas centenárias, exclusivamente da casta Arinto dos Açores, localizadas na freguesia da Criação Velha. Após o processo de desengace, permaneceu dois dias em maceração a frio e fermentou com leveduras indígenas num balseiro de carvalho francês de cino mil litros. Estagiou

sobre borras finas durante sete meses e foi engarrafado em maio de 2019, seguindo-se o desafio de envelhecimento em garrafa na Gruta das Torres– tubo lávico com 1.500 anos–, durante 15 meses a 17 metros de profundidade, a uma temperatura constante de 15ºC, com uma humidade de 90% e numa total escuridão. “O Vinho Gruta das Torres 2018 é o resultado da simbiose perfeita dos elementos e nutrientes da natureza. Num ano seco e com menos irreverência do clima, apercebemo-nos que podíamos criar um vinho diferenciador e realmente irreverente, que celebrasse a essência do Pico”,

refere Bernardo Cabral, enólogo consultor da Picowines. Manuel Paulino Costa, diretor do Parque Natural do Pico, frisa que “a parceria estabelecida com a Cooperativa Vitivinícola da Ilha do Pico-Picowines para estágio de um dos seus vinhos no interior desta cavidade vulcânica insere-se no programa “Parceiro para o Desenvolvimento Sustentável” e na estratégia dos Parques Naturais dos Açores em promover o conhecimento e divulgar o valor dos Parques Naturais apostando no envolvimento com os cidadãos e organizações públicas ou privadas”. 

Textos Actualidad€ actualidade@ccile.org Fotos DR

50 ACT UALIDAD€

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vinos & Gourmet

Vinhos & Gourmet

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Setor automóvel sector automóvil

Por Nuno Ramos nrc.gmv@gmail.com

Bentley Continental GT Speed Convertible Requinte e desempenho

O topo de gama do desportivo de duas portas da Bentley foi projetado para aliar o requinte e prestações dignas de respeito. Idealizado, projetado, desenvolvido e fabricado artesanalmente na fábrica de carros de luxo neutra em carbono da Bentley, o novo GT Speed Convertible apresenta uma tecnologia de vanguarda.

O

Fotos DR

Continental GT Speed para ajudar numa rápida mudança de Convertible apresenta uma direção. No luxuoso interior, pode optar-se tecnologia do chassis de vanguarda, desenvolvida entre 15 cores principais e 11 cores de especificamente. A nova pele, e vários tipos de madeira. Couro direção eletrónica nas quatro rodas acolchoado, encostos de cabeça dos aperfeiçoa a natureza dinâmica do bancos bordados com o dístico Speed, Speed nos modos de condução Ben- aplicações em preto piano, pedais destley e Comfort. No entanto, isso é ainda mais evidente no modo Sport, já que a direção é combinada com o manuseamento dinâmico deste modelo, enquanto um diferencial eletrónico de deslizamento limitado permite um nível de agilidade diferente de qualquer outro carro da marca de Crewe. A introdução de um novo sistema eletrónico de rodas traseiras direcionais atua em todos os modos de condução, particularmente no modo Sport. Em baixas e médias velocidades, as rodas traseiras do GT Speed são direcionadas no sentido oposto das rodas dianteiras, 52 ACT UALIDAD€

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portivos, soleiras das portas exclusivas, volante e forro das portas em Alcantara, oito acabamentos para os revestimentos internos e, em opção, alumínio “Dark Tint Motor Turned” para a consola central, são destaques no novo descapotável, aos quais se junta um sistema de aquecimento na zona do


sector automóvil Setor automóvel

pescoço, além do volante, apoios de braços e bancos aquecidos. No exterior, face às versões-base, o Speed apresenta alguns detalhes diferenciadores no exterior, como é o caso do acabamento escuro da grelha, jantes de 22 polegadas exclusivas e, claro, o logo Speed presente na lateral dianteira. O Continental GT Speed Convertible também é em quase tudo semelhante ao Continental GT mas com uma pequena Não tem tejadilho. No lugar do habitual tejadilho surge uma capota de que pode ser aberta em 19s e viajando a uma velocidade de até 48 quilómetros/ hora. A Bentley afirma que com o uso desta capota conseguiu reduzir o ruído no habitáculo em três decibéis. Debaixo do capot é onde encontramos as principais mudanças. O motor W12 de 6.0 litros recebe um ganho de potência. De facto, passa dos 635 para os 659 cavalos, com o binário máximo a passar dos 820 para os 900 Nm. Com este incremento, a aceleração dos zero aos 100 quilómetros/ hora faz-se em 3,5 segundos, enquanto a velocidade máxima é de 335 quilómetros/ hora, o que torna o Continental GT Speed no carro mais rápido da história 10 pistões à frente e de quatro pistões da Bentley. atrás, que além de resistir melhor às Outra novidade, há um novo sistema solicitações e de garantir um menor de travagem em carbocerâmica, dispo- desgaste, reduz o peso em 33 quilos e nível opcionalmente, com pinças de liberta menos poeiras para a atmosfera.

O valor de mercado, como é habitual da marca inglesa, são elevados, começando nos 200 mil euros, existindo uma interminável lista de opções, para o completar e personalizar.  PUB

Sponsors Oficiais Câmara de Comércio e Indústria Luso-Espanhola

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intercâmbio comercial intercambio comercial

