Actualidade Economia Ibérica - nº 295

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Actualidad

Economia ibérica janeiro 2022 ( mensal ) | N.º 295 | 2,5 € (cont.)

Exportações de mobiliário voltam a expandir-se PÁG. 32

Indústria portuguesa de componentes para automóveis cresce acima da média europeia pág. 14

Blue Atlantic Forum discute potencial da economia azul pág. 20


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Índice

Foto

índice

Shutterstock

Nº 295 - janeiro de 2022

Actualidad

Economia ibérica

Diretora (interina) Belén Rodrigo

Grande Tema 24.

Coordenação de Textos Clementina Fonseca Redação Belén Rodrigo, Clementina Fonseca e Susana Marques

32.

Copy Desk Julia Nieto e Sara Gonçalves Fotografia Sandra Marina Guerreiro Publicidade Rosa Pinto (rpinto@ccile.org) Assinaturas Sara Gonçalves (sara.goncalves@ccile.org) Projeto Gráfico e Direção de Arte Sandra Marina Guerreiro

Exportações de mobiliário voltam a expandir-se

O espaço que criou uma nova centralidade no comércio de Lisboa

Paginação Sandra Marina Guerreiro Colaboraram neste número Luís Filipe Faria, Nuno Almeida Ramos e Nuno Francisco Contactos da Redação Av. Marquês de Tomar, 2 – 7º 1050-155 Lisboa Telefone: 213 509 310 • Fax: 213 526 333 E-mail: actualidade@ccile.org Website: www.portugalespanha.org Impressão What Colour is This? Rua Roy Campbell, Lote 5 – 4ºB 1300-504 Lisboa Telefone: 219 267 950 E-mail: info@wcit.pt Website: www.wcit.pt Distribuição VASP – DISTRIBUIDORA DE PUBLICAÇÕES Sede: Media Logistics Park, Quinta do Grajal – Venda Seca 2739-511 Agualva-Cacém

Editorial 04.

Mobiliário: exportações crescem, mas faltam pessoas e matérias-primas

Opinião

Nº de Depósito Legal: 33152/89 Nº de Registo na ERC: 117787 Estatuto Editorial: Disponível em www.portugalespanha.org As opiniões expressas nesta publicação pelos colaboradores, autores e anunciantes não refletem, necessariamente, as opiniões ou princípios do editor ou do diretor. Periodicidade: Mensal Tiragem: 6.000 exemplares _________________________________________ Propriedade e Editor CÂMARA DE COMÉRCIO E INDÚSTRIA LUSO-ESPANHOLA - “Instituição de Utilidade Pública” NIPC: 501092382 Av. Marquês de Tomar, 2 – 7º 1050-155 Lisboa Comissão Executiva Enrique Santos, José Carlos Sítima, Luís Castro e Almeida, Ruth Breitenfeld, Eduardo Serra Jorge, José Gabriel Chimeno, Enrique Hidalgo e Maria Celeste Hagatong

Câmara de Comércio e Indústria

06.

40.

Construir o futuro dos sistemas de saúde: uma visão de reforma - Nuno Francisco A responsabilidade da empresa de seguros nos casos de representação aparente do mediador - Luís Filipe Faria

Gestão e Estratégia 18.

Haan alia design e sustentabilidade no segmento de produtos de cuidados pessoais

22.

“A função de um médico não acaba na sua clínica diária”

E mais... 08. Apontamentos de Economia 14. Gestão e Estratégia 24. Marketing 28. Fazer Bem 38. Advocacia e Fiscalidade 42. Setor Imobiliário 44. Ciência e Tecnologia 50. Vinhos & Gourmet 54. Setor Automóvel 56. Intercâmbio Comercial 58. Oportunidades de Negócio 60. Calendário Fiscal 61. Bolsa de Trabalho 62. Espaço de Lazer 66. Statements

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editorial editorial

Mobiliário: exportações

crescem, mas faltam pessoas e matérias-primas

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conjunto do setor em 2021 poderá bater o recorde de 2019, aproximando-se dos 2.600 milhões de euros. A confirmarem-se estes valores, tal representará um crescimento significativo, depois da quebra de 12% registada em 2020. Alguns gestores reconhecem que, com os confinamentos em casa, aumentou a perceção da importância do espaço da casa como ambiente-refúgio, levando muitas pessoas e procurar melhorar as suas habitações, nomeadamente comprando móveis e outros artigos para ficarem mais confortáveis.

sas entrevistadas nesta edição (ver págs. 32 a 37). Relativamente à falta de mão de obra em Portugal, calcula-se que faltem no setor cerca de cinco mil profissionais, entre marceneiros, carpinteiros, maquinistas, serralheiros e estofadores, por exemplo. Por outro lado, para muitas empresas nacionais, o aumento da inf lação na Zona Euro, que tem estado acima dos 2%, tem afetado também a sua atividade. A transisção digital e a sustentabilidade são outros dos desafios a que devem estar atentas as empresas do setor, como frisa a APIMA, que procura ajudar os seus associados com diversas medidas neste sentido. A associação espera, nomeadamente, continuar a apoiar as empresas na deslocação coletiva a feiras internacionais do setor durante este ano. Quanto aos principais mercados de exportação, França e Espanha são os maiores Mas o setor, atualmente, está destinos do mobiliário produzido a sofrer– tal como outras áreas em Portugal, sendo igualmente de atividade–, alguns impactos relevantes outros países europeus, decorrentes das faltas de mão mas também mercados mais londe obra, em determinadas áreas gínquos, como o Médio Oriente. logísticas, devido à pandemia. A Retrato de um setor vivo e dinâescassez e aumento de preços de mico, a ler nas páginas centrais. matérias-primas, como o pinho, a Empresas ou estratégias de gessubida dos custos de transporte e tão de outros setores de atividade, de logística, bem como a falta de como a saúde, são apresentados mão de obra em Portugal são algu- também nesta edição que inicia o mas das dificuldades que estão ano de 2022, que se espera mais a impedir o setor de ser ainda tranquilo para o mundo empresamais competitivo e de satisfazer as rial face aos últimos tempos.  muitas encomendas do estrangeiro, lamentam algumas das empre- Email: cfonseca@ccile.org Foto LasKasas

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indústria de mobiliário decorativo (para o segmento residencial ou comercial) está a viver uma boa fase, com um moderado crescimento das vendas para o exterior, depois de algum abrandamento no primeiro ano da pandemia. De acordo com estimativas da APIMA - Associação Portuguesa das Indústrias de Mobiliário e Afins, a evolução anual do volume de negócios do cluster mobiliário e afins deverá voltar a ser positiva, rondando os dois mil milhões de euros em 2021, sendo quase 90% resultado de exportações. Segundo Gualter Morgado, diretor executivo da APIMA, depois de um ano de 2019 com vendas recordes, o setor ressentiu-se de diversas dificuldades no início da pandemia, mas atualmente as empresas já recuperaram a dinâmica produtiva e exportadora, “através de uma enorme resiliência e de uma vincada aposta no digital”. Os valores de 2021 ainda não estão totalmente apurados, mas, ainda de acordo com a mesma associação, há a realçar um crescimento no volume de exportações, que entre janeiro e outubro de 2021 se situou em 1.471,9 milhões de euros, o que fica “cerca de 14% acima do período homólogo de 2020”. Quanto à fileira no seu conjunto – envolvendo também a produção e transformação de madeira para diversos fins–, e de acordo com a AIMMP - Associação das Indústrias de Madeira e Mobiliário de Portugal, o volume de negócios


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opinião opinión

Por Nuno Francisco*

Construir o futuro dos sistemas de saúde: uma visão de reforma

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o atual contexto pandémico, multiplicam-se os estudos que refletem sobre os impactos e custos socioeconómicos diretos e indiretos da pandemia de SARSCoV2 e das consequências dos confinamentos, da suspensão total ou parcial de serviços, e da disrupção de cadeias logísticas e de produção num mundo altamente globalizado e interdependente como o nosso. Contudo, um outro aspeto assume particular relevância neste contexto, não tendo este recebido até hoje a mesma atenção: a análise dos impactos de uma pandemia sobre os vários sistemas de saúde europeus e sobre a sua capacidade de resposta. Decidimos por isso debruçar-nos neste estudo sobre a forma como nove sistemas europeus responderam à pandemia e, de que forma os problemas estruturais de muitos deles acabaram por se agudizar ao longo dos últimos (quase) dois anos, considerando que todos eles contam com modelos de administração, financiamento e níveis de preparação muito díspares entre si. Fazendo alusão aos mais recentes dados internacionais em saúde e recorrendo também a informação recolhida através de questionários administrados a 30 dos maiores especialistas internacionais em economia da saúde, o estudo “Construir o futuro dos sistemas de saúde europeus – uma análise da

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experiência de 9 países europeus no combate e gestão dos desafios provocados pela pandemia de covid-19” é, por isso mesmo, uma extensa reflexão socioeconómica sobre a forma como nove países europeus – Itália, França, Grécia, Eslováquia, Portugal, Espanha, Croácia, Polónia e República Checa – enfrentaram e geriram os desafios da pandemia de covid-19. Dos principais impactos da covid19 sobre os sistemas de saúde, destacamos os seguintes: i) a necessidade de contratação de mais recursos humanos e a realocação de mão de obra especializada dos sistemas de saúde para apoio a unidades de infeciologia no tratamento da SARS-CoV2; ii) a necessidade acrescida de aquisição de equipamentos, serviços e produtos médicos; iii) a necessidade de injeção de mais fundos para reequipar hospitais; iv) o desenvolvimento de cadeias e sistemas de testagem e vacinação, bem como a ampliação de instalações para receção e tratamento de doentes covid-19; v) a supressão ou suspensão temporária de cuidados em ambulatório e cuidados não-urgentes, o que levou a um posterior aumento de listas de espera e à redução de exames de diagnóstico e da prática de medicina de prevenção. Todos estes fatores foram mais ou

menos críticos para os vários países: em Portugal, as listas de espera para cirurgia ou consultas são já historicamente bastante extensas, pelo que a recuperação das mesmas se tornará agora ainda mais difícil. Efetivamente, Portugal é dos poucos países europeus que, juntamente com a Polónia, registou não apenas uma redução nos tratamentos prestados, mas que, em certos períodos, chegou mesmo a suspender a prestação de certos cuidados não-urgentes. Nos restantes países, o impacto de uma temporária redução destes serviços não foi tao drástica. Do mesmo modo, a maior parte dos países que contavam já com um sistema sólido de cuidados primários, reconduziram alguma atividade clínica hospitalar para unidades de cuidados familiares ou de ambulatório, pelo que tiveram mais sucesso em manter os cuidados prestados à população. No caso português, o débil sistema de atenção primária não permitiu uma melhor gestão das necessidades terapêuticas, sendo que, historicamente, as unidades hospitalares e serviços de urgência continuam a ser “a porta de entrada” do Serviço Nacional de Saúde (SNS). A efetiva preparação dos países para a telemedicina veio também afetar a capacidade de apresentar uma resposta alternativa à prestação de cuidados em saúde e ao acompanhamento dos pacientes.


opinión

Em França, o número de teleconsultas estabelecidas aumentou em 50 vezes, sendo que na Polónia 80% das consultas realizadas durante a primeira vaga da pandemia ocorreram através de meios telemáticos. No que diz respeito à percentagem de população inoculada, países como Portugal, Itália, Espanha, Grécia e Polónia registam as maiores taxas de vacinação completa entre a sua população. Já no que se refere à utilização da testagem como ferramenta de despistagem, países que conduziram campanhas de testagem massivas, como foi o caso da Eslováquia, Croácia e Grécia, foram mais eficazes na identificação e contenção de cadeias de transmissão. O estudo conclui ainda da necessidade de uma maior preparação logística dos sistemas para enfrentar cenários de catástrofe sanitária e da necessidade de estabelecer protocolos de atuação que possam ser colocados em prática no imediato, de modo a evitar a disrupção

opinião

da prestação de cuidados em saúde. com covid-19, foi maior nos países Também os sistemas que colocam em que os sistemas de cuidados maior ênfase na telemedicina – que primários estão pouco desenvolvineste contexto particular se revelou dos, pelo que nestes casos existe de suma importância – serão mais uma menor capacidade de reafetacapazes de evitar disrupções na ção ou canalização de utentes com outras patologias.  prestação de serviços em saúde. Ao mesmo tempo, a sobrecarga of Portugal do BFF Banking dos hospitais derivada da neces- *Head Group sidade de tratamento de doentes E-mail: nuno.francisco@bff.com PUB

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Av. Marquês de Tomar, 2 - 7º 1050-155 Lisboa Telefone: 213 509 310 E-mail: ccile@ccile.org : www.portugalespanha.org 2 0 Website 22

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apontamentos de economia apuntes de economÍa

Millennium bcp e BA Glass contratam programa de papel comercial sustainability linked

O Millennium bcp e a BA Glass contrataram um programa de papel comercial no valor de 80 milhões de euros e prazo de cinco anos, com condições que incluem uma componente ligada ao cumprimento de indicadores de sustentabilidade relacionados com o consumo de água e a emissão de CO2. Ao longo do prazo do programa, a margem associada às emissões a realizar pela BA Glass poderá ser ajustada em função do cumprimento das metas de desempenho definidas e divulgadas pelo grupo BA Glass para aqueles indicadores. Os termos contratados estão alinhados com os SLLP (Sustainability Linked Loan Principles), tal como atestado pela Vigeo-Eiris, entidade que cer-

tifica também os indicadores de susten- processo de transição climática”, afiantabilidade utilizados e o desempenho ça o banco. alcançado pela BA Glass. “No início de 2021, a BA Glass deu mais A sustentabilidade integra os valores um passo na direção da sustentabilidaessenciais da cultura do Millennium bcp de e está agora comprometida com a e é um aspeto estrutural da sua estraté- Science Based Targets Initiative (SBTi), gia, estando o Banco convicto que pode prevendo-se para breve a definição de desempenhar um papel relevante nesta objetivos concretos. A Science Based transformação, investindo recursos e Targets Initiative tem por objetivo impulcapacidades na promoção e apoio de sionar ações climáticas no setor privado, iniciativas que vão no sentido de tornar permitindo que as empresas estabea atividade empresarial mais susten- leçam metas de redução de emissões tável. baseadas em critérios científicos e é “A contratação deste programa de papel uma parceria entre o Carbon Disclosure comercial é exemplo do esforço con- Project (CDP), United Nations Global junto do Millennium bcp e da BA Glass, Compact (UNGC), World Resources duas entidades fortemente comprome- Institute (WRI) e Worldwide Fund for tidas com as finanças sustentáveis e o Nature (WWF).

DB Schenker lança a sua nova solução para envios urgentes por terra, mar e ar

A DB Schenker, empresa líder em ges- texto de aceleração da crise global no único”, continuou Pedro Tierno. tão e logística da cadeia de abasteci- abastecimento, numa altura em que a O responsável especificou que “a nossa mento, lançou em Portugal e Espanha sociedade valoriza mais do que nunca cadeia de correspondentes, interligados o Time Critical Logistics, um novo ser- o seu tempo”. e presentes em todo o mundo, permiteviço especializado em envios urgen- Pedro Tierno explicou ainda que “foca- -nos realizar tanto exportações como tes e personalizados para oferecer aos mo-nos em oferecer um serviço 24/7, importações com a máxima rapidez e seus clientes a máxima rapidez. O novo que procura cobrir uma necessida- em qualquer parte do mundo com a serviço, nascido na divisão aérea da de muito específica e evitar as con- máxima coordenação. Quer sejam docuempresa, embora extensível a todos os sequências de mercadorias que não mentos, embalagens leves ou grandes meios de transporte, estará disponível chegam a tempo, podendo mesmo cargas, temos a capacidade de resolver, a partir de Madrid e Lisboa graças ao evitar que as linhas de produção de em apenas alguns minutos, a complexienvolvimento de uma equipa altamente alguns clientes fiquem paralisadas. O dade da gestão necessária para envios qualificada e especializada neste tipo nosso trabalho é conceber a solução em indústrias tão importantes como o de soluções logísticas contrarrelógio. mais apropriada para cada um deles healthcare, a automóvel ou a aeronáuNo contexto atual, definido pela pan- de acordo com as características da tica, das quais temos um conhecimento demia, o Time Critical Logistics surge sua carga, de modo a que, em poucos profundo. Fornecemos um acompanhaface à tensão crescente nas cadeias minutos, tenham uma proposta com- mento detalhado da carga”. de abastecimento de certos verticais, pletamente personalizada”. A DB Schenker conecta os seus hub tais como a saúde, o automóvel ou a “Com este serviço urgente, queremos de carga aérea em Portugal e Espanha aeronáutica, que necessitam de dis- contribuir com o nosso expertise. Além com os do resto do mundo, como por de um espaço de carga que foi disso, dispomos de uma rede glo- uma ferramenta chave num ambiente reduzido pela crise e que revelam uma bal que desenvolvemos como uma muito complexo. Valência, Catalunha, grande urgência quando se trata de das principais empresas mundiais de Galiza e Saragoça são alguns dos ponativar certas encomendas. De acordo transporte e logística. A DB Schenker tos nevrálgicos da indústria automóvel com Pedro Tierno, head of Airfreight & pode proporcionar o detalhe de um espanhola, por exemplo, que têm o Customs para a Península Ibérica na DB operador especializado bem como a potencial de beneficiar particularmente Schenker, “este serviço nasce num con- cobertura em todo o mundo, e isto é do lançamento deste serviço.

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Santander eleito “Banco do Ano” pela “The Banker”

O Santander foi distinguido como o “apesar dos desafios (impacto da pande“Banco do Ano” em Portugal, pela revista mia no negócio), o vencedor do prémio “The Banker”, do grupo Financial Times, de 2021, o Santander Portugal, continuou no âmbito dos The Banker Awards 2021. a prestar um apoio notável aos seus Estes prémios, considerados como uma clientes e ao país em geral e acelerou referência na excelência bancária, reco- os seus planos de transformação digital nhecem as instituições com maior capa- para garantir que está pronto a abraçar cidade de gerar resultados, de obter van- as oportunidades da próxima década”. tagens estratégicas e de responder da Em 2020, o Santander atingiu um resulmelhor forma nos seus mercados. tado líquido de 295,6 milhões de euros Em reação a esta distinção, Pedro Castro (-43,9%), uma diminuição expectável e Almeida, presidente executivo do devido aos efeitos provocados pela panSantander em Portugal, afirmou: “este é demia. Apesar desta quebra, o resultado um prémio de excelência e é resultado líquido alcançado pelo Santander foi um do trabalho desenvolvido pelo banco em dos melhores entre os restantes bancos Portugal ao longo do ano. Para alcançar- portugueses, sublinha um comunicado mos os nossos objetivos, contamos com do banco liderado por Pedro Castro e a confiança dos nossos colaboradores e Almeida. dos nossos clientes na nossa atividade”. Por outro lado, a área de private banE acrescenta que “após o período deli- king do Santander foi considerada a cado que vivemos, o banco é hoje “uma melhor em Portugal, de acordo com a instituição mais forte, melhor estruturada, revista “Global Finance”, no âmbito dos e tem os meios necessários para conti- “The World’s Best Private Banks Awards nuar a ser o parceiro de referência para 2022”, que premeiam as instituições com as famílias e empresas portuguesas”. o melhor serviço de banca privada em A revista “The Banker” adiantou que todo o mundo.

Portugal é o país europeu com maior atraso no pagamento de faturas

De acordo com o relatório da Informa D&B, no ranking dos países com maior atraso nos pagamentos por parte das empresas, Portugal apresenta o pior valor da Europa, com 26,64 dias de média de pagamento. Ainda assim, Portugal tem vindo a diminuir este prazo, já que no início de 2020 se situava em 28,04 dias de média de pagamento. Apesar de uma redução de 1,4 dias desde janeiro 2020, Portugal tem um atraso de 12,23 dias em relação à média europeia, que se situa nos 14,41. Este é considerado o primeiro decréscimo entre os nove países analisados –Alemanha, Bélgica, Espanha, França, Irlanda, Itália, Países Baixos, Portugal e Reino Unido – desde o primeiro trimestre de 2021, quando se começavam a sentir os efeitos

da pandemia. Porém, trata-se do terceiro trimestre consecutivo em que os países superam os 14 dias em atrasos, algo que não acontecia desde o primeiro trimestre de 2016. A Seres, pioneira e especialista em serviços de intercâmbio eletrónico seguro de documentos, elenca três razões principais para este atraso: a fatura não chegar ao destino; a existência de discrepâncias ou erros na fatura e, por fim, o não cumprimento atempado do pagamento por parte da empresa que tem de pagar. Segundo a Seres, quase 50% dos atrasos ocorrem no âmbito das duas primeiras condições. Para colmatar esta problemática, a Seres aponta a faturação eletrónica como um fator-chave, pois “impulsiona o encurtamento dos prazos de pagamento”.

Breves Candidaturas abertas para a 4.ª edição dos Heróis PME Estão abertas as candidaturas para a 4.ª edição dos “Prémios Heróis PME”, uma iniciativa da Yunit Consulting, consultora nacional especializada em pequenas e médias empresas, que “tem como objetivo premiar a visão, a coragem a capacidade de inovação e a persistência das PME portuguesas que ultrapassam as adversidades e seguem o caminho da prosperidade servindo de exemplo a outros empresários a dar o salto”. Nesta edição, vai ser apresentado o primeiro barómetro sobre a capacidade de adaptação e recuperação das PME. Para Bernardo Maciel, CEO da Yunit Consulting, “com a atribuição destes prémios queremos contribuir para o reconhecimento público de empresas vencedoras e histórias que inspirem outros empresários e empreendedores. Vamos também apresentar um barómetro sobre PME, com abordagens que envolvem desde os recursos humanos e a sustentabilidade à transformação digital, bem como as suas perspetivas para o futuro”. Este será o primeiro estudo realizado no âmbito dos “Prémios Heróis PME” sobre PME portuguesas e tem como objetivo apresentar indicadores de recuperação, perceber como as empresas se adaptaram ao contexto desafiante que atravessamos e esboçar uma visão sobre o futuro próximo. Durante o período de candidaturas, vão ser promovidos uma série de webinars temáticos exclusivos. As candidaturas, sem custos de participação, decorrem até final de janeiro de 2022 e podem ser realizadas no website Heroispme.pt. Ministra da Agricultura sublinha a importância da inovação tecnológica para a agricultura A SGS Portugal, empresa líder mundial em inspeção, verificação, testes laboratoriais, formação e certificação, apresentou os novos laboratórios da empresa com mais de dois

mil metros quadrados, e respetivas soluções tecnológicas aplicáveis ao setor agrícola, à ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, numa visita que teve lugar no passado dia 30 de novembro (na foto). Nesta ocasião, Maria do Céu Antunes destacou que “é extremamente importante criar projetos que capacitem os agricultores a adaptarem-se aos efeitos das alterações climáticas, assim como à mitigação dos seus efeitos.

