ENS - Carta Mensal 539 - Fevereiro/Março 2021

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Ano LXI fevereiro/março - 2021 - 539

CARTA EQ U I P E S D E N O S S A S E N H O R A

MENSAL

60 ANOS

Um dia descobriremos com quantas graças fomos presenteados pela humilde oração de alguém que nem sabíamos existir Cinzas, um Caminho de Conversão

página 15

Tempo Quaresmal página 6


Índice EDITORIAL

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SUPER-REGIÃO

ACESSE CARTA MENSAL SONORA:

Nossa solidariedade deve nutrir-se de experiências de amor................................ 2 Posicionar-se diante da atual realidade.............................................................4 A dimensão missionária das ENS...................................................................... 5 Tempo Quaresmal..........................................................................................6 Missa pelos 60 anos do Movimento dos Intercessores......................................... 7 Penitência.....................................................................................................8 IV Encontro Nacional das Equipes de Nossa Senhora Fortaleza 2022.....................9

IGREJA CATÓLICA

Palavra do Papa.............................................................................................10 Quarenta anos da Familiaris Consortio............................................................. 12

DATAS RELIGIOSAS

São José: Defensor da Vida............................................................................. 13 A Anunciação do Senhor................................................................................14 Cinzas, um caminho de conversão.................................................................. 15

DATAS DO MOVIMENTO

Dona Nancy, uma mulher por inteiro!..............................................................16 25 de fevereiro de 1939: uma data muito significativa........................................18

RAÍZES DO MOVIMENTO

Relembrando nossa razão de ser......................................................................19

CNSE

A messe é grande......................................................................................... 20

TESTEMUNHO

Encontramos um caminho............................................................................. 21 O novo normal de Deus para o Movimento.......................................................22 ENS em Abaetetuba-PA: chegou para ficar!.....................................................23

PARTILHA E PONTOS CONCRETOS DE ESFORÇO

PCEs, alimento para o matrimônio................................................................. 24 Oração Conjugal...........................................................................................25 Por que não a nós?........................................................................................ 26

FORMAÇÃO

O Serviço nas Equipes de Nossa Senhora......................................................... 27

REFLEXÃO

“Eu pertenço às ENS, delas me nutro, a elas eu me doo” ................................... 28 Poço da Misericórdia..................................................................................... 29 Reflexão e reflexos....................................................................................... 30

CONTOS & REFLEXÃO

Artaban, o Quarto Rei Mago........................................................................... 31

PASSATEMPOS ENS

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no 539 edição fev-mar 2021

Carta Mensal é uma publicação periódica das Equipes de Nossa Senhora, com Registro “Lei de Imprensa” Nº 219.336 livro B de 09/10/2002. Responsabilidade: Super-Região Brasil - Lu e Nelson - Equipe Editorial: Responsáveis: Débora e Marcos - Cons. Espiritual: Pe. Franciel Lopes - Membros: Lázara e Edison - Jornalista Responsável: Vanderlei Testa (Mtb. 17622), para distribuição interna aos seus membros. Edição e Produção: Nova Bandeira Produções Editoriais - R. Turiassu, 390, Cj. 144, Perdizes - 05005-000 São Paulo SP - Fone: 11 98201-8282 - Fax: 11 3473-1284 - email: novabandeira@novabandeira.com - Responsável: Ivahy Barcellos - Revisão: Jussara Lopes - Diagramação, preparação e tratamento de imagem: Douglas D. R ­ ejowski - Imagens: (Feeimagens / Depositphotos); Tiragem desta edição: 25.280 exs. Cartas, colaborações, notícias, testemunhos, ilustrações/imagens devem ser enviados para ENS - Carta Mensal, Av. Paulista, 352, 3o Conj. 36 - 01310-905 - São Paulo-SP, ou através de email: cartamensal@ens.org.br A/C de Débora e Marcos. Importante: consultar instruções, antes do envio de material para a Carta Mensal no site ENS (www.ens.org.br) acesso Carta Mensal.

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CORDEL DAS ENS


EDITORIAL

Amigos equipistas! Desejamos a todos um ano de muitas bênçãos e saúde, após todos os acontecimentos e dores vivenciados no ano que terminou! Para isto, aprendamos com as reflexões do Pe. Nereu, que diz: viver de modo diferente é sempre aprender a viver sendo “eternos aprendizes”. Este ano a Campanha da Fraternidade apresenta o diálogo como a chave do amor, portanto deveremos olhar a realidade para enxergar o “diferente”, mas que também foi criado por Deus, conforme D. Moacir. E as novidades da CM 2021? Quais são? Artigos de dois sacerdotes, Pe. Vanzella e Pe. Antônio Júnior, que nos falarão respectivamente sobre a Encíclica ­Familiaris Consortio, relembrando a importância deste documento para a família e Igreja e sobre os serviços (na bandeira Formação), cuja finalidade é ampliar nossa compreensão, para assim sermos cristãos mais conscientes e atuantes dentro e fora do Movimento. Também poderão exercitar a memória através de uma cruzadinha de palavras, com perguntas referentes aos textos e citações desta edição... Uma forma lúdica de motivar e aguçar nossas percepções em 2021! Vamos ver quem consegue acertar tudo? As demais bandeiras são escritas por equipistas e conselheiros(as) espirituais das duas Províncias responsáveis por cada edição, conforme calendário anual, disponibilizado para os responsáveis. Assim, nossa Carta Mensal continua rica, instrutiva e viva através da generosidade de tantos irmãos. Excepcionalmente, na “Palavra do Papa”, trouxemos dois artigos: o primeiro escrito por nossos queridos amigos e CM 539

irmãos Rita e Fernando, que se despedem após terem contribuído com belos escritos por 2 anos, e outro, de Bete e Carlos Alberto, que colaborarão durante este ano. Aos dois casais, nossos agradecimentos pela dedicação e zelo. Que Deus os abençoem sempre! Amigos, os artigos sobre a igreja e as datas comemorativas do nosso Movimento estão maravilhosos, adiante algumas citações inspiradoras... Aprendamos com a exemplaridade de S. José sobre cuidado e justiça vital, pois foram os pilares para permitir que o Fruto Bendito de Deus viesse até nós! A fé tão importante e vital, não é água que apaga, mas sim fogo que queima, nas palavras de Pe. Mário Ribeiro. Sobre a quaresma, Pe. Arilson diz que esse não é um tempo de mortificações, mas sim de vivificações. E ainda, comemorando o natalício de Dona Nancy, trazemos fotos e o exemplo de quem não se curvou à idade, se dispondo, aos 90 anos, a trabalhar com o computador de forma incansável. Inspirador não? Além das preciosidades mencionadas temos testemunhos de vida e de vivência dos PCEs sempre encorajadores e estimulantes. Você conhece a lenda do 4° Rei Mago? Você e sua casa servem ao Senhor? Por fim, Rocivânia e Júlio nos alegram em dizer que estão atentos e cuidadosos nos preparativos para o IV Encontro ­Nacional de Fortaleza. Uma boa e feliz leitura a vocês, Débora e Marquinho CR Carta Mensal

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SUPER-REGIÃO

Nossa solidariedade deve nutrir-se de experiências de amor

Queridos equipistas, O início de 2021 nos trazem um convite ao exercício da solidariedade e da fraternidade diante das dores herdadas de 2020. São perdas derivadas da pandemia, angústias derivadas da fragilidade econômica do país, incertezas e desconfianças derivadas das fake news e discursos ideológicos visando a divisão e a intolerância, decepções pelo desvelamento do racismo e da violência contra a mulher, sempre presentes estruturalmente em nossa sociedade. Nossa solidariedade deve nutrir-se de uma experiência de amor 2

a partir de nossa fé em Deus e esperança na humanidade. Deve se alicerçar na convicção de que somos todos filhos e filhas de Deus e pertencemos todos à mesma e única família humana (independentemente da raça, do gênero, do credo, da filosofia, dos projetos particulares). Foi justamente esta solidariedade que o casal das origens perdeu quando estendeu a mão para o pecado, abandonando a orientação de seu Divino Criador e Pai. Diante do erro cometido o homem acusa a mulher, a mulher acusa a serpente (cf. Gn. 3,12-13). Na raiz de todo sofrimento, de toda CM 539


SUPER-REGIÃO

“É Graça Divina começar bem. Graça maior é persistir na caminhada certa. Mas a graça das graças é nunca desistir.” agressão, de toda violência, opressão e exploração de uma pessoa por outra, de uma sociedade ou cultura sobre outra, está uma realidade de pecado pessoal e/ou social. Por isso somos chamados a entender a necessidade de uma conversão contínua e permanente, pois não basta sermos introduzidos no caminho da vida e do amor que Deus nos oferece (pelo batismo), é preciso permanecer neste caminho e percorrê-lo até o fim, como lembrava Dom Hélder: “É Graça Divina começar bem. Graça maior é persistir na caminhada certa. Mas a graça das graças é nunca desistir.” É preciso converter-se dia a dia através de pequenos gestos de mudança em nós e em nossa realidade pessoal, conjugal, familiar, eclesial e social, e como a Regra de Vida nascida da meditação e da escuta da Palavra de Deus pode ser útil neste processo. Grandes caminhadas começam com pequenos passos! A solidariedade exige de nós um olhar atento da realidade e uma capacidade de diálogo com o outro, aquele diferente de nós, mas também criado por Deus. Este diálogo começa a ser estabelecido na família, entre o casal e vai extrapolando para outros ambientes em que convivem os “dialogantes”, como uma pequena pedra atirada CM 539

no meio do lago gera ondulações que se expandem até a margem. A Campanha da Fraternidade de 2021 apresenta-nos este desafio, nestes “tempos estranhos” que vive o Brasil e o mundo, ao se propor, mais uma vez, ecumênica (não restrita a reflexão aos ambientes católicos, mas a todos os cristãos e pessoas de boa vontade) e tratando de algo que é caro e precioso a um casal equipista: “Fraternidade e diálogo: compromisso de amor”. Esta fraternidade fundamental na vida do casal, pois são irmãos no Senhor, que leva a um diálogo pautado no compromisso de amor, deve ser testemunhada ao mundo e ajudar o mundo a crer. Deus pede de nós uma solidariedade que deve ser espiritual (oração), afetiva (ternura, compreensão, respeito) e material (colaboração com os necessitados). Qual será nossa resposta? Coragem e fé! Deus é bom! Vamos juntos!

D. Moacir Arantes SCE Super-Região

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SUPER-REGIÃO

Posicionar-se diante da atual realidade Mais um ano novo e novos caminhos se abrem à nossa frente renovando as esperanças. Porém este será um ano com algumas incógnitas...E nós,diante dessa realidade, somos desafiados a assumir corajosamente o papel de caminheiros missionários neste novo caminho. Para isso, precisaremos estar com o espírito aberto e disponível para acolher o inesperado, ou seja, o que muitas vezes não estava nos nossos próprios planos. Para os cristãos e para todos os que mantêm a mente saudável, a Igreja apresenta a cada ano uma realidade social, cultural, e até mesmo política, para ser analisada, estudada e conduzida a uma possível solução. É a tradicional Campanha da Fraternidade que, por ocasião da quaresma, é oferecida como tema de reflexão. Neste ano, o tema é: “Fraternidade e diálogo: compromisso de amor” e o lema: “Cristo é a nossa paz: do que era dividido, fez uma unidade” (Ef. 2,14). A Igreja nos convida a posicionar-nos diante da realidade em que nos encontramos e a analisar como abrir esse novo caminho, neste ano. Os desafios estão aí para provar nossa capacidade e coragem em desbravar essas realidades. As experiências, ou sustos, frutos adquiridos no passado, poderão nos ajudar a ser mais prudentes nas escolhas e nas decisões... Temos que levar a sério nossos sentimentos e os das outras pessoas. Temos que zelar para que nossos relacionamentos não comprometam a dignidade do ser humano.

