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UNIDADE
V
MODELOS E CARACTERÍSTICAS DE SISTEMAS DE GOVERNO ECLESIÁSTICO
Ao que parece, a Igreja de Antioquia possuía uma pluralidade de líderes desde o início. Os líderes originais, de acordo com o nome (Simeão, Lúcio e Manaém [At 13,1]), eram gregos. Tanto Barnabé como Saulo foram judeus acrescentados posteriormente à equipe de líderes. Barnabé chegou da igreja de Jerusalém como seu representante (At 1,.22-24) (STURZ, 2012, p. 606).
Podemos afirmar que a ausência das vozes autoritativas dos apóstolos originais foi fator preponderante para que os membros das igrejas assumissem a liderança nas decisões e, para tanto, precisassem e recebessem as informações necessárias para cumprir essa tarefa (STURZ, 2012). Além disso, está registrado que Jesus Cristo utilizou a palavra igreja (do grego ekklēsia) apenas duas vezes nos evangelhos (Mt 16,18; 18,17), sem preocupação com uma estruturação sofisticada do governo dela, como podemos perceber ao longo da história. TEMAS ATUAIS NA GESTÃO MINISTERIAL
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Se você observar com atenção uma análise mais aprofundada, vai perceber que o governo eclesiástico é uma forma de a própria igreja entender o que é ser igreja, ou seja, uma compreensão de como dar efetividade à própria existência a partir da sua “experiência cultural e religiosa” (STURZ, 2012, p. 536). Neste sentido, o governo eclesiástico é a maneira como ela administra as questões de relacionamentos, doutrinárias e legais no cotidiano de sua existência. Você encontrará na Bíblia indicações da organização existente na Igreja desde os seus primórdios. A melhor caracterização de modelos de governo dela está nas informações no livro de Atos e nas demais cartas do Novo Testamento. Esse conteúdo é importante porque retrata um contexto (período e locais) em que já não havia a presença física de Jesus e eventualmente também de seus apóstolos como no caso da igreja de Antioquia (At 11.19-21).