Intercambio comercial hispanoportugués en enero-febrero de 2021

S

e acaban de hacer públicos los datos estadísticos del comercio hispano portugués relativos al primer bimestre del año. De los cuadros que publicamos a continuación se desprende una ligera quiebra tanto en la demanda como en la oferta española en relación al mismo periodo de 2020. En las ventas españolas el mes de febrero de 2021 en relación al mes anterior registró una quiebra del -0,61% y en compras la evolución fue positiva habiendo crecido un 12,46%. En términos acumulados de las ventas españolas cuya cifra supera los 3.153,11 millones de euros y las compras los 1.906,75 millones, la evolución ha sido negativa con quiebras del -10% y -5,1%, respectivamente. Esta disminución en los flujos co-

merciales refleja de forma evidente la menor actividad económica tanto en España como en Portugal y a nivel internacional ocasionada por el fuerte impacto creado por el SARSCoV-2 que tuvo su inicio en el mes de marzo de 2020. Estos resultados en la balanza comercial hispano portuguesa representan un superávit favorable a España de 1.246,36 millones de euros y una tasa de cobertura del 165,4%. Por lo que a la distribución geográfica del comercio exterior español se refiere, Portugal mantiene la cuarta posición entre sus principales clientes con un peso relativo del 7,2% y la séptima posición entre los principales proveedores con un peso relativo del 4,1%. Los cuadros 4 y 5 recogen la distribución sectorial de este comercio bilateral y a pesar de la evolución ne-

gativa respecto al bimestre de 2020, no se detectan considerables alteraciones en su estructura. La oferta española va encabezada por la partida 87-vehículos automóviles; tractor con una cifra de ventas por valor de 257 millones de euros y un peso relativo del 8,1%, seguido de la 84-máquinas y aparatos mecánicos (246,76 millones y el 7,8%), 85-aparatos y material eléctricos (222,14 millones y el 7,04%), 39-materias plásticas; sus manufacturas, con 201,03 millones y el 6,4%. La quinta posición está ocupada por la partida 27-combustibles, aceites minerales (156,510 millones de euros, que representa el 4,9% del total de las compras españolas). Este conjunto de cinco partidas supera el 34,4% de la oferta española a Portugal. También en la demanda española destaca la partida 87-vehículos auto-

Balanza

1. Balanza comercial España - Portugal en 2021 VENTAS ESPAÑOLAS 21

COMPRAS ESPAÑOLAS 21

VENTAS COMPRAS Cober 21 % ESPAÑOLAS 20 ESPAÑOLAS 20

Saldo 20

Cober 20 %

ene

1 581 387,44

897 431,77

683 955,67

176,21

1 778 762,75

1 003 845,34

774 917,41

177,19

feb

1 571 724,32

1 009 320,52

562 403,80

155,72

1 724 629,55

1 005 714,30

718 915,25

171,48

mar

1 581 766,04

906 741,35

675 024,69

174,45

abr

1 055 661,19

571 257,22

484 403,97

184,80

may

1 336 168,90

598 908,11

737 260,79

223,10

jun

1 718 689,32

852 608,01

866 081,31

201,58

jul

1 814 995,51

994 977,75

820 017,76

182,42

ago

1 489 093,95

758 815,50

730 278,45

196,24

sep

1 825 809,88

1 005 194,80

820 615,08

181,64

oct

1 906 349,26

1 017 340,08

889 009,18

187,39

nov

1 870 842,64

1 049 345,10

821 497,54

178,29

dic

1 688 171,73

981 264,79

706 906,94

172,04

19 790 940,72

10 746 012,34

9 044 928,38

184,17

Total

3 153 111,76

1 906 752,29

Valores en Miles de Euros. Fuente: A.E.A.T y elaboración propia.

54 ACT UALIDAD€

MAIO DE 2021

Saldo 21

1 246 359,47

165,37


Rankings 2.Ranking principales países clientes de España enero-febrero 2021

móviles; tractor con compras por valor de 242,7 millones de euros, que representa a su vez el 12,7% sobre el total de las compras a Portugal, seguido de la partida 27-combustibles, aceites minerales (219,32 millones y el 11,5%), la 39-materias plásticas; sus manufacturas, con 131,87 millones y el 6,92%, la 84-máquinas y aparatos mecánicos (125,16 millones y el 6,56%) y por último la 72-fundición, hierro y acero (117,53 millones y el 6,16% del total de la demanda española). Se habrá de destacar que estas seis partidas representan más del 42% del comercio bilateral. En la distribución geográfica por CC.AA., Cataluña surge en la primera posición entre la oferta española con 677,42 millones de euros (21,48% del total de las ventas españolas a Portugal), seguido de Madrid, con 516,61 millones (16,38%), y Galicia, con 405,74 millones (12,87%). En la demanda española, la comunidad de Madrid lidera la lista, con 336,48 millones de euros (17,65% del total de las compras a Portugal), seguido de Galicia, con 309,78 millones (16,25%), y en la tercera posición Cataluña, con 299,47 millones, lo cual representa el 15,71% del total de las compras españolas a su vecino Portugal. Se habrá de indicar que este texto se ha elaborado en plena crisis económica producida por el impacto de la pandemia del covid-19 y se espera que a muy corto plazo se inicie la recuperación de la economía española, portuguesa y mundial y que se verá reflejada en un aumento significativo del comercio exterior de los dos países y del comercio bilateral acompañando el proceso acelerado de vacunación que va a permitir eliminar las restricciones actuales. 

Orden País

Importe

4.Ranking principales productos comprados por España a Portugal enero-febrero 2021 Orden Sector

Importe

1

001 Francia

7 058 851,86

1

87 VEHÍCULOS AUTOMÓVILES; TRACTOR

2

004 Alemania

5 202 012,68

2

27 COMBUSTIBLES, ACEITES MINERAL.

242 702,08 219 322,42

3

005 Italia

3 720 521,92

3

39 MAT. PLÁSTICAS; SUS MANUFACTU.

131 866,90

4

010 Portugal

3 153 111,75

4

84 MÁQUINAS Y APARATOS MECÁNICOS

125 162,57

5

006 Reino Unido

2 714 935,08

5

72 FUNDICIÓN, HIERRO Y ACERO

117 535,35

6

400 Estados Unidos

1 918 101,94

6

85 APARATOS Y MATERIAL ELÉCTRICOS

67 636,29

7

003 Países Bajos

1 502 465,02

7

73 MANUF. DE FUNDIC., HIER./ACERO

65 341,93

8

720 China

1 436 292,53

8

94 MUEBLES, SILLAS, LÁMPARAS

63 997,51

9

48 PAPEL, CARTÓN; SUS MANUFACTURA

9

204 Marruecos

1 354 230,40

10

017 Bélgica

1 222 804,23 1 094 483,42

11

060 Polonia

12

039 Suiza

830 114,37

13

052 Turquía

780 485,33

14

412 México

512 352,58

15

030 Suecia

501 738,24

61 698,06

TOTAL

1 906 752,29

Valores en Miles de Euros. Fuente: A.E.A.T y elaboración propia.

