ENTREVISTAS
JENNA BARNARD, JANUS HENDERSON HENNING PADBERG, NORDEA AM LEGISLAÇÃO
O NOVO ENGLOBAMENTO DAS MAISVALIAS DE CURTO PRAZO PLANIFICAÇÃO
CAMINHO NO FIXED INCOME ABRE OPORTUNIDADE À GESTÃO ATIVA VIAGENS
ILHA DA MADEIRA SAUDADES DO LONELY PLANET
NÚMERO 45 JULHO E AGOSTO 2022
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RESPONSÁVEIS DE VENDAS FAVORITOS COM A PANDEMIA PRATICAMENTE ULTRAPASSADA, ESPERAVA-SE QUE ESTE ANO FOSSE POSSÍVEL RESPIRAR DE ALÍVIO. CONTUDO, O ATUAL CONTEXTO MACROECONÓMICO E GEOPOLÍTICO, FEZ COM QUE A PROFISSÃO DE VENDAS DE FUNDOS DE INVESTIMENTO ENFRENTASSE ALGUNS DESAFIOS.
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Apenas para investidores profissionais (Diretiva MiFID 2014/65/UE Anexo II). Proibida a distribuição a investidores privados. Este documento pretende ser uma comunicação de marketing. DWS é a marca sob a qual DWS Group GmbH & Co. KGaA e suas subsidiárias fazem negócios. Os clientes receberão produtos e/ou serviços DWS por meio de uma ou mais pessoas jurídicas identificadas na documentação relevante. CRC 090580. Junho de 2022
EDI SELF-MADE SALES TO RIAL N
45 I JULHO E AGOSTO
A INDÚSTRIA DE GESTÃO DE ATIVOS VIVE DE RELAÇÕES HUMANAS. MOSTRAMOS-LHE MAIS UMA VEZ O RESULTADO DA COMPETIÇÃO SOBRE OS VENDAS DAS GESTORAS INTERNACIONAIS FAVORITOS, MAS OUTROS TEMAS EM QUE A EXCELÊNCIA ACABA POR SER SALIENTADA.
a FundsPeople passamos a vida a fazer avaliações sobre as pessoas com quem falamos. Não nós enquanto equipa, calma. A verdade é que escrevemos sobre os profissionais de vendas favoritos, os selecionadores mais apreciados, os fundos mais rentáveis, os gestores que bateram o benchmark… You name it, como dizem os ingleses. Mas é, de facto, assim. A indústria de gestão de ativos vive de relações muito fortes entre pessoas, mas, acima de tudo, vive da concorrência (saudável) entre players e equipas. Mesmo que não queira, quando se fala de relações e trabalho há uma série de televisão que preenche de forma sublime o meu imaginário: Mad Men. Nos complicados mas frutíferos anos 60, com Nova Iorque de pano de fundo, a Sterling Cooper é a personificação do frenesim que se vivia numa agência de publicidade naquela época. Mas com um detalhe importantíssimo: a presença do fabuloso Don Draper. O verdadeiro self made men - que gera o trocadilho para o título da série - e que de vendedor de carros passou a exímio criativo. A verdade é que sob a sua batuta formaram-se mais vendedores, mais designers, mais criativos… Aliás: Peggy Olson. A fantástica personagem que faz dupla com Don Draper - e que também ela self made woman - cresce na história impulsionada por ele, passando de secretária a brilhante copywriter. Falar de Don Draper é falar de constante avaliação da criatividade. É falar de superação. Nesta edição, mais uma vez, essa superação está à vista. Temos de novo a lista de vendas de gestoras internacionais favoritos do mercado nacional a abrir a revista, e o que é facto é que existem profissionais que têm feito um percurso notável na sua profissão… e esta votação espelha-o da melhor forma. “O sucesso vem de se destacar, não de se encaixar”, é precisamente uma das famosas tiradas de Don Draper. Mas há mais confrontos - dos saudáveis! Olhamos para os movimentos que os gestores de ações globais executam nas carteiras que gerem, comparativamente com o MSCI ACWI, por um lado. Por outro, debruçamo-nos sobre um estudo que olha para a avaliação do desempenho dos fundos mobiliários nacionais ajustado ao benchmark, no mercado português. Fora da gestão pura e dura de carteiras temos, também, uma perspetiva sobre a importância do marketing nas casas gestoras, e o terreno que tem vindo a ganhar em termos estratégicos nessas entidades. Estas páginas que se seguem estão, portanto, cheias de superação, sem dúvida. Mas também repletas de muito trabalho fruto desta indústria. Espero que por esta altura não estejam a pensar numa também conhecida frase de Don Draper: “If you don’t like what’s being said, change the conversation”. JULHO E AGOSTO I FUNDSPEOPLE 3
IN DI CE 45 I JULHO E AGOSTO 2022
72
PANORAMA
12 A mpliar horizontes 14 A meio caminho de um ano desafiante 18 B arómetro Rating FundsPeople 22 A gestão de ativos na conjuntura atual 26 R anking Rating FundsPeople 32 Indústria europeia de fundos de investimento sofre forte revés
TENDÊNCIAS
36 Vendas favoritos: informação e diversificação são palavras de ordem 42 A intensa disputa pelo primeiro lugar nos fundos imobiliários 46 Gestores vs. MSCI ACWI: um duelo de titãs 50 Crise tecnológica 54 Caminho no fixed income abre oportunidades à gestão ativa 58 Gestoras de patrimónios: rumo ao digital e à escalabilidade 62 A avaliação do desempenho ajustado ao benchmark no mercado português 65 O novo englobamento das mais valias de curto-prazo 68 E quipas de Vendas e Marketing: juntos e em sintonia?
78 82 84
ENTREVISTAS
72 Jenna Barnard 76 Guilherme Piedade e Filipa Almeida 78 Karoline Rosenberg 82 P edro Barata 84 Henning Padberg 88 J oaquim Luiz Gomes 90 Enrico Stacchietti
88
PRODUTOS
76
94 Obrigações euro a curto prazo: decifrando o BCE 100 F undos multiativos 104 Ações chinesas: uma história de quedas mas também de oportunidades 107 Sopa de letras 110 ETF em fundos de obrigações: segmento com espaço para crescer 114 C riptomoedas: principais desafios 117 C urtos em insustentabilidade
ESTILO DE VIDA
120 U ma viagem pela Ilha da Madeira 122 Saudades do Lonely Planet 4 FUNDSPEOPLE I JULHO E AGOSTO
90
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CO LABO RA DO RES
CONTRIBUTOS DO MÊS
68 SOPHIE JABIN
45 I JULHO E AGOSTO 2022
Equipas de Vendas e Marketing: juntos e em sintonia?
22
62
Consultora e fundadora, D’Jabin
104 JOAN ESTEVE MANASANCH Gestor, Gesinter
SÉRGIO BRITO
Ações chinesas, uma história de quedas e também de oportunidades
Analista, APFIPP
A gestão de ativos na conjuntura atual
FERNANDO LOPES E PAULO LEITE
120
Mestre em Contabilidade e Finanças e Professor da Escola Superior de Gestão, Instituto Politécnico do Cávado e do Ave (IPCA)
SOFIA MARQUES JESUS Junior portfolio manager, BPI GA
A avaliação do desempenho ajustado ao benchmark no mercado português
65
Nota de redação • Primer Decil Consultores y Editores S.L. informa-o que os seus dados de carácter pessoal, obtidos na sua condição de subscritor da revista FundsPeople fazem parte do ficheiro 397084/2010 inscrito na Agência Espanhola de Proteção de Dados, sendo os mesmos apenas utilizados para os fins de envio desta revista e outras informações sobre produtos e/ ou atividades da entidade e/ou daquelas com as quais sejam celebrados acordos, assim como produtos e/ou atividades
6 FUNDSPEOPLE I JULHO E AGOSTO
ROGÉRIO M. FERNANDES FERREIRA
Uma viagem pela ilha da Madeira
122
Advogado e especialista em Direito fiscal, sócio fundador, RFF & Associados
LUÍS DIAS
O novo englobamento das mais-valias de curto prazo
Saudades do Lonely Planet
de patrocinadores e/ou colaboradores da revista e/ou da entidade, incluindo-se o envio de comunicações comerciais através de meios de comunicação à distância, efetuando, de igual modo, resumos estatísticos e/ou históricos. O leitor tem reconhecidos os direitos de acesso, retificação, cancelamento e oposição dos seus dados pessoais mediante comunicação individual que deverá enviar para o seguinte endereço de correio electrónico: protecciondatos@fundspeople.com • FundsPeople é uma revista dirigida exclusivamente a profissionais do sector financeiro e, em particular, a
Diretor, Square AM
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ATORES INVESTIMENTO ÉTICO UNDOS INVESTIMENTOS ATIVO EGRAÇÃO DE RELATÓRIOS ESG BRIGAÇÕES SUSTENTÁVEIS SR CREENING AMBIENTAL VERDE DE SOCIAL COM GOVERNAÇÃO ONVERSÃO CO2 ÁGUA OTIMIZA MUDANÇA CLAREZA PEGADA D ARBONO FATORES CLIMÁTICO Sustentável e simplificado com os ETFs iShares. Consiga a visão clara de que necessita para constuir um portfólio mais sustentável.
Invista em algo maior. Capital em risco. O valor dos investimentos e o rendimento deles resultante pode variar, aumentando ou diminuindo, não sendo garantido. Da mesma forma, o investidor pode não reaver o valor originalmente investido. Este conteúdo é emitido pela BlackRock (Netherlands) B.V. é autorizado e regulamentado por a Autoridade dos Países Baixos para os Mercados Financeiros. Escritório registado Amstelplein 1, 1096 HA, Amsterdão, Tel: 020 - 549 5200, Tel: 31-20-549-5200. Registo Comercial n.º 17068311. Para sua protecção, as chamadas telefónicas são geralmente gravadas. © 2022 BlackRock, Inc. Todos os direitos reservados. 2165599
DI RE TÓ RIO ÍNDICE DE EMPRESAS 45 I J ULHO E AGOSTO 2022
BNP Paribas AM 20, 26, 32, 50, 94, 117 BNY Mellon IM 12, 14, 20, 26, 50 BPI Gestão de Ativos 22, 26, 42, 47, 110 BPI Vida e Pensões 22 Brown Advisory 26 Caixa Gestão de Ativos 22, 26, 42, 47, 76 Candriam 20, 26, 32 Capital Group 14, 20, 26 Capital Strategies 36 Carmignac 20, 26, 36, 94 Carne Global Financial Services 26 Carregosa 22 Casa de Investimentos 22, 47 CGD Pensões 22 Columbia Threadneedle Investments 20, 26, 36 CPR AM 20 Credit Suisse AM 20, 26 Crédito Agrícola Gest 22, 36 Crédito Agrícola Vida 22
DEF DNCA Investments 20, 26, 32 DPAM 20, 26 DWM - Millennium BCP 36 DWS 14, 20, 26, 32, 36 ECS - SICAFI, SA 22 Edmond De Rothschild AM 20, 26, 54 Eleva 18, 20, 26 Epsilon Capital 20 eToro 50 Eurizon 18, 20, 26 Evli 20, 26 Fidelidade 22, 42 Fidelity International 20, 26, 32, 36, 42, 78, 94 Finlayer 59 First Eagle Investment Management 20, 26 First Fund Box 22 First Trust Advisors 36 Floresta Atlântica 22 Flossbach von Storch 18, 20, 26, 36, 100 Franklin Templeton Investments 12, 20, 26, 36 Fundiestamo 22, 42 Fundsmith 20 Futuro 22
ABC
ABANCA 36 abrdn 20, 26, 36 Acatis 14, 20, 32 Aegon Asset Management 20, 26 Ageas Pensões 22 Alcentra 26 Alger 20, 26 Allfunds 12 AllianceBernstein 12, 20, 26, 36 Allianz Global Investors 14, 20, 26, 32, 36, 94 Allsring Global Investments 26 Alvarium 36 Amundi 14, 20, 26, 36, 91, 110 Arcano 20, 26 ASK 36, 82 Atlantic 22 Aviva Investors 32 AXA IM 12, 20, 26 Baluarte Wealth Advisors 36 Banco BPI 36 Banco Carregosa 36 Banco Português de Gestão 36 Bancolombia 12 Bank of Singapore 12 Bankinter 36 Bankinter GA- Suc. Portugal 22, 26, 36 Barclays 26 Barings 32 BBVA AM Portugal 36 BBVA Fundos 22 BiG - Banco de Investimento Global 36 BIZ Capital 22 BlackRock 14, 18, 20, 26, 32, 36, 94, 100, 110 Blackstone 32 Bluebay AM 20, 26, 36 BMO GAM 20, 26
GHI GAM 20, 26, 36 Gef 22, 42 Gesfimo 22 GFM Gestão de Ativos 22 GNB Fundos Mobiliários 22 GNB Gestão de Ativos 26, 36, 47, 54 GNB Real Estate 22, 42 Golden Wealth Management 36 Goldman Sachs AM 20, 26, 32 GQG Partners 20, 26 Grupo BIZ 110 Hawkclaw Capital Advisors 36, 54 Heed Capital 22, 88 Heptagon Capital 36 HSBC 32 IM Gestão de Ativos 22, 26, 36, 47, 54, 110 Imofundos 22, 42 Imopolis 22 Imorendimento 22 Institutional Investment 22 Interfundos 22, 42 Invesco 20, 26, 32 Invest Gestão de Activos 22 iShares 32, 110
JKL J.P. Morgan AM 14, 18, 20, 26, 32, 36, 110 Janus Henderson 20, 26, 36, 77, 117 Julius Baer Group 12 Jupiter AM 26, 36 La Financiere De L’Echiquier 20, 26 La Française 36 Lantern Structured AM 32 Lazard AM 20, 26 Legal & General IM 36
8 FUNDSPEOPLE I JULHO E AGOSTO
Libertas Lifento Liontrust AM LM Capital Wealth Management Lonvia Capital Lumyna Investments LYNX Asset Managers
22, 42 22 26 20, 26 20 20, 26 22, 42
MN M&G Investments Main First AM Man Group MCH Investments Strategies Mercer MFS IM Mirabaud AM Mirae Asset Montepio Gestão de Activos Montepio Valor Morgan Stanley IM Muzinich Natixis IM Neuberger Berman New Capital Funds Ninety One Fund Managers NN IP Nomura AM Nordea AM Norfin Northern Trust AM novobanco
20, 26, 32 20 18, 20, 26, 32, 100 36 20, 32 14, 18, 20, 26, 100 26 20, 26 22, 26, 36, 110 22, 42 18, 20, 26, 32, 94 20, 26 20, 32, 36 20, 26, 36 20, 26 20, 26 20 26 20, 26, 32, 36, 84 22 32 36
OPQ Oddo BHF Asset Management Optimize Investment Partners Pictet AM PIMCO Polar Capital Previsão
14, 20, 26 22, 36, 110 20, 26, 36, 117 18, 26, 36, 100 20, 26 22
RST Real Vida Seguros Refundos Robeco Ruffer S.G.F.P. Banco de Portugal Salient Partners Santander AM Santander Pensões Schroders Scor Investment Partners SEB Seilern SGF Sierragest Silar - SICAFI, SA Silvip Sixty Degrees Square Asset Management State Street Swedbank Sycomore T. Rowe Price TF Turismo Fundos Tikehau Capital
22 22 20, 26 20, 26 22 12 22, 26, 36, 42 22 18, 20, 26, 36, 50 26 32 20, 26 22 22, 42 22 22, 42 22, 54 22, 42 32 32 26 20, 26 22 22, 50
UWXYZ UB Asset Management UBS AM Union Investment Valadim Inv. Vanguard Victoria - Seguros de Vida, SA Vila Gale Gest Violas Ferreira - SICAFI, SA Vontobel AM Wellington Management Westwood WisdomTree Xtrackers
20, 26 20, 26, 32, 36, 117 32 22 20, 26, 32 22 22 22 20, 26 26, 36 12 32, 110 32
CEO GONZALO FERNÁNDEZ gonzalof@fundspeople.com REDAÇÃO & ANÁLISE MARGARIDA PINTO, Editor Portugal margarida.pinto@fundspeople.com NACIONAL CATARINA VINAGRE, Reporter catarina.vinagre@fundspeople.com INTERNACIONAL ÓSCAR RODRÍGUEZ, Reporter orodriguez@fundspeople.com REGINA RIVERA, Reporter regina.webb@fundspeople.com FILIPPO LUINI, Reporter filippo.luini@fundspeople.com GRETA BISELLO, Reporter greta.bisello@fundspeople.com ANÁLISE MIGUEL RÊGO, CFA, Global Head of Analysis miguel.rego@fundspeople.com DIOGO VERDE, Fund Analyst diogo.verde@fundspeople.com SAMUEL CAPUCHO, Fund Analyst samuel.capucho@fundspeople.com SOLUÇÕES E INOVAÇÃO MARIA FOLQUE, Head of Sustainability mfolque@fundspeople.com LAURA REY, Learning Irey@fundspeople.com ADOLFO PEREZ, Newsletter Content adolfo.perez@fundspeople.com CATARINA VINAGRE, Newsletter Content catarina.vinagre@fundspeople.com DANAE MORILLO, Support danae.morillo@fundspeople.com COMERCIAL RAQUEL ALONSO, Marketing Manager raquel.alonso@fundspeople.com IÑIGO IMBERT, Business Development Manager iimbert@fundspeople.com BEATRIZ DIEZ-BARTURE, Senior Business Development beatrizdiez@fundspeople.com JORGE ROMERO, Senior Business Development jorge@fundspeople.com DAVIDE PASIMENI, Head of Italy davide.pasimeni@fundspeople.com DATA RAQUEL ALONSO, Head of Data raquel.alonso@fundspeople.com CAROLINA PÉREZ, Data carolina.perez@fundspeople.com ADMINISTRAÇÃO administracion@fundspeople.com ALICIA FRAGIO alicia.fragio@fundspeople.com VIOLETA MAZO vmazo@fundspeople.com CONSULTORIA: ANTONIO SALIDO, CEO, NUVIX CONSULTING SL. PAGINAÇÃO: ANTONIO CAPA E RODRIGO PÉREZ, KEMBEKE ESTUDIO. FOTOGRAFIA E VÍDEO: VITOR DUARTE E MÁXIMO GARCÍA, OJIPLÁTICO TRADUÇÕES: CRISTINA JAOUEN, FULLY INVESTED TRANSLATION. IMPRESSÃO: RIVADENEYRA EDITADO por © Primer Decil Consultores y Editores S.L. Todos os direitos reservados. SUBSCRIÇÕES: pt.fundspeople.com DEPÓSITO LEGAL M-48220-2008 REDAÇÃO MADRID Paseo de la Castellana, 91, planta 2 (Madrid, 28046) Tel. (+34) 917 014 040 redaccion@fundspeople.com es.fundspeople.com REDAÇÃO LISBOA Espaço Amoreiras . Rua D. João V, nº 24, 1.03, E.26 - 1250-091 Lisboa Tel. (+351) 210 415 957 portugal@fundspeople.com PUBLICIDADE publicidad@fundspeople.com
ALLIANZ CYBER SECURITY A CIBERSEGURANÇA É UMA NOVA PRIORIDADE 7,8 biliões de pessoas no mundo cada vez mais conectadas. Nos últimos anos, a digitalização cresceu a uma velocidade inesperada, tornando-se uma megatendência. Do trabalho ao tempo livre: estamos “sempre ligados”. A transformação digital facilita nossa vida, mas nos torna mais vulneráveis a possíveis ataques cibernéticos. A forte expansão do cibercrime aumenta a demanda por proteção de organizações, empresas e indivíduos. O Allianz Cyber Security investe em empresas ativas na defesa contra crimes cibernéticos: recuperação de desastres, treinamento de usuários finais, segurança cibernética são apenas alguns exemplos. Da ameaça à oportunidade: uma importante temática de investimento em crescimento.
Possibilidade de transferência da equipa de investimento para a Voya IM nas próximas semanas, sem alterar a composição da equipa, a filosofia de investimento ou o processo de investimento. A Allianz Global Investors e a Voya IM anunciaram a sua intenção de firmar uma parceria estratégica de longo prazo. *Allianz Cyber Security foi classificado como um Artigo 8 sob SFDR: EU Sustainable Finance Disclosure Regulation. Informação exacta no momento da publicação. Os investidores devem ter em conta todas as características e/ou objectivos do fundo tal como descritos no seu prospecto e no KIID (regulatory.allianzgi.com). O investimento no Fundo envolve riscos. Os investimentos no Fundo e o rendimento obtido poderão oscilar para cima e para baixo, dependendo dos valores ou previsões existentes no momento do investimento e, portanto, poderá não recuperar o seu investimento na íntegra. O Allianz Cyber Security é um subfundo da Allianz Global Investors Fund SICAV, uma sociedade de investimento aberta de capital variável constituída de acordo com a legislação luxemburguesa. O valor das unidades de participação/ações, que pertencem às Categorias de Unidades de Participação/Ações do Subfundo denominadas na divisa base, poderá estar sujeito a volatilidade bastante elevada. É possível que a volatilidade de outras Categorias de Unidades de Participação/Ações seja diferente. O desempenho anterior não garante resultados futuros. Os investimentos em uma moeda diferente da do país onde reside o investidor, podem estar sujeitos a flutuações cambiais, ascendentes ou descendentes. O presente documento tem efeitos meramente informativos e não constitui uma proposta ou um convite a realizar uma oferta, a celebrar um contrato, a comprar ou vender quaisquer valores mobiliários. Os produtos ou valores mobiliários aqui descritos poderão não estar disponíveis para venda em todas as jurisdições ou para certas categorias de investidores. Esta informação tem apenas como fim a sua divulgação, de acordo com a legislação aplicável, e não está disponível para residentes e/ou cidadãos dos Estados Unidos. As oportunidades de investimento aqui descritas não têm em conta objetivos de investimento específicos, a situação financeira, o conhecimento, a experiência ou necessidades específicas de qualquer indivíduo em particular e não oferecem garantias. A sociedade gestora pode decidir pôr termo às formas previstas para a comercialização dos seus organismos de investimento coletivo, nos termos do os regulamentos de desnotificação aplicáveis. Os pontos de vista e opiniões expressas neste documento refletem o entendimento da sociedade gestora na data da publicação e estão sujeitos a alterações a qualquer momento e sem aviso prévio. Os dados facultados neste documento provêm de várias fontes e são considerados corretos e fiáveis na data da publicação. Prevalecerão os termos de qualquer oferta ou contrato subjacente que tenha sido ou venha a ser celebrado. Para obter uma cópia gratuita do prospecto, documentos de constituição, cotações diárias, informações fundamentais destinadas aos investidores e últimos relatórios financeiros anuais e semestrais, entre em contacto com a entidade gestora Allianz Global Investors GmbH no país onde o fundo está sediado (Luxemburgo), ou com a entidade emitente no endereço abaixo indicado ou em regulatory.allianzgi.com. Por favor leia atentamente estes documentos antes de investir, os quais são obrigatórios. Este material promocional foi elaborado pela Allianz Global Investors GmbH, www.allianzgi.com, uma sociedade de investimento de responsabilidade limitada, constituída na Alemanha, com sede em Bockenheimer Landstrasse 42-44, 60323 Frankfurt/M, com número de registo no tribunal local de Frankfurt/M, HRB 9340, autorizada pelo Bundesanstalt für Finanzdienstleistungsaufsicht (www.bafin.de). O resumo dos direitos dos investidores está disponível em inglês, francês, alemão, italiano e espanhol em https://regulatory.allianzgi.com/en/investors-rights. Não é permitida a duplicação, publicação ou transmissão do conteúdo deste documento, independentemente da forma de transmissão considerada. Março 2022. Admaster 2098485.
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Fundo classificado como um Artigo 8 sob SFDR *
“Esta é uma comunicação promocional. Consulte o prospeto do OICVM e o documento de informações fundamentais destinadas aos investidores antes de tomar quaisquer decisões de investimento finais.”
45 I JULHO E AGOSTO
O MAIS
NOTÍCIAS 1. O efeito fisher: a relação entre o dinheiro, a inflação e as taxas de juro
VISTO EM
2. Abrandamento em terra, recessão à vista? 3. Paulo Sá incorpora Bankinter como investment advisor 4. Um olhar profundo sobre o governance das empresas familiares
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5. Fundos imobiliários mantêm
Período de recolha de dados: 31/05/2022 - 01/06/2022 em fundspeople.com/pt/
tendência de descida 6. Fidelidade indica estar pronta para integrar de forma mais sistemática os critérios ESG na carteira de investimentos 7. Estas são as maiores 10 gestoras do mundo em 2021 8. Inflação e taxas de juro crescentes: qual o papel do imobiliário?
PERFIS
Pedro Lino Optimize Investment Partners
Gonçalo Câmara Pestana BPI
João Cortes Martins Morais Leitão, Galvão Teles, Soares da Silva & Associados
Paulo Sá Luis Bankinter
Ana Gomes Banco BEST
Hussein Sacoor SIG Capital
Paulo Monteiro Invest Gestão de Activos
Gonçalo Maleitas Correia Julius Baer
Banco BEST
BlackRock
Interfundos
iCapital Network
Julius Baer
GNB Gestão de Ativos
BlackRock Global Funds - ESG Multi-Asset Fund
Santander Poupança Prudente FPR
CA Património Crescente
Alves Ribeiro PPR/OICVM
Nordea 1 Global Climate and Environment
Jupiter Dynamic Bond
EMPRESAS
Nordea Asset Management
Bluecrow Capital
PRODUTOS
Caixa Ações Líderes Globais
Montepio Taxa Fixa
10 FUNDSPEOPLE I JULHO E AGOSTO
Apenas para investidores proissioanais
Investir num mundo melhor Foco nos fatores ambientais, sociais e de governação corporativa (ESG) para melhorar os resultados dos clientes e impulsionar mudanças positivas. Agimos de acordo com o princípio de que onde investimos hoje vai determinar o mundo no qual viveremos amanhã. Capital em risco.
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PANORAMA RADAR INTERNACIONAL
EUA Franklin Templeton potencia-se em dívida privada A Franklin Templeton comprou a Alcentra à BNY Mellon. Com ativos geridos no valor de 38.000 milhões de dólares, a Alcentra é uma das maiores gestoras europeias de crédito e dívida privada. A operação reforça as competências da Franklin Templeton em ativos alternativos, que no total ascendem a 257.000 milhões de dólares.
EUA Westwood compra um negócio de gestão alternativa A Westwood, gestora de investimentos com sede em Dalas, ficou com o negócio de gestão de ativos da Salient Partners. Localizada em Houston e com um património de 4.500 milhões de dólares, a Salient concentra-se em energia, infraestruturas, imóveis e estratégias alternativas. A operação incrementa os ativos geridos da Westwood em cerca de 32%, até aos 18.400 milhões de dólares.
EUA Pathstone cresce na indexação direta A Pathstone, sociedade de consultoria independente, com 35.000 milhões de dólares em ativos geridos, adquiriu a Advisor Partners, plataforma de indexação direta que gere ativos num valor aproximado de 1,9 milhões dólares.
EUROPA AB, pioneira no ecossistema Allfunds Blockchain A AllianceBernstein (AB) e a Allfunds chegaram a um acordo de colaboração para adaptar o negócio de asset servicing da AB ao ecossistema blockchain. A AB é a primeira gestora que integra a sua operação a nível global, que agora se executa através da plataforma da Allfunds, na Allfunds Blockchain. Esta solução estará disponível na plataforma global domiciliada na Europa da AB.
COLÔMBIA Bancolombia lança uma divisão offshore em Miami O Bancolombia, a maior banca privada do país sul-americano, recebeu a autorização final do regulador norte-americano para abrir um negócio de aconselhamento offshore nos EUA. A nova sociedade chamar-se-á Bancolombia Capital e terá sede em Miami.
AMPLIAR
HORIZON 12 FUNDSPEOPLE I JULHO E AGOSTO
FRANÇA AXA IM cria uma divisão de alternativos e o AXA IM Investment Institute A AXA IM lançou a AXA IM Private Markets Enabler (AXA IM Prime), unidade que albergará o negócio de mercados privados que tem vindo a desenvolver a equipa de investimento do Grupo AXA desde 2013 juntamente com a AXA IM Alts. Esta divisão reune as competências em investimento alternativo do Grupo AXA. A gestora, para além disso, criou o AXA IM Investment Institute, plataforma que reúne as competências das equipas de análise e investimento com o objetivo de ajudar os clientes a tomar decisões de investimento mais informadas. Chris Iggo, diretor financeiro da AXA IM Core, estará à frenta desta iniciativa.
SUÍÇA Julius Baer vende a sua filial Fransad Gestion A Julius Baer vendeu a sua filial Fransad Gestion, com sede em Genebra e 1.600 milhões de dólares em ativos geridos, à própria equipa gestora desta entidade de patrimónios independente. Depois da cisão, as duas sociedades continuarão a colaborar estreitamente.
MALÁSIA Bank of Singapore aposta na gestão patrimonial O Bank of Singapore (BOS), a divisão de banca privada de OCBC Bank, lançou um negócio de gestão de patrimónios na Malásia. A direção do BOS Wealth Management Malaysia (BOSWM Malaysia) ficará a cargo de Teh Chi-Cheun, veterano das finanças com mais de 25 anos de experiência.
SINGAPURA Temasek investe em sustentabilidade O Temasek, fundo soberano de Singapura, destinou 3.600 milhões de dólares ao lançamento de uma sociedade de investimento sustentável. Batizada de GenZero, esta nova empresa concentrarse-á em acelerar a descarbonização a nível mundial mediante o investimento em start ups em early stage, que desenvolvam métodos tecnológicos e naturais para reduzir as emissões.
NTES
Novo impulso para o crescimento dos ativos alternativos, digitais e sustentáveis
A OPINIÃO DE MARIO AGUILAR Estratega sénior de carteiras, Janus Henderson Investors
O CAMINHO PARA OS ALTERNATIVOS Os investimentos alternativos podem desempenhar um papel nas carteiras, particularmente à luz dos recentes desafios enfrentados pelo rendimento fixo tradicional e pelas ações. As estratégias alternativas líquidas tornaram-se populares, mas os investidores arriscam-se a adicionar estas estratégias sem um papel claro a desempenhar nas suas carteiras. Isto torna difícil medir o sucesso e os benefícios que as estratégias trazem às carteiras. Durante as vendas massivas no mercado, os índices de ações mais amplos têm experimentado drawdowns acentuados, enquanto as ações alternativas têm mostrado drawdowns baixos e caraterísticas mais defensivas. Algumas destas estratégias incluem ações long/ short, tendências sistemáticas e negociação de opções. As carteiras multi-estratégia oferecem uma ampla exposição a uma variedade de estratégias alternativas e oferecem baixa correlação com ações e ativos de rendimento fixo. A seleção de uma carteira bem gerida pode ajudar a melhorar o perfil global de riscoretorno de uma carteira mista de ativos. Independentemente do trabalho que se pretende que os alternativos líquidos desempenhem na carteira, o processo de seleção da estratégia tem de ser orientado para o papel que se pretende que os alternativas líquidos desempenhem na carteira. Salientar também que a due dilligence é mandatória, uma vez que existe uma vasta gama de resultados de risco e performance dentro de cada categoria e, como é habitual, o desempenho passado não é indicação de resultados futuros. JULHO E AGOSTO I FUNDSPEOPLE 13
PANORAMA SMART CONSENSUS por Diogo Verde
A MEIO CAMINHO DE UM
ANO DESAFIANTE
Com o fim do primeiro semestre do ano, é altura de olhar para a alocação das carteiras que compõem o nosso Smart Consensus e perceber as perspetivas dos gestores para os próximos meses. Onde estão as melhores oportunidades?
O
primeiro semestre de 2022 foi mais turbulento do que antecipado, devido principalmente a fatores macroeconómicos externos aos mercados. Olhamos agora mais uma vez para a alocação dos ativos que compõe a nossa carteira Smart Consensus e perguntamos aos gestores de dois dos fundos presentes na mesma qual o seu posicionamento e perspetivas para o futuro. Na opinião de Justin Kass, gestor do fundo Allianz Income and Growth, o movimento de sell-off a que temos assistido nos ativos de risco criou uma oportunidade interessante em obrigações high yield e títulos convertíveis. “O fundo fez um esforço para reforçar emitentes (e mesmo adi-
cionar novos) dentro destes mercados, tendo em vista aproveitar oportunidades de maior yield. Os investimentos foram centrados em empresas com métricas de crédito sólidas, previsões fundamentais estáveis e a capacidade de resistir a um ciclo económico completo”, revela o gestor. No segmento acionista, o gestor acredita que ainda é demasiado cedo para aumentar a exposição a empresas cíclicas devido ao baixo crescimento económico, ao momentum negativo nos lucros das empresas e às notícias relacionadas com a guerra, COVID e cadeias de abastecimento. “Nos mercados cíclicos continuamos focados em selecionar empresas com boa visibilidade operacional e fortes previsões em termos de fundamentais de longo
FUNDOS QUE COMPÕEM A CARTEIRA DE CONSENSO DA FUNDSPEOPLE EM 2022 (*) FUNDO
CATEGORIA MORNINGSTAR
Acatis Gané Value Event Fonds
Mistos Moderados
Allianz Income and Growth
Mistos Moderados
Amundi Funds - Multi-Asset Sustainable Future
Mistos Cautelosos
BlackRock Global Funds - Global Multi-Asset Income Fund
Mistos Moderados
BNY Mellon Global Real Return Fund (EUR)
Mistos Flexíveis
Capital Group Global Allocation Fund (LUX)
Mistos Moderados
DWS Concept Kaldemorgen
Mistos Flexíveis
JPMorgan Investment Funds - Global Balanced Fund
Mistos Moderados
MFS Meridian Funds - Prudent Wealth Fund
Mistos Moderados
ODDO BHF Polaris Moderate
Mistos Cautelosos
14 FUNDSPEOPLE I JULHO E AGOSTO
A carteira Smart Consensus é composta por fundos das categorias Mistos Moderados, Mistos Cautelosos e Mistos Flexíveis que em 2022 cumpriam pelo menos um dos três critérios para ser classificado com Rating FundsPeople nos três países analisados (Portugal, Espanha e Itália). O resultado é um carteira composta por 10 fundos multiativos com o mesmo peso, seis deles moderados, dois flexíveis e dois cautelosos. Fonte: FundsPeople e Morningstar Direct.
DISTRIBUIÇÃO POR ATIVOS OBRIGAÇÕES AÇÕES LIQUIDEZ E OBRIGAÇÕES A CURTO PRAZO OUTROS (DIVISAS, ALTERNATIVOS E IMOBILIÁRIOS)
70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0%
A M J J A S O N D J F M A M J J A S O N D J F M A
prazo”, explica. Adicionalmente, o gestor continua com um outlook negativo em relação ao consumo discricionário e a empresas de comunicação (principalmente streaming) e reduziu ligeiramente a exposição a financeiras e energéticas, apesar de se manter positivo nestas últimas. Por outro lado, os gestores do fundo Acatis Gané Value, J. Henrik Muhle e Dr. Uwe Rathausky, destacam a inclusão da Activision, Deutsche Whonen e Salesforce na carteira. A empresa de gaming representa métricas de avaliação muito atrativas (quando comparadas com o preço de aquisição anunciado pela Microsoft) e apresenta excelentes perspetivas de negócio. A imobiliária alemã, por seu lado, entra em carteira depois de um evento de squeeze out (compra forçada de ações) que resultou na fusão com a Vonovia, criando assim o maior consórcio imobiliário a atuar na Europa. “Gostamos de empresas de software, as margens de crescimento são elevadas e não tem exposição direta a matérias-primas. Também gostamos das industriais. Estas conseguem passar os custos para o consumidor, mas ainda não consideramos que as métricas de valorização estejam suficientemente baixas”, defendem os gestores. Para o próximo semestre ambas as equipas de gestão estão cautelosas. A pouca visibilidade e as ameaças identificadas exigem cautela. Justin Kass está confiante que a parte defensiva do portefólio cumprirá o seu papel de refúgio:“Não estamos em condições
2020
2021
2022
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DA COMPONENTE DE AÇÕES EUROPA (INCLUI REINO UNIDO)
AMÉRICA DO NORTE (EUA E CANADÁ)
EMERGENTES (INCLUI PAÍSES ASIÁTICOS DESENVOLVIDOS)
JAPÃO E AUSTRÁLIA
70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0%
A M J J A S O N D J F M A M J J A S O N D J F M A 2020
2021
2022
ALOCAÇÃO DA COMPONENTE DE OBRIGAÇÕES CORPORATIVAS
SOBERANAS
CASH
OUTRAS
70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0%
A A M M JJ JJ A A S S O O N N D D JJ FF M M A A M M JJ JJ A A SS O O N N D D JJ FF M M A A 2020 2020
2021 2021
2022 2022
JULHO E AGOSTO I FUNDSPEOPLE 15
P
AR
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PANORAMA SMART CONSENSUS
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A OPINIÃO DE RICHARD COLWELL Diretor de Ações britânicas, Columbia Threadneedle Investments
O REINO UNIDO É UMA MINA... E NÃO SÓ EM COMMODITIES
A CARTEIRA DE J. HENRIK MUHLE E DR. UWE RATHAUSKY
Gestores do ACATIS GANÉ Value Event Fonds
“A base da nossa carteira não pode ser assente na especulação geopolítica, atuamos com cautela, e redobramos a nossa confiança na análise fundamental que praticamos”
JUSTIN KASS
Gestor do Allianz Income and Growth
“Os títulos convertíveis americanos devem continuar a trazer ganhos aos investidores com um perfil de retorno assimétrico atrativo e uma baixa correlação com o tradicional mercado obrigacionista”
de fazer previsões para os mercados financeiros no curto/médio prazo. Existe pouca visibilidade no mercado devido a uma longa lista de riscos macroeconómicos, como a inflação, aumento de taxas de juro, o desacelerar da economia, uma postura hawkish da Fed, alterações nas curvas de yields, a guerra e o COVID. No entanto, se o mercado acionista continuar a cair, o fundo está posicionado para oferecer mais proteção do que um fundo de 16 FUNDSPEOPLE I JULHO E AGOSTO
ações tradicional devido às caraterísticas mais defensivas dos títulos convertíveis e das obrigações high yield”. Do outro lado da barricada, J. Henrik Muhle e Dr. Uwe Rathausky, identificam as ameaças, mas mantêm a confiança no seu processo de seleção. “Temos três frentes abertas: COVID, guerra e inflação. A pandemia já não é um problema na Europa, mas sim na China. A guerra não quer saber de aumentos de taxas nem do risco de COVID. Os preços das matérias-primas e a inflação vão continuar em alta no longo prazo. Estamos atentos a possíveis interrupções nas cadeias de abastecimento, não só na Ucrânia, mas também na China. Em suma, a base da nossa carteira não pode ser assente na especulação geopolítica, atuamos com cautela, e redobramos a nossa confiança na análise fundamental que praticamos”, referem os profissionais.
REDUÇÃO DE RISCO
A tendência de redução de risco mantém-se visível na carteira Smart Consensus com o segmento obrigacionista a ganhar preponderância na alocação dos vários fundos multiativos. Como temos vindo a referir, a dívida soberana está em destaque com os gestores a reagir às subidas das taxas de juro e a procurar refúgio num segmento de mercado historicamente com menor volatilidade, especialmente em dívida pública. Por fim, apesar do foco da tensão geopolítica ser na Europa, assistimos a uma quebra da tendência no mês de abril, no que diz respeito à alocação geográfica da componente acionista, muito embora neste contexto de volatilidade não se possa fazer uma leitura relevante desse movimento.
A natureza volátil das commodities gera alguma preocupação na fase de rotação de mercado como a que estamos a viver agora. Em 2008, por exemplo, o preço do petróleo começou o ano em torno dos 95 dólares, e subiu para os 150 dólares no verão, antes de fechar o ano nos 50 dólares. Além disso, no longo prazo, acreditamos que o petróleo acaba por causar deflação, o que se traduz apenas numa pequena fuga temporária da inflação. Como referiu Ben Bernanke no seu artigo de 1997 intitulado Política Monetária Sistemática e os Efeitos dos Choques no Preço do Petróleo, "todos os choques no preço do petróleo mostraram ser deflacionários, não inflacionários... visto que os bancos centrais acreditam que geraram inflação e aplicam medidas de endurecimento”. Sem dúvida que acabou por ser doloroso não ter investido fortemente em petróleo e mineração no primeiro semestre de 2008, mas foi uma jogada sábia no segundo semestre! Na nossa opinião, a maioria das empresas do setor tem um baixo retorno sobre o capital empregue (ROCE), além de uma elevada carga em termos de gastos de capital e endividamento.
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PANORAMA BARÓMETRO
DESCUBRA OS FUNDOS COM RATING 20 22
São produtos que contam com o destaque dos analistas, sobressaem pela sua consistência ou se distinguem por serem blockbuster.
N
um mercado como o português, que conta com mais de 3.000 fundos registados para venda, a FundsPeople divulga os fundos com Rating FundsPeople 2022. São 687 produtos com o rating, que se destacam por um ou vários dos seguintes três critérios: Favoritos dos Analistas. Fundos que acumulam um mínimo de cinco votos dos selecionadores dentro de cada questionário anual realizado em Portugal, Espanha e Itália, dirigido aos analistas de fundos, sobre os seus produtos favoritos. Existem 34 fundos que conseguem este Rating.
último ano. São analisados os fundos registados para venda em Portugal, com uma antiguidade mínima de três anos à data de referência da análise. De cada fundo é selecionada uma classe, a mais representativa segundo um conjunto de critérios. Esta classe selecionada será comparada com os restantes fundos da sua categoria através de dois scorecards. No primeiro, são considerados critérios de rentabilidade e volatilidade acumulada a 3 e 5 anos, e no segundo, dados individuais
Nos três casos são excluídas da análise as categorias de fundos com garantia de capital, target date, do mercado monetário, obrigações de muito curto prazo e rentabilidade ou maturidade objetivo. 20 22
APENAS 15 FUNDOS OBTÊM A MÁXIMA DISTINÇÃO DO RATING FUNDSPEOPLE+ FUNDO
Blockbuster. São os super-vendas do mercado. Incluem-se os produtos com mais de 100 milhões de euros distribuídos no mercado ibérico ou 50 milhões de euros no caso dos produtos nacionais. Adicionalmente, a estes últimos exigem-se captações líquidas a três anos superiores ou iguais a um quarto dos AUM no fecho do ano: 493 fundos alcançam esta classificação.
BlackRock Global Funds - ESG Multi-Asset Fund
Consistentes. A equipa de Análise da FundsPeople, dirigida por Maria Folqué, desenvolveu um modelo de seleção próprio para destacar os produtos mais consistentes em cada categoria, a partir da base da Morningstar Direct, com referência ao final do
MFS Meridian Funds - Prudent Wealth Fund
18 FUNDSPEOPLE I JULHO E AGOSTO
dos últimos cinco anos civis. Em ambos os casos, a rentabilidade e a volatilidade têm um peso de 65% e 35%, respetivamente. Do modelo resultam os fundos que se situam no primeiro quintil em ambos os scorecards. Há 274 fundos que cumprem os critérios.
Eleva UCITS Fund - Fonds Eleva Absolute Return Europe Eleva UCITS Fund - Fonds Eleva European Selection
CATEGORIA
Moderate Allocation Long/Short Equity Europe Equity Large Cap
Eurizon Fund - Bond Aggregate RMB
Asia Fixed Income
Flossbach von Storch - Multiple Opportunities II
Flexible Allocation
JPMorgan Investment Funds - Global Macro Opportunities Fund Jupiter Global Fund - Jupiter Dynamic Bond Man AHL TargetRisk Fund MFS Meridian Funds - European Value Fund
Morgan Stanley Investment Funds - Global Brands Fund PIMCO GIS Dynamic Multi-Asset Fund PIMCO GIS Income Fund Robeco Global Consumer Trends Schroder International Selection Fund EURO Corporate Bond
Global Macro Global Fixed Income Moderate Allocation Europe Equity Large Cap Moderate Allocation Global Equity Large Cap Flexible Allocation Global Fixed Income Global Equity Large Cap Europe Fixed Income
NINA PETRINI,
responsável de ETFs e fundos indexados da UBS Asset Management para a Península Ibérica e América Latina
O papel dos investidores e das empresas na luta contra as alterações climáticas
As alterações climáticas têm estado no centro das atenções nos últimos anos. Com efeito, pode ser intimidante compreender tanto a magnitude do desafio que se avizinha como o tempo limitado que temos para transitar para uma economia de zero emissões líquidas. De acordo com o Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC), os cenários de aquecimento global de 1,5ºC e 2ºC serão ultrapassados durante o século XXI, a menos que haja reduções profundas nas emissões nas próximas décadas. Esta diminuição terá de ser muito radical para se manter no limiar de 1,5°C e 2°C. Mas não só. Estima-se que, para atingir as zero emissões líquidas até meados do século, o mundo precisa de reduzir para metade as emissões durante a próxima década. Para isso, é importante que fique claro o papel das empresas na transição para um futuro mais sustentável, uma vez que terão de descarbonizar significativamente as suas operações comerciais e de produção. Para ajudar os participantes do mercado financeiro a compreender, gerir e divulgar a sua exposição ao risco e oportunidades relacionados com as alterações
climáticas (presentes e de transição), o Climate-Related Financial Disclosure Group (TCFD) recomenda que as empresas melhorem a sua comunicação sobre o seu posicionamento em quatro áreas*: 1. O papel do Conselho de Administração na avaliação e gestão dos riscos e oportunidades relacionados com as alterações climáticas (Governance) 2. Identificar os tipos de riscos e oportunidades colocados pelas alterações climáticas (Estratégia) 3. Divulgação dos processos da empresa para lidar com os principais riscos da sua operação (Gestão dos Riscos) 4. Divulgar as métricas e metas utilizadas para identificar riscos e oportunidades relacionados com as alterações climáticas (Métricas e Metas) Os índices MSCI Climate Paris-Aligned estão alinhados com as recomendações do TCFD. Isto é importante porque estas quatro áreas estabelecem como as empresas estão a avaliar o impacto das alterações climáticas nas suas empresas, como estão a adaptar as suas estratégias em conformidade e como gerem os riscos e
oportunidades relacionados com as alterações climáticas. Estabelecer e comunicar as metas de redução de emissões constitui um passo crucial para as empresas. À medida que as empresas descarbonizam as suas operações comerciais e de produção, um dos pilares fundamentais para atingir este objetivo está relacionado com a forma como vão definir os seus objetivos de redução de emissões. Assim, uma forma de avaliar a credibilidade destes objetivos é tirar partido do trabalho realizado por organizações reconhecidas, como a iniciativa Science Based Targets (SBTi) ou por provedores de dados ESG, como a MSCI ESG Research. Como podem os investidores contribuir para este esforço e desempenhar um papel na transição? Uma das formas é aumentar a sua exposição a empresas com metas realistas de zero emissões líquidas, e ao mesmo tempo, envolver-se com as empresas para influenciar a mudar os seus modelos de negócio para estratégias de baixo carbono. Além disso, podem também direcionar os seus investimentos para empresas que oferecem oportunidades na transição climática e, por outro lado, reduzir a sua
exposição a empresas expostas a riscos climáticos com ativos obsoletos numa perspetiva climática. Para facilitar este processo, os índices climáticos da Comissão Europeia podem ajudar os investidores a realocar os seus investimentos para uma economia de baixo carbono. Os requisitos mínimos dos índices alinhados com o Acordo de Paris proporcionam um quadro jurídico que ajuda a legitimar as soluções climáticas. Os índices MSCI Climate Paris-Aligned não só cumprem, como excedem os requisitos mínimos estabelecidos pelo Acordo de Paris. A sua metodologia integra uma redução de 50% na pegada de carbono, juntamente com uma trajetória de auto-descarbonização de 10% ao ano, com o objetivo de alcançar 1,5ºC até 2030 e apoiar os investidores no cumprimento do compromisso de zero emissões líquidas. Os investidores que procuram manter-se na vanguarda da transição têm agora uma solução que favorece os protagonistas da economia de amanhã. * Fonte: MSCI. FAQ-Understanding MSCI Climate Indexes. Novembro 2021 * Relatório McKinsey * Fonte: McKinsey Global Institute. Quanto custará chegar à Net Zero.Janeiro 2022.
