Lusitano de Zurique

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2023 | Edição Nº. 297 | ANO XXIX | Director: Armindo Alves | Director-adjunto: Manuel Araújo | Publicação mensal gratuita ] LUSITANO Adeus
edição impressa do Lusitano? Em entrevista, Director Armindo Alves responde. Juntos, podemos salvar o Saiba mais na página 14 LUSITANO
à

EQUIPA EDITORIAL

Director: Armindo Alves

Jornalista CC15 A

Director-adjunto: Manuel Araújo

Jornalista 3000 A

Email: lusitanozurique@gmail.com

COLABORADORES

Alice Vieira, Amelia Bravo Vadillo, Aragonez Marques, Carlos Matos Gomes, Carlos Nuno Granja, Carmindo de Carvalho, Costa Guimarães, Cristina F. Alves, Daniel Bohren, Euclides Cavaco, Graça Amiguinho, Ivo Margarido, Joana Araújo, Joaquim Galante, Jorge Macieira, Luís Osório, Manuel Araújo, Maria dos Santos, Maria José Praça, Nelson Lima, Nelson Mateus, Pedro Nogueira.

EDIÇÃO, COMPOSIÇÃO E PAGINAÇÃO

Joana Araújo

Jornalista CC 11 A

Email:

PUBLICIDADE

Tel.: 079 222 09 14

Email:

Há um ano, assumei o cargo de editora/paginadora do Lusitano de Zurique, mas há muito mais tempo estou presente nas sombras, ocupando-me com a recolha de informação, elaboração de textos, correcções, dando ideias e opiniões. Foi em 2005, juntamente com meu pai, que tivemos a oportunidade de "cozinhar" o melhor que pudemos aquilo que chegava às mãos dos nos- sos leitores.

Apesar de não ficar satisfeita com o desfecho inesperado da interrupção da revista, desejo à direcção do CLZ e aos actuais e futuros colaboradores muitas felicidades. Foi com um travo amargo que recebi a notícia, mas a vida é mesmo assim, feita de surpresas e mudanças. Espero poder continuar a encontrar-me convosco, nes- te projecto digital ou na revista em papel brevemente. Obrigada a todos!

Esta é a última edição

falta, e é também verdade que há associações que pouco fazem pela comunidade, apenas se servem dela!

NOTA IMPORTANTE:

Os artigos assinados, reflectem tão-somente a opinião dos seus autores necessariamente a direcção desta revista

ARQUIVO DIGITAL:

https://tinyurl.com/LUSITANO-ZURIQUE

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Por discordância, esta publicação não adopta, nem respeita as normas do novo inútil Acordo Ortográfico.

Seja associado do CLZ

E-mail: lusitanozurique@gmail.com

Tel.: 079 222 09 14

Não há muito tempo li um artigo sobre o associativismo que despertou a minha atenção!

Este artigo anunciava o fim das associações por falta de associativismo e que a comunidade não aderia ao sistema tradicional. O artigo descrevia que as associações já não eram o que eram e compreendo, pois a geração dos meus pais não é a mesma da minha, e muito menos a dos meus filhos!

Mas o associativismo continua vivo, adaptado à nova vida, à nova realidade, um associativismo diferente, mais moderno!

Antigamente, as associações eram procuradas para conviver. Hoje, procuram sobreviver!

Um dia, perguntei à minha avó, quando era criança, porque é que as pessoas morriam e ela respondeu-me que as pessoas não morrem, elas apenas partem para uma longa viagem. Acrescentou, que só morrem quando nos esquecemos delas e isso faz todo o sentido.

Assim, as associações só acabarão quando se esquecerem delas, quando não houver sócios, e deixarem de ser frequentadas! É certo que algumas associações não fazem

Uma associação tem que ter sócios e actividade, e a única associação na cidade de Zurique que tem mais actividades culturais, desportivas, informativas, solidariedade, gastronomia e integração é sem dúvida o nosso Centro Lusitano de Zurique!

Sinto-me desapontado com aqueles que não valorizam a instituição, incluindo os directores, jogadores, pais da formação, representantes dos departamentos e da comunidade. Espero que, no futuro, todos possam trabalhar juntos para valorizar e fortalecer a instituição.

Já cá ando há muitos anos e continuo a dizer que o Centro Lusitano é a associação mais completa! Somos a única que trabalha em prol da comunidade, sem interesse próprio!

Como presidente há 16 anos, sinto-me cansado e acredito que os sócios também estão cansados de mim. Por isso, coloco o meu lugar à disposição para uma nova direcção trazer novas ideias.