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Breves É também necessário que as empresas se organizem para encontrarem soluções para os problemas dos agricultores e que se criem parcerias entre, por um lado, agricultores e produtores, que identificam os respetivos problemas, e, por outro, empresas e entidades de sistemas científico e tecnológico, de modo que estas incorporem as soluções tecnológicas para estas problemáticas. É de destacar o trabalho de excelência que é realizado nestes novos laboratórios da SGS Portugal, com recurso às mais recentes inovações tecnológicas do mercado. Estou certa de que este trabalho trará inúmeros benefícios para os nossos agricultores e que será uma mais valia para a economia nacional”, concluiu a governante. Nesta visita, a SGS Portugal demonstrou a sua capacidade laboratorial ao nível da cadeia agroalimentar, envolvendo soluções inovadoras de fertirrigação; solução de solo, extraída em diferentes profundidades; análise de água de irrigação e análise do solo; amostras de folhas; mapeamento do solo com GPS; soluções de auditoria personalizada com recurso a drone, entre outras com aplicabilidade em território nacional e internacional. Investimento e desenvolvimento de talento desceu, mas Portugal mantém posição no ranking de competitividade Portugal voltou a não figurar na linha da frente das economias mais competitivas mundialmente no que respeita ao desenvolvimento, atração e retenção de talento. De acordo com o ranking de “Talento Mundial do IMD World Competitiveness Center 2021”, Portugal mantém a 26ª posição, depois de dois anos consecutivos em que perdeu lugares. Os resultados de 2021 ano são acentuados pela descida do país no que respeita aos fatores de investimento e desenvolvimento e de preparação, que o colocam ainda mais longe de países como a Suíça, Suécia e Luxemburgo, as três economias mais competitivas em talento a nível mundial, no total de 64 analisadas. Recorde-se que a Porto Business School é, pelo sexto ano consecutivo, parceira exclusiva do IMD para Portugal na elaboração deste ranking. Depois de ter conquistado o seu melhor resultado em 2018, com o 17º lugar, nos últimos anos Portugal tem perdido terreno no que respeita à aposta no talento, e em 2021 voltou a não conseguir inverter esta tendência negativa. No fator investimento e desenvolvimento, onde a economia nacional desceu da 22ª para a 25ª posição, o principal fator para a baixa competitividade continua a ser a falta de aposta das empresas na formação dos colaboradores, naquela que é mesmo a principal fraqueza apontada ao nosso país (60º lugar). Pela positiva, destaca-se a forte percentagem que o país apresenta ao nível da força de trabalho do sexo feminino (49,5%) relativamente à sua força laboral total.

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novobanco eleito novamente o melhor banco de trade finance em Portugal O novobanco foi eleito, de novo e pelo quarto ano consecutivo, o melhor banco na área de trade finance, em Portugal, pela revista internacional “Global Finance”. Tendo por base vários critérios de referência, como o volume de transações, o serviço ao cliente ou a inovação, os editores desta prestigiada revista, bem como analistas do setor, gestores de empresas e especialistas em tecnologias da informação, selecionaram os melhores prestadores de serviços na área do trade finance em 103 países. O posicionamento de cada entidade, face aos desafios colocados pelo forte impacto que a pandemia de covid-19 teve na atividade de trade finance, foi também um dos fatores especialmente tidos em conta, tal como foi referido por Joseph Giarraputo, editor da revista “Global Finance”. Foram essenciais a capacidade de adaptação e as solu-

ções apresentadas aos seus clientes, para responder a este desafio sem precedentes, seja com recurso a apoio especializado, seja por via da inovação tecnológica. Este prémio destaca, mais uma vez, a importância do papel do novobanco no apoio à atividade das empresas e representa, em especial, o reconhecimento internacional das competências do banco nesta importante vertente de negócio, pela vasta oferta de produtos que disponibiliza e pela sua equipa especializada, que potencia o sucesso das operações de comércio internacional e a promoção do apoio necessário à exportação. No cenário pandémico atual, destacam-se o apoio na gestão do risco, por via de soluções que promovem segurança nos recebimentos e, em paralelo, as soluções de financiamento ajustadas ao ciclo de vida das importações/ exportações.

Santos e Vale abre nova plataforma na região de Albergaria-a-Velha

Integrada na estratégia de expansão e crescimento da Santos e Vale, a nova plataforma logística de Albergaria-a-Velha vem melhorar a capacidade da empresa para as recolhas e entregas na região de Aveiro. Esta plataforma está equipada com os mais sofisticados meios logísticos, que vão possibilitar um aumento na capacidade de processamento dos envios nas zonas de atuação, permitindo assim, mais massa critica e otimização das entregas e recolhas na região. “A nova plataforma de Albergaria vem melhorar significativamente as nossas condições de trabalho, permitindo implementar novos processos operacionais mais rapidos e eficientes, será, sem dúvida, uma exelente ferramenta para continuarmos a crescer e oferecer um serviço de referencia na região de Aveiro. De referir que a plataforma vai ter também

um espaço dedicado à Academia de Formação Santos e Vale, a qual poderá a partir de agora ministrar as formações internas localmente”, referiu Joaquim Vale, administrador da Santos e Vale. Com mais de 15 mil metros quadrados de área total, a plataforma tem uma localização-chave junto ao acesso rodoviário da A1 e A25 e está integrada na Zona Industrial de Albergaria. De referir que a rede de distribuição, transporte e logística da Santos e Vale é composta por 18 plataformas de cross docking e quatro plataformas de logística.


Gestores

Medway vai desenvolver vagões inteligentes para o transporte de mercadorias A Medway, através de um consórcio formado por 10 entidades, vai desenvolver uma estratégia para recuperar a indústria ferroviária de fabrico de vagões em Portugal, com o intuito de devolver capacidade produtiva ao país, com a criação de vagões inteligentes para mercadorias – smart wagons. Fazem parte deste consórcio, que vai investir 82 milhões de euros, cinco empresas (Medway Maintenance & Repair, Medway Terminals, Medway Operador Ferroviário de Mercadorias, Nomad Tech e Evoleo Technologies), quatro entidades não empresariais do sistema de investigação e inovação – Instituto Superior Técnico, Faculdade de Engenharia da Universidade

do Porto, INEGI e ISQ) – e o cluster para a competitividade, a Plataforma Ferroviária Portuguesa, capaz de produzir um produto de elevado valor acrescentado, com a incorporação de tecnologia, conhecimento técnico-científico e produção industrial, cobrindo todo o ciclo de vida do vagão. Bruno Silva, diretor-geral da Medway, destaca que este consórcio pretende potenciar “a capacidade produtiva de vagões para mercadorias e de sistemas de sensorização, bem como a implementação de metodologias de manutenção preditiva, reduzindo desperdício”. Além do impacto no perfil de especialização da economia portuguesa, o investimento também contribuirá para “inverter a balança comercial do país, substituindo importações por exportações”.

Coviran eleita novamente “Melhor Loja de Portugal” Após um longo processo de votação que contou com a participação online de inúmeros portugueses, a Coviran foi eleita, pela segunda vez consecutiva, a “Melhor Loja de Portugal para o ano 2021-2022” na categoria de supermercados de proximidade, com base em seis aspetos: gama de produtos, prestabilidade e serviço, especialização e prestação de informações, facilidade de compra, preço e aparência. No passado dia 25 de novembro, a revista “Grande Consumo”, em parceria com a empresa de estudos de mercado Q&A, deu a conhecer a eleição do consumidor português, “atestando a dedicação da Coviran no cumprimento de práticas de excelência no setor do retalho, regendo-se por elevados parâmetros de qualidade tanto nos seus produtos como nos serviços, tendo como objetivo promover o local e contribuir para uma economia mais

humana”, destaca a cooperativa. De sublinhar que a Coviran foi finalista no top 5 das lojas físicas nesta iniciativa que apurou os vencedores, num total de 18 categorias a concurso. Acácio Santana (na foto, à esq.), diretor da Coviran Portugal, realçou que “a Coviran conta já com uma década de experiência no mercado português e desde sempre teve como objetivo responder às necessidades dos consumidores com alto nível de qualidade global, assegurando uma experiência familiar no ato da compra e valorizando o que de melhor há em cada região”.

em Foco

Pedro Castro e Almeida (foto da esq.) e José Carlos Sítima (na foto) foram reconduzidos para mais um mandato enquanto presidente da comissão executiva e presidente do conselho de administração do Banco Santander Totta, respetivamente. A assembleia geral de acionistas aprovou os novos órgãos sociais do banco para o período de 2022-2024 e entre as novidades contam-se a saída da comissão executiva de Inês Oom de Sousa, para liderar a nova Fundação Santander Portugal, que contará com 22,5 milhões de euros para projetos nas áreas sociais e verdes. Para aquele órgão entra, por outro lado, Ricardo Jorge. Já no conselho de administração, sairam Isabel Mota e Andreu Plaza e entraram João Pedro Tavares e Cristina Alvarez. Ricardo Nortadas (na foto) é o novo associate director para a área de Low-Code Solutions da Noesis. O responsável junta-se, assim, à equipa liderada por José Carlos Pereira para assumir a responsabilidade pelo mercado dos EUA, assegurando a gestão dos projetos e clientes que a Noesis tem nesse território e o esforço de pré-venda e desenvolvimento de negócio na região. O objetivo passa por reforçar a operação e aposta nos EUA, onde já tem vários clientes e projetos na tecnologia OutSystems.

Nuno Soares vai liderar a We Seguros, uma nova empresa de mediação de seguros, ligada à consultora financeira GlobalWe. O gestor conta com uma experiência comercial de 20 anos nas áreas da banca e seguros, onde se pode destacar a passagem pela área de private banking do Santander. Nuno Soares tem ainda certificação como intermediário de crédito. Este profissional vem juntar-se à equipa para “reforçar compromisso e o objetivo da We Seguros de encontrar sempre as melhores soluções para os clientes”, justificou a nova empresa. A GlobalWe integra três áreas de serviços de apoio às PME: a área da contabilidade, fiscalidade e consultoria financeira, através da própria GlobalWe, a mediação de seguros, com a We Seguros, e área de incentivos financeiros e fiscais, no âmbito do PRR, Portugal 2030 ou do SIFIDE, através da We Incentivos.

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Breves Volkswagen cuenta con sus fábricas españolas para la construcción del vehículo eléctrico a partir de 2025 Volkswagen cuenta con las fábricas españolas del grupo para la construcción del vehículo eléctrico, tal y como ha confirmado su consejero delegado, Herbert Diess. Los planes pasan por fabricar coches compactos eléctricos en la factoría multimarca de Martorell y SUVs eléctricos en la fábrica multimarca de Pamplona a partir de 2025. La decisión final, según ha indicado la multinacional alemana, depende de las condiciones en general y los incentivos gubernamentales. “Nuestras inversiones se centrarán en el futuro de la movilidad en todos sus aspectos clave y en la implementación sistemática de nuestra estrategia de Grupo. Nuestra base financiara, extremadamente sólida, nos permite financiar las inversiones necesarias por nuestra cuenta”, ha resaltado Hans Dieter Pötsch, presidente del Consejo de Administración de Volkswagen AG. La compañía no ha especificado la inversión que recibirán las fábricas españolas, pero sí ha detallado que 21.000 millones de euros irán destinados a sus plantas de Baja Sajonia. Acciona Energía y Plug Power lanzan AccionaPlug para abordar el mercado de hidrógeno verde en España y Portugal Acciona Energía y Plug Power han creado una nueva sociedad, AccionaPlug, con sede en Madrid, que desarrollará, operará y mantendrá proyectos de hidrógeno verde en España y Portugal. La nueva empresa también planea proporcionar servicios de almacenamiento, transporte y distribución a sus clientes, centrándose inicialmente en los segmentos de negocio industrial y de movilidad. AccionaPlug, que contará tanto con instalaciones de producción de hidrógeno desarrolladas directamente para sus clientes industriales como con plantas independientes de producción para su distribución regional, espera que sus primeras instalaciones estén operativas en 2023. La compañía prevé alcanzar en 2030 una cuota de mercado sustancial del negocio del hidrógeno verde en España y Portugal, con una producción de más de 100 toneladas diarias. La empresa conjunta combina la mejor tecnología de electrolizadores de Plug Power y la condición de Acciona como el principal distribuidor de energía 100% renovable en España y Portugal. CaixaBank y EDP se alían en la venta de soluciones de ahorro energético para hogares CaixaBank y EDP han alcanzado un acuerdo para impulsar entre clientes particulares la instalación de soluciones de ahorro energético y sostenibilidad en el hogar. El primer paso en la colaboración entre la entidad financiera y la compañía de energías renovables es la creación de un paquete comercial, con financiación en condiciones ventajosas, para que cualquier persona interesada, sea o no cliente de CaixaBank, pueda acceder a una instalación fotovoltaica según sus necesidades.

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El AVE ya llega a Galicia tras 9.000 millones de euros de inversión Tras 16 años de obras y más de 9.000 millones de inversión, el AVE entre Madrid y Galicia ya es una realidad. Gracias a la apertura de esta línea, el tiempo de viaje entre la capital española y Ourense será de dos horas y 15 minutos frente a las cuatro horas y media que duraba hasta ahora. El presidente del Gobierno, Pedro Sánchez, durante la inauguración del servicio, destacó que con la llegada del AVE, Orense se convertirá “en un centro clave de distribución” y una “formidable ventana para transformar la realidad económica y social de Galicia propiciando nuevas oportunidades de negocio, la

transmisión directa de conocimiento, la colaboración entre particulares y empresas y un impulso a la industria turística”. Los trayectos desde Madrid al resto de ciudades gallegas también reducirán sus tiempos: 4 horas y 16 minutos a Vigo, 4 horas a Pontevedra, 3 horas y 20 minutos a Santiago, 3 horas y 51 minutos a A Coruña y 4 horas y 46 minutos a Lugo.

Endesa sube 22% inversión a 2030 y dedicará 70% beneficio a dividendo en 2024

Endesa ha aumentado sus inversiones hasta el año 2020 un 22% sobre la previsión que hizo el año pasado para toda la década, en la que ahora prevé invertir 31.000 millones de euros. Además, la compañía participada por la italiana Enel, ha decidido ampliar un año más, a 2024, el porcentaje

del beneficio que va a destinar desde el año que viene a dividendo (el 70 %). La eléctrica prevé obtener un beneficio neto ordinario de 5.700 millones de euros en el periodo 2022-2024, con un crecimiento promedio anual del 6 %, al estimar que 2024 cerrará con un beneficio de 2.000 millones de euros frente a los 1.700 millones estimados para 2021, lo que supone casi un 18 % más. También se espera que el ebitda crezca de los 4.000 millones esperados para 2021 a 4.700 millones de euros en 2024, un 18 % más con un crecimiento promedio anual del 6 %.


Cellnex es premiada como “Empresa del Año” por Fedecom

La Federación de Cámaras Oficiales de Comercio de España en Europa, África, Asia y Oceanía (Fedecom) ha concedido el premio ‘Empresa del Año 2021’ a Cellnex, en reconocimiento a su actividad comercial y a su proceso de crecimiento e internacionalización. Tobías Martínez, CEO de Cellnex, entiende este galardón como un reconocimiento a la trayectoria reciente de Cellnex desde su salida a Bolsa en 2015. Para el responsable una de las claves de este proceso de crecimiento ha sido el de “la integración de las adquisiciones en los distintos países, donde se han sentido siempre acompañados por las Cámaras como un instrumento clave en el proceso de toma de contacto con los nuevos entornos económicos, empresariales y culturales que han pasado a formar parte también de

nuestro universo como grupo empresarial.” El presidente de Fedecom y de la Cámara de Comercio de España en el Reino Unido, Eduardo Barrachina, destacó que “Cellnex no gira solo en torno a las telecomunicaciones, el 5G, la banda ancha y los emplazamientos de telefonía móvil. Tiene una vertiente muy humana y un fuerte compromiso con los derechos humanos, tanto a nivel de grupo como entre sus grupos de interés”.

Iberdrola se adjudica en EEUU un parque eólico con inversiones de más de 3.500 millones de euros

Iberdrola expandirá su presencia en Estados Unidos al haberse adjudicado en Massachusetts el suministro de energía eléctrica del futuro parque Commonwealth Wind, la tercera licitación eólica marina del Estado. El proyecto de 1.232 megavatios creará el equivalente a 11.000 puestos de trabajo a tiempo completo durante

la vida del proyecto generará energía suficiente para abastecer a 750 mil hogares. Commonwealth Wind es un megaproyecto con el que Iberdrola avanza hacia su objetivo de ampliar su presencia en Estados Unidos, donde hay un compromiso de alcanzar una capacidad instalada de 30.000 MW de energía eólica marina en 2030. De hecho, la compañía ya tiene en desarrollo a través de su filial Avangrid los parques Vineyard Wind One y Park City Wind. Al margen de la eólica marina, las inversiones para instalar tanto energía eólica terrestre como solar han ascendido a más de 13 mil millones de euros.

Breves La comercialización se realiza a través de Wivai, un espacio de comercio electrónico especializado en productos último modelo de tecnología, hogar y movilidad, de forma que cualquier interesado puede consultar online las características de las instalaciones, hacer la reserva del producto y adquirirlo en cuotas negociadas con financiación inmediata y sencilla, explica la entidad financiera. La puesta en marcha de una instalación fotovoltaica para autoconsumo en una vivienda genera un ahorro anual en el consumo eléctrico que puede alcanzar hasta el 50%, señala la firma portuguesa. Cepsa instalará paneles solares en toda su red de gasolineras de la mano de Redexis Cepsa y Redexis han anunciado una alianza para instalar paneles solares en toda la red de estaciones de la petrolera en España y Portugal. Será la primera red de estaciones de servicio generadora de energía renovable de Europa. Cepsa cuenta con 1.800 establecimientos en la península Ibérica y el proyecto pasa por la instalación de más de 40.000 paneles fotovoltaicos, con una capacidad de generación equivalente a las necesidades anuales de consumo de 11 mil viviendas. Las placas abastecerán de electricidad a las estaciones de servicio durante el día y verterán los excedentes a la red de distribución, como cualquier solución de autoconsumo en hogares. “Es una señal clara hacia nuestros clientes de que nuestra transición está en marcha”, ha subrayado el director comercial de la petrolera española, Pierre-Yves Sachet, en la firma del acuerdo. La Ley de Startups pretende atraer y recuperar talento internacional y nacional El Gobierno español ha aprobado el Proyecto de Ley de fomento del ecosistema de las empresas emergentes, más conocida como Ley de Startups, con la que quiere situar a España a la vanguardia en atracción de inversión, talento y emprendimiento innovador. El documento incluye importantes medidas fiscales, elimina trabas burocráticas y flexibiliza trámites para fomentar la creación y la inversión en empresas emergentes de base tecnológica. También se incluyen importantes medidas para atraer y recuperar el talento internacional y nacional, favoreciendo el establecimiento en España de los “nómadas digitales”, es decir, aquellos emprendedores y teletrabajadores que se desplacen a territorio español. Estas personas tendrán la posibilidad de residir y trabajar en España durante 5 años, así como acogerse al régimen tributario especial y tributar por el impuesto sobre la renta de no residentes. Con el objetivo de repatriar talento se relajan los requisitos generales para acceder a este régimen (pasando de 10 a cinco años el requisito de no residencia previa en España).

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Indústria portuguesa de componentes para automóveis cresce acima da média europeia O volume de negócios das empresas que abastecem a indústria automóvel em Portugal foi o melhor de sempre em 2019. Adão Ferreira, secretário-geral da Associação de Fabricantes para a Indústria Automóvel (AFIA), explica como o setor está a lidar com as quebras provocadas pela pandemia e pela escassez de semicondutores, fundamentais no fabrico de um automóvel. O gestor evidenciou a boa articulação entre as empresas ibéricas neste domínio, recordando que a Península Ibérica produz anualmente mais de três milhões de veículos automóveis, sendo o segundo maior produtor europeu.

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Textos Susana Marques smarques@ccile.org Fotos DR

uantos são os associados da AFIA e quanto representam em volume de negócios? Quanto faturaram no total as empresas associadas da AFIA no seu melhor ano? E em 2020 e quanto se prevê que faturem este ano?

nentes para automóveis é constituí- milhões de euros no ano de 2020, da por 350 empresas. ou seja, uma queda de 12,8%. No ano de 2020 interrompeu Para 2021, a projeção da AFIA uma série de seis anos consecu- aponta para uma subida de 1,2% tivos de recorde em termos de face a 2020. volume de negócios. A faturação agregada das empresas passou Que percentagem da produção dos 11,9 mil milhões (ano 2019, dos associados da AFIA se desA indústria portuguesa de compo- recorde absoluto) para 10,4 mil tina a exportação? Quais são os

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principais mercados destino da produção portuguesa?

A indústria de componentes automóveis é uma indústria altamente exportadora, com as vendas ao exterior a representarem mais de 80% do volume de negócios. A Europa absorve a maior parte dos componentes exportados, 91% das exportações, sendo que os restantes 9% das exportações têm como destino o resto do mundo. Em termos de países e relativamente ao ano de 2020, o mercado espanhol é o que mais consome componentes fabricados em Portugal, com uma quota de 30%, seguido da Alemanha (21%), França (12%) e Reino Unido (7%). Como define o panorama empresarial atual dos fabricantes para a indústria automóvel, em Portugal? Quais são as nossas maiores vantagens e fragilidades?

O setor é formado por PME, mas também por empresas portuguesas que se internacionalizaram, formando grupos multinacionais que atuam próximo dos seus clientes; e por um elevado número de multinacionais estrangeiras (a indústria de componentes automóveis constitui uma fonte de atração de investimento direto estrangeiro em Portugal). É uma indústria transversal e, portanto, mobilizadora agregando várias indústrias e tecnologias: metalurgia, metalomecânica, elétrica e eletrónica, química, plásticos, vidro, borracha, têxtil, curtumes, etc. Portugal é um país periférico em relação os nossos principais mercados, o que afeta naturalmente a nossa competitividade global. A competitividade das nossas empresas depende das suas capacidades próprias, mas também de fatores macroeconómicos que lhes são externos.

A previsibilidade e a estabilidade O que poderá ser mais crítico e decidas políticas públicas, assim como sivo para solucionar a crise de semiuma justiça que funcione são fun- condutores? Quais são as questõesdamentais para a confiança e para o -chave para resolver este problema, investimento, em Portugal são um no vosso entender? fator muito crítico. A crise de escassez de semicondutores atingiu a indústria automóvel De que forma a pandemia afetou os numa altura em que o setor começaassociados da AFIA, sobretudo tendo va a sentir uma ligeira recuperação em conta a atual escassez de semi- moderada dos níveis de produção condutores? na sequência de um abrandamento Há dois a nos sabía mos que dos casos de covid-19. muito ia mudar, que tínhamos O aumento da procura de chips que resolver os desaf ios da digi- da indústria automóvel começou ta lização e responder ao exi- quando as linhas de fornecimengente quadro do Green Deal. E, to de semicondutores (localizadas tínhamos que nos preparar para essencialmente na Ásia) já estavam incorpora r a s tra nsformações sobrecarregadas por uma procura que o mercado impunha nomea- significativa de chips do setor da damente da transição energética eletrónica de consumo, para telee da mobilidade. fones e infraestruturas 5G, novas Hoje, em 2021, numa conjuntura plataformas de videojogos e equipaadversa, que resulta da crise pan- mento informático. démica, sabemos que os drivers A tendência é incontornável: a prodas mudanças serão os mesmos, cura automóvel de semicondutomas o covid-19 acelerou todo o res continuará a crescer em grande processo e condicionou a procura escala devido à quota crescente de de veículos automóveis, ao que tecnologias de condução autónoma temos que acrescentar a rutura e assistida para manter os condude abastecimentos e acréscimo de tores confortáveis e seguros, bem preços no mercado das matérias- como a eletrificação dos veículos -primas e a falta de fiabilidade com a exigida gestão sofisticada dos processos de logística. do desempenho da bateria e outros 15


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componentes eletrónicos. Efetivamente algumas fábricas de construção automóvel na Europa já tiveram que parar temporariamente a produção por falta de chips. Pelo que esta situação também está a afetar a indústria portuguesa de componentes para automóveis dadas as paragens na produção dos seus clientes. A Europa tem que apostar no fabrico e investigação & desenvolvimento de chips, para não estar tão dependente da Ásia. O setor automóvel a nível mundial é responsável por cerca de 10% da procura de semicondutores, na Europa esse valor sobe para 37%. A falta de chips para os construtores de automóveis está a arrastar toda a cadeia de fornecimento. 2021 não foi um ano de recuperação para o setor, ao contrário do que se 16

chegou a estimar… Que expectativas têm face a 2022?

O ano de 2021 tem sido marcado indelevelmente pela incerteza nas cadeias de abastecimento, espera-se que em 2022 haja uma maior estabilidade nos fornecimentos e assim a produção automóvel possa retomar o seu ciclo normal. Até que ponto as verbas destinadas à indústria poderão ajudar os associados da AFIA?

