Enquanto espero

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Escrever Enquanto Espero Os últimos meses puseram à prova muitos dos nossos limites. Nossa perseverança, nossa esperança, nossas prioridades... Nossa paciência, nossa resiliência... nossa sanidade. Com as vidas espremidas e sufocadas entre a porta e a janela, isolados dentro de nós mesmos, ensimesmados, testamos a cada dia os frágeis e débeis limites que nos mantém de alguma forma presos em nós, firmes no chão. Passado o susto, entre o pânico e o torpor, fomos, passo a passo, aprendendo no caminho a lidar com as crises, a viver as perdas, a caminhar no inconstante equilíbrio da corda bamba da vida, equilibrando-nos no fio da navalha de números e nomes e sintomas e medidas desmedidas para lidar com o impensável. E, dia após dia, perda após perda, número por cima de número, nomes e letras embaralhadas em nossas cabeças... um grito! Um sufocado grito mudo muda o branco do papel fazendo arte. Fazendo sua fraca e indispensável parte, verso a verso, a poesia rasga o peito do poeta e parte... em busca de uma voz que dê sentido a tudo aquilo que temos sentido. Assim, nessas poucas palavras sem sentido, sinto que cada um de nós deixou aqui, nas páginas deste livro, alguns, somente alguns, dos muitos nós das nossas gargantas, sementes férteis das nossas dores regadas pelo sal das muitas lágrimas derramadas por nós e pelos nossos. Que nossos versos brotem, cresçam, ganhem corpo e frutifiquem, deixando pelo caminho tortuoso que passamos frondosas árvores de esperança, de firmeza, de fé e amor... que nossa poesia faça sombra para os passos dos que vierem depois de nós. Boa leitura!

Marcelo Aceti 11


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