Por fim, como sabem, a revista Lusitano é uma publicação sem fins lucrativos, cuja continuação deve-se aos colaboradores e, principalmente, aos patrocinadores, que cada vez são menos. Assim, mesmo arriscando ser lembrado na história por ser a minha direcção que interrompeu um ciclo de trinta anos de edição ininterrupta da revista, decidimos, com o objectivo de conter as despesas, suspender a edição em papel.

Esta é a última edição.

DEPARTAMENTO DE FUTEBOL

Tel.: 079 222 09 14

Email: armindo.alves@garage-mutschellen.ch

RANCHO FOLCLÓRICO

Tel.: 076 369 85 00

Email: rancho@cldz.eu

PROPRIEDADE & ADMINISTRAÇÃO

Apoio

RESTAURANTE (reservas)

Tel.: 044 241 52 15

CENTRO LUSITANO DE ZURIQUE

Risweg, 1 8041 Zurique

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de ZURIQUE EDITORIAL
LUSITANO
V OFF OU STANDBY ?
Edição e paginação

Assim funciona um teste de álcool

Desde 2016, a obrigatoriedade de realizar um exame de sangue para verificar o efeito do álcool ao conduzir foi substituída pelo teste de alcoolemia (soprar no balão). O limite para a inaptidão para conduzir passou a ser de 0,25 miligramas de álcool por litro de ar respirável.

Este número corresponde ao limite anterior de 0,5 por mil. A polícia pode realizar testes de alcoolemia a qualquer momento, mesmo que não haja suspeita concreta. Por outro lado, a polícia só pode colher amostras de sangue se o interessado se recusar a fazer o teste do hálito ou se não for possível fazê-lo por motivos de saúde.

É bom saber: Valores medidos a partir de 0,4 mg/l são considerados provas confiáveis em tribunal. Se você ainda não acredita na medição, pode insistir em uma amostra de sangue. Mas cuidado: os exames de sangue podem gerar custos em torno de 400 francos!

• Em valores abaixo de 0,25 mg/l (= 0,5 por mil), o motorista pode continuar dirigin-

do. Atenção: Isso não se aplica a pessoas sujeitas à proibição de álcool, como novos condutores.

• Valores entre 0,25 mg/l e 0,39 mg/l (= entre 0,5 e 0,79 por mil) podem ser reconhecidos pela pessoa testada com sua assinatura. Se ele ou ela não o fizer, o bafómetro entra em jogo. A colecta de sangue anteriormente habitual no hospital não é mais necessária.

• Se o valor for igual ou superior a 0,4 mg/l (= superior a 0,8 por mil), a polícia fará um teste de alcoolemia. Aqui também não há mais necessidade de colecta de sangue no hospital.

Conduzir sob a influência de álcool: nenhuma ofensa trivial

A lei prevê as seguintes penalidades e medidas:

• 0,25 mg/l a 0,39 mg/l ou 0,5 a 0,79 por mi l: Se nenhuma outra regra de trânsito for desrespeitada, isso constitui uma chamada "infracção leve".

A penalidade é uma multa alta e advertência. Quem já teve a chamada medida administrativa como apreensão da carta de condução imposta nos últimos dois anos terá apreensão de carta por pelo menos um mês.

• A partir de 0,4 mg/l ou 0,8 por mil: Isso é “conduzir embriagado”, considerada uma “infracção grave”. Será punido com uma multa alta ou mesmo prisão que vai até 3 anos.

A sua carta de condução será retirada por pelo menos três meses.

• Condução repetida sob a influência de álcool: dependendo da gravidade do incidente, a carta de condução será entregue por um período significativamente maior ou mesmo indefinidamente.

A-propósito: Se conduzir uma bicicleta ou outro veículo sem motor com um valor igual, ou superior a 0,25 mg/l, também deverá ser multado.

Qualquer pessoa que cause um acidente sob a influência de álcool também deve esperar outras consequências. Além disso, existem quaisquer reclamações de recurso de responsabilidade civil e seguro de acidentes. Dependendo do dano, isso pode envolver grandes quantias de dinheiro assim como elevados custos.

Proibição de álcool para jovens e recém-condutores

Se é um condutor recente com uma carta de condução probatória, está sujeito à proibição de álcool. Se tiver um valor de pelo menos 0,05 mg/l ou 0,1 por mil, estará sujeito às seguintes penalidades, além das sanções regulares:

• O período probatório é prolongado por um ano quando a carta de condução é entregue pela primeira vez.

• Se a carta de condução for entregue devido a uma segunda infracção, a carta de condução provisória expira. Uma nova licença pode ser solicitada no mínimo após um ano com um relatório psicológico de tráfego.

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CRÉDITOS PESSOAIS -

A V MARIA DOS SANTOS

Acordei como cada manhã ao som da rádio. Notícias, música e algumas curiosidades.