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PANORAMA BARÓMETRO 20 22
OS FUNDOS INTERNACIONAIS SUPER-VENDAS NA PENÍNSULA IBÉRICA
ara ser considerado um fundo super-vendas, os produtos internacionais devem alcançar os 100 milhões de euros de património distribuído no P mercado ibérico. Fonte: gestoras e diferentes entidades distribuidoras.
01 AÇÕES
500 1.000 CAPITAL GROUP NEW PERS (LUX) ZL ROBECO GLOBAL CONSUMER TRENDS D € MS INVF GLOBAL BRANDS A USD NORDEA 1 - GLOBAL CLIMATE & ENVIR BI EUR ROBECO BP US PREMIUM EQUITIES IH € JANUS HNDRSNABSOLUTE RETURN A2 GBP MFS MERIDIAN EUROPEAN VALUE A1 EUR MS INVF GLOBAL OPPORTUNITY Z FIDELITY GLOBAL TECHNOLOGY A-DIS-EUR ALLIANZ EUROPE EQUITY GROWTH W EUR ROBECO BP GLOBAL PREMIUM EQS B EUR MS INVF US ADVANTAGE I VANGUARD U.S. 500 STK IDX $ ACC FRANKLIN TECHNOLOGY A ACC USD PICTET TR - ATLAS I EUR ELEVA UCITS ELEVA EURP SEL I EUR ACC ALLIANZ GLOBAL ARTFCL INTLGC W EUR PICTET-SECURITY I EUR INVESCO PAN EUROPEAN EQUITY A EUR ACC BGF WORLD HEALTHSCIENCE A2 SEILERN WORLD GROWTH CHF H R INVESCO JAPANESE EQ ADV C JPY ACC BGF CONTINENTAL EURP FLEX E2 EUR JPM US SELECT EQUITY A (ACC) USD PICTET - ROBOTICS I DY EUR BNP PARIBAS AQUA C C SCHRODER ISF EM MKTS A DIS USD AV DPAM INVEST B EQS NEWGEMS SUST A DIS FIDELITY EUROPEAN DYNAMIC GR A-DIS-EUR ROBECO NEW WORLD FINANCIALS D € PICTET-PREMIUM BRANDS I EUR PICTET-GLOBAL MEGATREND SEL I USD AB SELECT US EQUITY A EUR H ACC BGF WORLD TECHNOLOGY A2 MFS MERIDIAN GLOBAL EQUITY A1 USD INVESCO GLBL CONSMR TRNDS A USD ACC WELLINGTON GLBL QUALITY GR USD S AC THREADNEEDLE (LUX) PAN EURP SMLRCOMS 3E PICTET-WATER I EUR ELEVA UCITS ELEVA ABS RET EURP S EUR ACC MFS MERIDIAN EUROPEAN RESEARCH A1 EUR T. ROWE PRICE US SMLR CM EQ Q USD PICTET-CLEAN ENERGY I USD AMUNDI FDS EUROPEAN EQ VAL M2 EUR C JPM US VALUE C (DIST) USD FIDELITY EUROPEAN LGR COMS A-DIS-EUR PICTET - GLOBAL ENVIR OPPS I EUR FIDELITY GLOBAL FINANCIAL SVCS A-DIS-EUR FUNDSMITH EQUITY I EUR ACC SCHRODER ISF GLB CLMT CHG EQ C ACC USD GS US CORE EQUITY BASE INC USD SNAP JPM EUROPE STRATEGIC VALUE A (DIST) EUR FRANKLIN US OPPORTUNITIES A(ACC)USD ODDO BHF AVENIR EUROPE CR-EUR ROBECOSAM SMART MATERIALS EQS I EUR GS JAPAN EQUITY R INC GBP SNAP JPM EMERGING MARKETS EQUITY A (DIST) USD BNY MELLON LONG-TERM GLBL EQ USD C ACC ROBECOSAM SMART ENERGY EQS D EUR BGF SUSTAINABLE ENERGY A2 VONTOBEL US EQUITY A USD FIDELITY EM MKTS A-DIST-USD SCHRODER ISF EMERGING ASIA C ACC EUR SCHRODER ISF ASIAN OPPORTS A DIS USD AV MS INVF US GROWTH I MS INVF ASIA OPPORTUNITY Z GS EM CORE EQ I ACC USD CLOSE VANGUARD EUROPEAN STOCK IDX USD ACC JANUS HENDERSON HRZN GLBLPTYEQSA2USD VONTOBEL MTX SUST EMMKTS LDRS I USD PICTET-DIGITAL PUSD BROWN ADVISORY US EQUITY GROWTH $ B FIDELITY CHINA CONSUMER Y-ACC-USD BGF NEXT GENERATION TECHNOLOGY Z2 USD DWS INVEST GLOBAL INFRAS FC ROBECO FINTECH I USD DWS INVEST TOP DIVIDEND FC SCHRODER ISF EURO EQUITY C DIS EUR AB SICAV I STBL GLB TMTC PTF A JPM GLOBAL HEALTHCARE C (ACC) USD
20 FUNDSPEOPLE I JULHO E AGOSTO
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500 1.000 JPM EUROPE EQUITY PLUS A PERF (ACC) EUR CS (LUX) DIGITAL HEALTH EQUITY SB USD AMUNDI FDS EUROLAND EQUITY E2 EUR C ROBECO QI EUROPEAN CNSRV EQS I € PICTET TR - CORTO EUROPE I EUR PICTET-USA INDEX P USD JPM US TECHNOLOGY A (DIST) USD MFS MERIDIAN EUROPEAN SMLR COMS A1 EUR EDRF BIG DATA N EUR JPM EUROPE DYNAMIC TECHS FD A (DIST) EUR POLAR CAPITAL GLOBAL TECH I INC BGF WORLD MINING A2 MAN GLG JPN COREALPHA EQ I JPY FIDELITY WORLD A-DIS-EUR JANUS HENDERSON HRZN EUROLAND A2 EUR PICTET-NUTRITION I USD CPR INVEST GLBL DSRPT OPP R EUR ACC UBS (LUX) EF CHINA OPPO(USD) P USD ACC AMUNDI IS S&P 500 ESG IE-C M&G (LUX) GLOBAL LISTED INFRAS L USD ACC VANGUARD GLB STK IDX $ ACC LM CLEARBRIDGE INFRAS VALPRGBPHDISAPH+E MS INVF GLOBAL PROPERTY I CARMIGNAC PF GRANDE EUROPE A EUR ACC JPM EUROLAND EQUITY A (DIST) EUR THREADNEEDLE (LUX) PAN EURP SMCPOPPS ZE ALLIANZ EUROLAND EQUITY GROWTH W EUR SCHRODER ISF JAPANESE EQ A DIS AV BGF FUTURE OF TRANSPORT Z2 USD VANGUARD PAC EX-JAPAN STK IDX USD ACC AB INTERNATIONAL HC A ACC JPM EM MKTS SMALL CAP A (ACC) PERF EUR VANGUARD EMERG MKTS STK IDX INV EUR ACC ROBECO BP US LARGE CAP EQUITIES I $ JPM GLOBAL FOCUS A (DIST) EUR AMUNDI MSCI EMU ESG LDRS SEL IE-C BNP PARIBAS SMART FOOD I CAP MS INVF GLOBAL SUSTAIN Z USD ACC ALLIANZ CHINA A SHARES AT USD GS GLOBAL MILLENNIALS EQ I ACC USD M&G (LUX) GLB DIVIDEND CI USD ACC JPM GLOBAL NATURAL RESOURCES A (ACC) EUR AXA ROSENBERG US ENH IDX EQ ALP A $ ACC MIRAE ASSET ASIA GREAT CONSUMER EQ I USD CANDRIAM SST EQ EM MKTS R € ACC AB AMERICAN GR PTF C ACC AMUNDI FDS PIO US EQFUNDMGR M2 EUR C AMUNDI IS MSCI NORTH AMERICA IE-C BNP PARIBAS ENERGY TRANSITION C D MS INVF EUROPE OPPORTUNITY Z FIDELITY GLOBAL DIVIDEND I-ACC-EUR SCHRODER ISF US LARGE CAP A DIS FRANKLIN INDIA I(ACC)USD ROBECOSAM SUSTAINABLE WATER EQS F EUR PICTET-EUROPE INDEX P EUR NN (L) US ENH CR CONCNTR EQ P DIS USD BNP PARIBAS DISRPT TECH CL D BNP PARIBAS CLIMATE IMPACT AB SELECT ABS ALPHA S1 USD ACC BNY MELLON MOBILITY INNOVATION USD E ACC PICTET TR - MANDARIN I USD FIDELITY AMERICA A-DIS-USD CANDRIAM EQS L ONCLGY IMPCT I USD CAP BGF EUROPEAN SPECIAL SITUATIONS A2 PICTET-TIMBER I USD PICTET-JAPANESE EQUITY OPPS PJPY JPM EUROPE STRATEGIC GROWTH A (DIST) EUR MIRAE ASSET ASIA SECT LDR EQ K USD CAP CANDRIAM EQS L BIOTECH C USD CAP GS GLOBAL CORE EQ I INC USD SNAP THREADNEEDLE (LUX) GLOBAL TECH DU FIDELITY SUSTAINABLE ASIA EQ A-DIS-USD JPM ASIA PACIFIC EQUITY A (ACC) USD DWS DEUTSCHLAND LC JANUS HENDERSON HRZN GLBTECHLDRS A2USD T. ROWE PRICE US BLUE CHIP EQ A USD BGF EURO-MARKETS A2 JUPITER EUROPEAN GROWTH D EUR ACC FIDELITY FAST EUROPE A-ACC-EUR ABRDN EU SML COMP D ACC EUR
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500 1.000 JPM THEMATICS GENETIC THRPS C2 ACC USD SCHRODER GAIA EGERTON EQUITY C ACC EUR PICTET SMARTCITY I DM GBP DWS INVEST ESG EQUITY INCOME LC FIDELITY GLB DMGRPHCS Y-ACC-GBP UBS (LUX) ES EURO COUNTRS INC€ P-ACC AXAWF FRAM ROBOTECH G CAP USD BMO RESPONSIBLE GLOBAL EQUITY I INC EUR DWS AKTIEN STRATEGIE DEUTSCHLAND LC CPR INVEST EDUCATION E EUR ACC JPM US SMALLER COMPANIES A (DIST) USD JANUS HENDERSON GLB TECH&INNO H2 USD THREADNEEDLE (LUX) GLOBAL FOCUS THREADNEEDLE (LUX) UK EQS IG GBP ACC JPM JAPAN EQUITY A (DIST) USD AXA ROSENBERG GLB EQ ALPHA A USD ACC FIDELITY GERMANY A-DIS-EUR T. ROWE PRICE US EQ I USD GS EMERGING MARKETS EQ R INC GBP AXAWF FRAMLINGTON DGTL ECOY I CAP USD FIDELITY IBERIA A-DIS-EUR AB EUROZONE EQ PTF IX ACC UBAM 30 GLOBAL LEADERS EQUITY AHC EUR BNP PARIBAS EUROPE SMALL CAP I C BGF EMERGING MARKETS A2 FIDELITY GLOBAL HEALTH CARE A-DIS-EUR ROBECO EMERGING STARS EQUITIES D € LEGG MASON CB US LG CP GR B USD DIS(A) ABRDN JAPANESE EQUITY A ACC JPY LEGG MASON RY US SMCP OPP A USD DIS(A) THEMATICS SAFETY H-R/A GBP JPM AMERICA EQUITY A (DIST) USD JANUS HNDRSNCONTINEN EURP I2 EUR GAM STAR CONTINENTAL EURP EQ INSTL £ ACC AXA ROSENBERG US EQUITY ALPHA A USD ACC JPM CHINA A (DIST) USD VONTOBEL CLEAN TECHNOLOGY I EUR BGF WORLD GOLD A2 THREADNEEDLE (LUX) EUR SMLR COM 9E EUR AMUNDI IS MSCI JAPAN IE-C EUR FIDELITY EUROPEAN GROWTH A-DIS-EUR M&G (LUX) EURP STRAT VAL CI EUR ACC ABRDN ASIA PACIFIC EQ A ACC USD JANUS HENDERSON HRZN PANEURPSMRCOMS A2€ BSF EUROPEAN OPPS EXTENSION A2 EUR MAINFIRST TOP EUROPEAN IDEAS C ALGER SMALL CAP FOCUS I US SCHRODER ISF CHINA OPPS C ACC USD NORDEA 1 - EMERGING STARS EQUITY BI EUR AXAWF FRAM SWITZERLAND F CAP CHF JPM US SELECT EQUITY PLUS A (ACC) EURH ROBECO QI EMERGING CNSRV EQS I € LEGG MASON CB US EQ SUST LDRS A EURH ACC ROBECO SUSTAINABLE EURP STARS EQS D EUR NINETY ONE GSF GLOBAL ENVIR I ACC EUR CANDRIAM EQS L EURP INNOVT R EUR CAP T. ROWE PRICE GLB FOC GR EQ A USD ABRDN ASIAN SMLLR COMS A ACC USD ALLIANZ ORIENTAL INCOME P USD ECHIQUIER ARTIFICIAL INTELLIGENCE K EUR JPM GLOBAL SELECT EQUITY A (ACC) USD MFS MERIDIAN US VALUE A1 USD LAZARD GLOBAL LSTD INFRAS EQ A DIST GBP CS (LUX) SECURITY EQUITY BH CHF GS INDIA EQUITY I INC USD NEUBERGER BERMAN US MLTCP OPPS USD1 IACC INVESCO SUS PAN EURP STU EQ C € ACC ALLIANZ THEMATICA P EUR ABRDN EU SUS N RES INV EQ A ACC EUR ALLIANZ GLOBAL METALS AND MINING I EUR MS INVF GLOBAL QUALITY Z CANDRIAM SST EQ WORLD R € ACC THREADNEEDLE (LUX) AMER SMLR COM 9U USD GS EUROPE CORE EQUITY BASE INC EUR MS INVF EMERGING LEADERS EQUITY A GAM MULTISTOCK EM EQUITY USD C TEMPLETON GROWTH (EURO) I(ACC)EUR JANUS HENDERSON GLB LIFE SCN I2 USD T. ROWE PRICE US LG CAP GR EQ I USD GAM MULTISTOCK LUXURY BRANDS EQ USD C
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20 22
02 FIXED INCOME
500 1.000 CARMIGNAC PF SÉCURITÉ FW EUR ACC BGF EURO SHORT DURATION BOND A2 EUR MUZINICH ENHANCEDYIELD S-T HUSD ACC A NORDEA 1 - LOW DUR EURP COV BD BC-EUR PIMCO GIS INCOME INSTL EURH ACC MS INVF EURO CORPORATE BOND A MS INVF SHORT MATURITY EURO BOND I JUPITER DYNAMIC BOND I EUR Q INC BSF GLOBAL ABSOLUTE RETURN BOND A2 EUR AXAWF EURO CREDIT SHORT DUR I CAP EUR SCHRODER ISF EURO CORP BD C ACC EUR VONTOBEL EURO CORPORATE BOND A EUR JPM US AGGREGATE BOND A (DIST) USD JPM GLOBAL STRAT BD A PERF (ACC) USD NEUBERGER BERMAN SHRT DUREM DBTUSD I ACC FIDELITY EURO SHORT TERM BOND Y-ACC-EUR VONTOBEL TWENTYFOUR STRATINC G GBP CANDRIAM BDS CRDT OPPS I EUR CAP CANDRIAM BDS EURO SHORT TERM C EUR CAP MFS MERIDIAN EMERGING MKTS DBT A2 USD JANUS HENDERSON HRZN EURO CORP BD A2 EUR AXAWF GLOBAL INFL SH DUR BDS I CAP USD INVESCO EURO SHORT TERM BOND Z EUR ACC EURIZON BOND AGGREGATE RMB Z EUR ACC GS EM CORP BD I ACC EUR HDG EVLI SHORT CORPORATE BOND A VANGUARD € GOVT BD IDX € ACC MS INVF GLOBAL FIXED INCOME OPPS Z ROBECO FINANCIAL INSTITUTIONS BDS I € CARMIGNAC PF FLEXIBLE BOND A EUR ACC AXAIMFIIS US CORP ITMT BDS A USD DIS NN (L) US CREDIT P CAP USD UBAM DYNAMIC US DOLLAR BOND AC USD AEGON EUROPEAN ABS B EUR ACC FVS BOND OPPORTUNITIES EUR I MS INVF EURO CORPORATE BD - DUR HGD Z CANDRIAM BDS EURO HIGH YLD R EUR CAP NORDEA 1 - EUROPEAN COVERED BOND BP EUR PICTET-SHORT TERM EM CORP BDS I DY USD ALLIANZ CREDIT OPPORTUNITIES IT13 EUR DWS INVEST ESG EURO BONDS (SHORT) FC JPM INCOME A (ACC) USD BLUEBAY INVESTMENT GRADE BD R EUR AXAIMFIIS EUROPE SHORT DUR HY A CAP EUR AXAIMFIIS US SHORT DUR HY A CAP USD BNP PARIBAS ENHANCED BOND 6M I C NOMURA FDS US HIGH YIELD BOND I USD PICTET-EUR SHORT TERM CORP BDS I ROBECOSAM EURO SDG CREDITS I EUR JPM GLOBAL CORP BD A (ACC) USD BLUEBAY INV GRD EURO AGGT BD I EUR PIMCO GIS GLB HI YLD BD INSTL USD ACC
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MFS MERIDIAN PRUDENT CAPITAL I1 USD DWS CONCEPT KALDEMORGEN EUR FC M&G (LUX) OPTIMAL INCOME CI EUR ACC JPM GLOBAL INCOME A (DIV) EUR PICTET-MULTI ASSET GLOBAL OPPS I EUR BGF GLOBAL ALLOCATION A2 JPM GLOBAL INCOME CNSRV C (ACC) EUR NORDEA 1 - STABLE RETURN BP EUR INVESCO PAN EUROPEAN HI INC A EUR QD MFS MERIDIAN PRUDENT WEALTH I1 USD BSF GLOBAL EVENT DRIVEN Z2 USD PIMCO GIS DYN MLT-ASST INSTL EUR ACC PICTET TR - DIV ALPHA J EUR BSF EUROPEAN ABSOLUTE RETURN A2 EUR AMUNDI FDS GLOBAL MA CNSRV C EUR C BNY MELLON GLBL RL RET (EUR) W ACC CARMIGNAC PF PATRIMOINE F EUR ACC PIMCO GIS CMDTY REAL RET INSTL USD ACC MAN GLG ALPHA SELECT ALT DLH EUR
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500 1.000 ROBECO EURO CREDIT BONDS D € INVESCO EURO CORPORATE BOND Z EUR ACC ROBECO HIGH YIELD BONDS DH € AXAWF US HIGH YIELD BONDS I CAP USD DNCA INVEST - ALPHA BONDS MUZINICH EMERGINGMKTSSHRTDUR HUSD ACC S CARMIGNAC PF CREDIT FW EUR ACC FIDELITY EUROPEAN HI YLD A-DIS-EUR DWS INVEST EURO CORPORATE BDS FC AMUNDI FDS PIO US BOND A2 EUR C UBAM GLOBAL HIGH YIELD SOLUTION AC USD CANDRIAM LONG SHORT CREDIT CLASSIQUE ALLIANZ EURO CREDIT SRI W EUR M&G (LUX) GLB FL RT HY CI USD ACC T. ROWE PRICE DYN GLB BD I USD LAZARD CREDIT FI SRI PVC EUR AMUNDI RSPNB INVEST IMP GREEN BDS I C JPM GLOBAL SHORT DURATION BD A(ACC)USD AMUNDI FDS GLB SUBRDNTD BD I2 EUR C BGF GLOBAL HIGH YIELD BOND C1 USD CANDRIAM SST BD GLBL HI YLD R € ACC JPM US SHORT DURATION BOND A (ACC) USD BGF US DOLLAR SHORT DURATION BD A1 USD JPM INCOME OPP A PERF (ACC) EURH AMUNDI FDS GLBL AGGT BD I USD C PIMCO GIS GLB BD INSTL USD ACC NORDEA 1 - EUROPEAN HIGH YLD BD BI EUR NINETY ONE GSF EM LCLCCYTLRTDT I ACC$ GS EM MKTS DBT BASE INC USD JPM GLOBAL CONVERT (EUR) A (DIST) EUR GAM STAR MBS TOTAL RETURN INSTL USD ACC BGF EMERGING MARKETS LCL CCY BD A2 FIDELITY GLOBAL INFL-LINK BD A-ACC-USD MUZINICH SHORTDURATIONHY HEUR ACC A NORDEA 1 - FLEXIBLE FIXED INCOME BI EUR BGF CHINA BOND D3 USD BNY MELLON GLB SHRTDTD HY BD USD W ACC FIDELITY US HIGH YIELD A-DIS-USD PIMCO GIS TTL RET BD INV USD ACC BGF EURO CORPORATE BOND A1 EUR ALLIANZ ADVCD FXD INC S/D W EUR AXAWF GLOBAL STRATEGIC BDS F CAP GBP H VANGUARD U.S. GOVT BD IDX $ ACC LSF-ARCANO LW VOL EURP INC-ESG SEL CE-A UBAM MEDIUM TERM US CORPORATE BD AC USD EDRF BOND ALLOCATION B EUR INC UBS (LUX) BS SHT TERMUSDCORPSST$P-ACC JPM EURO GOVT SHORT DUR BD A (ACC) EUR PIMCO GIS DIVERS INC INSTL USD ACC AMUNDI FDS EM MKTS BD E2 EUR C ABRDN EM CORP BD A ACC USD GAM MULTIBOND LOCAL EMERGING BOND USD C
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FVS - MULTI ASSET - DEFENSIVE I FVS MULTIPLE OPPORTUNITIES II RT JPM GLOBAL MACRO OPPS A (ACC) EUR NINETY ONE GSF GLB MA INC A ACC USD BMO REAL ESTATE EQ MKT NETRL B ACC EUR ACATIS GANÉ VALUE EVENT FONDS A FIDELITY GLB MLT AST INC A-ACC-USD FRANKLIN K2 ALT STRATS I(ACC)USD CANDRIAM RISK ARBITRAGE C FIRST EAGLE AMUNDI INTERNATIONAL AU-C JANUS HENDERSON BALANCED A2 USD ALLIANZ INCOME AND GROWTH I H2 EUR M&G (LUX) DYNAMIC ALLOCATION CI EUR ACC OFI FINCL INV PRECIOUS METALS I RUFFER TOTAL RETURN INTL I GBP CAP NEUBERGER BM UNCRLTD STRATS USD I5 ACC MFS MERIDIAN GLOBAL TOTAL RET A2 USD MAN AHL TREND ALTERNATIVE DNY H EUR ACC ALLIANZ DYN MLTAST STGY SRI75 I EUR
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03 MULTIATIVOS E ALTERNATIVOS
500 1.000
500 1.000 INVESCO GLOBAL INV GRD CORPBD C USD AD ROBECOSAM SDG CREDIT INCOME I USD AB AMERICAN INCOME C INC LAZARD CONVERTIBLE GLOBAL PC EUR ABRDN EURO CORPORATE BD D ACC EUR BNP PARIBAS EURO GOVERNMENT BD PRIVL C BLUEBAY INV GRD EURO GOVT BD I EUR ACC AB SHORT DUR HI YLD S1 USD ACC GS GLBL HI YLD BASE INC USD NN (L) EURO FIXED INCOME P CAP EUR M&G (LUX) EM MKTS BD C USD ACC PIMCO GIS GLINGD CRDT INSTL USD INC LEGG MASON WA MCR OPPBD S USD ACC AXAWF GLOBAL INFL BDS I CAP EUR DWS INVEST EURO HIGH YIELD CORP LD NN (L) GREEN BOND I CAP EUR AMUNDI FDS PIO STRAT INC A USD C NEUBERGER BERMAN EM DBTHRDCCY USD I C VONTOBEL TWENTYFOUR ABS RETCRDT G GBP AXAWF GLOBAL INFL BDS REDEX I ACC EUR PIMCO GIS EM MKTS BD ESG INS USD ACC MUZINICH LONGSHORTCREDITYLD HEUR ACC E BLUEBAY FINANCIAL CPTL BD I USD MERCER SHORT DUR GLBL BD 1 M-1 NOK HDG SCHRODER ISF EURO BOND C DIS AV JPM EMERG MKTS LCL CCY DBT A (ACC) USD MUZINICH GLOBAL TACT CRDT HUSD INC FNDR PIMCO GIS LOW AVRG DUR INSTL USD ACC FRANKLIN US GOVERNMENT A(MDIS)USD SCHRODER ISF EURO CRDT CONVCT C ACC EUR NEUBERGER BERMAN CORP HYB BD EUR I5 ACC VONTOBEL EMERGING MKTS DBT I USD EDR SICAV FINANCIAL BONDS I EUR JANUS HENDERSON HRZN EURO HY BD I2 EUR FRANKLIN EURO SHORT DUR BD I(ACC)EUR TEMPLETON GLOBAL BOND A(MDIS)USD JANUS HENDERSON HRZN GLB HY BD I2 USD ROBECOSAM GLOBAL SDG CREDITS IH $ BGF EURO BOND A2 NEW CAPITAL WLTHY NTN BD USD INST INC NEUBERGER BERMAN ULTR S/T ER BD I EURINC MS INVF GLOBAL ASSET BACKED SECS Z USD PICTET-EMERGING LOCAL CCY DBT I USD TEMPLETON GLOBAL TTL RET A(ACC)USD MS INVF EMERGING MKTS CORP DEBT Z PICTET-EUR SHORT TERM HIGH YIELD I EUR NORDEA 1 - EUROPEAN FINCL DBT BI EUR ABRDN EUCPBDS&RINV D ACC EUR MFS MERIDIAN GLOBAL OPPC BD I1 USD ROBECO ALL STRATEGY EURO BONDS D € FRANKLIN EUROPEAN TTL RET A(ACC)EUR EPSILON FUND EMERG BD TTL RET I EUR ACC
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BGF ESG MULTI-ASSET E2 EUR LUMYNA-MW TOPS (MN) UCITS USD B (ACC) MAN AHL TARGETRISK D H EUR LUMYNA PSAM GLOBAL EVENT EUR A ACC JPM GLOBAL MACRO A (ACC) USD MW SYSTEMATIC ALPHA UCITS A EUR JPM GLOBAL BALANCED A (ACC) EUR BGF GLOBAL MULTI-ASSET INC A2 ALLIANZ DYN MLTAST STGY SRI15 AT EUR GS ABSOLUTE RET TRKR I ACC EUR HDG M&G (LUX) INCOME ALLOCATION C EUR ACC ALLIANZ STRATEGY 15 CT EUR ALLIANZ DYN MLTAST STGY SRI50 W EUR AMUNDI FDS MLT ASST SUST FUT I EUR C CAPITAL GROUP GLOB ALLOC (LUX) Z EURIZON ABSOLUTE PRUDENT R ACC NINETY ONE GSF GLB MAC ALLC IX ACC USD FVS MULTI ASSET - BALANCED I NORDEA 1 - ALPHA 10 MA FD BP EUR
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500 1.000
500 1.000
Fundos com mais de 1.000 milhões de euros nas mãos de clientes ibéricos.
OS FAVORITOS DOS ANALISTAS EUROPEUS EM 2022
Entre parêntesis o número total de votos. FUNDO Jupiter Dynamic Bond (26) Nordea Global Climate and Environment (19) Seilern World Growth (13) Morgan Stanley Global Brands (11) Eleva European Selection (10) PIMCO GIS Income (10) Capital Group New Prespective (9) MFS Meridian Prudent Wealth (9) Muzinich Enhancedyield Short-Term Fund (9) Ruffer Total Return International (9) Allianz Europe Equity Growth (8) Fundsmith Equity Fund (8)
CATEGORIA Obrigações Ações Ações Ações Ações Obrigações Ações Multiativos Obrigações Multiativos Ações Ações
FUNDO Pictet TR - Atlas (8) DPAM Equities New Gems Sustainable (7) Eleva Absolute Return Europe (7) Lonvia Avenir Mid Cap Europe (7) MFS European Value (7) Robeco Global Consumer Trends (7) BlackRock Global Funds - ESG Multi-Asset Fund (6) BMO Real Estate Equity Market Neutral (6) Eurizon Bond Aggregate RMB (6) Flossbach von Storch - Bond Opportunities (6) Man AHL Target Risk (6) PIMCO Dynamic Multi Asset (6)
CATEGORIA Alternativos Ações Alternativo Ações Ações Ações Multiativos Alternativos Obrigações Obrigações Multiativos Multiativos
FUNDO CATEGORIA Robeco Global Premium (6) Ações Wellington Enduring Assets (6) Ações BGF Continental European Flexible Fund (5) Ações Brown Advisory US Equity Growth (5) Ações Flossbach von Storch - Multiple Opportunities II (5) Multiativos GQG Partners Emerging Markets Equity (GEM) (5) Ações Janus Henderson Horizon Pan European Absolute Return Fund (5) Alternativos JPM Global Macro Opportunities Fund (5) Alternativos Morgan Stanley Asia Opportunity (5) Ações Schroder ISF EURO Corporate Bond (5) Obrigações
JULHO E AGOSTO I FUNDSPEOPLE 21
PANORAMA FÓRUM APFIPP
por Sérgio Brito
TOTAL DE FUNDOS MOBILIÁRIOS PATRIMÓNIO 20000
FUNDOS DE CURTO PRAZO HARMONIZADOS
CAPTAÇÕES LÍQUIDAS 600
PATRIMÓNIO
CAPTAÇÕES LÍQUIDAS
2000
40 30 20 10 0 -10 -20 -30 -40 -50 -60
500 400 300 200
17500
100
1875 1750
0 -100
1625
-200 15000
-300
MAIO 2021
MAIO 2022
1500
MAIO 2021
MAIO 2022
A GESTÃO DE ATIVOS NA
CONJUNTURA ATUAL As perspetivas para o mercado nacional são mais conservadoras do que em 2021, mas ainda assim positivas. Fundos de ações nacionais têm-se destacado. 22 FUNDSPEOPLE I JULHO E AGOSTO
FUNDOS DE OBRIGAÇÕES PATRIMÓNIO
FUNDOS MISTOS
CAPTAÇÕES LÍQUIDAS
3000
PATRIMÓNIO 30 20 10 0 -10 -20 -30 -40 -50 -60 -70 -80
2500
2000
MAIO 2021
N
MAIO 2022
o início do ano, ao fazer o balanço da evolução da indústria de gestão de ativos em Portugal em 2021, evidenciava-se o excelente momento dos Organismos de Investimento Coletivo (OIC), particularmente os OIC Mobiliários, que acabavam de registar o melhor ano de que há registo, no que respeita à captação de investimento (mais de 4.260 milhões de euros de subscrições líquidas), e que permitiram que os ativos geridos por estes instrumentos de aforro aumentassem mais de 35% para quase 20 mil milhões de euros. Apesar de algumas nuvens que pairavam, as perspetivas para este ano continuavam positivas, embora, naturalmente, mais conservadoras quando comparadas com o registo de 2021. Contudo, a invasão da Ucrânia, pela Rússia, no final de fevereiro, veio pôr em causa essas perspetivas. De facto, o conflito veio agravar algumas das tendências que já se vinham verificando, em particular o aumento da inflação, levando os Bancos Centrais, como a
FUNDOS DE AÇÕES CAPTAÇÕES LÍQUIDAS
8000
250
PATRIMÓNIO
CAPTAÇÕES LÍQUIDAS
4000
150
200
7500
150
7000
120
3500
90
100
6500
50
3000
60
0
6000
-50
5500
30
2500
0
-100
5000
-150
MAIO 2021
MAIO 2022
Reserva Federal dos Estados Unidos e o BCE a reverem as políticas acomodatícias que vinham seguindo e a aumentar as taxas de juro de referência. Os Estados Unidos subiram a taxa de referência, logo em março (25 bp), com novas subidas em maio (50 bp) e em junho (75 bp). O BCE tem sido mais lento na reação e apenas em junho anunciou, para julho, uma subida de 0,25% na taxa de referência e o fim do programa de compras de dívida pública. Por outro lado, as sanções impostas pela maioria dos países à importação de produtos com origem na Rússia (com especial ênfase nos países europeus e nos Estados Unidos), com o objetivo de forçar o cessar do conflito, não deixou de ter repercussão nesses mesmos países, sobretudo nos que dependem, de modo mais significativo, desses produtos, designadamente os energéticos (gás natural e petróleo). A escalada do preço dos produtos energéticos, traduziu-se numa aceleração dos custos de produção, pressionando, ainda mais, os preços
2000
-30
MAIO 2021
MAIO 2022
no consumidor, condicionando a atividade económica.
IMPACTOS
Nesta conjuntura, os mercados financeiros têm vindo a registar uma elevada volatilidade, e tanto o segmento da dívida como o acionista apresentam, atualmente, desvalorizações significativas em relação ao final de 2021, pelo que as indústrias de gestão de ativos e de fundos de pensões não podem deixar de ser, obviamente, condicionadas negativamente. A maioria dos OIC mobiliários e dos fundos de pensões abertos registam rendibilidades negativas, no período desde o início do ano e, consequentemente, tem-se notado um abrandamento da procura e, em simultâneo, um aumento ligeiro dos resgates. No final de maio, o saldo de subscrições menos resgates, acumulado desde o início do ano, era negativo, ascendendo a 322 milhões de euros, levando a uma redução de 8,9% nos montantes sob gestão. São, no entanto, os OIC com perfil de risco mais conservador, como fundos monetários, fundos de curto prazo e JULHO E AGOSTO I FUNDSPEOPLE 23
PANORAMA FÓRUM APFIPP
fundos de obrigações, que registam um maior fluxo de saída. Em conjunto, os OIC destas tipologias registam saídas líquidas de mais de 420 milhões de euros. Os fundos de ações têm mantido o interesse dos aforradores, recolhendo mais de 205 milhões de euros em subscrições líquidas, desde o início do ano, merecendo particular destaque os fundos de ações globais, com 205 milhões de euros. Deve, ainda, ser destacado o desempenho dos fundos de ações nacionais. A bolsa portuguesa tem resistido aos maus re-
sultados que se registam noutras praças e esse desempenho tem-se repercutido nos fundos de ações nacionais, que se mantêm com rendibilidades positivas, desde o início do ano, mantendo a capacidade de atrair novos investimentos, traduzidos em subscrições líquidas de mais de 6 milhões de euros, no mesmo período. Também o segmento imobiliário, tem mostrado, para já, uma maior resiliência, com vários organismos, desde logo os abertos, a apresentarem retornos positivos. A manutenção do interesse
AS GESTORAS EM MAIO DE 2022 Dados em milhões de euros.
FUNDOS DE PENSÕES Ageas - Sociedade Gestora de Fundos de Pensões CGD Pensões BPI Vida e Pensões - Companhia de Seguros GNB - SGFP S.G.F.P. Banco de Portugal Futuro Santander Pensões BBVA Fundos Crédito Agrícola Vida - Companhia de Seguros Real Vida Seguros SGF Previsão Victoria - Seguros de Vida Total
MARÇO 2022
QUOTA (%)
DEZEMBRO 2021
QUOTA (%)
VAR. (%) 2021
6.439,44
27,86
6.657,80
27,92
-3,28
4.408,84
19,07
4.554,62
19,10
-3,20
3.297,56
14,26
3.389,71
14,21
-2,72
2.559,75 2.172,89 1.892,39 1.116,99 570,31
11,07 9,40 8,19 4,83 2,47
2.633,34 2.231,57 1.943,21 1.165,07 597,25
11,04 9,36 8,15 4,89 2,50
-2,79 -2,63 -2,62 -4,13 -4,51
237,39
1,03
248,83
1,04
-4,60
230,57 116,83 73,65 15,87 23.132,47
1,00 0,51 0,32 0,07
237,46 110,23 78,96 16,78 23.864,83
1,00 0,46 0,33 0,07
-2,90 5,99 -6,73 -5,42 -3,07
Nota: Dados Provisórios (Fonte: ASF); Amostra = 98,9% do total gerido por Fundos de Pensões (Em Março 2022)
FUNDOS DE INVESTIMENTO MOBILIÁRIO Caixa Gest. de Ativos IM Gestão de Ativos BPI Gestão de Ativos Santander AM GNB Fundos Mobiliários Bankinter GA - Suc. Port. Invest Gestão de Activos Montepio G. Activos Optimize I. Partners Casa de Investimentos Heed Capital SGOIC Crédito Agr. Gest LYNX AM GFM Gest. de Ativos BIZ Capital Sixty Degrees Total
MAIO 2022 6.459,60 3.836,55 3.098,58 2.930,94 791,23 327,57 188,88 173,29 133,58 34,40 33,83 18,92 16,83 15,66 15,29 11,29 18.086,44
QUOTA (%) 35,72 21,21 17,13 16,21 4,37 1,81 1,04 0,96 0,74 0,19 0,19 0,10 0,09 0,09 0,08 0,06
DEZEMBRO 2021 6.951,38 4.306,14 3.404,78 3.287,60 896,84 358,35 184,06 175,80 142,88 29,20 33,37 19,87 19,65 19,55 19,25 10,29 19.859,00
QUOTA (%)
VAR. (%) 2021
35,00 21,68 17,14 16,55 4,52 1,80 0,93 0,89 0,72 0,15 0,17 0,10 0,10 0,10 0,10 0,05
-7,07 -10,91 -8,99 -10,85 -11,78 -8,59 2,62 -1,43 -6,51 17,78 1,39 -4,77 -14,34 -19,91 -20,53 9,68 -8,93
por parte de investidores internacionais e a recuperação do segmento mais ligado ao sector do turismo, em conjugação com alguma escassez na oferta, tem permitido este bom desempenho. No que respeita a perspetivas para o resto do ano, o conflito Rússia-Ucrânia continuará a condicionar os mercados económicos e financeiros. O aumento da inflação motivada pela subida dos custos energéticos, bem como de outros bens essenciais cujo fornecimento tem vindo a sofrer perturbações em resultado do
ORGANISMOS DE INVESTIMENTO IMOBILIÁRIO
MAIO 2022
Square Asset Management Interfundos GNB Real Estate Caixa Gestão de Ativos BPI Gestão de Ativos Silvip Montepio Valor LYNX AM GEF Imofundos Sierragest Libertas Santander AM Fidelidade Fundiestamo Insula Capital Norfin Fund Box Institutional Inv. - Partners GmbH Violas Ferreira TF Turismo Fundos TIKEHAU Investment Management Profile ECS Imopolis Refundos Imorendimento Vila Gale Gest Carregosa Gesfimo - E.S. Irmãos Atlantic GFM G. Ativos Lifento Valadim Inv. Invest Gestão de Activos Crédito Agrícola Gest Floresta Atlântica Silar Total
1.264,43 1.122,34 961,73 884,26 620,31 547,16 427,02 413,79 400,89 346,67 339,23 320,73 304,35 296,35 279,12 271,89 241,48 206,55 192,74 181,14 161,72 140,93 108,63 105,66 99,37 86,24 80,96 64,12 62,20 54,75 51,62 38,48 27,91 26,36 21,95 18,22 17,62 15,08 10.804,01
GESTÃO DE PATRIMÓNIOS
MAIO 2022
Caixa Gest. Ativos Santander AM BPI Gestão de Ativos GNB Montepio Gestão de Activos Crédito Agríc. Gest Bankinter GA Optimize Inv. Partners Heed Capital LYNX AM Total
8.731,90 5.507,33 4.155,08 4.132,20 1.539,03 1.301,92 705,96 78,31 24,55 16,27 26.192,54
QUOTA (%) 11,70 10,39 8,90 8,18 5,74 5,06 3,95 3,83 3,71 3,21 3,14 2,97 2,82 2,74 2,58 2,52 2,24 1,91 1,78 1,68 1,50 1,30 1,01 0,98 0,92 0,80 0,75 0,59 0,58 0,51 0,48 0,36 0,26 0,24 0,20 0,17 0,16 0,14
QUOTA (%) 33,34 21,03 15,86 15,78 5,88 4,97 2,70 0,30 0,09 0,06
DEZEMBRO 2021
QUOTA (%)
VAR. (%) 2021
1.224,14 1.180,52 1.082,85 891,75 631,60 510,34 400,18 379,71 400,29 367,39 331,66 334,56 344,56 286,08 275,17 280,16 365,78 220,48 248,13 178,21 161,19 139,91 115,13 102,37 100,49 84,47 74,80 62,45 63,24 58,72 50,49 38,50 30,71
11,03 10,63 9,75 8,03 5,69 4,60 3,60 3,42 3,61 3,31 2,99 3,01 3,10 2,58 2,48 2,52 3,29 1,99 2,24 1,61 1,45 1,26 1,04 0,92 0,91 0,76 0,67 0,56 0,57 0,53 0,45 0,35 0,28
3,29 -4,93 -11,19 -0,84 -1,79 7,21 6,71 8,98 0,15 -5,64 2,28 -4,13 -11,67 3,59 1,43 -2,95 -33,98 -6,32 -22,32 1,64 0,33 0,73 -5,64 3,22 -1,11 2,10 8,24 2,68 -1,63 -6,76 2,25 -0,03 -9,12
22,20 24,60 23,80 15,05 11.101,66
0,20 0,22 0,21 0,14
-1,14 -25,95 -25,94 0,20 -2,68
QUOTA (%)
VAR. (%) 2021
33,40 20,80 15,21 16,55 5,78 4,87 2,71 0,52 0,09 0,07
-7,85 -6,66 -3,72 -12,02 -6,17 -5,79 -8,28 -47,34 -2,78 -12,82 -7,69
DEZEMBRO 2021 9.476,19 5.900,22 4.315,52 4.696,84 1.640,21 1.381,89 769,73 148,71 25,26 18,67 28.373,24
Nota: Amostra = 74,8% do total de ativos da Gestão de Patrimónios (Em maio de 2022)
24 FUNDSPEOPLE I JULHO E AGOSTO
P
AR
P
R
TNE R
AR
TNE
A OPINIÃO DE
conflito (como os cereais), em conjunto com as anunciadas subidas das taxas de juro terão um impacto significativo na capacidade financeira dos portugueses. A perda de poder de compra, por via da inflação, e a subida dos encargos financeiros com as prestações do crédito habitação não deixarão, por isso, de se refletir na taxa de poupança das famílias - aliás, já no final do 1.º trimestre o valor deste indicador (8,3%) apresenta uma redução significativa face ao trimestre anterior (10,7%) – e, consequentemente, na sua
ENTRADAS E SAÍDAS DOS FUNDOS MOBILIÁRIOS Dados em milhões de euros 1500
1.500 1.250
capacidade para investir, seja em OIC, seja noutros instrumentos financeiros. No que respeita a tendências, é de esperar que a integração dos fatores ESG na gestão dos OIC tenha uma importância crescente e que mais OIC se convertam em produtos Artigo 8.º ou Artigo 9.º (do Regulamento SFDR), sendo de assinalar a constituição recente dos primeiros OIC nacionais que têm objetivos de investimento sustentáveis e que, assim, se enquadram no Artigo 9.º do Regulamento SFDR.
FUNDOS DE INVESTIMENTO MOBILIÁRIO Caixa Gestão de Ativos
ABRIL E MAIO 2022
DESDE INÍCIO DO ANO
ÚLTIMOS 12 MESES
117,799
62,681
1.363,693
5,241
16,895
63,713
Montepio G. Activos
3,886
4,251
14,135
Casa de Investimentos
3,878
10,149
27,415 -11,557
Invest Gestão de Activos
Optimize Inv. Partners
3,604
7,038
GFM Gestão de Ativos
0,000
0,000
13,156
Crédito Agrícola Gest
0,000
0,000
0,000
LYNX Asset Managers
-0,042
-0,211
2,387
Heed Capital
-0,275
0,501
1,804
BIZ Capital
-0,655
-2,680
0,688
Bankinter GA - Suc. Port.
-3,785
1,036
130,603
GNB Fundos Mobiliários
-26,749
-44,114
139,880
Santander AM
-32,666
-76,278
345,456
BPI Gestão de Ativos
-42,042
-72,540
355,709
IM Gestão de Ativos
-48,421
-228,992
542,647
n.a.
n.a.
Sixty Degrees Total
-20,226
n.a.
