ARQUI #11

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o desenho urbano e a qualidade urbana e socioespacial

Isadora Joaquina Castelina de Souza Gobbo Cidades surgem como contextos espaciais em que as percepções de qualidade de vida urbana para o ser humano se revelam fundamentais e refletem no modo de apropriação social dos espaços públicos. Este estudo procura o entendimento de falhas no desenho urbano, associado à efetiva qualidade das formas de vivenciar o espaço construído, a partir de práticas conduzidas na estruturação dos espaços. Ao perpassar pela discussão sobre níveis de adensamento populacional, busca-se esta imposição morfológica ocupacional segundo fenômenos de dispersão e compactação territorial. As cidades de Brasília e Manaus e suas respectivas realidades construídas apresentam-se destoantes segundo crescimento da malha urbana, densidade populacional e índice de desenvolvimento econômico, vertentes utilizadas para análise e escolha das cidades em questão. Essas regiões, entretanto, comumente, confrontam diversidades de sistemas urbanos que, por vezes, não são condizentes com a pretensa imagem de urbanidade e vivacidade do seu todo, sendo caracterizadas por atuais situações de segregação espacial

tão evidentes dentro de seus sistemas. Revelando-se possuidoras de modelos de malha urbana introjetadas por espaços altamente fragmentados, dispersos e supercarregados, é notável o desencadeamento do enfraquecimento da integração total em suas forma-espaço. As hierarquias espaciais marcadas pelas leituras de dispersão e compactação implicam em uma deficiência de integração que atinge a população ao gerar maiores custos sociais de deslocamento e menor acessibilidade aos equipamentos públicos gerando uma lógica de produção na cidade fundamentada no predomínio do aspecto econômico em detrimento da dimensão social. Indicando uma ampla relação entre a configuração urbana e os padrões de distribuição espacial, a primeira destituída de elementos que proporcionam qualidade de vida urbana, provoca-se impressões que afirmam que aspectos econômicos e sociais estabelecem uma ordem no espaço construído que não esboça urbanização. É o fato de que a cidade influencia no comportamento de sua população e a população influencia na organização espacial da cidade, em uma relação mútua e constante. Os conceitos de direito a cidade

e justiça social urbana são flagrantemente contrastadas nos planos urbanos dessas cidades ao apresentar condições de habitabilidade altamente destoantes entre suas partes. Entender que as cidades não deixarão de se desenvolver às custas de um adensamento populacional extremo e que isso implica na cidade formando espaços que são parte de um processo que se refaz sempre no ambiente urbano, também leva à compreensão de que as desigualdades podem ser urbanamente construídas. Cumprir com o a qualidade do espaço é encaminhar a cidade a um planejamento de ação ordenatória de fluxos migratórios ao crescer na mesma proporção que seu aumento demográfico gerando espaços mais articulados, integrados, multifuncionais que tornariam a cidade mais equilibrada e que muito ganharia em urbanidade. Orientadora: Cláudia Garcia Banca: Carlos Henrique Magalhães, Luís Pedro de Melo César

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