5.Ranking principales productos vendidos por España a Portugal enero-febrero 2021 Orden Sector

Importe

1

87 VEHÍCULOS AUTOMÓVILES; TRACTOR

256 991,50

2

84 MÁQUINAS Y APARATOS MECÁNICOS

246 758,05

3

85 APARATOS Y MATERIAL ELÉCTRICOS

222 136,36

354 088,23

4

39 MAT. PLÁSTICAS; SUS MANUFACTU.

201 029,98

348 942,31

5

27 COMBUSTIBLES, ACEITES MINERAL.

156 510,46

SUBTOTAL

34 936 836,11

6

72 FUNDICIÓN, HIERRO Y ACERO

148 542,30

TOTAL

44 039 576,38

7

15 GRASAS, ACEITE ANIMAL O VEGETA

96 894,31

Valores en Miles de Euros. Fuente: A.E.A.T y elaboración propia.

8

02 CARNE Y DESPOJOS COMESTIBLES

95 950,99

9

73 MANUF. DE FUNDIC., HIER./ACERO

88 043,47

16

061 República Checa

431 748,55

17

038 Austria

404 335,06

18

732 Japón

19

008 Dinamarca

20

009 Grecia

395 220,61

3.Ranking principales países proveedores de España enero-febrero 2021 Orden País 1

004 Alemania

TOTAL

3 153 111,76

Valores en miles de euros. Fuente: A.E.A.T y elaboración propia

Importe 6.Evolución del intercambio comercial enero-febrero 2021

5 696 757,53

2

720 China

5 064 251,02

3

001 Francia

4 996 449,37

4

005 Italia

3 112 560,89

5

400 Estados Unidos

2 211 383,77

6

003 Países Bajos

2 146 561,97

7

010 Portugal

1 906 752,29

8

017 Bélgica

1 260 980,16

9

204 Marruecos

1 179 061,08

10

052 Turquía

1 160 042,90 996 904,43

11

060 Polonia

12

006 Reino Unido

920 478,60

13

039 Suiza

795 824,96

14

061 República Checa

758 136,19

15

075 Rusia

743 815,28

16

412 México

707 344,37

17

959 Países y territorios no determinados.Intraco.

636 865,05

Cataluña

677 422,18

Madrid, Comunidad de

336 476,78

18

288 Nigeria

591 634,76

Madrid, Comunidad de

516 613,28

Galicia

309 780,22

19

664 India

553 644,55

Galicia

405 744,07

Cataluña

299 465,71

20

208 Argelia

524 353,63

Andalucía

317 926,94

Andalucía

218 903,60

SUBTOTAL

35 963 802,80

Comunitat Valenciana

227 136,79

Comunitat Valenciana

140 041,86

TOTAL

46 890 513,85

Castilla-La Mancha

223 662,74

Castilla y León

124 562,52

Valores en Miles de Euros. Fuente: A.E.A.T y elaboración propia.

7.Ranking principales CC.AA proveedoras/clientes de Portugal enero-febrero 2021 CC.AA.

VENTAS ESPAÑOLAS 20

COMPRAS ESPAÑOLAS 20

Valores en Miles de Euros. Fuente: A.E.A.T y elaboración propia.

MAIO DE 2021

AC T UA L I DA D € 55


oportunidades de negócio

oportunidades de negocio

Empresas Portuguesas BUSCAN

Oportunidades de

negócio à sua espera

Locais de 300 a 450 metros quadrados, preferencialmente com esplanada, com prioridade em Lisboa nas zonas de Avenidas Novas, Parque das Nações e Chiado Licenciado/ a em contabilidade, economia ou finanças, com cinco anos de experiência e fluente em espanhol e inglês

DP201102 OP210401 OP210101

Distribuidores de equipos de estética

DP201102

Fabricantes de máquinas zanjadoras

DP201101

Empresas españolas de ferreterías

DP201001

Empresas portuguesas para a venda dos seus serviços/produtos relacionados com a Gestão Documental de fornecedores, empresas contratadas e prestadores de serviços

DP200902

Empresas españolas fabricantes de productos sin gluten (galletas y tortas)

DP200901

Empresas Espanholas PROCURAM

REFERÊNCIA

Fabricantes portugueses de equipamentos de proteção individual Empresas portuguesas distribuidoras de frutas Empresas de elevadores hidráulicos para piscinas Importadores/distribuidores portugueses de cervejas artesanais Empresas portuguesas que produzem tecidos têxteis para hospitais e farmácias Empresas portuguesas de cebolas e batatas Empresas dedicadas à pesca

DE201102 DE201101 DE201002 DE201001 DE200701 DE200601 DE200504

Legenda: DP-Procura colocada por empresa portuguesa; OP-Oferta portuguesa; DE - Procura colocada por empresa espanhola; OE- Oferta espanhola

Las oportunidades de negocios indicadas han sido recibidas en la CCILE en los últimos días y las facilitamos a todos nuestros socios gratuitamente. Para ello deberán enviarnos un fax (21 352 63 33) o un e-mail (ccile@ccile.org), solicitando los contactos de la referencia de su interés. La CCILE no se responsabiliza por el contenido de las mismas. As oportunidades de negócio indicadas foram recebidas na CCILE nos últimos dias e são cedidas aos associados gratuitamente. Para tal, os interessados deverão enviar um fax (21 352 63 33) ou e-mail (ccile@ccile.org), solicitando os contactos de cada uma das referências. A CCILE não se responsabiliza pelo conteúdo das mesmas.