-322,263
2.989,729
1000 1.000
750 500 500
250 0
0
-250 -500 -500 -750 -1000
-1000
-1.250 -1.500 -1500
ABRIL E MAIO 2022
FUNDOS DE INVESTIMENTO MOBILIÁRIO * Fundos de Acções Globais
ABRIL E MAIO 2022
DESDE INÍCIO DO ANO
ÚLTIMOS 12 MESES
146,939
205,354
793,831
F. Multi-Activos Equilibrados
16,263
11,212
255,120
Fundos de Acções Nacionais
4,532
6,190
96,263
F. Acções da América do Norte
4,330
6,253
28,172
Outros F. Acções Internacionais
4,269
-7,991
14,472
Fundos de Acções Sectoriais Fundos de Obrigações Internacional
4,186
3,663
3,065
-10,229
35,177
F. Multi-Activos Agressivos
2,321
-2,546
38,127
F. Mercado Monetário Euro
0,675
-2,525
-82,766
0,171
0,174
3,147
FIA de Retorno Absoluto
0,000
-0,029
-0,029
Outros Fundos
0,000
0,000
35,833
Fundos PPA
0,000
0,000
-0,654
FIA Flexíveis
-0,026
-0,101
15,718
FIA de Obrigações
-0,192
-0,897
-2,766
F. Mercado Monetário Internacional
-0,267
1,169
3,559
Fundos de Acções Ibéricas
-0,479
-1,513
-5,868
Outros FIA
-1,040
-7,088
-9,988
Fundos de Acções Europeias
-2,455
-6,505
-13,288
FIA Multi-Activos
9,941
F. Multi-Activos Moderados
-20,343
-35,748
841,797
F. Obrigações Taxa Indexada Euro
-20,927
-81,615
-76,415
F. Multi-Activos Defensivos
-21,890
-48,088
101,159
Fundos Flexíveis
-22,922
6,634
297,014
Fundos PPR
-28,930
-31,223
860,777
Fundos de Obrigações Euro
-41,860
-133,346
-188,487
Fundos de Curto Prazo Euro
-45,647
-193,468
-60,119
Total
-20,226
-322,263
2.989,729
* - Não inclui os Fundos geridos por 1 entidades (amostra = 99,94%)
FERNANDO FERNANDEZ-BRAVO Responsável de distribuição ativa para a Península Ibérica, Invesco
RENDIMENTO FIXO PARA UM CONTEXTO DE SUBIDAS DE TAXAS O rendimento fixo está a viver o seu pior momento em décadas. Após anos com taxas de juro próximas de zero ou mesmo negativas, a forte viragem na política monetária fez com que os preços dos títulos caíssem acentuadamente, elevando as yields. Para aqueles investidores que procuram um ativo de rendimento fixo com durações muito curtas e taxas variáveis para navegar neste ambiente, o crédito sénior pode ser uma boa opção. Este instrumento pode oferecer uma duração de cerca de 0,3 anos, praticamente sem risco de taxa, graças ao facto de a grande maioria dos cupões que recebe serem com taxas de juro variáveis. Por outro lado, a yield a três anos (o equivalente a senior loans de YTW) é de 8,10%, o que achamos um nível atrativo em comparação com as yields de outros títulos. Este ativo tem historicamente superado outros tipos de rendimento fixo em ambientes de taxas de juro crescentes, como entre 2014 e 2016. Também acreditamos que este comportamento diferenciado confere diversificação à carteira. Em termos de risco, o seu caráter sénior na estrutura de capital, os seus elevados rácios de recuperação e os tradicionalmente baixos rácios de default forneceram no passado elevada resiliência em tempos de crise, como em 2000 ou na crise financeira de 2008. JULHO E AGOSTO I FUNDSPEOPLE 25
20 22
PANORAMA BARÓMETRO
FUNDOS COM RATING FUNDSPEOPLE EM 2022 FUNDO
RETORNO ANUALIZADO 5 ANOS 3 ANOS 1 ANO
VOLAT. 3 ANOS
Asia Fixed Income Eurizon Bond Aggregate RMB Z EUR Acc
DADOS A 31/05/2022 FUNDO
RENDIMENTO ANUALIZADO 5 ANOS 3 ANOS 1 ANO
VOLAT. 3 ANOS
Pictet-CHF Bonds P
-0,41
0,17
-1,86
7,07
14,52
6,19
Carmignac Pf Sécurité FW EUR Acc
-0,21
0,14
-5,13
3,41
0,97
0,14
-7,49
9,72
0,14
-1,80
1,15
0,13
-1,43
1,97 5,49
BGF China Bond D3 USD
5,60
5,54
4,27
5,64
Nordea 1 - European High Yld Bd BI EUR
Schroder ISF Asian LclCcy Bd C Acc USD
3,61
3,71
5,28
6,35
N ordea 1 - Low Dur Eurp Cov Bd BC-EUR Franklin Euro Short Dur Bd I(acc)EUR
Emerging Markets Fixed Income
-0,08
6,38
Muzinich EmergingMktsShrtDur HUSD Acc S
3,11
2,62
6,86
8,89
E dRF Bond Allocation B EUR Inc
0,14
0,10
-6,30
Nordea 1 - Emerging Mkt Corp Bd BP EUR
3,11
2,56
-0,35
12,85
N B Rendimento Plus FIMAO
0,63
0,07
-7,15
6,97
3,62
2,53
2,17
10,30
I nvesco Euro Corporate Bond Z EUR Acc
0,62
-0,07
-7,02
5,98 8,24
Jupiter Glbl Em Mkt Crp Bd I USD Acc abrdn Frntr Mkts Bd X Acc USD
3,35
2,13
-0,26
12,47
Pictet-EUR Short Term High Yield I EUR
0,17
-0,12
-2,95
Neuberger Berman Shrt DurEM DbtUSD I Acc
2,38
1,50
5,58
8,45
Allianz Credit Opportunities IT13 EUR
0,42
-0,13
-1,85
1,91
Pictet-Short Term Em Corp Bds I dy USD
2,19
1,34
5,69
8,38
Fidelity Euro Short Term Bond Y-Acc-EUR
-0,08
-0,19
-3,05
1,85
Pictet-Emerging Local Ccy Dbt I USD
0,37
1,09
0,16
10,19
Schroder ISF EURO Crdt Abs Rt C Acc EUR
0,21
-0,30
-7,82
5,96
MS INVF Emerging Mkts Corp Debt Z
1,85
0,96
1,27
BlueBay Inv Grd Euro Aggt Bd I EUR
0,95
-0,42
-10,21
5,52
JPM Emerg Mkts Lcl Ccy Dbt A (acc) USD
0,10
0,57
0,55
9,54
MS INVF Short Maturity Euro Bond I
-0,33
-0,46
-1,42
Capital Group EM Local Debt (LUX) Z
0,58
0,51
-0,97
10,49
Franklin European Ttl Ret A(acc)EUR
-0,25
-0,48
-8,89
5,51
1,74
0,35
-0,31
12,14
AXAWF Euro Credit Short Dur I Cap EUR
-0,30
-0,52
-2,63
2,48 2,20
abrdn EM Corp Bd A Acc USD M&G (Lux) Em Mkts Bd C USD Acc
1,53
0,31
-2,05
10,61
Invesco Euro Short Term Bond Z EUR Acc
-0,31
-0,55
-3,34
T. Rowe Price Em Lcl Mkts Bd I USD
0,27
0,15
-2,04
9,87
Evli Short Corporate Bond A
-0,12
-0,58
-4,58
5,13
Capital Group EM Debt (LUX) Z
0,84
0,10
-3,46
10,28
DWS Invest ESG Euro Bonds (Short) FC
-0,48
-0,61
-3,09
1,69
Nomura Fds Emerging Market LC Debt I USD
0,45
0,05
2,25
9,48
BlueBay Investment Grade Bd R EUR
0,28
-0,62
-9,71
6,57
MFS Meridian Emerging Mkts Dbt A2 USD
0,80
-0,09
-2,33
10,01
T. Rowe Price Rspnb Euro Corp Bd Z EUR
0,50
-0,66
-8,65
6,06
0,43
-0,69
-8,27
5,98
-0,71
-2,65
3,97
-0,54
-0,73
-2,91
2,62
Amundi Fds Em Mkts Bd E2 EUR C
1,15
-0,19
-2,39
13,97
BNY Mellon Rspnb Hrzn Euro Corp Bd X€Acc
PIMCO GIS Em Mkts Bd ESG Ins USD Acc
1,32
-0,19
-4,72
10,52
Bankinter Rendimento PPR/OICVM A FIMA
New Capital Wlthy Ntn Bd USD Inst Inc
1,35
-0,32
-4,33
9,34
IMGA Euro Taxa Variável A FIMA
Ninety One GSF EM LclCcyTlRtDt I Acc$
0,41
-0,52
-5,52
8,11
Schroder ISF EURO Crdt Convct C Acc EUR
0,48
-0,81
-11,68
7,79
-0,65
-12,21
11,30
JPM Euro Govt Short Dur Bd A (acc) EUR
-0,67
-0,90
-2,07
0,80
BlueBay Emerging Mkt Aggt Bd M EUR BlueBay EMkt Inv Grd Corp Bd I EUR (AID)
-0,33
-0,67
-9,50
7,90
Candriam Bds Euro Short Term C EUR Cap
-0,66
-0,96
-2,31
1,50
GAM Multibond Local Emerging Bond USD C
-0,30
-0,94
-0,59
9,92
Allianz Advcd Fxd Inc S/D W EUR
-0,51
-0,98
-3,68
2,09
0,94
-0,97
-5,38
11,38
Pictet-EUR Short Term Corp Bds I
-0,59
-1,10
-4,50
2,89
abrdn SLI EmMkLclC D D Acc USD
-0,43
-1,17
-3,23
10,08
Allianz Euro Credit SRI W EUR
0,12
-1,16
-12,01
8,22
GS EM Corp Bd I Acc EUR Hdg
-0,35
-1,29
-12,85
11,03
E urizon Bond Aggregate EUR Z EUR Acc
0,16
-1,22
-10,18
5,35
0,58
-1,51
-4,75
14,55
Schroder ISF EURO Corp Bd C Acc EUR
0,16
-1,22
-11,43
7,05
BGF Emerging Markets Lcl Ccy Bd A2
-2,05
-1,59
-4,22
10,83
BlueBay Inv Grd Euro Govt Bd I EUR Acc
0,68
-1,30
-10,43
5,28
GS Em Mkts Dbt Base Inc USD
-0,33
-1,71
-4,31
12,40
IMGA Rendimento Semestral A FIMA
-0,79
-1,33
-5,25
3,73
-1,19
-1,78
-11,77
6,84
NB Corporate Euro A
-0,55
-1,36
-8,78
6,42
-1,17
-2,09
-13,55
7,97
BGF Euro Short Duration Bond A2 EUR
-1,05
-1,39
-4,05
2,11
-1,86
-2,69
-10,68
4,75
MS INVF Euro Corporate Bond A
-0,42
-1,43
-9,64
6,56
-4,98
6,67
13,04
RobecoSAM Euro SDG Credits I EUR
-0,23
-1,51
-8,84
5,92
Robeco Euro Credit Bonds D €
-0,41
-1,63
-9,01
5,94
Vontobel Euro Corporate Bond A EUR
-0,54
-1,66
-10,59
7,49
DWS Invest Euro Corporate Bds FC
-0,20
-1,67
-10,34
6,70
Neuberger Berman EM DbtHrdCcy USD I C
Vontobel Emerging Mkts Dbt I USD
Allianz Em Mkts Shrt Dur Bd AM H2 EUR JPM Emerg Mkts Inv Grd Bd A (acc) EURH Epsilon Fund Emerg Bd Ttl Ret I EUR Acc GlobalAccess EM Lcl Ccy Dbt A Dis EUR H Europe Fixed Income MS INVF Euro Corporate Bd - Dur Hgd Z BNP Paribas Enhanced Bond 6M I C BNP Paribas Euro Government Bd Privl C NB Subordinated Debt I EUR Inc
-7,84
BlueBay Financial Cptl Bd I USD
7,70
8,51
4,49
13,20
Vanguard €z Infl-Lnkd Bd Idx € Acc
2,82
3,80
1,13
6,54
3,47
-9,52
10,93
Carmignac Pf Credit FW EUR Acc Lazard Credit Fi SRI PVC EUR
2,44
3,04
-5,14
9,43
NB Obrigações Europa FIMAO
4,38
2,68
-7,17
9,60
NB Euro Bond
4,55
2,65
-6,02
9,34
BNP Paribas Euro High Yld Bd I C
1,72
2,14
-7,41
9,26
Amundi Fds Glb Subrdntd Bd I2 EUR C
2,15
1,81
-8,04
10,85
BlueBay High Yield ESG Bond R EUR
1,74
1,80
-6,81
8,70
Scor Sustainable Euro High Yield C EUR
1,58
1,59
-6,34
9,06
Nordea 1 - European Fincl Dbt BI EUR
2,25
1,55
-7,22
10,95
Nordea 1 - European Covered Bond BP EUR
-0,03
-1,68
-8,17
2,91
Franklin European Corp Bd I(acc)EUR
-0,52
-1,71
-9,80
5,64
Robeco All Strategy Euro Bonds D €
-0,56
-1,75
-10,50
4,68
abrdn Euro Corporate Bd D Acc EUR
-0,42
-1,77
-9,33
6,33
Invesco Euro Bond Z EUR Acc
-0,21
-1,81
-10,84
6,05 6,63
abrdn Euro Corp Sust Bond D Acc EUR
-0,49
-1,86
-9,42
Janus Henderson Hrzn Euro Corp Bd A2 EUR
-0,41
-1,89
-10,25
5,97
BGF Euro Corporate Bond A1 EUR
-0,54
-2,06
-9,76
5,85
Schroder ISF EURO Bond C Dis AV
-0,63
-2,31
-12,25
5,55
IMGA Rendimento Mais FIMA
-1,36
-2,40
-8,27
4,83 5,05
Vanguard € Govt Bd Idx € Acc
-0,56
-2,42
-10,59
MS INVF Euro Bond I
-0,68
-2,54
-10,29
4,45
Caixa Obrigações LP FIMAO
-0,90
-2,70
-10,13
4,49
BGF Euro Bond A2
-0,95
-2,73
-10,89
5,24
NN (L) Green Bond I Cap EUR
-0,95
-3,42
-13,27
6,64
-1,67
-3,57
-13,37
5,70
14,46
25,20
BGF European High Yield Bond A2 EUR
1,47
1,23
-8,20
9,46
EdR SICAV Financial Bonds I EUR
1,54
1,22
-6,70
9,19
Candriam Bds Euro High Yld R EUR Cap
1,56
1,01
-7,18
6,89
NN (L) Euro Fixed Income P Cap EUR
Neuberger Berman Corp Hyb Bd EUR I5 Acc
1,15
0,99
-7,65
7,86
Fixed Income Miscellaneous
1,11
0,99
-5,94
8,31
Millesima 2026 CR
0,56
0,85
-8,38
5,96
BlueBay Divers Alt Crdt I Pf USD Acc
0,72
-4,03
7,81
Franklin Gulf Wealth Bond I(acc) USD
6,75
7,73
9,90
10,01
Fidelity European Hi Yld A-Dis-EUR
0,73
0,62
-8,62
10,53
GAM Star MBS Total Return Instl USD Acc
3,49
3,25
15,19
12,54
Janus Henderson Hrzn Euro HY Bd I2 EUR
1,46
0,51
-8,75
10,11
M S INVF Global Asset Backed Secs Z USD
3,51
2,76
10,83
0,44
-3,16
3,07
Alcentra European Loan II-A EUR Acc
2,59
2,60
1,74
AXAIMFIIS Europe Short Dur HY A Cap EUR
0,40
0,36
-2,73
7,53
Arcano European Income ESG Sel BD
1,20
1,38
-2,33
7,37
Robeco Financial Institutions Bds I €
1,05
0,21
-8,18
8,02
Arcano Eurp Sr Secu Ln ESG Sel B1 - Acc
1,47
0,79
-1,01
8,10
DWS Invest Euro High Yield Corp LD
0,61
0,18
-7,64
10,09
Aegon European ABS B EUR Acc
0,55
-0,03
-1,70
3,01
ODDO BHF Euro High Yield Bond CI-EUR Carmignac Pf Flexible Bond A EUR Acc LSF-Arcano Lw Vol Eurp Inc-ESG Sel CE-A
Neuberger Berman Ultr S/T Er Bd EUR IInc
26 FUNDSPEOPLE I JULHO E AGOSTO
-4,35
9,81
20 22
FUNDOS COM RATING FUNDSPEOPLE EM 2022 FUNDO
RETORNO ANUALIZADO 5 ANOS 3 ANOS 1 ANO
VOLAT. 3 ANOS
Global Fixed Income
DADOS A 31/05/2022 RETORNO ANUALIZADO 5 ANOS 3 ANOS 1 ANO
FUNDO
VOLAT. 3 ANOS
US Fixed Income
BSF Global Absolute Return Bond A2 EUR
Nomura Fds US High Yield Bond I USD
4,72
5,54
8,98
10,35
19,21
8,32
8,13
8,18
AXAWF US High Yield Bonds I Cap USD
4,32
4,36
8,72
7,68
AXAWF Global Infl Sh Dur Bds I Cap USD
4,17
5,55
18,63
6,69
Neuberger Berman Strat Inc I JPY Acc
3,61
4,02
7,20
7,79
Nomura Fds Global Dynamic Bond I USD
5,58
5,50
3,48
8,85
Fidelity US High Yield A-Dis-USD
3,98
3,91
9,66
9,10
T. Rowe Price Dyn Glb Bd I USD
3,58
5,18
15,48
7,29
AXAIMFIIS US Short Dur HY A Cap USD
3,74
3,65
12,22
6,92
AB Short Duration High Yield S1 USD
4,32
4,60
9,79
8,33
JPM Income A (acc) USD
4,08
3,10
8,74
8,28
T. Rowe Price Glb HY Bd Z USD
4,35
4,28
7,40
9,72
Vanguard USTrs InfProtSecsIdxSel EURHAcc
1,55
2,97
-0,69
3,45
M&G (Lux) Glb Fl Rt HY CI USD Acc
3,98
4,16
13,50
12,11
NN (L) US Credit P Cap USD
3,13
2,63
1,26
8,44
Fidelity Global Infl-Link Bd A-Acc-USD
3,19
4,11
11,23
4,79
Allspring (Lux) WW $ IG Crdt I USD Acc
3,27
2,55
2,40
7,83
BlueBay Global Hi Yld ESG Bd I USD
4,16
4,08
6,55
8,47
AXAIMFIIS US Corp Itmt Bds A USD Dis
2,91
2,44
5,67
7,21
Legg Mason BW Glb Inc Opt A USD Acc
3,55
4,07
2,38
7,14
Amundi Fds Pio Strat Inc A USD C
2,19
2,32
5,23
8,90
MS INVF Global Fixed Income Opps Z
Aegon Strategic Global Bd B Inc EUR Hdg
2,68
4,06
-7,20
8,12
JPM US Short Duration Bond A (acc) USD
2,12
2,27
10,33
6,79
Candriam Bds Global Hi Yld R EUR Cap
3,05
4,01
-3,03
5,91
CS (Lux) Corporate Short Dur USD Bd A
2,20
2,03
9,62
6,94
BNY Mellon Global Credit USD W Acc
3,89
3,82
4,32
8,12
UBS (Lux) BS Sht TermUSDCorpSst$P-acc
2,01
1,92
9,65
6,91
Muzinich Global Tact Crdt HUSD Inc Fndr
3,84
3,80
8,30
7,36
UBAM Dynamic US Dollar Bond AC USD
2,09
1,87
13,38
7,32
3,54
7,45
4,19
PIMCO GIS Low Avrg Dur Instl USD Acc
1,81
1,60
9,24
6,65 7,04
AXAWF Global Infl Bds Redex I Acc EUR DNCA Invest Alpha Bonds I EUR PIMCO GIS Glb Hi Yld Bd Instl USD Acc
3,76
Jupiter Strategic AbsRt Bd I € H Acc RobecoSAM SDG Credit Income I USD
3,53
7,30
4,97
BGF US Dollar Short Duration Bd A1 USD
3,53
7,23
8,11
Amundi Fds Pio US Bond A2 EUR C
3,50
-1,05
2,76
UBAM Medium Term US Corporate Bd AC USD
1,71
1,50
8,85
2,08
1,50
4,37
7,57
1,91
1,33
4,98
6,87 9,34
3,47
5,63
8,02
Nomura Fds Select US High Yield Bd IEURH
1,25
-6,30
BNY Mellon Glb ShrtDtd HY Bd USD W Acc
3,97
3,44
13,41
8,94
JPM US Aggregate Bond A (dist) USD
1,84
1,15
4,49
6,95
Vontobel TwentyFour StratInc G GBP
2,78
3,42
-6,75
10,10
PIMCO GIS Ttl Ret Bd Inv USD Acc
1,83
1,07
2,71
6,66
Janus Henderson Hrzn Glb HY Bd I2 USD
4,11
3,31
1,98
10,23
GS US Mortgg Bckd Secs I Acc USD
1,73
0,95
5,08
6,42
Muzinich Enhancedyield S-T HUSD Acc A
3,35
3,08
10,62
8,08
AB American Income C USD
1,80
0,90
3,60
8,53
GS Glbl Hi Yld Base Inc USD
2,90
2,83
5,64
10,64
Vanguard U.S. Govt Bd Idx $ Acc
1,73
0,88
5,53
7,60
UBAM Global High Yield Solution AC USD
3,49
2,77
8,18
8,16
JPM Global High Yield Bond A (acc) EURH
0,76
0,64
-6,06
8,34 6,86
JPM Global Strat Bd A perf (acc) USD
2,45
2,59
9,74
6,31
Legg Mason WA US Core+ Bd A USD Acc
1,33
0,29
0,07
Amundi Fds Glbl Aggt Bd I USD C
2,96
2,32
8,32
8,07
Muzinich ShortDurationHY HEUR Acc A
0,12
0,21
-3,32
5,62
Muzinich LongShortCreditYld HEUR Acc E
1,53
2,31
-3,91
3,20
Franklin US Government A(Mdis)USD
0,59
-0,01
6,12
6,59
Candriam Sst Bd Glbl Hi Yld R € Acc
2,18
-4,99
5,61
MFS Meridian US Corporate Bond IH1 EUR
-0,17
-0,74
-11,39
8,24
RobecoSAM Global SDG Credits IH $
2,15
2,62
8,02
JPM Income Opp A perf (acc) EURH
-0,91
-0,75
-1,64
2,71
-2,64
7,71
Amundi Fds Pio US Corp Bond G EUR H C
-0,54
-0,90
-12,35
9,55
8,92
13,01
20,66
-8,40
18,62
7,65
9,28
-12,16
13,42
MFS Meridian Global Credit I1 USD
2,57
2,10
BGF Global High Yield Bond C1 USD
2,16
2,08
2,96
FvS Bond Opportunities EUR I
2,14
1,94
-5,84
6,76
PIMCO GIS Glb Bd Instl USD Acc
2,84
1,78
5,36
6,65
JPM Global Short Duration Bd A(acc)USD
1,94
1,76
11,82
6,85
Invesco Global Inv Grd CorpBd C USD AD
2,49
1,65
2,52
8,65
JPM Global Corp Bd A (acc) USD
2,43
1,64
2,71
7,95
MFS Meridian Global Oppc Bd I1 USD
2,80
1,57
4,64
7,16
Invesco Global Ttl Ret EUR Bd Z EUR Acc
1,45
1,50
-2,86
4,07
PIMCO GIS Divers Inc Instl USD Acc
2,65
1,32
-0,19
8,08
New Capital Glbl Val Crdt GBP Acc
0,84
1,06
-9,41
8,66
1,07
0,93
-7,75
6,92
AXAWF Global Strategic Bds F Cap GBP H AXAWF Global Infl Bds I Cap EUR
0,82
0,88
-4,70
6,40
Robeco High Yield Bonds DH €
0,93
0,88
-5,91
8,75
BlueBay Glbl Inv Grd Corp Bd I EUR
0,86
0,84
-11,22
8,49
M&G (Lux) Glb Corp Bd CI H EUR Acc
0,79
0,78
-8,72
6,50
0,63
-9,54
6,72
0,56
-0,54
1,63
Vanguard Global Credit Bond Ins EURH Acc Candriam Long Short Credit Classique
0,21
Fidelity Global Bond A-Dis-USD
1,36
0,35
-2,21
5,41
PIMCO GIS GlInGd Crdt Instl USD Inc
1,99
0,33
0,61
8,59
MS INVF Global Bond I
1,35
0,33
-1,75
PIMCO GIS Income Instl EURH Acc
0,67
0,22
-6,87
6,84
JPM Aggregate Bond C (dist) EURH
0,21
-0,10
-6,64
3,69
Asia Equity Allianz Oriental Income P USD J PM Pacific Equity A (dist) USD Asia ex-Japan Equity N ew Capital Asia Future Ldrs USD Sdr Acc P olar Capital Asian Stars S Acc
15,12
-17,35
14,87
13,84
-10,40
16,08
F idelity Asia Pacific Opps A-Acc-EUR
11,11
13,50
-6,27
16,44
Schroder ISF Emerging Asia C Acc EUR
9,10
12,50
-9,19
15,50
UBS (Lux) ES As Smlr Coms (USD) P-acc
7,57
11,39
-7,01
13,55
JPM Asia Pacific Equity A (acc) USD
7,80
10,16
-9,30
14,82
Schroder ISF Asian Ttl Ret C Acc USD
7,59
10,01
-6,54
14,43
Mirae Asst Sst Asia Sect Ldr Eq K USDCap
6,09
9,86
-10,29
15,89
9,64
-6,63
14,27
T. Rowe Price Rspnb Asn ex-Jpn Eq I USD
6,14
8,03
-15,94
14,25
CS (Lux) Asia Pacific Income Eq A USD
6,99
7,26
-6,08
12,31
Fidelity Sustainable Asia Eq A-Dis-USD
6,96
7,23
-12,69
14,66
Schroder ISF Sust Asn Eq C Acc USD
Schroder ISF Asian Opports A Dis USD AV
6,22
7,06
-12,63
15,27
abrdn Asia Pacific Eq A Acc USD
5,08
6,62
-11,76
14,55
Vanguard Pac ex-Japan Stk Idx USD Acc
6,35
6,29
4,26
18,80
abrdn Asian Smllr Coms A Acc USD
3,26
5,95
-3,03
17,13
MS INVF Asia Opportunity Z
9,64
5,92
-31,26
5,13
3,02
-25,07
16,36 19,47
Mercer Short Dur Glbl Bd 1 M-1 NOK Hdg
-0,12
-0,24
-1,83
12,99
Mirae Asset Asia Great Consumer Eq I USD
Candriam Bds Crdt Opps I EUR Cap
0,02
-0,33
-4,10
2,96
Consumer Goods & Services Sector Equity
Jupiter Dynamic Bond I EUR Q Inc
0,29
-0,36
-7,99
5,34
Pictet-Premium Brands I EUR
11,96
15,75
-1,17
Capital Group Glob Bond (LUX) Z
0,65
-0,37
-2,64
4,82
GAM Multistock Luxury Brands Eq USD C
9,76
9,68
-9,36
17,76
Legg Mason WA Mcr OppBd S USD Acc
1,25
-0,87
-6,30
11,44
BNP Paribas Smart Food I Cap
6,35
8,76
-1,36
14,98
5,90
5,98
-32,22
23,67
Nordea 1 - Flexible Fixed Income BI EUR
-0,27
-1,04
-4,90
2,68
Invesco Glbl Consmr Trnds A USD Acc
Templeton Global Bond A(Mdis)USD
-0,55
-2,25
9,19
6,92
Energy Sector Equity
Amundi Rspnb Invest Imp Green Bds I C
-1,05
-2,55
-12,24
5,74
RobecoSAM Smart Energy Eqs D EUR
17,46
26,54
3,25
20,50
Templeton Global Ttl Ret A(acc)USD
-2,48
-4,63
3,20
7,49
BGF Sustainable Energy A2
12,59
21,08
2,63
17,77
Pictet-Clean Energy I USD
11,75
20,86
1,49
21,12
20,61
-27,32
Sterling Fixed Income Vontobel TwentyFour Abs RetCrdt G GBP
1,70
2,12
-1,94
6,14
BNP Paribas Energy Transition C D
JULHO E AGOSTO I FUNDSPEOPLE 27
20 22
PANORAMA BARÓMETRO
DADOS A 31/05/2022
FUNDOS COM RATING FUNDSPEOPLE EM 2022 FUNDO
RETORNO ANUALIZADO 5 ANOS 3 ANOS 1 ANO
VOLAT. 3 ANOS
FUNDO
RETORNO ANUALIZADO 5 ANOS 3 ANOS 1 ANO
VOLAT. 3 ANOS
Equity Miscellaneous
Fidelity European Growth A-Dis-EUR
1,93
3,63
-0,83
17,42
BNP Paribas Aqua C C
Fidelity Iberia A-Dis-EUR
-0,79
1,38
-7,42
18,43
-0,48
-0,84
-5,71
15,96
6,55
14,37
-8,88
12,05
-9,47
16,68
RobecoSAM Sustainable Water Eqs F EUR Pictet-Water I EUR Pictet-Nutrition I USD
10,86
15,92
0,85
16,91
UBS (Lux) ES Euro Countrs Inc Sust €Pacc
10,12
13,75
4,09
16,74
7,10
8,45
-3,54
13,75
Europe Equity Mid/Small Cap
Europe Emerging Markets Equity Amundi Fds Russian Equity A EUR C
6,51
9,65
14,29
23,30
-10,27
abrdn Eu Sml Comp D Acc EUR
7,98
10,66
-14,83
22,07
2,55
13,51
CM-AM Small & Midcap Euro RC
5,65
8,60
-10,90
17,03
12,97
20,22
IMGA Ações Portugal A FIAA
4,61
8,26
23,65
21,47
-3,38
16,54
Threadneedle (Lux) Pan Eurp SmCpOpps ZE
5,60
7,19
-18,64
20,54
12,56
-13,11
19,04
Threadneedle (Lux) Eur Smlr Com 9E EUR
5,54
7,10
-13,63
19,33
12,02
-4,76
15,28
Sycomore Fund Europe Happy@Work I EUR
2,63
6,61
-9,73
16,16
-1,87
15,73
Threadneedle (Lux) Pan Eurp SmlrComs 3E
4,75
5,60
-17,85
20,11 17,26
8,68
AXAWF Fram Switzerland F Cap CHF
9,08
12,79
M&G (Lux) Eurp Strat Val CI EUR Acc
5,73
12,58
GAM Star Continental Eurp Eq Instl £ Acc
5,33
12,57
7,72 8,66
11,85
BSF European Unconstrained Eq A2 EUR
25,60
19,99
BSF European Opps Extension A2 EUR
BGF Continental Eurp Flex E2 EUR
Janus Henderson Hrzn PanEurpSmrComs A2€ Eleva UCITS Eleva Ldrs SMCap Eurp I€ acc
Europe Equity Large Cap
Candriam Eqs L Eurp Innovt R EUR Cap
BNP Paribas Europe Small Cap I C Lonvia Avenir Mid-Cap Euro Clean
13,24
-1,75
Eleva UCITS Eleva Eurp Sel I EUR acc
6,93
11,35
3,76
17,12
M FS Meridian European Smlr Coms A1 EUR
4,32
4,88
-7,54
Janus HndrsnContinen Eurp I2 EUR
6,05
10,97
-0,85
15,72
U BAM Swiss Small And Mid Cap Eq AHC EUR
2,94
4,47
-18,80
17,15
CM-AM Convictions Euro S
6,92
10,95
-3,57
16,26
Echiquier Agenor SRI Mid Cap Europe A
5,24
4,22
-15,67
16,37
UBAM Swiss Equity UC CHF
7,57
10,89
-1,07
14,47
Oddo BHF Avenir Europe CR-EUR
2,42
3,26
-17,59
17,41
Allianz Europe Equity Growth W EUR
6,43
10,79
-12,18
18,82
Financials Sector Equity
MGI Eurozone Equity M1 EUR
7,58
10,41
-2,95
16,81
Fidelity Global Financial Svcs A-Dis-EUR
7,22
9,88
-0,35
19,74
Carmignac Pf Grande Europe A EUR Acc
6,26
10,38
-9,63
16,45
R obeco New World Financials D €
8,11
7,73
-6,27
22,63
JPM Europe Sustainable Equity I (acc)EUR
6,14
10,28
-0,42
18,18
MS INVF Europe Opportunity Z
6,25
10,28
-26,33
Schroder ISF EURO Equity C Dis EUR
3,71
10,26
-0,26
19,32
37,23
39,34
-20,26
20,81
10,17
-2,39
17,07
11,40
-12,51
17,48
9,45
-1,01
16,23 14,91
Schroder ISF European Sus Eq C Acc EUR Candriam Sst Eq Euro R Acc €
6,48
Echiquier Positive Impact Europe A
6,39
9,25
-7,26
Vanguard European Stock Idx USD Acc
5,34
8,88
3,36
16,11
JPM Europe Strategic Growth A (dist) EUR
6,56
8,84
-4,99
16,85
Amundi Fds Euroland Equity E2 EUR C
3,99
8,77
-0,86
19,94
Candriam Sst Eq EMU R € Acc
5,39
8,69
-2,42
18,08
T. Rowe Price Eurp Eq I EUR
5,33
8,66
-3,47
15,47
GS Europe CORE Equity Base Inc EUR
4,60
8,55
2,61
17,75
Janus Henderson Hrzn Euroland A2 EUR
3,00
8,47
-2,40
20,74
JPM Europe Equity Plus A perf (acc) EUR
4,45
8,43
5,43
18,85
Pictet-Europe Index P EUR
4,99
8,37
2,28
16,21
BGF Euro-Markets A2
3,69
8,30
-8,94
19,51
Invesco Pan European Equity A EUR Acc
2,50
8,25
6,14
21,28
Threadneedle (Lux) European Select IE
5,92
8,21
-9,21
15,69
BGF European Equity Income A2
3,72
7,89
0,39
16,66
Fidelity FAST Europe A-ACC-EUR
8,32
7,74
-5,29
14,80
Amundi Fds European Eq Val M2 EUR C
3,36
7,74
0,74
24,10
Allianz Euroland Equity Growth W EUR
4,19
7,74
-16,23
19,16
BGF European Special Situations A2
5,40
7,53
-11,78
17,43
Global Emerging Markets Equity MS INVF Emerging Leaders Equity A Polar Capital Em Mkts Stars S USD Acc Candriam Sst Eq Em Mkts R € Acc
6,92
9,72
-16,09
16,16
GS EM CORE Eq I Acc USD Close
6,56
9,61
-4,00
15,08
GQG Partners Emerging Mkts Eq I EUR Acc
8,22
9,20
-4,90
14,36
JPM Emerging Markets Div A (acc) EUR
6,79
8,72
-1,36
15,88
GS Emerging Markets Eq ESG I Acc USD
8,59
-14,19
16,17
7,17
8,54
-9,30
15,39
Wellington Emerg Mkt Devpmt USD D Ac
7,04
8,48
-13,78
16,58
Nordea 1 - Emerging Stars Equity BI EUR
5,53
7,86
-21,83
16,58
JPM Em Mkts Small Cap A (acc) perf EUR
5,83
7,59
-7,52
17,74
GS Emerging Markets Eq R Inc GBP
5,68
7,56
-15,62
16,66
Vanguard Emerg Mkts Stk Idx Inv EUR Acc
4,50
6,09
-8,70
14,98
Schroder ISF Em Mkts A Dis USD AV
4,39
5,98
-13,30
16,09
Capital Group EM Growth (LUX) Z
4,87
5,07
-18,78
15,91
BGF Emerging Markets A2
5,52
5,05
-19,14
17,27
Fidelity Em Mkts A-DIST-USD
3,79
4,96
-20,99
17,18
Robeco Emerging Stars Equities D €
3,44
4,80
-7,98
17,32 16,84
Capital Group New World (LUX) Z
JPM Emerging Markets Equity A (dist) USD
5,05
4,53
-20,72
GAM Multistock EM Equity USD C
3,55
4,52
-13,32
17,35
UBS (Lux) Eq Fd EM Sst Ldrs (USD) P
5,15
4,40
-18,80
13,72
Vontobel mtx Sust EmMkts Ldrs I USD
4,85
4,29
-13,28
14,11
American Century Em Mkts Eq I USD
3,84
4,26
-16,91
15,87 13,59
MFS Meridian European Value A1 EUR
6,71
7,33
-2,03
14,72
MainFirst Top European Ideas C
4,20
7,33
-8,97
24,18
Threadneedle (Lux) Pan Eur Eq Dv 9G GBP
4,18
7,22
-2,24
18,18
JPM Euroland Equity A (dist) EUR
3,40
7,12
-3,53
20,53
Robeco QI European Cnsrv Eqs I €
4,50
7,10
4,85
13,71
Amundi MSCI EMU ESG Ldrs Sel IE-C
3,88
7,10
-3,36
18,65
Jupiter European Growth D EUR Acc
6,86
6,93
-5,10
15,54
MS INVF Global Brands A USD
DWS Aktien Strategie Deutschland LC
2,68
6,81
-10,16
24,06
MS INVF Global Quality Z
MFS Meridian European Research A1 EUR
4,93
6,71
-1,23
14,26
AMP Capital Global Companies I USD Acc
abrdn Europe (ex-UK) Sus Eq Fd
6,50
6,69
-6,29
15,95
MS INVF Global Opportunity Z
Aberdeen European Sstnb Eq A Acc EUR
5,93
6,66
-6,64
15,02
Ninety One GSF Global Envir I Acc EUR
JPM Europe Strategic Value A (dist) EUR
1,86
6,28
7,23
24,63
Schroder ISF Glb Clmt Chg Eq C Acc USD
13,15
Fidelity European Dynamic Gr A-Dis-EUR
6,61
6,27
-6,37
15,13
Vontobel Clean Technology I EUR
10,42
AB Eurozone Eq IX EUR
3,19
6,06
-2,89
20,97
Schroder ISF Glbl Sust Gr C Acc USD
14,48
Invesco Sus Pan Eurp Stu Eq C € Acc
2,60
5,57
0,77
15,40
Schroder ISF Glb Disruption C Acc USD
Santander Acções Europa CA FIMAA
1,52
5,46
-4,09
19,35
Schroder ISF Global Eq Alp C Acc EUR
Robeco QI Emerging Cnsrv Eqs I €
4,38
4,17
6,95
Templeton BRIC I(acc)USD
4,62
2,13
-21,71
19,10
NB Mercados Emergentes FIMAA
1,38
0,82
-15,08
14,35
78,49
49,22
11,36
63,58
39,49
6,98
22,89
16,84
14,77
19,59
-28,72
19,32
18,35
-4,13
18,83
18,24
-2,86
16,91
17,61
0,04
17,00 13,46
Global Equity Large Cap
58,43
11,95
13,94
17,32
3,62
17,26
-2,99
17,31
16,67
6,79
14,27 16,65
Montepio Acções Europa A FIMAA
1,69
5,11
-2,33
16,86
JPM Global Focus A (dist) EUR
10,52
16,07
6,77
Robeco Sustainable Eurp Stars Eqs D EUR
3,30
4,86
1,35
15,39
Allianz Thematica P EUR
14,20
15,98
1,63
14,70
AXA IM Euro Sélection A
3,74
4,60
-12,12
16,68
Schroder ISF Global Eq C Acc USD
12,32
15,83
7,23
14,28
Fidelity Germany A-Dis-EUR
2,64
3,99
-10,07
19,07
DPAM B Eqs NewGems Sust A Dis
13,61
15,69
-4,82
17,35
DWS Deutschland LC
0,02
3,97
-13,19
24,03
JPM Global Select Equity A (acc) USD
11,20
15,57
8,26
16,24
2,13
3,95
0,13
17,47
Pictet - Global Envir Opps I EUR
11,40
15,53
0,99
16,26
Fidelity European Lgr Coms A-Dis-EUR
28 FUNDSPEOPLE I JULHO E AGOSTO
20 22
DADOS A 31/05/2022
FUNDOS COM RATING FUNDSPEOPLE EM 2022 FUNDO
RETORNO ANUALIZADO 5 ANOS 3 ANOS 1 ANO
VOLAT. 3 ANOS
RETORNO ANUALIZADO 5 ANOS 3 ANOS 1 ANO
FUNDO
VOLAT. 3 ANOS
T. Rowe Price Glb Foc Gr Eq A USD
13,26
15,43
-10,39
17,06
JPM Global Healthcare C (acc) USD
12,32
15,14
8,99
15,01
AB Sustainable Glb Thematic A USD
12,02
15,39
0,04
16,51
BGF World Healthscience A2
11,93
14,59
12,87
13,35
11,15
15,33
15,24
18,63
Fidelity Global Health Care A-Dis-EUR
11,06
12,92
8,90
14,15
13,58
15,26
2,86
15,01
Janus Henderson Glb Life Scn I2 USD
11,10
12,71
5,08
15,31
6,80
8,60
-3,05
18,47
5,14
-39,16
26,14
M&G (Lux) Glb Dividend CI USD Acc Threadneedle (Lux) Global Focus ZU Capital Group New Pers (LUX) ZL
12,15
15,13
-1,02
16,54
Candriam Eqs L Biotech C USD Cap
American Century Concntr Glb Gr Eq I USD
15,21
15,01
0,03
14,88
CS (Lux) Digital Health Equity SB USD
New Capital Glbl Eq Convict USD Inst Acc
12,93
14,71
-5,42
14,34
India Equity
BPI GIF Opportunities I
11,07
14,69
5,96
15,78
Ashoka India Opps A USD Acc
20,11
10,37
22,57
Candriam Sst Eq World R € Acc
9,67
14,50
7,17
16,14
GS India Equity I Inc USD
9,04
13,11
12,96
24,03
Allianz Global Sustainability P EUR
10,96
14,19
8,72
15,70
Nomura Fds India Equity Z USD
10,23
13,02
20,28
23,70
Vanguard Glb Stk Idx $ Acc
10,68
14,07
8,57
15,48
Franklin India I(acc)USD
6,55
9,84
12,26
22,88
Schroder ISF Indian Opports C Acc USD
8,13
7,76
3,42
21,32
8,53
14,69
-1,38
19,19
AB Global Equity Blend S1 USD
9,74
13,95
2,94
15,46
BMO Responsible Global Equity I Inc EUR
11,76
13,90
1,04
15,81
Seilern World Growth CHF H R
11,65
13,72
-4,95
19,44
Nordea 1 - Global Stars Equity BP EUR
11,62
13,56
-0,53
15,20
GS Global Millennials Eq I Acc USD
11,63
13,51
-16,75
17,62
Caixa Ações Líderes Globais FIMAA
11,05
13,34
4,49
14,06
Candriam Eqs L Glbl Demography C EUR Cap
9,64
13,25
2,68
14,53
Ninety One GSF Glb Qual Eq Inc IX Inc $
9,00
12,90
10,84
12,94
Fidelity World A-Dis-EUR
9,45
12,79
3,32
15,40
Nordea 1 - Global Portfolio BP EUR
11,56
12,74
-
16,24
7,27
12,66
10,46
17,94
Robeco BP Global Premium Eqs B EUR GS Global CORE Eq I Inc USD Snap
9,46
12,55
6,49
16,44
CS (Lux) Security Equity BH CHF
9,09
12,50
-4,12
21,38
Pictet-Security I EUR
10,57
12,21
-1,69
17,35
12,19
0,38
16,30
M&G (Lux) Positive Impact LI EUR Acc MS INVF Global Sustain Z USD Acc NSF SICAV Wealth Defender Glbl Eq I USD
11,32
11,81
6,45
11,79
0,36
14,99
AXA Rosenberg Glb Eq Alpha A USD Acc
8,97
11,71
7,74
15,94
Wellington Glbl Quality Gr USD S Ac
12,45
11,62
0,16
14,77
BNY Mellon Long-Term Glbl Eq USD C Acc
10,89
11,42
5,28
14,30
Industrials Sector Equity RobecoSAM Smart Materials Eqs I EUR Infrastructure Sector Equity M&G (Lux) Global Listed Infras L USD Acc DWS Invest Global Infras FC
8,94
13,23
18,69
18,02
12,23
25,59
14,88
LM ClearBridge Infras ValPRGBPHDisAPH+e
7,24
11,72
16,16
17,32
Lazard Global Lstd Infras Eq A Dist GBP
6,42
9,90
16,38
16,82
Wellington Enduring Assets GBP G A1 Di
8,68
9,83
16,89
11,58
GS Japan Equity Ptnrs I Acc EUR Hdg
9,81
13,36
-5,90
16,20
GS Japan Equity R Inc GBP Snap
6,09
8,21
-4,04
14,25
Jupiter Japan Select D USD Acc
7,02
7,96
-2,02
14,56
Japan Equity BNP Paribas Japan Sm Cp Cl C
Pictet-Japanese Equity Opps PJPY
4,27
7,81
-1,50
14,37
Amundi IS MSCI Japan IE-C EUR
4,54
6,35
-1,16
13,28
Man GLG Jpn CoreAlpha Eq I JPY
3,30
6,11
9,36
19,59
Invesco Japanese Eq Adv C JPY Acc
5,37
5,73
-2,92
15,31
Schroder ISF Japanese Eq A Dis AV
3,35
5,00
-3,23
13,07
Aberdeen Japanese Sstnb Eq Sus A Acc JPY
0,80
4,28
-9,56
14,81
5,61
4,04
-16,55
18,24
UBAM 30 Global Leaders Equity AHC EUR
9,47
11,27
-5,78
17,33
NB Momentum Sustentável FIMAA
7,90
11,08
0,36
13,77
7,81
11,01
-2,84
16,83
Latin America Equity
9,38
11,01
-2,66
14,44
DWS Invest Latin American Eqs LC
11,14
8,63
11,84
30,72
10,77
11,43
12,64
Schroder ISF Latin American C Acc EUR
6,62
6,89
16,94
30,54
Long/Short Equity 8,56
Mercer Passive Global Equity M2 EUR H Fidelity Glb Dmgrphcs Y-Acc-GBP DWS Invest ESG Equity Income LC
JPM Japan Equity A (dist) USD
Pictet-Global Megatrend Sel I USD
8,46
10,51
-6,31
16,00
MFS Meridian Global Equity A1 USD
7,84
10,16
1,42
15,61
Janus Henderson Hrzn PanEurpAbsRetI2 EUR
Fundsmith Equity I EUR Acc
11,23
10,02
-1,22
13,66
AB Select Absolute Alpha S1 USD
8,90
11,44
13,03
Fidelity Global Dividend I-Acc-EUR
7,99
9,79
8,11
12,25
GAM Star Alpha Technology EUR Inc
8,89
10,95
-1,29
11,77
CPR Invest Glbl Dsrpt Opp R EUR Acc
9,31
9,78
-16,81
19,13
Alger Dynamic Opportunities A US
8,30
7,99
-7,80
12,79
DWS Invest Top Dividend FC
6,12
9,21
18,19
12,49
Pictet TR - Mandarin I USD
6,94
7,62
-6,50
8,22
Mirabaud Sust Glbl Hi Div A USD Acc
8,34
8,70
9,17
14,97
Eleva UCITS Eleva Abs Ret Eurp S EUR acc
5,62
5,59
1,98
3,88
Robeco Global Consumer Trends D €
9,42
7,01
-20,46
17,38
Pictet TR - Atlas I EUR
2,93
5,16
-1,64
3,12
Templeton Growth (Euro) I(acc)EUR
2,45
6,66
1,49
14,05
Pictet TR - Corto Europe I EUR
1,78
3,85
1,93
3,64
Pictet SmartCity I dm GBP
4,89
4,50
-10,72
16,17
Janus HndrsnAbsolute Return A2 GBP
1,54
3,56
0,16
6,39
Schroder GAIA Egerton Equity C Acc EUR
3,28
3,21
-9,40
11,91
-0,22
-16,62
11,93 25,78
Global Equity Mid/Small Cap
BSF Emerging Coms Abs Ret A2 EUR H
Fisher Invts Instl Glbl Small Cp Eq $ Nordea 1 - Global Climate & Envir BI EUR BNP Paribas Climate Impact Cl C
13,96
20,59
8,29
9,72
13,87
-3,44
-0,09
-13,57
CPR Invest Education E EUR Acc
17,42
Natural Resources Sector Equity BGF World Mining A2
17,86
27,63
17,53
18,68
Allianz Global Metals and Mining I EUR
13,13
22,07
19,80
27,66
Pictet-Timber I USD
10,80
21,57
7,09
20,68
JPM Global Natural Resources A (acc) EUR
14,28
21,26
45,42
25,15
10,57
16,99
-7,92
35,92
3,67
12,25
-12,22
35,05
Greater China Equity Schroder ISF Taiwanese Equity C Acc USD
13,63
20,68
-0,21
16,98
Allianz China A Shares AT USD
15,82
19,57
-19,98
18,31
15,83
-18,32
16,36
DWS Invest Gold and Prec Mtl Eqs FC
11,20
-31,99
19,15
BGF World Gold A2 Real Estate Sector Equity
Schroder ISF All China Equity C Acc USD JPM China A (dist) USD
9,38
Precious Metals Sector Equity
BNP Paribas China Eq Cl C
6,89
8,27
-29,35
17,15
Schroder ISF China Opps C Acc USD
5,68
8,04
-23,42
16,70
Janus Henderson Hrzn PanEurpPtyEqs A2EUR
Ninety One GSF All China Eq IX Acc$
5,74
3,38
-20,62
14,27
Janus Henderson Hrzn GlblPtyEqsA2USD
Schroder ISF Hong Kong Eq A Acc HKD
3,84
2,84
-15,44
14,48
Nordea 1 - Global Real Estate BP EUR
7,45
7,51
9,74
19,28
Fidelity China Consumer Y-Acc-USD
2,24
0,59
-30,82
17,26
M S INVF Global Property I
11,71
3,46
6,44
21,88
UBS (Lux) EF China Oppo(USD) P USD acc
5,95
0,57
-26,02
13,57
Technology Sector Equity Threadneedle (Lux) Global Tech DU
19,53
29,27
9,29
19,72
25,17
2,49
16,52
25,05
5,05
22,30
Healthcare Sector Equity
B PI GIF Technology Revolution M EUR
JPM Thematics Genetic Thrps C2 Acc USD AB Intl Health Care A USD Candriam Eqs L Onclgy Impct I USD Cap
-27,21 13,25
15,72
14,77
13,53
Fidelity Global Technology A-Dis-EUR
15,18
2,30
14,97
BGF Future of Transport Z2 USD
-26,32 20,60
JULHO E AGOSTO I FUNDSPEOPLE 29
20 22
PANORAMA BARÓMETRO
DADOS A 31/05/2022
FUNDOS COM RATING FUNDSPEOPLE EM 2022 FUNDO
Allianz Global Artfcl Intlgc W EUR
RETORNO ANUALIZADO 5 ANOS 3 ANOS 1 ANO
17,17
VOLAT. 3 ANOS
FUNDO
21,64
-19,77
26,39
Robeco BP US Large Cap Equities I $
Wellington Asia Technology USD D Ac
21,32
-7,54
17,53
Fidelity America A-Dis-USD
BNY Mellon Mobility Innovation USD E Acc
20,16
-4,68
21,42
BGF Next Generation Technology Z2 USD
19,19
-27,82
28,04
US Equity Mid Cap
BGF World Technology A2
19,70
19,09
-14,71
22,92
BNP Paribas Disrpt Tech Cl D
18,65
18,94
2,89
17,63
Pictet - Robotics I dy EUR
14,67
18,58
-6,17
19,77
EdRF Big Data N EUR
13,49
18,37
7,61
18,14
JPM US Technology A (dist) USD
19,68
17,77
-15,93
25,53
Polar Capital Global Tech I Inc
17,01
16,63
-9,33
17,48
JPM Europe Dynamic Techs Fd A (dist) EUR
12,35
16,58
-8,37
20,60
Janus Henderson Glb Tech&Inno H2 USD
17,03
16,42
-11,50
18,58
AXAWF Fram Robotech G Cap USD
12,15
16,26
-6,95
18,92
Janus Henderson Hrzn GlbTechLdrs A2USD
