enquanto espero
A única certeza André Galvão Chegamos à vida condenados à morte, limite insuperável da existência. Mas nem isso consegue ensinar a tantos espalhados por aí que a vida precisa ser vivida intensamente, mas leve, serena, como alguém que acomoda da chuva, na sua casa, seus amigos e aproveita cada minuto da sua presença, dividindo momentos, sorrisos e coisas, ouvindo e partilhando ideias, respeitando o outro em sua liberdade. Então, surge um vírus ou uma guerra que a tudo e todos ressignifica, empurrando para a angústia, para a saudade de ter vivido até mesmo o que não viveu e explode a tão dolorida lição que certamente não será aprendida de que a vida é um dom precioso para ser enaltecido e preservado e acima, de tudo, vivido. Mesmo com a pungente certeza da irremediável sentença de morte.
André Galvão é membro da Associação Nacional de Escritores, da Academia Independente de Letras e associado ao NALAP (Núcleo de Artes e Letras de Portugal). Publicou os livros A Travessia das Eras (Penalux, 2018) e O Coronelismo na Literatura: Espaços de Poder (UFRB, 2018).
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