Hoje partilho com vocês o facto de, por invenção de alguém no Reino Unido, chamar à terceira Segunda-feira do mês de Janeiro, o dia mais deprimente do ano.

Considero que com a actual situação mundial, há mesmo muitos dias deprimentes. Basta termos tempo para estar a par das notícias.

A situação política em Portugal e no mundo em geral, deixa qualquer um preocupado com o futuro e credibilidade dos políticos e serviço público prestado às nações. Temos motivos para estar assustados e deprimentes.

Quero também partilhar com vocês, antes de vos convidar a vir até Ebikon, nestes meus Recantos Helvéticos, que no Japão houve há poucos dias uma greve no sector rodoviário. O interessante desta greve é que, os comboios funcionaram às horas marcadas, mas os empregados desta companhia, para penalizar a instituição, deixaram os passageiros viajar durante vinte e quatro horas de borla. Considero uma excelente ideia e atitude.

Hoje levo-vos até Ebikon. Uma

cidade que fica no cantão de Lucerna e certamente muito menos conhecida pela maioria de todos nós.

Eu também nunca lá tinha estado e confesso que penso voltar. Para além de podermos “navegar” no Verão, caminhar no Outono, Inverno ou Primavera no lago de Rotsee, visitar a maravilhosa igreja St. Maria, tomar um leite-chocolate delicioso na Laderach Ebikon, assistir ao Keramikkonzerte, passear o The Mall of Switzerland é todo um projecto cultural muito enriquecedor.

Mas...é mesmo no Oana City Wave que devemos parar. No exterior existe uma pista de patinagem artificial, para os apaixonados desta actividade. Luzes, movimento, música, muitas quedas, aplausos, sorrisos, tudo ali se vive intensamente. Uns que dominam a arte da patinagem mostram orgulhosos as suas habilidades. Outros que agarrados timidamente aos pinguins feitos para apoiar os iniciantes, descobrem o que é a patinagem no gelo. O certo é que gargalhadas não faltam, quando os menos sábios se espalham ao comprido por quedas que nos levam aos tais, uff, ó meu Deus, eu sou de dizer, caramba, que trambolhão.

Depois de me divertir a ver os patinadores, apeteceu-me beber algo quentinho, as temperaturas são frias. E foi quando entrei neste centro comercial, que fiquei de olho arregalado. Ao primeiro impacto vejo um ecrã gigante com as ondas da nossa Nazaré. Dou mais uns passos, pois senti muito movimento e cheiro aquático. Os meus olhos recaem numa enorme piscina de Surf. Um bar da parte esquerda que serve os mais variados cocktails e outras bebidas e claro

não falta a boa gastronomia. Do lado direito há uma loja de artigos de Surf que encanta quem por lá passa. Em frente à piscina os cadeirões onde confortavelmente podemos passar um par de horas a ver a habilidade dos que são clientes habituais e que têm já toda a técnica, mostrando verdadeiras acrobacias e movimentos em cima da prancha e aqueles que sem-vergonha alguma aprender a dar os primeiros passos no Surf com os professores, sob o olhar e gargalhadas de quem está do lado de fora a assistir. Que tarde mágica. Houve momentos que pensei mesmo que estava na Nazaré, ou algures numa ilha rodeada de tantos animais aquáticos e plantas naturais. O filme no ecrã gigante projecta-nos para um mundo natural.

Após ter passado ali três horas encantada da vida e sem me dar conta, levantei-me e regressei a casa. Percorri o site deles na net e verifiquei que fazem vários eventos, todos relacionados com o Surf naquela piscina gigante. Convido-vos a irem visitar este “Oana” 1 , levem os vossos filhos e amigos, garanto-vos uma tarde cheia de ondas positivas. Está aberto todos os dias das 11:30 às 20:00. Não esqueça o fato-de-banho e descubra esta divertida actividade desportiva, num espaço seguro.

Mal entro no carro, estou de volta a outra realidade. A Suíça questiona-se com a capacidade de poder atingir proximamente os dez milhões de pessoas. 2023 fica com o recorde dos nove milhões.

Estamos a cavalgar para uma demografia galopante e as infra-estruturas começam a lançar luzes vermelhas.

No dia nove Janeiro de 2023 as

1 OANA – Indoor Surfen in der Schweiz

EBIKON E O SURF

urgências do hospital de Martigny fecham das 18:00 às 08:00.

Sim, estou pensativa, mas não pessimista. Vamos encontrar ferramentas para sermos optimistas e sentir o bem-estar a cada dia.