14,34
16,11
-7,01
17,59
Franklin Technology A Acc USD
16,77
16,09
-12,85
21,71
UBAM Tech Global Leaders Equity IHC EUR
13,76
-15,08
21,42
AXAWF Framlington Dgtl Ecoy I Cap USD
12,57
-13,54
18,71
Echiquier Artificial Intelligence K EUR
8,49
-32,12
32,35
4,05
-22,43
15,71
1,09
-25,17
21,17
Pictet-Digital PUSD
5,49
Robeco FinTech I USD UK Equity Large Cap Liontrust GF Spec Sits C3 Instl Acc £
6,18
5,35
-1,74
17,10
Threadneedle (Lux) UK Eqs IG GBP Acc
1,22
3,09
-2,49
20,71
BGF United Kingdom E2
2,52
2,31
-10,63
17,44
US Equity Large Cap Blend Thematics Safety H-R/A GBP Schroder ISF US Large Cap A Dis $ AV
13,44
18,85
13,95
15,37
Amundi IS S&P 500 ESG IE-C
14,26
18,16
16,31
16,28
JPM America Equity A (dist) USD
14,55
18,04
13,15
17,55
JPM US Select Equity A (acc) USD
13,48
17,76
10,52
16,98
17,56
11,25
16,54
BNY Mellon Dynamic U.S. Equity USD W Acc
VOLAT. 3 ANOS
10,98
15,31
16,72
8,84
13,55
20,65
Robeco BP US Premium Equities IH €
7,28
12,37
-0,45
20,16
MFS Meridian US Value A1 USD
8,56
11,95
13,36
16,06
9,17
9,90
-11,12
18,33
BL-American Small & Mid Caps B EUR Hdg
18,52
US Equity Small Cap Legg Mason RY US SmCp Opp A USD Dis(A)
11,69
21,15
-0,10
26,98
Threadneedle (Lux) Amer Smlr Com 9U USD
12,36
17,93
1,39
20,49
T. Rowe Price US Smlr Cm Eq Q USD
13,91
15,15
0,69
17,77
Fisher Invst Instl US SmCp Cr Eq ESG USD
12,14
12,83
-6,76
21,41
JPM US Smaller Companies A (dist) USD
8,02
10,14
-1,37
19,79
Alger Small Cap Focus I US
7,62
-2,17
-31,91
23,62
10,95
11,33
-1,24
13,11
6,91
6,62
-8,89
11,09
OFI Fund RS Glbl Convert Bond I C EUR
2,07
4,29
-12,96
10,74
JPM Global Convert (EUR) A (dist) EUR
0,66
1,96
-23,98
15,41
Allianz Convertible Bond AT EUR
-0,15
0,49
-6,17
6,79
Convertibles BNP Paribas Europe Sm Cp CnvrtI C Franklin Glbl Convert Secs I(acc)EUR Lazard Convertible Global PC EUR
Commodities Broad Basket PIMCO GIS Cmdty Real Ret Instl USD Acc
14,10
25,42
64,45
16,99
StructGSQrtxMdfdStgyBlmbrgCmdIdxTR I$
13,50
23,36
63,66
13,99
5,74
10,42
-17,20
17,68
6,24
12,04
11,88
14,70
4,56
6,29
5,60
3,58
-2,23
14,11
Commodities Specified Ofi Fincl Inv Precious Metals I
-20,19
RETORNO ANUALIZADO 5 ANOS 3 ANOS 1 ANO
Alternative Miscellaneous Schroder GAIA BlueTrend C Acc EUR Hedged ThomasLloyd Sust Infras Inc R USD Acc M an AHL Trend Alternative DNY H EUR Acc
3,61
Global Macro
Vanguard U.S. 500 Stk Idx $ Acc
13,78
17,31
13,22
16,06
P olar Capital Global Abs Rt S EUR H Acc
6,33
-0,31
7,92
AXA Rosenberg US Enh Idx Eq Alp A $ Acc
13,45
17,15
12,02
15,77
Schroder GAIA WellingtonPagosa C AccEURH
4,08
4,48
4,04 6,82
Amundi Fds US Pioneer Fund C EUR C
13,84
17,14
9,85
15,04
GS Global Absolute Ret IO Acc USD
1,96
2,60
6,67
Amundi IS MSCI North America IE-C
13,53
17,01
11,09
16,45
JPM Global Macro A (acc) USD
3,88
2,57
6,96
7,04
Pictet-USA Index P USD
13,43
16,91
12,82
16,05
JPM Global Macro Opps A (acc) EUR
2,41
0,84
-10,75
5,64
AXA Rosenberg US Equity Alpha A USD Acc
12,05
15,41
12,42
16,86
Eurizon Absolute Prudent R Acc
-0,54
-1,04
-4,06
1,76
GS US CORE Equity Base Inc USD Snap
12,25
15,31
9,83
16,48
Market Neutral
IMGA Ações América A FIAA
11,61
15,09
9,60
14,78
Lumyna-MW TOPS (MN) UCITS USD B (acc)
T. Rowe Price US Eq I USD
11,97
14,44
9,65
16,11
BSF Global Event Driven Z2 USD
5,57
5,80
10,77
7,78
NN (L) US Enh Cr Concntr Eq P Dis USD
11,83
14,15
11,11
16,73
Man GLG Alpha Select Alt DLH EUR
5,98
5,12
9,16
4,02
Legg Mason CB US Eq Sust Ldrs A EURH Acc
11,14
13,96
-9,33
17,03
MW Systematic Alpha UCITS A EUR
3,62
4,51
5,97
4,74
JPM US Select Equity Plus A (acc) EURH
9,60
13,94
-6,51
18,73
Lumyna PSAM Global Event EUR A Acc
3,69
4,19
-3,97
8,90 2,67
Neuberger Berman US MltCp Opps USD1 IAcc
11,54
13,62
7,13
18,06
BMO Real Estate Eq Mkt Netrl B Acc EUR
3,01
3,28
2,34
AB Select US Equity A EUR H
9,46
13,14
-1,69
17,31
BPI GIF Alt Fund Iberian Eq L&S I
1,87
3,07
1,61
3,16
Allianz Best Styles US Equity AT H2 EUR
8,61
11,64
-3,20
17,88
BSF European Absolute Return A2 EUR
3,39
2,89
3,02
6,38
-0,49
-0,20
-2,42
2,08
AB Sustainable US Thematic A USD
14,76
18,16
5,63
16,46
Multialternative
Amundi Fds Pio US EqFundmGr M2 EUR C
14,20
16,72
7,00
16,56
NN (L) Alternative Beta I Cap USD
6,28
8,96
11,91
5,95
New Capital US Growth GBP Acc
12,21
16,56
-11,26
22,80
Neuberger Bm Uncrltd Strats USD I5 Acc
4,62
5,26
23,66
10,54
AB American Growth C USD
14,47
15,98
1,27
16,42
Nordea 1 - Alpha 10 MA Fd BP EUR
2,62
4,66
1,34
6,79
Janus Henderson US Forty A2 USD
13,91
13,91
-7,52
17,71
Franklin K2 Alt Strats I(acc)USD
3,13
3,16
7,70
7,16
BPI América D FIAA
11,65
13,84
6,78
16,71
N ordea 1 - Alpha 7 MA Fd BC EUR
3,12
1,01
4,61
T. Rowe Price US Lg Cap Gr Eq I USD
Candriam Risk Arbitrage C
US Equity Large Cap Growth
14,30
13,10
-7,98
19,33
Pictet TR - Div Alpha J EUR
0,54
1,69
-3,73
3,23
Vontobel US Equity A USD
11,57
12,64
7,95
15,47
GS Absolute Ret Trkr I Acc EUR Hdg
0,92
1,54
-5,59
7,19
Brown Advisory US Equity Growth $ B
14,45
12,32
-7,20
18,27
Aggressive Allocation
MS INVF US Growth I
60,57
11,82
-44,94
33,79
Allianz Dyn MltAst Stgy SRI75 I EUR
8,59
12,86
6,96
12,56
Allspring (Lux) WW USLrgCpGr IEUR Acc
14,30
11,74
-6,20
19,48
GS Global MA Gr I Acc USD
7,00
9,51
7,29
12,33
Franklin US Opportunities A(acc)USD
11,82
11,23
-8,42
20,36
First Eagle Amundi International AU-C
5,27
8,33
7,68
12,05
Legg Mason CB US Lg Cp Gr B USD Dis(A)
11,47
10,87
-5,33
17,98
Barclays GlobalBeta Port 4 A Acc GBP
6,05
8,20
0,94
12,58
T. Rowe Price US Blue Chip Eq A USD
11,65
9,28
-10,69
19,99
BSF Managed Index Port Growth A2 EUR
5,41
7,59
-3,84
13,59
MS INVF US Advantage I
31,88
-5,00
-43,92
28,30
CS (Lux) Portfolio Growth CHF B
4,49
7,56
2,14
10,78
Santander Acções América CA FIMAA
-4,45
-10,56
-42,55
25,58
I MGA Alocação Dinâmica A FIMA
2,36
4,76
-3,08
13,48
3,62
-3,92
9,44
13,52
19,15
23,67
17,56
Allocation Miscellaneous
11,21
15,65
15,30
17,74
GS US RlEstt Bal R USD (MDist Cap (MBS))
7,27
9,41
12,95
Santander Select Dinâmico A FIMA
US Equity Large Cap Value DWS Invest CROCI US Dividends USD LC JPM US Value C (dist) USD
30 FUNDSPEOPLE I JULHO E AGOSTO
20 22
DADOS A 31/05/2022
FUNDOS COM RATING FUNDSPEOPLE EM 2022 FUNDO
RETORNO ANUALIZADO 5 ANOS 3 ANOS 1 ANO
VOLAT. 3 ANOS
Cautious Allocation Caixa Defensivo PPR/OICVM FIA
-5,64
Schroder ISF Glbl MA Bal C Acc EUR
3,38
6,51
-1,49
8,53
GS Global MA Cnsv I Acc USD
4,05
4,78
4,44
7,90
U Asset Allocation Enhancement USD Acc
3,31
3,78
5,86
5,88
CS (Lux) Portfolio Yield CHF B
1,68
3,51
0,59
6,83
Amundi Fds Global MA Cnsrv C EUR C
1,48
2,85
-4,31
5,23
Ninety One GSF Glb MA Inc A Acc USD
3,08
2,78
8,45
6,64 8,92
Invest Alves Ribeiro PPR FIMA
2,71
2,74
-3,67
ODDO BHF Polaris Moderate Cl EUR
1,70
2,46
-2,19
5,62
Invesco Pan European Hi Inc A EUR QD
1,33
2,45
-4,41
9,23
Pictet-Multi Asset Global Opps I EUR
1,69
2,31
-4,42
4,44
NB PPR/OICVM FIMA
3,36
2,13
-5,36
10,15
Bankinter 50 PPR/OICVM A FIMA
0,66
2,05
-6,55
9,64
BPI Moderado FIAF
0,74
1,82
-2,51
4,19
Allianz Dyn MltAst Stgy SRI15 AT EUR
1,20
1,63
-3,61
5,21
Caixa Seleção Global Moderado FIMA
0,93
1,51
-6,87
7,04
1,45
-4,90
5,10
1,38
-5,22
5,65
Caixa Wealth Defensivo D FIMA Amundi Fds Mlt Asst Sust Fut I EUR C
1,79
FvS - Multi Asset - Defensive I
1,05
1,37
-3,68
6,74
JPM Global Income Cnsrv C (acc) EUR
1,08
0,85
-6,54
6,02
Santander Poupança Valorização FPR FIAA
0,28
0,83
-3,98
4,78
Caixa Inv Socialmente Resp FIMA
0,71
0,71
-6,39
7,97
IMGA Alocação Conservadora A FIMA
-0,05
0,30
-7,51
7,34
Bankinter 25 PPR/OICVM A FIMA
-0,40
-0,02
-7,35
7,40
0,25
-0,04
-7,89
7,50
-0,50
-0,61
-5,80
3,66
-0,61
-4,87
4,76
M&G (Lux) Optimal Income CI EUR Acc Caixa Seleção Global Defensivo FIMA Santander Sustentável FIMA BPI Reforma Investimento PPR/OICVM FIAPR
-0,87
-0,65
-7,23
7,39
Allianz Strategy 15 CT EUR
-0,01
-1,00
-6,78
5,13
Santander Poupança Prudente FPR FIAA
-1,43
-2,78
-9,50
5,39
Flexible Allocation Ninety One GSF Glb Mac Allc IX Acc USD
9,16
11,35
14,96
10,08
RETORNO ANUALIZADO 5 ANOS 3 ANOS 1 ANO
FUNDO
VOLAT. 3 ANOS
PIMCO GIS Dyn Mlt-Asst Instl EUR Acc
2,79
4,64
-6,97
5,82
B NY Mellon Glbl Rl Ret (EUR) W Acc
3,00
4,18
-4,25
8,16
Moderate Allocation Caixa Arrojado PPR/OICVM FIA
-8,17
Caixa Moderado PPR/OICVM FIA
-6,81
Ruffer Total Return Intl I GBP Cap
6,55
13,13
6,29
Capital Group American Bal (LUX) Z
8,92
10,94
11,30
9,43
Janus Henderson Balanced A2 USD
8,85
9,54
8,43
10,52
BGF Global Allocation A2
5,91
9,03
1,12
9,85
8,74
-5,58
7,32
6,75
7,98
Carmignac Pf Patrimoine Europe A EUR Acc
8,48
Capital Group Glob Alloc (LUX) Z
6,54
8,51
Allianz Dyn MltAst Stgy SRI50 W EUR
5,58
8,44
3,51
8,92
7,13
7,91
2,75
9,99
Acatis Gané Value Event Fonds A
6,39
7,80
-2,01
12,88
Allianz Income and Growth I H2 EUR
5,60
7,61
-9,22
14,07
BGF ESG Multi-Asset E2 EUR
5,01
7,23
0,66
8,28
MFS Meridian Prudent Wealth I1 USD
7,41
6,93
5,35
5,54
MFS Meridian Global Total Ret A2 USD
4,83
6,78
5,21
9,22
Barclays GlobalBeta Port 3 A Acc GBP
4,53
6,10
-1,15
10,86
Jupiter Merlin Intl Bal D EUR Acc
5,07
6,10
-1,25
8,72
Man AHL TargetRisk D H EUR
5,51
5,34
-0,77
8,53
MFS Meridian Prudent Capital I1 USD
5,39
4,84
5,31
5,03
BMO Sustainable Mul Ast Inc I Inc EUR
2,53
4,73
-2,85
7,01
M&G (Lux) Income Allocation C EUR Acc
2,93
4,58
-0,06
10,98
JPM Global Balanced A (acc) EUR
3,33
4,16
-7,95
9,34
Bankinter 75 PPR/OICVM A FIMA
1,75
4,04
-6,67
11,78
BGF Global Multi-Asset Inc A2
3,59
3,88
5,19
8,47
BPI Dinâmico FIAF
1,73
3,63
-2,66
6,54
3,47
-6,97
8,68
Caixa Seleção Global Arrojado FIMA
2,15
3,38
-8,18
10,62
Carmignac Pf Patrimoine F EUR Acc
7,43
T. Rowe Price Glb Alloc I USD
Caixa Wealth Moderado D FIMA -0,06
2,80
-12,41
F vS Multi Asset - Balanced I
2,27
2,79
-4,26
8,71
IMGA Alocação Moderada A FIMA
1,12
2,63
-4,67
9,47 5,87
7,00
7,25
6,60
8,06
Nordea 1 - Stable Return BP EUR
0,94
2,50
-0,67
4,51
6,16
-0,68
8,76
JPM Global Income A (div) EUR
1,47
2,19
-5,13
9,81
FvS Multiple Opportunities II RT
4,39
5,51
-3,04
9,04
Fidelity Glb Mlt Ast Inc A-Acc-USD
2,71
2,00
2,88
8,67
DWS Concept Kaldemorgen EUR FC
3,45
5,17
3,24
6,61
Santander Select Moderado A FIMA
0,52
-4,93
5,82
M&G (Lux) Dynamic Allocation CI EUR Acc
2,35
5,01
3,11
11,68
Santander Rendimento FIMA
-0,01
-5,63
8,22
P
R
TNE
AR
AR
R
P
BL-Global Flexible USD B BL-Global Flexible EUR B
TNE
A OPINIÃO DE SANDRA CROWL Stewardship director, Carmignac
TRANSIÇÃO ENERGÉTICA – É PRECISO AGIR JÁ!
Furacões, secas... No que diz respeito ao ambiente, é evidente que a humanidade está a enfrentar uma verdadeira emergência climática. Numerosos relatórios científicos, tais como os publicados pelo IPCC (Painel Intergovernamental sobre as Alterações Climáticas), testemunham que não há qualquer recuo nas alterações climáticas. Quando se trata de investir, é melhor ser flexível e optar por uma abordagem pragmática. Isto é ainda mais verdade quando se trata de enfrentar os desafios das alterações climáticas. Realisticamente, investir apenas em empresas exemplares não conseguirá a redução relevante nas emissões de gases com efeito de estufa. Na Carmignac, investimos não só
em fornecedores de energia verde, mas também em empresas que desempenham um papel fundamental na transição energética, aquelas que são emissoras de CO2 mas que acabarão por desempenhar um papel muito importante na descarbonização da economia ao transformarem as suas atividades. Queremos ter um impacto real, encorajando estes atores principais a reduzirem as suas emissões de carbono através do nosso envolvimento e diálogo com eles. Além disso, financiamos indústrias que oferecem soluções inovadoras que têm um impacto indireto na redução de CO2 (empresas de isolamento de edifícios, economias circulares, etc.). JULHO E AGOSTO I FUNDSPEOPLE 31
PANORAMA O SETOR EM NÚMEROS por Catarina Vinagre
ABRIL E MAIO
INDÚSTRIA EUROPEIA DE FUNDOS DE INVESTIMENTO SOFRE FORTE REVÉS
E
ste ano tem-se revelado rico em incertezas e os meses de abril e maio não foram exceção. Os riscos a monitorizar são mais que muitos: problemas nas cadeias de fornecimento, o conflito entre a Rússia e a Ucrânia, inflação, crise energética… Com tantos fatores a ter debaixo de olho, os reembolsos têm-se multiplicado e os investidores demonstram cada vez mais aversão ao risco e uma procura por proteção. Do lado dos bancos centrais, a Reserva Federal e o BCE optaram por uma postura semelhante, embora este último se tenha mantido mais tímido.
na Europa
Barómetro
A recuperação que o mercado europeu de fundos registou em março foi sol de pouca dura. Em maio a indústria voltou a dar um trambolhão e desceu para os 12,26 biliões de euros, um valor que não baixava tanto desde março de 2021.
Após em março ter surpreendido os mercados ao dar continuidade ao tapering, Christine Largarde optou por não mexer nas taxas em abril, atitude que desiludiu aqueles que apostaram num BCE mais hawkish na sequência da postura mais agressiva adotada pela Fed. Já Jerome Powell não desapontou e aumentou as taxas em 50 pontos base, a maior subida da Fed desde o ano 2000. Os dados da Morningstar e da J.P. Morgan AM compilados exclusivamente para a FundsPeople, expõem o momento convulso que o mercado atravessa. Em apenas dois meses, entre março e maio, a indústria euro-
PATRIMONIO
PATRIMÓNIO PATRIMÓNIO E 15.000.000 15000000 CAPTAÇÕES DE FUNDOS UCITS 14.000.000 14000000 NA EUROPA
(Em milhões de euros, inclui monetários)
13.000.000 13000000 12.000.000 12000000 11.000.000 11000000
PATRIMÓNIO
10.000.000 10000000 9.000.000 9000000
ABR.
CAPTACIONES NETAS
MAI.
JUN.
JUL.
SET
OUT.
NOV.
DEZ.
JAN.
FEV.
MAR.
ABR.
MAI.
SET
OUT.
NOV.
DEZ.
JAN.
FEV.
MAR.
ABR.
MAI.
2020
CAPTAÇÕES LÍQUIDAS 150.000 100.000 50000 50.000 CAPTAÇÕES LÍQUIDAS 0 0 MÊS COM -50000 -50.000 ENTRADAS LÍQUIDAS -100000 -100.000
AGO.
150000
100000
MÊS COM SAÍDAS LÍQUIDAS
ABR.
Con monetarios
32 FUNDSPEOPLE I JULHO E AGOSTO
MAI.
JUN.
JUL.
AGO. 2020
Sin monetarios
P
AR
P
R
TNE R
AR
TNE
A OPINIÃO DE ELENA DOMECQ Membro da equipa de Cliente e Estratégia para Espanha e Portugal da J.P. Morgan AM
DISTRIBUIÇÃO DO PATRIMÓNIO NA EUROPA EM MAIO MERCADO
OBRIGAÇÕES
Internacional (*)
2.090.745
AÇÕES
OUTROS
2.964.595
295.830
MISTOS
MONETÁRIOS
724.728
TOTAL
933.953
7.009.851 1.331.222
Reino Unido
208.091
857.558
25.753
211.882
27.938
Alemanha
137.342
235.082
66.204
108.696
330.467
877.792
57.153
254.642
156.472
125.985
4.887
599.138
França Suíça
183.479
275.146
30.140
50.338
24.614
563.717
Itália
78.369
352.252
3.825
71.858
0
506.304 253.259
Suécia
89.416
51.243
16.198
86.964
9.438
Espanha
46.099
30.813
3.996
131.237
2.983
215.128
3.147.356
5.387.157
680.129
1.696.924
1.356.254
12.267.821
TOTAL
DISTRIBUIÇÃO DAS CAPTAÇÕES LÍQUIDAS NA EUROPA EM ABRIL E MAIO MERCADO
OBRIGAÇÕES
Internacional (*)
AÇÕES
OUTROS
MISTOS
MONETÁRIOS
TOTAL
-25.797
-5.712
-1.710
2.204
-12.224
-43.239
1.330
-5.312
-374
1.995
126
-2.235
Alemanha
-3.007
214
-194
965
5.128
3.106
França
-1.706
2.743
930
780
139
2.886
Suíça
2.243
-770
-193
566
-679
1.167
Itália
-51
1.171
-94
-155
0
871
2.571
741
402
-553
200
3.361
-1.008
590
-139
-941
-41
-1.539
-27.377
-8.346
-971
5.827
-6.129
-36.996
Reino Unido
Suécia Espanha TOTAL
*Os dados do Luxemburgo incluem os fundos domicíliados em Dublin. Os monetários dinâmicos incluem-se em outros.
JUN.
JUL.
AGO.
SET.
OUT.
NOV.
DEZ.
JAN.
FEV.
2021
JUN.
JUL. 2021
MAR.
ABR.
MAI.
ABR.
MAI.
2022
AGO.
SET.
OUT.
NOV.
DEZ.
JAN.
FEV.
MAR. 2022
MERCADOS SOB PRESSÃO No 1.º semestre de 2022, o otimismo da recuperação pós-pandemia conheceu a inflação persistente e o endurecimento da política monetária. Investidores e bancos centrais subestimaram a rigidez da inflação. Mas, como sugere a forte venda de ações na primeira metade do ano, os riscos de inflação elevada e do crescimento mais lento, são agora amplamente reconhecidos. Durante 2022 e até 2023, prevemos um período prolongado de crescimento abaixo do esperado. Embora a economia global possa evitar uma recessão, os mercados de ativos estarão sob pressão. O mercado de trabalho sob condições apertadas e procura agregada excessiva, exigirá que os responsáveis desacelerem o crescimento. As nossas carteiras estão posicionadas para um crescimento abaixo da tendência e para uma queda nas expectativas de lucros, com pouca ou nenhuma redução no endurecimento das políticas para os próximos trimestres. Estamos inclinados para posições curtas em risco e esperamos mais volatilidade no curto prazo. Os ativos de risco ainda não refletem totalmente a desaceleração do crescimento. Cortes nas previsões de lucros de dois dígitos e uma maior rotação defensiva dentro dos índices podem sinalizar uma capitulação total. Esperamos que os bancos centrais consigam conter as pressões inflacionistas às custas do crescimento. Os mercados de obrigações provavelmente concentrar-se-ão mais numa desaceleração significativa do crescimento do que no risco de inflação ascendente nos próximos meses. Isso leva-nos a posicionarnos como neutrais em duração. JULHO E AGOSTO I FUNDSPEOPLE 33
PANORAMA O SETOR EM NÚMEROS
OS FUNDOS INTERNACIONAIS UCITS QUE MAIS CAPTAM NO MÊS EM AÇÕES
EM OBRIGAÇÕES
FUNDO
VOL.
FUNDO
EM ABRIL
EM MULTIATIVOS E OUTROS VOL.
EM ABRIL
UBS FS MSCI ACWI SF ETF
FUNDO
VOL.
EM ABRIL
928
The NT Euro Government Bond Index Fund
iShares Physical Gold ETC
675
UniGlobal
815
DNCA Invest Alpha Bonds
569
DWS Concept Kaldemorgen
334
Lyxor Core STOXX Europe 600 (DR)
792
iShares Euro Credit Bond Index Fund (IE)
558
Amundi Physical Gold ETC
322
iShares Core FTSE 100 ETF
468
BlackRock ICS USD Ultra Short Bond
531
Lyxor EUR 2-10Y Inflation Expct ETF
227
M&G (Lux) Global Listed Infras Fd
423
iShares $ High Yld Corp Bd ETF
485
Candriam Abs Ret Eq Mkt Netrl
158
Invesco MSCI Saudi Arabia ETF
396
Barings Global Loan Fund
434
SEB Asset Selection Fund
137
Fidelity Global Dividend Fund
287
iShares US Corporate Bond Index Fd (IE)
421
JPM Global Macro Opportunities Fund
135
UniGlobal -net-
266
iShares UK Credit Bond Index Fund (IE)
337
Acatis Gané Value Event Fonds
106
HSBC MSCI World ETF
260
iShares $ Treasury Bd 1-3y ETF
312
Blackstone Diversified Multi-Strategy
105
UBS ETF MSCI Australia
256
iShares $ Short Dur Corp Bd ETF
311
Xtrackers Physical Gold EUR hgd ETC
99
EM MAIO
611
EM MAIO
EM MAIO
iShares Core S&P 500 ETF
1.559
Focused SICAV US Treasury Bond USD CHF
1.840
Allianz Dynamic Multi Asset Strat SRI 50
411
827
Focused SICAV US Treasury Bond USD Acc
1.410
DWS Concept Kaldemorgen
312
Invesco EQQQ NASDAQ-100 ETF
744
iShares $ Treasury Bd 3-7y ETF
655
UBS FS Bloomberg Commodity SF ETF
305
SSGA State Street Wld ESG Idx Eq Fd
503
BlackRock ICS USD Ultra Short Bond
633
Amundi Fds Volatility World
220
UBS ETF Global Gender Equality
475
iShares Core € Corp Bond ETF
625
Man AHL Trend Alternative
214
iShares Core EURO STOXX 50 ETF (DE)
448
Focused High Grade Bond USD
565
Lyxor Cmdts Rfntv/CrCmd CRB TR ETF
184
iShares Developed World Index Fund (IE)
324
iShares $ Treasury Bd 7-10y ETF
522
BGF ESG Multi-Asset Fund
179
HSBC GIF Global Real Estate Equity
322
Focused High Grade Bond USD
506
WisdomTree Physical Core Gold
172
MS INVF Global Brands Fund
305
Barings Global Loan Fund
494
Allianz Better World Moderate
138
iShares S&P 500 EUR Hedged ETF
301
BNP Paribas Easy € Corp Bond SRI Fssl Fr
444
SEB Asset Selection Fund
133
Nordea 1 - European Stars Equity Fund
Fonte: Morningstar e J.P. Morgan AM. Em milhões de euros.
peia de fundos de investimento caiu 876.706 milhões de euros, fixando-se nos 12,26 biliões de euros. O mercado não descia tanto desde março de 2021. Uma vez mais, também a distribuição das captações líquidas na Europa permanece a vermelho, sendo a categoria de fundos mistos a única exceção à regra.
GESTÃO PASSIVA
Colocando na mira as classes de ativos, podemos perceber que se mantém a preferência pela gestão passiva. Os ETF e fundos indexados dominam o Top de fundos de ações que alcançaram mais captações líquidas. Uma novidade, porém, é a diversidade de temáticas e geografias. Quando nos últimos meses a procura se focou bastante em ações globais e ESG, em abril e maio, foi notório o interesse, por exemplo,
por fundos como o M&G (Lux) Global Listed Infrastructure ou o HSBC GIF Global Real Estate Equity. No que concerne as obrigações, em abril é de sublinhar que a iShares foi capaz de colocar seis produtos entre os 10 fundos que mais captaram. Com este feito notável a entidade encaixou 2.424 milhões de euros apenas com estes veículos de investimento. Em maio, quem brilhou foi o Focused SICAV US Treasury Bond USD. Este fundo de gestão passiva gerido pela UBS e presença constante neste ranking, conseguiu subscrições líquidas muito acima da média ao atingir os 3.250 milhões de dólares. No campo dos multiativos e outros, a procura por ouro voltou a ganhar terreno, principalmente em abril. Vale ainda realçar um fundo que esteve em destaque em ambos os meses, o DWS
Concept Kaldemorgen. Com Rating FundsPeople em 2022 e sob alcançada do veterano Klaus Kaldemorgen, este produto da DWS conseguiu, no somatório dos dois meses, captações de 646 milhões de euros.
ISHARES SOBRESSAI
No grupo que engloba os monetários, em abril, a Natixis conseguiu alcançar subscrições líquidas na ordem dos 6.515 milhões de euros, tendo logo no seu encalço a Amundi, que chegou aos 6.195 milhões de euros. Quanto a maio, a HSBC captou um total de 7.324 milhões de euros, valor que catapultou a gestora para o primeiro lugar da tabela. No segmento que não inclui os monetários, o grande destaque vai para a iShares. O braço de ETF da BlackRock conseguiu, no conjunto dos dois meses atingir 9.100 milhões de euros.
Con monetarios COM MONETÁRIOS
GRUPOS QUE MAIS CAPTAM NO MÊS NEGÓCIO INTERNACIONAL
EM ABRIL Natixis
Sin monetarios SEM MONETÁRIOS EM ABRIL
6.515
iShares
4.889
Amundi
6.195
Lantern Structured A. M.
3.599
iShares
4.952
Vanguard
2.851
Goldman Sachs
4.627
Mercer Global Invest.
1.019
Lantern Structured A.M.
3.599
Aviva
EM MAIO
989
EM MAIO
HSBC
7.324
iShares
4.297
BlackRock
6.710
Amundi
2.956
iShares
4.422
UBS
2.316
Morgan Stanley
3.620
Vanguard
2.240
Swedbank
2.316
Invesco
1.765
34 FUNDSPEOPLE I JULHO E AGOSTO
Investir no combate às alterações climáticas exige inteligência
As alterações climáticas constituem um dos maiores desafios que se deparam à nossa sociedade. Por esse mundo fora, porém, existem empresas dinâmicas que estão a enfrentar o desafio com abordagens inovadoras, criando oportunidades multissetoriais para investidores que queiram fazer parte da solução.
Para mais informações digitalize o nosso código QR
O seu capital poderá estar em risco. LV-JPM53369 | 03/22 | 09ql222903091954
TENDÊNCIAS CAPA
por Catarina Vinagre
12 VOTOS
CRISTINA CARVALHO
AMUNDI
12 VOTOS
FRANCISCO AMORIM
JUPITER AM
7 VOTOS
MARIO AMIGO
NORDEA AM
6 VOTOS
ANDRÉ THEMUDO
BLACKROCK
11 VOTOS
TIAGO FORTE VAZ
PICTET AM
5 VOTOS
ANA CARRISSO
FIDELITY INTERNACIONAL
9 VOTOS
VASCO NUNO JESUS
MCH INVESTMENTS
5 VOTOS
MÁRIO PIRES
SCHRODERS
RESPONSÁVEIS DE VENDAS FAVORITOS
INFORMAÇÃO E DIVERSIFICAÇÃO SÃO PALAVRAS DE ORDEM
Com a pandemia praticamente ultrapassada, esperava-se que este ano fosse possível respirar de alívio. Contudo, o atual contexto macroeconómico e geopolítico, fez com que a profissão de vendas de fundos de investimento enfrentasse alguns desafios.
36 FUNDSPEOPLE I JULHO E AGOSTO
5 VOTOS
TERESA MOLINS
FRANKLIN TEMPLETON
2 VOTOS
ALVARO ANTON LUNA
ABRDN
G
4 VOTOS
MIGUEL LUZARRAGA
ALLIANCEBERNSTEIN
2 VOTOS
BORJA MATEO
BLUEBAY AM
uerra na Europa. Subida das taxas de juro. Inflação crescente. Este ano tem sido marcado por algumas adversidades que têm causado volatilidade, e dificultado o trabalho dos responsáveis de Vendas das gestoras internacionais. Responder aos requisitos do cliente português, extremamente exigente e algo conservador, pode ser desafiante, mas houve quem passasse com distinção. A FundsPeople apurou junto dos selecionadores de fundos nacionais quem são esses profissionais que se
3 VOTOS
3 VOTOS
FRANCISCO NETO
SCHRODERS
2 VOTOS
DIOGO GOMES
UBS AM
RITA FERNANDES
GAM
2 VOTOS
JOÃO MARTINS
PIMCO
destacam pela excelência com que exerceram as suas funções. Ao repto que lançámos, responderam 27 profissionais de 22 entidades portuguesas. Os resultados falam por si. No Top 5 figuram Cristina Carvalho, da Amundi, e Francisco Amorim, da Jupiter AM, ambos com 12 votos; Tiago
CONSEGUIR PASSAR AO CLIENTE UMA MENSAGEM CLARA E CONCISA É CRUCIAL NA PROFISSÃO DE VENDAS JULHO E AGOSTO I FUNDSPEOPLE 37
TENDÊNCIAS CAPA
2 VOTOS
JUAN FIERRO
JANUS HENDERSON INVESTORS
2 VOTOS
ROMUALDO TRANCHO
ALLIANZ GLOBAL INVESTORS
1 VOTO
CHRISTOPHER MASSEY
LEGAL & GENERAL IM
1 VOTO
DANIEL PINGARRÓN
NATIXIS INVESTMENT MANAGERS
2 VOTOS
RUBEN GARCIA
COLUMBIA THREADNEEDLE INVESTMENTS
1 VOTO
ERICH STOCK
WELLINGTON
Forte Vaz, da Pictet AM, com 11; Vasco Jesus, da MCH Investments, com 10; e Mário Amigo, da Nordea AM, com nove.
UMA MENSAGEM CLARA
Estes cinco profissionais puseram as cartas na mesa e confidenciaram quais são as dificuldades que o atual contexto do mercado acarreta, e de que forma as têm conseguido superar, colocando sempre as necessidades do cliente em primeiro lugar. 38 FUNDSPEOPLE I JULHO E AGOSTO
1 VOTO
ANDREA BUGNONI
FIRST TRUST
1 VOTO
GREGG GUERIN
FIRST TRUST
Como explica Cristina Carvalho, “a incerteza, quer do ponto de vista da situação geopolítica, quer da implementação das medidas por parte dos bancos centrais, exige que estejamos ainda mais atentos aos investimentos dos clientes e parceiros para estarem sempre o mais informados possível”. Isto, confessa, “nem sempre é fácil tendo em conta a velocidade dos acontecimentos”. Do mesmo modo, Francisco Amorim comenta que uma das maiores
1 VOTO
ISABEL LINIERS
DWS
1 VOTO
JAIME FRANCO BORRELL
NEUBERGER BERMAN
1 VOTO
MANUEL ARROYO
J.P. MORGAN AM
1 VOTO
PEDRO COSTA FELIX
CAPITAL STRATEGIES PARTNERS
exigências deste trabalho é conseguir ter “a capacidade de passar uma mensagem clara da visão das equipas de gestão”, enquanto se antecipam às opiniões contrárias e se mantêm sempre fiéis às convicções dos gestores, evitando assim “o ruído do curto prazo”.
1 VOTO
JOÃO ARANHA
HEPTAGON CAPITAL
1 VOTO
RAMON CARRASCO
CARMIGNAC
1 VOTO
LUIS BELTRAMI
FLOSSBACH VON STORCH AM
1 VOTO
REYES GARCIAREOL
LA FRANÇAISE
OS SELECIONADORES NACIONAIS TÊM PROCURADO ESTRATÉGIAS DEFENSIVAS PARA MINIMIZAR A TURBULÊNCIA DOS MERCADOS
DIVERSIFICAÇÃO
Para onde caminha a procura dos selecionadores nacionais? Com um perfil tradicionalmente defensivo a moderado, estes profissionais têm procuJULHO E AGOSTO I FUNDSPEOPLE 39
P
AR
P
R
TNE R
TENDÊNCIAS CAPA
AR
TNE
A OPINIÃO DE MÁRIO PIRES Diretor de Clientes Institucionais e do mercado português, Schroders
ENTIDADES QUE PARTICIPAM ABANCA Alvarium Investments Ask Baluarte Banco BPI Banco Carregosa Bankinter Bankinter Gestión de Ativos-Sucursal em Portugal BBVA AM Portugal BiG BPG CA Gest DWM do Millennium bcp GNB Gestão de Ativos Golden Wealth Management HawkClaw Capital Advisors IM Gestão de Ativos Montepio Gestão de Ativos novobanco Optimize Investment Partners Santander Asset Management
DIVERSIFICAÇÃO E ASSIMETRIA SÃO DUAS DAS PALAVRAS QUE MELHOR DEFINEM A PROCURA DOS SELECIONADORES POR ESTA ALTURA
40 FUNDSPEOPLE I JULHO E AGOSTO
rado, como explica Tiago Forte Vaz, “estratégias que possam minimizar os efeitos negativos da turbulência dos mercados nas suas carteiras, mas que mantenham a possibilidade de continuarem investidos”. Na mesma linha, Mário Amigo comenta que os “selecionadores portugueses estão dispostos a olhar para estratégias que promovam diversificação às classes tradicionais e que possam apresentar interessantes propostas de retornos ajustados ao risco para um cenário de maior incerteza” Vasco Jesus acrescenta que os clientes têm procurado estratégias que ofereçam uma maior assimetria, preferencialmente com mecanismos de proteção. “Se é verdade que nunca ninguém sabe o que o futuro pode reservar, este é claramente um período em que isso é ainda mais claro, para ainda mais selecionadores”, conclui.
O RESSURGIR DO CRÉDITO Os aumentos de taxas de juro, a inflação elevada e persistente, os condicionamentos que se mantêm devido à pandemia e os que decorrem do conflito geopolítico na Ucrânia conjugaram-se numa tempestade perfeita para os mercados. O crédito não foi exceção. Depois de uma década de rendimentos historicamente baixos, a atual turbulência motivou correções e começou a trazer à tona avaliações e oportunidades que merecem atenção. São principalmente três as razões para considerarmos o potencial das obrigações: • Os rendimentos do crédito estão com perspetivas de rentabilidade ajustada ao risco superior às demais classes de ativos, em particular ações, e deverão conseguir melhor retorno. • Desde novembro que os spreads/ diferenciais de crédito se foram alargando até níveis mais atrativos, tanto nos títulos com grau de investimento como em high yield. • O crédito continua a ter o seu papel de diversificador, que se torna mais relevante para o equilíbrio das carteiras no atual contexto de abrandamento. Acresce que o mercado está já a descontar parte das consequências que ainda se poderão fazer sentir, em concreto as relativas a novas subidas das taxas de juros: vários mercados de crédito estão já a refletir os aumentos programados para este ano (e próximo). Acreditamos, no entanto, que o ritmo de subidas por parte dos Bancos Centrais possa moderar-se, nomeadamente na Europa, dada a desaceleração da atividade e uma esperada moderação da inflação.
TENDÊNCIAS NEGÓCIO por Samuel Capucho
A INTENSA DISPUTA
PELO PRIMEIRO LUGAR NOS FUNDOS IMOBILIÁRIOS
Têm sido vários os desafios que puseram à prova este mercado, mas a disputa entre quem lidera o mercado continua acesa. Num momento tão pertinente para esta classe de ativos, apresentamos uma radiografia do que tem sido a evolução deste mercado. EVOLUÇÃO DA QUOTA DE MERCADO DAS 15 MAIORES ENTIDADES GESTORAS NO ÚLTIMO ANO MAIO DE 2021 ENTIDADE GESTORA
SETEMBRO DE 2021
AUM
QM
AUM
QM
Square Asset Management
1.174,8
11,7%
1.224,0
12,1%
Interfundos
1.203,2
11,9%
1.212,1
12,0%
GNB Real Estate
MAIO DE 2022 AUM
VARIAÇÃO QM
AUM
1.264,4
12,7%
89,6
QM
1,0
1.122,3
11,3%
-80,9
-0,6
1.053,9
10,5%
1.043,3
10,3%
961,7
9,7%
-92,2
-0,8
Caixa Gestão de Ativos
925,2
9,2%
941,3
9,3%
884,3
8,9%
-40,9
-0,3
BPI Gestão de Ativos
518,4
5,1%
630,0
6,2%
620,3
6,2%
101,9
1,1
Silvip
421,8
4,2%
419,4
4,2%
547,2
5,5%
125,4
1,3 0,0
Montepio Valor
432,5
4,3%
342,2
3,4%
427,0
4,3%
-5,5
LYNX Asset Managers
358,2
3,6%
371,5
3,7%
413,8
4,2%
55,6
0,6
GEF
364,2
3,6%
398,3
3,9%
400,9
4,0%
36,7
0,4
Imofundos
292,7
2,9%
322,2
3,2%
346,7
3,5%
54
0,6
Sierragest - Gestão de Fundos
388,7
3,9%
415,7
4,1%
339,2
3,4%
-49,5
-0,5
Libertas
301,1
3,0%
450,2
4,5%
320,7
3,2%
19,6
0,2
Santander Asset Management
368,7
3,7%
295,6
2,9%
304,3
3,1%
-64,4
-0,6
Fidelidade
255,5
2,5%
305,5
3,0%
296,4
3,0%
40,9
0,5
Fundiestamo
277,7
2,8%
260,7
2,6%
279,1
2,8%
1,4
0,0
Total mercado imobiliário nacional
10.070
10.092
9.951
Fonte: Dados em milhões de euros retirados dos relatórios mensais da APFIPP. AuM = Ativos sob gestão; QM = Quota de mercado
42 FUNDSPEOPLE I JULHO E AGOSTO
-118,8
N
este começo de ano tão difícil para as estratégias de ações e de obrigações, caracterizado por elevadas quedas nos mercados e alta volatilidade, a procura por estratégias descorrelacionadas com estes mercados tem sido um movimento recorrente, e mesmo uma prioridade para muitos investidores. O investimento em imobiliário tem vindo a entregar bons retornos para os investidores desde o início do ano, marcando assim as características interessantes que possui em termos de descorrelação e perfil de risco-retorno. Consequentemente, este mercado tem voltado com mais afinco às discussões dos gestores de ativos. Na prática, o mercado imobiliário comercial europeu continuou a recuperar durante o primeiro trimestre deste ano com 65 mil milhões de euros de investimento, um aumento de 53% em comparação com o primeiro trimestre de 2021. Apesar da tendência de subida de taxas que se pode revelar como uma força contraditória para alguns segmentos do investimento imobiliário, o facto dos imóveis servirem, frequentemente, como cobertura da inflação explica, em grande parte, o interesse dos investidores nesta classe de ativos. Contudo, a nível nacional, de maio de 2021 a maio de 2022, este mercado perdeu património sob gestão quando olhamos para os fundos de investimento imobiliários nacionais. É neste contexto que olhamos e nos questionamos sobre qual terá sido a evolução do mercado português de fundos imobiliários no último ano, em termos de ativos sob gestão e quotas de mercado, com base em dados disponibilizados pela APFIPP. Que entidades gestoras e que fundos de investimento têm vindo a ganhar e a perder relevância neste segmento? Com referência a maio de 2021, estavam mais de 3,7 mil milhões de euros em fundos imobiliários abertos e mais de 5,2 mil milhões de euros em produtos fechados. Passado um ano, estão investidos
Inflação e taxas de juro crescentes: qual o papel do imobiliário? https://bit.ly/3u5UdxD
EVOLUÇÃO DE ATIVOS GERIDOS PELAS QUATRO MAIORES GESTORAS DE FUNDOS IMOBILIÁRIOS SQUARE ASSET MANAGEMENT INTERFUNDOS GNB REAL ESTATE CAIXA GESTÃO DE ATIVOS 1.300 1.200 1.100 1.000 900 800 05/2021
06/2021
09/2021
12/2021
03/2022
05/2022
Fonte: Dados retirados dos relatórios mensais da APFIPP.
mais de 4,2 mil milhões em fundos abertos e sensivelmente o mesmo montante em produtos fechados.