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Sempre será bom e louvável lembrar que somos filhos e filhas de Deus. E a vida é um valor, muito frágil e sujeito a ver seus sonhos desfeitos se não lhe dermos o devido respeito e companheirismo. Esse cuidado deverá ser cultivado em todos os ambientes, principalmente neste tempo em que estamos vivendo. Não adianta apenas lamentar o acontecido. Não adianta chorar a morte de alguém a quem amamos se não estivermos zelando pela saúde enquanto for possível. Não adianta queixar-se das imprudências que perturbam a mente e ferem os relacionamentos. Será preciso ter humildade e recomeçar com a devida prudência. Estamos iniciando um novo ano, novos sonhos e novas esperanças. Alimentamos um novo entusiasmo e uma fé renovada. Pois sem a fé nada terá sentido nem valor, será preciso acreditar que poderemos conduzir-nos por esse novo caminho com a segurança de um herói e a prudência de um santo. E tudo realizaremos com a graça de Deus (Frei Venildo Trevizan). Que Deus abençoe o novo ano e que o nosso fundador Pe. Henri Caffarel interceda por todos os equipistas do Brasil e do mundo. Amém.

Lu e Nelson CR Super-Região CM 539


SUPER-REGIÃO

A dimensão missionária das ENS Ainda colhendo os frutos do XII Encontro Internacional das Equipes de Nossa Senhora em Fátima de 2018, onde fomos fortemente chamados a ser discípulos-missionários com o documento “Vocação e Missão”, o Tema do Ano de 2021 nos proporcionará caminhos para essa vivência, e já no primeiro capítulo com o tema “A dimensão missionária das ENS” nos traz a importância da colaboração de cada equipe assumindo a missão cristã na realização do plano de amor de Deus para o casal, para a família e para o mundo. Com os sacramentos da iniciação, o Batismo que nos dá a identidade de filhos de Deus e a Crisma que nos unge com os dons do Espírito Santo, e com a graça do Matrimônio devemos assumir nossa missão sendo sinal visível e transformador do amor de Deus no nosso quotidiano testemunhando nosso carisma, transformando as realidades que nos cercam. Em um Movimento de espiritualidade conjugal nossa ação missionária começa em casal, em família, testemunhando dia a dia pequenas coisas feitas de todo coração com humildade, ainda que com o pouco tempo, com nossas fragilidades, com nossas imperfeições, mas que nas mãos do Senhor podem alcançar muitas vidas sob a ação do Espírito de Deus. É como rezamos no Magnificat “Porque olhou para a humildade de sua serva ...” E na equipe de base, pequena Ecclesia, CM 539

ambiente de formação, oração, partilha, testemunho de conjugalidade os casais descobrem que são portadores da graça recebida do matrimônio e são impulsionados à missão, mantendo a vitalidade, a fecundidade do Evangelho através do tempo, apoiados na Eucaristia, ápice de nossa fé. Cabe a essa equipe a responsabilidade em dar o testemunho vivencial da unidade na diversidade, sendo canal de graça, mantendo uma espiritualidade conjugal profunda que impulsione a todos nessa missão, especialmente em uma época de desafios, de uma população crescente em que se torna urgente o testemunho de Cristo, vendo nas diferenças uma riqueza, uma possibilidade de encontro, mantendo viva e presente a ação apostólica da nossa Igreja. Roguemos ao Senhor da messe que sempre nos capacite, nos envie em missão sob a proteção de Nossa Senhora, patrona de todas as equipes, e que possamos um dia dizer como São Paulo: “Combati o bom combate,terminei a corrida, guardei a fé” (2 Tm 4,7). “Se as Equipes de Nossa Senhora não forem um viveiro de homens e mulheres prontos para assumir com coragem todas suas responsabilidades na Igreja e na sociedade, perdem sua razão de ser” (Henri Caffarel). Rose e Rubens CRP Sul I

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Tempo Quaresmal

Olá, queridos casais equipistas Espero que todos estejam bem, com saúde, vocês e seus familiares. Devo fazer uma pequena reflexão sobre um tempo litúrgico muito importante para todos nós. Nós, Cristãos, celebramos todo ano na festa da Páscoa a morte e ressurreição de Jesus, que é a maior festa de todas as festas. A mais importante, por isso temos uma preparação de quarenta dias. Daí o período de quarenta dias - quaresma –, que vai da quarta-feira de Cinzas até a quinta-feira Santa pela manhã. Desde sua origem no século lV, estreitamente ligada ao catecumenato de iniciação à vida cristã, a quaresma configurou-se como tempo de recolhimento, purificação, conversão, tudo em preparação para a Páscoa, festa da vida nova e definitiva. O símbolo número quarenta recorda a caminhada de todo o povo de Deus pelo deserto, em busca da Terra Prometida, sob a guia de Moisés; podemos dizer que lembramos os quarenta anos do povo de Deus no deserto. Sobretudo revivemos os quarenta dias que Jesus passou no deserto, preparando-se para a sua missão.

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É um tempo em que fazemos o caminho para a Páscoa, motivados pela mensagem e unidos aos sentimentos de Jesus Cristo, cultivando a oração, a escuta da Palavra, a meditação, o amor a Deus e a solidariedade com os irmãos. A celebração mais importante do tempo da quaresma é a quarta-feira de cinzas, através da qual abrimos esse tempo de preparação pascal que nos leva a pensar na conversão “Convertei-vos e credes no Evangelho”; a quaresma é momento importante para refletirmos sobre a nossa caminhada de cristão. O ritual das cinzas expressa uma atitude de conversão e arrependimento que precisamos reforçar. Os Evangelhos no tempo quaresmal nos ensinam a interiorizar a observância da quaresma, tornar válidos os nossos sacrifícios, donativos e orações é atitude interior de conversão em relação a Deus e aos nossos irmãos. Na quaresma celebramos cinco domingos quaresmais, até o domingo de Ramos, com a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, onde Ele sofrerá a paixão e mergulhará na morte para depois ressuscitar Vitorioso. Queridos irmãos, espero que essa pequena reflexão possa ajudá-los na vivência quaresmal, levando-nos a uma profunda conversão, para celebrarmos a nossa vida na vida do Senhor Jesus ressuscitado. Fiquem com Deus, abraço fraterno a todos. Pe. Antonio Carlos Fernandes SCEP Sul I CM 539


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Missa pelos 60 anos do Movimento dos Intercessores Santuário Basílica do Divino Pai Eterno – Trindade-GO Queremos agradecer a todos pelas orações durante os preparativos da celebração do dia 8/12/2020. Tudo foi planejado, porém esquecemos que Deus é que está no comando de tudo. Sendo um dia muito especial da solenidade da Imaculada Conceição, Ela não nos deixou faltar nada. Ao sabermos que a celebração não seria transmitida pela TV, com surpresa para todos, imediatamente Lu e Nelson providenciaram a transmissão pelo YouTube. Mesmo nessa situação houve muitos acessos ao vivo e várias visualizações. “No mundo inteiro, os membros das Equipes de Nossa Senhora celebram, na Solenidade da Imaculada Conceição, os 60 anos da proposta lançada por seu fundador, Padre Henri Caffarel, de um Movimento destinado à Oração de Intercessão. Os casais e demais membros do Movimento são chamados a dirigirem suas orações de intercessão em favor das necessidades de quem ao Movimento recorrer (uma pessoa, um casal, uma família, uma comunidade, um povo, uma nação). É uma corrente de oração nacional e mundial buscando o bem (físico, psíquico e espiritual) das pessoas e sua salvação.A destinação dos seres humanos – “serem santos e irrepreensíveis sob o olhar de Deus, no seu amor”. Sermos santos, vivermos bem uns com os outros, sermos colaboradores uns na vida dos outros para a salvação de todos, sermos intercessores diante de Deus, uns suplicando pelos outros e desejando o bem dos outros e CM 539

tudo fazendo para que este bem se realize. A missão de Maria manifestada na ida a Isabel, lugar do reencontro de Deus com a humanidade, tornou-se ela forte intercessora, levando (ainda no ventre) seu Senhor ao encontro do povo a ser redimido na figura de Isabel e João Batista. Aqui temos a nossa missão. Sermos uns diante dos outros caminhos através dos quais Deus chega, entra e salva. Sermos intercessores apresentando diante de Deus as necessidades da humanidade inteira. Não ficarmos como acusadores dos irmãos (como fez Adão diante de Eva), mas como intercessores (como fez Maria). Deus procura intercessores. Deus encontrou em Maria alguém que intercedeu pela humanidade quando disse seu sim livre e total em vista da salvação da humanidade. Deus quer encontrar em nós o testemunho e o exemplo de Maria Santíssima”. (*) Aproveitamos para convidar todos os equipistas e todas as pessoas que tenham o dom da oração, seja família, amigos ou vizinhos, a participar dessa família. A adesão pode ser pelo site www.ens.org.br ou para contato o endereço de ­e-mail: intercessao@ens.org.br e também os telefones: 61 99978 8483 e 61 99649 1080.

*retirado da homilia de D. Moacir Sonia e Eiyti CR Intercessores

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SUPER-REGIÃO

Penitência Estamos vivenciando o grande tempo de preparação para a Páscoa, maior festa da nossa fé. Este tempo quaresmal é propício a se fazer penitência, a percorrer um caminho que nos leve a estar com Jesus na sua Via-crúcis, na via dolorosa do Calvário até sua Ressurreição. O que é, para a nossa Igreja, fazer penitência? Somos convidados a nos preparar para a festa, arrumando todos os cantos de nossa vida cristã, com um grande exercício penitencial; sobretudo, expiando nossos pecados, nossos erros e nossas fragilidades, que levaram Cristo a morrer na cruz, a entregar sua vida e derramar seu sangue redentor. É algo que nos propomos fazer para ressignificar nosso sentimento, nossa intenção, nossos desejos, para sermos mais configurados a Cristo Salvador. Exige uma constante renúncia, valorizando a liberdade e educando as próprias necessidades. É um grande convite à mudança de vida e conversão de nossas atitudes, verdadeiro arrependimento. Fazer penitência é um dever! - arrepender-se dos erros cometidos e prometer perseverar no amor e na graça de Deus; - arrepender-se por haver negado os mandamentos divinos; - arrepender-se por não viver perseverante nos sacramentos; - arrepender-se por não viver as virtudes teologais; - arrepender-se pelo descaso dos dons do Espírito Santo; - arrepender-se pela falta de unidade ao Movimento e fidelidade ao seu carisma;