56 ACT UALIDAD€

MAIO DE 2021


oportunidades de negocio

oportunidades de negócio

MAIO DE 2021

AC T UA L I DA D € 57


calendário fiscal calendario fiscal >

Maio Prazo Imposto Até

Declaração a enviar/Obrigação

S T Q Q S S D S T Q Q S S D 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31

Entidades Sujeitas ao cumprimento da obrigação

Observações

10

IVA

Declaração periódica mensal e respetivos anexos, relativa às operações efetuadas em março/2021

Contribuintes do regime normal mensal

O prazo de entrega da declaração foi alargado até ao dia 20 devido aos efeitos da pandemia

10

Segurança Social

Envio da declaração de remunerações com as contribuições relativas ao mês de abril/2021

Entidades empregadoras

No âmbito das medidas de apoio relacionadas com a pandemia, são aplicáveis diversas especificidades declarativas tendo em conta os apoios excecionais concedidos

10

IRS

Envio da declaração mensal de remunerações, relativas a abril/2021

Entidades devedoras de rendimentos do trabalho dependente sujeitos a IRS (ainda que isentos ou excluídos da tributação)

12

IVA

Comunicação dos elementos das faturas emitidas em abril/2021

Sujeitos passivos do IVA

- Em tempo real, através do webservice da AT (faturação eletrónica); - Envio do ficheiro SAF-T(PT), mensalmente; - Por inserção direta no Portal da AT

15

IVA

Pagamento do IVA apurado Declaração periódica mensal de março/2021

Contribuintes do regime normal mensal

O IVA pode ser feito até ao dia 25, devido aos efeitos da pandemia. No âmbito das medidas de flexibilização – Covid 19, o pagamento do IVA poderá ser efetuado em prestações

17

IVA

Declaração periódica trimestral e respetivos anexos, relativa às operações efetuadas no 1º trimestre/2021

Contribuintes do regime normal trimestral

O prazo de entrega da declaração foi alargado até ao dia 20 devido aos efeitos da pandemia

20

IVA

Pagamento do IVA apurado declaração periódica do 1º trimestre /2021

Contribuintes do regime normal trimestral

O IVA pode ser feito até ao dia 25, devido aos efeitos da pandemia. No âmbito das medidas de flexibilização, o pagamento do IVA poderá ser efetuado em prestações

20

IRS/IRC/ Selo

Pagamento das retenções na fonte de IRS e IRC efetuadas ou do Imposto do selo liquidado em abril/2021

Entidades devedoras dos rendimentos e do Imposto do selo

20

Segurança Social

Pagamento das contribuições relativas a abril/2021

Entidades empregadoras

20

Selo

Envio da Declaração Mensal de Imposto do Selo (DMIS), relativa a factos praticados em abril/2021

Sujeitos passivos que titulem atos, contratos documentos, títulos ou outros factos sujeitos a imposto do selo, ainda que dele isento

20

IVA

Entrega da declaração recapitulativa relativa às transmissões intracomunitárias de bens e/ou prestações de serviços realizadas em abril/2021

Contribuintes do regime normal mensal, ou do regime normal trimestral quando o total das transmissões intracomunitárias de bens tenha excedido 50.000 € no trimestre em curso ou em qualquer um dos quatro trimestres anteriores

31

IRS

Declaração anual de rendimentos mod. 3, do IRS do ano de 2020

Sujeitos passivos do IRS

31

IRC

Declaração periódica mod. 22, do IRC, referente ao exercício de 2020 e pagamento do IRC autoliquidado

Sujeitos passivos do IRC

31

IRS/IRC

Envio da declaração mod. 30 – Rendimentos pagos ou colocados à disposição de não residentes, em março/2021

Entidades devedoras dos rendimentos

Obtenção de n.º de identificação fiscal especial para o não residente

31

IVA

Pedido de restituição do IVA suportado em 2020 noutro Estado-membro da UE

Sujeitos passivos do IVA

Pode ainda ser enviada até 30 de setembro

31

IRC

Comunicação da entidade reportante do grupo multinacional

Sujeitos passivos do IRC, que integrem um grupo multinacional

58 ACT UALIDAD€

MAIO DE 2021

No âmbito das medidas relacionadas com a pandemia pode haver suspensão do pagamento de contribuições nas situações de lay-off

Pode ainda ser enviada até 30 de junho


bolsa de trabajo Bolsa de trabalho

Página dedicada à divulgação de Currículos Vitae de gestores e quadros disponíveis para entrarem no mercado de trabalho Código

Sexo

Data de Nascimento Línguas

BE200147

M

BE200148

F

17/03/1992

BE200149

F

12/04/1995

BE200150

F

BE200151

F

BE200152

F

19/01/1992

BE200153

F

BE200154

Área de Atividade

ESPANHOL/ INGLÊS

ARTE / GRAFISMO E COMUNICAÇÃO

ESPANHOL/ INGLÊS/ PORTUGUÊS

ASSISTENTE ADMINISTRATIVO

INGLÊS/ PORTUGUÊS/ ESPANHOL/ FRANCÊS

RELAÇÕES INTERNACIONAIS

PORTUGUÊS/ ESPANHOL/ INGLÊS

RELAÇÕES INTERNACIONAIS

ESPANHOL/ FRANCÊS/ INGLÊS/ ITALIANO/ PORTUGUÊS

ADVOCACIA

INGLÊS/ PORTUGUÊS

ADVOCACIA

01/12/1975

ESPANHOL/ INGLÊS/ PORTUGUÊS

ADMINISTRAÇÃO/ LOGÍSTICA/ PRODUÇÃO/ ÁREA COMERCIAL

M

18/02/1993

ESPANHOL

ADVOCACIA

BE200155

F

23/10/1980

PORTUGUÊS/ ESPANHOL/ INGLÊS

SECRETÁRIA DE DIREÇÃO / TESOURARIA

BE200156

M

ESPANHOL/ALEMÃO/INGLÊS/PORTUGUÊS/ITALIANO

COMERCIAL DE MÁQUINAS DE PRODUÇÃO INDUSTRIAL

BE200157

F

BE200158

F

06/03/1979

INGLÊS

ADVOCACIA

INGLÊS/ ESPANHOL/PORTUGUÊS

ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS / COMÉRCIO EXTERNO MARKETING