EVOLUÇÃO NO ÚLTIMO ANO
Das 28 casas gestoras associadas da APFIPP em maio do último ano, a que detinha maior quota de mercado era a Interfundos com 11,9%, seguida pela Square AM com 11,7%, e GNB Real Estate com 10,5%. Respetivamente, estas três gestoras geriam 1.203, 1.174 e 1.053 milhões de euros. De facto, estas três entidades, a par da Caixa GA, foram as que ao longo dos anos mais recentes mostraram uma maior resiliência neste mercado, uma vez que se encontraram consistentemente entre as que mais património gerem ao nível dos fundos imobiliários. Contudo, olhando para a evolução das quotas de mercado durante o último ano, verificou-se uma mudança neste Top 3 em setembro: a Interfundos perdeu a liderança do mercado para a Square AM. Desde esse momento até à atualidade
que a Square AM tem-se vindo a afirmar cada vez mais, ultrapassando a concorrente direta, e reforçando a sua quota de mercado. Ganhou, mais concretamente 1 ponto percentual em quota de mercado e 89,6 milhões de euros em ativos sob gestão, desde maio de 2021. Aliás, entre as quatro maiores entidades gestoras de imobiliário em Portugal, esta foi a única que viu o seu património crescer neste período. Por outro lado, a Interfundos e a GNB Real Estate não viveram um ano tão positivo, uma vez que perderam 0,6 e 0,8 p.p. de quota de mercado neste período, respetivamente. Com respeito a estas entidades, em termos de património, os dados demonstram um decréscimo dos ativos sob gestão de 80,9 e 92,2 milhões de euros, respetivamente. Já as casas gestoras BPI Gestão de Ativos e Silvip destacam-se pela positiva, uma vez que ganharam mais de um ponto percentual em quota de mercado desde maio de 2021 a maio de 2022. Desta forma, a BPI GA JULHO E AGOSTO I FUNDSPEOPLE 43
TENDÊNCIAS NEGÓCIO
EVOLUÇÃO DA QUOTA DE MERCADO DOS 15 MAIORES FUNDOS IMOBILIÁRIOS ABERTOS E FECHADOS NO ÚLTIMO ANO MAIO DE 2021 FUNDO
ENTIDADE GESTORA
CLASSIFICAÇÃO
SETEMBRO DE 2021
AUM
QUOTA DE MERCADO
AUM
QUOTA DE MERCADO
CA Património Crescente
Square AM
F. Aberto Acumulação
876.642.646
9,7%
926.070.981
9,7%
Fundimo
Caixa GA
F. Aberto Rendimento
609.813.005
6,7%
623.010.127
6,5%
Imofomento
BPI GA
F. Aberto Rendimento
491.405.460
5,4%
602.837.058
6,3%
Vip
Silvip
F. Aberto Rendimento
323.638.064
3,6%
318.729.287
3,4%
Valor Prime
Montepio Valor
F. Aberto Rendimento
278.334.447
3,1%
281.249.459
3,0%
Imonegócios
Imofundos
F. Aberto Acumulação
173.288.790
1,9%
175.433.501
1,8%
Office Park Expo
Libertas
Fundo Fechado
259.163.663
2,9%
263.820.890
2,8%
ImoFid
Fidelidade - SGOIC
F. Aberto Rendimento
204.398.250
2,3%
209.089.462
2,2%
AF Portfólio Imobiliário
Interfundos
F. Aberto Acumulação
249.873.487
2,8%
254.410.642
2,7%
NovImovest
Santander AM
Fundo Fechado
255.189.342
2,8%
256.365.777
2,7%
Lagoas Park - SICAFI
Insula Capital
Fundo Fechado
222.695.177
2,5%
224.393.734
2,4%
NB Património
GNB Real Estate
F. Aberto Rendimento
190.134.134
2,1%
195.975.786
2,1%
Amoreiras
Gef
Fundo Fechado
190.344.708
2,1%
189.553.651
2,0%
Imosede
Sierragest - Gestão de Fundos
Fundo Fechado
174.569.779
1,9%
172.265.595
1,8%
Fundiestamo I - FEIIF
Fundiestamo
Fundo Fechado
169.893.315
1,9%
173.242.659
1,8%
Total fundos abertos e fundos fechados
9.052.052.989
9.513.006.397
Fonte: Dados em euros retirados dos relatórios mensais da APFIPP. AuM = Ativos sob gestão; QM = Quota de mercado
detém atualmente 6,2% de quota de mercado (gerindo mais de 620 milhões de euros), aproximando-se da sua concorrente direta Caixa GA que perdeu preponderância de mercado neste período. Por seu lado, a Silvip conta com 5,5% de preponderância de mercado (com um património sob gestão superior a 547 milhões de euros). De facto, em termos da evolução dos ativos geridos por estas entidades, a que cresceu mais o seu património foi a Silvip, com um crescimento dos AuM superior a 125 milhões de euros. Atualmente, das 30 casas gestoras associadas da APFIPP, a Square AM, Interfundos e GNB Real Estate compõem o pódio gerindo 1.264, 1.122 e 961 milhões de euros, respetivamente. Entre os maiores fundos abertos geridos por estas entidades destacam-se os produtos CA Património Crescente, AF Portfólio Imobiliário e NB Património. 44 FUNDSPEOPLE I JULHO E AGOSTO
Os dados compilados também demonstram a evolução da quota de mercado dos atuais 15 maiores fundos imobiliários, que é composto por nove fundos abertos e seis fechados.
MAIORES FUNDOS
O CA Património Crescente da Square AM é o maior produto a nível nacional, e foi o fundo que mais cresceu até maio de 2022. O património gerido por este fundo cresceu mais de 155 milhões de euros, aumentando a quota de mercado em 1,16 p.p., figurando em maio deste ano com 10,8% de preponderância de mercado. O Fundimo, da Caixa Gestão de Ativos, é o atual segundo maior produto a nível nacional, sendo que, apesar do seu património ter crescido neste período, esse crescimento não foi suficiente para o fundo ganhar quota de mercado face a maio de 2021. A fechar o Top 3 está o Imofomento que é gerido pela
BPI Gestão de Ativos. Este foi mais um fundo aberto que ganhou preponderância de mercado neste período, mais concretamente 100 milhões de euros, pelo que a sua quota de mercado aumentou para 6,2% - aproximando-se assim do seu concorrente direto, o Fundimo. Já os fundos fechados não registaram significativas variações em termos das suas quotas de mercado, sendo que nenhum destes fundos aumentou ou diminui a sua quota em mais de 0,5 pontos percentuais. De facto, quatro dos seis fundos fechados que compõem este Top 15 viram os seus ativos sob gestão decrescerem.
FUNDOS ABERTOS
Por fim, olhámos ainda para a evolução dos fundos imobiliários abertos. Em termos gerais, registou-se um crescimento dos ativos sob gestão dos 15 fundos imobiliários abertos em
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A OPINIÃO DE PAULINE LLANDRIC Gestora do fundo AXA WF Metaverse, AXA IM
MAIO DE 2022 AUM
VARIAÇÃO MAIO 21 - MAIO 22 QM
AUM
QUOTA EM P.P
1.031.908.770
10,8%
155.266.124
1,16
636.663.669
6,7%
26.850.664
-0,04
591.896.106
6,2%
100.490.646
0,79
351.936.006
3,7%
28.297.942
0,12
323.274.391
3,4%
44.939.944
0,32
262.118.966
2,8%
88.830.176
0,84
255.469.214
2,7%
-3.694.449
-0,18
241.616.797
2,5%
37.218.547
0,28
227.980.997
2,4%
-21.892.490
-0,36
218.801.619
2,3%
-36.387.723
-0,52
218.128.357
2,3%
-4.566.820
-0,17
200.855.311
2,1%
10.721.177
0,01
189.027.781
2,0%
-1.316.927
-0,12
182.062.568
1,9%
7.492.789
-0,01
173.374.968
1,8%
3.481.653
-0,05
9.513.006.397
460.953.408
Portugal, em sentido contrário com a tendência geral do mercado que viu os ativos diminuírem. Segundo o ranking da APFIPP de maio de 2022, a entidade gestora que detém mais fundos imobiliários abertos é a GNB Real Estate, com cinco produtos. Dos 15 fundos abertos que surgem no ranking, os três maiores produtos ao nível de ativos sob gestão não mudaram desde maio de 2021, com os já conhecidos CA Património Crescente, Fundimo e Imofomento a comporem o Top 3. Entre estes três produtos que despertam mais interesse dos investidores, o único fundo que perdeu quota de mercado com referência a maio de 2021 foi o Fundimo. Já o património gerido pelo produto da Square AM e da BPI GA cresceu mais de 100 milhões de euros neste período. Destaque ainda para o crescimento num ano do Imonegócios, gerido pela Imofundos, dado que a sua quo-
ta de mercado subiu para 2,8% com os ativos sob gestão a crescerem mais de 88 milhões de euros. Têm sido vários os desafios que puseram à prova este mercado, mas o crescimento na categoria de fundos abertos é notório, principalmente por parte do maior fundo nacional. No que diz respeito à seleção de um fundo imobiliário para carteiras diversificadas, Pedro Assunção, CIO na Første, comentava recentemente numa discussão sobre a temática que “o mais fundamental é não haver uma dissonância entre a liquidez que um gestor proporciona no seu fundo e a liquidez que tem nos ativos que estão na carteira”. No entanto, não descarta também a relevância de outras características fundamentais que se complementam, tais como a diversificação, transparência, a qualidade dos inquilinos ou a tipologia dos imóveis.
A OPORTUNIDADE DE INVESTIMENTO DO METAVERSO A tecnologia incorpora-se cada vez mais na vida quotidiana, desde o entretenimento e a socialização, até ao trabalho em casa, escritórios e fábricas. Se a web 1.0 conectava aos utilizadores com a informação e a web 2.0 unia as pessoas através das redes sociais online, o metaverso é a web 3.0: permite às pessoas interagir em espaços partilhados online, trabalhando, comprando ou vivendo experiências em tempo real de uma forma que nunca antes tinha sido possível. O metaverso não só é um tema de investimento de longo prazo: cresce já com rapidez e o seu tamanho de mercado pode chegar aos 800.00 milhões de dólares em 2024, face aos 500.000 milhões de 2020. Para dar aos investidores a exposição a este novo mundo imersivo, lançámos o AXA WF Metaverse, um fundo temático de ações, artigo 8º segundo a SFDR, centrado em empresas ativas nesta convergência entre o digital e o físico. Na AXA Investment Managers identificamos quatro setores com o maior potencial de crescimento: gaming, socialização, trabalho e habitação. Estamos nos primeiros passos de um universo em rápida expansão que, no seu desenvolvimento, iluminará vencedores e vencidos, pelo que uma sólida seleção de ativos é crucial para mergulhar nas oportunidades de investimento do Metaverso. JULHO E AGOSTO I FUNDSPEOPLE 45
TENDÊNCIAS GESTÃO por Diogo Verde
GESTORES VS. MSCI ACWI UM DUELO DE TITÃS O presente ano revelou-se muito complicado para os principais índices acionistas. No meio de tanta turbulência macroeconómica, os gestores tentam navegar as notícias e levar o seu fundo a bom porto.
46 FUNDSPEOPLE I JULHO E AGOSTO
TOP 10 DE TÍTULOS COM MAIOR EXPOSIÇÃO ABSOLUTA Nº DE PRESENÇAS
EXPOSIÇÃO MÉDIA
6
6
6
3
5
3
4
4
4
2
ALPHABET
APPLE
MICROSOFT
AMAZON
LVMH
IDEXX
NOVO NORDISK
ACCENTURE
ELI LILLY
ADOBE
3,13%
2,31%
2,12%
1,50%
1,50%
0,94%
0,89%
0,88%
0,86%
0,75%
Fonte: CMVM, factsheets dos fundos NB Momentum Sustentável, IMGA Global Equities Selection, Caixa Ações Líderes Globais, Casa Global Value PPR, BPI GIF Opportunities, BPI Reforma Global Equities PPR e BPI Ações Mundiais. Dados com referência a março de 2022.
N
o passado dia 14 de junho o S&P 500 entrou oficialmente em bear market, apresentando uma queda superior a 20% desde o pico de janeiro deste ano. Esta tendência tem estado presente na maioria dos principais índices, o MSCI AWCI (índice de referência para a generalidade do mercado acionista mundial) apresentava quedas superiores a 13% no final do mês de junho. O sentimento de mercado e todas as variáveis macroeconómicas levaram a que alguns gestores apresentassem desvios interessantes face a este
índice. Que desvios mostram uma maior sobreponderação em carteira? Reunimos informação das carteiras de sete fundos mobiliários nacionais, que investem no mercado acionista a nível global, e olhámos para as 20 empresas com mais preponderância em cada produto e comparámos com o índice MSCI ACWI. Posteriormente, compilámos o Top 10 de títulos com maior exposição absoluta no agregado desses portefólios. Os fundos considerados foram os seguintes: NB Momentum Sustentável, IMGA Global Equities Selection, Caixa Ações Líderes
NÃO HÁ NENHUMA EMPRESA TRANSVERSAL AO TOP 20 DE POSIÇÕES DOS FUNDOS EM ANÁLISE
JULHO E AGOSTO I FUNDSPEOPLE 47
TENDÊNCIAS GESTÃO
TOP 10 DE TÍTULOS COM MAIS SOBREPONDERAÇÃO FACE AO ÍNDICE MSCI ACWI Nº DE PRESENÇAS
EXPOSIÇÃO MÉDIA
EXPOSIÇÃO DO ÍNDICE
EXPOSIÇÃO ATIVA VS MSCI ACWI
LVMH
IDEXX
ALPHABET
FASTENAL
NOVO NORDISK
KLA CORP
EDWARDS LIFESCIENCES CORP
CADENCE
ACCENTURE
COCA COLA
5
3
6
3
4
3
3
3
4
1
1,50%
0,94%
3,13%
0,66%
0,89%
0,67%
0,69%
0,63%
0,88%
0,57%
0,31%
0,07%
2,46%
0,05%
0,29%
0,09%
0,11%
0,07%
0,32%
0,02%
1,19%
0,87%
0.67%
0,62%
0,60%
0,58%
0,58%
0,56%
0,56%
0,55%
LVMH
IDEXX
ALPHABET
FASTENAL
NOVO NORDISK
KLA CORP
EDWARDS LIFESCIENCES CORP
CADENCE
ACCENTURE
COCA COLA
Fonte: CMVM, factsheets dos fundos NB Momentum Sustentável, IMGA Global Equities Selection, Caixa Ações Líderes Globais, Casa Global Value PPR, BPI GIF Opportunities, BPI Reforma Global Equities PPR e BPI Ações Mundiais. Dados com referência a março de 2022
O SETOR QUE MAIS SE DESTACA NA EXPOSIÇÃO ATIVA É O DA SAÚDE 48 FUNDSPEOPLE I JULHO E AGOSTO
Globais, Casa Global Value PPR, BPI GIF Opportunities, BPI Reforma Global Equities PPR e BPI Ações Mundiais. A informação das carteiras mais recente diz respeito ao final de março de 2022. A primeira conclusão que podemos tirar ao olhar para os dados é que não há
nenhuma empresa transversal ao Top 20 de posições do agregado das carteiras em análise. No Top 3, com seis presenças, encontramos três gigantes tecnológicas americanas. A empresa detentora da Google assume o primeiro lugar desta lista com 3,13% de representação mé-
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A OPINIÃO DE DIOGO GOMES Senior CRM, UBS AM Iberia
OBRIGAÇÕES CHINESAS MANTÊMSE FIRMES, APESAR DA INSTABILIDADE GLOBAL
dia em todas as carteiras. A fechar o Top 3 surgem a Apple e a Microsoft. Destaque agora para a Amazon. A empresa liderada por Jeff Bezos apenas conta com três presenças entre as 20 maiores exposições do agregado de fundos. No entanto, assume o 4.º lugar da lista. Em média, nas carteiras em que se encontra representada, a empresa conta com uma exposição de 4,17%. A nível geográfico, o Top 10 de posições absolutas é evidentemente dominado por empresas americanas, contando com sete em dez presenças. As restantes três são empresas com sede no continente europeu: a LVMH, a Accenture e o Novo Nordisk. Posteriormente, olhamos para as principais convicções dos gestores. Nesta análise, foi calculada a diferença entre a exposição média dos fundos e a exposição presente no ACWI, o que chamamos exposição ativa. A principal diferença encontrada está na LVMH. Como é sabido, a holding francesa especializa-se na comercialização de bens de luxo e é detentora de marcas como a Louis Vuitton, Dior, Sephora, entre outras. Com uma exposição média nas carteiras de 1,50%, compara com 0,31% do ACWI, contando com uma sobreponderação de 119 pontos base. Curiosamente, das 20 empresas com maior capitalização bolsista do mundo (e consequentemente 20 maiores posições do índice mundial de referência) apenas a Alphabet se encontra representada no Top 10 relativo. O
grupo detentor da Google é a terceira maior empresa do mundo e conta com uma sobreponderação na média das carteiras em análise de 67 pontos base. Apesar de os gestores serem europeus, a tendência em apostar no mercado americano mantém-se. No universo analisado, o total de exposição ativa em empresas americanas soma 443 pontos base, enquanto no velho continente fica-se pelos 235. Por fim, atentámos nos setores que os gestores mais apostavam, à data das carteiras disponíveis. O setor que mais se destaca é o da saúde com três títulos a aparecer. Surpreendentemente, não há nenhuma empresa financeira ou energética na lista apresentada. A representação das mesmas no índice analisado tem aumentado, fruto das dinâmicas de mercado em 2022.
MOMENTO DE APROVEITAR
Como destacamos no início deste artigo, o fluxo de notícias e acontecimentos com impacto direto nos mercados acionistas está num nível muito elevado. Historicamente, é nestes momentos de maior turbulência que um stock picking cuidadoso, e um consequente distanciamento dos benchmarks de referência, gera alfa para os investidores. Cabe aos gestores dos fundos capitalizar esta oportunidade preparando os seus portefólios para eventuais choques macroeconómicos, mas mantendo-se sempre fiéis à sua política de investimentos.
Num ambiente em que as TIR das obrigações globais permanecem relativamente baixas, principalmente se tivermos em consideração rendimentos reais, acreditamos que as obrigações chinesas continuam a ser uma opção atrativa face a outros mercados obrigacionistas, tanto pelo rendimento que oferecem como pela sua descorrelação. Na nossa opinião, é expectável uma inversão na economia chinesa na segunda metade do ano, o que gerará oportunidades no mercado obrigacionista chinês denominado em dólares. As diferenças de spreads, tanto nas obrigações de investment grade como de high yield, entre China e Europa/EUA são substanciais, especialmente no setor imobiliário. As avaliações parecem-nos atrativas, tendo em conta que a taxa de incumprimento que o mercado está a descontar é de 55%, um cenário pouco realista para um setor onde existem muitas empresas de qualidade para investidores com uma perspetiva de longo prazo. Por outro lado, as obrigações governamentais chinesas oferecem uma TIR de 1,6% e 2,8% num entorno com menores tensões inflacionistas, o que se traduz em taxas reais positivas, ao que se acrescenta uma baixa correlação com os mercados soberanos dos países desenvolvidos. Em suma, acreditamos na singularidade do mercado chinês e que as suas obrigações continuam a ser atrativas tanto como fonte de diversificação como de rendimento. JULHO E AGOSTO I FUNDSPEOPLE 49
TENDÊNCIAS ESTRATÉGIAS
por María Folqué
CRISE
TECNOLÓGICA A inflação, as subidas de taxas e os seus efeitos nas valorizações e a superação, pelo menos parcial, da pandemia, colocam em perigo a evolução do setor tecnológico.
H
á apenas dois anos o mundo estava todo metido em casa, conectando-se por zoom, teams ou meets, fazendo zapping na Netflix para encontrar algo com que se entreter, ou simulando compras na Amazon. A tecnologia tornou tudo mais suportável e as ações de muitas empresas refletiam nas suas cotações esta dependência ou este novo estilo de vida, como se quiser chamar. Não é que em 2022 se tenha propriamente voltado à máquina de escrever, mas a situação já não é a mesma, nem na maioria do planeta nem nas bolsas. Depois de um prolongado período de ganhos relativamente superiores ao mercado depois da crise sanitária do COVID-19, o setor tecnológico começou a sofrer perdas, no início de 2022, com o Nasdaq a cair cerca de 25% a meio de maio.
50 FUNDSPEOPLE I JULHO E AGOSTO
Para os especialistas da Tikehau Capital, “a combinação de um choque inflacionista com expetativas sobre políticas monetárias cada vez mais restritivas e, em muitos casos, níveis de crescimento a abrandar, contribuíram em boa medida para este forte movimento em queda”.
CULPADO
Paul Markham, responsável de Global Equity da Newtown, que faz parte da BNY Mellon IM, também assinala o mesmo culpado. “Os problemas das cadeias de fornecimento e a escassez da mão de obra como consequência do COVID, e mais recentemente o conflito bélico ucraniano, geraram o primeiro grande impulso inflacionista em muitos anos. Markham considera que a mudanças de rumo das políticas monetárias a nível mundial fez com que quem tenha baseado as suas
EVOLUÇÃO DAS AÇÕES FAANG DESDE O PRINCÍPIO DO ANO NETFLIX
META (FB)
AMAZON
ALPHABET
APPLE
0%
-10%
-20%
-30%
-40%
-50%
-60%
-70%
-80% Ene
Feb
Mar
Abr
May
Fonte: FT Data Markets.
valorizações num contexto de taxas ultrabaixas, tenha ajustado os seus modelos, e nem sempre tenha gostado do que viu. Os títulos com os múltiplos de valorização mais elevados do mercado têm-se visto esmagados”. Se para os analistas da Tikehau o cenário recorda em muitos sentidos o estalar da bolha dotcom que faz 20 anos, para outros, como Jan-Christoph Herbst, gestor de fundos da MainFirst, encontramo-nos num contexto
diferente. “As chamadas plataformas tecnológicas de hoje em dia estão assentes sobre enormes lucros e têm uma posição estável no mercado devido aos seus oligopólios. O Facebook e a Google dominam o negócio da publicidade, a Amazon e a Alibaba a venda online, e a Apple e a Samsung o mercado dos smartphones”. Ben Laidler, estratega chefe de mercados globais do eToro, considera que as rotações no mercado são normais. “A Saudi Aramco, JULHO E AGOSTO I FUNDSPEOPLE 51
TENDÊNCIAS ESTRATÉGIAS
“OS INVESTIDORES QUE BASEARAM AS SUAS VALORIZAÇÕES NUM CONTEXTO DE TAXAS ULTRABAIXAS, AJUSTARAM OS SEUS MODELOS E NEM SEMPRE GOSTARAM DO QUE VIRAM”.
PAUL MARKHAM, NEWTON, PARTE DA BNY MELLON IM
“ESTIMAMOS QUE OS GASTOS EM TECNOLOGIA, CONTINUEM A CRESCER DURANTE ESTE ANO. A FORTE PROCURA DE SEMICONDUTORES E A INOVAÇÃO NO SETOR FINANCEIRO COM A ADOÇÃO DE BLOCKCHAIN OFERECEM OPORTUNIDADES DE INVESTIMENTO INTERESSANTES A MÉDIO PRAZO”.
RAMÓN ESTERUELAS, BNP PARIBAS AM
com uma capitalização de 2,5 biliões de dólares, substituiu a Apple como líder mundial quanto à maior capitalização bolsista. Esta rotação é normal. Só duas das oito maiores ações dos EUA estavam aí há uma década, e só uma na década anterior. A energia representava mais de 25% do índice S&P 500 há 40 anos, 10 vezes os níveis atuais”.
PERSPETIVAS
Enquanto se decidem estas mudanças estruturais, Alex Tedder, respon52 FUNDSPEOPLE I JULHO E AGOSTO
sável de Ações Globais da Schroders, considera que o “setor tecnológico no seu conjunto, em particular as empresas que atualmente não geram lucros, podem ver-se em desvantagem este ano, já que os investidores procuram oportunidades em partes do mercado que até agora têm sido depreciadas e subvalorizadas, como é o caso do setor energético. É provável que esta tendência continue este ano e mais além, à medida que as taxas de juro sobem”.
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A OPINIÃO DE ANA CARRISSO Gestora sénior de Vendas, Fidelity International
MATÉRIAS PRIMAS PODEM SER UM ÚTIL DIVERSIFICADOR EM AMBIENTE ESTAGFLACIONÁRIO
No entanto, na sua opinião, há que não perder de vista o panorama a longo prazo. “Estamos a viver num mundo que se está a transformar. Tendências como a transição energética, a digitalização, o enfoque na sustentabilidade e a mudança nas preferências dos consumidores estão a ter mais força com o tempo. Se se produzir um maior reajuste nalgumas destas áreas de crescimento, apresentar-se-ão tremendas oportunidades para investidores como nós”, assinala. Ventos contra a curto prazo e oportunidades no longo.
TEMÁTICAS COM VALOR
Morgane Delledonne, diretora de Estratégia de Investimento da Global X na Europa, opina que as temáticas que oferecem qualidade e valor estão bem posicionadas nesta fase tardia do ciclo económico. “Preferimos as ações norte-americanas e japonesas neste contexto, dadas as sólidas condições económicas nos EUA e a orientação acomodatícia da política monetária no Japão”. Delledonne destaca que um tema como a robótica é um caso de investimento atrativo. “A maioria das empresas desta indústria encontramse nos EUA, Japão e Suíça, o que proporciona algumas vantagens de qualidade”, explica. Para Ramón Esteruelas, especialista sénior de Investimentos, Ações Temáticas e especializadas no BNP Paribas AM, há que ter em conta a dispersão nas valorizações dentro do setor. “As
empresas de software são as que apresentam valorizações mais elevadas, mas inclusive dentro da indústria, há oportunidades interessantes em torno da cibersegurança e da nuvem”. Na sua opinião, as temáticas da nuvem, da IA (inteligência artificial), a automatização e a chamada internet das coisas continuam a implementarse ao mesmo ritmo de há alguns meses. “Deste modo, estimamos que os gastos em tecnologia continuarão a crescer durante este ano. A forte procura de semicondutores e a inovação no setor financeiro com a adoção da tecnologia blockchain, também oferecem oportunidades de investimento interessantes a médio prazo”, sublinha. E se o investidor se tornou value e não quer saber do crescimento, não faz mal, não tem porque deixar de investir em tecnologia, ou pelo menos é o que acreditam da Schroders, concretamente perante a correção de múltiplos da Netflix. Nick Kirrage, codiretor da equipa Global Value da Schroders, afirma que “existe a ideia errada de que os investidores value o procuram sempre em setores de baixa qualidade ou pouco interessantes do mercado. Embora os títulos tecnológicos e de internet tenham sido considerados como de crescimento nestes últimos anos, não significa que isto vá ser sempre assim”. Tudo muda, o que acontece é que agora é com maior velocidade. E que ninguém nos tire o zoom. E sim, há que continuar a ligar e a desligar.
Inflação elevada e bancos centrais hawkish não são uma boa combinação para as classes de ativos tradicionais. No entanto, uma negociação tática longa em commodities pode adicionar alguma proteção à inflação nas carteiras, bem como um potencial de carry e desempenho superior, pelas três razões seguintes: - Primeiro, as commodities tendem a superar outras classes de ativos em ambientes estagflacionários. A maioria das curvas de futuros das matérias primas são atualmente muito íngremes comparando com os padrões históricos, indicando mercados físicos apertados e, portanto, retornos superiores em termos de preço no futuro. - Em segundo lugar, o atual ambiente inflacionário é impulsionado pela escassez de oferta, especialmente em alimentos e energia, que não esperamos que se alivie tão cedo. A procura por alimentos - severamente prejudicada pela guerra na Ucrânia - é altamente inelástica, pois os preços mais elevados não causam uma queda proporcional na procura, o que significa que a oferta é a força motriz por trás dos preços. - Em terceiro, os aumentos nos preços dos alimentos podem auto-reforçarse. O protecionismo decretado para proteger as economias domésticas do aumento dos preços muitas vezes exacerba o problema globalmente. Por exemplo, a China proibiu a exportação de fertilizantes para aumentar a disponibilidade para a agricultura doméstica. No entanto, isso fez com que os preços dos fertilizantes aumentassem noutro sítios, o que, por sua vez, aumentará ainda mais os preços dos alimentos. JULHO E AGOSTO I FUNDSPEOPLE 53
TENDÊNCIAS PLANIFICAÇÃO por Margarida Pinto
CAMINHO NO FIXED INCOME ABRE OPORTUNIDADE À GESTÃO ATIVA Ainda o mercado descontava uma subida de taxas de juro entre 25 e 50 pontos base por parte da Fed em junho, quando nos reunimos com quatro gestores de rendimento fixo, num Think Thank promovido pela Edmond Rothschild Asset Management. As boas notícias é que pode estar aí a hora para a gestão ativa brilhar.
U
ns dias antes de a Fed ter subido taxas em 75 pontos base - e surpreendido bastante todo o mercado - a FundsPeople, num Think Thank promovido pela Edmond Rothschild Asset Management, reuniu gestores de obrigações para uma interessante conversa. O mote da discussão foi o óbvio: como investir em
THINK TANK PORTUGAL
54 FUNDSPEOPLE I JULHO E AGOSTO
O Think Tank - Portugal é uma iniciativa da FundsPeople, em colaboração com a Edmond Rotschild AM. Durante o ano de 2022 são promovidos três encontros, nos quais se analisam vários temas de mercado e de negócio, com profissionais nacionais.
fixed income numa conjuntura de subida de taxas, mas em que a Europa e os Estados Unidos andam, claramente, a velocidades diferentes? Que impacto é que os números da inflação continuam a ter neste segmento e por onde navegar para encontrar retorno? Foram estas algumas das questões que se colocaram em debate entre quatro reconhecidos profissionais da indústria nacional, que no seu dia a dia se debruçam sobre esta classe de ativos. A verdade é que todo o contexto de oportunidades que se afiguram neste segmento de ativos carece de alguma contextualização. “Este ano foi uma surpresa: guerra, inflação transitória que passou a permanente… e um movimento brusco de subida de taxas de juro. Obviamente que tudo isto colo-
Esquerda-direita: Francisco Falcão, Nuno Pereira, João Zorro, Amit Maugi, Sébastien Senegas.
cou imediatamente pressão sobre os spreads de crédito. Em termos de fixed income, estamos perante um cenário muito negativo”, começou por dizer Amit Maugi, responsável de Rendimento Fixo na IMGA.
DÓLAR VS. EURO
A esta perspetiva, João Zorro, responsável de Ações e Obrigações da GNB Gestão de Ativos, acresce a maior complexidade do mundo de fixed income atual, conjuntamente com o facto de, no seu caso, se dirigirem a clientes de retalho com os fundos que gerem. “Por estes motivos, temos de escolher bem os segmentos de rendimento fixo onde nos queremos posicionar. Mas ainda há vários mercados para os quais olhar: o mercado norte-
-americano, principalmente, vai mais adiantado em muitos aspetos, e pode oferecer mais alternativas”, apontou. Por outro lado, referiu o gestor, a questão cambial pode também continuar a oferecer alternativas. “Os gestores que puderam transacionar dólar em relação ao euro, tiveram ali uma boa oportunidade para reforçar rentabilidades nos últimos tempos”, declarou. Do mesmo modo, Nuno Pereira, responsável de Investimentos da Sixty Degrees, sublinhou esta questão cambial. “Também temos esta visão de que o dólar deverá continuar a valorizar, e manter assim algum upside devido às diferenças existentes no caminho de política monetária entre EUA e Europa”, sublinhou. Como na verdade já se verifica, “na Europa as taxas de
juro vão subir, mas mais tarde do que nos EUA, e a recessão acabará por chegar. Recessão essa em que haverá uma maior capacidade reativa do lado dos EUA, com uma maior capacidade de subir taxas de forma a combater a inflação”, acredita o gestor. Comum à maioria dos participantes pareceu ser a aposta mais vincada no valor que os EUA ainda têm para oferecer. Para Francisco Falcão, responsável de Investimentos da Hawkclaw Capital Advisors, os EUA encontram-se numa fase mais avançada em termos da dinâmica das yields, e até “muito perto de um pico”. Explica que esse pico está “relacionado com o que se considera ser a taxa de juro terminal, ou seja, o average rate dos próximos cinco, seis anos”. “Pelo facto de a JULHO E AGOSTO I FUNDSPEOPLE 55
TENDÊNCIAS PLANIFICAÇÃO
AMIT MAUGI IM Gestão de Ativos
“Conservadoramente: acho que [olhar a curto prazo] é a forma como nos devemos posicionar. Até os governos têm valor num prazo de um/três anos”
O BOND PICKING SERÁ FAVORECIDO DAQUI EM DIANTE, E GESTÃO ATIVA VAI TER UM PAPEL FUNDAMENTAL
56 FUNDSPEOPLE I JULHO E AGOSTO
NUNO PEREIRA
JOÃO ZORRO
Sixty Degrees AM
GNB Gestão de Ativos
“Estamos a olhar para nomes high yield, espetro no qual nos EUA já existem yields que rondam entre os 6% e 7%”
curva de yields estar flat, consideramos adequado um posicionamento entre três e cinco anos dado que o valor da yield pura já comporta algum conforto para investir. No caso europeu, acho que não. Acho que as yields ainda têm de subir mais”, atesta.
MAIS E MENOS CAUTELA
Apesar das oportunidades descritas, há algumas dinâmicas de mercado que surpreendem. Como assinalou Amit Maugi, na altura desta conversa, surpreendia-o o facto de o setor de investment grade estar mais negativo do que alguns setores caraterizados por maior beta, como o caso do high yield ou dos híbridos. “Isto sim é algo supreendente. Neste cenário colocamos a questão: como será daqui para a frente? Onde
“Ainda há vários mercados para os quais olhar: o mercado norte-americano, principalmente, vai mais adiantado em muitos aspetos”
está o retorno? Como nos devemos posicionar?”, deixou no ar. De forma mais cautelosa, acredita então que olhar a curto prazo, um/três anos, possa ser o que faz mais sentido, como já assinalado por Francisco Falcão. “Conservadoramente: acho que [olhar a curto prazo] é a forma como nos devemos posicionar. Até os governos têm valor num prazo de um/três anos”, referiu. Um pouco mais ambicioso na abordagem, Nuno Pereira lembrou que “politicamente os bancos centrais têm de mostrar que estão a fazer alguma coisa”. Por isso, é da opinião de que esta é a altura certa para os gestores ativos mostrarem as suas valências. “Como gestores ativos, e capazes de fazer a diferença, estamos a olhar para nomes high yield, espetro no qual nos
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A OPINIÃO DE ANA CLAVER GAVIÑA Diretora-geral da Robeco Iberia, Latam & US Offshore
FRANCISCO FALCÃO
UM BOM MOMENTO DE RECORDAR A IMPORTÂNCIA DA ÁGUA
Hawkclaw Capital Advisors
“Existirá daqui em diante uma vantagem clara para a gestão ativa, porque o bond picking vai sair favorecido e ser mais relevante”
EUA já existem yields que rondam entre os 6% e 7%. Mesmo que as taxas subam, o roll over e o carry dessas posições pode amortecer eventuais perdas. Se houver um efeito em que a inflação é mais transitória, e a recessão não for muito profunda, o high yied será o sítio ideal para capitalizar essas yields”, entende o gestor. A mudança de paradigma é de facto grande e, como relembra João Zorro, “sabíamos que mais dia menos dia teríamos de pagar o custo do bull market de taxa que já dura há alguns anos”. O conhecido final de festa que muito se fala no mercado, é algo que o gestor até agradece. “Prefiro que tenha chegado ao fim, sinceramente. Estar a gerir ativos em que aquilo que se ganha hoje é à custa de algo que se tira amanhã, era
muito mais fácil, claro, mas no final do dia o que os clientes querem é retorno. Agora vamos entrar num novo ciclo que requer alguma paciência”. Para além de paciência, Francisco Falcão acrescenta mesmo que as dinâmicas no fixed income vão depender muito dos dados de emprego e dos preços das matérias-primas. Nesse sentido, e quase em jeito de conclusão, falou da oportunidade que se abre para quem gere ativamente portefólios. “A dinâmica entre gestão passiva e ativa vai favorecer claramente esta última. Existirá daqui em diante uma vantagem clara, porque o bond picking vai sair favorecido e ser mais relevante do aquilo que foi nos últimos sete ou oito anos, com as taxas de juro a cair e a comprimir”, concluiu.
Sempre tivemos que estar atentos a tudo que acompanha a água, mas agora é a altura em que se converte numa possibilidade de investimento imediata. As consequências das mudanças climáticas, como as secas ou as inundações, são reforçadas pelas extensões cada vez maiores de asfalto onde vivemos, com necessidades crescentes de esgotos, ou o envelhecimento das infraestruturas que permitem o acesso à água potável (estimamse 39.000 M$ em perdas devido a quebras e fugas no mundo, a cada ano) devem ir encontrando soluções. O nosso fundo de água foi lançado em 2001, sendo um dos primeiros a descobrir o grande desafio que representa para a sustentabilidade a gestão dos recursos hídricos. Têm sido 20 anos de crescimento e lucros atrativos, desde a sua criação. Este historial e o compromisso com os investimentos sustentáveis são apenas algumas das coisas que tornam a estratégia RobecoSAM Sustainable Water Equities um investimento convincente, estando classificado como Artigo 9º (SFRD). É uma estratégia adequada para ajudar os investidores a conectarem-se com provedores deste tipo de soluções, que combatem a escassez de água e fomentam o acesso a água limpa, segura e acessível para pessoas, negócios e o próprio ecossistema. JULHO E AGOSTO I FUNDSPEOPLE 57
TENDÊNCIAS ADVISORY
por Diogo Verde
IGES ITO RAS
DE PATRIMÓNIOS
RUMO AO DIGITAL E À ESCALABILIDADE 58 FUNDSPEOPLE I JULHO E AGOSTO
Em 2020 o mundo fechou. Foi aumentada a distância entre amigos e família, mas também entre os vendedores e os seus clientes. Desenvolveramse múltiplas ferramentas que visam facilitar processos, enquanto colocam o consumidor no centro da organização. Onde é que as gestoras de patrimónios devem focar as suas atenções?
OS INVESTIDORES ESTÃO A ALTERAR OS SEUS PRINCIPAIS OBJETIVOS FINANCEIROS Devido ao atual cenário económico, os investidores poupam para garantir a segurança dos seus investimentos e proteger o seu património 2019
2021
GESTÃO DE ORÇAMENTO E MINIMIZAR A DÍVIDA
32%
REDUZIR IMPOSTOS
44%
19%
23% PASSAGEM SEGURA DO PATRIMÓNIO DA FAMÍLIA ÀS NOVAS GERAÇÕES
36%
POUPAR PARA ALCANÇAR OS OBJETIVOS FINANCEIROS
28%
DIVERSIFCAR A OS INVESTIMENTOS POR VÁRIAS CLASSES DE ATIVOS
37%
PROTEGER O PATRIMÓNIO DA INSTABILIDADE ECONÓMICA
41%
GARANTIR A SEGURANÇA DOS SEUS INVESTIMENTOS
43%
23%
38%
42%
49%
51%
Fonte: Finlayer, 2022 Wealth Management A Brief Snapshot.
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em dúvida que a pandemia de COVID-19 veio acelerar uma transformação digital já há muito idealizada. Adicionalmente, esta mudou a mentalidade de muitos investidores e criou necessidades que as entidades gestoras devem satisfazer o quanto antes, se querem ser bem sucedidas Num relatório emitido recentemente pela Finlayer - uma fintech que visa munir os consultores com novas ferramentas digitais - é refletida uma alteração nas preocupações dos investidores. Segundo o estudo realizado, intitulado 2022 Wealth Management A Brief Snapshot, os
investidores deixaram de dar tanta importância a temas como a gestão de orçamento, redução de dívida ou impostos pagos, e dão agora mais ênfase à segurança dos seus investimentos e à proteção do seu património da atual instabilidade económica. Nesta mesma publicação, a empresa enumera alguns passos importantes que as gestoras de património já foram dando neste processo de digitalização. Explicamos alguns deles. O mais óbvio, é a aceleração de todo o processo mencionado, com o desenvolvimento de estratégias e timetables com indicadores de desempenho bem definidos. Mencionam a crescente utilização de
dados (e a sua análise) para perceber os investidores e adaptar os produtos e experiência às suas vontades. Por fim, destacamos também o esforço feito para garantir aos clientes acesso direto e em tempo real a um consultor.
PRÓXIMOS PASSOS
Mas como devem as gestoras de patrimónios entrar num verdadeiro trilho de digitalização? No estudo The future of wealth management revisited, que conta com mais de 50 gestores de patrimónios espalhados por três continentes (América, Europa e Ásia), a Deloitte explica precisamente os passos a dar nesse caminho de digitalização. JULHO E AGOSTO I FUNDSPEOPLE 59
TENDÊNCIAS ADVISORY
EXISTEM DOIS PRINCIPAIS RISCOS PARA AS GESTORAS: ABRANDAR A TRANSFORMAÇÃO DIGITAL E ASSUMIR QUE JÁ SE AJUSTARAM O SUFICIENTE INVESTIMENTOS SIGNIFICATIVOS NA INDÚSTRIA DE WEALTH MANAGEMENT EM 2018-2019 EXPERIÊNCIA CENTRADA NO CLIENTE E NO CONSULTOR
DIGITAL
FEEDBACK DOS UTILIZADORES • Opinão de clientes, consultores e outros
APLICAÇÃO DO DESIGN • Centrado no utilizador
CRM (Gestor de relação com os clientes) • Prospeção, vendas e serviço • Análise de clientes e vendas
SOLUÇÕES DE INTEGRAÇÃO SIMPLIFICADA • Digital • Integração de todos os produtos
WORKSTATION DO CONSULTOR
PLANEAMENTO POR OBJETIVOS
MDM (Master Data Management)
Fonte: Deloitte, The future of wealth management revisited, 2020.
60 FUNDSPEOPLE I JULHO E AGOSTO
3. ANÁLISE DE DADOS EFICIENTE Como referimos anteriormente, também a análise de dados é uma tendência cada vez mais importante em qualquer organização. As gestoras de patrimónios não fogem à regra e a aposta num MDM (Master Data Management) pode-se tornar muito frutífera. A consultora explica: “Para além de conseguir alimentar informação importante para clientes e consultores financeiros, estas ferramentas procuram armazenar, gerir e movimentar todo o tipo de informação resultante das operações comuns da organização e facilmente passar a mesma para os departamentos respetivos”.
4. SOLUÇÕES DE INTEGRAÇÃO SIMPLIFICADAS Por último, realçamos a importância da adoção de soluções de integração simplificadas (streamlined on-boarding solutions, em inglês). “Manter os processos ágeis e organizados facilita o ataque a pontos de rutura na organização”, refere o artigo. São exemplos destes pontos, a abertura de contas ou mesmo a entrega de documentos a entidades reguladoras.
O que esperar? Estas ferramentas de que falamos, quando utilizadas em conjunto, são uma forte alavanca para a tão desejada digitalização da empresa e para a revolução a acontecer no universo das gestoras de patrimónios em todo o mundo. No entanto, estas são apenas algumas das condições necessárias para alcançar uma gestora de patrimónios completamente escalável e totalmente digitalizada. Em geral, ainda agora começamos a assistir ao exponencial de novas tecnologias, como a robótica, computação cognitiva através de algoritmos e descentralização de informação, aplicadas à gestão de patrimónios, e ao impacto que estas podem ter nas entidades gestoras.
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O segundo aspeto referido como fundamental no processo é a utilização de CRM (Gestão de relação com clientes). Estes sistemas visam melhorar o processo de captação de clientes, reforçar as armas disponíveis para os consultores, mas também a sua produtividade, enquanto promovem o crescimento da organização.
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2. UTILIZAÇÃO DO CRM
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Captar clientes através de novas ferramentas digitais. É a primeira dica que a consultora apresenta no seu relatório. Beneficiam clientes, consultores, mas também a própria gestora de patrimónios. “Os clientes recebem uma proposta com mais valor, através da personalização da abordagem, o que, em conjunto com os métodos tradicionais, enriquece a experiência dos mesmo”, explica o artigo. Os consultores beneficiam de uma maior abertura dos clientes e, além disso, conseguem alcançar um maior número de investidores. Por fim, a gestora de patrimónios tira frutos de uma maior relação com os clientes institucionais, enquanto dá passos na digitalização completa da empresa.
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1. NOVAS FERRAMENTAS DIGITAIS
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A OPINIÃO DE LAURA DONZELLA Responsável de Distribuição Institucional e de Retalho para a Península Ibérica, América Latina e Ásia, Nordea AM
SÃO AS AÇÕES VALUE A ÚNICA E MELHOR SOLUÇÃO A PARTIR DE AGORA? Depois de muitos anos em que o estilo Growth superou o estilo Value, assistimos a uma forte rotação de estilo em direção ao Value, motivada pelas primeiras vacinas Covid, a reabertura das principais economias, e o fim da era do dinheiro fácil, com uma subida nas taxas de juro. Consequentemente, os investidores questionam-se se as ações Value são a melhor alternativa para o futuro. No entanto, se observamos os últimos 20 anos, quando as ações caíram abaixo dos 10%, o estilo Value foi o que em média mais sofreu. O nossa equipa de Multi-Asset gere há mais de uma década carteiras de ações globais que combinam estilos distintos, com o objetivo de superar o mercado apresentando um nível de risco inferior em geral. Dentro da sua gama de produtos, a estratégia Global Stable Equity da Nordea tem gerado o maior rácio Sharpe face a qualquer estilo/ índices de mercado desde o seu lançamento a 15 de janeiro de 2010. JULHO E AGOSTO I FUNDSPEOPLE 61
TENDÊNCIAS I+D
por Fernando Lopes e Paulo Leite
A AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO AJUSTADO AO
BENCHMARK NO MERCADO PORTUGUÊS O crescimento do mercado de fundos de investimento mobiliários tem realçado a importância de uma correta avaliação do desempenho destes produtos financeiros. Contudo, a predominância de desempenhos inferiores ao mercado, que contrastam com a contínua procura pelos fundos de gestão ativa, tem provocado um amplo debate sobre a eficácia das medidas utilizadas.
62 FUNDSPEOPLE I JULHO E AGOSTO
COMPARAÇÃO DOS ALFAS ANTES E DEPOIS DO AJUSTAMENTO AO BENCHMARK MODELO
CARTEIRA
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CH4
FF6
ALFA ANTES AJUST.
ALFA DEPOIS AJUST.