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- arrepender-se por haver negligenciado a vida cristã. Precisamos viver um verdadeiro tempo de profundo arrependimento e este momento é viável para encontrarmos o caminho para provocar em nós atitudes de contrição, metanoia, expiação e reorientação de nossa vida de fé. Necessitamos de práticas espirituais e corporais que nos ajudem a encontrar Deus e seu projeto de amor para nós. Fazer penitência é um ato! Existem inúmeras oportunidades, como: orações; esmolas; vigílias; leitura da Bíblia; confissão sacramental; aconselhar o outro quando erra; rezar o rosário em família; renúncia do que mais gosta; paciência com equipistas, familiares, amigos; perdoar sempre e se reconciliar com quem lhe feriu; viver o arrependimento; perdoar e esquecer o passado; interessar-se pelos outros; jejum de falar mal dos outros e de palavras ferinas; rezar os mandamentos e os dons do Espírito Santo. Pela penitência, e também pelo jejum, queremos expressar nossa participação na redenção por meio de Cristo e sua morte na cruz. Todo nosso ser se volta para aquilo que Deus quer operar em nossa vida e na humanidade. Assumamos pela penitência quaresmal a transformação e renovação que Deus começou no seu Filho Jesus Cristo. Abençoada Páscoa! Pe. Lucivaldo Correa da Silva SCEP Norte CM 539


SUPER-REGIÃO

IV Encontro Nacional das Equipes de Nossa Senhora Fortaleza 2022 Queridos irmãos equipistas,

Estamos nos aproximando do IV Encontro Nacional das Equipes de Nossa Senhora, que será em Fortaleza, de 28/6 a 1/7/2022. Atualmente, ainda atravessamos um período de turbulências e de cuidados intensos, mas confiantes de que Cristo ressuscitado caminha conosco. O tempo de espera que estamos vivendo nos faz sentir em um mar agitado, com ondas que nos impedem de ver com clareza o que nos circunda. Entretanto, a vivência dos PCEs cria em nós uma Fé atuante, fortalece a nossa esperança de dias melhores e nos faz perceber que Jesus está a nos conduzir, em meio às dificuldades dessa pandemia. A nossa Fé nos dá a certeza de que, como disse Santa Tereza D’Ávila, “tudo passa”, e já vislumbramos um tempo de bonança, pois, Jesus acalma até os mares mais agitados. A chegada da vacina nos anima para o fim da pandemia. Vislumbramos mais além, quando poderemos sentir o olhar de alegria ao encontrar um irmão equipista, de receber a bênção que chega através do abraço acolhedor e de marcar o nosso coração com as alegrias divinas que um Encontro Nacional nos proporciona. Mar calmo CM 539

não forma marinheiro bom, portanto sairemos desta fase fortalecidos na Fé. Nós, enquanto equipe organizadora do IV Encontro Nacional, asseguramos que estamos atentos a todos os protocolos de saúde, e confiantes na Providência Divina de que tudo dará certo. Portanto, Fortaleza estará preparada para recebê-los com segurança e com a alegria peculiar do povo cearense. Sejam bem-vindos a Fortaleza. Deus reserva maravilhas para todos nós! Abraços fraternos, Rocivânia e Júlio Casal Coordenador do Encontro

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IGREJA CATÓLICA

Palavra do Papa Oração perseverante, com amor abrasante O Papa Francisco nos convoca, constantemente, à oração. É um traço que une nosso Pontífice ao Servo de Deus Henri Caffarel, que cultuou e difundiu tão grandemente a oração, inclusive nos PCEs, como a Oração Conjugal e a Meditação (Oração Interior). Na Catequese de 11/11/2020 Sua Santidade evocou a necessidade da oração perseverante, justificando que é preciso rezar sempre: “Se não rezarmos, não teremos forças para ir em frente na vida. A oração é como o oxigênio da vida. A oração é atrair sobre nós a presença do Espírito Santo que nos leva sempre em frente.” Lembra o Pontífice as exortações de Cristo “para que rezem com insistência, sem se cansar”. e lembra as três parábolas em Lucas sobre esta característica da oração de Jesus1. Ele destaca que “A oração deve ser antes de mais nada tenaz”, como na parábola do homem que pede pão ao vizinho, à noite, em Lc 18,1-8. E nos garante: “Deus responde sempre. Sempre. O nosso Pai sabe bem do que precisamos; a insistência não serve para o informar ou convencer, mas para alimentar o desejo e a expectativa em nós.” Para Francisco “o cristão que reza nada teme, confia-se ao Espírito Santo, que nos foi dado como dom e que reza em nós, suscitando a oração.” 1.

O Pe. Caffarel mostra o valor da oração: “Orar é uma necessidade tão vital como respirar, comer, dormir, exercer as faculdades corpóreas e espirituais. Digo precisamente vital. Quem larga mão da oração definha.”2 Havia um SCE em Belém-PA, Côn. José Maria Albuquerque (1924/2010), que era muito objetivo: “Quem não reza vira bicho!” Para Pe. Caffarel a oração em casal é uma riqueza: “A oração conjugal é um desses momentos privilegiados em que o lar se abre à ação do Espírito Santo.”3 Ele também nos fala dos grandes sentimentos “que uma oração perseverante vai acumulando pouco a pouco.”4 Um casal equipista captou bem este sentido: “A perseverança é,sem dúvida, uma das condições essenciais da oração, além da fé,da confiança e da humildade. Mas, se bem analisarmos, não se trata de uma insistência para dobrar a vontade de Deus para nosso lado. É antes um esclarecer de nossa vontade à luz da vontade de Deus.Quem reza aproxima-se de Deus.”5

Rita e Fernando Eq. N. S. de Guadalupe Belém-PA

CIC, 2613; 2. Novas Cartas sobre Oração, pág. 84; 3. Orar 15 Dias com Henri Caffarel, pág. 27; 4. Reagir a Deus, em Reunião de Equipe, pág. 35; 5. Beth e Scalzo, Equipe 05 - Belo Horizonte-MG, CM 357, setembro/2000

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CM 539


IGREJA CATÓLICA

“A vacina para o coração é cuidar das pessoas e das coisas” A Homilia do Santo Padre do dia 1/1/2021 foi lida pelo Cardeal Parolin durante a missa. Nela, o Papa Francisco destaca “três verbos que se realizam na Mãe de Deus: abençoar, nascer e encontrar”. O primeiro verbo é “abençoar”. “No livro dos Números, o Senhor pede aos ministros sagrados que abençoem o seu povo. Também hoje é importante que os sacerdotes abençoem incansavelmente o Povo de Deus, e que todos os fiéis sejam também portadores de bênção e abençoem. Jesus é a bênção do Pai. N’Ele – diz São Paulo –, o Pai nos abençoa ‘com toda a espécie de bênçãos’. Sempre que abrimos o coração a Jesus, entra na nossa vida a bênção de Deus”. O Filho de Deus é “o Bendito por natureza que vem a nós através de sua Mãe, a bendita por graça. Maria nos traz, assim, a bênção de Deus. Com efeito, Nossa Senhora ensina que a bênção se recebe para ser dada. O segundo verbo é nascer. São Paulo destaca o fato de o Filho de Deus ter ‘nascido de uma mulher’. Em poucas palavras, nos diz uma coisa maravilhosa: o Senhor nasceu como nós. Não apareceu adulto, mas criança; não veio ao mundo por si só, mas de uma mulher, depois de nove meses no ventre materno onde se deixou tecer a humanidade. Ela não é apenas a ponte entre nós e Deus; é mais: é o caminho que Deus percorreu para chegar até nós, e é o caminho que nós devemos percorrer para chegar até Ele. CM 539

O terceiro verbo é encontrar. O Papa sublinha que “o Evangelho diz que os pastores ‘encontraram Maria, José e o menino’.Não encontraram sinais prodigiosos e espetaculares, mas uma simples família. Quanto a nós, não teríamos encontrado Deus, se não fôssemos chamados pela graça. Um ano novo se inicia. É tempo de recomeço. Tempo de vivermos o Tema “Matrimônio, Sacramento de Missão”. O casal sai em missão, refazendo o caminho dos apóstolos, quando “Jesus enviou os discípulos dois a dois para que o reino d’Ele acontecesse” (Mc 6,7). Precisamos do outro para fazer o Reino de Deus acontecer. O que podemos esperar nesse novo ano como equipistas é o que diz o Pe. Caffarel, quando, no dia 25 de dezembro de 1945, inaugura o primeiro da série de seus editoriais para os grupos (denominação anterior a “equipes”): “Caros amigos: Eis um novo ano. Que ele seja bom para o seu lar. Oro por vocês. Que em sua casa Deus seja o primeiro a ser procurado, o primeiro a ser amado, o primeiro a ser servido. Amem-se: quando a caridade cresce em seu lar, ela cresce também na Igreja...”

Bete e Carlos A. Dantas Eq. N. S. Rainha da Paz Setor B Minas II – Província Leste II

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IGREJA CATÓLICA

Quarenta anos da Familiaris Consortio Introdução - da Casti Connubii à Familiaris Consortio No dia 31 de dezembro de 1930, o Papa Pio XI publicou a Carta Encíclica Casti Connubii, que significou um marco no que diz respeito à ação da Igreja em relação à família. Nela, o Papa apresenta uma visão personalista do matrimônio e dá destaque à sua função unitiva. Esta foi por assim dizer a Carta Magna da Pastoral Familiar e exerceu grande influência no pensamento do Padre Henri Caffarel. Em 12 de agosto de 1958, o Papa Pio XII fez um pronunciamento aos participantes da Conferência Internacional sobre a Família, no qual afirmou que a transformação do mundo começa pela família. Em 1961, o Papa João XXIII escreveu a Carta Encíclica Mater et Magistra, e nela aborda algumas questões pontuais sobre a família como a desintegração das famílias, a responsabilidade dos trabalhadores pela família e a satisfação de suas necessidades. Entre 1962 e 1965 aconteceu o Concílio Ecumênico Vaticano II. Na sua Constituição Pastoral Gaudium et Spes, sobre a Igreja no mundo, aborda a questão da família. Inicialmente fala da família humana e depois da família dos filhos e filhas de Deus e, por fim, sobre a realidade das famílias hoje. Fala das dificuldades enfrentadas pela família, mas fala também da sua dignidade, da necessidade da sua defesa e da sua 1

importância para a sociedade.Mas o que merece maior destaque é a questão da santidade do matrimônio e da família, elemento essencial dentro do carisma das Equipes de Nossa Senhora. Outros documentos conciliares também falam da família, como a Lumen Gentium,sobre a Igreja, a Apostolicam Actuositatem, sobre os leigos, e a Gravissimum Educationis, sobre a educação. Mas o Concílio não tem nenhum documento sobre a moral e, por isso, o Papa Paulo VI escreveu, em 1968, a Carta Encíclica Humanae Vitae, na qual aborda a questão da paternidade responsável. Esses elementos tão importantes do Magistério da Igreja serão sintetizados no Sínodo dos Bispos sobre a família, que aconteceu em Roma de 26 de setembro a 25 de outubro de 1980 e foi a partir das discussões e conclusões deste Sínodo que o Papa João Paulo II escreveu a Exortação Apostólica Pós-Sinodal Familiaris Consortio sobre a função da família cristã no mundo de hoje. Em razão da sua importância, durante este ano as próximas edições trarão artigos com os seguintes temas: O projeto de Deus para a família; A resposta ambígua ao projeto de Deus; Família e vida; Família e sociedade e, Família e Igreja. Pe. José Adalberto Vanzella1 Região Leste IV

Doutor em Teologia, SCE, Região Leste IV da Província Sul I, Administrador Paroquial de São Maximiliano Kolbe – Ubatuba-SP.