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Crónica

ARMINDO ALVES

V MANUEL ARAÚJO

OCentro Lusitano de Zurique é uma associação criada em 1984, cujo objectivo principal é promover a cultura portuguesa na Suíça. A revista “Lusitano de Zurique”, criada em 1995, é o seu principal meio de informação. Desde 2005, eu tenho editado e produzido a revista Lusitano, até há um ano, quando Joana Araújo assumiu a função. Durante estes 17 anos, a revista teve a honra de ter diferentes líderes, cada um com suas próprias características e qualidades. Actualmente, o Sr. Armindo Alves é o presidente e director da revista e do Centro Lusitano de Zurique, com quem vamos conversar brevemente.

Gostaria de destacar que acredito ser possível e necessário procurar sempre a excelência e a inovação, especialmente no que diz respeito ao aculturamento e à educação dos portugueses residentes na Suíça. Isso pode ser alcançado através da organização de eventos que desafiam a rotina e aumentam o nível cultural. Dessa forma, poderemos contribuir para formar uma sociedade mais culta, exigente e refinada. Assim como o falecido cantor Pedro Barroso costumava dizer: “os promoveres culturais devem sempre oferecer um centímetro a mais de cultura do que o público espera”. Vamos ver se esse é também o pensamento do presidente e director Armindo Alves.

Manuel Araújo — Como presidente do Centro Lusitano de Zurique, como equilibras o teu dia-a-dia como presidente, dono de uma garagem, oficina, bombas de combustível, quiosque e ainda árbitro de futebol?

Armindo Alves — Como presidente do Centro Lusitano de Zurique, e de todas as funções que referes, equilibro o meu dia-a-dia, com dificuldade, especialmente durante e pós-pandemia. Contudo, tenho o apoio dos outros doze membros eleitos pelos sócios do Centro. Embora nem todos cumpram cabalmente as suas responsabilidades, alguns membros são dedicados e dão-me grande ajuda. O equilíbrio vem da minha família, pois minhas três mulheres são meus pilares de apoio.

MA— Como vês o papel do CLZ e da revista Lusitano no contexto actual da comunidade portuguesa em Zurique?

AA — O Centro Lusitano de Zurique e a revista Lusitano desempenham um papel importante no contexto actual da comunidade portuguesa em Zurique. O CLZ é uma referência há muitos anos na cidade, sendo a segunda associação mais antiga e a mais completa (futebol, rancho, restaurante, integração, e uma revista própria). O CLZ é a associação mais referenciada e que mais contribui para a comunidade portuguesa, o que me faz sentir muito orgulhoso.

A revista Lusitano é muito procurada e leva o nome da associação para além-fronteiras. Em papel, graças ao incansável colaborador Aragonês Marques, já é distribuída em Angola, Cabo-Verde e Timor-Leste. A revista digital é lida também por muitas pessoas em todo o mundo.

MA — Quais são as principais dificuldades que enfrentas como presidente do Centro Lusitano de Zurique e como as abordas?

AA — As principais dificuldades que enfrento como presidente do Centro Lusitano de Zurique incluem a falta de voluntários dispostos a trabalhar e a dificuldade de motivá-los. Além disso, encontrar tempo para dedicar à motivação e ao envolvimento de sócios e clientes é um desafio constante, dada a natureza exigente do meu dia-a-dia. No entanto, apesar desses obstáculos, o Centro Lusitano de Zurique ainda é uma referência importante na comunidade, graças ao empenho de alguns membros dedicados. Acredito que, se todos colaborássemos um pouco mais, seríamos ainda mais produtivos e enfrentaríamos menos dificuldades.

Lusitano de Zurique - FEVEREIRO 2023 | www.cldz.eu 11
Entrevista Entrevista
Infelizmente, sim. Devido à falta de publicidade, a edição impressa da revista vai ser suspensa.
Dirigente associativo, empresário e árbitro
Tenho o apoio dos doze membros eleitos pelos sócios do Centro. Embora nem todos cumpram cabalmente as suas responsabilidades...
Em Janeiro propus uma Assembleia-Geral para Março, mas ainda não obtive qualquer resposta da direcção.

MA — Até que ponto, a pandemia afectou a saúde financeira do CLZ?

AA — A pandemia também afectou a saúde financeira do CLZ de forma significativa, uma vez que muitos dos nossos eventos e actividades tiveram de ser cancelados ou adiados devido às restrições sanitárias, o que resultou numa queda nas receitas. Além disso, o restaurante precisou fechar temporariamente, o que também afectou as finanças. No entanto, trabalhamos arduamente para encontrar soluções e minimizar os impactos financeiros da pandemia, procurando novas fontes de receita e implementando medidas de contenção de despesas.

MA — Qual é a tua abordagem para garantir a dedicação da equipa e o envolvimento de mais pessoas na revista Lusitano, para melhorar a qualidade da comunicação com os editores?