DIF. ANUAL (PB)
Z-TEST
P-VALUE
R2 ANTES AJUST. (%)
R2 DEPOIS AJUST. (%)
FAN
-0,0024***
-0,0010
169,9090
14,1688***
<0,001
0,9467
0,3147
FAE
-0,0064***
-0,0058***
75,0167
5,6416***
<0,001
0,9029
0,2136
FAA
-0,0043***
-0,0042***
12,2469
0,9955
0,2431
0,8565
0,1173
FAN
-0,0021**
-0,0011
120,6622
9,4708***
<0,001
0,9549
0,3408
FAE
-0,0063***
-0,0057***
78,1586
5,5862***
<0,001
0,9025
0,2109
FAA
-0,0045***
-0,0044***
9,8444
0,7806
0,2942
0,8596
0,1403
FAE
-0,0054***
-0,0048***
79,0046
5,9242***
<0,001
0,9078
0,2573
FAA
-0,0049***
-0,0049***
-4,3191
-0,2693
0,3847
0,8603
0,1524
Fonte: Elaboração própria Nesta tabela são apresentadas e comparadas as estimativas dos alfas (mensais), obtidas através dos modelos de três (FF3), quatro (CH4) e seis (FF6) fatores, antes (coluna 3) e depois (coluna 4) do ajustamento proposto por Angelidis et al. (2013), para três carteiras de fundos construídas com iguais ponderações. Na coluna 5 é apresentada a diferença dos alfas, antes e depois do ajustamento, expressa em pontos base anuais. A significância da diferença dos alfas foi determinada através de um teste Z, cujo valor é apresentado na coluna 6, sendo o p-value associado ao teste reportado na coluna 7. Nas últimas duas colunas da tabela são apresentados os coeficientes de determinação ajustados das regressões, antes e depois do ajustamento. Os asteriscos são utilizados para identificar os coeficientes estatisticamente significativos para os níveis de significância de 1% (***), 5% (**) e 10% (*).
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a sequência das limitações apontadas às medidas clássicas de avaliação do desempenho, a literatura financeira tem produzido vários desenvolvimentos ao nível dos modelos de avaliação, dos quais se destacam os modelos multifator, que incorporam fatores de risco adicionais, para além da rendibilidade do mercado. No entanto, a maioria dos estudos baseados nestes modelos continua a apontar para uma predominância de desempenhos negativos ou neutros por parte dos gestores dos fundos. Angelidis, Giamouridis e Tessaromatis (2013) defendem que o desempenho do gestor deve ser medido em relação ao benchmark indicado no prospeto, já que o uso de uma carteira passiva com as mesmas características de risco pode enviesar as estimativas de desempenho. Assim, propõem um ajustamento nos modelos de ava-
liação de desempenho no qual os alfas de cada fundo são ajustados aos alfas dos próprios benchmarks. Defendem que os benchmarks podem, por si só, ter alfas significativos, bem como exposições significativas a fatores de risco sistemáticos. No estudo que realizaram, baseado numa amostra de 5.738 fundos do mercado norte-americano, os autores constataram que a utilização de alfas ajustados aos benchmarks permite melhorar consideravelmente as estimativas de desempenho, que não se afiguram tão fracas quanto as obtidas com modelos não ajustados. O nosso estudo, recentemente publicado nos Cadernos do Mercado de Valores Mobiliários da CMVM (n.º 70), incidiu sobre 44 fundos de ações domiciliados no mercado português, durante o período de janeiro de 2000 a junho de 2019. A amostra subdividiu-se em três categorias: 10 fundos de ações nacionais (FAN), 26 fun-
O PROCESSO DE AJUSTAMENTO AO BENCHMARK, EM ALGUMAS SITUAÇÕES, PODERÁ ALTERAR A PERCEÇÃO DOS INVESTIDORES SOBRE O DESEMPENHO JULHO E AGOSTO I FUNDSPEOPLE 63
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TENDÊNCIAS I+D
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A OPINIÃO DE GEORGE SAFFAYE Equipa do BNY Mellon Blockchain Innovation Fund, BNY Mellon IM
PORQUE É QUE A CRISE ENERGÉTICA IMPULSIONA A INOVAÇÃO EM MOBILIDADE?
COM A APLICAÇÃO DA METODOLOGIA DE AJUSTAMENTO AO BENCHMARK, OS ALFAS MELHORARAM SIGNIFICATIVAMENTE dos de ações da União Europeia, Suíça e Noruega (FAE) e oito fundos de ações da América do Norte (FAA), tendo sido utilizados como benchmarks os índices PSI 20 Total Return (TR), FTSE Eurofirst 100 TR e FTSE Russell Top 200 TR para os FAN, FAE e FAA, respetivamente. As rendibilidades do mercado foram calculadas recorrendo aos índices PSI Geral TR, FTSE Europe TR e FTSE Russell 3000 TR. Na tabela 1 são apresentados os valores dos alfas ajustados e não ajustados das três carteiras de fundos, para os modelos de avaliação do desempenho de 3, 4 e 6 fatores propostos por Fama e French (1993, 2018) e Carhart (1997).
CONCLUSÕES
Concluiu-se que, independentemente do modelo de avaliação utilizado, as três carteiras de fundos em estudo apresentavam, em média, desempenhos significativamente inferiores ao mercado. Não obstante, as estimativas de desempenho eram menos desfavoráveis para os fundos que investiam no 64 FUNDSPEOPLE I JULHO E AGOSTO
mercado doméstico do que para os que investiam em mercados externos. Com a aplicação da metodologia de ajustamento ao benchmark, os alfas melhoraram significativamente e tornaram-se mais próximos de zero, em sintonia com os resultados obtidos por estudos anteriores referentes ao mercado norte-americano e ao Reino Unido. A diferença entre os alfas anteriores e posteriores ao ajustamento afigurou-se estatisticamente significativa a 1% para os FAN e FAE, que constituíam a grande maioria da amostra, sendo os FAA a única exceção. O maior destaque foi mesmo para os FAN, onde o ajustamento ao benchmark gerou uma correção do valor do alfa que chegou a atingir 170 pontos base anuais, permitindo que o seu desempenho se alterasse significativamente, passando de negativo a neutro. Assim, os resultados demonstraram a relevância que o processo de ajustamento ao benchmark pode ter na correta aferição do desempenho de um fundo, já que, em algumas situações, poderá alterar a perceção dos investidores sobre o seu desempenho.
Ao dispararem os preços da energia num contexto de recuperação da crise de COVID-19 e das disrupções de fornecimento provocadas pela invasão Russa da Ucrânia, muitos analistas setoriais perguntam-se sobre o que significam tais desenvolvimentos, não apenas para as famílias e fabricantes, mas também para o setor de mobilidade como um todo. Os condutores de automóveis com motor de combustão estão sob dupla pressão: além do aumento do preço da gasolina, vários governos da Europa e alguns Estados norte-americanos (como a Califórnia) propõem-se a reduzir progressivamente as vendas de carros convencionais nos próximos 10 a 15 anos. Um período sustentado de preços de combustível mais elevados pode levar a mudanças significativas no setor de mobilidade, obrigando os condutores a reavaliar o custo de ter e conduzir um carro. Além disso, a crescente preocupação com a segurança energética também poderá acelerar a transição para novas infraestruturas e formas de mobilidade, bem como o desenvolvimento de cadeias de fornecimento mais locais: os preços mais elevados dos combustíveis encarecem significativamente ter veículos com motor a gasolina ou a diesel. O que não sabemos é quanto tempo vai durar essa fase de preços mais altos, ou se os consumidores conseguem avaliar se essa mudança é a longo prazo ou apenas um fenómeno transitório.
TENDÊNCIAS LEGAL
por Rogério M. Fernandes Ferreira
O NOVO ENGLOBAMENTO DAS
MAIS-VALIAS DE CURTO PRAZO A Lei de Orçamento do Estado de 2022 parece indicar que todos os rendimentos qualificados como mais-valias no âmbito do CIRS serão suscetíveis de ser reconduzidos ao escopo de aplicação da norma. Resgates de UP de fundos podem ficar de fora.
A
Lei do Orçamento do Estado (LEO) para 2022 (n.º 12/2022, de 27/06) estabelece uma alteração ao Código do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares (CIRS) que visa concretizar a obrigatoriedade do englobamento dos rendimentos resultantes de mais-valias mobiliárias quando os ativos em causa forem detidos por um períoJULHO E AGOSTO I FUNDSPEOPLE 65
TENDÊNCIAS LEGAL
do inferior a 365 dias e o contribuinte atinja um rendimento coletável igual ou superior ao valor do último escalão de tributação, agora de 75.009 euros. O contribuinte que esteja nestas condições deixará, assim, de poder optar pela taxa liberatória de 28%, e passa a estar sujeito a uma taxa de 48% sobre os lucros obtidos com ações e obrigações (mais sobretaxa de 2,5% ou 5%, se for o caso). Com vista a simplificar o apuramento das mais valias, a LOE estabelece que sejam as instituições financeiras residentes em Portugal envolvidas nas transações responsáveis pelo apuramento e por entrega-
TODOS OS RENDIMENTOS QUALIFICADOS COMO MAIS VALIAS NO ÂMBITO DO CIRS SERÃO SUSCETÍVEIS DE SER RECONDUZIDOS AO ESCOPO DE APLICAÇÃO DESTA NORMA 66 FUNDSPEOPLE I JULHO E AGOSTO
rem aos sujeitos passivos, até dia 20 de janeiro do ano seguinte, documento onde identifiquem, relativamente aos títulos transacionados, a quantidade, a data e o valor histórico de aquisição. Recupera-se neste âmbito a proposta de LOE para 2002. Parece resultar da LOE para 2022 que todos os rendimentos qualificados como mais-valias no âmbito do CIRS serão suscetíveis de ser reconduzidos ao escopo de aplicação desta norma (englobamento), uma vez verificados os demais requisitos nela previstos. Contudo, há rendimentos que não terão de ser declarados, por já terem sido tributados anteriormente, designadamente, os resgates de fundos nacionais e respetivas mais-valias.
UP DE FUNDOS: EXCEÇÃO
Ora, o Estatuto dos Benefícios Fiscais (EBF) dispõe que os rendimentos provenientes do resgate de unidades de participação em fundos de investimento – os quais são qualificados como mais-valias para efeitos do CIRS – são tributados por retenção na fonte, a título definitivo, à taxa de
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A OPINIÃO DE MIGUEL LUZARRAGA Diretor geral, AllianceBerstein Iberia
ANO DIFÍCIL PARA OS MERCADOS
AS MAIS-VALIAS MOBILIÁRIAS PROVENIENTES DO RESGATE DE UNIDADES DE PARTICIPAÇÃO EM FUNDOS DE INVESTIMENTO PODERÃO NÃO ESTAR ABRANGIDOS PELO ENGLOBAMENTO OBRIGATÓRIO
28%. Porém, não existindo qualquer alteração ao regime de tributação previsto no EBF, e constituindo este diploma lei especial em face do CIRS, parece que as mais-valias mobiliárias provenientes do resgate de unidades de participação em fundos de investimento poderão não estar abrangidos pelo englobamento obrigatório, não obstante, pela sua natureza, serem suscetíveis de ser abrangidos pelo englobamento obrigatório. Esta alteração apenas entrará em vigor a partir de 1 de janeiro de 2023, pelo que, não prevendo a LOE para 2022, qualquer norma transitória referente à sua aplicação no tempo, a aplicação do regime apenas se poderá efetuar em relação aos factos (transmissões) verificadas após a respetiva entrada em vigor, sob pena de retroatividade, proibida pela Constituição da República. O mesmo será dizer que o regime de tributação das mais-valias aprovado apenas se aplicará às alienações de ativos mobiliários ocorridos a partir de 2023, pois o facto relevante na tributação das mais-valias mobiliárias é o momento da
alienação, isto é, o momento em que ocorre a transmissão individualmente considerada (transação), ainda que o imposto se apure, apenas, no final de cada ano de tributação. Com efeito, o facto tributário gerador do imposto deve ser localizado no tempo de acordo com a respetiva norma de incidência, e não de acordo com uma norma de determinação do rendimento coletável. Se fossem estas as normas de determinação do rendimento, a definirem o momento da formação e da verificação do facto tributário - que aqui é, assim, instantâneo, todos os factos tributários, em sede de IRS e de IRC, ocorreriam no final do ano (ou até mesmo no momento da apresentação das declarações de rendimentos, pois só nesse momento, afinal, se apura o rendimento, incluindo mais e menos valias), o que não sucede, designadamente no caso das tributações autónomas, em que os factos sujeitos a imposto não são, como aqui também sucede, nem complexos, nem de formação sucessiva, mas sim transações autónomas e temporalmente precisas.
Correndo o risco de simplificar demasiado o que tem acontecido, estas três razões têm minado os mercados até agora e serão fatores-chave a vigiar em 2022. Em primeiro lugar, a inflação é a raiz dos problemas do mercado. Sem as pressões inflacionistas que sofremos, seria muito improvável que as ações e obrigações estivessem tão em baixa. Em segundo lugar, as taxas de juro e a Fed que se comprometeu a combater a inflação e irá aumentar as taxas até esta estar sob controlo. Porque é que taxas mais elevadas são importantes? O valor de uma empresa baseia-se nos futuros cash flows dessa empresa descontados a uma taxa de juro apropriada. Quando essa taxa é mais elevada, a avaliação da empresa baixará. Finalmente, o enquadramento dos ganhos pode ser o maior enigma de 2022. Apesar do sell off do mercado e do aumento das taxas, as expetativas de rendimentos estão acima dos níveis esperados no início do ano. Estes são tempos voláteis, uma vez que o mercado processa as implicações de uma dinâmica de inflação/crescimento em mudança e como essas variáveis críticas fluem para as perspetivas das empresas, dos consumidores e, em última análise, do potencial e das avaliações do mercado. A volatilidade permanecerá, porém, e na nossa opinião, o forte selloff melhorou o equilíbrio risco/retorno a longo prazo para os investidores em ações. Assim, as nossas equipas de investimento continuam concentradas em posicionar as suas estratégias à luz do panorama de riscos e oportunidades em mutação. JULHO E AGOSTO I FUNDSPEOPLE 67
TENDÊNCIAS FUNDS SERVICES
por Sophie Jabin
EQUIPAS DE VENDAS E MAKETING JUNTOS E EM SINTONIA? Historicamente, as funções de marketing nas gestoras centravamse em tarefas de comunicação e apoio às equipas de Vendas com atividades como a preparação de apresentações ou organização de eventos. No entanto, os departamentos de Marketing estão a evoluir e ocupam cada vez mais uma posição umbrela, estratégica.
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A PERSONALIZAÇÃO, PRIORIDADE ESTRATÉGICA
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setor da gestão de ativos já não é o que era. O papel das equipas de Marketing no negócio institucional e de distribuição das gestoras de fundos na Europa mudou, impulsionado pela transformação tecnológica, a perda da mecânica dos velhos métodos, a pressão da concorrência e o reposicionamento forçado pela pandemia. Historicamente, as funções de marketing nas gestoras centravam-se em tarefas de comunicação e de apoio às equipas de Vendas com atividades de air cover como a preparação de apresentações, organização de eventos, gestão web e compras de material promocional. No entanto, os departamentos de Marketing estão a evoluir e ocupam cada vez mais uma posição de umbrela estratégica. Por outro lado, a figura do comercial, virtuoso em relações pessoais, também evoluiu. Hoje, o profissional de Vendas é, para além disso, um especialista em produtos e estratégias que otimiza os seus esforços com métodos de capacitação desenvolvidos e implementados conjuntamente com as equipas de Marketing. O isolamento dos velhos tempos, Marketing por um lado e Vendas por outro, deu lugar a uma transição em direção à alienação em uníssono das duas visões num mercado extremamente mutante. O novo modelo dinâmico integrado tem alguns objetivos em comum: oferecer um serviço ao cliente de primeiro nível, impulsionar as vendas e ser mais resilientes.
Quase três quartas partes das gestoras consideram que a personalização é uma das principais prioridades de Marketing.
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40%
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IMPORTANTE
NÃO O CONTEMPLAM
Fonte: D’Jabin.
Num estudo realizado pela consultora D’Jabin, baseado num questionário no qual participaram 34 gestoras de fundos de 11 países europeus, mostra-se uma clara evolução para a alienação de Marketing e Vendas e, em alguns casos, até a integração sob uma unidade global. O relatório, que analisa como JULHO E AGOSTO I FUNDSPEOPLE 69
TENDÊNCIAS FUNDS SERVICES
A ESTRUTURA SALES-MARKETING IMPÕE-SE 3% SEM PLANOS DE MUDANÇA NA ATUALIDADE
43% EM FASE DE TRANSIÇÃO ESTRATÉGICA
54% ESTRUCTURA S-MARKETING IMPLANTADA (SALES-MARKETING)
Fonte: D’Jabin. Dados com percentagem das respostas totais dos questionados sobre os planos para os departamentos de Marketing.
está a evoluir o modelo de Marketing e Vendas das gestoras de fundos que operam no velho continente, também aborda o uso que fazem as gestoras dos canais de comunicação e como enfrentam a digitalização. Segundo o questionário, 97% das gestoras de fundos de investimento europeias aposta no Marketing como estratégia de crescimento e 75% aumentou a sua equipa nesta área em 2021 ou planeia fazê-lo nos próximos 12 meses. Embora grande parte das entidades conte com uma equipa de Marketing interna, apenas pouco mais de metade (54%) adotou antes da pandemia um modelo operativo mais amplo, estendendo as suas capacidades em S-Marketing (sales-marketing). Num cenário de vertiginosas mudanças e de pressão 70 FUNDSPEOPLE I JULHO E AGOSTO
crescente, estas entidades continuam a adaptar-se aos grandes desafios que implica uma transformação estratégica, mas fazem-no ao seu ritmo. É o que fica claro no estudo levado a cabo pela consultora especializada em asset management. Até há relativamente pouco tempo a presença digital das gestoras de fundos limitava-se, na maioria dos casos, a uma página web, mas a pandemia acelerou a transição tecnológica, em particular em direção à inteligência de dados. Com as novas táticas de conteúdo e as ferramentas de machine learning, data e segmentação, as equipas de Marketing gerem agora conversas semelhantes às dos comerciais com os clientes existentes e potenciais. Deste modo, 85% das entidades consultadas estão a apostar no apro-
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A OPINIÃO DE MARK NASH E HUW DAVIES Responsável de Rendimento Fixo Alternativo e gestor de fundos assistente, Rendimento Fixo, Jupiter AM
A PREOCUPAÇÃO COM A RECESSÃO É EXAGERADA?
“97% DAS GESTORAS APOSTA NO MARKETING PARA CRESCER, E 75% AUMENTOU A EQUIPA NESTA ÁREA EM 2021 OU PLANEIA FAZÊ-LO EM BREVE veitamento de dados e obtenção de conhecimentos a partir das análises para reforçar as áreas de distribuição, desenvolvimento, atenção ao cliente e gestão da comunicação. Globalmente, 92% dos profissionais questionados sustenta que uma abordagem baseada em dados e centrada na contínua melhoria do serviço ao cliente é a maneira mais efetiva de se diferenciar da concorrência e conseguir resultados. Assim o reflete 74% das gestoras, que colocaram o foco no marketing de dados e nas estrataégias de personalização para adaptar a sua forma de comercializar. Como conclusão destacada, é evidente que a pandemia acelerou a transição digital e que o comportamento dos players da indústria mudou. Mas num ecossistema competitivo alta-
mente fragmentado, a exuberância informativa e os canais de comunicação em contínua evolução estão a impulsionar agora uma nova transformação do setor para a personalização centrada no cliente e na pertinência do conteúdo que se elabora, elevando as funções de Marketing para um nível mais estratégico e deixando para trás a velha relação amor-ódio com as equipas comerciais. Hoje, os profissionais de Vendas e Marketing andam de mãos dadas. Questionário realizado em 11 países durante os meses de outubro e novembro de 2021: Alemanha, Bélgica, Dinamarca, Finlândia, França, Luxemburgo, Noruega, Países Baixos, Reino Unido, Suécia e Suíça.
O cenário de crescimento global encontra-se ensombrado por um ambiente de acentuadas tensões geopolíticas, com inflação e taxas de juro crescentes. A política restritiva de COVID zero na China continua a perturbar as cadeias de abastecimento. Os extraordinários estímulos na sequência da crise financeira global e da pandemia, que sustentaram o crescimento, estão agora a ser retirados, à medida que a inflação leva a um aumento da tensão entre os decisores políticos. A economia dos EUA contraiu-se inesperadamente no primeiro trimestre e os fatores de crescimento da China estão a falhar. Contudo, não estamos tão pessimistas quanto às perspetivas de crescimento como o resto do mercado. Consideramos que é improvável que haja uma recessão total, uma vez que o mercado de trabalho ainda se encontra bastante coeso. Os consumidores acumularam consideráveis poupanças durante a pandemia, e os governos continuam a gastar para lidar com a crise do custo de vida. Também houve uma mudança no comportamento dos consumidores. Se durante a pandemia gastaram em bens, agora gastam em serviços, o que pode mascarar a procura e confundir os decisores políticos. Muitos investidores apontam para o aplanar da curva de taxas de juro como um indicador de recessão. Mas a curva de real yields, que mantem uma trajetória ascendente, sugere que os bancos centrais devem ser mais restritivos. JULHO E AGOSTO I FUNDSPEOPLE 71
ENTREVISTAS GURU por Catarina Vinagre
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No ambiente de mercado atual, muitos acreditam que a flexibilidade é um requisito indispensável, já que é quase impossível gerar rentabilidades positivas no mercado obrigacionista. É precisamente essa uma das principais características que molda o Janus Henderson Horizon Strategic Bond Fund. A sua abordagem global e flexível permite que se adapte rapidamente afinando a sua estratégia, e consiga assim enfrentar os dissabores que o mercado traz. Ou então simplesmente aproveitar oportunidades quando estas aparecem no horizonte. Jenna Barnard e John Pattullo são as caras por detrás do sucesso da estratégia. TNE
CO-RESPONSÁVEL DE ESTRATÉGIAS DE FIXED INCOME E GESTORA JULHO E AGOSTO I FUNDSPEOPLE 73
ENTREVISTAS GURU
OBRIGAÇÕES PODEM VOLTAR A SER UM DIVERSIFICADOR? “As obrigações têm tido um péssimo desempenho, mas por razões lógicas”, assegura. Para a especialista os motivos são claros. A inflação teimosamente elevada e os bancos centrais que se atrasaram e responder de forma muito agressiva, o que considera um erro na política monetária. No futuro, porém, quando a sua postura voltar a um tom mais acomodatício, as obrigações vão desempenhar o seu papel diversificador. “Se isso vai acontecer nos próximos seis meses ou um ano, não sabemos”, comenta.
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á mais de duas décadas na indústria, Jenna Barnard tem sob a sua alçada várias estratégias de fixed income. Uma delas é o Janus Henderson Horizon Strategic Bond Fund, cuja gestão é partilhada com John Pattullo. Criado em 2017, este fundo da Janus Henderson é gerido ativamente e consegue ajustar-se a ambientes de mercado em constante mudança como o que vivemos atualmente. Em conversa com a FundsPeople, Jenna Barnard fala justamente do atual contexto do mercado obrigacionista. “Acho que estamos no auge do choque da inflação. Isto combinado com a postura hawkish dos bancos centrais fez com que as yields das obrigações soberanas aumentassem drasticamente, em particular nos EUA. Para a profissional, grande parte deste cenário foi impulsionado pelas rentabilidades reais e não pela expetativa de inflação.“Caracterizaria isto como choque de liquidez”, esclarece. O medo do pico de inflação e a hawkishness dos bancos centrais causaram este ajuste na liquidez. “Estamos a fazer a transição para o início do growth shock e é muito importante entender que esta situação apenas agora começa a estar refletida nos mercados”, alerta. Como tal, as obrigações soberanas foram prejudicadas devido à inflação, mas também devido ao choque das yields reais. Jenna Barnard considera que este choque de crescimento irá durar um ano. “Será profundo e será global”, prevê.
MOVIMENTOS NA CARTEIRA
Assim, Jenna Barnard conta que neste momento estão a transformar o portefólio naquilo que apelida de fundo de obrigações core. “Portanto, mais duration, menos 74 FUNDSPEOPLE I JULHO E AGOSTO
crédito e menos ativos com baixas avaliações”, esclarece. Apesar de terem entrado em 2022 com a duration nos três anos - a mais baixa desde 2011 - esta situa-se atualmente nos 7.6 anos. Esta grande mudança de rumo, conta, “reflete o auge cíclico nas yields das obrigações, mas ainda nos sobra margem para subir até aos nove anos, se necessário”. Além disso, a equipa de gestão está fazer mudanças quanto à sua exposição. Por um lado, está a reduzir o risco de crédito e o risco de high yield desde o quarto trimestre de 2021. “A exposição a high yield está em mínimos (16%)”, explica. Por outro lado, aumentaram a exposição a liquidez e a obrigações soberanas.
VIESES E EXCLUSÕES
O tema do momento, o investimento com critérios ambientais, sociais e de governance, também não é descurado. Segundo conta Jenna Barnard, o Janus Henderson Horizon Strategic Bond Fund está incluído no Artigo 8º da SFDR. A profissional explica, porém, que não só excluem estes setores por serem prejudiciais para o ambiente e para a sociedade, mas também porque são indústrias com baixos cash flows e extremamente cíclicas. Não nos interessa emprestar dinheiro a este tipo de empresas”, pontualiza. Além disso, o portefólio tem um certo viés para as indústrias mais modernas. A equipa de gestão foca-se em áreas em crescimento e com elevados cash flows, como é o caso dos centros de dados, em detrimento, por exemplo, dos centros comerciais. “Contudo, também nos cativam os setores antigos, mas fiáveis”, revela a especialista. Saúde, alimentação e embalamento são alguns dos exemplos com que ilustram este interesse.
“ESTAMOS A FAZER A TRANSIÇÃO PARA O INÍCIO DO GROWTH SHOCK, E É MUITO IMPORTANTE ENTENDER QUE ESTA SITUAÇÃO APENAS AGORA COMEÇA A ESTAR REFLETIDA NOS MERCADOS”
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ENTREVISTA ENTREVISTA GESTOR
por Miguel Rêgo, CFA
Guilherme Piedade e Filipa Almeida RESPONSÁVEL DE SELEÇÃO DE FUNDOS E GESTORA DE CARTEIRAS, CAIXA GESTÃO DE ATIVOS
UMA PEÇA DE DIVERSIFICAÇÃO COM MÚLTIPLOS ENCAIXES Os dois profissionais da Caixa GA levantam o véu do que se faz, e como se faz, na gestão do Fundo de Especial de Investimento Aberto Caixagest Imobiliário Internacional, sob a sua alçada, que investe em fundos imobiliários.
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m fundo de abordagem core, com baixa volatilidade em relação à classe e com uma yield mais ou menos estável entre os 3 e os 5% ao longo dos últimos anos. Uma yield que, combinada com os ganhos de capital, tem permitido atingir rentabilidades um pouco acima das yields indicativas, o que funciona em alguns casos como alternativa à classe de rendimento fixo”, descreve Guilherme Piedade. O perfil defensivo revela-se ainda mais neste contexto extraordinariamente inflacionário, “considerando as rendas indexadas à inflação, baixo capex e a predominância do investimento em euros”, comenta Filipa Almeida. A pouca exposição a moedas que não o euro, como a libra e o dólar, são cobertas por via de futuros, diz a profissional.
PEÇA IMPORTANTE
Como explica Guilherme Piedade, este fundo encaixa nas carteiras institucionais não só como uma peça de diversificação junto de ativos tradicionais, mas também como “fonte de diversificação ao nível da própria 76 FUNDSPEOPLE I JULHO E AGOSTO
componente de imobiliário, daqueles investidores que têm imobiliário local direto ou fundos imobiliários nacionais”. Já a diversificação da carteira “dá-se no investimento em vários países, apesar da concentração na Europa, mas também ao nível dos setores”, diz Guilherme Piedade. Escritórios e logística são os dois grandes blocos, mas também ativos residenciais, que têm vindo a ganhar peso pós-pandemia, e algum retalho, que tem seguido o caminho contrário. “A exposição a logística foi acelerada pela pandemia, mas era já uma tendência que crescia na carteira há cerca de cinco anos, não só por decisões diretas de alocação, mas também pelo crescimento do seu peso nos fundos mais diversificados em que investimos”, conta. Para Guilherme Piedade e a sua equipa, tal como em muitos outros fundos que beneficiam da sua experiência, é importante conhecer muito bem os gestores e as caraterísticas das carteiras que entram no Caixagest Imobiliário Internacional. “Num fundo novo procuramos guidelines muito precisas em termos da alavancagem e objetivos de investimento. É preciso garantir que estão alinhados com o objetivo do nosso fundo. Para fundos com mais histórico, o foco está no track record das equipas de gestão, das próprias entidades gestoras e, claro, da importância do fundo dentro da própria entidade gestora. Nos fundos bandeira da casa, a atenção tende a ser redobrada”, explica. No que diz respeito a liquidez, privilegiam os fundos semi abertos com janelas de resgate anuais ou semianuais. “Nos fundos fechados, por outro lado, o investimento tem também em consideração a liquidez existente no mercado secundário”, explica.
SUSTENTABILIDADE
Como é política da casa, os fatores ESG (Environmental, Social and Governance) são algo que tem que estar presente na mente e no dia a dia de todos os profissionais. Neste fundo em específico, no entanto, a abordagem dá-se mais ao nível da entidade gestora do que do instrumento. “Nesta classe de ativos é muito difícil encontrar uma denominação e um conjunto de caraterísticas comuns para comparar os fundos. O que fazemos é olhar para as entidades gestoras e exigir, por exemplo, que sejam signatárias dos PRI ou do GRESB. Ao nível dos fundos, estamos atentos ao trabalho que se faz ao nível da eficiência energética, utilização de materiais sustentáveis, impacto ambiental e impacto nas áreas envolventes, entre outros”, explica Filipa Almeida. “Estamos numa fase em que não são só os gestores que mostram esforços nesse sentido, mas também em que os clientes o exigem”, conclui a gestora.
PROCESSO DE MUDANÇA O Caixagest Imobiliário Internacional é o único fundo mobiliário português que acaba por ser, essencialmente, um fundo imobiliário. Um fundo de fundos, mais especificamente. Por essa razão encontra-se em processo de se enquadrar num regime regulatório mais adequado à sua essência, o que não tem qualquer implicação na sua gestão ou distribuição.
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ENTREVISTAS GURU por Óscar R. Graña
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A procura de empresas em crescimento que negoceiam a preços atrativos. Esta é a filosofia de investimento que aplica Karoline Rosenberg através de um fundo da Fidelity International que se converteu numa das referências dos investidores ibéricos para ganhar exposição às ações europeias, um mercado que não está na moda mas que oferece uma maneira barata de investir no mundo. TNE
GESTORA DO FIDELITY FUNDS EUROPEAN DYNAMIC GROWTH JULHO E AGOSTO I FUNDSPEOPLE 79
ENTREVISTAS GURU
AS DUAS LISTAS DE EMPRESAS Karoline Rosenberg e Fabio Riccelli têm duas listas: numa estão os títulos em que investem e na noutra os que seguem de forma próxima. Em média, quando incluem uma ação em carteira, fazem-no com um horizonte de investimento de 4-5 anos. As razões para repensar uma posição podem ser duas: ou porque se enganaram na hora de estimar o potencial de crescimento dos lucros da empresa ou porque esta alcançou o preço-objetivo que estipularam para ela.
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om os seus mais de 500 milhões de euros em ativos só de clientes locais, o Fidelity Funds European Dynamic Growth Fund converteu-se num dos fundos de ações europeias de referência na Península Ibérica. O produto com Rating FundsPeople tem um track record que remonta a 2006, mas foi em 2020 que Karoline Rosenberg se uniu oficialmente ao seu colega Fabio Ricelli para ajudar na gestão da estratégia. Na realidade, a sua incorporação foi muito gradual porque Rosenberg e Ricelli já trabalham juntos desde 2017 num produto parecido, mas com uma carteira mais concentrada. “Eu e o Fabio complementamo-nos muito bem. Vimos de mundos diferente. Ele vem das small caps e o meu background é o do retorno absoluto. Mas partilhamos a mesma filosofia de investimento. Procuramos crescimento, mas a preços razoáveis”, explica. A sua visão aplicam-na sobre a Europa, um mercado que Rosenberg considera apaixonante pelas oportunidades que oferece. “É um lugar onde podemos encontrar empresas com perspetivas de crescimento muito favoráveis e a negociar a múltiplos atrativos. Podem conseguir-se preços de entrada muito bons”, afirma. Para conseguir o seu objetivo é muito importante eleger bem em que investir e no que não investir. “A dispersão é enorme”, assinala. “A nível setorial é mais extrema do que nunca. As empresas tradicionais (banca, indústrias pesadas...) contam cada vez mais com um menor peso no mercado, enquanto que a ponderação das empresas inovadoras está aumentar. É uma tendência que vai continuar”, augura. No entanto, como gestores, não há só que estar nos setores adequados. Também nas empresas corretas, tentando isolar-se do ruído macro. Rosenberg clarifica que Ricelli e ela não se centram na parte macro, mas sim na micro e na análise fundamental. No seu caso, explica, “sinto que não posso ter êxito de forma consistente no tempo tentando prever a macroeconomia. É certo que, atualmente, existem muitas preocupações deste 80 FUNDSPEOPLE I JULHO E AGOSTO
tipo, mas muitas delas, como as pressões inflacionistas ou a subida do preço das matérias primas, são problemas globais. Para além disso, para a região não são desafios novos. A Europa tem uma história de limitações de energia que vai resolver por via da inovação”. Na sua opinião, no Velho Continente residem empresas muito inovadoras e tecnológicas que vão sair reforçadas. “São empresas líderes nos seus setores com elevadas taxas de crescimento, elevadas margens e boas equipas de direção. Podemos encontrar entidades de aparelhos auditivos (Sonova) ou de cuidados dentários (Straumann) com uma quota de mercado muito importante, às quais a inflação não afeta tanto”.
SEM FÓRMULAS MÁGICAS
Outra área onde Roserbberg encontra oportunidades interessantes é no mundo da digitalização, mais concretamente em tudo o que está relacionado com os dados. “É um âmbito que continua a crescer e que afeta setores muito distintos, como o da alimentação, a atenção sanitária, a engenharia e, inclusive, o imobiliário. Em todos eles pode-se encontrar empresas que estão a tentar atualizar e melhorar os seus níveis de negócio com o uso de dados. As empresas estão a dar-se conta de que isto lhes poderá dar uma grande vantagem competitiva”, assinala. O facto da Europa estar muito avançada em termos de sustentabilidade também é para a especialista uma vantagem competitiva muito importante para as entidades europeias. “Muitas contam com ratings muito bons nesta matéria. É algo que os vai favorecer, dando lugar a menores custos de capital e maiores rendimentos face ao futuro. Os fundos do Next Generation da União Europeia representarão um impulso muito forte neste sentido”. Mas, para poder aproveitar tudo isto, é essencial saber eleger muito bem as empresas adequadas. “Não há uma fórmula mágica para o fazer. A chave aqui está em antecipar o crescimento da empresa, entendendo
o seu modelo de negócio, a sua vantagem competitiva, as dinâmicas que marcam o seu crescimento, analisando o que estão a fazer os seus concorrentes...”. É um processo de análise fundamental em que, para além disso, se deve ter muito em conta quanto se está a pagar pelo negócio e o que é que estão a descontar no preço. “O facto de uma ação estar barata não é uma razão para a comprar”. Tendo em conta que investir na Europa significa fazê-lo no mundo, dado que apenas 24% das receitas que recebem as empresas do índice se geram dentro das fronteiras do continente, Rosenberg reconhece que o apoio da equipa de analistas que a gestora tem no terreno em todo o planeta é fundamental no seu trabalho. “Aporta-nos muito valor”, reconhece. É a vantagem competitiva da Fidelity International na hora de ter exposição a um mercado que, embora para muitos não esteja na moda, negoceia a múltiplos muito atrativos. “A Europa oferece-nos uma maneira barata de investir em mundo”, conclui.
“ANALISANDO A PERFORMANCE ATRIBUTION DO FUNDO NOS ÚLTIMOS 12 MESES, O MAIOR CONTRIBUIDOR PROVÉM DO STOCK PICKING DAS NOSSAS POSIÇÕES NO SETOR DA SAÚDE”
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ENTREVISTA DISTRIBUIDOR
por Diogo Verde
RELAÇÃO INSTITUCIONAL A ASK é também responsável pela gestão dos Unit Links perfilados da Real Vida
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Pedro Barata DIRETOR DE INVESTIMENTOS, ASK - ADVISORY SERVICES KAPITAL
DO MODELO PRÓPRIO AO CONTACTO COM AS ENTIDADES GESTORAS Da organização dos perfis de investimento ao tipo de instrumentos utilizados, o profissional explica o processo de gestão de carteiras da entidade, que está muito baseado na independência da casa.
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ASK - Advisory Services Kapital - é uma gestora de patrimónios independente que atualmente conta com cerca de 250 milhões de euros sob supervisão, entre gestão discricionária e consultoria para investimento. Paralelamente, é também responsável pela gestão dos Unit Links perfilados da Real Vida Seguros. Com uma empresa com exatamente a mesma atividade sediada na Suíça e com acionistas comuns - a TASK WM - Pedro Barata realça a vantagem competitiva desta unidade internacional no leque de oferta de produtos financeiros e da partilha de conhecimento entre as duas unidades . A gestão conta com três perfis modelo: conservador, moderado e agressivo. Apesar de utilizar maioritariamente
fundos de terceiros para compor os perfis, no perfil agressivo também é conduzida a seleção de algumas linhas diretas de investimento no mercado acionista, que são opções estudadas diretamente pela equipa de investimentos interna. Para escolher os fundos de terceiros, por seu lado, na casa utilizam um modelo desenvolvido internamente para selecionar os melhores fundos disponíveis. “A nossa base de dados conta sensivelmente com 2.500 fundos diferentes, divididos por categorias. A cada fundo é atribuída uma pontuação que tem por base indicadores de risco e retorno”, explica Pedro Barata. Após identificar os três melhores fundos para a categoria, a equipa conduz uma análise mais aprofundada. Para entender se o fundo em questão realmente consegue gerar alfa para os investidores, realizam uma análise extensiva dos documentos oficiais, e é requerido o contacto direto com a sociedade gestora. “A grande vantagem é que somos totalmente independentes; o fundo precisa de se destacar efetivamente para entrar no nosso radar de investimento”, acrescenta o diretor de Investimentos. Para além de fundos de investimento, a ASK também utiliza ETF para obter exposição a temas específicos para os quais não identifica nenhum fundo de investimento que cumpra os seus critérios. Por fim, o gestor destaca a tendência que se tem observado de procurar ativos com baixa correlação com os restantes mercados financeiros. “Temos aumentado a exposição a alternativos, desde fundos de retorno absoluto, passando por real estate debt, entre outras classes menos comuns. Dois exemplos destas últimas são obrigações CAT e fundos de factoring”, revela o gestor.
INVESTIMENTOS SUSTENTÁVEIS
Embora o gestor reconheça a importância dos investimentos sustentáveis, admite não ser a prioridade atualmente. “Reconhecemos a importância deste tipo de investimento e utilizamos sempre que o instrumento em questão consiga aliar a sustentabilidade com o retorno para os nossos investidores”, explica. Como resultado, e como conta o profissional, os portefólios contam com alguns instrumentos ESG em carteira. JULHO E AGOSTO I FUNDSPEOPLE 83
ENTREVISTAS GURU por Regina R. Webb
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A dupla consolidada de Thomas Sørensen e Henning Padberg procura replicar o êxito do Nordea 1 Global Climate and Environment Fund colocando agora o foco no S do ESG. O objetivo: alocar capital a empresas que estão a criar soluções para os problemas sociais. Juntar rentabilidade com impacto, mas sem descurar a análise fundamental. “A maioria das soluções sociais estão numa face precoce do seu crescimento. Isso significa que a pista de descolagem do seu potencial é mais longa, mas também que há negócios que ainda têm que amadurecer”, conta Padberg. TNE
CO-GESTOR DO NORDEA 1 GLOBAL CLIMATE AND SOCIAL IMPACT FUND JULHO E AGOSTO I FUNDSPEOPLE 85
ENTREVISTAS GURU
UMA DUPLA DE SUCESSO O tandem Thomas Sørensen e Henning Padberg é uma equipa de sucesso. Há 14 anos lançaram o já consolidado Nordea 1 - Global Climate and Environment Fund, fundo com Rating FundsPeople 2022. Agora colocam o foco no gap social com o novo Global Climate and Social Impact Fund, a nova proposta da Nordea AM que procura gerar um impacto positivo tanto no clima, como na sociedade.
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nde hoje há consenso, há 10 anos tratava-se de um nicho. Quando o tandem Thomas Sørensen-Henning Padberg lançou há 14 anos o seu já mítico Nordea 1 Global Climate Climate and Environment Fund, a incorporação de critérios ambientais na análise financeira era uma estratégia inovadora e contava inclusive com detratores. Agora, o investimento sustentável está a converter-se num mínimo olímpico na indústria. O mesmo acontecerá com a S de ESG. Agora, afirmam, são os gaps sociais aqueles que cada vez são mais visíveis. A desigualdade, a imigração, a educação, etc. Da necessidade de aliviar essas carências sociais surgiu o lançamento em meados de 2021 do Global Climate and Social Impact Fund. “Somos investidores temáticos e importam-nos os critérios de sustentabilidade. Tentamos juntar a procura de rentabilidade com o impulso para um mundo melhor”, explica Padberg. Esta filosofia de rentabilidade mais impacto positivo, abre-se agora ao social. “O nosso objetivo é alocar capital a empresas que estejam a criar soluções para atacar estes problemas sociais”, desvenda o gestor. Como é comum a todas as estratégias sustentáveis da Nordea AM, o engagement é uma parte crucial do processo. A relação ativa entre gestor e empresa. “Queremos melhorar as empresas em que investimos”, afirma. Ou seja, embora não tivessem na carteira as empresas com pior nota ESG (não se veem a investir numa empresa petrolífera, como reconhecem), dariam, contudo, uma oportunidade a empresas que estejam a melhorar o seu perfil ou cujo negócio se baseie em gerar um impacto positivo importante (por exemplo, uma empresa que está a ajudar a tornar mais eficiente e limpa a produção de petróleo bruto). Na verdade, Padberg reconhece que tendem a encontrar melhores oportunidades nesses nomes que estão longe do radar verde. 86 FUNDSPEOPLE I JULHO E AGOSTO
A carteira estrutura-se com base em quatro temáticas: saúde e bem-estar, inclusão e oportunidade, vida sustentável e economia baixa em carbono. Por sua vez, cada temática conta com três ou quatro subestratégias. Por exemplo, água, mobilidade limpa, saúde, habitação, alimentação sustentável, etc. Mas essa divisão é apenas um padrão das tendências às quais querem estar expostos os gestores. Ou seja, que não há uma percentagem de alocação a cada cabaz de temas de forma definida. A carteira é o resultado de um processo de investimento puramente bottom-up, de seleção título a título. A equipa conta com um modelo de valorização próprio, no qual se combina a análise de impacto e a fundamental. A equipa gestora cuida de riscos de sobrelotação (cluster risks), de diversificação das fontes de alfa. Evitam que uma única empresa contribua mais de 10% para o risco da carteira. Atualmente, a balança está mais inclinada para as temáticas de clima, reconhece Padberg. Mas por uma questão meramente de oportunidades de investimento “A maioria das soluções sociais está numa fase precoce do seu crescimento. Isso significa que a pista de descolagem do seu potencial é mais longa, mas também que há negócios que ainda têm que amadurecer. Há bons projetos que agora têm que demonstrar que são bons investimentos também”, explica o gestor. Isto porque no final de contas, a equipa não esquece a segunda parte do seu objetivo: gerar retornos positivos. Por isso, todas as ideias são analisadas a partir do binómio de rentabilidade-risco. “Já tivemos experiências nos primeiros anos do Climate and Environment Fund, que sentimos na pele. Aconteceu-nos uma solução parecer-nos inovadora, mas quando se analisa as contas financeiras a tese de investimento desvanece”, conta Padberg. Um bom exemplo vemo-lo no setor da telemedicina. O gestor reconhece
Da esquerda para a direita: Henning Padberg e Thomas Sørensen.
o potencial de empresas de tecnologia de saúde que estão a revolucionar o setor com soluções mais eficientes, como as consultas online com um médico. Mas também ressalta o risco: são soluções com baixas barreiras de entrada e um âmbito onde a regulação pode mudar as regras do jogo. “O que acontece se um governo decide de um dia para o outro implementar essas soluções no seu próprio sistema de saúde? Então esse modelo de negócio ficaria obsoleto”, coloca. “Há que fazer o trabalho de casa e não se deixar levar por um bom marketing”, sentencia. Por isso, a equipa gestora prefere negócios mais consolidados. Que tenham demonstrado ser capazes de gerar lucros empresariais. “Que nos ensinem que são capazes de fazer dinheiro”, resume. Para Padberg é o que resume muito bem a filosofia da Nordea: procurar oportunidades emocionantes, mas consolidadas.
“HÁ BONS PROJETOS SOCIAIS QUE AGORA TÊM QUE DEMONSTRAR QUE SÃO BONS INVESTIMENTOS TAMBÉM”
JULHO E AGOSTO I FUNDSPEOPLE 87
ENTREVISTA 5 MINUTOS
por Margarida Pinto
Joaquim Luiz Gomes SÓCIO, HEED CAPITAL
“É NATURAL QUE O CAPITAL DE RISCO CRESÇA FRANCAMENTE MAIS DO QUE OS FUNDOS MOBILIÁRIOS” No ano passado, Heed Capital foi a designação escolhida para renomear a entidade liderada por Joaquim Luiz Gomes. Depois de uma mudança acionista, a entidade foca-se cada vez mais na área de capital de risco.
E
m outubro celebra-se um ano desde a mudança de marca da entidade liderada por Joaquim Luiz Gomes, que deu lugar à atual Heed Capital. A principal mudança foi a estrutura acionista: constituída desde então por 100% de capital nacional, a gestora de fundos mobiliários e fundos de capital de risco deixou para trás a relação acionista que tinha com a Dunas Capital Espanha. “Ganhámos um maior grau de liberdade na nossa atuação. Antigamente se as duas entidades quisessem fazer produtos que eram muito semelhantes, existiam alguns problemas de coordenação. A nossa liberdade estratégica e a agilidade de tomada de decisão aumentaram”, começa por contar o responsável. 88 FUNDSPEOPLE I JULHO E AGOSTO
Essa mesma agilidade é agora visível na área de alternativos. Embora tenham lançado o seu primeiro fundo de capital de risco em 2015, a verdade é que o posicionamento da entidade nesta área acelerou ainda mais recentemente. “A área de alternativos hoje em dia já é muito mais importante do que a área de fundos mobiliários em termos de ativos sob gestão”, diz Joaquim Luiz Gomes sem reservas. Contas feitas, aponta que dos 350 milhões de euros que detêm entre ativos sob gestão e aconselhamento, 200 milhões estão em fundos alternativos e 150 milhões em fundos mobiliários. Por agora, na área de capital de risco é o imobiliário o grande foco da entidade. O segmento de residências estudantis, por exemplo, tem merecido a atenção da gestora, que trabalha em parceria com uma sociedade gestora de Hong Kong. Este posicionamento da entidade faz com que a fatia de clientes internacionais tenha crescido. Representam atualmente 1/3 dos ativos sob gestão totais da casa, sendo maior a penetração nos produtos alternativos comparativamente com os mobiliários. “Na área de alternativos, a internacionalização tem sido mais rápida e a diversificação também maior”, esclarece Joaquim Luiz Gomes.
