locomoção. Tudo era feito a pé e carregado nos ombros.1 Para o jovem imigrante, acostumado com os recursos disponíveis na Alemanha, essa situação era chocante e desanimadora.
Falta de experiência com agricultura Um dos motivos que levava o jovem a interessar-se pelo projeto colonial Heimat era a promessa de ser proprietário rural no Brasil. Embora muitos fossem de origem rural e tivessem alguma experiência com agricultura, não puderam, todavia, aplicá-la aqui porque o clima, o solo e o relevo eram totalmente diferentes. A maioria, no entanto, era de origem urbana e oriunda de outros setores da economia. Vimos que, dos 142 jovens que se encontravam na colônia quando o cônsul a visitou no início de dezembro de 1933, apenas 20 tinham por profissão a agricultura. Os demais eram técnicos, mecânicos, comerciantes, eletricistas, padeiros, carpinteiros, ferreiros, marceneiros, relojoeiros, alfaiates, agrimensores, pintores, torneiros, açougueiros, entre outras profissões. Estes, apesar do breve estágio preparatório, não tinham familiaridade com o cultivo da terra. Face a tal situação, uma das primeiras providências que o diretor tomou foi contratar agricultores da redondeza para ensinar os jovens a derrubar o mato, a limpar a terra e como e quando plantar. O projeto previa que, dentro de dois anos, ou no máximo dois anos e três meses, cada participante receberia escriturado seu lote com uma casa construída em forma de mutirão. Não 1
Fotografias produzidas naquela época mostram pessoas puxando toras com uma ou duas parelhas de cavalos. Presume-se que, no início, esse serviço, pesado e perigoso, era feito por pessoas de fora da colônia, contratadas para essa finalidade. Com o passar do tempo, foram adquiridos alguns animais de tração para a referida finalidade.
120