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“A pandemia alterou a mentalidade do comprador” A Cotesi, o maior fabricante mundial de fio para enfardamento, esteve presente na Agroglobal. Rui Marques, Industry and Agrotextiles Division Manager da empresa, deu uma entrevista à abolsamia onde abordou o momento da empresa e os projetos para o futuro. Após um longo período sem feiras, qual o objetivo da Cotesi na Agroglobal? Os certames são importantes, são eventos que juntam intervenientes num espaço de debate construtivo e mostra de artigos. Na Cotesi conseguimos cobrir todo o ciclo agrícola, quer com produtos para o enfardamento, como fios e redes – o nosso core business - , como depois com os sacos e big bags, que já tiveram mais peso no nosso negócio mas que acabaram por ser deslocalizados para fora da Europa. O nosso objetivo numa feira como a Agroglobal é mostrar a amplitude da nossa oferta.
Qual a estrutura atual da Cotesi? A nossa unidade fabril em Portugal tem cerca de 900 pessoas e temos mais duas fábricas fora de Portugal, nos Estados Unidos e no Brasil, que totalizam mais 400 pessoas. Estas unidades são responsáveis pelo fabrico dos produtos de enfardamento. Depois temos uma gama de
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produtos, onde se incluem as telas anti-ervas, que não são fabricadas na Europa, nem são produção Cotesi. Fomos das últimas empresas europeias a abandonar o fabrico destes produtos, de mão de obra intensiva.
Em que se distingue da concorrência? A Cotesi distingue-se da sua concorrência pelo acompanhamento ao cliente e na inovação. No que toca ao acompanhamento, quando fazemos um plano de negócios com um agricultor, ele tem de saber quando terá de começar a mudar telas e, se forem seis anos que dizemos, são seis anos que têm de aguentar. Os nossos agrotêxteis não são biodegradáveis, nem fotodegradáveis. Mas são um monoproduto com uma grande durabilidade e, no fim, podem ser alvo de reciclagem mecânica ou serem incinerados e gerar eletricidade. Na parte tecnológica investimos mais em I&D do que os outros e é aí que fazemos a diferença.
outubro/novembro 2021
RUI MARQUES Responsável pela Divisão Industrial e Agrotêxteis.
Inovações tecnológicas da Cotesi Para culturas não permanentes, como os hortícolas, onde o papel da tela anti-erva é feito com plástico, que não permite que o solo respire, temos vindo a trabalhar em novas soluções. Por exemplo, temos um papel que está em fase de desenvolvimento a ser testado em culturas com ciclos de dois a três meses - o prazo de vida do papel em questão. Ao fim desse tempo a cobrir a terra ele apodrece e é incorporado no solo. No setor de Embalagem Industrial salientamos os novos sacos válvula e fundo planos. No Agrotêxtil, as redes mistas para vinha convencional têm merecido grande destaque, bem como os artigos novos que vamos expor para o olival. Na Embalagem Agrícola, a nossa gama UNItech de Fios Agrícolas e as novas Redes Agrícolas Cross Xpand.
A nossa ideia é ter um monoproduto que, no fim de vida, há de ser uma só matéria prima que, eventualmente, será reciclada. Fazemos isto há quarenta anos. Tecnologicamente caminhamos no sentido de reduzir o peso do plástico. Se antes precisávamos de 300g para embalar 500kg de palha e agora precisamos de 150g a nossa contribuição foi reduzir a quantidade de plástico. E isto acontece tanto no enfardamento como também num big bag ou num saco. O nosso contributo é reduzir a quantidade de plástico necessário, utilizando uma só matéria prima. Ainda relativamente às novas tecnologias, gostaria de responder à seguinte questão: porque é que usamos telas agrícolas? Usamo-las não apenas para poupar na mão de obra mas essencialmente para racionalizar o uso da água ao não permitir a evaporação.
De que forma a pandemia afetou o negócio da Cotesi? A pandemia trouxe-nos uma vantagem. Alterou a mentalidade do comprador, principalmente do europeu. Havia empresas que faziam toda a embalagem na Ásia e que, de um momento para o outro, ou não chegava o contentor, ou então chegava mas com um preço muito acima do que estava previsto. Estas empresas passaram a valorizar mais o fabricante europeu. Vamos ver se, após a pandemia, esta tendência se mantém. Obviamente que a questão das matérias primas se alterou nos últimos dois anos. É uma realidade diferente. O transporte não voltará a ser “barato”. Prevemos que, pelo menos no próximo ano, as dificuldades logísticas se irão manter. A matéria prima que usamos aumentou cerca de 70% num ano, o que era inimaginável.
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