AA — Garantir a dedicação da equipe e o envolvimento de mais pessoas na revista Lusitano é crucial para melhorar a qualidade da comunicação com os editores. Para isso, é fundamental ter uma equipa de colaboradores dedicados e motivados, que possam escrever textos informativos e de opinião. Além disso, é importante que mais pessoas se envolvam na angariação de publicidade, distribuição e colaboração para textos e novas ideias vindas da comunidade. Isso assegura a continuidade e o aperfeiçoamento da revista.

O voluntariado também é fundamental para o sucesso da revista, pois ajuda a cobrir os custos de impressão, transporte e paginação. Em suma, a gestão da revista Lusitano depende do trabalho em equipa e da dedicação de todas as pessoas envolvidas.

MA — Como pretendes envolver os membros do CLZ, os colaboradores e os leitores da revista Lusitano nas decisões e no desenvolvimento dos projectos?

AA — Sempre fomos uma associação aberta e dedicada à comunidade. Estamos abertos a ideias e sugestões produtivas vindas dos nossos membros, colaboradores e leitores da revista Lusitano. No entanto, nem sempre é possível implementar tudo o que se propõe, devido às limitações financeiras, já que a revista depende da publicidade, que tem infelizmente diminuído recentemente. Mas continuamos a ser uma associação que valoriza a participação e o envolvimento da nossa comunidade em todas as nossas decisões e projectos.

MA — Há rumores que a revista em papel vai acabar. Confirmas isso?

AA — Infelizmente, é verdade que há rumores sobre o fim da edição impressa da revista. É uma publicação dos associados, produzida sem fins lucrativos, e a falta de publicidade tornou a sua produção insustentável por agora. Contudo, ainda esperamos que as condições financeiras melhorem no futuro, o que permitiria retomar a edição

impressa. Agradecemos qualquer ajuda ou ideias que possam contribuir para melhorar a situação e estamos sempre dispostos a aceitar o apoio da comunidade.

MA — Se a revista em papel continuar, o que pretendes fazer para impulsioná-la, implementá-la e aumentar a atractividade e alcance, após esta “letargia” devido à pandemia?

AA — Também podemos explorar outras formas de publicidade, como parcerias com empresas locais ou patrocinadores, mesmo internacionais, interessados em apoiar a revista e a sua comunidade. Além disso, podemos adoptar novas estratégias de marketing e promover a revista através das redes sociais e outras plataformas digitais, a fim de atrair novos leitores. É importante manter conteúdos de qualidade e amplos, abrangendo temas relevantes e interessantes para a comunidade, e manter uma comunicação próxima e aberta com os leitores, a fim de saber o que eles gostariam de ver na revista.

MA — O que pensas dos ilustres novos colaboradores?

Queres enviar-lhe uma palavra?

AA — Estou muito animado com a chegada dos novos colaboradores à revista. Eles trazem consigo uma riqueza de conhecimento e perspectivas inovadoras que serão de grande valor para as nossas publicações. Agradeço-lhes a disponibilidade e dedicação em colaborarem voluntariamente. Muito obrigado a todos.

MA— Como vês o futuro do Centro Lusitano e da revista Lusitano e qual a tua visão a médio e longo prazo?

AA — Mesmo perante toda a turbulência actual, vejo um futuro melhor e acredito na manutenção da solidez e relevância do Centro Lusitano e da revista Lusitano, graças ao empenho e dedicação de todos os membros envolvidos, incluindo sócios, atletas, bailarinos, professores, directores, treinadores e colaboradores. A minha visão é de que o Centro Lusitano mantenha a sua posição como referência cultural e desportiva a médio e longo prazo.

MA — Perante a actual situação de instabilidade do Centro Lusitano, não seria oportuno clarificar a situação pondo o lugar à disposição, convocando novas eleições?

AA — Eu concordo que, dada a situação actual do Centro Lusitano, é importante clarificar a situação e procurar uma solução. Por isso, em 27 de Janeiro, enviei uma mensagem aos membros da direcção propondo uma assembleia-geral para discutir a situação e convocar uma assembleia para propor novas eleições. Infelizmente, até agora, não obtive nenhuma resposta dos membros da direcção. No entanto, mantenho a esperança de que, trabalhando juntos, possamos superar essas dificuldades e alcançar os nossos objectivos como sócios do Centro Lusitano.

Interregno, ou o fim?

Nogueira. Eles vieram aconselhar-se e pedir ajuda para remodelar a revista, que na altura se chamava “Boletim”. Sem hesitar, sem qualquer negociação, ou entrave, disse-lhes que os ajudaria no que pudesse.

Durante estes anos, vivi a comunidade do CLZ como se fosse minha, sendo o meu foco, apenas ajudar a manter a publicação.