BE200159

F

ESPANHOL/INGLÊS/PORTUGUÊS

BE200160

F

ESPANHOL/ INGLÊS/ FRANCÊS/ PORTUGUÊS

DESIGNER DIGITAL

BE200161

F

ESPANHOL/PORTUGUÊS/INGLÊS

Gestão de StockS / Logística / Transporte

Os Currículos Vitae indicados foram recebidos pela CCILE e são cedidos aos associados gratuitamente. Para tal, os interessados deverão enviar um e-mail para rpinto@ccile.org, solicitando os contactos de cada uma das referências. A CCILE não se responsabiliza pelo conteúdo dos mesmos. Los Currículos Vitae indicados han sido recibidos en la CCILE y los facilitamos a nuestros socios gratuitamente. Para ello deberán enviarnos un e-mail para rpinto@ccile.org, solicitando los contactos de cada referencia de su interés. La CCILE no se responsabiliza por el contenido de los mismos.

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novembro de 2014

ac t ua l i da d € 59


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espacio de ocio

“Almoço de Domingo”, o romance biográfico inspirado em Rui Nabeiro, um empresário com visão humanista

Rui Nabeiro assinalou 90 anos no passado dia 28 de março e a data foi escolhida para o lançamento do mais recente livro de José Luís Peixoto, o romance “Almoço de Domingo”. A obra foi inspirada no reputado fundador da Delta Cafés, que constitui a personagem principal do livro.

Q

Texto Susana Marques smarques@ccile.org Foto Sandra Marina Guerreiro sguerreiro@ccile.org

uem conhece o percurso de Manuel Rui Azinhais Nabeiro não tem dúvidas de que a sua história merece ser contada num livro, num filme e em viva voz, como o fez o próprio Rui Nabeiro, em entrevista à “Actualidad€”, em 2014 (ver foto ao lado), e tantas outras vezes, a tantos órgãos de comunicação social. Inspirador, no caso de Rui Nabeiro, é simultaneamente adjetivo e substantivo. A vida do empresário do café inspirou também José Luís Peixoto, que lhe dedica um romance biográfico. Chama-se “Almoço de Domingo” e é o mais recente livro deste escritor, alentejano, tal como Rui Nabeiro. Este romance biográfico homenageia o fundador da Delta Cafés, que é um dos mais acarinhados e consensuais empresários portugueses, pela capacidade de frisar a importância da responsabilidade social nos negócios, área em que foi um dos pioneiros. Exemplo disso é a recente iniciativa “Juntos Somos mais Fortes”, através da qual a Delta Cafés oferece a empresas do canal horeca um conjunto de produtos do portefólio do grupo Nabeiro, cujo valor de venda equivale a um milhão de euros. Lançado pela Quetzal Editores, no passado dia 28 de março, o livro “Almoço de Domingo”, apresentado em Campo

60 ACT UALIDAD€

MAIO DE 2021

Maior, foi uma forma de celebrar o humanismo e a visão de Rui Nabeiro, no dia em que completava 90 anos e que se assinalou com uma cerimónia transmitida por via online. Na cerimónia “90 anos Rui Nabeiro – Uma vida inspiradora”, estiveram presentes José Luís Peixoto e o homenageado e protagonista do romance, que ancestral de uma família reunida, em torno falou da sua vida pessoal, de empresário, do patriarca, no seu almoço de domingo”, mas também das preocupações sociais que lê-se na sinopse. sempre procurou incutir nos seus negócios. Rui Nabeiro fundou a Delta Cafés O livro tem na capa uma foto a preto em 1961, em Campo Maior, e várias e branco de Rui Nabeiro e da sua mulher, outras empresas que, desde então, inteAlice Nabeiro, mostrando metade dos ros- gram o grupo Nabeiro. Em entrevista tos de ambos, ainda jovens. Percebe-se a à “Actualidad€”, em 2014, o empresário intenção de sublinhar que a história do afirmava: “Eu sou ambicioso e sempre empresário se conta a dois e a importância sonhei que era capaz de concretizar os que a família tem no seu percurso pessoal meus objetivos. Dá-se um passo e depois e não só. outro. Todas as empresas que criei, ligadas Na sinopse do livro, assinala-se que além ao café, foram criadas porque percebi que de um romance e de uma biografia, é havia mercado para elas. Um dos meus também “uma leitura de Portugal e das sonhos foi sempre criar postos de trabalho várias gerações portuguesas entre 1931 e boas condições de trabalho. Sempre que e 2021”. Uma história contada “a par- sinto que há uma oportunidade nesse tir de uma geografia e de uma família”, sentido, avançamos.” que aborda “o contrabando”, enquanto Rui Nabeiro criou um império empreforma de “resistência perante a pobreza”. sarial, mas reconhece a importância das O autor faz escalas “num percurso de suas raízes e das pessoas. “Quando se tem várias gerações, tocado pela Guerra Civil de uma origem humilde como eu, percede Espanha, pelo 25 de Abril, por figuras bemos que é preciso respeitar as pessoas, como Marcelo Caetano, Mário Soares, o meio, a natureza que nos dá a matériaou Felipe González”. O livro “é também -prima com que trabalhamos. Tudo tem um romance sobre a idade, sobre a vida que andar equilibrado”, comentava, na contra a morte, sobre o amor profundo e mesma entrevista. 


