A INFLUÊNCIA DE GRANDES PROJETOS DESENVOLVIMENTISTAS NA DINÂMICA URBANA DE SANTARÉM COMO AMEAÇA AO BEM VIVER DE SEUS POVOS Sara da Costa Pereira1
INTRODUÇÃO O conceito de urbano, na sociedade capitalista, está ligado à noção de modernidade, de consumo. Já a área rural é erroneamente vista como o lugar do tradicional, do atrasado. Logo, o objetivo de migrar do campo para a cidade é propagado como condição para sair do “atraso” e alcançar o “progresso”. Essa falsa ideia é amplamente difundida pelos empresários do agronegócio que chegam às comunidades dispostos a comprar as terras de pequenos agricultores, a fim de transformá-las em vastos monocultivos de soja. Esse cenário tem se acentuado na última década no oeste paraense, sobretudo na região metropolitana de Santarém, com a expansão da soja e os projetos de infraestrutura logística para o escoamento de grãos. Nesse contexto, o presente artigo tem como objetivo geral analisar como a reconfiguração urbana de Santarém é influenciada pela chegada dos grandes projetos desenvolvimentistas. Para atingir tal propósito, tem-se como objetivos específicos: i) identificar o falacioso discurso desenvolvimentista no tocante às melhorias das condições de vida na cidade; ii) discutir o bem viver com uma alternativa ao discurso desenvolvimentista. O presente artigo valeu-se de pesquisa bibliográfica, buscando investigar o objeto de estudo em referências literárias consolidadas, acrescida das observações empíricas da autora a partir de suas experiências de militância no movimento social. 1 Graduada em Letras e Direito; Educadora da Fase Amazônia Sp78novo@gmail.com http://lattes.cnpq.br/5934097708702766. CIDADES E BEM VIVER NA AMAZÔNIA | 139