A AFIA propôs ao Governo, através do Ministério da Economia, um Programa Específico de Apoio e Incentivo ao Investimento para as empresas acompanharem a transição digital e energética. A AFIA considera que um programa que ajudasse as empresas a conseguirem aumentar o seu posicionamento nos projetos dos novos veículos teria também um efeito junto

dos construtores (OEM) e fornecedores de primeira linha (TIER1), captaria a atenção dos decisores e potenciaria não só a indústria nacional, mas também o sistema científico nacional. A indústria automóvel tem uma relevância importante para a economia de Portugal, devido à sua capacidade de exportação, à criação de empregos qualificados, ao valor acrescentado e ao efeito catalisador noutros setores, nomeadamente enquanto motor da capacidade competitiva do ecossistema científico. Por isso, é fundamental estabelecer um quadro que garanta uma transformação cuidadosamente gerida para alcançar com sucesso a descarbonização e a digitalização da economia. Em que ponto estão os associados da AFIA no que diz respeito à sustentabi-


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lidade e à digitalização, duas das prioridades de investimento do Plano de Recuperação e Resiliência português?

Como qualifica a cooperação entre Portugal e Espanha no que diz respeito ao setor automóvel?

A indústria portuguesa de compo- A Península Ibérica no seu conjunnentes automóveis continua a realizar to produz anualmente mais de três investimentos, tanto em equipamen- milhões de veículos automóveis, tos produtivos como na inovação de sendo o segundo produtor europeu. processos mais eficientes, aumentan- Pelo que é um polo muito importante do consequentemente a sua produ- na indústria automóvel europeia. tividade e adaptando-se aos novos Espanha é o principal cliente dos desafios dos fabricantes de automó- componentes automóveis fabricados veis, para tornar o automóvel cada em Portugal, sendo que por outro vez mais seguro, eficiente e ecológico. lado, é um dos principais fornecedores da indústria automóvel portuguesa. O que é mais urgente melhorar no Portugal é país destino de expansão setor em Portugal? E como o podere- internacional de empresas espanholas, mos fazer? Há boa articulação entre assim como Espanha tem sido local as universidades/centros de investi- para as empresas portuguesas se intergação e a indústria para evoluirmos? nacionalizarem com fábricas e/ou cenA indústria portuguesa de componen- tros, quer através de investimentos de tes para automóveis tem preconizado raiz quer por parcerias / joint-ventures. um percurso virtuoso e de excelência, A AFIA tem uma relação muito procombinando a afirmação da sua com- fícua com a Sernauto – Asociación petitividade com o esforço de pene- Española de Proveedores de tração no mercado, ganhando quota Automoción, tomando posições conde mercado, crescendo mais que a juntas junto das instâncias europeias Indústria Europeia, o que teve como na defesa da indústria automóvel ibéconsequência a criação de emprego rica. qualificado, o aumento das exportações e um conjunto de externalidades (Nesta edição em pdf, foi corrigido para a economia nacional, das quais o valor das exportações do setor, de destacamos o trade off com o sistema “30%” para “80%”, conforme consta na tecnológico e I&D nacional. primeira coluna da pág. 15) 

O impacto da crise de semicondutores - Uma boa parte do funcionamento de um automóvel depende de eletrónica e a tendência é aumentar esse peso com a crescente eletrificação das frotas. A Consultora AlixPartners calcula que a atual escassez de semicondutores provoque perdas de 210 mil milhões de dólares em receitas na indústria automóvel, em 2021, a nível mundial. - O setor automóvel é responsável por 37% da procura de semicondutores na Europa e por 10% da procura mundial, de acordo com dados da Associação Europeia da Indústria de Semicondutores. - Na recente Web Summit, realizada em Lisboa, o CEO da ARM, Simon Segar, avançou que o mundo está a investir para reforçar a capacidade mundial de produção de chips, em 50% nos próximos cinco anos, representam qualquer coisa como dois mil milhões de dólares (1.770 milhões de euros) por semana.

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Haan alia design e sustentabilidade no segmento de produtos de cuidados pessoais Nasceu em 2018, em Barcelona, com o propósito de criar e comercializar, da forma menos nociva possível, produtos de higiene, como desinfetantes para as mãos, cuja procura disparou com a pandemia. A Haan está presente em 44 países e aposta no design para seduzir e sensibilizar os consumidores.

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Texto Susana Marques smarques@ccile.org Fotos DR

ric Armengou e Hugo Rovira trabalharam “como distribuidores de marcas de moda e acessórios durante anos” e em 2018 decidiram iniciar um novo projeto, em paralelo: “Um projeto mais próximo da forma como vemos a vida, uma marca com um claro compromisso social desde a sua origem. Iniciámos um processo em busca de possíveis oportunidades de negócio em que pudéssemos inovar, cobrir uma necessidade latente no mercado e devolver o nosso grão de areia ao planeta. Durante uma viagem aos Estados Unidos, descobrimos a utilidade do higienizador de mãos, onde a sua utilização já era generalizada. Adorámos a ideia, mas não o produto em si, que sentimos que poderia ser melhorado em termos de apre-

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sentação e design. Ao mesmo tempo, começámos a investigar a indústria de cuidados pessoais. Percebemos que o setor estava a ficar para trás, com um modus operandi demasiado convencional. Vimos um espaço onde podíamos inovar.” A marca Haan nasce assim em Barcelona no ano de 2018 e atualmente produz e comercializa quatro produtos, frisam os empresários: “O higienizador de mãos, o creme de mãos, a pasta de dentes e o sabonete líquido de mãos. Todos eles com diferentes fragâncias. O desenvolvimento do produto começa internamente na Haan. O nosso arquiteto de marca avalia quais os produtos que devemos apostar para colocar no mercado e, assim, avançamos.” Este novo ano arranca com novos

produtos, adiantam os fundadores da Haan: “No primeiro trimestre de 2022, temos novos lançamentos planeados na categoria body care. Não podemos já revelar quais são, mas em breve teremos novidades. Aquilo que move a nossa inovação é encontrar oportunidades que sejam úteis para o dia a dia dos consumidores, com produtos diferenciadores e cujas fragâncias agradem a qualquer um. Sempre sob os valores de serem produtos com ingredientes naturais, recarregáveis e com embalagens o mais sustentável possível.” Os empreendedores souberam tirar partido da sua “experiência no mundo da distribuição de moda”, onde fizeram “grandes contactos nos canais retalhista, farmacêutico e de beleza”, mas também manter o olhar crítico


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sobre o mercado: “Como trabalhámos com muitas marcas e coleções com datas de validade, apercebo-nos de que a forma como estávamos a consumir não era sustentável para o planeta. Assim, ao fundar a Haan, decidimos dar a volta à indústria (turn care around), sendo sustentável e, ao mesmo tempo, doando 20% dos seus lucros para a criação de poços de água potável em comunidades em desenvolvimento. A missão é ser parte do jogo, mas também parte da solução.” Os gestores assinalam que “a sustentabilidade é o ponto-chave em todos os lançamentos”, já que “todos os nossos produtos de cuidados pessoais apresentam uma fórmula ‘limpa’, com pelo menos 90% de ingredientes de origem natural, em embalagens de alta qualidade, recicláveis e reutilizáveis, devido ao facto dos nossos produtos poderem ser recarregáveis”. Estas embalagens “permitem recarregar o produto até três vezes (duas, no caso do sabonete líquido para mãos) e, consequentemente, reduzir 89% das emissões de plástico, água e CO2 geradas”. Além da sustentabilidade, o design é mais um argumento para convencer os consumidores a reutilizar as embalagens: “O nosso grande objetivo é desenvolver produtos com um design tão apelativo que faça com que os nossos clientes prefiram reutilizar as suas embalagens em vez de as deitar fora e comprar uma nova. Desta forma, podemos começar a afastar-nos da atual cultura “descartável” e começar a comprar produtos para usar uma vida toda. No caso do creme de mãos e da pasta de dentes, isto torna-se ainda mais expressivo na medida em que propomos aos nossos consumidores que demorem apenas quatro minutos a limpar o interior e o exterior da embalagem e a reutilizá-la tantas vezes quantas quiserem. Uma ação muito simples, mas que pode ter um grande impacto se for transferida para todas as embalagens utilizadas para cuidados pessoais numa base diária. Ser sustentável como marca de

cuidados pessoais já não é uma ação de marketing, é uma necessidade.” As embalagens são produzidas na China e as fórmulas dos produtos em Espanha, onde também são embalados os produtos. “No primeiro ano, produzimos 100 mil unidades e ficámos sem stock ao fim de apenas três meses”, contam os gestores, acrescentando que a pandemia foi muito desafiante para a marca: “A procura aumentou exponencialmente e os nossos fornecedores tinham parado a produção. Fizemos tudo o que pudemos para manter a nossa distribuição, para podermos continuar a servir os nossos distribuidores nacionais e internacionais. Penso que fomos bem-sucedidos, na medida do possível, e isso ajudou a fortalecer, ainda mais, as relações com estes clientes, que viram como demos tudo de nós para fazer avançar as produções – como foi o exemplo da Hasse Healthcare, nosso distribuidor exclusivo em Portugal.” Igualmente desafiante é “o desenvolvimento de produtos em geral, encontrar as melhores fórmulas, os registos e desenvolver embalagens apelativas e diferenciadoras face ao resto do mercado”, frisam Eric Armengou e Hugo Rovira. Sendo uma marca recente, a Hann já chega atualmente a 44 países: “Temos uma estratégia integrada de marketing e comunicação, ligando todos

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os nossos canais para que os nossos objetivos e valores sejam mantidos, independentemente da localização. Também confiamos fortemente nos embaixadores e influenciadores da marca para serem os nossos representantes na comunicação do nosso produto e dos seus benefícios.” A marca tem uma rede de parceiros que distribuem os produtos Hann em farmácias, lojas de beleza, de moda, parafarmácias e grandes superfícies. “Em Portugal, a exclusividade da distribuição pertence à Hasse Healthcare e os portugueses podem encontrar os produtos também em inúmeras farmácias”, indicam os detentores da Haan, sublinhando que “estreita relação com todos os parceiros”, com que mantêm “contacto diariamente para compreender as suas necessidades”. Com um investimento inicial de 30 mil euros, já recuperado, no primeiro ano de atividade, a Hann obteve um volume de negócio de 100 mil euros. “Excedeu certamente as nossas expectativas e, desde então, a dinâmica não se alterou. Este ano, as previsões são de seis milhões de euros”, revelam os gestores, indicando que as vendas online representam 8% do total das receitas. Os empresários avançam que pretendem abrir loja própria, mas ainda não podem revelar pormenores sobre a localização ou data de abertura.  JANEIRO DE 2022

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Blue Atlantic Forum discute potencial da economia azul Pesca, biotecnologia e turismo são os eixos principais do desenvolvimento da chamada economia azul, na Galiza. Como desenvolver essas áreas e tirar partido do oceano da forma mais sustentável foi a questão transversal que levou ao Blue Atlantic Forum, em Baiona, nos passados dias 24 a 26 de novembro vários especialistas e agentes económicos. A segunda edição terá uma dimensão ibérica.

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Texto Susana Marques smarques@ccile.org Foto DR

spanha é a segunda economia azul europeia, depois do Reino Unido, de acordo com dados de 2019 da União Europeia, citados pela organização do Blue Atlantic Forum - BAF2021, que durante três dias concentrou em Baiona, na Galiza, vários especialistas e agentes económicos para discutir os desafios e as oportunidades em torno da economia do mar. O evento, organizado pelos responsáveis do Concelho de Baiona, decorreu nos dias 24, 25 e 26 de novembro, no Parador Conde de Gondomar, com o objetivo de perceber como desenvolver as áreas económicas relacionadas com o mar,

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sem comprometer a biodiversidade e a sustentabilidade. Os três dias de jornadas discutiram temas relacionados com três setores de vital importância para o desenvolvimento sustentável da Galiza, em geral, e de Baiona, em particular, nomeadamente sobre turismo marítimo e de costa, pesca e aquicultura e biotecnologia marinha, abordando questões como a formação, o financiamento, o empreendedorismo, a mudança climática ou as oportunidades que as rias galegas apresentam no âmbito da economia azul. Para o presidente da autarquia, “Baiona tem que superar a fase de viver de costas para o mar. Agora

vamos também fazer com que a economia olhe para o Atlântico, com uma nova estratégia de economia azul com a qual iremos promover a criação de empresas de qualidade e empregos em vários setores.” Jacobo Camba, diretor da Associação Blue Atlantic Forum, faz um balanço muito positivo do evento: “A primeira edição foi um sucesso de conhecimento, já que um dos principais objetivos do fórum é divulgar o que é economia azul e as oportunidades que ela oferece. Um sucesso técnico, pois tanto a produção local quanto a transmissão via streamimg funcionaram perfeitamente. E também um sucesso em


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termos de tempo. Há que ter em gentes, especialmente a biotecnologia conta que uma parte considerável marinha e a energia eólica no mar”. O BAF2021 teve um alcance regiodos 806,9 mil milhões de euros do Plano NextGenerationUE será desti- nal, mas está previsto um BAF2022 nada a indústrias e setores relaciona- ibérico, a realizar nos dias 19, 20 e dos com os oceanos, mares e costas. 21 de outubro de 2022 no Parador Daí a importância de concentrar os de Baiona, adianta o gestor espadiferentes atores principais da eco- nhol. “Portugal é uma potência da nomia azul atlântica. Representantes economia azul, com um Ministério institucionais, empresários, profis- do Mar e entidades tão qualificadas sionais do mar, da indústria hotelei- como o Fórum Oceano, com quem ra, cientistas, estudantes e público queremos construir pontes de colaem geral trocaram opiniões sobre as boração”, frisa o responsável. Em 2022, o evento será em espaoportunidades existentes em torno da economia azul”, adianta o mesmo nhol e em português. Esta segunda edição será a consolidação do fórum responsável. Não há dados exatos sobre o valor como espaço de referência de disda economia azul para a Galiza, mas cussão, formação e divulgação sobre é inegável que a região “tem um a a economia azul numa perspetiva posição preponderante nas áreas de atlântico-europeia.” A organização está já a pensar na pesca e aquicultura”, sublinha Jacobo Camba, acrescentando que “o cres- continuidade do projeto: “Os pascimento passa pelo desenvolvimento sos mais importantes são garantir do turismo costeiro de forma susten- financiamento para a realização tável e pelo impulso de setores emer- das edições de 2023 e 2024 e

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consolidar mais colaborações com entidades privadas. Para o futuro, queremos adicionar mais um setor aos três em que o fórum está atualmente focado: pesca e aquicultura; biotecnologia marinha e turismo costeiro.” Jacobo Camba informa ainda que a primeira edição pode ser vista via streaming, gratuitamente. Financiado por fundos GALP (Grupos de Ação Local do Setor Pesqueiro), que canalizam fundos europeus FEMP (Fundo Europeu Marítimo e de Pesca), o projeto é também cofinanciado pela Administração da Província de Pontevedra e Ayuntamiento (Câmara) de Baiona, e pela Abanca Mar, a primeira entidade privada a apoiar financeiramente o projeto. “O apoio privado é fundamental para o crescimento futuro do fórum e é uma parte que estamos a dinamizar”, remata Jacobo Camba.  PUB

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“A função de um médico não acaba na sua

clínica diária”

O cirurgião Joaquim Barbosa é um exemplo de perseverança, rigor e de muito amor pela sua profissão, que exerce há quase 50 anos. Uma vida inteira de dedicação, que passam por escutar e conversar com os seus pacientes, duas formas de curar tão importantes como os atos clínicos e as cirurgias que realiza. Além da prática, fez sempre questão de partilhar os seus conhecimentos com os seus pares, quer em congressos internacionais quer em publicações da especialidade, frisa o cirurgião vascular.

Textos Clementina Fonseca cfonseca@ccile.org Foto Sandra Marina Guerreiro sguerreiro@ccile.org

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patologia vascular ganhou uma nova visibilidade com a pandemia, como frisa Joaquim Barbosa, cirurgião com quase 50 anos de prática, a maior parte dos quais ligado à cirurgia vascular.“ A doença vascular apresenta muitas complicações decorrentes da covid-19 – muito mais do que em qualquer outro tipo de especialidade. Muitas delas estão ainda por comprovar cientificamente. Mas, de qualquer modo, “eu tenho visto doentes com complicações de patologia vascular, nomeadamente venosa, indiscutivelmente depois da covid-19, a que eu chamo precisamente patologia vascular pós-covid. Ainda não se saberá a verdadeira incidência deste tipo de complicações, mas que elas existem, existem. Não se conhecem todas as sequelas da covid, nomeadamente a nível vascular ou mesmo 22 ACT UALIDAD€

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do pulmão, mas, na minha opinião, estas deverão vir a surgir, quase seguramente”, adianta o cirurgião, que é Coordenador do serviço de Cirurgia Vascular do Hospital dos SAMS (sistema de assistência médica e social dos bancários). É um dos cirurgiões com maior experiência na área da patologia vascular, em Portugal, especialidade médica que se dedica ao diagnóstico clínico e imagiológico e ao tratamento médico e cirúrgico das doenças das artérias, veias e vasos linfáticos. E, com um tom pedagógico, enumera alguns dos principais fatores de risco que podem contribuir para desencadear doenças vasculares arteriais, como o tabagismo, o a diabetes, a hipertensão arterial, o stress, o sedentarismo, a obesidade, entre outros. O médico alerta ainda para uma das principais patologias que podem

ocorrer e que afetam as artérias, como as obstruções e os aneurismas. “O acidente vascular cerebral é um dos acidentes que mais mata em Portugal!”, alerta o especialista. Ao nível das veias, há dois fenómenos mais comuns: um deles, a trombose venosa, que resulta da obstrução das mesmas. Este fenómeno necessita de tratamento eficaz, pois muitas vezes dá origem a embolias pulmonares, acidente que tem “uma alta taxa de mortalidade”. Menos grave, mas com elevada incidência, outra das patologias mais frequentes é causada pelo refluxo venoso, que se localiza sobretudo nos membros inferiores, dando origem às varizes. Quanto às doenças que podem afetar os vasos linfáticos, destaca-se o linfedema, refere o médico especialista. Participação em sociedades científicas Além das práticas médica e cirúrgica, Joaquim Barbosa mantém uma forte dedicação a “uma vertente associativista, pertencendo a várias sociedades científicas”, onde os especialistas e investigadores de determinadas áreas de conhecimento partilham as suas experiências e conhecimentos teóricos. Atualmente, mantém-se ligado à Sociedade Portuguesa de Angiologia e Cirurgia Vascular” (SPACV), da qual foi um dos fundadores, ex-presidente e sócio emérito. Os objetivos desta associação passam, nomeadamente, por “fomentar a divulgação e a troca de


gestión y estrategia

“Trabalho fundamentalmente por prazer “ Joaquim Barbosa nasceu há 74 anos, no Porto, e há quase cinco décadas que começou a exercer a profissão de cirurgião. “Sou cirurgião por vocação. Desde os meus seis anos de idade que não quis ser outra coisa senão ‘operador’. Sou uma das poucas pessoas que fazem na vida aquilo que sempre quiseram fazer!”, comenta. Destaca, deste modo, como é a sua relação com os doentes: “um cirurgião, como qualquer médico, deve ter características marcadamente humanas no que respeita à relação com o paciente. Para mim, é mais importante um bom relacionamento com o doente do que o tratar imediatamente. Há várias formas de relacionamento: ou com indiferença, ou com carinho. Tenho já uma certa idade e não quero abdicar desta minha maneira de ser e de tratar os meus pacientes de forma afetiva”, frisa. “Gosto muito de conversar com os doentes que opero. Acabo por prolongar muito as minhas consultas, em detrimento da qualidade da minha vida familiar e pessoal”, admite o médico. Começou a sua carreira como cirurgião geral no Hospital de Santa Maria (HSM), e mais tarde enveredou por uma especialidade mais específica, a cirurgia vascular. Atualmente, é coordenador da Cirurgia Vascular do Hospital dos SAMS, unidade onde trabalha há cerca de 20 anos. “Fui um dos fundadores do atual serviço de Cirurgia Vascular do HSM”, recorda. Frisa ainda o seu trabalho junto dos seus pares, como fundador e membro de várias sociedades científicas, tendo ainda publicado centenas de artigos e comunicações e conferências, em publicações nacionais

e internacionais, sendo alguns destes artigos “ainda hoje referência científica” na área da cirurgia, em particular da cirurgia vascular, conclui. Uma vida sempre ativa “Levei sempre uma vida intensa, a começar pela vida profissional, que foi sempre uma loucura. Trabalhava muitas horas, mesmo ao domingo chegava a ter operações. Continuo a trabalhar todos os dias, mas com um horário mais reduzido”. Mas foi intensa também “com a família, amigos e a viajar. Tenho aquilo a que se chama uma vida vivida, alias é o nome do livro que estou a escrever, mas ainda só escrevi dois terços do mesmo. Com a pandemia, reduzi o ritmo. Pensava que ia ser um período de inspiração, mas afinal foi uma desinspiração”. Pela mesma razão, “o hospital dos

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conhecimentos entre cirurgiões, mas, sobretudo, por sensibilizar a população para a existência destes tipos de patologias tão graves”.

Gestão e estratégia

SAMS esteve parado”, encerrou todas as atividades durante quase dois meses, devido a um “grande foco de infeções”. Durante esse mês e meio esteve confinado em casa, o que o afetou psicologicamente, reconhece o cirurgião que não pára. Embora trabalhasse na mesma, com risco elevado, nada se assemelhou aos “médicos da linha da frente – venero-os pelo que fizeram nessa altura, e ainda agora”. 

Paixão por viagens e por África Nascido no Porto, Joaquim Barbosa viveu em Moçambique, país onde iniciou os seus estudos universitários, tendo depois concluído os mesmos em Portugal, na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa. Foi cirurgião geral do Hospital de Santa Maria, onde exerceu também as funções de assistente da faculdade. Foi posteriormente cirurgião vascular na mesma instituição. A paixão por África manteve-se sempre. “Considero-me portu-

guês e também moçambicano”, confessa. Casado e com duas filhas e dois netos, um dos seus maiores prazeres, nos tempos livres, é viajar. “Herdei o vício de viajar dos meus pais”, um hábito que transmitiu também às suas filhas. Já correu meio mundo, quer por razões de trabalho, quer por motivos lúdicos. “É mais fácil dizer os países onde ainda não estive”, comenta, sobre todos os locais que já visitou. Onde gostaria de ir agora? “Já não sei…”.

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O espaço que criou uma nova centralidade no comércio de Lisboa

Desde que surgiram, há 20 anos, os Grandes Armazéns El Corte Inglés mudaram a centralidade do comércio em Lisboa, representando um dos pontos de visita quase obrigatórios para as compras de turistas, mas também para muitos dos que procuram espaços de restauração requintados ou programas culturais ou recreativos. Texto Clementina Fonseca cfonseca@ccile.org Fotos Sandra Marina Guerreiro sguerreiro@ccile.org

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tos fabricados em Portugal, sobretudo no setor alimentar. A comemorar 20 anos desde a sua abertura em Portugal, o El Corte Inglés de Lisboa mantém-se como uma das lojas multimarcas. que

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mais clientes atrai e que mais projetos comerciais – e até sociais – dinamiza.