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MAIO DE 2021

AC T UA L I DA D € 61


espaço de lazer

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Agenda cultural Livros

“Breve História de Inglaterra”

Autor dos best-sellers “England’s Thousand Best Churches” e “England’s Thousand Best Houses”, ex-editor do The Times e do Evening Standard e colunista do Guardian, Simon Jenkins “sente um fascínio contagioso pelos ambientes de Inglaterra”, como escreve o The Times na cr´tica a este “Breve História de I n g l a t e r r a ”, agora editado em português pela Esfera dos Livros. “Os ingleses nunca foram bons a descrever-se a si próprios”, lê-se na sinopse da obra, acrescentando que “na época da confiança imperial, não sentiam necessidade disso” e que “hoje em dia, quase nenhum deles gosta de se ver a si próprio como europeu, mas a melhor forma de se definirem a si próprios é como adversários dos seus vizinhos celtas”. Os ingleses “empreenderam guerras de supressão contra o País de Gales, a Escócia e, com particular brutalidade, contra a Irlanda”. O autor sustenta que “a Inglaterra é um país que tem o direito de se definir a si próprio e de se orgulhar ao fazê-lo” e que “essa definição deveria começar pela narração da sua história”. Simon Jenkins argumenta ainda que “há muitas maneiras de contar a história de uma nação, com uma tendência atual para destacar os factos atuais e controversos”. O autor vê a história, “mais do que como uma cronologia linear, como elos de uma corrente formada por causas e efeitos. É essa corrente que encerra o segredo da forma pela qual a Inglaterra chegou ao lugar que hoje ocupa.”

62 act ualidad€

Maio de 2021

Teatro

FIMFA Lx21 espalha marionetas por oito salas de Lisboa Mais de 10 companhias nacionais e internacionais apresentam os seus espetáculos em oito salas da capital, na vigésima primeira edição do FIMFA Lx Festival Internacional de Marionetas e Formas Animadas, que decorre entre 4 e 23 de maio. Produzido pel’A Tarumba – Teatro de Marionetas, o festival arranca no Teatro Nacional D. Maria II com “Moby Dick”, uma criação da companhia franco-norueguesa Plexus Polaire, inspirada num dos grandes clássicos da literatura. O espetáculo conta com cinquenta marionetas, projeções de vídeo, uma orquestra submersa e uma baleia-marioneta em tamanho real. No São Luiz Teatro Municipal estarão os espetáculos “Chaika”, livremente inspirado em A Gaivota de Tchékhov; “Optraken”, da companhia francesa Galactik Ensemble, que nos surpreenderá com a arte da queda; “The Puppet-Show Man”, uma criação com marionetas tradicionais de luva chinesas; e “”Maiakovski - O Regresso do Futuro, uma criação do Teatro de Ferro e do Teatro de Marionetas do Porto, que juntos constroem uma máquina do tempo para ressuscitar o poeta russo. Pelo Teatro do Bairro pass arão “Petites Fables”, de Agnès Limbos, que apresenta quatro pequenas fábulas que são como um diário de viagem; “Concerto para uma árvore”, com criação e interpret ação de Fernando Mota; e “Ambregris”, da companhia francesa Les Antliaclastes, uma criação que aborda o mito do ventre da baleia e a busca pelo âmbar-cinzento, misturando Pinóquio, o capitão Ahab e Jonas, e utilizando marionetas de fios, de vara, de luva e sombras. O Teatro Taborda acolhe os Bonecos de Santo Aleixo, tradicionais do Alentejo e únicos no mundo, que apresentam “Auto da Criação do Mundo”, um espetáculo dedicado a famílias e acompanhado de guitarra portuguesa e muitas cantigas. O LU.CA - Teatro Luís de Camões recebe “Branco como a noite e claro como o Preto”, uma criação da companhia alemã Thalias Kompagnons que, através de um técnica especial de pintura ao vivo, criará uma viagem de descoberta para destemidos e curiosos, e “Bakéké”, um espetáculo de novo circo e manipulação de objetos destinado a famílias. No Museu de Lisboa - Palácio Pimenta os espetáculos são também para ver em família e ao ar livre. A Limite Zero apresenta o tradicional “Teatro Dom Roberto”, com as suas peripécias, lutas e outras recriações, enquanto a companhia Radar 360º apresenta “Histórias Suspensas”, um dos espetáculos de encerramento do Festival, que inclui um cenário de grandes dimensões, onde é possível fabricar sonhos e guardar segredos. O único limite é a própria imaginação! Este ano, o FIMFA Lx estende-se ainda ao Centro Cultural da Malaposta com “Cinderela” (na foto), um espetáculo do Teatro de Marionetas do Porto destinado aos mais pequenos, que propõe uma nova abordagem a esta história tradicional, onde cabem muitas personagens saídas de outros contos de fadas. De 4 a 23 de maio, em várias salas de Lisboa*


espacio de ocio Exposições

Bibilioteca Nacional mostra “Atlas Suzanne Daveau” Foi por influência do avô, Léon Robert, que Suzanne Daveau Tempo se apaixonou pela fotografia, aos 11 anos. Mais tarde aliou essa paixão à paixão pela geografia, a que se dedicou profissionalmente. “Atlas” mostra esse percurso, exibindo dezenas de fotografias registadas pela investigadora, pelo mundo inteiro, como assinalam Duarte Belo e Madalena Vidigal, no texto de apresentação da mostra, patente na Bibilioteca Nacional: “O Atlas Suzanne Daveau é este percurso por um singular universo fotográfico que procurou uma ideia de verdade. Este é o retrato, o mapa, a geografia de uma mulher incansável que procurou conhecer e transmitir a sabedoria humana que se revela da terra. Talvez o que essa busca hoje nos devolva seja a inquietação do tempo presente. As suas fotografias dizem-nos, também, que o conhecimento é a melhor ferramenta que temos para lidar com um mundo

