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CAPÍTULO XXVIII O FATOR FEMININO NA REFRIPAR
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ão tenho muita certeza, mas acho que foi no fim dos anos 60 ou início dos 70, que a Refrigeração Paraná decidiu incluir o público feminino em seu quadro de colaboradores na área fabril. Até aquele momento, somente nas áreas Administrativa e Engenharia havia a presença de mulheres, apesar de serem em menor número em relação aos homens. Em muitas indústrias, a presença feminina já era admitida na manufatura dos seus produtos, e foi nessa época que houve maior demanda por essa mão de obra, e que, percebendo o grande potencial que o fator feminino poderia agregar aos seus produtos, outras indústrias, incluindo a Refrigeração Paraná resolveram adotar também essa mão de obra. De fato, é sabido que a sensibilidade feminina é um detalhe importante num emprego que demanda cuidado no manuseio, nos detalhes, o que resulta em produtos bem acabados. Claro que isso não quer dizer que os homens não tenham, também, essa visão naquilo que fazem, mas é inegável que o toque feminino é bem visto numa produção de bens duráveis, e que satisfaz plenamente o cliente que vai adquirir aquele produto. Lembro-me dessa época em que as primeiras mulheres foram admitidas nas linhas de montagem, sendo ensinadas quanto aos procedimentos, em cada posto de trabalho, pelos seus gerentes e companheiros de jornada. Naturalmente, para que isso fosse possível, foram criadas também instalações específicas para mulheres, principalmente quanto a instalações sanitárias e vestiário. No início o contingente era pequeno, mas logo foi crescendo, com abertura de novas vagas devido ao aumento da demanda dos produtos e, consequentemente, do aumento da produção. Tudo era novidade, tanto para as mulheres que eram admitidas, ávidas por um emprego, quanto para os homens que, naquele momento, viam a presença feminina trabalhar agora ao seu lado com eficiência e desenvoltura. Há que se mencionar aqui, que algumas dessas mulheres, com o passar do tempo em suas funções, vieram a se destacar entre as demais pelo seu comprometimento, atitudes positivas, e espírito de liderança. Lembro-me da Dona Hilda na linha de espumados, muito mencionada na Engenharia pela sua característica de “gerentona”, mas que era uma pessoa muito querida e respeitada. Vale aqui também mencionar a presença feminina, admitida na Engenharia nessa mesma época na área de Projetos, (já nos anos 70) e que trabalharam ao meu lado; A Célia, Cláudia, Maud, e outras duas que ficaram pouco tempo, mas que, no momento, não recordo os nomes. Mais tarde já nos anos 80, a Thais, a Keiko Utumi e a