PÃO SÍRIO
PAULO SÉRGIO PINHEIRO Amigo de Lula e FHC, de quem também foi ministro, Paulo Sérgio Pinheiro, hoje observador da ONU sobre violações de direitos humanos na Síria, alerta que a Constituição brasileira foi violada e que é preciso reestabelecer a normalidade para não ficarmos mal aos olhos do mundo POR FÁBIO DUTRA FOTOS PAULO FREITAS
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á diria a avó deste repórter: “A gente faz planos e Deus ri”. Pois o jovem Paulo Sérgio Pinheiro, intelectual desde o berço, extremamente culto de pai, mãe e parteira, elegante e bem formado conforme os melhores ditames da etiqueta ocidental, queria ser diplomata. Formou-se em Direito pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) e dedicou-se a entrar no Itamaraty, sonho de toda família carioca nos tempos da Guanabara. Bateu na trave. A barreira? A língua francesa com a qual se comunicava – e se comunica – com destreza desde antes da alfabetização. Segue a vida e o garoto que passou toda a pós-graduação, pasmem, na França, onde ficou amigo de Fernando Henrique Cardoso e de outros expatriados da elite brasileira, retornou ao Hemisfério Sul para puxar aquele papo chato – “precisamos falar sobre direitos humanos” – e assim acabou na Organização das Nações Unidas (ONU), responsável, entre outras coisas, por analisar os desrespeitos à dignidade humana ocorridos na comentada guerra da Síria. “Só não vá me escrever que sou diplomata, que meus amigos do Itamaraty vão brigar comigo”, explica um dos mais bem cotados diplomatas sem formação da história do Brasil.
18 PODER JOYCE PASCOWITCH