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DATAS RELIGIOSAS

São José: Defensor da Vida São José é pai adotivo de Jesus, esposo de Maria, padroeiro da Igreja, patrono de carpinteiros e trabalhadores. O que Paulo VI ensina sobre Maria pode bem ser atribuído a José: nele, como “em Maria, tudo se refere a Cristo e dele depende” (MC 25). Na Patris Corde, Papa Francisco afirma: “Com coração de pai” José amou Jesus, a quem os Evangelhos chamam “o filho de José”. As Igrejas Católica, Ortodoxa e Anglicana veneram-no como Padroeiro e a Luterana como “Tutor do Senhor”. A liturgia católica consagra-lhe a solenidade de 19/3 e a memória de 1/5. Bolívia, Espanha, Honduras, Itália, Lichtenstein e Portugal comemoram o Dia dos Pais a 19/3, em honra de São José. Pela Carta Apostólica Patris Corde/ Coração de Pai, o Santo Padre abriu o Ano de São José, celebrado entre 8/12/2020 e 8/12/2021. No dia 1º de maio de 2013, Francisco pedira a inclusão da invocação a São José nas Orações Eucarísticas II, III e IV, como Papa João XXIII havia feito para a 1ª Oração Eucarística, em 1962. Qual a exemplaridade de José para casais e conselheiros espirituais das ENS? Duas palavras caracterizam-no adequadamente: cuidado e justiça. O cuidado qualifica-se por desvelo e segurança, cordialidade e competência.A Bíblia não registra nenhuma palavra de José: Ele não fala, mas faz; CM 539

ele não promete, mas cumpre. Junto com Maria, teve a missão de criar, proteger e educar Jesus, formando uma família, oferecendo-lhe um lar. Ele protegeu Jesus no massacre de Belém. Levou o Menino e sua Mãe ao Egito e trouxe-os de volta. Inseriu Jesus na fé e cultura de Israel, na história e nas orações do seu povo. Introduziu-o no culto sinagogal e no conhecimento das Escrituras. Orientou-o às habilitações de carpinteiro. Junto a Maria, José também usufruiu das alegrias que Jesus lhes propiciava. Viu-o crescer “em sabedoria, idade e graça diante do Senhor e das pessoas” (Lc 2,52). Ouviu de seus lábios e coração algo como: “Obrigado, papai!”; “Paizinho, te amo!”; “Quero ir com você!”; “Vou ser como o senhor!”. A justiça evangélica identifica-se com aquilo que efetivamente ajuda a viver. Trata-se da justiça vital que, muitas vezes, não bate com a justiça legal. De acordo com a justiça legal, ao saber que Maria estava grávida de um filho que não era seu, José deveria denunciá-la e ela seria apedrejada até a morte (cf. Dt 22,23-24). Movido por justiça vital, porém, José preservou a Bendita entre as mulheres, salvou o Fruto bendito de seu ventre que nos trouxe vida e é nossa Vida. Pe. Mariano SCE Setor Taubaté A

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DATAS RELIGIOSAS

A Anunciação do Senhor

No Evangelho de Lucas (1,26-38) encontramos o relato da visita do Anjo Gabriel a Maria. A respeito disso – entre outros textos – profetizou Isaías, sete séculos antes do nascimento do Salvador: “A Virgem conceberá e dará à luz um Filho. Ele será chamado: Deus conosco” (Is 7,14). Maria, menina simples e pobre, da pequena cidade de Nazaré, mas cheia de fé, temente a Deus e totalmente acessível ao seu projeto, como as pessoas de sua época e tradição, esperava a vinda do Salvador. Ela encontrou graça diante de Deus e, por sua humildade, tornou-se obediente.Ela não quis viver só para si,mas para seu Senhor,para o qual se disponibilizou totalmente ao fazer-se serva.O Anjo Gabriel lhe trouxe a Boa Notícia, pois os Anjos são mensageiros entre Deus e o seu povo. “Alegra-te, ó cheia de graça, o Senhor está contigo!” (Lc 1,28) foi a saudação do Anjo a Maria, adjetivando-a como aquela que goza plenamente da graça de Deus. Assim reconhecemos em Maria um templo vivo, cheia da presença do Espírito, a predileta de Deus. “Não tenhas medo, Maria, porque encontraste graça diante de Deus. Eis que conceberás e darás à luz um filho,

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a quem porás o nome de Jesus”. “O Espírito virá sobre ti, e o poder do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra. Por isso, o Menino que vai nascer será chamado Santo, Filho de Deus” (Lc 1,30-31.35). O Anjo Gabriel traz a Palavra Viva, o sussurro de Deus, tornando-se nossa carne, nas entranhas da menina de Nazaré. E cheio de esperança e na superação constante dos desafios, o povo de Israel aguardou a chegada do Messias. Hoje, somos o povo de Deus que continua a enfrentar os desafios cotidianos; as restrições, o isolamento, as perdas de pessoas pelo ­Covid-19. Devemos ter coragem de enfrentar os desafios presentes. Ele não nos desprezará. Como Igreja, como cristãos e família, devemos ter uma certeza: na Anunciação, Deus nos deu a sua palavra que nos trouxe alegria, misericórdia infinita e caminho novo de superação. É necessário que nos apossemos dessa novidade, dela vivermos e por ela agirmos, levando a mesma esperança e vida aos que não mais as têm. Segundo Francisco, o desejo ardente de Deus, é a audácia contínua em converter-se, em amar e caminhar sempre para diante. A fé não é água que apaga, mas fogo que queima; não é calmante para quem está agitado, mas história de amor para quem está enamorado! Que tenhamos a coragem de, como Maria, nos deixar preencher da Palavra da Vida. Deixar o sussurro de Deus ganhar espaço em nossos ouvidos e em nosso coração. Que sejamos também testemunhas de que Deus está entre nós. Pe. Mário Ribeiro Castro SCE Setor Boa Vista-RR CM 539


DATAS RELIGIOSAS

Cinzas, um caminho de conversão A quaresma é um itinerário para o tempo de preparação para a Páscoa, que começa, precisamente, com o rito da imposição das cinzas.A quarta-feira de cinzas é dia de jejum, oração e caridade, práticas para toda a quaresma, enquanto que nas sextas-feiras da quaresma o cristão é convidado a abster-se de carne. Como recorda um dos prefácios das orações eucarísticas das missas celebradas na quaresma, com o jejum é possível vencer as paixões e elevar o espírito. O jejum, a esmola e a oração são os sinais, ou melhor, as práticas da quaresma. O jejum não significa apenas a abstinência do alimento, mas compreende outras formas de privação para uma vida mais sóbria. Ao receber as cinzas, o convite à conversão é expresso com uma dupla fórmula: “Arrependei-vos e acreditai no Evangelho” ou “Lembra-te, que és pó e ao pó hás de voltar”. O primeiro apelo é à conversão, que significa mudar a direção do caminho da vida e andar contracorrente (“corrente” é o estilo de vida superficial, incoerente e ilusório). A segunda fórmula remete para os inícios da história humana, quando Deus disse a Adão: “Comerás o pão com o suor do teu rosto, até que voltes à terra de onde foste tirado; porque tu és pó e ao pó voltarás” (Gn 3,19). A quaresma não é um tempo de mortificações, mas de vivificações. Por isso, a ação de Jesus não é abater a árvore que não dá fruto, mas adubá-la para renovar o seu vigor (Lc 13,8); porque Ele não veio quebrar a cana CM 539

rachada ou apagar o pavio que ainda fumega (Mt 12,20), mas para libertar no homem as energias de amor que estão adormecidas e fazer com que descubra formas inéditas, originais e criativas de perdão, de generosidade e de serviço que elevam a qualidade do seu amor, para pô-lo em sintonia com o Senhor, Autor da Vida; e, assim, experimentar a Páscoa não só como plenitude da vida do Ressuscitado, mas também da sua. A quaresma é um caminho e uma caminhada de amadurecimento; é uma erupção de energia que nos remete para o interior, para atingirmos a plenitude de nós mesmos, e, por isso, leva-nos a sermos divinos. Porque a nossa vocação última é tornarmo-nos Deus, uma só coisa com Ele. Os padres da Igreja recordam-nos muitas vezes, como o metal mergulhado no fogo que, já não se distingue dele. A quaresma é um Caminho e caminhada com Jesus, o Verbo Encarnado, que realizou plenamente na sua vida um caminho de reconciliação e que, agora, espera que também cada um de nós o faça. Pe. Arilson Lima SCE Região Norte III

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DATAS DO MOVIMENTO

Dona Nancy, uma mulher por inteiro! Especial privilégio do período em que atuamos como Casal Responsável da Super-Região foi a convivência próxima com Dona Nancy. Muito já se falou sobre sua personalidade de mulher forte, profundamente engajada com as ENS, dona de uma inteligência viva e que fazia da intimidade com Deus o seu grande trunfo. Hoje falaremos de coisas mais corriqueiras dessa relação alegre e feliz, realçando alguns traços do seu jeito de ser, para fazer memória à data de seu aniversário (22/3/1909). Dona Nancy era “boa de prosa”. Era uma delícia conversar com ela e ouvi-la falar da convivência com seu marido, desde seu

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namoro, ou contar as histórias e fatos do início do Movimento no Brasil. Ela conversava sobre qualquer assunto. Era muito bem informada, lia os jornais, ouvia os noticiários e estudava os documentos da Igreja. Nunca a vimos reclamar de sua viuvez, nem a notamos desorientada, mesmo diante de situações duras, como a morte de seu filho durante um assalto à mão armada. Por livre opção foi morar numa casa de acolhimento de senhoras idosas, onde mantinha seu quarto com banheiro e uma saleta que fazia de seu escritório, registrando suas reflexões e inesquecíveis palestras. Com ela não existia o improviso. Tudo o que fazia era bem preparado. Lembramos uma vez que fomos a um programa na Rede Vida, em São José do Rio Preto, onde ela seria entrevistada. Chegamos de véspera, e no dia seguinte, na casa do Casal Provincial de então, Rosinha e Anésio, estivemos toda a tarde sabatinando Dona Nancy com as mais diferentes questões para que ela fosse treinando, “para não fazer feio”, como ela dizia. Como mulher tinha também sua vaidade feminina. Estava sempre bem arrumada, cabelo bem penteado, e essas coisas que as mulheres conhecem bem. Não havia melhor lugar para ela que o estar rodeada pelos equipistas. Com 90 anos de idade dispôs-se a trabalhar com um computador e logo aprendeu a lidar com a máquina, na qual escreveu muito do seu material para a criação das Comunidades Nossa Senhora da CM 539


DATAS DO MOVIMENTO

Esperança, dedicada às pessoas viúvas e sós. O acolhimento era sua outra marca registrada, ao que se somam sua discrição e humildade para com os que estavam à frente do Movimento, a quem ela dispensava grande atenção e respeito, pois dizia que essas pessoas haviam recebido uma unção de Deus para aquele serviço. CM 539

Ao fazermos memória de sua figura e de sua vida, agradecemos a Deus por nos tê-la dado como mãe e guia do nosso Movimento, completando o papel que seu marido cumprira com inigualável maestria. Com nosso carinho e abraço, Silvia e Chico Eq. 01B – Sorocaba-SP

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DATAS DO MOVIMENTO

25 de fevereiro de 1939: uma data muito significativa

Como terá sido o chamado para aqueles que pertenceram à primeira equipe? Acreditamos que foram chamados junto com o Padre Caffarel diretamente pelo Espírito Santo. Criaram e forjaram as bases do nosso Movimento de maneira compromissada, progredindo passo a passo, revelando a potencialização dos Sacramentos do Matrimônio e da Ordem, na busca de um Movimento de casais desejosos de se santificarem no e pelo Sacramento do Matrimônio. Foi um grande acontecimento na Igreja, uma verdadeira revolução. Vejamos como tudo começou. Estamos em 1938.Um jovem padre de Paris, Henri Caffarel, recebe a visita de uma paroquiana que desejava falar-lhe sobre sua vida espiritual. Alguns dias depois ela volta,acompanhada do esposo.Dias depois esse casal apresenta ao Padre Caffarel outros três casais.Repletos de amor e cristãos convictos pedem a ele que os guie em busca de viver o seu amor à luz da fé. Quatro jovens casais e Henri Caffarel.“Procuremos juntos”, respondeu o Pe. Caffarel. A 25 de fevereiro de 1939 teve lugar a primeira reunião de equipe em Paris, na residência de Pierre e Rozenn de Montjamont. Aos poucos esses jovens casais dão-se conta de que o matrimônio é a imagem viva do amor que une Cristo à sua Igreja.

