assentados nas futuras terras que a concessionária receberia como pagamento da construção da ferrovia. O projeto previa, numa segunda etapa, a continuação da ferrovia, mas de mão única, através do Rio Grande do Sul até o Paraguai. O país vizinho, não tendo ligação direta com o Atlântico, também estava interessado no projeto para exportar seus produtos através do planejado porto de Torres. Com a ascensão de Hitler ao poder, infelizmente o projeto foi abortado e a participação de Padre Beil estava encerrada.
Heimat-Timbó Beil não se deu por vencido. Retomando a motivação inicial que o fizera vir ao Brasil, decidiu fundar uma colônia por conta própria com jovens solteiros católicos. Em sua autobiografia, ele explicita: “Quando escutei o Dr. Walbeck dizer – referindo-se ao Projeto Torres – que tudo havia acabado, decidi então, eu mesmo, empreender alguma coisa. Dessa forma surgiu o plano da Colônia Comunitária Heimat-Timbó”.18 Enquanto corriam os trâmites da escolha do lugar da colônia e a compra do terreno, a cargo de Gustav Frank, bem como a preparação do grupo de jovens na Alemanha, Padre Beil permaneceu em Porto Alegre, na direção da casa de acolhida de imigrantes alemães. “A chegada do primeiro grupo estava prevista para o dia 15 de julho de 1932. Entrei imediatamente em contato com a empresa aérea Condor, cujo diretor eu conhecera através do Dr. Walbeck. Ele me prometera um voo gratuito para buscar os jovens em São Francisco do Sul. Entrementes, o sr. Frank havia construído, no terreno de nossa colônia, uma grande casa de 18
BEIL, Johannes. Op. cit. p. 20.
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