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uma das unidades comerciais de referência em Portugal, não só pela notoriedade e prestígio, como ainda por ser um dos grandes compradores de produ-


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A inclusão social de pessoas com deficiência ou mais desfavorecidas em porjetos de empregabilidade, passando pelos apoios de âmbito social aos seus funcionários, tem sido uma das bandeiras da política de responsabilidade social corporativa mais visível da empresa de origem espanhola, que em 23 de novembro de 2001 abriu as suas portas em Lisboa, e, quatro anos depois, inaugurou os Grandes Armazéns de Vila Nova de Gaia. Impacto de “0,5% no PIB nacional” A unidade de Lisboa representou o primeiro projeto de internacionalização do grupo espanhol, que conta ainda, em Portugal, com um centro outlet e seis supermercados Supercor, e que “tem um impacto de 0,5% no PIB nacional”, afiança o grupo, em comunicado. A evolução do grupo no mercado nacional tem assentado sobretudo na consolidação dos dois projetos de grandes Armazéns, procurando apresentar uma ampla e diversificada oferta de serviços, onde se inclui restauração, supermercados gourmet, cinemas e outros espaços culturais, mas também pela disponbilização aos clientes de soluções tecnológicas mais convenientes para a realização das compras. “Em termos estratégicos, o El Corte Inglés aposta, sobretudo, no crescimento das vendas online, porque é este canal que nos permite chegar aos 10 milhões de portugueses. Estamos também a trabalhar na concretiza-

ção do nosso projeto da Boavista, no Porto, onde gostaríamos de ver crescer o nosso espaço físico de venda”, adianta Enrique Hidalgo (na foto), diretor-geral da empresa. “Queremos, igualmente, continuar a apostar em Portugal e nas empresas portuguesas como grandes fornecedores”, acrescenta o responsável pela cadeia portuguesa, que viu baixar os seus negócios com a pandemia, depois de no exercício de 2019/2020 ter alcançado um volume de negócios de 520,8 milhões de euros e lucros de 28 milhões. “Muitas empresas portuguesas já são fornecedores do grupo, designadamente de moda e têxtil-lar, tanto para as marcas próprias como para a ampliação da oferta. No caso da empresa portuguesa, e só na área alimentar, 92% das compras são feitas em Portugal”, especifica Enrique Hidalgo. Assim, não surpreende que ao assinalar, no passado dia 23 de novembro, o seu vigésimo aniversário com uma festa em Lisboa para cerca de 200 convidados (fotos nestas págs.), o El Corte Inglés Portugal se tenha feito representar por conhecidas personalidades da vida cultural e empresarial portuguesa, e que “fazem parte da história da empresa ao longo destes 20 anos”, evocando como mote da festa a “tradição como alicerce do futuro”. Num evento onde pontuou a música e a moda, a fadista portuguesa Ana Moura foi a artista em destaque, numa noite de muito glamour, mas também de simplicidade e inclusão, visíveis no

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desfile de passerelle (ver fotos na pág. ant.), onde desfilaram personalidades como Salvador Almeida, da Associação Salvador, “com quem o El Corte Inglés tem uma parceria, da qual resultou a contratação de vários colaboradores, reforçando a sua política de inclusão. O conjunto de manequins representava, também ele, a diversidade e a inclusão, valores pelos quais o ECI se tem distinguido e pelos quais tem sido várias vezes premiado como por exemplo no que toca às políticas de recursos humanos, tendo sido a primeira entidade privada galardoada com o Selo Entidade Empregadora Inclusiva, agora com menção de excelência”, adianta a empresa. “Desfilaram ainda dois modelos que são colaboradores dos Grandes Armazéns de Lisboa e que representam o nosso compromisso de excelência e de atenção ao cliente ao longo destes 20 anos”, conclui a cadeia, que alberga centenas de marcas de moda, acessórios, decoração e de outros setores. Por forma a ir ao encontro das necessidades dos seus clientes, a cadeia lançou há dias uma nova app, que “reúne o melhor da compra nas lojas físicas e online, com serviços exclusivos”. Através da nova aplicação, as compras nos centros de Lisboa e Gaia-Porto serão mais rápidas e confortáveis, utilizando serviços exclusivos da empresa, como o Retirar Senha ou a Compra Mãos Livres, permitindo, assim, o acesso direto ao mundo El Corte Inglés, quer do supermercado online quer das lojas.  JANEIRO DE 2022

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Efapel lança Série Latina, com investimento de 2,4 milhões de euros

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Efapel, o maior fabricante nacional de aparelhagem eléctrica de baixa tensão e líder de mercado, investiu 2,4 milhões de euros no desenvolvimento da sua nova linha de embeber (embutir) Série Latina, destinada a competir em todo o mundo, mas com especial incidência no mercado latino-americano. “A nova Série Latina distingue-se pela

sua forte identidade e design, com o propósito de atender às exigências de um mercado global”, enquadra a empresa de Serpins (Lousã). Possui um sistema modular que possibilita a combinação de espelhos e módulos de acordo com a necessidade e gosto do utilizador. É composta por duas matrizes: europeia e italiana, que cumprem os mais diversos requisitos internacionais. Em conjunto com a nova série Latina, a Efapel acrescenta mais funções à sua gama de mecanismos no formato 45x45, como detetores de movimento, dimmers, sinalizadores de luz, carregadores USB, e outros, que se adequam à qualquer tipo de instalação. Merece destaque a variedade das cores e materiais dos acabamentos que se

adaptam aos diferentes ambientes de decoração. A constante evolução do mundo dos negócios e da tecnologia produziu ferramentas digitais que facilitam muito a carga de trabalho dos profissionais envolvidos em projetos de arquitetura e engenharia. A Efapel disponibiliza todas as suas séries de embeber, inclusive a Série Latina, em tecnologia BIM (building information modelling), que também pode ser definida como uma metodologia que permite a gestão da informação por todo o ciclo da edificação. A empresa industrial de Serpins espera atingir vendas superiores a três milhões de euros com este novo produto, no primeiro ano de comercialização. 

Mais de 40% dos portugueses alterou hábitos de consumo nos últimos meses D e acordo com o “Observatório de Tendências”, um estudo desenvolvido pela Ageas Portugal e pela Eurogroup Consulting Portugal, e que teve como propósito identificar as tendências emergentes do contexto da pandemia, 45% dos inquiridos admite que os seus hábitos de consumo sofreram alterações. Para 31%, tratam-se de mudanças duradouras, com especial incidência nas mulheres e nos mais jovens. Por outro lado, quanto mais elevado o nível de rendimento, menos se prevê a alteração dos hábitos de consumo. Apesar disto, verifica-se ainda um elevado nível de indecisão e incerteza (38%). “O consumidor olhou para as mudanças destes tempos de incerteza e teve que tomar uma decisão: vivê-las de forma desafiante ou achar que nada mais valeria a pena fazer. Os desafios foram grandes, mas o objetivo

é que os consumidores aproveitem esta oportunidade para interiorizar estes novos comportamentos mais conscientes, ponderados e refletidos, e que passem a incluí-los no seu dia a dia. Tal como demonstram os resultados deste estudo, estamos num bom caminho: 31% dos inquiridos prevê que estas alterações de comportamento venham a tornar-se estruturais. Garantir que estas mudanças não são apenas momentâneas é uma questão de responsabilidade, que tem que ser dividida entre os decisores políticos, o mercado como um todo, as marcas e as suas ofertas, e os consumidores”, refere Rita Rodrigues, head of Public Affairs & Media Relations da Deco Proteste, no evento de lançamento do “Observatório de tendências”. Os resultados do estudo revelam ainda que categorias como a alimentação e saúde lideram os aumentos de consu-

mo por parte dos portugueses, evidenciando uma maior preocupação com o bem-estar pessoal. Não surpreendentemente, no que diz respeito ao lazer, os inquiridos privilegiam categorias como o lar, desporto e tecnologia, ao passo que o consumo no que toca a viagens, roupa, cultura e carro decresceu. Com o encerramento dos espaços de comércio físicos durante o confinamento, o comércio eletrónico passou a ser a solução mais viável para muitos consumidores. Mais de metade dos inquiridos (cerca de 57%) admite ter realizado mais compras online nos últimos seis meses. Esta tendência é mais notória na população mais jovem, entre os 18 e os 24 anos, 70% dos quais admite ter feito mais compras online, enquanto apenas 47% da faixa etária de mais de 55 anos é que aumentou o seu consumo através dos canais digitais. 

Textos Actualidad€ actualidade@ccile.org Foto DR

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Viagem à descoberta da felicidade num camião, que convida as marcas a entrar a bordo A atriz e formadora Abbadhia Vieira e fotógrafo e designer de projetos o Leandro Vieira partem em fevereiro rumo à Finlândia, o país que lidera o ranking da ONU como o país mais feliz do mundo, pelo quarto ano consecutivo. Esta Happiness Mentality Journey será feita a bordo de um camião transformado em estúdio e caravana e culminará com um documentário sobre a felicidade. O casal fará escala em dezenas de cidades europeias, para fazer entrevistas, com o objetivo de estudar a felicidade e os alicerces que a sustentam.

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Texto Susana Marques smarques@ccile.org Fotos DR

uma conversa com um amigo e CEO brasileiro, durante a pandemia, Abbadhia Vieira, escutou-o a questionar todo o seu percurso de sucesso profissional e insucesso pessoal: “A pandemia fê-lo refletir sobre a forma como estava a gerir a sua vida, quase sem tempo para a sua família e para gastar o dinheiro que ganhava. Ele concluiu que o percurso que teve não era exatamente o que ele idealizara.” A atriz, humorista e cineasta trabalha também com as empresas, desde 2009, onde apresenta “soluções lúdicas para melhorar o bem-estar e felicidade no trabalho”. Neste processo de investigação da felicidade, a forma-

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dora deu-se conta de que a Finlândia liderava o ranking da ONU como o país mais feliz do mundo, pelo quarto ano consecutivo e ficou curiosa: “Será por causa do clima? Ou será o estilo de vida dos finlandeses? Relacionamentos pessoais? Oportunidades profissionais? Talvez seja por causa da Aurora Boreal!?” Para encontrar respostas a estas e muitas outras perguntas, Abbadhia e Leandro Vieira criaram a Happiness Mentality Journey, “um projeto que tem como desafio investigar as causas da felicidade das pessoas, dentro e fora do ambiente de trabalho, por toda a Europa”. Compraram um camião, o Velvet, que transformaram na que será a sua

casa e estúdio durante vários meses e estão a aprender a conduzir veículos pesados. Se a carta de pesados for aprovada, em fevereiro planeiam partir de Lisboa rumo à Finlândia, numa viagem que poderá ser acompanhada nas redes sociais e através de uma série documental, “que tem como objetivo despertar e inspirar as pessoas para um tema bastante importante, o auto-conhecimento e procura pela mentalidade da felicidade, com bastante humor, e de uma maneira menos subjetiva, através de entrevistas e relatos”. A série documental será composta por seis episódios, de 25 minutos cada, “que abordarão temas como educação, mercado de trabalho, saúde e genética,


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poder aquisitivo, segurança, cultura e comportamento”. Abbadhia Vieira conta que “a série terá elementos de ficção (cenas e histórias inspiradoras) como fio condutor de narrativa e no início de cada episódio irá contar também com entrevistas no formato vox populi”. Estão previstas “entrevistas ao longo do percurso a idosos, estudantes, líderes empresariais, jovens em início de carreira, de forma a ter diferentes perspetivas”. Além de perceber o que contribui para a felicidade, os dois profissionais vão investigar temas que estão no extremo oposto, como o alcoolismo ou o suicídio. “Acredito que teremos conteúdos muito interessantes e palpáveis em torno de uma questão fundamental para a saúde”. Além da série documental, “será também criado um livro com imagens incríveis e ainda making of da viagem com os momentos mais divertidos dos bastidores”. A Happiness Mentality Journey, orçamentada em 70 mil euros, procura parceiros que comunguem desta busca pela felicidade: “Comunicaremos o projeto em várias plataformas e pode-

remos fazer ativação de marcas durante o nosso percurso. As marcas que queiram associar-se a este conceito de felicidade poderão integrar o projeto”. Abbadhia Vieira considera que a base da felicidade em países como a Finlândia, ou a Dinamarca, que também já liderou este ranking, “é muito sólida”, já que “o acesso às necessidades básicas está garantido”, ao contrário do que acontece no seu país de origem (Brasil, que figura na posição 35 do ranking), por exemplo. Portugal surge no lugar 58 e Espanha no 27,

numa tabela em que os 10 primeiros países são a Finlândia, a Dinamarca, a Suíça, a Islândia, a Holanda, a Noruega, a Suécia, o Luxemburgo, a Nova Zelândia e a Áustria. O Relatório da Felicidade Mundial é uma pesquisa do estado de felicidade global que classifica 156 países de acordo com o grau de felicidade de seus cidadãos, considerando pontos como o PIB per capita, o apoio social, a vida saudável, a expectativa de vida, a liberdade, a generosidade e a ausência de corrupção. 

Prémios BPI Fundação La Caixa reconhecidos pela Associação Portuguesa de Ética Empresarial O s Prémios BPI Fundação La Caixa foram galardoados pelo seu impacto positivo na comunidade. Durante a cerimónia de fecho da 7ª edição da iniciativa “Reconhecimento de Práticas de Responsabilidade Social e Sustentabilidade”, organizada pela APEE – Associação Portuguesa de Ética Empresarial, os Prémios BPI Fundação La Caixa, atribuídos anualmente com o fim de apoiar projetos de entidades sociais, receberam um prémio na categoria Responsabilidade Social -

Comunidade. Com uma dotação total de quatro milhões de euros em 2021, os Prémios BPI Fundação La Caixa apoiam respostas sociais que promovam a melhoria da qualidade de vida e a igualdade de oportunidades de pessoas em situação de vulnerabilidade social. Os Prémios – Capacitar, Solidário, Seniores, Infância e Rural – inserem-se na política de responsabilidade social do BPI e são financiados pela Fundação La Caixa. Desde 2010, foram realizadas 33 edições dos cinco prémios, que

permitiram atribuir cerca de 23 milhões de euros a 781 projetos que promovem a melhoria da qualidade de vida de pessoas em situação de vulnerabilidade social. Promovido pela APEE desde 2015, o “Reconhecimento de Práticas em Responsabilidade Social e Sustentabilidade” distingue a implementação de políticas e modelos de boa governação em organizações dos setores público e privado, com e sem fins lucrativos, que criam valor para as suas partes interessadas e contribuem ativamente para o desenvolvimento sustentável. 

Texto Clementina Fonseca cfonseca@ccile.org JANEIRO DE 2022

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Mercadona busca revolucionar el transporte por carretera con un camión 100% eléctrico M ercadona, en colaboración con los proveedores Scania, Acotral, Frigicoll, y ThermoKing, ha iniciado una prueba de laboratorio en sus procesos logísticos con la incorporación a su flota de un nuevo modelo de camión 100% eléctrico. Este proyecto permitirá a la cadena de supermercados reducir aún más el impacto de su actividad en las distintas ciudades en las que la compañía tiene presencia, y reforzar su compromiso con los objetivos del Pacto Verde Europeo y con la Ley de Cambio Climático. Dotado de un motor Scania 300 kWh, el nuevo camión es multitemperatura, dispone de un motor eléctrico alimentado por baterías de iones de litio con una autonomía máxima de 220 km y un tiempo de recarga completa a 230 kW en corriente continua de 90 minutos.

Durante el periodo de pruebas, que se realizará con 1 unidad ya incorporada a la flota de Acotral, Mercadona tiene previsto optimizar los procesos de recargas, que realizará en uno de los muelles de su bloque logístico de Ciempozuelos (Madrid) con el objetivo de aprovechar al máximo los tiempos de descanso de los conductores y los horarios de carga de mercancías. Diseñado para ámbitos urbanos, tanto para descargas diurnas como nocturnas, el vehículo es un camión rígido con capacidad para 21 palés y una Masa Máxima Autorizada de 26 Tn. Su equipo de frío, también

100% eléctrico y conectado a la misma batería que el motor, es la versión Frigoblock de ThermoKing, nos permite no sólo eliminar las emisiones de Gases del equipo de frío sino también poder circular con el equipo encendido en los núcleos urbanos gracias a una importante reducción de la contaminación acústica. 

La lavandería industrial de Ilunion elimina las emisiones de gases de efecto invernadero

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lunion ha puesto en marcha una lavandería industrial que puede funcionar sin aporte de vapor de agua, lo que permite eliminar las emisiones de gases de efecto invernadero (GEI) en el proceso de lavado. Esta iniciativa ha sido seleccionada entre los “101 Ejemplos

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Empresariales #PorElClima” de este año, que impulsa la plataforma Comunidad por el Clima. El proyecto se enmarca en el nuevo Plan de Sostenibilidad Ambiental (2021-2024) de Ilunion Lavanderías, que da continuidad al Plan de Descarbonización iniciado en 2020 y cuyo fin último era impulsar proyectos que propiciaran la transición hacia un nuevo modelo energético. La primera lavandería industrial que trabaja sin el aporte de vapor de agua de Ilunion y segunda de España está situada en Guadalajara. El proyecto O-Steam comenzó en junio de 2021 y su objetivo es minimizar las emisiones de GEI en el proceso del lavado, ya que el gas es el responsable del 30% del

consumo térmico de una lavandería. Las principales actuaciones del proyecto están relacionadas con la eliminación de las calderas de generación de vapor y el cambio en los equipos de lavado, para adaptarlos a un nuevo sistema de calentamiento de agua indirecto (intercambiadores de calor). Asimismo, se han reducido las pérdidas de calor y la demanda energética, al aislar térmicamente los túneles de lavado e instalar recuperadores de calor de alta eficiencia. El proyecto se extenderá a otras plantas de Ilunion con similares características. Actualmente, cuentan con 45 plantas industriales y dan cobertura total a nivel nacional en España, así como en Andorra, Portugal y Colombia. 


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El proyecto Jarama de Heineken recupera la biodiversidad de un ecosistema natural clave para Madrid E l Proyecto Jarama, una iniciativa con la que la cervecera Heineken España va a devolver toda el agua que contienen las cervezas de marcas como Heineken®, Cruzcampo, Amstel y El Águila que elabora en su fábrica de Madrid. Más de 500 millones de litros de agua, compensados cada año al río Jarama de forma natural, que le permitirán alcanzar el balance hídrico neutro para hacer que su actividad en España mantenga el equilibrio del ciclo del agua, sin ejercer un impacto negativo. El proyecto contribuye también a recuperar el ecosistema de la ribera de este río y las Lagunas de Belvis, un espacio natural protegido incluido en el Catálogo de Humedales de

la Comunidad de Madrid y el Inventario Nacional de Zonas Húmedas. De esta manera, la cervecera, de la mano de la ONG SEO/BirdLife, contribuye a enriquecer la valiosa vegetación de ribera que allí podemos encontrar, que incluye plantas acuáticas emergentes como juncos, álamos, chopos, fresnos, sauces y especies amenazadas en la región como el taray. Y creando mejores condiciones para la vida de animales como el corzo, aves migratorias como la garza real, que descansan en sus viajes a África y muchas otras especies vulnerables. Tal y como señala la directora de Relaciones Corporativas de

Heineken España, Carmen Ponce, “el Proyecto Jarama es un excelente ejemplo de cómo combatimos desafíos tan graves como el cambio climático, la escasez de agua y la pérdida de biodiversidad, especialmente urgentes en España, con más H20 y menos CO2”. 

Phenix celebra su quinto aniversario en Portugal con 18 millones de comidas rescatadas

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henix, una de las marcas líderes en el combate al desperdicio en Europa, inició su actividad en Portugal hace cinco años con un programa de conversión de excedentes de grandes superficies comerciales en donaciones a instituciones particulares de solidaridad social, que apoyan individuos y familias en situación de carencia. Desde 2016, a través de este servicio,

Phenix ya ha salvado más de 18 millones de comidas, evitando que más de 21 millones de toneladas de CO2 se emitiesen a la atmósfera. Además de alimentos y comidas, la marca actúa en la lucha al desperdicio de productos no alimenticios evitando, hasta ahora, que más de 1.472 toneladas de bienes en esta categoría, sobre todo textiles, artículos de casa y decoración y detergentes, acabasen en la basura. “Cinco años de Phenix en Portugal son el resultado de un trabajo conjunto extraordinario. Principalmente con nuestro programa de donaciones, conseguimos transformar lo que se iba a convertir en desperdicio, en valo-

res esenciales: dignidad, humanidad y solidaridad. Tal y como el trabajo de Phenix ha sido y sigue siendo fundamental para que el excedente de una superficie comercial llegue a una familia carenciada, también lo es la confianza depositada por nuestra red de socios es nosotros. Fue un camino trabajado en base de la colaboración y es esta economía circular la que queremos continuar a fomentar, a medida que hacemos crecer la comunidad de Phenix”, explica Frederico Venâncio, director general de Phenix Portugal. En Portugal, Phenix actúa en todos los distritos del continente con su programa de conversión de excedentes en donaciones. La aplicación antidesperdicio está disponible en las regiones de Grande Lisboa y Grande Oporto, Braga y Aveiro, con planes para llegar a otras ciudades a comienzos de este año.  JANEIRO DE 2022

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Exportações de mobiliário voltam a expandir-se Depois de alguma contração no mercado em 2020, devido à pandemia, o setor do mobiliário, colchões e outros artigos afins espera um crescimento acentuado no ano que agora terminou, ligeiramente acima dos valores recordes de 2019. As exportações são as grandes responsáveis desta subida, e representam quase 90% das vendas globais do setor. O setor vive agora diversos desafios e constrangimentos. Textos Clementina Fonseca cfonseca@ccile.org Fotos DR

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gran tema grande tema

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s dados são positivos para a indústria de mobiliário decorativo. De acordo com dados divulgados pela APIMA - A ssociação Portuguesa das Indústrias de Mobiliário e Afins, a evolução anual do volume de negócios do cluster mobiliário e afins foi de quase 1.912 milhões de euros em 2018, de 2.001 milhões em 2019 e de aproximadamente 1.830 milhões em 2020. Esta quebra de cerca de 9% em 2020 deveu-se aos efeitos dos confinamentos durante a pandemia sobre a atividade das empresas, segundo Gualter Morgado (na foto), diretor executivo da APIMA. De facto, quanto ao impacto da pandemia no setor, este "foi particularmente significativo no primeiro confinamento, que implicou uma redução significativa da atividade, dificuldades ao nível da logística e, consequentemente, descidas muito elevadas na produção e das exportações. A título de exemplo, nos meses de abril e de maio de 2020, as quebras, face aos períodos homólogos, foram, respetivamente, de 75 e de 52%. Mas estes setores conseguiram, ainda durante o ano de 2020, recuperar a dinâmica exportadora, através de uma enorme resiliência e de uma vincada aposta no digital. Terminámos 2020 com uma descida de somente 14%, face a 2019 – que havia sido o melhor ano de sempre", conclui Gualter Morgado. "Em 2021, a trajetória tem sido de franca recuperação. Os dados disponíveis, que reportam ao período compreendido entre janeiro e outubro, apontam para uma subida de 14%, face ao ano de 2020, estando somente 5% abaixo dos valores de 2019", frisa o mesmo responsável à revista "Actualidad€ ".

Setor movimenta perto de dois mil milhões de euros por ano, dos quais quase 90% para exportação Exportações cresceram 14% até outubro, mas setor enfrenta alguns constrangimentos e desafios Os valores de 2021 ainda não estão totalmente apurados, mas, ainda de acordo com a mesma associação, há a realçar um crescimento no volume de exportações, que entre janeiro e outubro de 2021 se situou em 1.471,9 milhões de euros, o que fica "cerca de 14% acima do período homólogo de 2020". Considerando a fileira mais vasta que abrange o mobiliário e também a vertente f lorestal e a produção de madeira, e de acordo com a AIMMP - Associação das Indústrias de Madeira e Mobiliário de Portugal, o volume de negócios conjunto deste setor em 2021 poderá bater o recorde de 2019, depois de uma quebra de 12% registada no primeiro ano da pandemia.

