Celebrações e festas No primeiro artigo dos estatutos da Colônia Comunitária Heimat-Timbó, ficou expresso que a colônia era uma sociedade formada por jovens católicos. Na fundamentação do projeto, os idealizadores consideravam que, para o êxito da colônia, era absolutamente necessário que houvesse homogeneidade confessional no grupo. Os desafios a serem enfrentados na nova pátria seriam tão grandes que apenas aqueles que professassem a mesma fé e estivessem imbuídos de uma profunda convicção religiosa poderiam superá-los. No estágio preparatório, insistia-se muito na fundamentação religiosa como um meio para o sucesso do projeto colonial. “O cantar em comum, a maneira alegre de celebrar as festas, a oração matutina e vespertina diária, o exame de consciência diário, bem como a regular participação da Santa Missa também fazem parte do estágio preparatório”.8 O cônsul alemão de Florianópolis, ao visitar a colônia, constatou o forte apelo à religião e atribuiu a retidão de vida moral à profunda religiosidade dos jovens e ao acompanhamento espiritual do capelão Padre Johannes Beil. Os jovens foram recrutados nas regiões predominantemente católicas da Alemanha e junto a famílias de sólida tradição religiosa. Embora tivessem essa forte característica, não se percebia, em nenhum momento, qualquer hostilidade contra outra denominação religiosa, como a protestante, tanto na Alemanha como aqui no Brasil. Apenas o cônsul alemão de Florianópolis admitia, em seu relatório, que os freis franciscanos de Blumenau tinham interesse no estabelecimento da colônia Heimat em território do então município de Blumenau para fazer frente à maciça presença de evangélicos luteranos 8
THEISS, Konrad. Die Jugend-Gemeinschaft-Siedlung “Heimat” Brasilien. Caritasverlag G.m.b.H., Freiburg im Breisgau. 1933. p. 8.
80