Ceos #5 Na raiz do preconceito (2020/1)

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CHEIA DE DEDOS? A MASTURBAÇÃO AINDA É UM TABU PARA AS MULHERES POR VITÓRIA NASCIMENTO

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asturbar. Manipular, estimular (os próprios órgãos genitais, ou os de alguém), para dar(-se) prazer, para alcançar ou fazer alcançar o orgasmo. Popularmente conhecida como siririca, a masturbação feminina, além de gerar prazer, traz muitos outros benefícios para quem a pratica. Ainda assim, até hoje é tratada com pudor pelas mulheres, por conta do tabu ao redor do assunto. Mas, se não tem compromisso marcado para mais tarde, aproveita para desenvolver esta forma de autoconhecimento e, ainda por cima, aliviar o estresse e a ansiedade. Para os homens, a sexualidade é estimulada desde muito cedo, então, se tocar geralmente não é um problema. Porém, o corpo feminino sofreu – e, infelizmente, ainda sofre – uma repressão cultural, social e religiosa. Explorar o corpo acabou se tornando um tabu para as mulheres, que se reprimem ao praticar ou ao falar sobre o ato. Hoje, o cenário é diferente, mas nem tanto. Dados de 2016 do Programa de Estudos em Sexualidade (Prosex) da Universidade de São Paulo mostram que 40% das brasileiras não se masturbam e 55,6% não conseguem chegar ao clímax. É triste, mas estes dados são influenciados diretamente por conta da falta de conhecimento das mulheres sobre o próprio corpo. A discussão sobre este desconhecimento se tornou mais ativa no início deste ano, depois que uma participante do Big Brother Brasil 20 revelou que havia usado um absorvente interno para evitar que fizesse xixi durante uma prova de resistência do reality. É aí que o problema se esconde. 4

Não saber sobre a anatomia feminina impacta nas relações sociais das mulheres, além, é claro, das relações íntimas. Sem se conhecer é muito mais difícil ter prazer sozinha ou acompanhada. Claudia Milan é fisioterapeuta pélvica e trabalha com problemas no assoalho pélvico – formado por planos musculares, incluindo os responsáveis pela função sexual. Além de auxiliar suas clientes, ela tem um Instagram onde compartilha dicas e esclarece dúvidas de suas mais de 20 mil seguidoras (@sosperineo). A vagina influencer acredita que se tocar é se conhecer e se conhecer é saber do que se gosta ou não. A ginecologista e sexóloga Sandra Scalco pensa que está tudo interligado: como as mulheres são cheias de pudores ao se tocar e conhecer o próprio corpo, elas acabam não chegando ao orgasmo, ou tendo dificuldades. Isto também faz com que a comunicação com o parceiro ou parceira sobre os gostos na cama não seja franca. “Existe uma ligação entre a pessoa se conhecer, se tocar e também obter resultado durante a relação a dois”, explica a médica. Mas, falar é fácil, não é mesmo?! Então, separe um momento para si mesma, pegue um espelho e vá à luta! Essa é a maneira que Sandra mais indica para conhecer seu corpo e saber das diferentes partes que compõem a vulva. Aliás, muitas nem sabem que, na verdade, a parte externa, que nós vemos no espelho, é chamada de vulva, e não de vagina. Dentro dos grandes e pequenos lábios, de cima para baixo, tem a parte externa do clitóris, que é a maior fonte de prazer feminina; a uretra

AUTOCONHECIMENTO É UMA PEÇA-CHAVE PARA A VIVÊNCIA DE UMA VIDA SEXUAL PLENA, E VIDA SEXUAL FAZ PARTE DA QUALIDADE DE VIDA” CLAUDIA MILAN


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