"O setor tem aproximadamente 8.700 empresas e mais de 56 mil postos de trabalho diretos, e integra empresas que vão desde o abate e corte das árvores na floresta até à exportação, comércio e distribuição. Contribuiu com 2.600 milhões de euros para as exportações portuguesas, em 2019, e com um saldo positivo da balança comercial próximo dos 650 milhões de euros", adianta a AIMMP. Quanto ao impacto da pandemia, para alguns gestores entrevistados, apesar de todas as dificuldades criadas a nível social, sanitário e económico, os confinamentos acabaram por ter efeitos positivos nas vendas deste setor em concreto, nestes últimos quase dois anos, por levar "a grande maioria das pessoas a valorizar aquele que sentiram ser o lugar mais seguro destes tempos difíceis: as nossas casas", como refere Celso Lascasas, fundador da LasKasas. Após o período conturbado da pandemia, atualmente, as empresas deste cluster estão ainda a atravessar uma fase de alguns constrangimentos. "É, indubitavelmente, um período extremamente desafiante para as nossas empresas. A escassez de matérias-primas e a subida dos custos de transporte estão a provocar constrangimentos muito significativos à atividade logística, o que é JANEIRO DE 2022

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grande tema gran tema

muito negativo para um setor que exporta cerca de 90% da produção", exemplifica Gualter Morgado. Mas os obstáculos e desafios para o setor não se ficam por aqui, pois é cada vez mais importante para as empresas – mesmo para as que sejam apenas fabricantes e trabalhem essencialmente com o canal de revenda–, que estejam preparadas para a transição digital ou, ainda, para serem ambientalmente sustentáveis. "Este é, igualmente, um período de adaptação, ou híbrido, em que somamos aos canais físicos de promoção os digitais, nomeadamente através da adoção do e-commerce por um número muito significativo de organizações", frisa ainda Gualter Morgado. Tendo em conta todos estes aspetos, a APIMA tem vindo a apoiar os seus associados de forma "transversal, apoiando as empresas nos múltiplos desafios que lhes são colocados no quadro atual. Ao nível da internacionalização, nomeadamente com a retoma dos certames internacionais, temos dinamizado um conjunto de ações de grande impacto comunicacional, através de uma promoção 34 ACT UALIDAD€

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APIMA: "O mercado espanhol é "muitíssimo importante, classificando-se, há vários anos, como o segundo principal mercado de exportação destes setores, com uma quota cifrada nos 25%"

Boas Práticas de Economia Circular na Fileira Casa", um "documento que visa orientar e apoiar as empresas no processo de transição e de aplicação de práticas mais ecológicas e sustentáveis na sua gestão operações. Em simultâneo, dinamizámos um conjunto de webinares direcionados para as necessidades mais prementes das nossas empresas, nomeadamente no que concerne aos temas do e-commerce, marketing digital, virtual showrooms, gestão de pessoas e comunicação". O setor do mobiliário de decoração não escapa à crise das matérias-primas que se tem sentido desde os últimos meses do ano passado, mercê sobretudo da falta de mão de obra em diversos setores logísticos, entre outros fatores. A escassez de madeira e de mão de obra em Portugal não travou, todavia, o forte crescimento internacional das empresas de mobiliário, descobrindo-se novos mercados. O Dubai, com a recente realização da Expo Dubai, e os Emirados Árabes Unidos são alguns dos mercados mais promissores.

coletiva das empresas nacionais, alicerçada na marca 'Made in Portugal Setor caracteriza-se por empresas Naturally'. Fizemo-lo no âmbito da de pequena dimensão e com neces'Tortona Design Week' [foto em sidade de renovação geracional "Temos outros desafios coletivos em cima], em Milão, na 'Xenia', em Atenas, e temos preparado uma ini- mãos, nomeadamente a necessária ciativa semelhante para a 'Maison renovação geracional. É necessário & Objet', em janeiro", conclui o atrair quadros jovens e especializados para estes setores tradicionais da nossa mesmo responsável. Paralelamente, a APIMA tem pro- economia, cuja idade média é, atualcurado promover boas práticas ao mente, bastante elevada, o que nos nível da sustentabilidade. A asso- levanta sérias preocupações a curto e ciação lançou em 2021 o "Guia de médio prazos".


gran tema grande tema

Laskasas avança na rede comercial interna e exportações A Laskasas, marca de mobiliário 100% portuguesa e com forte vertente internacional, sublinha a sua "preocupação constante em levar a marca Portugal para o mercado internacional e dizer que tudo o que fazemos é made in Portugal"., segundo frisa o fundador da empresa, Celso Lascasas. O grupo Laskasas, com cinco empresas, exporta artigos de mobiliário e decoração para mais de 55 países, onde obteve, em 2020, vendas superiores a quatro milhões de euros. No total, o grupo sedeado em Paredes faturou 23 milhões de euros, em 2020, através sobretudo da sua rede comercial, composta por 15 lojas, distribuídas por Portugal (11), Angola, Espanha, República Dominicana e Rússia. Este valor representou um ligeiro acréscimo face a 2019, sendo que para 2021 as previsões são de uma subida mais significativa do volume de negócios, em torno de 12%, face ao ano anterior, o que representará novo recorde de vendas para a companhia. O grupo "tem vindo a registar um crescimento muito interessante no mercado internacional nos últimos quatro/ cinco anos", destacando-se destinos como o Reino Unido, o Médio Oriente, os Estados Unidos, a França e Espanha. Este último "tem uma importância significativamente alta para a Laskasas: em termos de exportação, foi o nosso melhor mercado até há pouco tempo, tendo sido ultrapassado pelo Reino Unido". A internacionalização através de exportações "vai continuar a ser um dos nossos focos". Nos próximos cinco anos, o fundador Celso Lascasas tem como objetivo

"que a Laskasas seja uma das 50 melhores marcas de mobiliário na Europa". Além da rede de lojas, o grupo tem três fábricas no norte do país, contando no total com 430 colaboradores. "O objetivo para 2022 é continuar a crescer e queremos que a Laskasas seja uma marca autossuficiente no setor de mobiliário e decoração. Com o recente lançamento da coleção Laskasas Home, queremos que tudo o que esteja dentro de uma loja Laskasas, desde o talher, o prato, o lençol, as toalhas, tenha a marca Laskasas". O fornecimento de matérias-primas é que tem sido um das grandes entraves a um maior desenvolvimento dos negócios do grupo. "Sentimos dificuldade, não só ao nível do fornecimento, mas também da inflação que se tem sentido no mercado, em geral", comenta o responsável. Nos desafios dos últimos meses, Celso Lascasas sublinha ainda a importância da estratégia de digitalização para a companhia, que se acentuou com a pandemia, bem como da inovação em geral. "A Laskasas procura estar em constante inovação/ renovação no que toca essencialmente

à produção, para garantir que somos mais eficazes mas mantendo sempre a qualidade que nos distingue. "Ao nível da sustentabilidade, fizemos recentemente um investimento superior a 300 mil euros em painéis fotovoltaicos. No entanto, sabemos que esta é uma preocupação que exige respostas essencialmente no mundo empresarial, por isso, estamos a trabalhar num plano de ações com o objetivo de tornar a Laskasas numa marca mais amiga do ambiente". Fundado em 2004, o grupo vai subir o salário mínimo para 750 euros em janeiro de 2022, acima dos 705 aprovados pelo Governo. Durante o primeiro confinamento, em março de 2020, a empresa fechou as suas instalações, para proteger os funcionários. A Laskasas cria e fabrica mobiliário, apostando na personalização das peças e detalhes artesanais, estofos e mobiliário com opções metálicas, para projetos residenciais e comerciais. A empresa aposta ainda na curadoria envolvendo designers de interiores contemporâneos, arquitetos, decoradores, comerciantes e showrooms de mobiliário.

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grande tema gran tema

MHR Upholstery quer aumentar presença em Espanha A MHR Upholstery, empresa de produção de sofás e outros artigos estofados para revenda, está atualmente presente em França, Inglaterra, África do Sul e Espanha. "O nosso principal mercado é o português, seguido de França e da África do Sul", adianta à "Actualidad€" Márcio Reis, sócio-gerente da MHR Upholstery. A empresa tem uma unidade de produção em Esmoriz e emprega 33 pessoas. "2021, foi um ano bom, no qual nos focámos muito no desenvolvimento de produto, para que agora, em 2022, possamos retomar a estratégica de internacionalização através da participação em feiras", adianta o responsável pela empresa. A pandemia não foi um entrave ao crescimento externo: "não fomos afetados a nível comercial, crescemos até ligeiramente a nossa quota de exportação", revela ainda. O outro lado da moeda tem sido

o fornecimento de matérias-primas. "O fornecimento tem sido muito mais difícil, denota-se alguma escassez de matérias e, acima de tudo, verifica-se uma escalada de preços que trava a competitividade". Questionado sobre a importância do mercado espanhol para a MHR Upholstery, Márcio Reis afirma que "infelizmente, é ainda um mercado muito residual para nós; contamos reverter essa situação através do trabalho desenvolvido nas feiras". Sobre os principais desafios que se apresentam à empresa, destaca sobretudo a importância da inovação ao nível de produto. "Procuramos estar sempre em linha com as novas soluções que surgem

Face ao crescimento de encomendas décadas de experiência, e uma mão de que esta indústria tem tido, as asso- obra igualmente experiente, reconheciações setoriais calculam que faltem cida pelo know-how e pela tradição", cerca de cinco mil trabalhadores no comenta ainda Gualter Morgado. setor. A APIMA conta com cerca de 200 Mercado espanhol mantém-se de associados. Apesar da heterogeneida- grande importância de no tipo e dimensão das empresas, Portugal é já um player importante o cluster do mobiliário e afins carac- do setor a nível europeu. "A Fileira teriza-se por um tecido empresarial Casa Portuguesa tem vindo a afirmarpredominantemente constituído por -se, ao longo da última década, a nível microempresas e PME. europeu e mundial, como produtor de Estes setores empregam mais de 30 excelência, qualidade superior e boas mil colaboradores, e tem uma forte práticas ao nível da inovação e suspredominância regional a norte do país, tentabilidade. O grande desafio resiem particular nos concelhos de Paredes de na capacidade de transformar este e Paços de Ferreira. reconhecimento global em notoriedade "As empresas destes setores contam das marcas nacionais, permitindo que 36 ACT UALIDAD€

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diariamente, dedicamos cada vez mais tempo á pesquisa de produtos e tendências de design . Apesar disso, não somos parte crente do e-commerce , aliamos o nosso produto a uma alta capacidade de personalização, desta forma consideramos imprescindível, o sentar, tocar e ligar-se emocionalmente ao produto. Temos naturalmente uma pegada digital, mas continuamos a apostar forte nas parcerias físicas", adianta Márcio Reis.

possam vender diretamente ao consumidor ou cliente final, dispensando os distribuidores internacionais de outros mercados com níveis de reconhecimento mais consolidados", adianta Gualter Morgado. Os principais mercados de exportação são diversos países europeus, como França, Inglaterra, Espanha ou Itália, assim como mercados como a Rússia, o Médio Oriente e os países da América do Norte – Estados Unidos e Canadá. "O mercado espanhol é muitíssimo importante, classificando-se, há vários anos, como o segundo principal mercado de exportação destes setores, com uma quota cifrada nos 25%", destaca Gualter Morgado. 


gran tema grande tema

Fenabel A Fenabel é uma das empresas nacionais de referência no que diz respeito à produção de cadeiras e mesas. Com foco no segmento contract e geriátrico, a Fenabel aposta e conta com vários designers de renome para conceber as suas coleções de estilo contemporâneo, com elevada qualidade e complexidade técnica (ver também foto na pág. 32). Designers como Aitor Garcia de Vicuña, Francesc Rifé, Area44, Muka Design Lab, Paco Camus, Studio Segers, entre outros, que têm muita experiência na criação de produtos específicos para os segmentos onde a empresa opera, seja com a marca Fenabel, destinada ao segmento contract e geriatria; seja com a Sentta, marca premium, mais focada em projetos de luxo, sejam eles contract ou residenciais. A comercialização é feita em contexto B2B, junto de empresas especializadas nos mercados-chave para a Fenabel, seja através de retalhistas, seja através de estúdios de design de interiores, que incluem os produtos nos seus projetos para hotéis, restaurantes ou residenciais. A empresa exporta para mais de 40 países, com destaque para a França, seguindo-se ainda mercados como Inglaterra, Bélgica, Holanda, Suécia, Espanha, Itália, EUA, Canadá e Austrália. A empresa de Rebordosa (Paredes), que celebra o seu 30º aniversário em 2022, possui uma unidade produtiva de 12.000 m2, com 126 empregados, equipada com a mais alta tecnologia, como, por exemplo, máquinas de controlo numérico, robôs de pintura, ou painéis solares. Segundo Evandro Costa, responsável de Marketing da Fenabel, a

estratégia para os próximos meses passa por "expandir a base de clientes em mercados identificados com potencial para esse efeito e cimentar posição nos mercados já maduros em termos de relações comerciais". Questionado sobre a estratégia ao nível da inovação e sustentabilidade, salienta a obtenção da certificação ISO 14001 - Sistema de Gestão Ambiental, acrescentando que "a estratégia de inovação passa muito pelo contacto próximo com designers internacionais e parcerias com escolas de design. Em conjunto, desenvolvemos soluções para os mercados que estamos a trabalhar, e temos procurado estabelecer um paralelo entre a procura dessas soluções e a aposta cada vez maior na sustentabilidade e no design circular". Quanto à transição digital, “a empresa já tem um plano bem definido para o caminho a percorrer” e tem “apostado em e-commerce de uma forma indireta, mas no que respeita à digitalização das operações, tais como interligar o site, com plataformas de newsletters e toda a dinâmica de receção e

tratamento de leads oriundas das campanhas digitais, está a ser cada vez mais incorporada na nossa forma de trabalhar o mercado", adianta. A nível de exportações, a pandemia não afetou de forma significativa a atividade da empresa. Mas já o atual constrangimento ao nível do fornecimento de algumas matérias-primas tem sido um obstáculo para a produção de certos artigos, reconhece a empresa. O mercado espanhol representa cerca de 10% do volume de negócios da Fenabel, que “continua a apostar no crescimento deste mercado, cheio de potencial para a empresa”. A empresa consolida a sustentabilidade a nível económico e ambiental, tendo obtido a certificação pela PEFC na cadeia de responsabilidade, adquirindo unicamente madeira a fornecedores com esta certificação. ( Texto corrigido com dados atualizados de mercados-alvo e sistemas de certificação, enviados pela empresa já depois do fecho da edição em papel)

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ADVOCACIA E FISCALIDADE

aBOGACÍA Y FISCALIDAD

Sousa Ferro & Associados estabelece acordo de parceria com a Milberg A sociedade de advogados Sousa Ferro & Associados estabeleceu um acordo de marca com a Milberg Coleman Bryson Phillips Grossman, alterando a sua designação para Milberg Sousa Ferro. “Continuaremos a dar prioridade aos mecanismos de resolução coletiva de litígios e à defesa dos lesados, combinando conhecimento académico com muitos anos de prática jurídica especializada. Sendo um escritório de advogados pioneiro em Portugal para a defesa coletiva de direitos e para o private enforcement do direito da concorrência, foi um passo natural crescer através de uma parceria com um escritório de advogados americano líder em proteção de consumidores e lesados, que traz consigo uma riqueza de décadas

de experiência”, refere a firma liderada por Miguel Sousa Ferro (na foto), num comunicado citado pelo site “Advocatus”. A Sousa Ferro & A ssociados passa, assim, a fazer parte de uma rede multinacional de advogados dedicada à litigância contra as práticas ilícitas das grandes empresas por todo o mundo, participando em casos multijurisdicionais e tendo acesso aos conhecimentos

dos parceiros nos Estados Unidos da América e em vários Estados-membros da União Europeia. 

CCA lança o Safechannel, um serviço de proteção de denunciantes

A

sociedade de advogados CCA lançou o SafeChannel de forma a ajudar as empresas a estarem compliant com a Diretiva de Proteção dos Denunciantes, aprovada pela União Europeia em 2019. Este serviço assenta numa plataforma que permite o tratamento de denúncias de forma isenta, independente e transparente. 38 act ACT ualidad€ UALIDAD€

jJ a An Ne E iI r Ro O d De E 2022

“As atividades ilícitas e o abuso de direito podem ocorrer em qualquer organização, seja ela pública, privada, de pequena ou grande dimensão e, se não forem combatidas, podem prejudicar gravemente a empresa, sociedade e o interesse público. Justamente por reconhecer que as denúncias ajudam à descoberta e à investigação de crimes cometidos no seio das empresas, a União Europeia adotou a Diretiva para a Proteção de Denunciantes. Para ajudar as empresas a garantirem a análise e acompanhamento efetivos de todas as denúncias, e a construírem um ambiente de trabalho mais seguro e ético, a CCA criou o SafeChannel, um serviço que permite o tratamento das denúncias de forma independente e transparente“, enquadra Marta Duarte, sócia do Departamento de

Contencioso da CCA e responsável pelo SafeChannel. A Diretiva de Proteção dos Denunciantes pretende implementar regras que assegurem a proteção eficaz de pessoas que, em situação profissional obtenham, de forma lícita, conhecimento de infrações e que as queiram denunciar. Esta terá de ser transposta para todos os Estados-membros (Portugal incluído) até dezembro de 2021, levando a que, empresas com 50 ou mais trabalhadores tenham obrigatoriamente de adotar canais de proteção de denunciantes. “Em todo este processo, a CCA desempenhará função de examiner, ou seja, a entidade externa que irá analisar de forma rigorosa e isenta a denúncia e adotar os trâmites necessários para a resolução e conclusão da mesma”, sublinha a mesma responsável. 


aBOGACÍA Y FISCALIDAD

ADVOCACIA E FISCALIDADE

Uría Menéndez em Portugal e Espanha premiadas nos “ITR EMEA Tax Awards 2021” A Uría Menéndez - Proença de Carvalho venceu o prémio de “Melhor escritório em contencioso tributário em Portugal”, atribuído pela publicação britânica International “Tax Review” (ITR), na edição de 2021 dos “EMEA Tax Awards”. “Este reconhecimento reflete a posição de liderança do escritório neste tipo de litígios no mercado português”, frisa a sociedade de advogados luso-espanhola, em comunicado. De igual forma, a Uría Menéndez obteve o prémio de “Melhor escritório fiscal

do ano em Espanha”. O escritório re- particular, a dimensão da prática em cebe esta distinção pelo segundo ano direito tributário do escritório, assim consecutivo. como a complexidade e inovação das O escritório também obteve o galardão operações apresentadas. de “Melhor escritório em contencio- “A Uría Menéndez é um escritório líder so tributário em Espanha”. De acordo no mercado ibero-americano, com precom a “ITR”, a Uría Menéndez desta- sença em doze cidades da Europa e da cou-se como líder em processos de América”, refere o mesmo comunicado. contencioso tributário em 2020. Conta, atualmente, com mais de 600 A “ITR” é uma das publicações interna- advogados, que prestam assessoria cionais mais lidas e mais conceituadas em todas as áreas do direito dos neem matéria fiscal. Para a atribuição dos gócios português, espanhol e da União prémios, a equipa editorial avalia, em Europeia.

Jovens advogados foram os mais afetados pela pandemia A formação dos jovens advogados e a guesas, estiveram Rui Gomes da Silva, passagem do conhecimento nas socie- Leonor Costa Freitas, sócia da GPA Addades foram os dois aspetos mais sa- vogados, Hugo Teixeira, sócio contratacrificados durante os meses que dura do da Abreu Advogados, e Inês Palma a pandemia, concluíram diversos espe- Ramalho, advogada do departamento cialistas que debateram o tema “Os de- de Financeiro e Governance da Sérvulo. safios da advocacia societária durante Em sentido contrário aos defensores do o covid-19. O que ficará para o futuro”, teletrabalho, o partner da Legalworks durante a realização do “Lisboa Law Gomes da Silva & Associados sublinhou Summit”, que decorreu no passado dia a importância do contacto dentro do 14, na capital portuguesa. Entre os ad- escritório, sobretudo para os advogavogados presentes e que sublinharam dos mais jovens: “o escritório é um lugar alguns dos problemas que enfrentaram sagrado na advocacia; não é um callas sociedades de advogados portu- -center. A vulgarização do Zoom e do

Em trânsito:

teletrabalho está a dar cabo da profissão… e na perspetiva dos mais novos é muito pior”, frisou, citado pelo “O Jornal Económico”. Por outro lado, Rui Gomes da Silva elege a saúde como área de futuro e assinala uma diminuição crescente do contencioso. A Lisbon Law Summit é organizada pelo Lisbon Awards Group e pretende juntar grandes especialistas de direito para debater várias temáticas sobre as novas práticas da advocacia, entre outros temas da atualidade no campo jurídico.

Textos Clementina Fonseca cfonseca@ccile.org Fotos DR

» A advogada e sócia da CRS Ad-

Raquel Galinha Roque foi desvogados Raquel Galinha Roque tacada pela capacidade de (na foto) foi a vencedora na cateinovação e de resolução de goria de Real Estate nos prémios problemas com diverso tipo “Forty under 40”, promovidos pela de soluções criativas. “Iberian Lawyer”. A advogada tinha já sido noA iniciativa anual da “Iberian Lawmeada em 2019, nos prémios yer” homenageia advogados em “Forty under 40”, na categoria Portugal e Espanha até aos 40 de Insolvência. Integra o Deanos que se destacaram em operações comple- partamento de Imobiliário da CRS Advogados, xas e apresentaram soluções inovadoras no últi- juntamente com os outros dois sócios – Nuno Pemo ano. reira da Cruz e Telmo Semião. janeiro de 2022

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opinião opinión

Por Luís Filipe Faria*

A responsabilidade da empresa de seguros

nos casos de representação aparente do mediador

N

o âmbito da distribuição de produtos de seguros, podem ocorrer situações em que o mediador de seguros (seja ele um agente ou um corretor de seguros) pretende transmitir a sua carteira de seguros, ou parte dela, a uma terceira entidade. Estamos a pensar, por exemplo, naqueles casos em que, por razões estratégicas, financeiras ou de mercado, o mediador decide alienar um dos seus ativos; ou ainda quando, por qualquer razão, o mediador se incompatibiliza com uma das empresas de seguros para as quais trabalha e decide, assim, transmitir todos os contratos de seguros que distribuiu para aquela seguradora. Ao longo dos últimos anos, temos observado uma tendência de redução do número de mediadores de seguros autorizados para exercer a atividade de distribuição de seguros, podendo esse facto justificar-se pela decisão de suspensão ou cancelamento do registo, mas também pela existência de fusões entre dois ou mais mediadores. Consequentemente, todos estes fatores levaram a um incremento

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do número de transmissões de carteiras de seguros. Desde logo, importa definir aquilo que se entende por carteira de seguros: esta corresponderá ao conjunto de contratos de seguros relativamente aos quais o mediador de seguros exerce a atividade de distribuição e por virtude dos quais são criados, na sua esfera jurídica, direitos e deveres para com as empresas de seguros, tomadores de seguros e segurados. As carteiras de seguros podem ser total ou parcialmente transmissíveis, podendo essa transmissão ser concretizada a favor de um mediador de seguros (ou de seguros a título acessório) ou a favor da empresa de seguros. Em qualquer caso, a transmissão deverá constar de um contrato escrito, sob pena de nulidade. Na primeira das hipóteses assinaladas, ou seja, quando o mediador pretende transmitir a sua carteira a outro mediador (o qual deverá estar autorizado junto do regulador para o exercício da atividade de distribuição quanto aos referidos contratos de seguros), aquele deverá previamente comunicar por escrito essa sua intenção à empresa

de seguros respetiva, identificando o transmissário, a data de produção de efeitos pretendida e os contratos que se irão transmitir. Recebida esta comunicação, a empresa de seguros poderá aceitar ou recusar a intervenção do transmissário, no prazo de 20 dias, sendo que, em caso de recusa, esta deverá ser adequadamente fundamentada. Cumpre, no entanto, referir que a empresa de seguros não poderá recusar a transmissão da carteira de seguros, mas apenas a intervenção daquele transmissário que foi indicado pelo mediador. Não se verificando esta “fundamentação adequada” à recusa da intervenção do transmissário, a empresa de seguros fica obrigada a propor ao transmitente a aquisição da carteira de seguros em causa. Diz-nos a nossa experiência que, salvo raras exceções, as empresas de seguros aceitam esta transmissão, até porque entendem a mesma como uma oportunidade para alargar o seu leque de potenciais clientes. Decorrido o prazo que a empresa de seguros tem para se pronunciar sem que tal se tenha verificado, presume-se que existiu um deferimento da transmissão em favor


opinión

daquele transmissário. Após a aceitação pela empresa de seguros (ou a ausência de resposta tempestiva), o transmitente terá ainda de informar da transmissão a cada um dos tomadores dos contratos de seguros que integram a carteira a transmitir, podendo estes recusar a intervenção do transmissário, bem como escolher e nomear o mediador de seguros ou de seguros a título acessório que pretendem para os seus contratos. Por outro lado, para além desta hipótese, o mediador poderá também transmitir a sua carteira de seguros a favor de empresas de seguros, desde que ambos sejam partes em todos os contratos objeto de transmissão. Ou seja, como facilmente se perceberá, o mediador não poderá transmitir a uma

empresa de seguros terceira um contrato em relação ao qual esta não seja parte. Tal como ocorre no caso da transmissão a favor de outro mediador de seguros (ou de seguros a título acessório), também aqui os tomadores de seguro deverão ser informados (neste caso, pela empresa de seguros), com uma antecedência de 60 dias relativamente à data da transmissão, que os seus contratos irão passar a diretos, ou seja, sem a existência de qualquer mediador de seguros, ficando assim, quanto a estes contratos, a atividade de distribuição de seguros a cargo única e exclusivamente da empresa de seguros. Não obstante, tal situação não prejudica o direito de os tomadores de seguros poderem escolher e nomear um outro mediador de

opinião

seguros (ou de seguros a título acessório) para os seus contratos. Diversamente daquilo que se estabelece quanto à transmissão a favor de mediador, o tomador do seguro não pode opor-se à transmissão a favor da empresa de seguros, sem prejuízo, como referimos, do seu direito à nomeação de um novo mediador. Em conclusão, desde que sejam cumpridos os requisitos estabelecidos, a transmissão (total ou parcial) de carteira de seguros por parte do mediador é possível e lícita, não colocando em causa os direitos adquiridos, tanto da empresa de seguros, como dos tomadores de seguros.  *Advogado da Belzuz Abogados E-mail luis.faria@belzuz.com.pt

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setor imobiliário

sector inmobiliario

Primeira fase dos Signature Apartments com 100% das unidades vendidas

A resort

primeira fase de vendas dos Signature Apartments do Palmares Ocean Living & Golf, em Lagos, um dos projetos da Kronos Homes em Portugal, terminou o ano 2021 com 100% das unidades vendidas – um total de 37. Os apartamentos, desenhados pelos arquitetos catalães RCR Arquitectes e atualmente em construção, estarão finalizados na

primavera de 2022. Portugueses, com 22% das vendas, e norte-americanos, com 25%, são os principais compradores responsáveis por este sucesso. Segue-se a segunda fase de vendas, com 44 apartamentos, em fase de pré-venda e para os quais já existem vendas, algumas de clientes que compraram na primeira fase. A etapa inicial do masterplan do

resort , que visa um investimento global de 200 milhões de euros, continua a decorrer conforme previsto, tendo-se inaugurado o recém-premiado Clubhouse em 2020 e o restaurante de fine dining AL SUD em junho de 2021, com cozinha assinada pelo galardoado chefe com estrela Michelin Louis Anjos. “A localização excecional, com uma beleza natural ímpar junto ao mar, onde a baixa densidade de construção impera, e os apartamentos e outras infraestruturas do resort assinados pelos premiados RCR Arquitectes, fazem deste resort um lugar único e muito apetecível para os compradores”, explica Rui Meneses Ferreira, sócio da Kronos Homes em Portugal. 