Como co-editor do Lusitano de Zurique 1revista, mantida durante quase trinta anos ininterruptamente e distribuída mensalmente aos leitores, fico triste com a interrupção temporária da edição em papel, após 17 anos editada por mim.

Desde há uns tempos, principalmente durante a era Covid, senti que algo se passava no seio da revista. Colaboradores que deixaram de intervir, comunicação superior, sofrível e deficiente, eram os sinais de que algo se passava.

Antes da pandemia, e após a saída da Directora Sandra, a revista, apesar de ter um leque de colaboradores generosos e de grande qualidade, começou a estagnar. Soube há pouco, existirem problemas de liquidez, alegadamente à falta de patrocinadores, que acabaram por ditar o fim da revista tal como a conhecíamos. A edição de papel acabou, mas o título na sua versão digital continua activo.

Para mim, considero o fim de um ciclo que comecei há 17 anos, quando tive o grato prazer de receber em minha casa, a visita de dois membros da direcção do CLZ, o saudoso amigo e conterrâneo António Matos, acompanhado pelo também amigo Pedro

Conheço a comunidade da Suíça desde 1980, onde vivi durante vinte anos e sei o que “a casa gasta”, por isso, nem sempre era publicado o que eu gostaria, mas sim, aquilo que sabia que aguçaria o apetite dos nossos compatriotas para a leitura. A informação cultural precisava de ser dada em pequenas doses, como se de um medicamento se tratasse. A informação teria de ser “travestida” com algo que lhes aguçasse a curiosidade de ler. E funcionava.

Todos estes anos passaram e nota-se que o emigrante português mudou. Antes eram praticamente analfabetos sendo a sua leitura preferida os jornais desportivos e a revista Maria, mas hoje difere, pois vêm-se já muitas pessoas formadas e cultas. Por esse motivo tentamos adaptar-nos, evoluir e acompanhar os sinais dos tempos.

Quero agradecer a todos os colaboradores, aos quais, durante estes anos lhe “moí a paciência”, a pedinchar mais um artigo, pois sem eles, a revista, ou, o pasquinzinho, como carinhosamente eu a apelidava, podia existir, mas não seria a mesma coisa sem eles. Sem eles, não teríamos conseguido chegar até aqui. Agradeço também a todos os leitores que nos deram o privilégio de sermos a sua fonte de informação e cultura.

Gostaria de expressar também um agradecimento especial à empresa Diário do Minho, com a qual traba-

lho há 25 anos. Agradeço a dedicação e profissionalismo da empresa desde 1998, que sempre me tratou com carinho, simpatia, respeito e eficiência, tanto na impressão do Gazeta no início e mais tarde com o Lusitano há 17 anos. Agradeço também ao director-geral Luís Carlos, ao Pedro, à Sónia, ao Bruno, à Fernanda, à Lúcia, ao Luís Filipe, ao Carlos e a todos que têm mantido contacto comigo ao longo deste quarto de século. Muito obrigado e espero que seja apenas um “até breve”.

Como referi no início, é com tristeza que vejo o fim da edição de papel da revista, mas acredito mesmo ser uma suspensão temporária, porque creio que a direcção não terá interesse em ficar na história do CLZ, como aquela que acabou com uma revista, que saiu mês-após-mês, ininterruptamente durante três décadas.

Acredito que a direcção e os associados irão trabalhar com afinco e conseguir rapidamente “dar a volta por cima” e voltar a colocar nas mãos dos leitores a sua revista em papel.

O prazer de ler uma revista ou livro em papel é inegável, com sua mobilidade, textura e cheiro de papel e tinta. No entanto, mesmo sem essas características, a edição digital permite que continue a haver circulação de informação e cultura na nossa comunidade.  Nestes momentos difíceis, é importante que todos se unam e ofereçam apoio para que a revista possa renascer, crescer e evoluir.

A direcção não deve desistir, pois não é apenas a comunidade portuguesa em Zurique que precisa dela, mas sim todo o Portugal. É Portugal que precisa dos melhores embaixadores, os quais são vocês.

Lusitano de Zurique - FEVEREIRO 2023 www.cldz.eu Lusitano de Zurique - FEVEREIRO 2023 | www.cldz.eu 12 13 Opinião Entrevista
1 - Órgão de informação
sem fins lucrativos
V MANUEL ARAÚJO

Juntos, podemos salvar o

Centro Lusitano de Zurique

dia 25 de Fevereiro, às 19h

Reservas pelo número 044 242 52 15

Atenção, amigos e

colaboradores

do Lusitano de Zurique!

Como é do conhecimento geral, a continuidade e o futuro da Revista Lusitano está ameaçado e é hora de agirmos. Com uma circulação ininterrupta há quase 30 anos, o Lusitano é uma conquista cultural que não podemos permitir que desapareça.