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A partir do relatório da Primeira Reunião de Equipe, completando 82 anos em 25 de fevereiro deste ano, já podemos perceber temas que progressivamente estarão presentes na vida do Movimento: procurar juntos, casais e o Pe. Caffarel, com grande abertura de coração, compreender o olhar de Deus sobre os lares, e assim poder cada casal responder melhor às Suas expectativas. Para tanto, adotaram um método: todos deveriam participar ativamente colocando suas ideias pessoais para que servissem como luzes para trilharem a estrada que se propuseram a percorrer. É claramente identificável o foco ao qual o Movimento iria se dedicar: amor do casal, santificado por um sacramento, sendo a imagem do Amor Trinitário, e assim ser a fonte de santidade e fecundidade. Somos agradecidos ao Pe. Caffarel pela iniciativa de reunir-se com casais para refletir sobre o sacramento do Matrimônio e a vida conjugal. Lembramos com gratidão dos casais participantes da primeira equipe. Queremos agradecê-los por terem assumido um sim ao desafio proposto, e que, como Maria, se entregaram para fazer a vontade de Deus. Virgínia e Marcos Kisil Eq. 03 N. S. da Penha - Setor C Região SP Capital I CM 539


RAÍZES DO MOVIMENTO

Relembrando nossa razão de ser1

Novo começo para a vida em equipe, mesmo que esta não se tenha interrompido durante os meses de férias. Vamos fugir do automatismo,da rotina,e renovar a nossa adesão lúcida e sincera,revendo as razões da existência dessa vida de equipe. Reunimo-nos em equipe, porque Jesus Cristo, no último dia, na última noite de sua vida, durante sua última conversa com os apóstolos, deu a conhecer o seu grande desejo: “Que sejam todos um... Eu lhes dei a glória que Tu me destes, para que eles sejam um, como nós somos um. Eu neles,e Tu em mim,para que sejam perfeitamente um e que o mundo conheça que foste Tu me enviaste e que eu os amei, como Tu me amaste” (Jo 17,21-23). E nós, discípulos de Cristo, pretendemos corresponder a seus desejos. Reunimo-nos em equipe, porque cremos na presença constante de Jesus Cristo neste mundo, que Ele trabalha invisivelmente, misteriosamente, trabalha incansavelmente para conquistar, trazer, se ligar aos homens e coisas a fim de realizar a obra que o Pai lhe confiou: a grande Unidade de todas as criaturas n’Ele e nós queremos colaborar nessa obra: “Tudo instaurar no Cristo” (Ef 1, 10). Reunimo-nos em equipe, porque acreditamos que não basta aspirar à unidade total nem comover-se com o pensamento da reconciliação de todos os cristãos esperando que o próximo Concílio o consiga, mas que é necessário que nós mesmos façamos essa unidade, trabalhemos pela unidade nos pontos em que a nossa ação for eficaz, nos pontos mais acessíveis, essa realização será um penhor da qualidade de nosso desejo de 1

uma equipe mais completa, mais vasta. Reunimo-nos em equipe, porque cremos que sonhar ecumenicamente sem começar a realizar a verdadeira união entre marido e mulher, entre pais e filhos, é viver com a cabeça nas nuvens e que para realizarmos essa união em nossos lares necessitamos do auxílio e das luzes de outras famílias. Reunimo-nos em equipe,porque queremos ser sempre,e em todo lugar – no prédio,no bairro,na família,na paróquia – operários na unidade e que precisamos aprender a trabalhar com os casais nossos amigos sendo por eles amparados em nossos esforços. Reunimo-nos em equipe,porque queremos que todos os nossos irmãos saibam que Deus os ama e deseja salvá-los. E eles o poderão entrever contemplando o espetáculo de nossa união, de nosso amor fraternal pois Cristo disse: “Que eles sejam um para que o mundo creia que Tu me enviaste.” Reunimo-nos em equipe, porque queremos que haja no mundo mais um reflexo, modesto porém autêntico,da mais excelsa beleza,da mais alta santidade do maior amor,da vida Trinitária; homens que sejam um no Amor,no Espírito Santo.Como o Pai e o Filho em união com o Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos. União entre marido e mulher,união entre pais e filhos,união entre casais no seio das equipes,união das equipes no seio do Movimento supranacional, tudo isso porque aspiramos com todas as forças da nossa caridade à união de todos os seres no Cristo: eis a mística da unidade,alma das ENS. Pe. Henri Caffarel Colaboração: Maria Regina e Carlos Eduardo Eq.N.S.Mãe de Deus e Nossa – Piracicaba-SP

Editorial Pe. Caffarel. Carta Mensal n. X/1, março de 1962.

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CNSE

A messe é grande...

A todos desejo a Graça e a Paz da parte de Deus Nosso Pai e de Nosso Senhor Jesus Cristo na comunhão do Espírito Santo. Caríssimos, diante da atual situação, nunca imaginada por nós que um dia poderia acontecer, porém se a entendermos com os olhos da fé e com espiritualidade, temos uma ocasião para nosso crescimento pessoal, familiar, comunitário e, como cidadãos brasileiros que vivem sob a graça de Nosso Senhor Jesus Cristo com a intercessão materna da Virgem Maria, viver com mais dignidade. Além de SCE de algumas equipes, também colaboramos com as CNSE e assim, neste Movimento, como SCE Nacional, voltado à espiritualidade para as pessoas sós. Lembramos que ele também foi fundado por Dona Nancy Moncau, pioneira em trazer esses dois Movimentos (Equipes de Nossa Senhora e Comunidades Nossa Senhora da Esperança) para o Brasil. Estamos trabalhando com muito empenho e com a ajuda e auxílio da Graça de Deus e a presença materna da Virgem Maria Mãe da Esperança. Queremos aproveitar a oportunidade para agradecer a ajuda e empenho de muitos e bravos casais equipistas que já entenderam o espírito do chamado e vieram colaborar conosco neste Movimento em ajudar as pessoas que vivem sós. 20

Aproveitamos também para pedir a vocês, caros e amados casais equipistas, que em suas Regiões e/ou suas cidades ajudem a anunciar a CNSE, especialmente neste tempo de isolamento. Relembramos que ele vem em auxílio daquelas pessoas que ficaram viúvas, solteiras, ou pessoas que se separaram e vivem sós. Como missão, necessitamos de equipistas que acompanhem essas pessoas a fim de que não se sintam isoladas ou marginalizadas e sim acolhidas e amadas. A condição de vida é só, porém podem contar com o auxílio dos irmãos e a presença amorosa de Deus. Assim, nós e elas, poderemos viver uma vida de fraternidade, construindo comunidade de Fé em nossa caminhada diária. A colaboração dos casais equipistas nas CNSE faz com que o Evangelho seja vivido e anunciado, o Reino de Deus se realize e a Igreja se fortaleça como sinal vivo da presença de Deus no meio de nós; esta é a oportunidade de praticarmos o que nos disse Jesus: “Se vos amardes uns aos outros como eu vos amei, nisto todos saberão que vós sois os meus discípulos”. Com gratidão e as Bênçãos de Deus e a intercessão da Virgem Mãe da Esperança, Deus os recompense, vos guarde e vos proteja. Pe. Leonildo I. Pierin Conselheiro Nacional CNSE CM 539


TESTEMUNHO

Encontramos um caminho Somos casados há 11 anos e há 4 anos fomos escolhidos por DEUS para entrar nas ENS. Até chegarmos às Equipes de Nossa Senhora estávamos com a convivência a dois muito fragilizada, quase não existia diálogo entre nós, havia atritos que nos levavam a discussões sem soluções e desgastes emocionais. Após alguns momentos de tribulações em nossas vidas, estivemos a um fio da separação, depois de uma mudança de cidade frustrada e dificuldades financeiras, o que no início tínhamos muitas afinidades e combinávamos nos projetos, naquele momento já não existiam mais. Ficamos 8 meses separados, sem conseguir chegar a um acordo de qual cidade morar, Bahia ou São Paulo, e depois desse período voltamos a estar juntos, não tínhamos muito diálogo, cada um fazia seus planos e íamos “empurrando com a barriga”. Neste mesmo período, minha esposa apresentou sintomas de depressão, a nossa situação piorou ainda mais; sempre com muita fé, rezando para que um dia pudéssemos vencer essa situação, porém as discussões continuavam, chegamos ao ponto de desistir do nosso casamento, faltava aprender a perdoar. Um belo dia fui me confessar e o ­padre me falou sobre as ENS. Chegando em casa comentei com minha esposa, ela já havia recebido um convite onde seria explicado o que é ENS... confesso que quando ela me fez o convite CM 539

pensei em não ir, pois achava que não iria adiantar! Porém, querendo continuar no sacramento, aceitei o convite e fizemos a Experiência Comunitária. A cada reunião, as expressões de carinho e os “mimos” recebidos, nos fez perceber que precisávamos voltar ao primeiro AMOR. Tudo isso nos fez muito bem. A Pilotagem serviu para mostrar o quanto é maravilhoso aprender com os ensinamentos do Padre Henri Caffarel, fazendo-nos crescer na fidelidade e cumplicidade. Iniciamos na Equipe Nossa Senhora de Nazaré, continuamos colhendo frutos, aprendendo com nossa equipe de base que os PCE são para serem vividos e não serem “feitos” (como uma prestação de contas), e ao vivermos, colhemos os mais belos frutos. Aprendemos a compartilhar nossas alegrias e tristezas. A meditação da Palavra nos ajuda e muito, a oração conjugal alinhando os projetos com o dever do sentar-se, todo esse caminho vem sendo iluminado pelo Espírito Santo. Elaine e Antonio Eq. N. S. de Nazaré Setor Santo André B