espaço de lazer

aberto e em mudança permanente.” As fotografias de Suzanne Daveau “registaram o tempo longo das sociedades rurais ocidentais ou tribais de África, as paisagens quase intocadas pela mão humana, mas também o enunciar de um mundo em progressiva mudança”, lê-se ainda na sinopse. A exposição está dividida em quatro grandes áreas temáticas: Rural; Humanidade; Cidade; e Natureza. “Estes são os elementos que, diríamos, emanam da representação que Suzanne Daveau procurou com as suas fotografias”, indicam os curadores da mostra, acrescentando que incluíram ainda o núcleo Processo, com referências ao carácter científico das suas imagens, através das fichas que se encontram em arquivo no Centro de Estudos Geográficos. Um sexto grupo de imagens, Tempo, é constituído por fotografias do seu avô, Léon Robert. Atualmente, com 95 anos, a geógrafa franco-portuguesa casou com o também geógrafo Orlando Ribeiro, com quem colaborou estreitamente, a partir de 1965. Entre as suas obras destacam-se Les Régions Frontalières de la Montagne Jurassienne (tese de doutoramento, 1959), O Ambiente Geográfico Natural (1970, 5ª ed., 2019), La Zone Intertropicale Humide (com O. Ribeiro, 1973), Distribuição e Ritmo de Precipitação em Portugal (1977), Portugal, o Sabor da Terra (com J. Mattoso e D. Belo, 1998, 2ª ed., 2010) e Um Antigo Mapa Corográfico de Portugal (2010). Até 30 de julho, na Bilioteca Nacional, em Lisboa Textos Susana Marques smarques@ccile.org Fotos DR

Bienal’21 Fotografia do Porto com 19 exposições na cidade e online “O que acontece com o mundo acontece connosco” é o mote da edição de 2021 da Bienal’21 Fotografia do Porto, que, a partir de 14 de maio e até 27 de junho, “convida a refletir sobre o papel da humanidade no seu relacionamento com o planeta”. Este convite percorrer 15 espaços expositivos no Porto, um em Lisboa e três em ambiente virtual, e são de entrada gratuita. Centro Português de Fotografia, Fundação Marques da Silva, Estação de Metro de São Bento, Reitoria da Universidade do Porto são algumas da moradas desta edição da Bienal. A organização “desafiou 16 curadores e 46 artistas nacionais e internacionais a mostrarem de que forma é que os sistemas humanos e naturais estão interligados e a refletirem sobre a interdependência entre as diversas esferas da vida, da ecologia à sociedade”. O diretor artístico da Bienal, Virgílio Ferreira, afirma que “os projetos apresentados resultam, em grande parte, de laboratórios de criação. Este é, aliás, um

fator que distingue esta Bienal: proporciona um espaço de experimentação, que contribui para a produção e disseminação de perspetivas artísticas, ações e intervenções, que promovam uma mudança cultural e ética, que acreditamos ser tão desejável quanto inevitável”. Maio

de 2021

ac t ua l i da d € 63


espaço de lazer

espacio de ocio

Fábio Alves quer elevar os sabores da gastronomia portuguesa no Suba No topo do Hotel Verride Palácio Santa Catarina, avistam-se os telhados lisboetas, o Tejo e o Castelo de São Jorge. Esta é a morada do Suba, onde além da vista, se sacia também o paladar, sob a batuta do chefe Fábio Alves, um transmontano que faz “comida com muito sabor”.

A

Texto Susana Marques smarques@ccile.org Fotos DR

s portas do Hotel Verride Palácio Santa Catarina vão abrir exclusivamente para os clientes do Suba, o restaurante com esplanada instalado no topo deste edifício centenário. Pelo menos para já, apenas o restaurante irá funcionar. A abertura está prevista para meados deste mês. O hotel poderá abrir no verão. A equipa do Suba tem estado a trabalhar na nova carta, pensada pelo chefe Fábio Alves. Natural de Chaves, foi na Escola Profissional da cidade que se formou, tendo começado a trabalhar no dia imediatamente a seguir ao fim do curso, no Forte de São Francisco Hotel. Fábio Alves descobriu que gostava da cozinha e do seu ritmo alucinante, uns anos antes, quando trabalhava nas férias de verão no restaurante flaviense Miradouro. “Era 64 ACT UALIDAD€

MAIO DE 2021

um espaço enorme que fazia casamentos e batizados e eu adorava aquele ambiente”, recorda o chefe. Depois da cozinha do Forte de São Francisco Hotel de Chaves, Flávio Alves transitou para a do Aquapura (atual Six Senses Douro Valey), em Lamego. Fábio Alves admite que durante algum tempo resistiu a sair da sua cidade e da sua província, mas a vontade de evoluir e de ter outras experiências acabou por falar mais alto. A sua primeira experiência fora de Trás-osMontes foi em Caldas da Rainha, no Silver Coast, (cadeia Sana), já como sub-chefe. Regressou a Trás-os-Montes para trabalhar no Vidago Palace, onde esteve quase dois anos também como sub-chefe. Seguiu-se novamente a cadeia Sana, que o convida

para chefe executivo do Hotel Sana em Sesimbra, onde esteve até ser desafiado a chefiar o Suba, no início de 2019: “O meu primeiro trabalho foi também num projeto que alia história à restauração (o Forte de São Francisco, em Chaves), tal como aqui no Verride Palácio de Santa Catarina. Gosto muito deste conceito, gosto da ideia de poder misturar a modernidade da cozinha com a história


espacio de ocio

do edifício e estou muito contente com o trabalho que temos feito.” Estando fora de Trás-os-Montes, o chefe transporta alguns dos ingredientes mais ricos desta região para a mesa do Suba. “Não prescindo de um bom azeite transmontano. O azeite, o alho e a cebola são ingredientes incontornáveis. São a base do sabor da gastronomia portuguesa e eu considero que o sabor de um prato se ganha na base. A minha comida tem muito sabor, mas tento que seja um sabor equilibrado, que não seja muito pesado. Para isso, uso muitos legumes e ervas aromáticas. Uso também muito os enchidos para enriquecer os caldos dos purés e do arroz, por exemplo. Recorro também com frequência à técnica de fumados, que confere um sabor intenso aos alimentos.” Apaixonado pela gastronomia portuguesa, sobretudo pelos pratos das regiões de Trás-os-Montes e do Alentejo, o chefe lembra que a formação clássica que teve foi fundamental: “Gostei muito do curso e dos meus professores, que me ensinaram as bases da cozinha e as técnicas que um cozinheiro tem que dominar.” A cozinha clássica colhe sobretudo influências e técnicas da cozinha francesa, que Fábio Alves gosta de misturar com as estrelas da gastronomia portuguesa. Assim, entre as entradas do Suba encontrará, por exemplo, um mil folhas de foie gras com pera bêbeda, que casa um clássico francês com um clássico português. O chefe gosta de misturar terra e mar no mesmo prato. Exemplos disso são as lulas recheadas com enchidos confitados ou o ouriço-do-mar com espuma de ovos, recheado com tártaro de carapau e presunto pata negra. Por falar em presunto, o chefe lembra que o seu “presunto de atum, feito com lombo de atum fumado artesanalmente, maracujá e ostra, já é um clássico do Suba”. Na nova carta do Suba vai encontrar o