É a voz da nossa cultura e precisa da nossa ajuda para continuar a existir.

Vamos juntar forças no "Jantar dos Amigos e Colaboradores do Lusitano de Zurique", no dia 25 de Fevereiro, às 19h, no Centro Lusitano de Zurique.

Vamos debater o futuro da revista e procurar soluções para salvá-la.

Façam já as vossas reservas pelo número 044 242 52 15 e venham participar desta noite especial, dedicada a proteger o nosso património cultural.

Juntos, podemos salvar o Lusitano.

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Zezinha Peniche

Maria José Dos Santos Peniche, mais conhecida como Zezinha Peniche, vive

Mulher empreendedora e polivalente, abraçou as artes como artista e escri-

Considera-se polivalente e sem medos. Sobretudo aventureira e com garra, desafiou um grande projecto quando se dedicou à Medicina Alternativa, (Naturopatia) que actualmente exerce no Cantão de Thurgau (Weinfelden) e San-

e a loja de variados produtos naturais, está aberta e ao dispor de todos os que acreditam

As artes são algo que lhe preenche o coração e em breve poderemos vêtelevisiva onde conta

Com vários livros editados, a Zezinha Peniche estuda diariamente, para dar aos seus clientes uma nova versão de vida saudável.

Acredita piamente que o pensamento é a melhor ferramenta para concretizar os objectivos e

Adora um bom prato de “polvo à lagareiro” e não dispensa uma cor que lhe aporte boas

Vamos partir nessa viagem de muitas emoções onde a fronteira tem nome de liberdade, com Zezinha Pe -

A V MARIA DOS SANTOS

— Maria dos Santos: Zézinha como defines a mulher que és hoje?

Zezinha Peniche: Mais madura, guerreira, lutadora, generosa, optimista e mente aberta, por ter aprendido com erros cometidos em confiar demais nos outros, mas estes serviram para me enriquecerem e apreender. Continuo sempre a ser persistente, perfeccionista, amiga do próximo, sonhadora e romântica. Mas o que mais adoro em mim é saber que na minha profissão, aprendo diariamente mais e mais com os meus pacientes, por cada caso ser um caso, acabando por ser reconhecida devido a resultados positivos. Sinto um orgulho imenso de mim própria por tratar patologias que, na verdade muitos não conseguiam e diziam ser impossível. Amo o que faço, dedico-me de coração.

— MS: Hoje és uma mulher madura que sabe o que quer da vida. Descreve-nos a tua vida profissional, os altos e baixos que tivestes ao longo dos anos.

ZP: Direi, fácil não foi. Família, mãe solteira, estudos entre Portugal e Suíça. Gerente de duas empresas em Portugal. Enganos, roubos, mas nunca baixei as mãos. Muito trabalho, dedicação e persistência. Agora sinto-me realizada.

— MS: As artes culturais são a tua debilidade. Como tivestes esta porta aberta para entrar neste mundo tão difícil, mas tão necessário?

ZP. Todos sabemos que a vitamina B existe e eu tive um grande senhor, Raul Solnado, meu padrinho que me deu essa mão e o padrinho do meu irmão o Paulo Renato.

— MS: Na tua bagagem, tens o Master de Medicina Natural e Dermos-Estética, como é exercer esta variante de cura e bem-estar em terras helvéticas?

ZP: Muito gratificante pelos resultados. Orgulho por ser procurada pela nossa comunidade portuguesa. Cada cura é para mim um troféu que guardo como experiências muito positivas. Curar, tratar e cuidar dos outros é um orgulho.

Curar, tratar e cuidar dos outros é um orgulho.

— MS: Adoras escrever e já tens cinco livros editados. Onde os podemos comprar e quais os temas que podemos ler neles?

ZP: Costumo dizer que sou uma mulher de 7 ofícios; por isso, são muito variados os temas. Depende do momento e das situações em que estou.

1. O olhar da criança.

2. Biografia Zezinha Peniche “Amor e Sucesso”

3. A força do Pensamento Positivo e Poesia

4. “Ser Saudável com produtos Naturais” em duas línguas. Português e alemão.

5. “Dicionário para as nossas perguntas”, em 5 idiomas. Português, espanhol, italiano, alemão e Inglês Podem ser encomendados directamente na minha editora “chiado editora” “Grupo atlântico” ou directamente através de 0786539952

— MS: O teatro é aquele bichinho que se movimenta no teu sangue. Que admiras na representação?

ZP: Admiro a intensidade de viver cada personagem diferente.

— MS: Tens um património pessoal muito enriquecedor e quase digno de um filme ou novela. Estás aberta a um projecto de expores a tua vida para a sociedade?