BARREIRA DA DISTRIBUIÇÃO
Dado este dinamismo da área de capital de risco, Joaquim Luiz Gomes vê como natural que esta cresça “francamente mais do que a de fundos mobiliários”. E consegue apontar com facilidade o porquê. “Nos mobiliários temos indiscutivelmente um problema de distribuição”, revela. As barreiras que encontram na distribuição de fundos diz serem ainda muito grandes, e só uma eventual chegada a canais alternativos poderia representar uma solução. “Só assim conseguiríamos almejar crescer nesta área tão depressa como crescemos na de alternativos. Este é um setor onde existe muita concentração, e como independentes que somos não temos hipótese de nos afirmar”, confessa. Apesar destas dificuldades, Joaquim Luiz Gomes continua convicto de que a área de fundos mobiliários é core para a entidade. No entanto, como refere, estão numa fase de “digestão do crescimento” dos fundos que lançaram no âmbito de capital de risco, e a prioridade passa por organizar a casa em termos de crescimento. “Não podemos entrar em overtrading, nem dar um passo maior do que a perna”, apontou.
RESIDÊNCIAS DE ESTUDANTES
Uma das áreas em que a entidade tem apostado fortemente dentro do capital de risco é o imobiliário, nomeadamente as residências de estudantes. JULHO E AGOSTO I FUNDSPEOPLE 89
ENTREVISTAS GURU por Margarida Pinto
90 FUNDSPEOPLE I JULHO E AGOSTO
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O Amundi Funds Real Assets Target Income não podia estar mais bem posicionado. Com os números crescentes de inflação, este fundo criado em 2014 sabe bem quais os três setores dos quais deve tirar partido por esta altura. “Com a subida da inflação, o fundo investe em negócios geradores de cash dentro de setores da economia real”, abrenos o apetite Enrico Stacchietti. Por outro lado, explica-nos também como se constrói um fundo extremamente metódico, que não descora quatro pilares fundamentais no seu processo de investimento. TNE
RESPONSÁVEL PELA EQUIPA DE MULTI-ATIVOS JULHO E AGOSTO I FUNDSPEOPLE 91
ENTREVISTAS GURU RESEARCH FUNDAMENTAL O Amundi Funds Real Assets Target Income rege-se por um research fundamental robusto e aprofundado sobre as empresas. A partir dele pode revelar-se um grande conjunto de oportunidades de geração de rendimento, adicionando retornos pouco correlacionados com o portefólio.
Q
uatro pilares fundamentais. São esses pilares que dão vida ao Amundi Funds Real Assets Target Income, um fundo criado há oito anos, gerido pela equipa do conhecido Francesco Sandrini, e que Enrico Stacchietti, responsável pela equipa de Multi-Ativos da Amundi Germany, nos faz questão de explicar com afinco em entrevista. Mas como se costuma dizer, comecemos pelo início. Muito metódico na forma como é gerido, este fundo da gama da Amundi passa, todos os anos, pela definição de uma meta de retorno anual, “declarada aos investidores” no início de cada exercício. Uma definição que inclui esse dado, mas não só. Nessa declaração pode encontrar-se “uma análise das fontes de retorno disponíveis dentro de uma gama diversa de classes de ativos elaborada pela equipa de gestão, que colabora com a equipa de produto para perceber qual o cenário competitivo em causa”. Definida, portanto, a meta de retorno, segue-se a determinação da alocação estratégica e por setor. E como a metodologia parece ser a palavra-chave desta estratégia, voltemos aos quatro pilares base que a constituem, e nos quais assenta o processo de investimento do fundo. “Três estratégias de geração de alfa (estratégia macro, satélite e de seleção de títulos), e a estratégia de cobertura macro”, começa por referir o responsável da entidade.
QUATRO PILARES
Muito haveria para dizer sobre cada um destes pilares que dão sustento à estratégia, mas Enrico Stacchietti mostra-nos alguns destaques que nos elucidam perfeitamente sobre o que se passa em cada um. Na parte que designam de estratégia macro, um grupo de seis experientes profissionais coloca mãos à obra, adotando “uma abordagem top-down, que combina as competências do research dos gestores de alocação de ativos e dos gestores de carteiras de multiativos”. As perspetivas macro que daqui saem, representam a visão macroeconómica da equipa, e “refletem a análise fundamental baseada no research das tendências e avaliações dos ativos”. Deste modo, as alocações em termos de setor são primeiramente baseadas “na avaliação das equipas de gestão de portefólio acerca da sustentabilidade do potencial de retorno dos setores em que inves92 FUNDSPEOPLE I JULHO E AGOSTO
tem, e as perspetivas sobre o crescimento dos seus retornos à medida que a inflação sobe”. “É crucial identificar os setores mais apropriados para investir, tendo em conta cada um dos nossos cenários base”, diz-nos concretamente o responsável. Mas esta definição não deixa o portefólio imune aos riscos de mercado, e há cenários alternativos que podem colocar em causa o cenário base. Entra, nessa fase, o pilar que designam de macro hedging. “Tratam-se de trades que são implementados para gerir os riscos de queda que surgem a partir dos cenários alternativos”, contextualiza o gestor. Normalmente, conta, são entre três e cinco movimentos de cobertura que podem ser aplicados, e que se espera que “tenham um desempenho positivo durante períodos de stress de mercado”. Podem entrar em jogo os derivados, mas também um conjunto diversificado de ativos que se espera que exibam uma correlação negativa face aos ativos mais tradicionais, em caso de movimentos de mercado inesperados. Por fim, os dois últimos pilares: as estratégias satélite e a de seleção de títulos. Se no pilar de estratégia macro as ideias de investimento provinham da visão do mundo da equipa, nas estratégias satélite Enrico Stacchietti mostra-nos um passo mais. “Aqui estamos perante ideias específicas de trading de valor relativo”, especifica. Assim, são ideias que “tendem a apresentar uma baixa correlação com as apostas da estratégia macro, e que podem melhorar o binómio risco/retorno da carteira”.
CAPITALIZAR NA SUBIDA DE INFLAÇÃO
Na estratégia de seleção de títulos - o último pilar - há um grande foco em capitalizar na atual inflação crescente. “O research fundamental robusto e aprofundado sobre as empresas pode revelar um grande conjunto de oportunidades de geração de rendimento, adicionando retornos pouco correlacionados com o portefólio”, explica o profissional. São, enfatiza, ideias de títulos considerados com uma abordagem completamente bottom-up. Exemplifica: “Com a subida da inflação, o fundo investe em negócios geradores de cash dentro de setores da economia real, como é o caso das infraestruturas, o imobiliário, as utilities ou a energia. Como estas empresas detêm ativos tangíveis - estradas
“EXISTE UMA FORTE CORRELAÇÃO ENTRE UM RENDIMENTO SUSTENTÁVEL E A PROTEÇÃO DA INFLAÇÃO, POIS OS DIVIDENDOS TENDEM A CRESCER COM ELA”
concessionadas, aeroportos, etc. - o seu valor dos ativos é sensível à economia subjacente e tende a crescer com perspetivas de crescimento e de inflação em subida”. Na verdade, Enrico Stacchietti tem na ponta da língua os três grandes grupos de empresas que acreditam que podem beneficiar da inflação crescente, e adicionar resiliência ao portefólio. Por um lado, as empresas de setores que conseguem desencadear essa inflação, como “a agricultura, os recursos básicos e a energia”; por outro, as empresas cujos modelos de negócio estão atrelados a fatores de inflação, como o CPI (Consumer Price Index) ou PPI (Producer Price Index), e das quais são exemplo as já referidas estradas concessionadas ou os pipelines. Por fim, as empresas com “um forte suporte de ativos ou poder de fixação de preços”, e que oferecem proteção contra a inflação, como acontece com o imobiliário. Mas neste fundo há um fator adicional que para o responsável é essen-
cial. “Este é um fundo que faz parte da família de produtos de rendimento e existe uma forte correlação entre um rendimento sustentável e a proteção da inflação, pois os dividendos tendem a crescer com ela”, sublinha. A conversa com Enrico Stacchietti não ficaria completa sem uma abordagem à gestão de risco, que “é uma parte integral do processo de investimento”. A Amundi desenvolveu o seu sistema de orçamento de risco proprietário, e ainda um processo “cujo objetivo é gerir a volatilidade do portefólio, e assim alcançar um melhor desempenho ajustado ao risco”. Na verdade, como refere o gestor, o orçamento de risco é ele próprio “uma fonte de atribuição de desempenho”. Por isso, “qualquer mudança no perfil de risco/retorno das posições, pode impactar de forma negativa o target de rendimento e, por isso, deve ser monitorizado com regularidade”, concluiu. JULHO E AGOSTO I FUNDSPEOPLE 93
PRODUTOS COMPARAÇÃO por Regina R. Webb
OBRIGAÇÕES EURO A CURTO PRAZO: DECIFRANDO O BCE
A gestão ativa da duração está a ser chave em 2022 também para os fundos de obrigações euro curto prazo, tanto para se posicionarem defensivamente numa primeira fase, como para saber quando devem ser mais agressivos.
ALLIANZ ADVANCED FIXED INCOME SHORT DURATION
BLACKROCK GF EURO SHORT DURATION BOND FUND
GESTORA: ALLIANZ GLOBAL INV. LANÇAMENTO: 8/1/13 DIVISA: EURO PATRIMÓNIO: 1.663 ISIN: LU0856992960
GESTORA: BLACKROCK LANÇAMENTO: 4/1/99 DIVISA: EURO PATRIMÓNIO: 5.972 ISIN: LU0093503810
GESTORA: BNP PARIBAS LANÇAMENTO: 30/10/07 DIVISA: EURO PATRIMÓNIO: 3.593 ISIN: LU0325598752
RENTABILIDADE 1 ANO: -3,68 RENTABILIDADE 3 ANOS: -0,98 RENTABILIDADE 5 ANOS: -0,51
RENTABILIDADE 1 ANO: -4,05 RENTABILIDADE 3 ANOS: -1,39 RENTABILIDADE 5 ANOS: -1,05
RENTABILIDADE 1 ANO: -2,79 RENTABILIDADE 3 ANOS: -0,38 RENTABILIDADE 5 ANOS: -0,29
2020
2021
2022
94 FUNDSPEOPLE I JULHO E AGOSTO
2019
2020
2021
-0,08 2022
2018
33 3 -2,49
-2,30
-3,13
2 2 2 2018
2019
Fonte: Morningstar Direct. Dados em euros a 31 de maio de 2022. Dados de património em milhões de euros.
2019
-3,55
-1,56
-1,45
-0,28
0,32
1,08
0,51
0,45 -0,39
1 1 1 2018
20 22
1,74
20 22
1,12
20 22
BNP PARIBAS FUNDS ENHANCED BOND 6M
2020
2021
2022
M
ais cedo ou mais tarde, a Era das taxas zero chegaria ao fim. O bull market das obrigações não poderia ser infinito. Mas durante muito tempo foi difícil de assimilar. Especialmente quando ano após ano as rentabilidades das obrigações desafiaram as convenções, devolvendo retornos positivos. Agora, naquele que foi o pior arranque para o rendimento fixo em décadas, desligou-se a música ao investidor precisamente no momento em que a inflação voltou aos mercados desenvolvidos com uma força histórica.
CARMIGNAC PORTFOLIO SÉCURITÉ
Embora a inflação deva eventualmente acabar por diminuir à medida que se dissipem os efeitos de base dos preços das commodities e os bottlenecks da cadeias de fornecimento, espera-se que ela permaneça elevada, acima do objetivo de 2% que os bancos centrais marcam, teme Marie Anne Allier, gestora da Carmignac. “A armadilha está a fechar-se para os bancos centrais, que costumavam ser capazes de vir em socorro e reiniciar a máquina assim que a bolha estalava, mas o mais provável é que este não vá ser o caso ou pelo menos não seja assim tão direto no futuro”, vaticina. Uma das questões sobre as quais se debate com mais intensidade por
FIDELITY FUNDS EURO SHORT TERM BOND FUND
estes dias é sobre a chegada de uma recessão. Cada vez mais vozes se atrevem a alocar uma probabilidade bastante elevada a uma contração da economia, pelo menos a nível técnico. Não há que esquecer que bastam dois trimestres contínuos de queda do PIB para se entrar em recessão. É importante recordar o relativamente simples que é que a economia retroceda, porque a nível de sentimento de investidor o termo recessão faz-nos remontar às cicatrizes que deixou a Grande Crise Financeira de 2008. É precisamente esse o tom que destacam nas suas previsões Ario Nejad e Rick Patel, gestores
MORGAN STANLEY IF SHORT MATURITY EURO BOND FUND
GESTORA: CARMIGNAC LANÇAMENTO: 25/11/13 DIVISA: EURO PATRIMÓNIO: 2.341 ISIN: LU0992624949
GESTORA: FIDELITY LANÇAMENTO: 10/3/08 DIVISA: EURO PATRIMÓNIO: 3.945 ISIN: LU0346393704
GESTORA: MORGAN STANLEY LANÇAMENTO: 1/8/94 DIVISA: EURO PATRIMÓNIO: 3.051 ISIN: LU0052620894
RENTABILIDADE 1 ANO: -5,13 RENTABILIDADE 3 ANOS: 0,14 RENTABILIDADE 5 ANOS: -0,21
RENTABILIDADE 1 ANO: -3,05 RENTABILIDADE 3 ANOS: -0,19 RENTABILIDADE 5 ANOS: -0,08
RENTABILIDADE 1 ANO: -1,62 RENTABILIDADE 3 ANOS: -0,42 RENTABILIDADE 5 ANOS: -0,34
20 22
20 22
1,04
2019
2020
2021
2022
-0,31
-1,66
-1,39
-0,77
-2,73
4 4 2018
-5,01
-1,51
-2,73
0,44
0,32
1,98
2,54
2,72
3,94
20 22
5 5 5 6 6 6 2018
2019
2020
2021
2022
2018
2019
2020
2021
2022
JULHO E AGOSTO I FUNDSPEOPLE 95
PRODUTOS COMPARAÇÃO
20 22
20 22
20 22
ALLIANZ ADVANCED FIXED INCOME SHORT DURATION
BLACKROCK GF EURO SHORT DURATION BOND FUND
GESTOR RALF JÜLICHMANNS
GESTORES MICHAEL KRAUTZBERGER E CHRISTOPHER ALLEN
GESTORES ARNAUDGUILHEM LAMY E FADI BARBERI
GERIR O RISCO SEM O EVITAR
VALOR RELATIVO EM ELEVADA QUALIDADE
POSTURA DE PRUDÊNCIA
É um fundo gerido com base numa particular combinação de análise qualitativa com métodos analíticos de última geração, visão fundamental top-down e expertise bottom-up específico do emitente. “Procuramos gerar retorno superior por meio do alfa, não do beta disfarçado”, diz. As ideias de portefólio são selecionadas por meio do Advanced Analytics, a sua estrutura para identificar e explorar ineficiências e assimetrias em todos os principais segmentos dos mercados de dívida globais. Em termos de risco, a abordagem é com o objetivo de o gerir, não de simplesmente evitar os riscos intrínsecos associados à dívida soberana, titularizada e corporativa nas economias desenvolvidas e emergentes. Esperando que o BCE continue a endurecer a sua política monetária, reduziram o vencimento da carteira e a posição em obrigações do governo italiano, uma vez que estas últimas reagem de forma muito sensível às expectativas sobre a política futura do BCE.
Esta é a estratégia mais defensiva gerida pela equipa. O fundo de duração curta procura ser o próximo passo para a liquidez dos investidores. Os gestores aplicam uma filosofia de valor relativo. Em vez de dependerem de vieses estruturais para ativos mais arriscados (como o crédito, high yield ou mercados emergentes), para gerar rendimento, eles constroem uma carteira de diversas operações de valor, identificando onde é que os ativos de alta qualidade se ressentiram. Isto geralmente significa que o fundo tem tracking error mais baixo, menor correlação entre operações e maior resiliência a tempos de volatilidade. É justamente graças à elevada volatilidade recente que os gestores estão a encontrar ideias interessantes sem abrir mão da qualidade de crédito. Destacam-se, por exemplo, as obrigações com garantia de capital com classificação AAA e a dívida de agências, que oferecem uma yield extra face aos títulos do governo, que estão nos seus níveis mais elevados de uma década.
Abordagem flexível, fundamental e ativa. Este fundo da gama Enhanced Bond é gerido num contexto tridimensional que procura um equilíbrio entre liquidez, desempenho e volatilidade. A equipa de gestão defende que pode criar valor a longo prazo através do seu foco nas seguintes disciplinas: gestão da duração, posicionamento da curva de yields, exposição a crédito, alocação por país e seleção de títulos. Quanto à sua visão de mercado, acreditam que no primeiro semestre de 2022 a maioria das subidas de taxas de juro na Europa já foi antecipada. Inclusive, que o mercado de rendimento fixo também tenha descontado os potenciais aumentos de 2023. Assim, optaram por uma postura de prudência. Ou seja, reduzir a exposição a dívida corporativa e high yield e a sensibilidade à taxa de juros (duração modificada) do fundo, bem como aumentar a rentabilidade até ao vencimento para 0,5% em maio de 2022.
96 FUNDSPEOPLE I JULHO E AGOSTO
BNP PARIBAS FUNDS ENHANCED BOND 6M
20 22
CARMIGNAC PORTFOLIO SÉCURITÉ
GESTORA MARIE ANNE ALLIER
20 22
FIDELITY FUNDS EURO SHORT TERM BOND FUND
GESTORES ARIO NEJAD E RICK PATEL
20 22
MORGAN STANLEY IF SHORT MATURITY EURO BOND FUND GESTORES LEON GRENYER, RICHARD FORD, DIPEN PATEL E ANTON HEESE
VIÉS DEFENSIVO A CURTO PRAZO
SUBPONDERADOS EM DÍVIDA DE GOVERNOS
DÉCADAS DE EXPERIÊNCIA
Este veículo é um dos fundos estrela da gestora francesa, dirigido a investidores mais cautelosos. A carteira atual reflete um viés defensivo de curto prazo. A combinação de um endurecimento monetário por parte do BCE e o aumento das taxas, já em julho, leva-os a ter uma opinião negativa sobre as obrigações no core. Diriam que este movimento já foi tido em conta no preço da curva alemã. Isto leva-os a ter, por um lado, uma postura bastante neutra em relação às taxas core europeias e, por outro lado, uma posição mais negativa em regiões como França, Itália e Espanha. Também iniciaram posições curtas na curva soberana japonesa, onde, na sua opinião, as taxas estão com viés de subida. Por último, continuam a privilegiar as estratégias de inflação, embora as tenham reduzido recentemente, sobretudo na Europa. O fundo sofreu particularmente com a sua exposição à dívida russa, tanto com as suas obrigações soberanas como com as suas posições em dívida corporativa em moeda forte.
Este fundo artigo 8º da SFDR mergulha principalmente em títulos corporativos com investment grade e dívida pública de curto prazo em euros. Com a alocação a obrigações corporativas, é realçada a seleção bottom-up dos emitentes e assegurada a diversidade adequada. Tendo em conta a combinação do fim do QE na Europa e um maior gasto fiscal devido à invasão da Ucrânia, é difícil para a equipa gestora ser otimista relativamente à cotação atual dos spreads das obrigações governamentais europeias. Assim, consideram provável que permaneçam subponderados em todos os spreads de governos (particularmente países como França, Itália e Espanha) nos próximos meses. Em vez disso, centrar-se-ão em aumentar um pouco de risco no setor corporativo. Em termos de duração, posicionaram-se para proteger-se face à possibilidade de um ciclo de subidas de um BCE extremamente agressivo. Se finalmente virem sinais de que não será tão intenso quanto o esperado atualmente, é muito provável que aumentem a duração.
A estratégia combina uma exaustiva avaliação macroeconómica top-down juntamente com uma seleção de títulos bottom-up. Este fundo de investimento capitaliza nos recursos das equipas de Obrigações Globais e Títulos Europeus da MSIM, ambas com um extenso histórico, desde 1975 e 1990, respetivamente. Isso dá-lhes a capacidade de identificar as nuances de classes de ativos adicionais, sejam hipotecas, dívida corporativa, etc. Atualmente, a carteira reflete duas posturas claras. A primeira, estão curtos em duração em relação ao benchmark. Esta decisão responde à perspetiva de que as taxas de juro possam aumentar no curto prazo em função do aumento da inflação e da ação dos bancos centrais. Têm em carteira obrigações vinculadas à subida dos preços (principalmente BTP italiano). A segunda, estão sobreponderados em crédito corporativo. Em particular, mantêm híbridos de elevada qualidade e dívida financeira subordinada (especialmente Tier 2).
JULHO E AGOSTO I FUNDSPEOPLE 97
PRODUTOS COMPARAÇÃO
20 22
11 1 1
ALLIANZ ADVANCED FIXED INCOME SHORT DURATION
22 22
BLACKROCK GF EURO SHORT DURATION BOND FUND
11.320
11.284
1.681 1.546
1.493
20 22
33 33
BNP PARIBAS FUNDS ENHANCED BOND 6M
4.258
4.146
3.631 9.607
1.663
1.403
3.593 7.416 2.385
5.972 2018
0,3
2019
0,3
0,3
0,0
0,0
2020
2021
2022
2018
2019
2020
2021
2022
2018
2019
2020
2021
2022
Fonte: Morningstar Direct. Dados de património em milhões de euros.
20 22
4
5 Volatilidade 3 anos (%)
-0,3
0,3
-0,6
0,6
-0,9
0,9
MAPA
-0,3
risco/ rentabilidade
3
6 -0,6
-0,9
1 -1,2
-1,2
-1,2 1,5
-1,5 1,0
2,0
-1,5 1,0 1,5
2,5
-1,5
3,0 2,0 2,5
1,5 2,0
1,0
2
Allianz Advanced Fixed Income Short Duration BlackRock GF Euro Short Duration Bond Fund
3
BNP Paribas Funds Enhanced Bond 6M
4
Carmignac Portfolio Sécurité
5
Fidelity Funds Euro Short Term Bond Fund
6
Morgan Stanley IF Short Maturity Euro Bond Fund
3,5 2,5 3,0
2,0
1,5
1 2
3,0 3,5
2,5
3,5
Em euros
3,0
3,5
Rentabilidade anualizada 3 anos (%)
RENT. ANUAL A 3 ANOS
ALLIANZ ADVANCED FIXED INCOME SHORT DURATION
BLACKROCK GF EURO SHORT DURATION BOND FUND
BNP PARIBAS FUNDS ENHANCED BOND 6M
CARMIGNAC PORTFOLIO SÉCURITÉ
FIDELITY FUNDS EURO SHORT TERM BOND FUND
MORGAN STANLEY IF SHORT MATURITY EURO BOND FUND
-0,98
-1,39
-0,38
0,14
-0,19
-0,42
VOLATILIDADE A 3 ANOS
2,09
2,11
2,59
3,41
1,85
1,39
MÁXIMO DRAWDOWN 3 ANOS
-4,01
-4,72
-3,85
-5,48
-3,53
-2,46
RÁCIO SHARPE 3 ANOS
-0,18
-0,38
0,09
0,23
0,22
0,12
ALFA 3 ANOS
0,05
-0,34
0,75
1,46
0,76
0,46
BETA 3 ANOS
1,82
1,88
2,15
2,85
1,46
1,22
98 FUNDSPEOPLE I JULHO E AGOSTO
Fonte: Morningstar Direct. Dados em euros a 31 de maio de 2022.
0,0
20 22
44 4
20 22
CARMIGNAC PORTFOLIO SÉCURITÉ 3.632
20 22
55 5
FIDELITY FUNDS EURO SHORT TERM BOND FUND 4.371
66 6
MORGAN STANLEY IF SHORT MATURITY EURO BOND FUND
3.945 4.330
2.866 2.572
2.834 2.235 2.341
2.288 2.238
3.051
2.259
1.952 1.286
2018
2019
2020
2021
2022
da Fidelity International. Isto tendo em conta que os estímulos orçamentais estão a esgotar-se nos mercados desenvolvidos, o crescimento provavelmente será débil na Europa e, por conseguinte, o contexto no qual nos enfrentamos será de estagnação mas não de profunda recessão”, explicam. Em última instância, isto dependerá da combinação de dois cenários: que a Rússia interrompa o fornecimento de gás à Europa e que o endurecimento monetário do BCE seja excessivo. Neste último ponto coincidem os gestores consultados: a tremenda dificuldade para interpretar a política monetária do BCE em 2022. Para Arnaud-Guilhem Lamy e Fadi Berbari, gestores da BNP Paribas AM, o maior risco que enfrenta o seu fundo é, sem dúvida, a importante subida de taxas de juro. “É a maior convulsão à qual os mercados de rendimento fixo tiveram que fazer face desde 1994”, reconhecem. A dificuldade é máxima, para além disso, porque é um fenómeno global, pelo que as carteiras não podem simplesmente mergulhar noutros ativos. Em geral, a tendência para um suporte monetário mais reduzido deveria exercer uma certa pressão de subida
2018
2019
2020
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sobre as yields dos governos, interpreta Ralf Jülichmanns, gestor da Allianz GI. Visto que a Fed iniciou o processo de redução dos estímulos monetários antes do BCE e a sobrestimulação da política fiscal durante a pandemia parece ter sido maior nos EUA, o gestor prevê que a pressão seja mais forte aí face à zona euro, onde os riscos de inflação baseados no estado dos mercados de trabalho deveriam ser menores e conduzir a um enfoque quiçá menos agressivo por parte do BCE. Com este pano de fundo, não é de estranhar que encontremos uma postura comum entre os fundos de dívida de curto-prazo euro analisados: a cautela. As carteiras dos gestores coincidem nessa posição defensiva. Mas também estão a ser ativos porque com a volatilidade extrema surgem oportunidades. Um ponto chave em 2022 tem sido a gestão de duração. Como reconhecem os gestores da BlackRock, Michael Krautzberger e Christopher Allen, a sua visão sobre a duração tem mudado significativamente desde o início do ano. Ao começar 2022 esperavam que as yields aumentassem de forma importante à medida que se levantaram os confina-
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mentos e os bancos centrais endurecessem a política monetária. Agora, contrariamente, veem a duração no front end (parte dianteira da curva) como o ponto ótimo. “Com os mercados já a negociar a um ritmo acelerado, e as subidas de taxas que esperam do BCE, as yields a curto prazo oferecem uma boa proteção contra uma desaceleração económica”. Assim, estão a combinar posições longas na parte dianteira da curva de yields, com posições curtas mais à frente. De forma similar, moveu-se a equipa do MS Short Maturity Euro Bond Fund. Reduziram a subponderação a duração (cortando a das obrigações de governo alemão) e a exposição a obrigações vinculadas à inflação e têm incrementado o peso das covered bonds.
A informação sobre Organismos de Investimento Coletivo ou outros instrumentos financeiros incluída na FundsPeople é apresentada apenas com fim informativo e ilustrativo e não deve ser interpretada como uma oferta de venda ou recomendação de investimento. A informação não representa uma descrição completa dos OIC ou outros instrumentos financeiros e mercados a que faz referência.
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PRODUTOS CARTEIRAS
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epois das fortes correções que a classe de ações e de obrigações sofreu, e perante um aumento considerável dos fatores de risco, estas classes de ativos têm agora muitas oportunidades que podem ser aproveitadas. É por esta e por outras razões que surgem como solução os fundos multiativos. Consideramos nesta análise de carteiras cinco produtos multiativos com Rating FundsPeople+ 2022 que têm vindo a ser destacados pelos analistas do sul da Europa, pelo facto de agregarem um volume relevante de investimento local, e ainda pelo comportamento consistente em termos de retorno e risco. No caso do fixed income, as obrigações soberanas viveram o seu pior trimestre em 40 anos e as obrigações corporativas não se têm livrado das 100 FUNDSPEOPLE I JULHO E AGOSTO
quedas. Mas há sempre dois lados da moeda: a yield está de volta. Para além do facto de algumas obrigações já estarem com yields atrativas, e com espaço para ficarem ainda mais, também podem oferecer benefícios de diversificação para as carteiras.
FOTOGRAFIA
Quando olhamos para a alocação das cinco carteiras multiativos que estão sob análise, o PIMCO GIS Dynamic Multi-Asset Fund e o Man AHL TargetRisk Fund são os fundos com maior exposição à classe de fixed income. Na verdade, são os únicos produtos desta amostra com mais exposição a esta classe face à classe acionista. O fundo da Man Group tem mesmo uma alocação superior a 100%, numa abordagem de investimento com um intenso recurso a instrumentos derivados. Em
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AMÉRICA DO NORTE
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MESMO PERANTE UMA ELEVADA PROBABILIDADE DE RECESSÃO, O FORTE SELL-OFF NOS ATIVOS DE RISCO NO PRIMEIRO SEMESTRE DESTE ANO CRIOU MUITAS OPORTUNIDADES NO MERCADO DE AÇÕES E OBRIGAÇÕES. OS FUNDOS MULTIATIVOS SURGEM NESSE SENTIDO COMO UM BOM INSTRUMENTO PARA APROVEITAR AS OPORTUNIDADES NOS DOIS LADOS DA BARRICADA.
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57,56
por Samuel Capucho
AMÉRICA LATINA
sentido oposto, o Flossbach von Storch - Multiple Opportunities II regista o menor valor de alocação a obrigações. As ações também não têm vivido melhores momentos do que as obrigações, com o S&P 500 a entrar recentemente em bear market, e a registar uma desvalorização superior a 20% desde o início do ano. No que toca a esta classe de ativos, é o Flossbach von Storch - Multiple Opportunities II que detém a maior exposição, chegando a ultrapassar os 65%. Ao nível do seu portefólio, as três ações com mais peso são a Alphabet, Berkshire Hathaway e Nestlé. Na verdade, mais de 65% da sua exposição nesta classe está alocada a ações americanas, sendo que as ações alemãs estão na segunda posição com uma alocação de 12%. No extremo oposto encontra-se o PIMCO GIS
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7,63
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BGF ESG MULTI-ASSET FVS MULTIPLE OPPORTUNITIES MAN AHL TARGETRISK MFS MERIDIAN PRUDENT WEALTH PIMCO GIS DYNAMIC MULTI ASSET
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ÁSIA EMERGENTE
Fonte: Dados de alocação mais recentes disponíveis a 14 de junho de 2022. Fundos de alocação com Rating FundsPeople+ 2022 em Portugal, Espanha e Itália.
0,36 0,00 – 0,12 0,00
ÁFRICA/ MÉDIO ORIENTE
EXPOSIÇÃO LÍQUIDA GEOGRÁFICA DA COMPONENTE ACIONISTA %
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ALOCAÇÃO LÍQUIDA POR CLASSE DE ATIVOS % MFS MERIDIAN PRUDENT WEALTH PIMCO GIS DYNAMIC MULTI-ASSET
9,56 9,56 14,26 3,30 5,71
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OBRIGAÇÕES
18,13 11,73 -69,30 24,44 44,00
AÇÕES
25,07
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BGF ESG MULTI-ASSET FUND FVS MULTIPLE OPPORTUNITIES II MAN AHL TARGETRISK FUND
31,67 44,67 12,89
Dynamic Multi-Asset Fund que, desta amostra de cinco fundos, regista a menor exposição a ações. Além disso, observamos que a equipa de gestão do fundo da PIMCO mantém a liquidez como a classe de ativos com maior predomínio na carteira do produto. Já a alocação geográfica das carteiras no que toca à componente acionista demonstra, por um lado, a elevada convicção da equipa de gestão do Flossbach von Storch - Multiple Opportunities II em ações norte-americanas. Por outro, o facto de a equipa de gestão do PIMCO GIS Dynamic Multi-Asset Fund alocar uma percentagem relativamente reduzida a ações desta região na sua carteira, que está maioritariamente concentrada em títulos da Europa desenvolvida e Ásia emergente. Destacam-se títulos
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LIQUIDEZ
OUTROS
Fonte: Dados de alocação mais recentes disponíveis a 14 de junho de 2022. Fundos de alocação com Rating FundsPeople+ 2022 em Portugal, Espanha e Itália.
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A OPINIÃO DE CRISTINA CARVALHO Corporate & Institutional Sales Manager, Amundi
SILVER AGE, O POTENCIAL DOS SÉNIORES 20 22
ALOCAÇÃO LÍQUIDA DA COMPONENTE FIXED INCOME POR SUBCATEGORIA %
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26,66 35,12
58,78 2,24 0,00 0,00 0,00 7,11
DERIVADOS
10,86 0,15 0,00 0,93 6,15
LIQUIDEZ & EQUIVALENTES
MUNICIPAL
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GOVERNOS
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BGF ESG MULTI-ASSET FVS MULTIPLE OPPORTUNITIES MAN AHL TARGETRISK MFS MERIDIAN PRUDENT WEALTH PIMCO GIS DYNAMIC MULTI ASSET
ESTES CINCO FUNDOS MULTIATIVOS PREFEREM ATUALMENTE, DE MODO GERAL, DÍVIDA SOBERANA A DÍVIDA CORPORATIVA
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Fonte: Dados de alocação mais recentes disponíveis a 14 de junho de 2022. Fundos de alocação com Rating FundsPeople+ 2022 em Portugal, Espanha e Itália.
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como a Stora Enso no primeiro caso e a TSMC no segundo caso. No que diz respeito à Europa desenvolvida, que está atualmente sob altíssima pressão a nível geopolítico, é o MFS Meridian Funds - Prudent Wealth Fund que detém a mais elevada exposição à região. A LEG Immobilien e a Iberdrola são as ações desta região com maior peso no portefólio do fundo. Em relação à alocação da componente de fixed income, estes cinco fundos multiativos preferem atualmente, de modo geral, dívida soberana a dívida corporativa. Por outras palavras, nenhum destes fundos detém maior alocação a dívida corporativa do que a dívida soberana. No caso da dívida soberana, o Man AHL TargetRisk Fund é o que detém maior exposição líquida, ao passo que, no que diz respeito à dívida corporativa, o destaque vai para o BGF ESG Multi-Asset Fund. Nestes tempos voláteis e de incerteza, a liquidez tem servido de refúgio para muitos destes fundos, sendo que, por exemplo, os fundos da Flossbach von Storch, PIMCO e BlackRock têm a carteira com maior alocação a liquidez do que a qualquer tipologia de fixed income.
A queda da natalidade e a maior esperança de vida fazem do envelhecimento da população um dos desafios para as economias ocidentais e emergentes. O incremento da população maior de 65 anos provoca mudanças no consumo e as empresas adaptam-se à chamada Silver Economy. Os séniores são um segmento com capacidade de consumo, e a partir da CPR AM (o centro especializado em gestão temática da Amundi) procuramos aproveitar esta tendência demográfica poderosa, não cíclica, irreversível e a longo prazo, com um enfoque diversificado através da seleção de empresas de oito setores agrupados em dois segmentos da população: os setores de poupança financeira, bem-estar, ócio e automóvel, para os jovens pensionistas; e os setores de segurança e dependência para os de maior idade. Produtos farmacêuticos e equipamento de saúde são setores comuns a ambos os segmentos. Grandes desafios e oportunidades nesta grande tendência demográfica estrutural.
European Finance FORUM
O c t o b e r 5 th 2 0 2 2 The Peninsula Paris
Meet Policy, Finance & Investment Leaders
This summit is the European #1 event for the Investors and the Finance industry in Paris. During the morning sessions, major policy leaders and key players in the financial sector will be gathered for high level debates to offer a deeper dive into regulatory changes and major issues for the finance industry in general. In the afternoon, Asset managers & Asset Owners will share their views on investment topics.
UNAVOIDABLE TOPICS WILL BE COVERED MORNING SESSIONS: FINANCE & POLICY STREAM
Financing the European economy, Monetary policies, Post-Brexit era, Decentralized financial systems & Crypto, Sustainable finance AFTERNOON SESSIONS: INVESTMENT STREAM
Allocation & inflation, Infrastructure with impact, Private debt with impact, Thematic equities, Private assets for retail, Fund selection…
Among our speakers
Alexandra Jour-Schröder
Deputy Director General for Financial Stability, Financial Services and Capital Markets, EUROPEAN COMMISSION
Jean Lemierre
Chairman of the board, BNP PARIBAS
Sponsors & Partners Exclusive gala dinner sponsor
Silver sponsors
Strategic content sponsor
Media partners
Odile Renaud-Basso
President, EUROPEAN BANK FOR RECONSTRUCTION AND DEVELOPMENT (EBRD)
Jens Ulbrich
Head of economics department, BUNDESBANK
Stéphane Boujnah CEO & Chairman of the Managing Board, EURONEXT
Supporting organizations
To see the full programme, the list of speakers and register yourself, please visit our website https://european-finance-forum.eu/ Contact: info-seminaire@ agefi.fr | + 33 1 43 12 85 55. FREE ACCESS FOR INSTITUTIONAL INVESTORS (Pension funds, provident institutions, mutual societies, insurance companies – excluding management activities on behalf of third parties- company treasurers, sovereign wealth funds), PRIVATE BANKS & FAMILY OFFICES.
PRODUTOS EMERGENTES
por Joan Esteve Manasanch
AÇÕES CHINESAS UMA HISTÓRIA DE QUEDAS MAS TAMBÉM DE OPORTUNIDADES
As ações do gigante asiático estão há um ano e meio a sofrer um grande golpe. São várias as causas, entre elas a desaceleração imobiliária, a regulação de setores de crescimento ou a política de COVID zero. Mas também existem oportunidades.
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importância da República Popular da China para a economia mundial é colossal. Não só pelo seu tamanho, é a segunda maior do mundo com 17,5% do PIB global, mas também porque é uma economia muito aberta, tem o maior superavit comercial do planeta e é um parceiro comercial mais importante do que os EUA para 70% dos países (incluindo Espanha ou Alemanha). Mas, apesar desta relevância, as suas ações apenas representam 5% dos índices mundiais. As fortes correções dos
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títulos chineses e os baixos preços em que se encontram estão a passar inadvertidos para muitos investidores. Desde meados de fevereiro de 2021, e de forma continuada durante ano e meio, os principais índices bolsistas do gigante asiático têm estado a cair. Em maio acumulavam quedas que superavam os -70% no índice Nasdaq Golden Dragon China (empresas chinesas cotadas no Nasdaq), -36% no Hang Seng (Hong Kong) e -32% nas bolsas de Xangai e Shenzhen. A causa destas extraordinárias quedas tem sido a acumulação de vários
MAIS DE UM ANO EM QUEDA LIVRE O Índice Nasdaq Golden Dragon acumula uma queda de 70% desde fevereiro de 2021.
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Fonte: Bloomberg.
O IMPACTO DO SURGIMENTO DA ÓMICRON
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A PRODUÇÃO INDUSTRIAL REDUZ-SE PELA PRIMERA VEZ DESDE MARÇO DE 2020
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AS VENDAS A RETALHO SOFREM UMA QUEDA DE DUPLO DÍGITO EM ABRIL
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O setor imobiliário, que representa mais de uma quarta parte do PIB e é essencial para a economia chinesa, está a viver uma forte desaceleração. Em 2021, o Governo endureceu as condições de crédito para controlar o endividamento com o qual tinham crescido as empresas do setor. A intenção de criar um deleveraging controlado para limitar o sobre-endividamento provocou um abrandamento do setor de construção e a sua queda em bolsa. A suspensão de pagamentos e de cotação por parte de várias empresas, incluindo a maior delas, a Evergrande, também castigou os preços da banca e das obrigações do gigante asiático por medo de contágios a outras partes da economia. Por outro lado, a benéfica política de common prosperity para duplicar a classe média de 350 milhões de pessoas para 700 milhões em 2030 (um incremento equivalente a toda a população da Europa), com importantes efeitos positivos no longo prazo, provocou a curto prazo a instauração de regulamentos sobre amplos setores da economia. Desde as grandes empresas tecnológicas, limitan-
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OS PROBLEMAS
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eventos que têm magnificado o efeito de cada uma delas em bolsa, gerando uma altíssima volatilidade, deixando oportunidades de valorização atrativas. Os cinco motivos da forte queda da bolsa chinesa têm sido os seguintes: a desaceleração imobiliária, a regulação de setores de crescimento, o risco de que termine a cotação das empresas chinesas nos EUA, a guerra da Ucrânia e a política de COVID zero com estritos confinamentos.
Fonte: National Bureau of Statistics of China. Variação interanual em %.
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PRODUTOS EMERGENTES
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A OPINIÃO DE ÁLVARO ANTÓN Responsável de negócio na Península Ibérica, abrdn
PORQUÊ INVESTIR EM OBRIGAÇÕES DE MERCADOS DE FRONTEIRA?
FACE À DESACELERAÇÃO IMOBILIÁRIA E AO COVID, ESPERA-SE UM AVANÇO DO PIB CHINÊS EM 2022 DE 4,2% do as suas práticas monopolísticas ou incentivando a colaboração com empresas pequenas, até às empresas de videojogos online, restringindo o número de horas de consumo aos jovens, passando pela proibição de lucros para empresas de educação extraescolar, as reduções do preço dos medicamentos, as melhorias laborais para os riders de comida rápida ou as limitações ao jogo, com o consequente impacto sobre os casinos de Macau. Estas regulações plasmaram-se rapidamente e de forma surpreendente para os investidores internacionais, que venderam em massa estes setores arrastando os seus preços em queda. Às regulações internas soma-se, para as empresas cotadas em ADR nos Estados Unidos, o medo de delisting pelo regulador americano (SEC). O alinhamento diplomático com a Rússia, perante a invasão da Ucrânia, provocou uma nova queda por causa da incerteza dos investidores perante possíveis sanções. E, finalmente, a aparição de variante ómicron na China com o confinamento das regiões de Shenzhen, Xangai e de outras grandes cidades, provocou a suspensão da produção e uma forte redução da atividade económica.
OS MOTORES
Recentemente, as coisas começaram a piorar. O comunicado oficial, em mar106 FUNDSPEOPLE I JULHO E AGOSTO
ço, do vice-primeiro ministro, Liu He, indicou o apoio para o cumprimento dos requisitos de negociação nos EUA, juntamente com a videoconferência entre os presidentes Xi Jinping e Joe Biden com a declaração a favor da resolução do conflito armado na Ucrânia, têm mitigado o risco de delisting e eliminado o de sanções. As regulações internas, apesar de terem efeitos negativos sobre setores concretos, mantêm os incentivos ao crescimento e são positivas para o conjunto da economia no médio e longo prazo. A nível económico, o governo chinês tem importantes ferramentas fiscais, monetárias e de investimento para manter o crescimento da economia, como as possíveis quedas de taxas de juro. Para além disso, a inflação é muito baixa, 2,1% em abril face a mais de 8% anual nos EUA ou na zona euro. Por outro lado, mais tarde ou mais cedo, como aconteceu no passado, os confinamentos acabarão e a atividade económica recuperará. Por último, seguindo o bom crescimento económico de 8,1% em 2021, e apesar da desaceleração imobiliária e do COVID, espera-se também um importante avanço do PIB de 4,2% em 2022. Por tudo isso, e sem estar isentos de volatilidade, os preços atuais parecem atrativos para investir a longo prazo e podem ser uma boa oportunidade de compra.
Tradicionalmente, as obrigações de mercados de fronteira têm sido a parte mais rentável da classe de ativos de dívida de mercados emergentes. Claro que uma elevada rentabilidade por si só não é motivo suficiente para investir e é importante ter em conta os fatores subjacentes, juntamente com um amplo leque de outras métricas financeiras. Existem fatores de mercado desfavoráveis, como o aumento da inflação em todo o mundo, o endurecimento das condições monetárias e o conflito na Ucrânia, que exacerbou ainda mais as pressões inflacionistas mundiais. Contudo, é de assinalar que, neste contexto geral, é importante a diversidade dentro dos mercados de fronteira, o que permite uma exposição variada a esses fatores de risco. Neste momento, as obrigações dos mercados de fronteira oferecem uma rentabilidade que supera claramente a maioria dos restantes segmentos do mercado obrigacionista. Historicamente, estes períodos revelaram-se oportunos para investir no mercado, com a possibilidade da obtenção de receitas elevadas e um crescimento do capital graças à futura normalização das rentabilidades. Contudo, é importante perceber que, tal como no passado, as rentabilidades elevadas refletem sobretudo um ambiente de riscos elevados. É por isso que uma seleção eficaz é fundamental para os investidores que pretendam aproveitar as oportunidades atuais em obrigações de mercados de fronteira.
PRODUTOS ISR por María Folqué
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SOPA DE LETRAS
No mundo do investimento socialmente responsável existe uma grande variedade de iniciativas sobre divulgação. A maioria conhecese pelo seu acrónimo, o que às vezes dificulta a sua compreensão.
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o outro dia entrevistava um gestor de uma das mais históricas casas de investimento sustentável dos EUA e ele começou por dizer: “Vim de uma reunião para transformar SASB em ISSB que, como sabe, também está relacionado ao GRI”. Naquele momento pensei: “Aqui está um possível artigo sobre sopas de letras”. Sopas de letras sustentáveis. Muitas siglas no universo do investimento
sustentável já são conhecidas, como ESG, UNPRI, ODS, SFDR, COP, mas outras nem tanto. É conveniente conhecer outros termos menos populares, mas também importantes neste ecossistema, e assim saber um pouco melhor algumas das iniciativas de divulgação de informações relevantes para a sustentabilidade. O responsável pelo reporte de sustentabilidade numa empresa tem de preencher diversos formulários, pois existem vários enquadramentos de re-
ferência para a divulgação, alguns mais voluntários e outros mais regulamentados. Pode, por exemplo, usar a estrutura GRI (Global Reporting Initiative ou Iniciativa de Reporte Global). A GRI é uma organização sem fins lucrativos, fundada em 1997 em Boston e hoje sediada em Amesterdão. Esta iniciativa criou um esquema amplamente utilizado em todo o mundo para a elaboração de relatórios de sustentabilidade para as empresas que deseJULHO E AGOSTO I FUNDSPEOPLE 107
PRODUTOS ISR
jam avaliar o seu desempenho económico, ambiental e social. É um centro de colaboração oficial do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA ou UNEP, nas siglas em inglês). Qualquer empresa que tenha elaborado um relatório de sustentabilidade pode registá-lo no GRI. O relato de qualquer atividade em particular não é obrigatório, embora a GRI sugira uma série de padrões e indicadores em diferentes níveis. Outra iniciativa de divulgação é a do SASB (Sustainability Accounting Standard Board), uma organização sem fins lucrativos com sede em São Francisco, criada em 2011. A missão do SASB é desenvolver padrões de medição para reportar questões materiais Ambientais, Sociais e de Governo (ESG, nas siglas em inglês), muitas vezes referidas como informações não financeiras, que têm a mesma relevância e confiabilidade que as normas de contabilidade para a informação financeira. A peculiaridade do modelo SASB é que ele se concentra na materialidade, ou seja, na identificação de questões ESG materiais ao nível da indústria, que são relevantes para os investidores, uma vez que afetam os resultados financeiros. Como a materialidade das questões de sustentabilidade va-
NO ÂMBITO DA DIVULGAÇÃO DE DADOS SOBRE O IMPACTO AMBIENTAL DESTACAM-SE O TCFD, O CARBON DICLOSURE PROJECT (CDP) E O CLIMATE ACTION 100+ 108 FUNDSPEOPLE I JULHO E AGOSTO
ria entre setores, a SASB estabeleceu o Sustainable Industry Classification SystemTM (SICS), composto por 10 setores subdivididos em 79 indústrias. As empresas são agrupadas com base na intensidade de recursos semelhantes, bem como nos riscos e oportunidades de sustentabilidade.