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carabineiro com gaspacho de manga e A lista de sobremesas inclui também quinoa negra (uma entrada). No capí- um cheesecake com citrinos, rico, um tulo do marisco, destaque ainda para tártaro de frutas, bem como uma amos“o lavagante, cozido a vapor e depois tra de doces conventuais, que inclui um marcado com manteiga, servido com mil folhas de sericaia, um leite creme tortelini de massa fresca, recheado com queimado e um gelado de pudim Abade um puré aveludado, feito com a cabeça de Priscos. do lavagante, beterraba e rabano, que Além de pedir à carta, o Suba disponilhe dá um certo picante”. O chefe biliza também menus de degustação: o advoga que “os mariscos devem ter executivo, de 25 euros, apenas servido ao

sempre a presença do sabor picante”. Entre os pratos de carne, “o cabrito é uma aposta da equipa do Suba”, conta o chefe, que o classifica como “o melhor prato da carta”. Este cabrito de leite obriga a quatro dias de preparação. Entre outros passos, o chefe desvenda que há uma marinada com espumante, é fechado a vácuo, confitado a 70 graus e vai para a mesa na companhia de um esparregado de couve portuguesa e de arroz de cabrito. O Suba serve também lombo maturado a 35 dias, com picle de maça feito com vinagre de cidra e sumo de laranja, fechado a vácuo durante quatro dias. Outra sugestão é o tartáro de black angus (uma entrada), ou ainda o pato selvagem, cozinhado de forma suave, com bulgur de frutos secos e um puré de raiz de salsa. A fechar a carta, são incontornáveis sobremesas como a esfera de chocolate, banhada a ouro, com favo de cacau e frutos vermelhos, sugere o chefe: “Esta sobremesa já me acompanha há muito tempo. Criei-a em Sesimbra e é sempre muito apreciada, quer pelo sabor quer pelo lado mais espetacular, já que é terminada na mesa, à vista do cliente, o que acontece com alguns dos nossos pratos. A falsa banana flambé é também flamejada à mesa.”

almoço; o menu de quatro pratos, a 50 euros; o de cinco pratos a 80 euros; o de sete pratos a 110 euros; e o do chefe que todos os dias será diferente e é composto de cinco pratos, a 65 euros. Tal como os restantes projetos de restauração, o Suba encerrou portas a 15 de janeiro, mas Fábio Alves revela que o restaurante estava a trabalhar muito bem: “O Suba trabalhou sempre muito bem, no verão e até recomeçar o confinamento. Desde do início, trabalhámos sempre muito com os clientes portugueses. Sempre tivemos a preocupação de proporcionar gastronomia de qualidade, mas a um preço convidativo também para os portugueses. Quer ao almoço (altura em que servimos o menu executivo por 25 euros), quer ao jantar estivemos quase sempre cheios, cumprindo as regras exigidas pelo Governo, por causa da pandemia.” Além da sala de refeições, o Suba serve também na esplanada e possui uma sala mais pequena que pode ser usada para jantares de grupos, empresariais ou de amigos. Em todas elas, vai sentir que tem Lisboa aos seus pés. 

Suba Restaurante Verride Palácio Santa Catarina Rua de Santa Catarina, nº 1, Lisboa Tel. 21 157 3055

MAIO DE 2021

AC T UA L I DA D € 65


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Statements Para pensar

“[Para o mundo conseguir limitar o aquecimento global a 1,5 graus] devemos alcançar emissões líquidas zero de gases de efeito estufa até meados do século. Os países que representam cerca de dois terços da economia mundial comprometeram-se a fazê-lo. É um cenário encorajador, mas precisamos urgentemente que todos os países, cidades, empresas e instituições financeiras se juntem a esta coligação e adotem planos concretos para esta transição” António Guterres, secretário-geral da ONU, num artigo de opinião no jornal “Expresso”, 18/4/21

“É hora de uma ação decisiva e eficaz, já que as Nações Unidas reúnem todos os países em Glasgow, em novembro próximo, para a COP26. Os novos planos nacionais devem reduzir a poluição mundial de gases de efeito estufa em pelo menos 45% até 2030 em relação aos níveis de 2010. Muitos já foram apresentados e estabelecem políticas mais claras para a adaptação aos impactos das alterações climáticas e aumentar o acesso às energias renováveis. No entanto, até agora, esses planos alcançaram uma redução de menos de 1% nas emissões. Este é um verdadeiro alerta vermelho para as pessoas e para o planeta” Idem, ibidem

“As restrições decretadas para a contenção da pandemia produziram impactos muito desiguais nos diversos setores de atividade, criando efeitos também desiguais ao nível da quebra de atividade e do volume de negócios, nos atrasos nos pagamentos a fornecedores ou na criação de novas empresas. Quase 200 mil entidades do tecido empresarial atuam em atividades de impacto alto de acordo com o indicador Covid-19 - Grau de impacto setorial, desenvolvido pela Informa D&B. Os impactos são sentidos de forma mais profunda pelos setores com maior exposição aos efeitos das restrições de circulação e atividade das empresas, como alojamento e restauração, transportes, retalho e serviços gerais” 66 ACT UALIDAD€

MAIO DE 2021

Estudo da Informa DB intitulado “O 2º ano de pandemia e os impactos no tecido empresarial”, onde se conclui que 80% das empresas deverá ter quebras na faturação de 2020, 20/4/21




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