Fusões e aquisições no setor imobiliário em Portugal caem 20% durante a pandemia O valor total de transações de M&A no setor de imobiliário e construção diminuiu 20% no primeiro ano de pandemia, atingindo os 2,8 mil milhões de euros, de acordo com o relatório “Portugal M&A: Moving Forward After Covid-19”, elaborado pela Abreu Advogados, em parceria com o “Transactional Track Record” (TTR). No entanto, necessitadas de adaptar os seus modelos de negócio devido a uma menor utilização de espaço, as empresas forçaram a criação de regimes jurí-

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dicos e contratuais inovadores que permitissem, por exemplo, a instalação de sistemas de produção de energia sustentável nos edifícios. O setor imobiliário percebeu que uma visão transetorial é fundamental para manter a sua condição de setor altamente atrativo. Os dados revelados neste relatório têm como principal foco o período entre abril de 2020 e março de 2021 e revelam uma evolução contrária entre o número de transações e o seu valor. Ao longo do período em análise e quando

comparado com o ano de 2019, registou-se um aumento de 15% no valor das transações efetuadas, enquanto o número de transações caiu 21%. Estes resultados refletem a resiliência e capacidade de adaptação de setores como Tecnologia e Telecomunicações, que registou um aumento de 40% no valor de transações durante o primeiro ano de pandemia, e Farmacêutico, em que se registou um aumento de 662% no mesmo indicador e no mesmo período. 


sector inmobiliario

setor imobiliário

Preço das casas vai continuar a subir ao longo de 2022 D epois de ter registado um aumento da ordem dos 10% no preço do metro quadrado em 2021, a consultora Imovendo prevê que o preço das casas vai continuar a aumentar em 2022, uma evolução explicada pela inflação e o aumento da procura. “Sente-se um abrandamento na oferta, fruto da conjuntura económica e pandémica, agravada pela crise dos materiais e da mão de obra, que pressionam a subida de preços e consequentemente a tendência de crescimento das vendas imobiliárias”, constata o responsável da consultora imobiliária, Nélio Leão. De acordo com a Imovendo, a Grande Lisboa continua a ser a zona mais procurada (35% das propriedades vendidas), seguida

pela Área Metropolitana do Porto (17%), com as tipologias T2 e T3

a somarem quase 80% dos fogos vendidos. 

Belas Clube de Campo promove soluções Golden Visa Ready

O

Belas Clube de Campo lançou um conjunto de soluções Golden Visa Ready – apartamentos e lotes para construção de moradias, com possibilidade de escritura imediata. A decisão vem na sequência das

alterações à atribuição dos Vistos Gold em Portugal, anunciadas para 2022, que têm originado uma elevada procura para compra de imóveis, por parte de investidores nacionais e internacionais. De acordo

com Gilberto Jordan, presidente Conselho de Administração da Planbelas “queremos continuar a contribuir para a captação de investimento internacional em Portugal e, para isso, desenvolvemos esta estratégia, que visa assegurar as melhores condições aos compradores que queiram investir em imobiliário até ao final deste ano”. No Belas Clube de Campo, 60% das vendas no Lisbon Green Valley são feitas junto do mercado estrangeiro, dos quais 30% com recurso ao golden visa. As nacionalidades que mais têm procurado esta modalidade são o Brasil e o Reino Unido, contando já com mais de 30 nacionalidades residentes. 

Textos Belén Rodrigo brodrigo@ccile.org Fotos DR JANEIRO DE 2022

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ciência e tecnologia

Ciencia y tecnología

Setor fintech na Europa recebeu 20 mil milhões de euros em capital de risco até setembro N com as energias renováveis, prevenção de poluição, conservação da biodiversidade, economia circular e a utilização sustentável dos recursos naturais. De acordo com o “European Fintech Occupier Index 2021”, produzido pela consultora imobiliária internacional, que analisa os principais 24 mercados europeus, Londres é a cidade que mais investimento consegue atrair para o segmento de fintech, posição que também alcançou na análise de 2020. Nos últimos cinco anos, captou mais de 18 mil milhões de euros em capital de risco. As universidades desempenham também um papel central no desenvolvimento dos segmentos de fintech, quer através da criação de cursos académicos, quer por via do estabelecimento de um ambiente propício ao crescimento de jovens empresas desse ramo. As fintech europeias captaram mais de 20 mil milhões de euros em financiamento de capital de risco em 2021, quase triplicando o valor recorde de 7.500 milhões de euros alcançado em 2020.  Foto Shutterstock

os primeiros nove meses de 2021, registou-se um volume de investimento de capital de risco de mais de 20 mil milhões de euros, face aos cerca de sete mil milhões aplicados na totalidade do ano 2020, aponta análise da consultora imobiliária internacional Savills. Só nos últimos três anos, o volume de consumidores europeus que pretendem passar a usar exclusivamente serviços bancários digitais subiu de 49 para 62%. As fintech, empresas que conjugam serviços financeiros com inovação tecnológica, tirando partido do desenvolvimento dos dispositivos móveis e que facilitam os processos de pagamento digitais, estão a reconfigurar os mercados dos serviços financeiros, mas não só. O desenvolvimento e consequente amadurecimento do segmento de fintech tem atuado como um fator-chave no crescimento do comércio eletrónico, facilitando as transações comerciais. Poderá, assim, prever-se que quanto mais este segmento crescer, mais se desenvolverá,

proporcionalmente, o e-commerce. Por seu lado, o desenvolvimento do segmento de fintech na Europa tem também, de acordo com a Savills, sido alimentado por outro fenómeno em crescendo: o green financing, ou “financiamento verde”. Este é um modelo de financiamento cujo foco incide sobre projetos que tenham como objetivo a proteção e sustentabilidade ambiental, refletindo as preocupações que têm marcado a agenda mundial e procurando dar resposta às cada vez mais presentes exigências de sustentabilidade por parte dos investidores. Deste modelo de financiamento são exemplo: empreendimentos relacionados

Claranet celebra parceria com Maptician A

Claranet Portugal, o maior fornecedor de tecnologias de informação em Portugal, especialista em soluções de Cloud, Security e Workplace, acaba de celebrar um acordo com a Maptician para a disponibilização de soluções de gestão em tempo real do Workplace, permitindo às organizações organizar de forma flexível e segura os seus modelos de trabalho híbrido e o regresso dos colaboradores ao escritório. A nova parceria prevê a integração da ferramenta online da Maptician nas soluções de Workplace Digital da Claranet, adicionando uma importante camada de informação sobre a melhor forma de articular o trabalho em modo remoto com a presença dos colaboradores no escritório, de acordo com os planos de trabalho híbrido delineados. 44 ACT UALIDAD€

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A plataforma Maptician permite aos colaboradores a reserva de espaços de trabalho, salvaguardando as principais medidas de segurança sanitária e distanciamento social e permitindo uma gestão mais ágil das deslocações ao escritório. Às capacidades desta ferramenta, a Claranet adiciona serviços com elevado valor acrescentado e uma importante componente de know-how adquirido “no terreno”, uma vez que adotou a aplicação da Maptician para o próprio processo de regresso ao escritório dos seus colaboradores, em Lisboa e no Porto. Esta utilização permitiu obter insights mais aprofundados sobre as capacidades de criar e gerir diferentes modelos de workplace híbrido, com a ferramenta da Maptician, de forma a adaptá-la a or-

ganizações com diferentes dimensões, necessidades e em diferentes cenários. A solução online da Maptician adotada pela Claranet na sua oferta de Workplace Digital permite desenhar, implementar e acompanhar planos de trabalho híbrido, agilizando a gestão das deslocações ao escritório. Ao disponibilizar dados e informação analítica, as organizações podem obter uma visão melhorada da taxa de ocupação dos espaços de trabalho, suportando as tomadas de decisão em relação à organização dos escritórios. A ferramenta disponibiliza funcionalidades de gestão em três áreas complementares: distanciamento social no local de trabalho, gestão, planeamento e análise de lugares e ainda integração acelerada de colaboradores. 


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Repsol e Minsait estabelecem acordo para comercializar uma ferramenta para projetos sustentáveis A

Repsol e a Minsait, uma empresa do grupo Indra, assinaram um acordo para comercializar uma plataforma desenvolvida por ambas as empresas para medir o impacto das organizações no capital natural. Esta ferramenta, denominada READS, é uma solução digital pioneira que melhora a gestão das organizações ao integrar a valorização do capital natural (biodiversidade, clima, água e bem-estar social) na avaliação dos impactos operacionais dos seus ativos e negócios. A ferramenta permite aos grandes fundos internacionais incorporar a avaliação do impacto do capital natural nas

suas decisões de investimento, numa altura em que os critérios de sustentabilidade estão a ganhar peso nas suas decisões de investimento. A metodologia foi totalmente desenvolvida pela Repsol e responde aos desafios colocados pela transição energética, as alterações climáticas e o compromisso com a sustentabilidade e o ambiente, que são fundamentais para a estratégia da empresa, afirma a Repsol. A Repsol dá mais um passo em frente no seu compromisso com a sustentabilidade com a comercialização da READS, que será realizada em conjunto com a Minsait, parceiro tecnológico do pro-

jeto. Deste modo, pretende-se apoiar outras empresas, tanto nacionais como internacionais, e de diferentes setores, para que estas possam implementar na sua atividade uma metodologia reconhecida, de referência e eficaz, quando incluírem a sustentabilidade como um dos pilares do negócio. Este acordo foi assinado pela CEO e pelo diretor-geral da Indra, Cristina Ruiz e Luis Abril, respetivamente, e, por parte da Repsol, por Luis Cabra, diretor-geral da Transição Energética, Sustentabilidade e Tecnologia, e Valero Marín, diretor corporativo de Digitalização e Serviços Globais. 

Efacec vence 4ª edição dos “PT Global Water Awards” na categoria de Empreitada A

Efacec foi distinguida na 4ª edição dos “PT Global Water Awards” 2020-21, os prémios de internacionalização para o setor da água que contam com o apoio do Ministério do Ambiente e Ação Climática e do Ministério dos Negócios Estrangeiros e são promovidos pelo jornal “Água & Ambiente” e pela Parceria Portuguesa para a Água (PPA). Vencedora na categoria “Empreitada”, a Efacec viu premiado o seu projeto para a ETAR de Nykobing, na Dinamarca, que consiste na remodelação, ampliação e melhoria das condições de funcionamento, que beneficia diretamente 35.000 habitantes, e que comprova a excelência da empresa além-fronteiras, num mercado exigente e competitivo como o do Norte da Europa. O projeto durará 28 meses e tem como objetivo a melhoria da qualidade da água tratada, das condições de funcionamento da instalação e redução dos custos de operação e manu-

tenção. Para Ângelo Ramalho, chairman e CEO da Efacec: “Muito nos orgulha este prémio numa iniciativa tão relevante para o setor da água e que nos distingue pela nossa excelência nos mercados internacionais. Este projeto na ETAR de Nykobing é o primeiro projeto de tratamento de água no mercado nórdico e comprova o nosso empenho e competência nas diversas áreas em que atuamos.” “Numa altura em que a água tem uma importância crucial e a sua escassez é uma preocupação mundial, o projeto na ETAR de Nykobing desempenha um papel relevante, dado que contribui para a correta utilização e distribuição deste bem vital, contribuindo, igualmente, para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas, nomeadamente o ODS 6: Garantir a disponibilidade e a gestão sustentável da água potável e do saneamento para todos”, acrescenta o

responsável. As candidaturas decorreram até 30 de setembro de 2021 e dividiram-se em cinco categorias– serviços, empreitadas, fornecimento, start-up e I+D+i –, sendo que alguns dos critérios considerados na avaliação dos projetos consistiram em aspetos como: relevância para o futuro da empresa e/ou potencial de replicabilidade ou para materialização de nova parceria estratégica; projeto “ganho” face a concorrentes internacionais; externalidades positivas para outras empresas portuguesas; incorporação de valor acrescentado português, ao nível de mão de obra, know-how, tecnologia ou produtos. Os “PT Global Water Awards” são uma iniciativa da PPA e foram atribuídos durante a “16ª Expo Conferência da Água”, que decorreu a 12 de novembro, em Lisboa, e que contou com a presença do secretário de Estado da Internacionalização, Eurico Brilhante Dias.  JANEIRO DE 2022

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Threat intelligence é o serviço de segurança mais procurado por MSP C erca de 93% dos managed service providers (MSP) – ou fornecedores de serviços partilhados – está, atualmente, a planear acrescentar novos serviços à sua carteira de cibersegurança, sendo o threat intelligence a principal escolha (46%). Estas são as conclusões do novo estudo da Kaspersky designado “MSP market focus in 2021: IT security challenges and opportunities in the new normal”. A cibersegurança é uma das áreas de crescimento mais proeminentes para as MSPs, de acordo com vários especialistas da indústria. Apresentou as maiores oportunidades de crescimento em 2021, juntamente com a configuração remota da força de trabalho – consequentemente, 65% dos MSP reportaram um crescimento das receitas dos serviços de segurança. Quanto à threat intelligence, que era o principal interesse dos MSP revelado

pelo estudo da Kaspersky, trata-se de “um aspeto-chave da arquitetura de segurança, que ajuda os profissionais técnicos de segurança e de gestão de riscos a detetar, triar e investigar as ameaças”, de acordo com a Gartner. A AV-TEST examinou 11 plataformas de proteção endpoint para três cenários: ataques de ransomware do mundo real a ficheiros de utilizadores, armazenados num sistema local; ataques de ransomware do mundo real a ficheiros de utilizadores localizados numa pasta remota partilhada; e uma prova de conceito (PoC) de ataques de ransomware a ficheiros de utilizadores num sistema local. Durante o teste, esperava-se que os produtos detetassem a atividade de ransomware e respetivos ficheiros, de forma a bloqueá-los, a fazer retroceder todas as alterações de ficheiros de utilizadores e

eliminando a ameaça do sistema atingido. O teste incluiu 21 famílias de ransomware. O Kaspersky Endpoint Security Cloud bloqueou a 100% os ataques em todos os cenários, sem que nenhum ficheiro de utilizador ficasse encriptado e eliminando todas as ameaças do sistema, revela a empresa de cibersegurança e privacidade digital. Esta solução obteve a melhor classificação em proteção em relação a todos os outros produtos testados, provando o seu valor para as empresas no que diz respeito a este tipo de ataques. O Kaspersky Endpoint Security Cloud foi capaz de proteger os dados empresariais do computador de um colaborador e em pastas partilhadas comprometidas por uma família de ransomware, além de amostras especialmente concebidas para este teste, conclui a mesma fonte. 

Speech bot “Maria” da Fidelidade ganha prémio de inovação O Centro de Advanced Analytics da Fidelidade e a Fidelidade Assistance foram distinguidos na primeira edição do Prémio de Transformação Digital da APDSI - Associação para a Promoção e Desenvolvimento da Sociedade da Informação, na categoria Eficácia/Eficiência das Organizações. De um total de 41 projetos divididos em três categorias, a inovação da Fidelidade foi selecionada entre 12 candidatos na sua categoria e premiada pela criação do speech bot “Maria”, que dotada de inteligência artificial (IA), permite responder com maior eficiência e rapidez às necessidades dos clientes da companhia. Para Ricardo Gonçalves, responsável pelo Centro de Advanced Analytics da Fidelidade, “a atribuição do Prémio de Transformação Digital à Fidelidade

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vem reconhecer o longo e forte investimento que a Companhia tem vindo a fazer para o desenvolvimento de recursos e soluções de IA abrangentes e ao serviço dos clientes”. Desenvolvida integralmente pelas equipas internas, da Fidelidade Assistance e do Centro de Advanced Analytics, com recurso à tecnologia de natural language processing, com a ajuda de cloud technology, “Maria” desempenha funções no Contact Center da Fidelidade Assistência, permitindo que mais clientes sejam atendidos por hora. No momento em que um cliente liga para a linha de assistência da Fidelidade Assistance, pode ser prontamente atendido pela “Maria”. Todo o contacto é contextualizado e o cliente é identificado automaticamente através da sua apólice e de outras informações que permitem

proporcionar uma interação perfeita. Para falar, “Maria” escreve as mensagens em texto e pede aos cognitive services que lhes dê voz. Para entender o que o cliente diz, usa o mesmo processo, só que ao contrário. A voz é enviada para os Cognitive Services, os quais reencaminham depois a mensagem em texto para a “Maria”. Para tomar decisões, “Maria” usa um orquestrador de fluxo, desenvolvido pelo grupo Fidelidade, que interpreta as mensagens do cliente. Permitido responder a um maior número de pedidos dos clientes, com tempos de espera baixos, esta tecnologia tem capacidade para identificar palavras-chave e sugerir as respostas adequadas a cada cenário, ajudando, assim, a providenciar a assistência de que os clientes necessitam. 


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Primavera lança POS cloud para negócios da era digital A empresa tecnológica Primavera BSS anuncia uma nova oferta de POS na cloud, que passa a estar disponível na solução Jasmin, o software cloud da Primavera para empreendedores, startups e pequenos negócios que valorizam a mobilidade, rapidez e facilidade de acesso à informação. O novo POS acaba de ser lançado no mercado português e estará também disponível no mercado cabo-verdiano em 2022, tendo como objetivo permitir aos gestores tirar o máximo partido do digital, através da gestão integrada de vários canais de venda, desde o físico ao e-commerce. O novo POS cloud (point of sale, ou ponto de venda) endereçado aos setores da restauração e retalho permite a gestão de vários pontos de venda num só software, pois sendo uma solução online torna possível visua-

lizar os resultados em tempo real a partir de qualquer lugar. Com a disponibilização do POS, a partir de agora o Jasmin permite gerir toda a atividade comercial, desde as vendas ao balcão, vendas online, gestão de artigos, inventário, preços ou toda a componente financeira e de gestão, a partir de qualquer lugar. Uma das grandes características diferenciadoras deste novo POS é que caso não haja sinal de internet, o ponto de venda não para, sendo possível continuar a faturar, pois a aplicação de POS do Jasmin funciona online e offline e é compatível com os hardwares de ponto de venda mais populares do mercado. “Cerca de 36% das novas empresas criadas em Portugal nos

últimos anos pertencem aos setores do comércio a retalho e da restauração. Para que possam vingar, é necessário que estes gestores estejam rodeados de tecnologia que lhes permita tomar boas decisões atempadamente. Com o Jasmin, a Primavera materializa a missão dotar estes empreendedores da tecnologia necessária para a gestão de um negócio da era digital”, explica David Afonso, senior vice president da Primavera BSS. 

ebankIT vence “Prémio PME Inovação Cotec-BPI 2021” A ebankIT é a vencedora da “17.ª Edição do Prémio PME Inovação Cotec-BPI”. Esta empresa do setor de tecnologias de informação integra a Rede PME Inovação Cotec e “é um exemplo inspirador de excelência do tecido empresarial português, pelas suas práticas de gestão de inovação com impacto no crescimento e na rentabilidade”, de acordo com o júri do prémio, presidido por Pedro Barreto, administrador executivo do BPI. O júri destacou esta PME, cuja principal aposta é apoiar as instituições financeiras a acelerar o seu processo de transformação digital, reduzindo o seu tempo de colocação no mercado e aumentando as vendas digitais e as taxas de conversão de produtos. Fundada em 2006, a ebankIT desenvolve uma plataforma omnicanal de

apoio ao setor financeiro, oferecendo uma experiência bancária digital rápida, clean, inteligente e inovadora, através da produção de software para auxiliar os bancos na modernização ou criação dos seus canais digitais. Atualmente com 98,4% de exportações e com mercados principais como o Canadá, África do Sul, Roménia, Kuwait e Uganda, tem uma aposta muito direcionada, no curto prazo, para os mercados norte-americanos. Em paralelo a um forte potencial de crescimento e a resultados financeiros sólidos, a ebankIT investe substancialmente em I&D e inovação e desenvolve uma cultura distintiva pela aposta no talento, na formação e retenção dos seus colaboradores altamente qualificados, promovendo uma cultura interna de inovação e proximidade entre os diferen-

tes níveis hierárquicos da organização. Os critérios de avaliação do “Prémio PME Inovação Cotec-BPI” são baseados num rating de inovação, atribuído pelo “Innovation Scoring” e indicadores económicos e financeiros. Em 2021, foram analisadas 129 candidaturas e foram finalistas a Carfi, ebankIT, Mecalbi, PICadvanced, Solancis e Vieira de Castro. O “Prémio PME Inovação Cotec-BPI”, promovido pela Cotec Portugal, tem o patrocínio do BPI desde a sua criação, em 2005, tendo premiado desde esta data 22 empresas. Nas últimas edições, este prémio distinguiu a BERD (empresa de construção, 2020), a Inovafil (empresa têxtil, 2019), a JPM (sistemas de automação industrial, 2018) e a Introsys (sistemas de automação e robótica, 2017). 

