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“A capacidade de abrir novos mercados está incutida no ADN
das startups portuguesas”
Serviços, turismo, sustentabilidade e inteligência artificial são algumas das áreas em que surgem mais startups em Portugal. João Borga, diretor executivo da Startup Portugal, adianta que o ecossistema de empreendedorismo português está a crescer, ultrapassando as 2.000 empresas incubadas nas estruturas da Rede Nacional de Incubadoras. O gestor recorda que, em 2018, o impacto estimado deste conjunto de empresas no PIB era de 1,1% e destaca que a taxa estimada de sobrevivência de empresas incubadas é de 80%. Não sendo ainda possível perceber com rigor o impacto da pandemia nestas startups, importa sublinhar que estas empresas foram as primeiras a proporem novas soluções.
Q
Texto Susana Marques smarques@ccile.org Fotos DR
ual é o contributo das startups para o PIB português?
Em 2018, num estudo que a Startup Portugal conduziu em colaboração com a Rede Nacional de Incubadoras, estimámos que as startups tiveram um impacto de mais de 1,1% para o PIB. A par disso, percebemos que no mesmo ano o dinheiro levantado em investimento por estas empresas representava perto de 0,1% do PIB, número que, apesar das enormes dificuldades de 2020, foi possível repetir. Nos anos seguintes, não voltámos a fazer esse
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ABRIL DE 2021
estudo. Estamos, neste momento, focados em trabalhar num novo sistema com a Autoridade tributária, o Grupo de Estudos da Economia e a Agência de Modernização Administrativa, que nos permitirá ter uma visão em tempo real da evolução do setor, adicionalmente e no imediato lançamos uma nova plataforma que criámos em parceria com a Dealroom. Através desta parceria, será possível ver dados do ecossistema e perceber de forma real a evolução destas empresas e que impacto têm na economia nacional.
Como medem a taxa de sucesso das startups criadas em Portugal? Como estão a amadurecer, a evoluir e a internacionalizar a sua atividade? Quer destacar alguns exemplos?
Há uma série de fatores a ter em conta quando se fala no sucesso das startups criadas e a operar a partir de Portugal, seja o volume de negócios, a sua taxa de sobrevivência, ou a capacidade de expansão. Estes dois últimos dados são extremamente importantes: sempre que se fala de startups, fala-se de empresas que tendencialmente procuram escalar