VIAGEM & TURISMO
EM BUSCA DE TURISTAS Com medidas de distanciamento social, hotéis da Região Norte buscam reaquecer setor Thiago Fernando – Da Revista Cenarium
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Tivemos que abrir, mas as previsões não são boas. Estamos com uma média de dois hóspedes por dia, sendo que temos 41 quartos. Nosso restaurante está funcionando normalmente”
Rodrigo Dezan, gerente-geral do hotel Juma Ópera.
R$
15,1 bilhões
Em abril, a Associação Brasileira das Operadoras de Turismo (Braztoa) divulgou que o faturamento das empresas do setor aumentou 1,4% em 2019, e somou R$ 15,1 bilhões.
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ANAUS – Mesmo de maneira tímida, setores como o de hotelaria já sentem um aumento na procura para o segundo semestre de 2020. Visando diminuir os prejuízos acumulados desde o início do ano, empresários da Região Norte implementam medidas para vencer os fantasmas deixados pela Covid-19. De acordo com a empresária Eliana Barreto de Paula, proprietária da Pousada Sombra do Cajueiro, localizada em Alter do Chão, distrito de Santarém (PA), as pousadas e hotéis da região – conhecida como Caribe Amazônico – estão se readequando para atenderem as medidas de segurança implementada no último mês pelo Ministério do Turismo (MTur). Antes da pandemia, a economia brasileira projetava grandes expectativas para 2020. Entretanto, esses e muitos outros planos foram cancelados devido à pandemia da Covid-19. Agora, após a reabertura do comércio em grande parte dos Estados, os brasileiros buscam se adaptar ao ‘novo normal’, para retomar suas atividades. “A procura ainda é tímida. Recebemos ligações e e-mails de pessoas procurando informações sobra a pousada para setembro. Vamos fazer tudo para que as pessoas se sintam acolhidas e seguras nas dependências. Vamos colocar vários dispensers de álcool em gel pelo hotel. Além disso, vamos trocar as toalhas de rosto por toalhas descartáveis. O check-in e o pagamento serão on-line. Vamos respeitar o distanciamento nas áreas comuns. O café será servido individualmente. Não será mais estilo buffet”, informou a empresária.
ABATIDOS EM PLENA DECOLAGEM Localizado em uma das mais charmosas ruas de Manaus, a 10 de Julho, o Juma Ópera teve que fechar as portas temporariamente, menos de dois meses após sua inauguração, por causa da pandemia da Covid-19. Para o gerente-geral do hotel, Rodrigo Dezan, o time não poderia ter sido pior. “Fomos abatidos em plena decolagem. Inauguramos em fevereiro e tivemos que fechar tudo em março. Cancelamos as reservas e mandamos os funcionários para casa. Ficamos apenas com a segurança e a equipe de manutenção. Esperávamos um ano muito bom, mas 2020 já acabou”, afirmou o administrador. Após a reabertura do comércio, o hotel voltou a funcionar com força total. Medidas foram implementadas, tanto para garantir o conforto e segurança dos hóspedes como dos próprios funcionários do local. Apesar disso, Dezan informou que a previsão até o final do ano é de prejuízos e que as entradas dos próximos meses servirão apenas para amortizar os custos de funcionamento do Juma. “Tivemos que abrir, mas as previsões não são boas. Estamos com uma média de dois hóspedes por dia, sendo que temos 41 quartos. Nosso restaurante está funcionando normalmente. Apesar disso, sabemos que o nosso planejamento foi comprometido. O Amazonas recebe turistas estrangeiros e de negócios, e os dois estão parados. Não temos um cenário político bom no nosso País e isso também complica uma possível retomada”, analisou o gerente.