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TESTEMUNHO

O novo normal de Deus para o Movimento Estamos nas Equipes de Nossa Senhora há exatamente vinte e três anos e cinco meses. Durante esse período servimos ao Movimento com alegria, exercendo diversas missões: CRE (Casal Responsável de Equipe), CL (Casal Ligação), CP (Casal Piloto), CEC (Casal Experiência Comunitária), CRS (Casal Responsável de Setor), e participamos como Casal Coordenador da primeira Equipe de Formação da Região Norte I, sob a orientação do querido Casal Provincial Marilena e Jesus. Vimos nosso Movimento se expandir e a quantidade de casais aumentar cada vez mais, sob as graças de Deus. Entretanto, com o aumento de equipes, algumas dificuldades surgiram, principalmente em relação aos locais para a realização dos eventos que fazem parte de nossa formação como equipista. Isto porque existem poucos locais que comportam a quantidade de casais para esses eventos e, além disso, por serem poucos, os valores cobrados normalmente são muito elevados. Mas para não adentrar nesse mérito, que pode se alongar, vamos nos situar no atual momento em que estamos vivendo: tempo de pandemia. Costumo dizer que de tudo de ruim que acontece, devemos sempre tirar algo bom. E o que seria bom para nós, como Movimento, em toda essa situação? Respondo o que sinto, o que vejo: a inspiração do Espírito Santo aos casais que estão à frente de nosso Movimento. Isso mesmo! Poderia me reportar aqui às inúmeras reuniões

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de equipes (noites de oração, reuniões formais, reuniões informais...), mas quero destacar esse momento maravilhoso que vivenciamos, o Pré-Eacre Virtual. Momento esse em que nossos casais se deixaram inspirar pelo Espírito Santo de Deus e nos presentearam com esse momento ímpar, leve, suave, movido por muito amor, muita criatividade e muito carinho. Foi um momento em que o carisma do Movimento não deixou a desejar aos Pré-Eacres que vivenciamos presencialmente. Neste período em que estamos nos acostumando a viver de uma forma totalmente diferente, Deus nos mostra que podemos fazer desse tempo “um novo normal”, onde observamos que não precisamos dispor de muitos recursos para levar os momentos de formação para os irmãos equipistas. Será que estamos em fase de “treinamentos” para quando essa pandemia passar? Para nossa reflexão: o Papa Francisco veio mostrar que em vez de levarmos tudo ao pé da letra, devemos ser misericordiosos com o próximo. Isto é ser caritativo. E nós, como equipistas, em vez de levarmos tudo ao pé da letra, devemos ser mais abertos para o novo que Deus quer nos mostrar. Magnificat!! Terezinha e Ronaldo Eq. 2A N. S. das Graças Manaus-AM CM 539


CORDEL DAS ENS

ENS em Abaetetuba-PA: chegou para ficar! Aqui em Abaetetuba, Vivemos um grande momento Que juntou doze casais No início do Movimento. Aos poucos foi aumentando, E mais quatro equipes se formaram. Agora já éramos seis E o Setor então criaram.

Que com sabedoria divina, Nos deu grande motivação, Com a partilha da Palavra, Nos momentos da Oração.

Depois de um grande salto Dezesseis somos então, E entre baixo e alto Está a nossa evolução.

O Dever de Sentar-se E o Retiro Anual Que nos levam a buscar O crescimento espiritual.

Começamos na Experiência Que a muitos empolgou, Depois veio a Pilotagem Que tanto nos ajudou.

O caminho à santidade Requer de nós dedicação E as Equipes de Nossa Senhora Nos dão essa direção.

É a graça santificante, Que veio aqui habitar Trazendo os Pontos Concretos Para nossa vida guiar.

Não faça dos PCEs Uma simples obrigação Mantenha essa Regra de Vida Como meta de salvação.

Em cada casa um altar O casal em busca do céu, Sem esquecer de agradecer, Ao nosso Padre Caffarel. Ana e Pio Eq. 03 N. S. da Conceição Abaetetuba-PA CM 539

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PARTILHA E PONTOS CONCRETOS DE ESFORÇO

PCE alimento para o matrimônio Nos casamos bem jovens,mas sempre tivemos a convicção de que um matrimônio não é vivido somente a dois, que Deus precisa ser o centro dessa união. Prometemos que nunca iríamos dormir com raiva um do outro, mas com o passar do tempo, a rotina, as dificuldades típicas do casamento fomos esquecendo esse compromisso; porém,mesmo quando ficávamos com raiva, nunca deixamos de fazer nossas orações conjugais, o que nos fortaleceu sempre. Em 2005, já com oito anos de casados, ingressamos nas equipes, e tudo o que acreditávamos foi reforçado com a vivência dos PCEs, que nos ajudam a buscar diariamente a Santidade Conjugal; eles são suplementos diários para lidarmos com as dificuldades vividas na rotina de um casal, de uma família. A Escuta da Palavra e a Meditação nos ensinam a perdoar, a buscar no outro o seu melhor, a ver nele(a) a imagem do próprio Cristo; a Oração Conjugal nos alimenta na busca da Santidade... um dia ele chegou chateado do trabalho, o que em quase dez anos de casados foi a primeira vez; eu percebi logo que algo não estava bem, perguntei, mas ele negou, chegando a ser um pouco áspero em sua resposta, o que me entristeceu... a priori fiquei brava, pois não havia motivos para aquela ação, então deixei passar um tempinho e o chamei para rezar junto com as crianças, e 24

durante o momento de oração o semblante dele foi mudando, ficando leve, depois que terminamos, ele agradeceu pela iniciativa de rezarmos, pois nem ele sabia o por que estava irritado. Fizemos o Dever de Sentar-se depois e foi maravilhoso. Nesses 22 anos de vida matrimonial, já passamos por muitas tribulações referentes a enfermidades, porém nunca perdemos a Fé e não deixamos isso abalar nosso amor. Sempre foi através da oração que buscamos superar todos os obstáculos, e graças a Deus, humildemente, podemos dizer que a cada tempestade enfrentada saíamos mais fortalecidos. Sabemos que ainda enfrentaremos muitos obstáculos, mas com as bênçãos de Deus e a vivência dos PCEs, venceremos. Pedimos a todos os casais que não deixem de vivenciar os PCEs, pois eles são alimentos para nosso matrimônio. Por mais corrida que seja a vida, devemos priorizá-los e veremos quão maravilhoso é, pois a Santidade Conjugal é uma busca diária... Lembremos sempre que a nossa vivência é o melhor exemplo que podemos dar a todos. Rejane e Claudio Eq. 07 N. S. de Guadalupe Castanhal-PA CM 539


PARTILHA E PONTOS CONCRETOS DE ESFORÇO

Oração Conjugal Antes de ingressarmos nas ENS, ainda que discutíssemos os problemas familiares e partilhássemos as angústias e preocupações da vida de casal, realizávamos nossas orações apenas individualmente; foi através das ENS que aprendemos a rezar juntos através da Oração Conjugal. Depois de um começo tímido, a constância e a persistência nos permitiram ser tocados pela delicadeza de Deus e assim abrirmos nossos corações a Ele, pois, como nos ensina o Guia das ENS: Cristo está presente de uma maneira muito especial quando os esposos rezam juntos. E aos poucos fomos assimilando essa atitude de vida em nossa dinâmica de casal e aprendendo a deixar nossos corações serem transformados pela ação da Palavra de Cristo. Como não se trata de um cumprimento de mais uma obrigação em nosso dia a dia, mas de um momento reservado pelo casal especificamente para esse encontro com Deus, é preciso começar ouvindo a Palavra de Deus e, em seguida, meditar sobre ela e deixá-la fazer vida em nossas vidas para que, aí sim, Cristo possa, através da nossa Oração Conjugal, louvar ao Pai por meio de nossa oração. Não há uma única fórmula para a realização da Oração Conjugal; com o tempo e experimentando diversas possibilidades, cada casal vai descobrir o melhor horário e a maneira que CM 539

mais se adequa a sua vida de casal. Depois de tentarmos algumas alternativas, atualmente fazemos a leitura da Palavra do dia que a Igreja nos oferece para, em seguida, meditarmos sobre a lição do dia que Deus nos apresentou, dividindo com o cônjuge o que conseguimos entender da Palavra daquele dia e, na sequência, fazemos nossa Oração Conjugal inspirados por aquela Palavra. Para finalizar, ouvimos uma homilia diária proclamada por algum sacerdote através de algum canal na internet para complementar aquilo que Deus falou aos nossos corações durante a meditação; não antes da meditação, a fim de não direcionar ou limitar a nossa reflexão espontânea. Um cônjuge puxa o outro para a realização da Oração Conjugal. Afinal, somos falhos e pecadores. Mas o Livro Tema do ano de 2020 “Casal ­Santo” reforçou nosso entendimento de que através do matrimônio nos tornamos responsáveis pela santificação de nosso cônjuge. Além dessa função de santificação do casal, a Oração Conjugal também funciona como testemunho para nossos filhos de nossa vida cristã e da Fé que possuímos em Cristo Nosso Senhor, a qual vem a nós através da escuta de Sua Palavra e do louvor que a eles dirigimos em oração. Simone e Maurício Eq. 7 A – Jundiaí-SP

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PARTILHA E PONTOS CONCRETOS DE ESFORÇO

Por que não a nós? Foi um ano difícil, mas foi um ano que aprendemos a valorizar a vida, aproveitar os momentos com as pessoas que amamos e sentir que precisamos de Deus. Passamos por situações de angústia e tristeza, perdemos para a Covid-19 parentes, irmãos equipistas, funcionários e em especial nossos tios Amazonilda e João Gama, cuja vida foi uma linda história de amor em busca da santidade conjugal, que partiram para o céu juntos – nem a morte foi capaz de os separar. Foi com eles que aprendemos a amar as ENS, ter consciência de que a Oração Conjugal e a Meditação são dos mais difíceis Pontos Concretos de Esforço, mas também dos mais importantes. Esse tempo de pandemia nos fez parar e repensar a nossa vida: o que realmente importa? É um sinal de Deus dizendo que nos ama e quer ver em nós mudanças... Vi meu marido perder suas forças e seu ar e perguntei a Deus, em oração, que não sabia por que é que aquilo estava acontecendo... Naquele momento, André disse uma frase que ficou no meu coração: “Seu tio João nos ensinou: Por que não a nós?” Chorei, mas a partir disso nos sentimos nos braços de Deus! O André chegou a ter 75% do pulmão comprometido, porém não perdemos a esperança, fizemos o caminho que só é possível com a força de Deus. Nos acompanharam os PCEs Meditação e Oração Conjugal, mesmo com o André não tendo forças para pronunciar uma palavra.Aprendemos a rezar como nunca pensamos que fosse possível. “Fomos experimentados por Deus”. Invocando Nossa Senhora, encontramos refúgio na oração diária do terço e,

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confiando no poder dele,esse foi o momento da mudança! A partir de então, André começou a melhorar. A oração do Terço e a Meditação eram momentos de entrega. Os médicos não tinham explicação para a súbita recuperação dele.Nós não sabíamos o que era entregar as nossas vidas a Deus e dizemos que toda esta experiência de dor e sofrimento era “a peça do puzzle que faltava” em nossas vidas.Vamos olhar para o Filho de Maria e ser gratos.Obrigada meus tios,por nos ensinar a amar a Deus e Maria e hoje testemunharmos uma experiência de vida e de fé que deixa para nós uma simples interrogação: “Por que não a nós?”. Como diz o Papa Francisco, deixemo-nos abrir às “surpresas de Deus”. Sem oração, nenhum de nós fica de pé e ninguém consegue fazer a vontade de Deus. A razão é muito clara: “porque sem mim nada podeis fazer” (Jo 15, 4). Que nós, equipistas, possamos buscar diariamente os PCEs como meio de perseverar na busca da santidade. Que Deus nos ilumine! Amém! Fabrícia e André CRS C - Manaus-AM CM 539


