CABECEIRA
ESTANTE
por aline vessoni
76 PODER JOYCE PASCOWITCH
GRANDE SERTÃO: VEREDAS GUIMARÃES ROSA
“É um trabalho básico. Uma forma de entender o Brasil de maneira mais profunda.”
A PEDRA DO REINO ARIANO SUASSUNA
“Estou relendo a nova edição recémlançada, que é muito completa e bemfeita. Meu mergulho no Suassuna tem algumas interrupções, mas sigo lá.”
OS LOUCOS DA RUA MAZUR - JOÃO PINTO COELHO
PERGUNTEM A SARAH GROSS - JOÃO PINTO COELHO
“Este autor português me impressionou muito quando o li nas minhas últimas férias. É um livro curioso, pois tematiza a presença do nazismo na Polônia e a relação entre nazistas, cristãos e judeus no país na época da Segunda Guerra.”
“Tanto Os Loucos da Rua Mazur quanto esta obra são livros que refletem um momento muito interessante da Segunda Guerra. Ainda que haja contestações, são títulos elaborados a partir de uma pesquisa muito sólida.”
GETÚLIO - LIRA NETO
“A biografia que Lira Neto escreveu sobre Getúlio logo depois de sua grande pesquisa sobre a vida do Padre Cícero é fundamental para compreender nossa sociedade.”
PADRE CÍCERO: PODER, FÉ E GUERRA NO SERTÃO - LIRA NETO
“A obra reflete os séculos 19 e 20 no Nordeste, e com Getúlio, uma figura nacional, forma um quadro bem completo da realidade brasileira do ponto de vista político-cultural desse período.”
FOTOS BEATRIZ CHICCA; DIVULGAÇÃO
Danilo Santos de Miranda, o homem à frente do Sesc do Estado de São Paulo, tornou-se um aficionado por literatura desde muito cedo. Na década de 1950, muitas casas brasileiras tinham a Tesouro da Juventude, enciclopédia que também levou o pequeno Miranda ao mundo das letras. Depois de espremer os volumes da coleção, foi a vez dos clássicos infantis, “sobretudo os de Monteiro Lobato”. “Outros livros da escola começaram a despertar em mim o gosto pela leitura”, diz. De Lobato para Machado foi só uma questão de tempo, e ambos se tornaram importantes na construção intelectual de Miranda, que é diretor do Sesc São Paulo desde 1984. “Além deles li Guimarães [Rosa], Jorge Amado... Todos os grandes nomes da nossa literatura me interessam muito porque refletem de maneira muito completa e dão muita força à expressão artística brasileira”, afirma. Por conta das atividades incessantes de seu cargo – outra unidade do Sesc, agora na avenida Paulista, acaba de ser inaugurada, por exemplo –, Miranda confessa que nem sempre consegue ler como gostaria. Se o trabalho permitisse, seria um devorador de livros. “Sou um leitor voraz quando posso. Minha jornada de trabalho muitas vezes invade a noite e acabo não podendo me dedicar tanto à leitura”, revela. Assim, as férias ou viagens são os momentos em que ele se reencontra com os livros. “Se pudesse, eu parava tudo e ficava lendo o tempo todo. Sou totalmente seduzido pela leitura.”