o traço sensível
Imagens fornecidas pelo autor
Dante Akira Uwai Neste trabalho são propostas três lições, desenvolvidas a partir de poéticas construções de linguagens amparadas no campo do fazer - que anseiam ampliar o campo de discussão em um mundo tão fascinante quanto o do desenho. Para tanto, o projeto é organizado em três capítulos, sendo os dois primeiros uma preparação teórica para as discussões, deixando ao último a responsabilidade das reflexões. O primeiro capítulo, “O desenho lírico”, inspirado no texto O desenho para o arquiteto, de Alcides da Rocha Miranda, e na tese Os desígnios da arquitetura, de Cláudia da Conceição Garcia, versa sobre o desenho como forma de expressão do interior do próprio artista, além da importância do ensino desse tipo de representação desde a infância até a faculdade de arquitetura. Também discute-se os caminhos do desenho a partir do desenvolvimento de novas técnicas, e a possibilidade de se manter a sensibilidade como protagonista do processo. O segundo capítulo, “Arquitetura para um homem que sente”, aborda o significado da percepção e sensação e de como estes conceitos, por meio das memórias, influenciam na maneira como
uma arquitetura é entendida. Com base em autores como Juhani Pallasmaa e Peter Zumthor, busca-se compreender como a arquitetura pode ser pensada não como pura construção e mais como sensação. Faz-se ainda uma reflexão sobre como a representação, por si só, consegue resgatar sentimentos a princípio separados do sentido da visão, como o tato e o olfato. O último capítulo, “Sobre desenho e reflexões”, fragmenta, por meio de subcapítulos, as reflexões em análises sobre como o homem dá significado a seus referenciais de cor e espaço. Utilizando autores como Otto Friedrich Bollnow e Fayga Ostrower, enumera-se uma série de estratégias, aprendidas por experiência, para manipular as sensações sugeridas pelo desenho: Primeiramente, discorre-se sobre o alto e o baixo, os referenciais de duas dimensões e como o espaço de desenho influencia na percepção do ambiente. Segundo Bollnow, em O Homem e o Espaço (2008), a ligação entre o homem e o chão confere uma importância especial ao horizonte, nossa principal referência espacial. Ostrower discorre, em Universos da Arte (1991), como um espaço de desenho vertical
ou horizontal altera a percepção que temos de uma obra. Posteriormente, os subcapítulos descrevem a terceira dimensão na arte, focando em estratégias para representar e valorizar a profundidade, utilizando técnicas além da perspectiva cônica, como as propriedades espaciais das cores quentes e frias. Por fim, os subcapítulos fazem-se uma reflexão sobre a luz, sombra e cor, passando não apenas por diferenciação volumétrica como também por significados sensoriais das cores e composição. Orientadora: Neusa Cavalcante Banca: Elane Ribeiro Peixoto, Maria Cláudia Candeia
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