FORMAÇÃO

O Serviço nas Equipes de Nossa Senhora “Quero poder trabalhar até que minhas pernas já não possam mais me sustentar” Caros irmãos e irmãs equipistas, com essa frase acima gostaria de iniciar meus escritos nesse ano de 2021 em nossa Carta Mensal. Tal frase, me permita dizer, ouvi da senhora Marli De Lucca, equipista há 45 anos, para mim, inspiração e modelo de serviço e doação. Ao procurarmos a definição da palavra serviço encontramos a frase: “Um serviço é um produto da atividade humana que satisfaz a uma necessidade, sem assumir a forma de um bem material”. O serviço em si, seja qual for, ultrapassa a materialidade, entra em uma dimensão que foge de uma definição perfeita. Com que palavras poderemos definir um serviço b ­ em-feito? Com que palavras poderemos caracterizar alguém que serve? Penso que tudo o que falarmos seja ainda pouco ou não leva a uma definição perfeita, ainda mais quando se serve com amor. Alguém explica o amor? O amor não se explica, o amor nos implica. O Guia das Equipes de Nossa Senhora nos diz: “Qualquer responsabilidade nas Equipes de Nossa Senhora é um serviço. O Senhor nos chama, não por nossos méritos, mas porque Ele colocou o seu olhar sobre nós e Ele o faz chamando-nos pelo nosso próprio nome, individualmente, mas também em casal”. A iniciativa do chamado é sempre do Senhor, a nós cabe a disponibilidade para nos colocarmos a serviço na família, equipes, comunidade eclesial e sociedade. Contudo tenhamos presente que um chamado ao serviço é um convite a um amor maior, quem muito ama também muito serve. CM 539

O Cardeal José Tolentino Mendonça em seu livro O Hipopótamo de Deus nos diz: “Todas as vidas cabem na imagem cotidiana do pão que se parte e se reparte. As vidas são coisas semeadas, crescidas, maturadas, ceifadas, trituradas, amassadas: são como pão. Tomemos as palavras de Jesus. Ele pegou no pão e disse: ‘Tomem e comam, pois este pão é o meu corpo entregue por vós’. Todas as vidas são pão, mas nem todas são Eucaristia, isto é, oferta radical de si, entrega, doação, serviço”. Como nos avisa José Augusto Mourão: “Conduz-nos, Deus, de questão em questão, de fogo em fogo, sem satisfações que ao tempo bastem e a nós assombrem que passemos da catalogação do que julgamos conhecer ao poço dos enigmas infindáveis onde o rosto é para sempre fundo, desmentido, diferido não nos mure a estrutura em espelho que escamoteia a procura da verdade, mas que o dom da tua palavra nos visite como o canto do galo, a lembrar o dia novo, o perdão e a graça”. Que cada um de nós nos sintamos chamados e enviados pelo Senhor a servir, a sermos pão, a sermos Eucaristia. Que cada um de nós busque “servir ao Senhor com temor e exultar Nele com tremor” (Sl 22). Pe. Antônio da Silva Miguel Jr. Eq. N. S. Boa Mãe Setor A Crisciuma-SC

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REFLEXÃO

“Eu pertenço às ENS, delas me nutro, a elas eu me doo” 1 Participar das ENS é uma graça para todos nós. Recebemos diariamente diversas ferramentas que nos ajudam no nosso crescimento, como formações, testemunhos, etc., e que são verdadeiros presentes, pois nos auxiliam no caminho rumo ao nosso objetivo que é a espiritualidade conjugal. Porém, é justo que fiquemos com esse presente somente para nós? Ou devemos partilhar todos esses benefícios com os outros? Nosso Movimento chama-se “Equipes de Nossa Senhora”, no plural, o que nos remete à ideia de que não participamos de uma única equipe (a de base), e sim de um Movimento com várias equipes, indicando o sentido de coletividade e pluralidade. Logo, podemos concluir que somos, de fato, membros uns dos outros e devemos nos apoiar e sustentar, como um Movimento único. Servir a Deus gera muitos benefícios, especialmente para nós mesmos. E é esse serviço que tem feito o Movimento ir cada vez mais longe, em quantidade e qualidade. Mas, para isso, é necessário que os casais estejam engajados na missão de servir. Não faz sentido que o verdadeiro equipista não se coloque a serviço quando chamado. Ainda não é suficiente 1.

aquele que aceita queixando-se do trabalho que há de vir... O verdadeiro sentido de pertença é muito mais que isso! O equipista não somente deve estar disponível, como também sentir prazer e vontade em servir! Deve ter a iniciativa de buscar onde poderá ser útil e colaborar naquilo que o Movimento estiver precisando, dependendo da atual situação do Setor, Região ou Província. E como fazer isso? O casal pode, por exemplo, colocar-se à disposição para participar das formações de serviço, como Casal Piloto, Casal Ligação, Casal Coordenador de Experiência Comunitária, entre outros, e se tornar uma opção quando houver necessidade. O Movimento sempre precisa de pessoas solícitas e dispostas a contribuir. É preciso estabelecer prioridades nos moldes do que nos disse o Pe. Caffarel: “... Se a união com Cristo é para vocês o essencial, e se as Equipes de Nossa Senhora lhes parecem ser o meio providencial para alcançá-lo, então eu lhes digo que as Equipes de Nossa Senhora devem ocupar um lugar essencial nas suas vidas.”2 Carla e Rafael Eq. 59 D – N. S. Três Vezes Admirável Brasília-DF

ELEN E COLARES, Carta Mensal 442 de fevereiro de 2010, “O Sentido de Pertença”; 2. Pe. HENRI CAFFAREL, Carta Mensal Francesa de fevereiro de 1950.

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REFLEXÃO

Poço da Misericórdia Nesses dias de isolamento, por conta dessa pandemia, é momento de revisão e reflexão sobre o nosso caminhar. Quaresma e quarentena, sentido diverso, mas que se aproximam. Com mais tempo, mesmo sabendo que este tempo não nos pertence, pertence a ELE. Humildemente, nos propomos a refletir sobre esse caminhar para a Santidade, tendo como essência a Palavra de Cristo. E a Palavra de Cristo que serve como mote é, segundo São João 5,5: “Achava-se ali um homem que estava doente havia trinta e oito anos”. Trinta e oito anos é o mesmo tempo que Eu, Silvia e Cristo estamos casados. Coincidência, não, como sempre diz o Paulo, meu irmão de equipe: Providência Divina, sim!... O que podemos refletir e aprender com esta passagem é que nós casais não podemos padecer de alguns dos males que supostamente o doente tinha. Sem julgamentos, o doente padecia de algumas paralisias; da alma, do pessimismo, da tristeza e preguiça. Para esses males, nós, casais equipistas, temos o remédio, ou seja, os Pontos Concretos de Esforço. Remédio Divino,por inspiração,prescrito humanamente pelo Padre Caffarel. Nesses 38 anos de casamento, passamos por águas borbulhantes,quem sabe em algum momento agitadas por algum anjo, e estivemos enfermos e dissemos: “Não tenho ninguém para me jogar na piscina ao borbulhar da água”.(João 5,7). Mas JESUS, que está sempre ao nosso CM 539

lado, diz: “Levanta-te, pega teu leito a anda”.(João 5,8).Vale lembrar,que quem cura é JESUS CRISTO, e não as águas. É ELE que nos levanta e nos orienta nesse caminhar. “Caminhemos juntos”. Nesses 38 anos, muitos foram os aprendizados, e muitos ainda virão. O Poço de Betesda em grego quer dizer: “Casa da Misericórdia”. Nós casais sabemos da infinita misericórdia de DEUS, e pedimos: Senhor, tende misericórdia de nós! Mas também sabemos que ELE é justo. “O AMOR não se alegra com a injustiça” (1 Coríntios 13,6). Portanto nós, com 38 anos de matrimônio, e todos os casais deste mundo de Deus, pedimos humildemente: SAGRADA FAMÍLIA! Intercedei por nós! Silvia e Donizeti Eq. N. S. Madre de Deus Setor Mogi C - Região SP Leste III

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REFLEXÃO

Reflexão e reflexos Pois é: para quê? Isto compete a nós responder. Se nada soubermos responder, pelo menos temos que refletir para aprender a viver ou viver de modo diferente, linda mensagem do vírus atual. Viver de modo diferente é sempre aprender a viver sendo “eternos aprendizes”. Nada, no acontecer de nossa vida, vem definitivo. Nada senão o amor, nem a própria vida, já que, para os que creem e os que dizem não crer, mas são visceralmente marcados pela essência humana, há uma esperança de um lado de lá de plenitude de vida, de um eterno folgar e realização do amar sem terminar, sem dor e até sem esperança porque esta, um dia, vai cansar de esperar. É muita coisa para (des)aprender com o “reinado deste vírus”, que também não veio para ficar. Impressionante como todo mistério se nutre de coisas e causas pequenas. Nenhuma das últimas guerras parou o planeta. E esse “invisível” conseguiu parar. Tsunami algum abalou a economia mundial, e esse “hóspede invisível” está arrasando o sistema. Do dinheiro e do consumismo. Nada nem os mais lindos eclipses do sol ou da lua, com seu nascer e seu se pôr, conseguiram questionar a desumanidade da vida que andamos levando. Será que há gente ainda crendo que o “invisível não existe”, ou não tem potência, e só conta no viver o que se compra, se vende, se toca e se amassa, se beija e se abraça? E que a perfeição do amor está no que não se vê, não se toca, não se fotografa? E se segue por aí... Esse vírus pode humanizar o nosso

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eu, nosso nós, nosso conviver tantas vezes pegajoso demais (ou ausente e distante!) E pouco vital e libertador, de falsas alegrias e sem leveza. Esse vírus, com toda a sua carga de provação, dor, isolamento (que não pode ser simples solidão!). Até a morte pode nos ensinar uma dimensão da vida humana que tanto a enfraqueceu: o saber afastar-se para saber se encontrar, o saber parar, a volta à experiência do deserto, tão presente na constante convivência de Deus com seu povo, seus profetas, seus enviados, sua gente e seu próprio filho, o homem de Nazaré. A riqueza de viver entre quatro paredes reconhecendo a força do que vem de dentro, do que amadurece por dentro, dando tempo ao essencial. Se há um lado sim “horrível nessa guerra invisível”, há um lado densamente “divino” que pode nos tornar mais humanos, mais gente, mais amorosos, mais encharcados de silêncio sem o qual não se canta, não se ouve. Não se ama o outro. Uma das práticas fecundas dessa pandemia está no cuidado em lavar as mãos, já que depois de milhares de anos não aprendemos a lavar os pés uns dos outros. Por que não lavar as mãos? Por isso, sejamos capazes de agradecer toda a força “evangelizadora” de um ser “invisível” e que nos humaniza. E humanizar já é evangelizar. Ó vírus invisível, “que estranha potência a sua!”. “Pois é: para quê?” nos humanizar e nos evangelizar! Pe. Nereu de Castro Teixeira SCE Eq. N. S. de Fátima Setor Belo Horizonte C – Região Minas II CM 539