MUDANÇA CLIMÁTICA
Outra iniciativa é a do TCFD (Task Force on Climate-Related Financial Disclosures) ou Grupo de Trabalho sobre a Divulgação Financeira Relacionada com o Clima, criado em 2015 pelo Conselho de Estabilidade Financeira (FSB, nas suas siglas em inglês), um organismo internacional que procura fortalecer e proteger mercados de risco sistémicos, como as mudanças climáticas. As recomendações do TCFD orientam todos os participantes de mercado na divulgação de informações sobre as implicações financeiras dos riscos e oportunidades relacionados com o clima, para que possam ser integrados nas decisões empresariais e de investimentos. O Grupo de Trabalho é composto por 31 membros dos países dos G20, representando tanto os divulgadores, como os utilizadores de informações financeiras. O TCFD é presidido por Michael R. Bloomberg, fundador da Bloomberg. Com dados de janeiro de 2022, mais de 3.000 entidades de 92 países diferentes, que representam uma capitalização de mercado de 27,2 biliões de dólares, seguem as recomendações do TCFD. Também relacionada com o impacto ambiental está a CDP, ou Carbon Disclosure Project, uma organização solidária sem fins lucrativos, que gere um sistema de divulgação global para
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A OPINIÃO DE ANDREAS FRUSCHKI Diretor das Ações Temáticas e gestor do fundo Allianz Global Water, Allianz Global Investors
INVESTIR NUMA MELHOR GESTÃO E NO ABASTECIMENTO DE ÁGUA investidores, empresas, cidades, estados e regiões gerirem os seus impactos ambientais. Com sede no Reino Unido, Alemanha e Estados Unidos, esta instituição, criada em 2020, tem como objetivo ajudar empresas e cidades a divulgarem o seu impacto ambiental. Mais relacionado com o campo do investimento, encontramos o Climate Action 100+, uma iniciativa lançada por investidores para garantir que as maiores empresas emissoras de gases de efeito estufa do mundo, tomam as medidas necessárias contra as mudanças climáticas. Criada em dezembro de 2017, o trabalho da iniciativa é coordenado por redes regionais de investidores: o Grupo dos Investidores da Ásia sobre a mudança climática (AIGCC), o Grupo de Investidores sobre a Mudança Climática (IGCC), o Grupo de Investidores Institucionais sobre a Mudança Climática (IIGCC) e os Princípios de Investimento Responsável (PRI). Conta com o apoio de um comité diretivo mundial. Atualmente, cerca de 700 investidores, responsáveis por mais de 68 biliões em ativos sob gestão, estão a fazer engagement com as empresas de forma a melhorar a governança das mudanças climáticas, a redução das emissões e o fortalecimento da informação financeira relacionada com o clima. Como se pode ver, não faltam iniciativas. A diversidade dos enquadramentos de referência pode dar origem a mais do que um quebra-cabeças. De facto, no âmbito da COP26, foram dados passos em direção a uma possível harmonização, com a formação de um novo Conselho Internacional de Normas de Sustentabilidade (ISSB)
NO CONTEXTO DA COP26 DERAMSE PASSOS EM DIREÇÃO A UMA POSSÍVEL HARMONIZAÇÃO COM A AFIRMAÇÃO DE UM NOVO CONSELHO INTERNACIONAL DE NORMAS DE SUSTENTABILIDADE (ISSB)
para desenvolver uma base global de padrões de divulgação de sustentabilidade de alta qualidade que satisfaça as necessidades de informação dos investidores. As principais organizações de divulgação de sustentabilidade com foco em investidores sinalizaram o seu compromisso de se consolidarem no novo Conselho. A Fundação IFRS completará a consolidação do Conselho de Normas de Divulgação do Clima (CDSB, uma iniciativa do CDP) e a Fundação de Informação sobre o Valor (VRF, que alberga o Enquadramento de Informação Integrada e as normas SASB) para junho de 2022. E nós VMI (Vos Manteremos Informados).
Mais de 2 mil milhões de pessoas, segundo a ONU, vivem sem acesso a água potável e mais de 4 mil milhões enfrentam stress hídrico severo. Num contexto marcado pela escassez generalizada de água e pelo aumento do consumo deste recurso, o desequilíbrio estrutural entre a oferta e a procura continua a agravar-se. Embora o investimento em água esteja a aumentar e os governos e empresas tenham começado a perceber a necessidade urgente de investir neste setor, permanece uma disparidade significativa entre as necessidades de capital e os fundos disponíveis. Na Allianz GI, procuramos e investimos em empresas inovadoras que oferecem ativamente soluções capazes de abordar as questões da escassez e da qualidade e pretendem melhorar a sustentabilidade dos recursos hídricos. Desta forma, ajudamos a redirecionar os fluxos de capital para soluções sustentáveis de gestão da água. A OCDE prevê que, para enfrentar esse desafio, o investimento terá de ultrapassar 1 bilião de dólares (USD; i.e., um número com doze zeros) antes de 2030. O acesso à água potável está intimamente relacionado com vários problemas de sustentabilidade incluídos nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Segundo os cálculos da OMS, o rendimento económico global do investimento em água é de 2 dólares por cada dólar investido. Proporcionar o acesso universal ao saneamento pode aumentar esse valor para 5,5 dólares e melhorar as condições de saneamento. Assim, existem oportunidades de mercado potenciais para os interessados nos setores público e privado. JULHO E AGOSTO I FUNDSPEOPLE 109
PRODUTOS ETF por Samuel Capucho
ETF EM FUNDOS DE OBRIGAÇÕES NACIONAIS UM SEGMENTO COM ESPAÇO PARA CRESCER? Analisamos as carteiras dos fundos de obrigações nacionais para perceber em que medida os gestores recorrem a produtos de ETF nas suas carteiras.
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Em fundspeople.pt
https://bit.ly/3OudSzP
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A BlackRock prevê que os ativos globais dos ETF de obrigações tripliquem e que alcancem os cinco biliões de dólares em 2030
os últimos anos, com o mercado de ETF a acelerar na Europa, temos observado cada vez mais entidades gestoras a entrarem neste negócio, tornando a concorrência cada vez mais intensa. Os últimos tempos também trouxeram mais gestoras de patrimónios mundiais a colocarem os ETF, nomeadamente os de obrigações, no core das suas carteiras, tendo-se ampliado a adoção destes produtos. De facto, a BlackRock prevê que os ativos globais dos ETF de obrigações tripliquem e que alcancem os cinco biliões de dólares em 2030. Para Salim Ramji, responsável global de Investimentos em ETF e Índices da entidade gestora, "os ETF de obrigações revolucionaram o investimento em obrigações. Proporcionam um acesso instantâneo a preços transparentes de centenas de exposições de mercado de obrigações de forma acessível para todos os investidores". Na sua opinião, estes ETF superaram muitas provas e converteram-se no catalisador de um mercado de obri-
gações mais moderno, mais digital e mais transparente. É neste contexto que agora observamos quais são os ETF mais frequentes e que mais montante investido agregam nos fundos de obrigações geridos por entidades nacionais. Desde logo, uma nota a fazer é que, apesar das várias vantagens que os ETF apresentam para os gestores – tais como a sua facilidade de operação, diversidade, e baixos custos – os dados mostram que as entidades nacionais que gerem fundos de obrigações investem relativamente pouco nestas estratégias. Isto é, preferem gerir estes produtos investindo diretamente nos títulos que escolhem. Segundo a base de dados da Morningstar, existem 41 fundos de obrigações nacionais domiciliados em Portugal e no Luxemburgo. Com referência a abril deste ano, esses 41 fundos geriam um património superior a 4,7 mil milhões de euros. Contudo, desse total de fundos de fixed income, apenas sete detinham ETF nas suas carteiras, todos ETF de obrigações com base nas carteiras mais recentes disponíveis a 22 de junho deste ano.
Contas feitas, desse total de ativos sob gestão, apenas cerca de 79 milhões de euros estavam investidos em ETF, ou seja, cerca de 1,65%. Destes sete fundos de obrigações nacionais, detetámos a presença de 11 ETF distintos nos seus portefólios. O peso médio que estes ETF representam nessas sete carteiras chega apenas a 3%. O ETF que mais representação tem num desses fundos é o WisdomTree Bund 10Y 5x Daily Short ETP, com uma exposição de 7,9% no fundo Biz Europa Bear. Já a menor representação corresponde ao iShares JP Morgan ESG USD EM Bond UCITS ETF, na carteira do BPI Obrigações Mundiais, cuja ponderação está perto de 1%.
ISHARES DOMINA
Ao nível do número de produtos presentes nas carteiras e em termos de volume investido, a iShares é claramente a dominante. Dos 11 ETF em fundos de obrigações nacionais, nove são produtos da iShares. E, dos quase 79 milhões de euros investidos em ETF, cerca de 98% do dinheiro está em produtos da iShares.
JULHO E AGOSTO I FUNDSPEOPLE 111
PRODUTOS ETF
ETF PRESENTES NAS CARTEIRAS DE FUNDOS DE OBRIGAÇÕES NACIONAIS ETF
MONTANTE INVESTIDO
PONDERAÇÃO DO TOTAL INVESTIDO EM ETF NESTE UNIVERSO
CATEGORIA MORNINGSTAR
iShares Core Euro Government Bond UCITS ETF
25.329.960
iShares Core Euro Corporate Bond UCITS ETF
19.904.940
25,2%
EAA Fund EUR Corporate Bond
14.228.127
18,0%
EAA Fund EUR Diversified Bond
iShares Euro Corporate Bond BBB-BB UCITS ETF
8.212.455
10,4%
iShares Euro Aggregate Bond ESG UCITS ETF
7.394.925
9,4%
iShares EUR High Yield Corporate Bond UCITS ETF
32,1%
EAA Fund EUR Government Bond
EAA Fund EUR Flexible Bond EAA Fund EUR High Yield Bond
iShares JP Morgan ESG USD EM Bond UCITS ETF
1.179.981
1,5%
EAA Fund EUR Ultra Short-Term Bond
WisdomTree Bund 10Y 5x Daily Short ETP
959.962
1,2%
EAA Fund EUR Corporate Bond
Lyxor Bund Daily (-2x) Inverse UCITS ETF
573.085
0,7%
EAA Fund USD Corporate Bond
iShares Euro Corporate Bond Interest Rate Hedged UCITS ETF
444.380
0,6%
EAA Fund Trading - Leveraged/Inverse Fixed Income
iShares USD Corporate Bond UCITS ETF
405.339
0,5%
EAA Fund EUR Flexible Bond
321.277
0,4%
EAA Fund Trading - Leveraged/Inverse Fixed Income
78.954.431
100%
iShares Euro Ultrashort Bond UCITS ETF TOTAL
ETF QUE CONSTAM EM CADA UM DOS FUNDOS CONSIDERADOS ETF
ISIN
MONTANTE INVESTIDO
PONDERAÇÃO NO FUNDO
PROVEDOR
BPI Obrigações Mundiais iShares Euro Corporate Bond BBB-BB UCITS ETF iShares JP Morgan ESG USD EM Bond UCITS ETF
IE00BSKRK281
1.197.500
1,00%
iShares
IE00BF553838
1.179.981
0,98%
iShares
4.652.500
1,94%
iShares
IE00BYNXPH56
959.962
7,95%
WisdomTree
FR0010869578
573.085
4,74%
Lyxor
IMGA Rendimento Semestral iShares EUR High Yield Corporate Bond UCITS ETF
IE00B66F4759 Biz Europa Bear
WisdomTree Bund 10Y 5x Daily Short ETP Lyxor Bund Daily (-2x) Inverse UCITS ETF
Montepio Obrigações iShares Euro Corporate Bond Interest Rate Hedged UCITS ETF
IE00B6X2VY59
444.380
4,90%
iShares
iShares Euro Ultrashort Bond UCITS ETF
IE00BCRY6557
321.277
3,54%
iShares
4.187.250
4,57%
iShares
405.339
3,30%
iShares
IMGA Rendimento Mais iShares EUR High Yield Corporate Bond UCITS ETF
IE00B66F4759 Optimize Global Bond
iShares USD Corporate Bond UCITS ETF
IE0032895942 BPI Reforma Obrigações PPR
iShares Core Euro Government Bond UCITS ETF
IE00B4WXJJ64
25.329.960
4,82%
iShares
iShares Core Euro Corporate Bond UCITS ETF
IE00B3F81R35
19.904.940
3,78%
iShares
iShares Euro Aggregate Bond ESG UCITS ETF
IE00B3DKXQ41
7.394.925
1,40%
iShares
iShares Euro Corporate Bond BBB-BB UCITS ETF
IE00BSKRK281
7.014.955
1,33%
iShares
iShares EUR High Yield Corporate Bond UCITS ETF
IE00B66F4759
5.388.377
1,02%
iShares
Fonte: Base de dados da Morningstar, em euros. Dados de carteiras mais recentes disponíveis a 22 de junho de 2022. Considerados apenas fundos de obrigações de gestão nacional com produtos ETF nas suas carteiras.
112 FUNDSPEOPLE I JULHO E AGOSTO
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A OPINIÃO DE
DOS 41 FUNDOS NACIONAIS DE FIXED INCOME, APENAS SETE DETINHAM ETF NAS SUAS CARTEIRAS
No agregado destes sete fundos de obrigações nacionais que contam com ETF presentes nos seus portefólios, o ETF com maior volume de dinheiro investido é o iShares Core Euro Government Bond UCITS ETF, com um montante total superior a 25 milhões de euros. O maior e único responsável por este montante investido é o BPI Reforma Obrigações PPR/OICVM, que tinha, à data de análise, uma exposição de 4,82% a este ETF. No Top 3 segue-se o iShares Core Euro Corporate Bond UCITS ETF, que também só consta uma vez na lista, no caso no BPI Reforma Obrigações PPR/OICVM, com uma preponderância de 3,79%. Em terceiro lugar surge o iShares EUR High Yield Corporate Bond UCITS ETF, parte dos portefólios IMGA Rendimento Semestral, IMGA Rendimento Mais e BPI Reforma Obrigações PPR/ OICVM. Nestes três fundos, este ETF detém um maior volume investido no IMGA Rendimento Semestral, contudo, é no IMGA Rendimento Mais que o seu peso é maior: 4,58%. Em termos de montante investido, o agregado dos fundos nacionais demonstra preponderância de ETF de obrigações corporativas, em detrimento de obrigações governamentais. No total, estão investidos mais de 43 milhões de euros em ETF de obrigações corporativas e mais de 26 milhões de obrigações de governos. As únicas estratégias que fogem ao comum desta lista são os dois ETF presentes na carteira do fundo gerido pela Biz Capital. Esses produtos são o Wis-
domTree Bund 10Y 5x Daily Short ETP, que procura fornecer cinco vezes o desempenho diário inverso do Bund Rolling Future Index, e o Lyxor Bund Daily (-2x) Inverse UCITS ETF, que visa acompanhar o índice de referência Solactive Bund Daily (-2x) Inverse Index. Em suma, estes dois produtos representam posições curtas no mercado obrigacionista. Ambos visam beneficiar de uma descida do preço do tesouro alemão (ativo sem risco de referência na Europa) e podem servir como cobertura à duração da carteira.
ESG
De destacar também que alguns gestores portugueses - de uma entidade gestora em particular - têm uma certa preocupação em escolher alguns ETF de obrigações cujo índice que seguem exclui certos emitentes com base em critérios ESG ou SRI. Falamos, mais concretamente, do iShares Euro Aggregate Bond ESG UCITS ETF e iShares JP Morgan ESG USD EM Bond UCITS ETF. Juntos, estes dois ETF têm mais de 8 milhões de euros investidos, repartidos entre as carteiras do BPI Obrigações Mundiais e do BPI Reforma Obrigações PPR/OICVM. Face ao crescimento que os ETF de obrigações estão a registar nas carteiras, como indicado pela BlackRock, será que os gestores portugueses se vão encantar ainda mais por estes produtos no futuro? Ou a forma tradicional (direta) de investir em obrigações prevalecerá?
ISABEL VENTO Responsável de Desenvolvimento de Negócio para a Península Ibérica, BlackRock
UM NOVO MARCO PARA IMPULSIONAR O INVESTIMENTO COM ENFOQUE DE GÉNERO A união faz a força. É sobre esta premissa que assenta o Memorando de Entendimento recentemente anunciado pela BlackRock e pela ONU Mulheres para impulsionar o investimento com perspetiva de género. Este acordo permite reunir a experiência de investimento da BlackRock como líder no setor global de gestão de ativos, com o poder de convocatória e a experiência em igualdade de género da ONU Mulheres. A partir da BlackRock procuraramos investir no âmbito desta associação numa ampla gama de classes de ativos, regiões e estilos de investimento. Lançaremos gradualmente um conjunto inicial de fundos ao longo dos próximos trimestres aos quais acederá a nossa base global de investidores, através de canais institucionais e de patrimónios. O modelo baseia-se no investimento resultado duplo, que procura um impacto positivo no mundo real, ao mesmo tempo que gera resultados financeiros atrativos. O capital será implantado seguindo a definição das Nações Unidas de investimento com enfoque de género, que é a alocação intencional de capital e o alinhamento dos estratégias, processos e produtos de investimento, para alcançar contribuições positivas e tangíveis em relação aos objetivos de empoderamento das mulheres, ao mesmo tempo que se procura gerar retorno financeiro. JULHO E AGOSTO I FUNDSPEOPLE 113
PRODUTOS INSTITUCIONAL por Filippo Luini
CRIPTOMOEDAS
PRINCIPAIS DESAFIOS
Face ao grande potencial que oferecem, os ativos digitais ainda têm uma presença relativamente limitada nas carteiras dos investidores profissionais. O consumo de energia, o risco de branqueamento de capitais e as carências normativas são alguns dos aspetos que travam o seu crescimento.
G
rande potencial, mas muitos problemas por resolver: o investimento em criptomoedas continua a gerar debate na indústria de gestão de ativos. Embora muitos as considerem a classe de ativos do futuro e o catalisador de uma mudança de paradigma no mundo financeiro (oferecendo oportunidades de investimento nada insignificantes), as preocupações ligadas à sua utilização são ainda hoje muito relevantes. Apesar do grande interesse em bitcoin e criptomoedas semelhantes, e do seu sucesso entre os investidores de retalho, a sua presença nas carteiras de investidores profissionais é relativamente limitada. Com base nestas premissas, a plataforma de tecnologia financeira Luxembourg House of Financial Technology (LHoFT), com o apoio da Associação da Indústria de Fundos de In-
114 FUNDSPEOPLE I JULHO E AGOSTO
vestimento do Luxemburgo (ALFI), encomendou à PwC Luxembourg a realização de um inquérito a mais de 120 profissionais que operam no Grão-Ducado. As conclusões foram posteriormente recolhidas no estudo Cripto-assets: Paradigm shift or short-term trend?, que destaca tanto as oportunidades ligadas a esta classe de ativos promissora, como os principais desafios para o futuro, nos quais se foca precisamente este artigo.
CONSUMO DE ENERGIA
Na opinião de 31% dos questionados, o impacto ambiental da mineração de criptomoedas representa o seu principal obstáculo reputacional. Para os autores do estudo, esta resposta provavelmente está relacionada com o consumo de energia de criptomoedas como a bitcoin, que são baseadas num algoritmo de consenso de tipo prova de trabalho (Proof of Work, PoW).
CAPITALIZAÇÃO DE MERCADO DAS CRIPTOMOEDAS (BILIÕES DE DÓLARES) 3,05 2,56
1,52 1,32
0,77
23 JUN 2021
6 JAN 2021
24 JUN 2020
1 JAN 2020
5 JAN 2022
0,58
0,40
0,30
19 JUN 2019
2 JAN 2019
20 JUN 2018
3 JAN 2018
21 JUN 2017
4 JAN 2017
BRANQUEAMENTO
A própria natureza do mercado de criptomoedas, muitas vezes não regulamentado e um tanto opaco, levanta uma série de receios, que vão desde a segurança das operações até à solidez das stablecoins. No seu relatório de 2021, o Grupo de Ação Financeira Internacional (GAFI) enfatizou que o uso de criptomoedas para recolher
0,36
0,11
0,02
Fonte: CoinGecko, BitInfoCharts.
PATRIMÓNIO GLOBAL DOS FUNDOS QUE INVESTEM EM CRIPTOMOEDAS (MIL MILHÕES DE DÓLARES)
52.4
59.6
JUL 2021
OUT 2021
57.5
18.8
36.3
18.9 JAN 2020
ABR 2020
JAN 2021
19.1 OUT 2019
ABR 2021
18.2 JUL 2019
25.1
14.4 ABR 2019
21.6
10.2 JAN 2019
JUL 2020
8.3 OUT 2018
OUT 2020
7.1 JAN 2018
JUL 2018
6.9
5.6
ABR 2018
4.1
1.1 ABR 2017
2.2
0.7 JAN 2017
JUL 2017
0.4
OUT 2017
0.4 JUL 2016
0.2
OUT 2016
JAN 2016
0.2
CAGR 172%
ABR 2016
“Alguns órgãos públicos, como a Autoridade de Vigilância Financeira sueca, posicionaram-se claramente contra o consumo de energia da mineração de criptomoedas e sustentam que essa prática deve ser proibida”, alertam da PwC Luxembourg. De facto, de acordo com estimativas da Universidade de Cambridge, a rede bitcoin, sozinha, usa 0,45% de toda a eletricidade global, o que é praticamente equivalente ao consumo de eletricidade de países como a Bélgica ou o Chile. “No entanto, isso não significa que a indústria de mineração de criptoativos não use energia limpa para alimentar as suas operações”, apontam os especialistas da PwC que participam no estudo. “Além disso, as criptomoedas de nova geração, como a Cardano, a Solana ou a Tezos, já não usam PoW, mas estão baseadas num algoritmo de tipo prova de participação (Proof of Stake,PoS), que requer muito menos energia”, explica o relatório. Esclarece ainda que “à medida que a tecnologia amadurece e os principais players inovam, a indústria mostra uma clara aposta no desenvolvimento de soluções mais sustentáveis para responder às preocupações ligadas ao ESG”.
2,21
1,86
Fonte: Crypto Fund Research.
OS TRÊS ASPETOS DOS CRIPTOATIVOS QUE MAIS PREOCUPAM*
31%
O elevado consumo de energia de alguns criptoativos descarta-os como investimento com base nos critérios ESG
O risco de branqueamento de capitais (AML) é demasiado elevado
25%
30%
Os criptoativos são um instrumento puramente especulativo
Fonte: PWC Market Research Center. Nota: *Os questionados puderam escolher entre diversas afirmações. Esta classificação mostra as três afirmações com as quais um maior número de questionados esteve completamente de acordo.
JULHO E AGOSTO I FUNDSPEOPLE 115
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PRODUTOS INSTITUCIONAL
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A OPINIÃO DE DAMIEN MCCANN Gestor de Rendimento Fixo, Capital Group
O ELEVADO CONSUMO ENERGÉTICO DA CRIPTOMINERAÇÃO REPRESENTA O PRINCIPAL OBSTÁCULO REPUTACIONAL os lucros provenientes de ransomware, mas também para a comissão de fraudes, registou um forte aumento. Além disso, no ano fiscal de 2021, a unidade de investigação criminal de IRS dos EUA apreendeu 3.500 milhões de dólares em criptomoedas, representando mais de 93% do total de ativos apreendidos em investigações não fiscais naquele ano. Como o relatório aponta, “a inexistência ou a natureza fragmentada dos requisitos KYC (Know Your Costumer) e AML (Anti Money Laundering) em transações de criptomoedas transfronteiriças continuam a ser uma barreira à adoção mais ampla por parte dos investidores institucionais. “Embora se estime que em 2020 apenas 0,5% das transações estejam vinculadas a atividades ilícitas, o desenvolvimento de uma regulamentação clara pode amenizar as preocupações em matéria de branqueamento de capitais”, concluem os especialistas da PwC.
RISCO
Um em cada quatro inquiridos do estudo considera que os criptoativos ainda são um investimento puramente especulativo. Apesar de as criptomoedas terem nascido com o objetivo de fornecer uma nova forma de pagamento eletrónico, na prática, a elevada volatilidade que registam desacelerou o seu uso como meio regular de troca. “Essa volatilidade gerou a perceção de que estes ativos apresentam um alto risco intrínseco, dissuadindo investidores avessos ao risco”, destacam os especialistas da PwC. Lembremos também que as criptomoedas 116 FUNDSPEOPLE I JULHO E AGOSTO
não estão apoiadas por uma autoridade central, como um Estado ou banco central, o que faz com que enfrentem grandes problemas de credibilidade, reforçando a preocupação com o risco de valorização que entranham. O ambiente regulatório para as criptomoedas é altamente fragmentado e ainda não garante aos investidores o mesmo nível de proteção de outras classes de ativos. “A ausência de uma estrutura regulatória clara e harmonizada dificulta notavelmente o desenvolvimento de um mercado europeu de criptomoedas homogéneo”, diz o estudo. A União Europeia já está a trabalhar para corrigir as carências normativas: a proposta de Regulamento MiCA (Markets in Crypto-Assets), que entrará em vigor em 2023 ou 2024, será aplicável a qualquer pessoa física ou jurídica que emita criptoativos ou que ofereça serviços relacionados com esta classe de ativos. No entanto, “considerando o tamanho e a taxa de crescimento do universo de criptoativos, dois anos podem parecer uma eternidade”, apontam da PwC. Por esta razão, alguns países europeus (particularmente a Suíça, a Alemanha e o Reino Unido) decidiram aprovar os seus próprios regulamentos na tentativa de obter a vantagem de serem pioneiros. Em contraste, outros governos adotaram uma postura oposta, e adotaram medidas para limitar o uso e a disponibilidade desses ativos. Nesse sentido, a rígida regulamentação proposta pelo governo indiano, bem como a decisão da China de bani-los completamente, são alguns exemplos.
CRIANDO RENDIMENTO RESILIENTE E FLUXOS DE RETORNO COM OBRIGAÇÕES FLEXÍVEIS A inflação está a aquecer, e isso está a arrefecer os retornos das obrigações. As boas notícias? A elevada inflação é parcialmente uma resposta à extraordinária procura do consumidor. As pessoas têm dinheiro e querem gastá-lo. Além disso, muitas empresas têm balanços sólidos e estão posicionadas para o crescimento. Isso significa que existem sólidas oportunidades de investimento em obrigações corporativas. A economia pós-pandemia pode beneficiar casinos e companhias de cruzeiros, à medida que a procura regressa. Os preços da energia dispararam, o que pode ajudar tanto as empresas médias, como as de exploração e produção. Por outro lado, o aumento dos custos de trabalho e a escassez de bens podem prejudicar o crescimento das empresas de retalho. Os restaurantes também podem sentir dificuldades. O valor relativo entre os setores de obrigações de elevado rendimento, como o investment grade, HY, mercados emergentes e dívida securitizada, está sempre a mudar. Focamo-nos em identificar quais oferecem as oportunidades mais atrativas. A força subjacente da economia e a menor duração dos juros em HY e dívida securitizada tornaram esses setores mais atrativos. Eu adoto uma abordagem flexível para alocar entre esses diferentes setores com base nas condições de mercado. Isso poderá ajudar a criar um fluxo de rendimento e retorno mais resiliente para os investidores.
PRODUTOS ALTERNATIVOS por María Folqué
CURTOS EM
INSUS TENTABI LIDADE No mundo dos investimentos há muitas maneiras de incentivar as empresas a assumir boas práticas ESG. Utilizar estratégias long-short é uma delas.
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o universo de investimento sustentável há várias formas de enfocar a aproximação a uma empresa cuja abordagem à sustentabilidade esteja em dúvida, seja pelo seu posicionamento individual ou pela sua pertença a um setor controverso. O mais habitual é a exclusão, ou seja, não investir nesse tipo de empresas. JULHO E AGOSTO I FUNDSPEOPLE 117
PRODUTOS ALTERNATIVOS
ADOTAR POSIÇÕES CURTAS NAS EMPRESAS COM PRÁTICAS ESG DÉBEIS PENALIZA AS EMPRESAS COM MODELOS DE NEGÓCIO POUCOS SUSTENTÁVEIS E PERMITE A REALOCAÇÃO DE CAPITAL PARA OUTRAS COM MELHORES PRAXIS NESTA MATÉRIA
Especializadas na BNP Paribas AM, considera que as estratégias long-short têm sentido no âmbito do investimento sustentável por diversas razões. “O posicionar-se curto nas empresas que não estão a tomar medidas para descarbonizar, digitalizar e armazenar o nosso sistema energético atual, tem como resultado aumentar os custos de financiamento dessa empresa. Para além disso, enviamos um sinal claro ao mercado: esta empresa tem menos potencial de crescimento sustentável no longo prazo”, aponta.
VENCEDORES E DERROTADOS
Mas se já se investiu e, ou a avaliação da sustentabilidade se deteriora ou não melhora como se esperava, os gestores e analistas podem exercer a sua persuasão e pressão desdobrando as diversas formas de ativismo dos acionistas. Claro que se nada disto funciona, há sempre a hipótese de desinvestir. Para além disso, existe outra fórmula. A de aproveitar as diferenças de valor que pode haver entre as empresas mais e menos sustentáveis através da tomada de posições longas nas primeiras e curtas nas segundas. As estratégias long-short no âmbito do investimento sustentável têm sido frequentemente objeto de estudo por parte da literatura académica, sobretudo em relação à análise das diferenças de rentabilidade entre o investimento sustentável e o convencional. No mundo da prática da gestão, alguns investidores “decidem dar um passo em frente adotando posições curtas naquelas empresas que apresentem práticas ESG débeis. Isto penaliza as empresas com modelos de negócio pou118 FUNDSPEOPLE I JULHO E AGOSTO
co sustentáveis e permite a realocação de capital a longo prazo para outras com melhores praxis nesta matéria”, assinala Álvaro Cabeza, responsável da UBS AM para a Península Ibérica. Meraj Sepehrnia, diretor de Estratégias Sustentáveis de Rentabilidade Absoluta da Pictet AM, e Nataliya Taleva, especialista da mesma gestora, destacam que os hedge funds foram pioneiros em aplicar esta técnica relativamente à sustentabilidade, centrando-se fundamentalmente em questões de governo corporativo. “Nas últimas décadas muitos escândalos corporativos podiam não ter visto a luz do dia se não fossem estes fundos. Detetaram pela primeira vez problemas no gigante da energia Enron; perseguiram a suposta fraude na fintech wirecard, e descobiram uma fraude contabilística na Steinhoff”, dão como exemplo. Para ambos os especialistas, se esta estratégia funcionou quanto ao governo corporativo, pode funcionar também em assuntos ambientais e sociais. Ramón Esteruelas, especialista sénior de Investimentos de Ações Temáticas e
Trata-se de diferenciar entre vencedores e derrotados como oportunidade de investimento. “As empresas com credenciais meio-ambientais sólidas têm mais probabilidades de bater as que têm modelos de negócio insustentáveis e vulneráveis ao risco de transição. É possível tirar partido dos ativos obsoletos mediante estratégias de investimento alternativas, como a tomada de posições curtas”, estima. No entanto, estas estratégias long-short entranham certos riscos. Podem ocorrer coisas como a posição curta subir e a longa cair. O pior. Para além disso, há que ter em conta a assimetria do ganho em cada uma das partes e o custo de colocar-se curto. Deste modo, como implementar esta manobra? Álvaro Cabeza assinala que na UBS AM adotam “posições curtas em empresas com potencial de subida limitado e com muito risco de queda. Procuramos empresas que não se classifiquem bem no nosso método de análise, que combina a análise fundamental com a quantitativa e qualitativa. Estas entidades costumam mostrar balanços débeis, pobres governos corporativos e valorizações excessivas”.
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A OPINIÃO DE ISABEL DE LINIERS, Vendas sénior, DWS Ibéria
OFERTA MONETÁRIA E INFLAÇÃO Ramón Esteruelas, da BNP Paribas AM, explica como podem funcionar em empresas de um mesmo setor. “O setor siderúrgico tem uma das maiores pegadas de carbono do mundo atual, mas existem siderurgias que utilizam energia renovável e apenas trabalham com sucata e aço reciclado, cuja pegada é muito menor. Tendo em conta tais posições longas, um gestor pode posicionar-se curto numa siderurgia tradicional, que utiliza mineral ou ferro e carbono, e que tem uma pegada muito maior”, detalha. Na sua opinião, trata-se de tentar conseguir melhores rentabilidades e reduzir o risco. Outro exemplo é dado por Meraj Sepehrnia e Tanaliya Taleva, da Pictet AM. Na temática da mudança para um sistema alimentar mais sustentá-
OS HEDGE FUNDS FORAM PIONEIROS, PENALIZANDO EMPRESAS POUCO SUSTENTÁVEIS, SOBRETUDO EM MATÉRIA DE GOVERNANCE. ESCÂNDALOS COMO O DA ENRON VIRAM A LUZ DO DIA POR CAUSA DESTES FUNDOS
vel, “uma empresa de cereais pode ter elevadas pontuações ESG, apesar de continuar a produzir alimentos açucarados e pouco saudáveis comercializados com embalagens de plástico. Neste caso, pode ter lugar uma posição de queda, mas de subida noutra empresa que produz alimentos saudáveis em embalagens recicláveis que geram cerca de 47% menos resíduos”, explicam.
EXCLUSÕES
Para além disso, podem combinar-se as exclusões na parte longa com as apostas a curto prazo. Robert Schramm-Fuchs, gestor de carteiras da Janus Henderson Investors, explica que para a carteira longa do seu universo europeu investível de cerca de 1.300 títulos, excluem todas as empresas com uma percentagem de receitas de grupo superior a 10% na extração de carbono térmico, areias betuminosas, perfuração no Ártico e energia de xisto. “Para além disso, descartamos todas as empresas que violam o Pacto Mundial das Nações Unidas. Por último, também deixamos de fora 10% dos títulos europeus mais baixos segundo os dados de pontuação de risco das agências de classificação ESG”, acrescenta. Nessa parte longa combina-se com posições curtas. “Em geral, elegemos cerca de 25 títulos do nosso universo investível para a carteira curta”, aponta. Acerca das dúvidas sobre se colocar-se curto pode ser menos ético, Ramón Esteruelas é claro: “Acreditamos que estas práticas habituais não deverão considerar-se pouco éticas, inclusive no contexto de um fundo sustentável; ao fim e ao cabo, vender de forma curta ativos obsoletos permite a um gestor utilizar o lucro gerado para financiar outras empresas que criem soluções sustentáveis”.
A política monetária ultraacomodatícia adotada pelos bancos centrais em resposta à COVID-19 fez com que o M2 subisse massivamente ao longo da tendência de crescimento de 15 anos nos EUA. Se olharmos para a grande crise financeira, vemos que a oferta monetária não registou esse incremento, porque naquela altura o sistema financeiro estava sob pressão, consumidores e bancos estavam a desalavancar-se, e os governos foram empurrados para a austeridade. Desta vez os bancos estiveram em melhor forma, os consumidores estimulados e não houve desalavancagem: um ciclo diferente. Os bancos centrais estão a aplicar medidas imediatas, mas a questão é até que ponto as taxas de juro devem subir para trazer o M2 de volta ao normal e a que ritmo. A Fed elevou sua principal taxa de juros em 0,75% (em junho), e as principais taxas de juro devem chegar a 3,25 - 3,50%. O BCE ainda não reagiu, mas planeia fazê-lo em julho. A boa notícia é que a taxa básica e as expetativas de inflação do mercado estão a mover-se de forma relativamente paralela. Estudos mostram que carteiras de ações de baixa volatilidade/beta oferecem uma combinação de altos retornos médios, com baixas quedas. O ETF Xtrackers MSCI World Min.Volat. tem um beta de 66% em relação ao índice de referência, demonstrando baixos drawdowns que podem ser alcançados em ambientes de mercado turbulentos. JULHO E AGOSTO I FUNDSPEOPLE 119
ESTILO DE VIDA VIAGEM por Sofia Marques Jesus
UMA VIAGEM PELA ILHA DA
MADEIRA Cheia de encantos e cenários de cortar a respiração, basta aterrar na ilha da Madeira para retirar todas as dúvidas sobre o motivo para esta ser conhecida como a pérola do Atlântico.
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assados largos meses desde o início da pandemia, o regresso à normalidade ressuscita velhos hábitos e faz emergir novos interesses. Por um lado, os amantes de viagens podem agora retomar os planos que ficaram por cumprir. Por outro, quem não tinha por hábito viajar depara-se com um sentimento antagónico ao confinamento de aventura e libertação. É neste contexto que a Madeira se torna um destino de eleição para muitos portugueses, que passaram a valorizar o turismo nacional no contexto pandémico. Entre caminhadas, natureza, mergulhos e boa gastronomia, a Madeira é, de facto, um destino ideal para nos afastarmos da realidade do dia-a-dia. Descoberta há mais de 500 anos, quem a visita percebe que há ainda muito por desvendar. E nada melhor do que as levadas para nos trazerem este sentimento de busca pelo desconhecido. A rede de levadas integra as atrações principais da ilha, materializada nos percursos pedestres, nas montanhas, que acompanham os 120 FUNDSPEOPLE I JULHO E AGOSTO
cursos de água desde as nascentes. Ao longo destes percursos, os caminhantes podem conectar-se com a Laurissilva, a floresta indígena da Madeira, repleta de vistas imponentes, e de uma fauna e flora deslumbrantes. Entre uma vasta quantidade de opções, as levadas do Caldeirão Verde, Vinte e Cinco Fontes e Alecrim são três percursos a considerar. A gastronomia não deixa indiferente nenhum visitante. Há sabores para todos os gostos e feitios. Começando pela espetada, milho frito e bolo do caco com manteiga d’alho, passando pelo peixe grelhado e marisco acabados de pescar, e terminando na doçaria com o bolo de mel, as broas de mel e as queijadas, nenhum freguês sai da ilha insatisfeito. As frutas exóticas cativam a atenção dos turistas e, para dar um toque de euforia à viagem, o vinho Madeira e a poncha regional não podem faltar no roteiro. O Funchal situa-se na costa sul e é a principal cidade da Madeira. Entre ruas emblemáticas, passeios à beira mar e mercadinhos com produtos regionais, vale a pena dedicar uma parte da viagem a conhecer o centro, o povo e
os costumes. Também na costa sul, situa-se Câmara de Lobos, uma pitoresca localidade de pescadores que mantém traços característicos e hábitos antigos. Seguem-se as vilas da Ponta do Sol, Jardim do Mar e Paul do Mar, sendo as três de paragem obrigatória para mergulhos, banhos de sol e sunsets na praia.
PARAGENS OBRIGATÓRIAS
Na costa norte da ilha a paisagem é diferente, menos explorada, mais verde. É marcada pelo contraste do azul do mar, com o verde carregado das montanhas. Tanto o Porto da Cruz, ideal para os amantes do surf, como Santana, com as Casas de Palha tradicionais, e ainda o Ribeiro Frio, onde se iniciam várias caminhadas, são pontos que merecem constar no percurso. A caminhada ao Pico Ruivo, ponto mais alto da ilha com 1861 metros de altitude, e a visita ao Pico do Areeiro, segundo ponto mais alto, são atividades obrigatórias. Proporcionam uma vista deslumbrante acima das nuvens sobre as montanhas rochosas, realçando a imponência da natureza sobre o Homem. Por outro lado, a caminhada
O arquipélago da Madeira encontra-se situado no Oceano Atlântico e é formado pela Ilha da Madeira, pelo Porto Santo, pelas Ilhas Desertas e ainda pelas Ilhas Selvagens. Das oito ilhas, apenas as duas maiores (Madeira e Porto Santo) são habitadas.
da Ponta de São Lourenço destoa das restantes paisagens. Estando localizada no extremo Este da ilha, é marcada por uma vegetação tendencialmente seca, mas igualmente bela e intocada, e termina com um mergulho nas águas transparentes do Cais do Sardinha. A Madeira é um ótimo destino para quem quer explorar o seu lado mais aventureiro e desportivo, tanto na serra, como no mar, e até no ar. As opções são muito variadas, e incluem desportos aquáticos, como surf e windsurf, mergulho, canyoning e também os passeios de barco para ver os golfinhos e baleias. Abrangem também golfe, passeios a cavalo, parapente e escalada. Há muito a dizer sobre a Madeira, mas nada melhor do que viver a experiência do que esta ilha tem para oferecer. Já dizia Saramago, “É preciso sair da ilha para ver a ilha. Não nos vemos se não saímos de nós”. Ora, sendo nascida e criada na ilha da Madeira, só conheci o seu verdadeiro encanto quando a deixei. Mas é provável que esta escapadela à azáfama do dia-a-dia possibilite aos seus visitantes uma oportunidade de concretizar as palavras de Saramago. JULHO E AGOSTO I FUNDSPEOPLE 121
ESTILO DE VIDA VIAGEM por Luis Dias
SAUDADES DO LONELY PLANET
Embarcar numa viagem antes das novas tecnologias, apenas munidos de um pequeno guia, podia ser um desafio, mas as surpresas e aventuras que emergiam eram, com certeza, surpreendentes.
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argos anos antes dos smartphones, google maps, whatsapps, waze, booking, era o pequeno livro que nos acompanhava, guiava e nos dava alguma rede. Sem garantias prévias, sem planos fechados e com uma saborosa margem de surpresa. A chegada a Hanói noite dentro, após a curta estadia em Banguecoque, com tudo o que levávamos para ficar por três semanas numa mochila, foi intimidante. Encontrámos uma cidade, no trajeto aeroporto-centro, escura e sem movimento, debaixo da chuva intensa. Vinte minutos depois, lá estava o hotel, exatamente como descrito no livro. Modesto, mas acolhedor; somou-se o sorriso aberto dos nossos anfitriões na receção e o ambiente único criado pelo costume de andar descalço num chão impecavelmente limpo e pelo ritual de beber limonada fresca, acompanhada de bananas oferecidas nas boas-vindas aos viajantes. A minha impressão não parou de melhorar e o desconforto quase desapareceu. Manhã na capital do Vietname, verdadeiramente o primeiro dia neste país 122 FUNDSPEOPLE I JULHO E AGOSTO
do qual pouco mais sabia do que o que nos chegava dos clássicos americanos. Injustos em larga escala. Sol intenso, calor tropical, em plena monção. Tudo para correr bem. De Lonely Planet no bolso, saímos sem destino pela malha confusa das ruas, agora já apinhadas. As ruas organizadas por ofício: ourives, talhos, costureiros e lojas de tecidos, oficinas de bicicletas, pequenos armazéns de ferragens, etc., meticulosamente alinhados e a borbulhar de atividade. E especialmente encantadores, os vendedores de vegetais e frutas, frescos, coloridos e perfeitamente arrumados em cestos limpos espalhados pelo chão em cada esquina ou em equilíbrio nos cestos pendurados às costas entre chapéus de palha triangulares… e as vendedoras de flores, sentadas entre os ramos expostos em bicicletas.
Impossível adivinhar a hora do dia pelo movimento ou pelas rotinas: há quem não dispense o barbeiro, quem visite o dentista ou quem coma uma refeição digna de almoço reforçado às seis da manhã. Fascinante a diferença de hábitos. Fascinante a indiferença como nos admitem a misturarmo-nos, sem que nos sintam a interferir nas suas vidas.
FRENESIM
Atravessar uma rua, que não será mais larga do que qualquer rua no centro histórico de uma cidade europeia, é uma aventura. Os enxames de scooters nunca param e os condutores não parecem conhecer o conceito de parar e andar segundo uma ordem ou a utilidade de um semáforo… ainda assim, são notáveis a desviar-se de quem se atreve a cruzar o caminho! Enfim, nada que o infalível livro não anunciasse…
A CAPITAL VIETNAMITA, HANÓI, MISTURA A HERANÇA FRANCESA COM A MARCA DA VIZINHA CHINA
O Vietname é um Estado soberano localizado no leste da península da Indochina, no Sudeste Asiático, cuja capital é Hanói. A língua oficial do Vietname é o vietnamita, mas algumas pessoas ainda falam francês por herança colonial. A moeda oficial do Vietname é o Dong.
Lá chegava o momento de almoçar, por fim. Difícil decidir. O conhecimento sobre gastronomia local estava longe de ser profundo. Alguma influência chinesa, mas muito da cozinha francesa dos tempos da Indochina. A escolha Lonely Planet revelava-se sempre certeira e o aspeto delicado do pequeno terraço à sombra de plantas enormes não nos deixou na dúvida. O cheiro a lemongrass e o arroz ao vapor constantes, tudo o resto que fosse cortado
em pedaços suficientemente pequeninos e misturado com os temperos locais era uma delícia imbatível. Os preços ainda eram, também, uma notícia agradável para quem vinha da Europa. Mas não era coisa que nos alegrasse por aí além. Só na medida em que permitiam alargar a viagem e a nossa liberdade para arriscar. Hanói mistura a herança francesa com a marca da vizinha China, numa convivência urbana única. Cada nova
zona desenvolveu-se em torno de outra sem agredir ou sobrepor-se. Como que com respeito pelos espaços e movimentos. O mesmo respeito que encontramos no trato das pessoas, na delicadeza com que sempre nos respondem e nos comuns sorrisos reservados, mas francos. Na verdade, é a melhor recordação desta ou de qualquer viagem, as pessoas. De Hanói, arrancámos para Ha Long Bay, mas ficará para outro dia..... JULHO E AGOSTO I FUNDSPEOPLE 123
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*Fonte: IPE “Top 500 Asset Managers” publicado em Junho 2021 com dados de Dezembro de 2020. **ETC (Energy Transition Commission), “Making the Hydrogen Economy Possible”, Abril 2021. Esta é uma comunicação de marketing, sem valor contratual. Consulte o Prospecto e a KIID antes de tomar uma decisão final de investimento. A CPR Invest - Hidrogénio (doravante também “Fundo”) é um Subfundo da CPR Invest SICAV, gerido pela CPR Asset Management, uma empresa do grupo Amundi. A CPR Asset Management é autorizada em França e regulamentada pela Autorité des Marchés Financiers (AMF). O Subfundo é autorizado no Luxemburgo e supervisionado pela Commission de Surveillance du Secteur Financier (CSSF). Os potenciais investidores devem examinar se os riscos associados ao investimento no Fundo são adequados à sua situação, e devem também assegurar-se de que compreenderam plenamente este documento. Em caso de dúvida, recomenda-se que consulte um consultor financeiro. O valor do investimento pode diminuir ou aumentar. O Fundo não oferece qualquer garantia de retorno. O investimento envolve riscos. O desempenho passado não é uma garantia nem indicativo de resultados futuros e não existe qualquer garantia de que se obtenham retornos iguais no futuro. O presente documento não representa uma oferta de compra ou uma solicitação de venda. Não é dirigido a qualquer “Pessoa dos EUA”, tal como definido na Securities Act de 1933 e no prospecto. A KIID, que o proponente do investimento deve entregar antes de assinar, e o Prospecto estão disponíveis gratuitamente nos escritórios dos agentes de colocação, bem como no website https://www.amundi.com/globaldistributor/. Um resumo da informação sobre os direitos dos investidores e os mecanismos de recurso colectivo pode ser encontrado em inglês no seguinte link: https://about.amundi.com. A sociedade de gestão pode decidir retirar a notificação das disposições tomadas para a comercialização de unidades de participação, incluindo, quando apropriado, em relação a categorias de acções, num Estado-Membro ao qual tinha previamente notificado. - Abril de 2022. |