“AS BARRAQUEIRAS DA BEIRA”: AS VENDEDORAS DA “RUA DA FRENTE” DE ALENQUER Áurea Nina Monteiro1 Jéssica Narlia Costa Monteiro2
INTRODUÇÃO Optamos por estudar a problemática da resistência das barraqueiras e barraqueiros que transformaram em moradias dois quarteirões da frente da cidade de Alenquer, que fica à margem esquerda do rio Amazonas, no estado do Pará. E, que como as demais cidades do interior da Amazônia, possui uma infraestrutura precária e sujeita as intempéries das enchentes e vazantes das águas do rio Amazonas e, pensando no quanto isso interfere no cotidiano amazônico, passamos a questionar, quando e de que forma iniciou o processo de ocupação desse território e o porquê da resistência das barraqueiras em desocupá-lo? Os barracos construídos na década de 70, na beira do rio Surubiú, que banha a cidade de Alenquer no perímetro compreendido entre as Travessas Antônio Mesquita de Sousa, antiga (Ascindino Monteiro Nunes) e a Travessa 10 de Outubro e na atual, Avenida Benedicto Monteiro, antiga Avenida Getúlio Vargas ou, ainda, como é denominada pelo senso comum de “Rua da Frente” ou simplesmente “beira”. É pela beira do rio que entram e saem os transeuntes moradores das áreas de várzea, que sobrevivem da pesca, de pequenas plantações, de criações e residem nas beiras dos rios e igarapés. Ou, ainda, “[...] a beira pode ser entendida como um espaço liminar, o lugar do meio, um lugar de passagem, o espaço 1 Historiadora pela Universidade Federal do Pará- UFPA e acadêmica do curso de Antropologia na Universidade Federal do Oeste do Pará- UFOPA. E-mail: indianina13@ yahoo.com. 2 Acadêmica de Psicologia no Instituto Esperança de Ensino Superior-IESPES. E-mail: jessynarlya@gmail.com. 146 | CIDADES E BEM VIVER NA AMAZÔNIA