Textos Clementina Fonseca cfonseca@ccile.org Fotos DR

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sector inmobiliario

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Foto Paulo Pereira

Herdade Vale d’Évora lança tinto As Tourigas da Discórdia

A

s terras de Mértola têm surpreendido pela originalidade dos seus vinhos. Com história, as vinhas deste lugar do Baixo Alentejo, esquecidas durante a campanha cerealífera do século passado, recuperam novo fôlego e fazem nascer vinhos com garra e identidade muito própria. O novo tinto As Tourigas da Discórdia

é disso exemplo. “Estamos numa região de vinhos gulosos, estruturados, com um caráter enorme e, por consequência, com grande capacidade de envelhecimento. Este novo tinto acentua essas características do lugar”, contextualiza Filipe Sevinate Pinto, enólogo da Herdade Vale d’Évora. A par, este é também um vinho que exalta uma combinação rara no Alentejo, a apresentação em duo das castas Touriga Nacional e Touriga Franca. “O Tourigas da Discórdia não foi previamente planeado. Acabou por acontecer pela complementaridade admirável que encontramos nas provas finais em adega para fecho dos lotes

do ano. A Touriga Nacional, mais elegante, mais aguerrida, mais chegada à frente de boca, ganha profundidade na companhia da Touriga Franca, mais de meio de boca, conseguindo-se, pelo conjunto, uma sensação mais plena”, acrescenta o enólogo. A ótima vindima de 2019 fecha os argumentos que justificam a qualidade do resultado final. “Foi um grande ano de Tourigas”, recorda ainda Filipe Sevinate Pinto, “menos produtivo que o de 2018, mas com um verão ameno e sem picos de muito calor, permitindo uma maturação gradual e vinhos concentrados e elegantes”. A par do tinto As Tourigas da Discórdia, a Herdade Vale d´Évora lança novas edições dos tintos O Syrah da Discórdia, Discórdia Reserva tinto e Discórdia tinto. 

Casa Kopke considerada a melhor produtora do ano pela “IWSC” A Kopke segue uma filosofia de produção assente em elevados padrões de qualidade que a destacaram na edição deste ano da “IWSC - International Wine & Spirits Competion”, uma das mais reputadas e históricas competições internacionais com mais de 50 anos de história que distingue os melhores produtores e vinhos em mais de 90 países do mundo. “Fortified Wine Producer of the Year” e o troféu “Wine of the Year” foram os dois grandes galardões reforçando o ano histórico da produção da Kopke neste final de 2021. “Fortified Wine Producer of the Year” – Produtor do Ano na Categoria de Vinhos Fortificados foi um dos prémios atribuídos à Casa que tem na histórica Quinta de São Luiz o berço dos seus vinhos. Reconhecida como a mais antiga casa de Vinho do Porto, a Kopke tem visto os seus vinhos con-

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sistentemente premiados, conquistando, também neste concurso, o troféu “Vinho do Ano” com o Porto Tawny 40 anos, um vinho de profunda cor âmbar com um nariz extremamente complexo e sugestões de frutos secos, tais como nozes, passas e figos, envolvidos pelos subtis toques de baunilha e mel. Denso, sedoso e concentrado, “um vinho que nos dá tudo o que um Tawny 40 anos nos deve dar”, citando o painel de prova. “Um equilíbrio entre fruta e evolução em madeira que nos conquista num final longo e delicioso”. “A excecionalidade dos vinhos da Kopke distinguida, assim, por esta prestigiada insígnia internacional que elege esta casa como uma referência de vinhos cuidados ao longo de gerações com mestria dos provadores e respeito pelas práticas artesanais dos mestres tanoeiros e provadores que fazem destes néctares

verdadeiros sinais dos tempos, vinhos fascinantes com histórias para contar”. Para Carlos Alves, enólogo e master blender do Vinho do Porto Kopke,” estes prémios ajudam-nos a materializar a reputação da Kopke em produzir Vinhos do Porto verdadeiramente excecionais, num compromisso diário entre a preservação de um património histórico e a construção de um espólio vínico para o futuro. Esta é a missão da minha equipa que todos os dias trabalha para perpetuar a herança da marca Kopke para as próximas gerações”. A Casa Kopke foi fundada em 1638 e “tem vindo, assim, a trilhar um caminho de excelência e reconhecimento com vinhos de reputação internacional, reconhecidos pela sua consistência de qualidade”, e, desta forma, honrando a confiança dos seus consumidores”, frisa a marca. 


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Soalheiro Reserva 2020: um Alvarinho distinto N o ritual de bem receber característico das quadras festivas, assentam várias tradições, não só nas famílias minhotas como também noutros lares portugueses. A pensar nas receitas de família, cozinhadas cuidadosamente com os melhores ingredientes da região, não pode faltar o Alvarinho, uma das castas autóctones do Minho. O Soalheiro, produtor de Alvarinho em Melgaço, tem na família e tradição os valores-basilares de uma história que cresceu de uma família para várias famílias da região, que formam o seu Clube de Produtores e que, em conjunto, contribuem para produzir vinhos aclamados a nível nacional e internacional. Na sua missão de promover e valorizar o Alvarinho no mundo, tem vindo a explorar a versatilidade da casta, como é exemplo o Soalheiro Reserva, que chega agora ao mercado na versão 2020, mesmo a tempo de ganhar lugar à mesa das celebrações de final de ano. Este vinho teve a sua origem em 1995, quando o produtor– fazendo jus à sua vocação inata para a inovação e para a

irreverência– arriscou experimentar a junção do Alvarinho ao carvalho francês, até encontrar, após muita experimentação, o estilo do Reserva que existe desde 2006 até aos dias de hoje. Numa expressão da diversidade e da identidade de um território demarcado pela natureza, as uvas de Alvarinho selecionadas para a produção deste vinho são provenientes de vinhas de vale, com grande exposição solar, criando as condições ideais para a integração com a madeira, sempre em perfeito equilíbrio. As nuances de barrica são abraçadas de forma a complementarem o perfil aromático da casta, ao mesmo tempo que lhe acrescentam uma nova dimensão de estrutura e de complexidade. Luís Cerdeira, enólogo do Soalheiro, explica que “este reserva é muito preciso em termos de barrica, aliando barrica nova à barrica usada. Nesta versão do 2020, conseguimos ter uma sensação da barrica verdadeiramente elegante,

talvez até um pouco mais presente do que na colheita de 2019, permitindo-lhe florescer como um vinho fantástico de guarda”. O vinho estagia 12 meses em barricas de carvalho, em contacto com borras finas. É feita a bâtonnage para lhe dar textura e complexidade. Assim, toda a identidade aromática do Alvarinho é preservada, adquirindo uma nova dimensão em volume na boca. A evolução em barricas de carvalho e a sua acidez fazem do Soalheiro Reserva um vinho perfeito para harmonizar com pratos tradicionalmente associados a vinhos tintos. 

Fernão Pires destaca-se com Grande Medalha de Ouro no “Concurso de Vinhos CA” N a 8.ª edição do “Concurso de Vinhos do Crédito Agrícola”, competição organizada em parceria com a Associação dos Escanções de Portugal, o grande vencedor na categoria de vinhos brancos foi o Casal da Coelheira Limited Edition branco 2020 (na foto), um monocasta de Fernão Pires que arrecadou a Grande Medalha de Ouro. De enaltecer o facto de este néctar ter saltado, de forma quase direta, da adega para o palco dos galardoados. Com origem no projeto de vinhos da família Falcão Rodrigues, no Tramagal, em Abrantes, esta é uma nova referência, que acaba de ser lançada e começa agora a

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chegar ao mercado. Sublinhar que não se trata de uma nova colheita, mas de uma estreia absoluta. Um 100% Fernão Pires, mas num patamar acima do que já existia na gama de vinhos do Casal da Coelheira: o Terraços do Tejo. De modo a enaltecer ainda mais esta que é a casta mais emblemática da região dos Vinhos do Tejo e o trabalho de união e promoção conjunta, entre a Comissão Vitivinícola Regional do Tejo e os produtores, o Casal da Coelheira apostou agora nesta novidade, sob a umbrella e perfil de vinhos da “marca mãe”. Com origem numa vinha velha,

em que a produção é baixa e a qualidade muito boa, o Casal da Coelheira Limited Edition branco 2020 é um branco com fermentação e estágio em madeira. Como o nome destaca é uma edição limitada, com pouco mais de 1.500 garrafas disponíveis. Prima ainda por ser um vinho com certificação vegan. Para além da Grande Medalha de Ouro, a região dos Vinhos do Tejo foi brindada com três Medalhas de Ouro, uma atribuída a um branco e duas a tintos – o Vila Jardim Reserva branco 2020, da Quinta Vale do Armo, o Herdade dos Templários Touriga Nacional Grande Escolha 2018, da Quinta do Cavalinho, e o Mythos tinto 2019, do Casal da Coelheira. 



Setor automóvel sector automóvil

Por Nuno Ramos nrc.gmv@gmail.com

Mazda 2 Hybrid O primeiro da marca 100% híbrido

Numa altura em que o mercado automóvel está em processo de transformação, a Mazda optou por se associar à Toyota Motor Corporation para o fornecimento de um veículo híbrido, que será exclusivo para o mercado europeu.

O

Fotos DR

modelo em concreto é o segmento B, este oferece uma generosa novo Toyota Yaris Híbrido, distância entre eixos de 2.560 mm, o que será assim comercializa- que garante uma boa habitabilidade e do pela Mazda como sendo conforto para quatro adultos, ofereceno novo Mazda2 Hybrid, e o do 286 litros de capacidade na bagageira. seu primeiro veículo 100% híbrido. A nova proposta híbrida da Mazda Isto significa que o novo Mazda2, ex- acelera dos zero aos 100 km/h em 9,7 clusivo para o mercado europeu, embora segundos e atinge uma velocidade máse mantenha como sendo um modelo de xima de 175 km/h, registando consu-

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mos de combustível de apenas 4,0-3,8 l/100 km, e emissões de CO2 de apenas 93-87 g/km (dependendo das dimensões das jantes: 16” ou 15”; ciclo combinado WLTP). Aquando do arranque, o veículo funciona automaticamente em modo EV (100% elétrico), oferecendo, em ambientes urbanos, um andamento suave,


sector automóvil Setor automóvel

contínuo e silencioso, num motor elétrico com zero emissões de CO2, NOx e partículas. Numa condução normal, o fornecimento de potência é repartido entre o motor a gasolina e o motor elétrico, de forma a proporcionar um desempenho otimizado e a melhor eficiência de combustível. Durante a desaceleração e travagem, a energia cinética é recuperada como energia elétrica, para armazenamento na bateria de elevado desempenho. Ainda no campo técnico, a Mazda afirma ter operado melhorias ao nível da direção e suspensão, tudo com o objetivo não só de o tornar mais confortável como de melhorar as suas capacidades dinâmicas. Em termos de motorização, o novo Ma-

zda2 Hybrid contará com os préstimos de um motor térmico de três cilindros a gasolina com 1490 cc de cilindrada e 93 cavalos de potência, que em conjunto com o motor elétrico de 59 kW, 80 cavalos, origina uma potência combinada de 85 kW, ou seja, 116 cavalos. Já no interior, a aposta foi a de uma “evolução na continuidade”, com o Mazda2 a manter o mesmo desenho, mas a adotar materiais mais agradáveis ao toque, numa tentativa de melhorar a qualidade percebida e uma qualidade de montagem revista. Como seria de esperar, a Mazda aproveitou esta renovação para lhe oferecer um reforço tecnológico. Para começar, o sistema de infotainment, que continua a ser operado por intermédio de um comando rotativo entre os bancos

e se revela simples e fácil de usar, passou a contar com os “obrigatórios” Apple CarPlay e Android Auto. No campo dos equipamentos opcionais, o utilitário nipónico passou a estar disponível com o sistema “Lane Keep Assist”; sistema de reconhecimento de sinais de trânsito e câmara 360º com sensores de estacionamento dianteiros. No exterior, manteve o visual sóbrio que lhe permite distinguir-se de uma concorrência geralmente mais jovial. Já no interior, a qualidade de montagem apresenta-se em bom nível, sendo notório o esforço da Mazda ao nível do refinamento e da qualidade dos materiais. Já disponível no mercado nacional, o Mazda 2 conta com três níveis de equipamento e vê os seus preços arrancarem nos 18 mil euros.  PUB

Sponsors Oficiais Câmara de Comércio e Indústria Luso-Espanhola

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intercâmbio comercial intercambio comercial

Intercambio comercial hispano portugués en enero-octubre 2021

E

l comercio hispano portugués sigue dando muestras de fuerte dinamismo conforme se desprende de las estadísticas oficiales recientemente hechas públicas por Datacomex-Estadisticas del comercio exterior español de la Secretaria de Estado de Comercio. Esta fuente da cuenta que el comercio bilateral en el periodo enero-octubre de este año arrojó una cifra que supera 30.992,3 millones de euros, de los cuales 20.110,4 millones corresponden a las ventas españolas y 10.881,9 millones a las compras a su vecino Portugal, habiéndose conseguido un superávit favorable a España de más de 9,228,5 millones y un saldo de cobertura del 184,8%. Se habrá de destacar que en relación al mismo periodo de 2020 las ventas españolas crecieron

24% y las compras 25%. Por lo que a distribución geográfica se refiere y que se recoge en los cuadros 2 y 3, el mercado portugués consolida de nuevo la cuarta posición entre los principales clientes de España, con un peso relativo del 7,8% y la séptima posición entre nuestros principales proveedores, con un peso relativo del 3,8%. En la exportación española los mercados francés y alemán lideran la lista de nuestros principales clientes con cifras de ventas que superan los 41.509,1 millones de euros y 26.496,7 millones, respectivamente. Otro importante mercado cliente de España es Italia con un volumen de compras superior a los 22.011 millones de euros. Este conjunto de tres países tiene un peso muy importante en el comercio exterior español y absorbe el

35% de nuestras exportaciones. Respeto a las importaciones españolas destacan Alemania (3.438,7 millones de euros), Francia (27.730,1 millones) y China (27.246,8 millones) y juntos representan el 31,4% de las importaciones totales españolas en estos diez primeros meses del año. Si analizamos la distribución geográfica por comunidades autónomas, Cataluña (4.121,1 millones de euros) encabeza el ranking de las principales regiones proveedoras de Portugal, seguido de Madrid y Galicia con 3.754,3 millones y 2.590,7 millones, respectivamente. En el sentido contrario Madrid mantiene el liderazgo entre las principales CC.AA. clientes de Portugal, con 1.895,5 millones de euros, seguido de Cataluña, con 1.726,4 millones, y Galicia, con 1.616 millones. De

Balanza

1. Balanza comercial España - Portugal en enero-octubre 2021 VENTAS ESPAÑOLAS 21

COMPRAS ESPAÑOLAS 21

Saldo 21

VENTAS COMPRAS Cober 21 % ESPAÑOLAS 20 ESPAÑOLAS 20

Saldo 20

Cober 20 %

ene

1581387,44

897431,77

683 955,67

176,21

1778762,75

1003845,34

774 917,41

177,19

feb

1571724,32

1009320,52

562 403,80

155,72

1724629,55

1005714,3

718 915,25

171,48

mar

2008010,68

1095762,87

912 247,81

183,25

1581766,04

906741,35

675 024,69

174,45

abr

1980168,47

1071108,28

909 060,19

184,87

1055661,19

571257,22

484 403,97

184,80

may

2118632,54

1065230,82

1 053 401,72

198,89

1336168,9

598908,11

737 260,79

223,10

jun

2065822,03

1237518,11

828 303,92

166,93

1718689,32

852608,01

866 081,31

201,58

jul

2149500,37

1130197,83

1 019 302,54

190,19

1814995,51

994977,75

820 017,76

182,42

ago

1838711,61

872511,37

966 200,24

210,74

1489093,95

758815,5

730 278,45

196,24

sep

2325987,73

1293862,46

1 032 125,27

179,77

1825809,88

1005194,8

820 615,08

181,64

oct

2470465,85

1208942,41

1 261 523,44

204,35

1906349,26

1017340,08

889 009,18

187,39

nov

1870842,64

1049345,1

821 497,54

178,29

dic

1688171,73

981264,79

706 906,94

172,04

19 790 940,72

10 746 012,35

9 044 928,37

184,17

Total

20 110 411,04

10 881 886,44

Valores en Miles de Euros. Fuente: A.E.A.T y elaboración propia.

56 ACT UALIDAD€

JANEIRO DE 2022

9 228 524,60

184,81


Rankings 2.Ranking principales países clientes de España enero-octubre 2021

destacar que estas tres comunidades autónomas representaron en este periodo el 50,7% del comercio hispano portugués. Por lo que a la distribución sectorial se refiere y empleando el código Taric (Clasificación arancelaria integrada de los países comunitarios), la partida 87-Vehiculo automóviles, tractor lidera las compras españolas a Portugal, con 1.227,1 millones de euros, seguido de 27-combustibles, aceites minerales, con 991,2 millones, y en la tercera posición la partida 39Mat. Plásticas; sus manufacturas, con 812.921 millones M€. En la oferta española, cabe destacar la partida 27-Combustibles, aceites minerales, con 1.807,8 millones de euros, la 84-Máquinas y aparatos mecánicos (1.465,7 millones), seguido de la 87-Vehiculo automóviles, tractor, con un total de ventas de 1.454,3 millones. Se verifica una quiebra en la oferta española de la partida 87-Vehiculo automóviles, tractor que durante décadas ocupó la primera posición y en este periodo baja a la tercera posición. 

Las empresas que deseen información más concreta sobre el comercio bilateral deberán ponerse en contacto con la Cámara que con mucho gusto les facilitará los datos: Câmara de Comércio e Indústria Luso-Espanhola Email: ccile@ccile.org

Orden País

Importe

4.Ranking principales productos comprados por España a Portugal enero-octubre 2021 Orden Sector

Importe

1

001 Francia

41 509 088,55

1

87 VEHÍCULOS AUTOMÓVILES; TRACTOR

1 227 080,43

2

004 Alemania

26 496 706,16

2

27 COMBUSTIBLES, ACEITES MINERAL.

991 242,99

3

005 Italia

22 011 523,73

3

39 MAT. PLÁSTICAS; SUS MANUFACTU.

812 920,95

4

010 Portugal

20 110 411,03

4

84 MÁQUINAS Y APARATOS MECÁNICOS

759 815,15

5

006 Reino Unido

15 532 144,61

5

72 FUNDICIÓN, HIERRO Y ACERO

705 669,20

6

400 Estados Unidos

12 072 219,85

6

85 APARATOS Y MATERIAL ELÉCTRICOS

446 990,96

7

017 Bélgica

11 185 274,64

7

73 MANUF. DE FUNDIC., HIER./ACERO

359 837,30

48 PAPEL, CARTÓN; SUS MANUFACTURA

349 260,05

94 MUEBLES, SILLAS, LÁMPARAS

8

003 Países Bajos

9 404 254,01

8

9

204 Marruecos

7 725 865,69

9

10

720 China

7 251 613,22

11

060 Polonia

6 378 172,63

12

039 Suiza

4 635 989,48

13

052 Turquía

4 359 628,43

14

412 México

3 173 553,88

15

061 República Checa

2 459 050,35

16

030 Suecia

2 437 362,03

17

732 Japón

2 353 871,12

10 881 886,44

Valores en Miles de Euros. Fuente: A.E.A.T y elaboración propia.

5.Ranking principales productos vendidos por España a Portugal enero-octubre 2021 Orden Sector 1

Importe

27 COMBUSTIBLES, ACEITES MINERAL.

1 807 757,33

2

84 MÁQUINAS Y APARATOS MECÁNICOS

1 465 724,73

3

87 VEHÍCULOS AUTOMÓVILES; TRACTOR

1 454 273,53

18

952 Avituallamiento terceros

19

009 Grecia

2 196 798,93

4

85 APARATOS Y MATERIAL ELÉCTRICOS

1 238 860,75

20

508 Brasil

2 132 806,67

5

39 MAT. PLÁSTICAS; SUS MANUFACTU.

1 192 752,63

205 698 912,28

6

72 FUNDICIÓN, HIERRO Y ACERO

979 684,91

258 682 061,91

7

02 CARNE Y DESPOJOS COMESTIBLES

559 088,46

Valores en Miles de Euros. Fuente: A.E.A.T y elaboración propia.

8

15 GRASAS, ACEITE ANIMAL O VEGETA

553 537,20

9

03 PESCADOS, CRUSTÁCEOS, MOLUSCOS

532 647,52

SUBTOTAL TOTAL

2 272 577,27

320 728,25

TOTAL

3.Ranking principales países proveedores de España enero-octubre 2021 Orden País

TOTAL

20 110 411,03

Valores en miles de euros. Fuente: A.E.A.T y elaboración propia

Importe

1

004 Alemania

2

001 Francia

27 730 113,29

3

720 China

27 246 800,51

4

005 Italia

18 392 868,13

5

003 Países Bajos

13 318 359,54

6

400 Estados Unidos

13 151 675,32

7

010 Portugal

10 881 886,44

8

017 Bélgica

7 625 526,38

9

006 Reino Unido

6 948 741,97

10

052 Turquía

6 913 058,58

6.Evolución del intercambio comercial enero-octubre 2021

31 438 671,22

11

039 Suiza

6 691 449,05

12

204 Marruecos

6 081 675,30

13

060 Polonia

5 269 300,17

14

075 Rusia

4 658 491,61

15

288 Nigeria

4 393 962,19

16

508 Brasil

3 989 909,51

17

412 México

3 771 162,11

18

208 Argelia

3 578 945,23

19

061 República Checa

3 513 029,95

20

664 India

3 463 099,39

7.Ranking principales CC.AA proveedoras/clientes de Portugal enero-octubre 2021 CC.AA.

VENTAS ESPAÑOLAS 21

COMPRAS ESPAÑOLAS 21

Cataluña

4 121 139,78

Madrid, Comunidad de

1 895 490,35

Madrid, Comunidad de

3 754 272,08

Cataluña

1 726 439,37

Galicia

2 590 706,39

Galicia

1 615 993,14

Andalucía

1 961 487,72

Andalucía

1 205 862,89

SUBTOTAL

209 058 725,89

Castilla-La Mancha

1 444 040,47

Comunitat Valenciana

842 531,55

TOTAL

275 310 935,26

Comunitat Valenciana

1 401 657,69

Castilla y León

744 958,94

Valores en Miles de Euros. Fuente: A.E.A.T y elaboración propia.

Valores en Miles de Euros. Fuente: A.E.A.T y elaboración propia.

JANEIRO DE 2022

AC T UA L I DA D € 57


oportunidades de negócio

oportunidades de negocio

Empresas Portuguesas

Oportunidades de

negócio à sua espera

BUSCAN

REFERENCIA

Gestor/a cliente y comercial de lengua materna española (imprescindible) con experiencia profesional en España

OP211101

Consultor imobiliário (m/f), fluente em espanhol, com interesse em desenvolver uma carreira no segmento premium

OP210801

Veterinários para hospital veterinário de Viseu

OP210701

Empresas españolas ropa formal para hombres

DP210501

Distribuidores de equipos de estética

DP201102

Empresas Espanholas PROCURAM

REFERÊNCIA

Empresas portuguesas fabricantes de roupa Empresas portuguesas produtoras de kiwis Empresas portuguesas de escorredores de louça e tábuas de madeira para cozinha Hotéis em Lisboa para comprar Motoristas perto da fronteira Salamanca-Vilar Formoso Empresas portuguesas de automação, robótica, montagem mecânica e montagem elétrica

DE210603 DE210602 DE210601 OE210501 DE210501 DE210401

Legenda: DP-Procura colocada por empresa portuguesa; OP-Oferta portuguesa; DE - Procura colocada por empresa espanhola; OE- Oferta espanhola

Las oportunidades de negocios indicadas han sido recibidas en la CCILE en los últimos días y las facilitamos a todos nuestros socios gratuitamente. Para ello deberán enviarnos un fax (21 352 63 33) o un e-mail (ccile@ccile.org), solicitando los contactos de la referencia de su interés. La CCILE no se responsabiliza por el contenido de las mismas. As oportunidades de negócio indicadas foram recebidas na CCILE nos últimos dias e são cedidas aos associados gratuitamente. Para tal, os interessados deverão enviar um fax (21 352 63 33) ou e-mail (ccile@ccile.org), solicitando os contactos de cada uma das referências. A CCILE não se responsabiliza pelo conteúdo das mesmas.