CONTOS & REFLEXÃO

Artaban, o Quarto Rei Mago

Há uma lenda que diz que, quando os reis magos saíram do Oriente, eram quatro.Artaban havia combinado de encontrar Gaspar, Melchior e Baltazar, os três magos que acabaram entrando oficialmente para a história, para juntos irem ao encontro de Jesus. Mas o quarto rei mago se atrasou para o encontro e teve de seguir a viagem sozinho. O atraso ocorreu porque, no meio do caminho, encontrou um homem à beira da morte. Doente e com fome, o pobre coitado foi ajudado pelo generoso sábio. Depois de certificar-se de que o necessitado já estava reabilitado, e para tentar recuperar o tempo perdido, Artaban vendeu uma das pedras preciosas para comprar camelos, mantimentos e seguir viagem. O tempo foi passando, e ele seguia ajudando quem encontrava em suas andanças. Certa vez, enquanto pedia informações sobre o paradeiro de Jesus a uma mulher com seu filho, soldados bateram na porta. Haviam sido ordenados a matar todas as crianças do vilarejo. Vendo o pavor da mulher, entregou aos soldados a segunda pedra que trazia, em troca da vida do bebê. Como não sabia o nome do Messias que procurava, nem o local exato onde estava, Artaban se perdeu pelo caminho.Não achou ninguém para adorar, mas muitos para ajudar.Leprosos,necessitados de todos os tipos. CM 539

Quando estava já velho e debilitado, soube que o rei que procurava estava para ser crucificado.Ainda trazia consigo a última pedra preciosa,o presente que esperava entregar a Jesus.Instantes antes do encontro,viu uma jovem, que estava para ser vendida como escrava em troca do pagamento de dívidas deixadas por seu pai. Artaban deu a última pedra que seria para Jesus para salvar a moça. Em seu encontro com Cristo, totalmente sem jeito, o velho mago lamentou ter chegado 33 anos atrasado e ainda sem nenhum presente. A conversa foi algo do tipo: “Jesus, desculpa! É que foram acontecendo coisas pelo caminho, nem tive tempo de te conhecer”. “Tu me conheceste, sim. Em todo aquele que tu ajudaste, ali eu estava. A todos que estendeste a mão, curaste as feridas, foi a mim que fizeste.” Adaptação do texto: Artaban, o quarto rei mago, de José Antônio de Ávila Sacramento. Não precisamos fazer longas viagens para nos encontrar com Jesus. Ele está bem pertinho de nós, na pessoa dos mais necessitados. A lenda nos ensina o que Deus espera de nós. Quando nos dispomos a ajudar o nosso próximo estamos ofertando a melhor pérola a Jesus. Maria Santíssima fez a primeira Epifania, mostrando o recém-nascido ao mundo, representado pelos pastores e pelos reis magos que visitaram Jesus. Que ela nos ajude a continuar o seu gesto de mostrar Jesus ao mundo”. Pe. Antônio Queiroz C.SS.R, em Histórias de Vida Colaboração: Lázara e Edison Equipe 2A - Goiânia Província Centro-Oeste

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PASSATEMPOS ENS

1

2 1 3 2

4

Vertical 1. Qual é o nome do 4° rei mago? 2. Qual é o mês de aniversário de Dona Nancy Moncau? 3. Qual o nome (de um) do Casal Responsável pelos Intercessores? 4. Quem é o autor do livro O Hipopótamo de Deus, citado nesta CM?

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Horizontal 1. Qual SCE escreveu o artigo sobre a Familiaris Consortio, que este ano completa 40 anos? 2. Quem disse “Eu e minha casa serviremos ao Senhor”? 3. Qual bandeira da Carta Mensal traz os escritos (editoriais) do Pe. Caffarel?

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Respostas:

V1 - p. 31 V2 - p. 16 V3 - p. 7 V4 - p. 27

H1 - p. 12 H2 - 3a capa H3 - p. 19

CM 539


NOTÍCIAS

BODAS DE PRATA

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setembro 2020 Neusa e Luís Carlos N. S. dos Nós Porto Alegre – RS

26

outubro 2020 Marilda e Marco

N. S. Medianeira de Todas as Graças Porto Alegre – RS

08 dezembro

2020 Ana Paula e José Roberto Suzano – SP N. S. da Saúde

08

dezembro 2020 Meire e Beto

N. S. Mãe da Divina Misericórdia Belém – PA

22

dezembro 2020 Silvia e Gerônimo N. S. Mãe de Jesus Sorocaba – SP

23 dezembro

2020 Leda e Antônio

N. S. do Pérpetuo Socorro Castanhal – PA CM 539

24

dezembro 2020 Luzia e Rosivaldo N. S. das Graças Castanhal – PA

25

dezembro 2020 Silvia e Antônio N. S. dos Anjos Belém – PA

30

dezembro 2020 Angela e Guimaraes N. S. da Defesa Abaetetuba – PA

10

junho 2021 Sônia e David N. S. das Dores Manaus – AM

23

março 2021 Clarice e Fernando N. S. de Gudalupe Porto Alegre – RA

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NOTÍCIAS

BODAS DE OURO Lenice e José Carlos

5

N. S. do Rosário – Votuporanga – SP

dezembro 2020

Geneci e Ademir Netto

5

N. S. da Conceição – São Gonçalo – RJ

dezembro 2020

Berna e Albenor

8

N. S. do Sim – Belém – PA

dezembro 2020

Aniversários SCE

24

1

dezembro 2020

dezembro 2020

Padre Anésio Ferla

Padre Ednei Antônio B. Rodrigues

N. S. Desatadora dos Nós – Porto Alegre – RS

N. S. Santíssima Trindade – Bauru – SP

27

21

dezembro 2020

dezembro 2020

Dom Frei Caetano Ferrari

Frei Alexandre Dowey

Setor B Bauru – Bauru – SP

N. S. da Coragem – Belém – PA

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CM 539


NOTÍCIAS

VOLTA AO PAI

Ernesto Crippa da Erica

07.11.2020 N. S. de Fátima Cascavel - PR

Wilson da Nazaré

16.11.2020

Eq. N.S. Aparecida Salinópolis-PA Evandro da Leila

29.12.2020

Eq. N.S. Rainha do Céu Belém-PA

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MEDITANDO EM EQUIPE

Minha família, meu tesouro maior! A Palavra de Deus - “Por essa razão, o homem deixará pai e mãe - “Quanto a mim e à minha família, nós sere se unirá à sua mulher, e eles se tornarão uma viremos ao Senhor.” Js 24,15 só carne.” Gn 2,24

Reflexão - Neste ano de 2021, nossos olhares se voltam de modo ainda mais especial para a família. O dom de ser família nasceu do coração de Deus, é projeto Dele para nossa santificação e salvação. A união do homem e da mulher, estando ao lado de seus filhos, é uma resposta a um chamado maior de Deus. A unidade matrimonial e a constituição da família originam-se concretamente dos planos de Deus para o casal. A família é o lugar privilegiado para se servir a Deus. - Ouvimos Josué dizendo, no texto acima, que sua família servirá ao Senhor. Servir a Deus quer dizer viver o santo temor ao Senhor e colocar seus dons à disposição Dele. Com que empenho e amor temos servido ao Senhor na Igreja? Somos ENS, somos um Movimento no seio da Igreja... mas temos nos colocado à disposição de Cristo e da Igreja? A quem de fato temos servido: a Deus ou ao mundo?

Como as ENS têm nos ajudado a amar, servir e adorar unicamente ao Senhor? É impossível servir a dois senhores. Ser casal equipista requer ser família que serve ao Senhor com alegria e muito entusiasmo. - Nunca devemos esquecer que o sacramento do Matrimônio é um sacramento de serviço. Homem e mulher se unem, se tornam uma só carne, vivem a unidade sacramental dada por Deus, tendo como objetivo servir ao Senhor. O casal se une olhando para Deus, encontra um no outro o meio para servir ao nosso único Deus. Num mundo extremamente egoísta e egocêntrico, a dimensão do serviço não pode faltar em nossas famílias e na Igreja. Como sua família tem servido a Deus? Quais iniciativas vocês têm em família para servir ao Senhor? Como seus dons têm sido colocados à disposição da Igreja? Com amor e generosidade ou com murmuração e egoísmo?

Oração espontânea - Façamos neste momento um profundo exame de consciência e apontemos tudo aquilo que impede nossa família de servir ao Senhor. Quais obstáculos encontramos para vivermos esta missão?

- Convido o casal a escrever uma pequena oração expressando a Deus que “Eu e minha casa serviremos ao Senhor”. Esta oração deverá acompanhar o casal ao longo deste ano em todos os momentos de oração conjugal.

Oração Litúrgica Sagrada Família de Nazaré, escola atraente do santo Evangelho: ensina-nos a imitar as tuas virtudes com uma sábia disciplina espiritual, doa-nos o olhar claro que sabe reconhecer a obra da providência nas realidades cotidianas da vida. Sagrada Família de Nazaré, guardiã fiel do mistério da salvação: faz renascer em nós a estima pelo silêncio, torna as nossas famílias cenáculo de oração e transforma-as em pequenas Igrejas

domésticas, renova o desejo de santidade, sustenta o nobre cansaço do trabalho, da educação, da escuta, da recíproca compreensão e do perdão. Jesus, Maria e José, a vós com confiança rezamos, a vós com alegria nos confiamos.

Pe. Franciel Lopes SCE Carta Mensal


Campanha da Fraternidade Ecumênica (CFE) para 2021 “Seu amor nos une, sua Palavra desperta em nossos corações o compromisso com a construção de uma sociedade que seja capaz de dialogar superando assim as polarizações que adiam a “cultura do encontro” e o desejo de Cristo de que todos sejamos um (Jo 17,21). Cultura capaz de iniciar processos de vida nova a partir de um coração que se converte e, como tal, jamais deixará de dialogar, viver a fraternidade e, em conjunto, trabalhar em favor da justiça e pela paz.” Pe. Patriky Samuel Batista

Av. Paulista, 352 • cj. 36 • 01310-905 • São Paulo-SP Fones: (11) 3256.1212 • 3257.3599 secretariado@ens.org.br • cartamensal@ens.org.br • www.ens.org.br


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Articles inside

Reflexão e reflexos

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page 32

Eu pertenço às ENS, delas me nutro, a elas eu me doo

2min
page 30

Por que não a nós?

2min
page 28

Poço da Misericórdia

1min
page 31

Oração Conjugal

2min
page 27

PCEs, alimento para o matrimônio

2min
page 26

ENS em Abaetetuba-PA: chegou para ficar

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page 25

O novo normal de Deus para o Movimento

2min
page 24

Encontramos um caminho

1min
page 23

Relembrando nossa razão de ser

2min
page 21

25 de fevereiro de 1939: uma data muito significativa

2min
page 20

A messe é grande

2min
page 22

Dona Nancy, uma mulher por inteiro

2min
pages 18-19

A Anunciação do Senhor

2min
page 16

Cinzas, um caminho de conversão

2min
page 17

São José: Defensor da Vida

2min
page 15

Quarenta anos da Familiaris Consortio

2min
page 14

Penitência

2min
page 10

IV Encontro Nacional das Equipes de Nossa Senhora Fortaleza 2022

1min
page 11

Palavra do Papa

4min
pages 12-13

Tempo Quaresmal

1min
page 8

Missa pelos 60 anos do Movimento dos Intercessores

2min
page 9

Nossa solidariedade deve nutrir-se de experiências de amor

2min
pages 4-5

A dimensão missionária das ENS

2min
page 7

Posicionar-se diante da atual realidade

2min
page 6
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