CDM 55 - Impressa

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O futebol de Curitiba nos últimos dez anos Retrato de rivalidades mais intensas do que as possíveis grandiosidades dos times em questão, o Trio de Ferro de Curitiba é composto por Athletico Paranaense, Coritiba e Paraná Clube

U

Helena Sbrissia

m dos grandes problemas das equipes do futebol brasileiro são as péssimas gestões e a falta de planejamento. No Paraná não poderia ser diferente. Dentre os três times, apenas o Athletico Paranaense parece ter sabido como tirar proveito de fases de glória que o time passava para construir algo ainda maior. Fortalecimento de marca e a característica de ser contra tudo e contra todos do presidente Mário Celso Petraglia foram o que o clube precisava para desatar as amarras que deixavam que o futebol do Paraná despontasse em campeonatos de renome nacional e internacional apenas de vez em nunca. Já o Coritiba, com uma história igualmente gloriosa, enfrenta problemas de gestão, que troca a cada três anos. Essa rotatividade permite que presidentes como Bacellar gastem

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todo o orçamento do clube e, mesmo assim, deixem o time cair para a Série B do Brasileirão. A história curta do Paraná Clube, por outro lado, traz um problema financeiro muito maior, em que a renda necessária para grandes avanços não chega porque a elite do futebol nacional já está consolidada demais para times que passam 10 anos na série B. Os dois últimos times enfrentam problemas graves de contratação, em que jogadores baratos são adicionados ao clube para se encostar e ganhar o salário de maneira fácil — o que faz com que as administrações de Coxa e Paraná precisem correr atrás de outros profissionais (se é que podem ser chamados assim). Quando esses mesmos jogadores são vendidos, o preço é de banana. Para o Athletico, o problema é outro. A construção de um estádio nível Copa do Mundo elitizou ainda mais o clube que sempre teve essa pegada, afastando o torcedor baixa-renda do estádio com preços de ingresso exorbitantes e um sócio que tiraria comida da mesa de quem ganha apenas um salário mínimo. O que se cria é um espetáculo pouco atraente, apesar das grandes torcidas de Athletico e Coritiba. Nunca dois times são vistos ocupando posições igualmente gloriosas ou pelo menos um pouco parecidas. Isso desvaloriza absurdamente o futebol da capital do Paraná pela falta da rivalidade interna — que fica muito por conta da torcida e pouco por conta dos times em campo.


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