58 ACT UALIDAD€

JANEIRO DE 2022


JANEIRO DE 2022

AC T UA L I DA D € 59


calendário fiscal calendario fiscal >

janeiro Prazo Imposto Até

Declaração a enviar/Obrigação

S T Q Q S S D S T Q Q S S D F 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31

Entidades Sujeitas ao cumprimento da obrigação

Observações

10

IVA

Declaração periódica e respectivos anexos, relativa às operações efetuadas em novembro/2021

Contribuintes do regime normal mensal

10

Segurança Social

Envio da declaração de remunerações relativa ao mês de dezembro/2021

Entidades empregadoras

15

IVA

Comunicação dos elementos das faturas emitidas em dezembro/2021

Sujeitos passivos do IVA

20

IRS/IRC/ SELO

Pagamento das retenções na fonte de IRS e IRC efetuadas em dezembro/2021

Entidades devedoras dos rendimentos

20

Segurança Social

Pagamento das contribuições e quotizações relativas às remunerações de dezembro/2021

Entidades empregadoras

20

IVA

Envio da declaração recapitulativa mensal relativa às transmissões intracomunitárias de bens e/ou prestações de serviços realizadas em dezembro/2021

Contribuintes do regime normal mensal, ou do regime trimestral quando o total das transmissões intracomunitárias de bens tenha excedido 50.000 € no trimestre em curso ou em qualquer dos quatro trimestres anteriores

20

IVA

Declaração recapitulativa trimestral relativa às transmissões intracomunitárias de bens e/ou prestações de serviços realizadas no 4º trimestre/2021

Contribuintes do regime trimestral

20

IRS/IRC

Comunicação anual aos credores dos rendimentos que lhes foram pagos e das retenções na fonte efetuadas no ano de 2021

Entidades devedoras dos rendimentos

31

IRS/IRC

Envio da declaração mod. 10 relativa aos rendimentos pagos e retenções na fonte efetuadas a residentes, não mencionados nas declarações mensais de remunerações, no ano de 2021

Entidades devedoras dos rendimentos

O prazo foi alargado até ao dia 25 de fevereiro, devido aos efeitos da pandemia COVID-19

31

IRS/IRC

Declaração mod. 30, relativa aos rendimentos pagos ou colocados à disposição de não residentes, em novembro de 2021

Entidades devedoras dos rendimentos

Obtenção de NIF especial para o não residente

31

IRS/IRC

Envio da declaração mod. 25 relativa aos donativos recebidos referente ao ano de 2021

Entidades beneficiárias de donativos previstos no Estatuto dos Benefícios Fiscais

Pode ainda ser enviada até ao final do mês de fevereiro

31

IRS/IRC

Envio da declaração mod. 39, relativa a rendimentos e retenções a taxas liberatórias, referente ao ano de 2021

Entidades devedoras dos rendimentos e retenções na fonte pagos a residentes, sujeitos às taxas liberatórias

31

IRS/IRC

Comunicação de inventários, com referência a 31 de dezembro de 2021

Entidades obrigadas à respetiva elaboração nos termos da normalização contabilística aplicável

Mantém a estrutura dos ficheiros utilizada na comunicação dos inventários de 2020, devido aos efeitos da pandemia COVID-19

31

IRC

Envio da declaração para opção ou alteração do regime especial de tributação dos grupos de sociedades

Sociedade dominante

Pode ainda ser enviada até 31 de março.

31

IVA

Pedido de restituição do IVA suportado no ano de 2021 noutro Estado membro da EU

Sujeitos passivos do IVA

Pode ainda ser enviada até 30 de setembro

60 ACT UALIDAD€

JANEIRO DE 2022

O prazo de entrega da declaração foi alargado até ao dia 20 e o pagamento do imposto até ao dia 25, devido aos efeitos da pandemia COVID-19

- Por transmissão eletrónica de dados (faturação eletrónica), através do Portal da AT; - Por envio do ficheiro SAF-T (PT), mensalmente, através do Portal da AT; ou - Por inserção direta no Portal da AT

É aplicável aos sujeitos passivos isentos ao abrigo do artº 53º do CIVA, que tenham efetuado prestações de serviços a sujeitos passivos de outros Estados membros, quando tais operações sejam aí localizadas


bolsa de trabajo Bolsa de trabalho

Página dedicada à divulgação de Currículos Vitae de gestores e quadros disponíveis para entrarem no mercado de trabalho Código

Sexo

Data de Nascimento Línguas

BE200147

M

BE200148

F

17/03/1992

BE200149

F

12/04/1995

BE200150

F

BE200151

F

BE200152

F

19/01/1992

BE200153

F

BE200154

Área de Atividade

ESPANHOL/ INGLÊS

ARTE / GRAFISMO E COMUNICAÇÃO

ESPANHOL/ INGLÊS/ PORTUGUÊS

ASSISTENTE ADMINISTRATIVO

INGLÊS/ PORTUGUÊS/ ESPANHOL/ FRANCÊS

RELAÇÕES INTERNACIONAIS

PORTUGUÊS/ ESPANHOL/ INGLÊS

RELAÇÕES INTERNACIONAIS

ESPANHOL/ FRANCÊS/ INGLÊS/ ITALIANO/ PORTUGUÊS

ADVOCACIA

INGLÊS/ PORTUGUÊS

ADVOCACIA

01/12/1975

ESPANHOL/ INGLÊS/ PORTUGUÊS

ADMINISTRAÇÃO/ LOGÍSTICA/ PRODUÇÃO/ ÁREA COMERCIAL

M

18/02/1993

ESPANHOL

ADVOCACIA

BE200155

F

23/10/1980

PORTUGUÊS/ ESPANHOL/ INGLÊS

SECRETÁRIA DE DIREÇÃO / TESOURARIA

BE200156

M

ESPANHOL/ALEMÃO/INGLÊS/PORTUGUÊS/ITALIANO

COMERCIAL DE MÁQUINAS DE PRODUÇÃO INDUSTRIAL

BE200157

F

BE200158

F

06/03/1979

INGLÊS

ADVOCACIA

INGLÊS/ ESPANHOL/PORTUGUÊS

ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS / COMÉRCIO EXTERNO MARKETING

BE200159

F

ESPANHOL/INGLÊS/PORTUGUÊS

BE200160

F

ESPANHOL/ INGLÊS/ FRANCÊS/ PORTUGUÊS

DESIGNER DIGITAL

BE200161

F

ESPANHOL/PORTUGUÊS/INGLÊS

Gestão de StockS / Logística / Transporte

Os Currículos Vitae indicados foram recebidos pela CCILE e são cedidos aos associados gratuitamente. Para tal, os interessados deverão enviar um e-mail para rpinto@ccile.org, solicitando os contactos de cada uma das referências. A CCILE não se responsabiliza pelo conteúdo dos mesmos. Los Currículos Vitae indicados han sido recibidos en la CCILE y los facilitamos a nuestros socios gratuitamente. Para ello deberán enviarnos un e-mail para rpinto@ccile.org, solicitando los contactos de cada referencia de su interés. La CCILE no se responsabiliza por el contenido de los mismos.

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novembro de 2014

ac t ua l i da d € 61


espaço de lazer

espacio de ocio

El Olivo, a cozinha sustentável de Elísio Bernardes Integra o Hotel Meliá Braga e serve “cozinha minhota em comunhão com a comunidade local”, com a assinatura de Elísio Bernardes. O chefe do El Olivo é um dos “the Ambassadors of Taste for the Global Gastronomy” e defende que a partir da cozinha se “pode mudar o mundo”.

B

Textos Susana Marques smarques@ccile.org Fotos DR

acalhau à Moda de Braga e Pudim Abade de Priscos são uma tentadora forma de começar qualquer texto sobre gastronomia e começamos por eles porque são os pratos mais pedidos do El Olivo, uma das moradas de eleição para degustar estas iguarias minhotas. O nome El Olivo (azeitona) “é uma menção ao azeite, um produto tão valorizado pelos portugueses”, esclarece Delfim Filho, diretor do hotel Meliá Braga e diretor de operações da zona Norte do grupo Hoti Hotéis, detentor da marca de origem espanhola Meliá, em Portugal. “O restaurante El Olivo apresenta uma gastronomia portuguesa, mediterrânica e sofisticada, que, ao

62 ACT UALIDAD€

JANEIRO DE 2022

mesmo tempo valoriza o que há de melhor e de mais tradicional na região

do Minho”, realça o gestor, ressalvando que “embora seja um restaurante pertencente ao Hotel Meliá Braga, sempre esteve com as portas abertas para a cidade e assim vai continuar.” À frente do El Olivo está desde janeiro de 2020 Elísio Bernardes, que define a sua cozinha como sendo “consciente, criativa e em constante evolução”, ainda que “muito simples e centrada no produto”. Natural de São João de Ver, aldeia de Santa Maria da Feira, o chefe apoia-se no “conhecimento empírico” e no “foco no produto local”. Admite que “é um grande desafio, pois Braga tem uma grande cultura gastronómica e excelentes referências”. Respeitar e honrar o melhor de cada região é também o caminho para um


espacio de ocio

mundo mais sustentável, argumenta Elísio Bernardes: “Acredito que os chefes de cozinha podem mudar o mundo ao inspirar a humanidade a pensar e a viver de forma sustentável, reduzindo o desperdício de alimentos, respeitando os ingredientes e o valor dos recursos naturais, nunca esquecendo o bem-estar dos animais. Atualmente, temos alguns projetos ainda embrionários, que poderão ser vistos em toda a cadeia da Hoti Hotéis e que pretendem dar um contributo significativo em termos de sustentabilidade, consciência e respeito pela gastronomia local.” O chefe foi reconhecido como um dos “the Ambassadors of Taste for the Global Gastronomy”, em abril de 2021: “Este prémio vem reconhecer a minha contribuição para a valorização da gastronomia regional e das receitas tradicionais portuguesas, assim como o meu papel ativo em causas sociais e de sustentabilidade ambiental. Acreditaram no meu trabalho e muito dele será divulgado num futuro próximo. Este reconhecimento é um estímulo extra para continuar a trilhar o meu caminho, uma vez que a vontade e a essência sempre estiveram e vão estar cá.” Um caminho que já passou por vários restaurantes europeus (Suíça, Hungria, Itália e Espanha) e que começou na Escola de Hotelaria de Santa Maria da Feira: “Há sempre uma admiraO grupo português Hoti Hotéis gere 18 hotéis, das marcas Meliá, Star Inn, Tryp e Moxy (Marriot) e anunciou recentemente investimentos na ordem dos 140 milhões de euros, a realizar até 2027, em várias unidades hoteleiras das marcas que opera. “O Meliá Braga é um hotel de cinco estrelas muito versátil, sendo capaz de funcionar como um hotel de família ao fim de semana, assim como

ção pelas nossas primeiras experiências. O meu primeiro amor surge a Escola de Hotelaria e Turismo do Porto - Núcleo Escolar de Santa Maria da Feira, com a equipa liderada pelo chefe Delfim Soares. Por todo o conhecimento ali adquirido, o foco em educação e por ‘respirarem’ hotelaria e restauração.” O chefe executivo do Meliá Braga comenta que “não existe propriamente um prato ou um ingrediente” que mais o inspirem. “Existe, sim, uma curiosidade inerente que faz com que o percurso seja de evolução constante e de aprendizagem. Existe uma admiração pelas pessoas e pela sabedoria que podem transmitir. Neste caso, posso dizer que existe uma atração por todo esse conhecimento existente e por não deixar que ele se perca com o passar dos tempos.” É com essa filosofia que o chefe procura refletir o Minho na carta: “Com uma constante evolução e aprendizagem, tentamos todos os dias que a carta seja o cartão de visita da cidade, onde queremos mostrar toda o alojamento ideal para executivos e para eventos corporativos, como congressos, seminários, eventos desportivos”, salienta Delfim Filho, diretor do hotel Meliá Braga e diretor de operações da zona Norte do grupo Hoti Hotéis. O gestor indica que “cerca de metade dos clientes tanto no restaurante quanto no hotel viaja por turismo, já a outra metade vem a negócios”.

espaço de lazer

a genuinidade e diversidade de uma região.” Pratos como “o Caldo Verde com Chouriça de Cebola, o Bacalhau à Moda de Braga e o Pica no Chão (arroz de cabidela, feito com sangue de galinha) são bons exemplos de uma região com uma grande riqueza gastronómica”, sustenta. O mesmo vale para sobremesas como o Pudim Abade de Priscos e as Viúvas. O chefe confirma que “o Bacalhau à Moda de Braga e o Pudim Abade de Priscos são, sem dúvida, os pratos mais pedidos”. Talvez não sejam ainda famosos na gastronomia mundial, mas quem os prova certamente não os esquece. O chefe considera que a gastronomia portuguesa está no bom caminho: “Julgo que não restam dúvidas de que já temos grande visibilidade e que o futuro vai ser bem risonho para a nossa gastronomia. Aliando a riqueza do produto à mestria dos cozinheiros e ao conhecimento empírico, muito em breve teremos uma explosão internacional.” Ao trabalho na cozinha do El Olivo, o chefe soma a atividade de professor em escolas de turismo e frisa que Portugal apresenta “uma formação muito completa e que deve ser valorizada cada vez mais”, já que “é a nossa porta de entrada, bem como a primeira referência profissional na área”. 

El Olivo Hotel Meliá Braga Tel. 253 144007

JANEIRO DE 2022

AC T UA L I DA D € 63


espaço de lazer

espacio de ocio

Agenda cultural Livro

“A História Oculta da Música”

O subtítulo do livro “A História Oculta da Música”, de Luis António Muñoz, promete “Magia, Geometria Sagrada, Maçonaria e outras histórias”. A nota de imprensa sobre a obra recorda que “Mozart, Haydn, Carlos Gardel e Louis Armstrong eram maçons”, que “na sua juventude Satie compôs música para a Ordem Rosa-Cruz”, que “Leonardo da Vinci escreveu um tratado sobre música que está perdido e desenhou extravagantes instrumentos musicais”, que “Hitler concebeu o seu plano de invasão da Europa após escutar uma ópera de Wagner” e que “Schumann frequentava sessões espíritas, e Chopin teve visões de espectros no seu retiro em Valldemosa”. Estas e muitas outras curiosidades estão reunidas neste livro, que “analisa de forma acessível a relação da música e dos músicos com fenómenos como o ocultismo, a magia ou as sociedades secretas, entre outros”. A obra conta “com um significativo número de fontes bibliográficas ou musicais”, abordando “a figura de músicos e composições de todas as épocas a partir de um ponto de vista diferente daquele que é ensinado em conservatórios ou escolas de música”. Luis Antonio Muñoz (Madrid, 1971) é cantor, multi-instrumentista, compositor, investigador e maestro. É também apresentador na Rádio Clásica da RNE (programas “Por humor a la música” e “Sinfonía de la mañana”) e coach de voz (especializado em ambientes de direção). Criou e dirige cursos como “Conhecer a Música”, “Conhecer a Ópera” e “A História Oculta da Música”. Gravou mais de trinta projetos discográficos e compôs para cinema e teatro.

64 act ACT ualidad€ UALIDAD€

jJ a An Ne E iI r Ro O d De E 2022

Exposições

Culturgest Porto: “Side Facing the Wind”, de Silvia Bächli O concerto do Sonor “Trabalhando quase exclusivamente na área do desenho, Silvia Bächli tem vindo a explorar, desde meados dos anos 1980, um conjunto muito estreito de recursos gráficos – essencialmente o traço e a cor – através dos quais procura fixar impressões e sensações que experimentamos todos os dias e que sugere um território comum para um conjunto de atores que oscila o figurativo e o abstrato, o arbitrário e o aleatório”. Isso mesmo poderemos testemunhar através da mostra “Side Facing the Wind”, patente na Culturgest Porto e composta por desenhos sobre papel e esculturas em gesso. Como o título desta exposição indica, “a experiência peculiar do nosso corpo afetado por um vento lateral pode ser o gatilho para um conjunto de obras que propõem tornar visível a essência inefável desse fenómeno”, lê-se na nota de imprensa enviada pela Culturgest. O organismo sublinha ainda que “os desenhos de Bächli são ensaios: imagens que fazem aproximações, necessariamente incompletas e parcelares, do mundo intangível”. Lê-se ainda na sinopse da exposição, que “a alusão ao nosso corpo afetado por um vento lateral é o mote que introduz a hipótese de se considerar todo o trabalho de Bächli como um inventário visual das experiências subtis do quotidiano; como um exercício que procurasse traduzir as impressões e sensações ténues que experienciamos, mas cujo registo na memória do corpo tendemos a desconsiderar”. Nascida em Baden, na Suíça, em1956, Silvia Bächli privilegia o uso de tinta guache sobre a superfície branca do papel: “Os desenhos são feitos com recurso a trinchas ou pincéis largos e a paleta concentra-se nos cinzas e nas cores terra, com episódicas incursões por tonalidades mais abertas, mas sem nunca perder um registo contido e uma vibração controlada. No que concerne aos gestos, as inscrições nos desenhos descrevem frequentemente movimentos verticais ou horizontais, ora amplos ora curtos, explorando relações de tensão com os limites do papel. Se os gestos amplos denunciam um controlo e um virtuosismo que só se consegue adquirir com anos de prática ininterrupta, os curtos são como notações, tendendo a assinalar ritmos e repetições, marcações e deslocações, tempo e acontecimento.” Até 6 de março, na Culturgest Porto

“O Princípio da Incerteza” ou o diálogo entre os textos de Agustina Bessa-Luís e os filmes de Manoel de Oliveira É conhecida a parceria de Manoel de Oliveira e Agustina Bessa-Luís, materializada na cinematografia do realizador, que adaptou vários textos da escritora para a sétima arte: “Sendo a todos os títulos um caso ímpar no que toca a afinidades e desavenças entre literatura e cinema e tendo dado origem a realizações não menos singulares, as interseções entre as obras dos dois autores são cruciais para o entendimento da obra de cada um deles.” Iniciada em 1981, com a adaptação do romance “Fanny Owen” (1979) no filme “Francisca”, a colaboração de Oliveira com Agustina prolonga-se até 2005, data da realização de “Espelho Mágico”, que adapta “A Alma dos Ricos” (2002). Pelo meio, existem outros oito textos da escritora que habitam a obra do realizador, onde se incluem


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três romances, dois diálogos, uma peça de teatro, um conto e um discurso lido pela própria Agustina. Estas relações entre literatura e cinema é abordada através da mostra “O princípio da Incerteza”, que reúne “todo um vasto leque de saberes, científicos, para-científicos, e outros ainda mais obscuros, porque só eles podem iluminar uma área do conhecimento feita essencialmente de intuições e de paradoxos, de inversões de sentido e de perplexidades”, explica o comunicado da Casa do Cinema Manoel de Oliveira, acrescentando que, no caso de Manoel de Oliveira e Agustina Bessa Luís, “os termos deste diálogo consubstanciam, provavelmente, o consórcio mais fecundo das artes e das letras portuguesas dos últimos cem anos”. Com curadoria de António Preto, diretor da Casa do Cinema Manoel de Oliveira, a mostra convoca outros diálogos possíveis no universo artístico: “O choque entre palavras e imagens, entre romances e filmes, apela a outros confrontos, que procurámos explorar na exposição, e abre um espaço intersticial, lugar do estético e do simbólico, onde todos esses saberes antigos ou modernos são convocados.” Até 5 de junho, na Casa do Cinema Manoel de Oliveira, no Porto

“O povo no Panteão”, pela lente de Artur Pastor Descobriu a paixão pela fotografia através da agricultura, tendo feito o seu primeiro trabalho fotográfico para ilustrar a tese final do curso de Regente Agrícola, em Évora. A partir daí não mais parou de fotografar, com a sua lente Rolleiflex, “procurando revelar várias facetas do povo português”. O Arquivo Municipal de Lisboa, detentor da guarda do fundo e entidade que tem vindo a preservar o espólio do fotógrafo e a divulgar o seu trabalho, expõe agora o trabalho de Artur Pastor,

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no Panteão Nacional: “Enquanto técnico do Ministério da Agricultura, Artur Pastor (1922-1999) tirou milhares de fotografias de pessoas, tanto em ambientes urbanos como rurais. Estas imagens, testemunhos inestimáveis de um Portugal entre os anos 40 e 60 do século XX, permitem agora uma viagem de regresso ao país real da época.” A exposição, que conta com a direção e coordenação de Santiago Macias e de Sofia Castro, resulta de uma parceria entre a Câmara Municipal de Lisboa/Arquivo Municipal Lisboa e a Direção-Geral do Património Cultural/Panteão Nacional. Até 6 de fevereiro, no Panteão Nacional, em Lisboa Textos Susana Marques smarques@ccile.org Fotos DR

“Arte americana na coleção Thyssen” A comemoração do centenário do Barão Hans Heinrich Thyssen-Bornemisza (1921-2002) termina com uma exposição que reúne o magnífico acervo de arte americana resultante do seu trabalho de colecionador ao longo de mais de três décadas. Esta mostra inclui obras do próprio museu, bem como procedentes das coleções da família Thyssen e de Carmen Thyssen-Bornemisza: “um conjunto excecional no contexto europeu que transformou o Museu Thyssen de Madrid num ponto de referência essencial para o conhecimento da arte norte-americana”. Esta exposição é o resultado de um projeto de pesquisa, desenvolvido com o apoio da Terra Foundation for American Art, para estudar e reinterpretar essas pinturas com uma nova perspetiva temática e trans-

versal, através de categorias como história, política, ciência, ou ambiente ou a vida urbana, e considerando aspetos de género, etnia, classe social ou idioma, entre outros, para facilitar uma compreensão mais profunda das complexidades da arte e cultura americanas. Das 140 pinturas que integram a mostra constam obras de George Inness, Mark Rothko, Thomas Cole, Charles Burchfield (autor da imagem). A mostra ocupa as salas 55 a 46 do primeiro andar do museu, organizada em quatro secções temáticas: Natureza, Cruzamento de culturas, Espaço urbano e Cultura material, que estão, por sua vez, divididas por temas, nos quais se estabelecem diálogos entre quadros de diferentes épocas e autores, combinando a arte dos séculos XIX e XX. Até 22 de junho, no Museu Thyssen-Bornemisza, em Madrid j JaAnNeEi IrRoO D dE e 2022

AC tT ua ac UA lL iI da DA d D € 65


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Statements Para pensar

“[A OCDE aconselha Portugal a] manter o apoio da política orçamental até a recuperação estar bem avançada, direcionando-o, ao mesmo tempo, para áreas mais específicas [para ter uma recuperação mais sólida e resiliente]” Estudo da OCDE sobre Portugal, que recomenda ainda que o Governo português procure “garantir a execução transparente e eficaz dos programas financiados com fundos da UE” e “dar prioridade aos projetos com maior impacto económico e social, determinado com base numa análise custo-benefício”, ”MadreMedia/ Lusa”, 2/11/21

“Assim que a recuperação estiver bem encaminhada, levantar progressivamente as medidas de apoio e anunciar uma estratégia clara e credível para a consolidação orçamental a médio prazo” Idem, ibidem

“No que diz respeito, muito concretamente, à falta de trabalhadores, além do problema que já apontámos à tutela e que está relacionado com o desfasamento existente entre procura e oferta no mercado de trabalho, estamos profundamente preocupados com um fenómeno emergente e que tem de ser imediatamente travado, que é o recurso a mão de obra ilegal. Trata-se de uma situação que provoca uma concorrência desleal, que prejudica as empresas regulares e que não protege os trabalhadores, no âmbito das regras de saúde e segurança e das condições de trabalho. Se não forem tomadas medidas adequadas e firmes, por parte das entidades reguladoras e inspetivas, estaremos perante um cenário em que serão potenciados retrocessos intoleráveis, por exemplo, ao nível da sinistralidade laboral, bem como penalizadas as empresas cumpridoras” Manuel Reis Campos, presidente da CPCI–Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário e da AICCOPN–Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas, “Público.pt”, 15/12/21

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“Atacar, de forma incisiva, a clandestinidade, a informalidade e a utilização de mão de obra ilegal é uma prioridade que necessita de uma forte mobilização das autoridades competentes. E, simultaneamente, de uma consciencialização, por parte de toda a sociedade, que este é um combate pela sustentabilidade e pela segurança de todos” JANEIRO DE 2022

Idem, ibidem




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