ZP: Sei tem coisas boas e más, mas tudo o que fiz, de nada me arrependi. Claro que sim será, sempre, um orgulho porque é tudo real.

— MS: Vives e trabalhas na Suíça. Sentes que a Comunidade Portuguesa poderia usufruir e acreditar mais na medicina alternativa que exerces?

ZP: Sim. Tenho muita pena de aqueles que não acreditam. Todos nós sabemos que a medicina alternativa é sem dúvida uma opção de cura não prejudicando o nosso organismo.

— MS: Zezinha, vejo em ti, todos os sonhos do mundo. Acreditas na célebre frase, o sonho comanda a vida?

ZP: Acredito 100%. Para os que leram ou irão ler o meu livro ”A Força do Pensamento Positivo” sabe que é verdade.

— MS: És uma mulher de grandes valores morais e culturais. Como educastes os teus filhos, nesta vida tão preenchida e de luta constante por uma vida melhor?

ZP: Apesar de muita ausência tive o privilégio de ter ajudas e a capacidade de poder pagar.

Ajuda da mãe, tia e uma filha com diferença de 20 anos da mais nova. Uma empregada interna que foi uma mãe para elas. Principalmente a mais nova, recordo que não a deixava fosse para onde fosse. Eu levava a mais nova e a empregada assim poderia ao final do dia estar com a minha filha. Sinto orgulho nelas, acho que mesmo assim aprenderam muito com a mãe

— MS: Já fizeste mil e uma coisa. Para te sentires totalmente realizada que te falta fazer, para deixares a tua tatuagem para a posteridade?

ZP: Neste momento o meu sonho passa por ser feliz. Continuar a tentar fazer feliz quem está à minha volta. Quero deixar uma marca positiva no futuro nas áreas em que me movo. Tento ser um modelo de vida, um exemplo positivo, sobretudo que orgulhe as minhas filhas e neto. O reconhecimento e respeito público, também de quem nos quer bem, é o melhor troféu ou prémio que podemos ambicionar. Ah e gostaria que não me tratem por Zezinha DE Peniche, eu sou ZEZINHA PENICHE.

— MS: O Centro Lusitano Zurique, agradece a disponibilidade e deseja-te um feliz 2023.

Lusitano de Zurique - FEVEREIRO 2023 | www.cldz.eu 19 Entrevista Entrevista

Assim ainda sai mais barato...

Temos que fazer caminho e mudar, sim… Mas só uma sugestão: Ao invés de criticarmos vamos rezar e procurar dar opiniões mais construtivas… A memória agradecida faz tão bem e é capaz de construir um País bem melhor… Não se falou de quase mais nada, na última semana do primeiro mês deste ano. Vamos aos números. Não é de números que os escandalizados estão a falar. Parece que é e eles não enganam.

Portugal: a hipocrisia é celebrada num altar

Segundo o MAI, o total de comparticipações do Estado, na actual época desportiva, aos jogos de futebol não profissionais situa-se nos 2,48 milhões de euros, enquanto na época anterior esse valor chegou aos 2,93 milhões de euros.

V COSTA GUIMARÃES (*)

A Câmara de Lisboa adjudicou por ajuste directo a construção do palco-altar da JMJ — Jornadas Mundiais da Juventude — por 4,24 milhões de euros e gerou queixas de “falta de transparência” por parte da oposição e a um pedido do Chega para que Carlos Moedas vá ao parlamento justificar os custos.

https://tinyurl.com/altar1111

Desculpem. Acabem com o disparate do Estado laico gastar dinheiro para ajudar a viagem do Papa. As Jornadas Mundiais são um evento gigantesco, com repercussão mundial. O Estado está a fazer algo muito simples e razoável: investir para que este evento seja um sucesso, de forma a ter o maior retorno possível. Não é um favor, é mesmo aproveitar uma oportunidade única. O título é exagerado. Alguns portugueses, com acesso

fácil a tribunas da comunicação, celebram a hipocrisia num altar... desenhado para o Papa Francisco, convidado por Portugal para presidir às Jornadas Mundiais de Juventude. Juro-vos. Nunca vi tanta falta de memória e insanifdade nacional. Ao longo destes dias tenho acompanhado a nova série das televisões e jornais: “o palco das Jornadas Mundiais”. Sinceramente não sei quantas temporadas terá, mas pelo andar da carruagem ainda temos pano para mangas. Estou certo de que tal série tem lugar numa destilaria de ódio e crítica num país à beira-mar plantado – Portugal. Tão pequenino, mas com tanta gente entendida… Tenho lido as publicações e fico na dúvida se estão incomodados com o valor da obra ou por tal obra ter em vista uma celebração Mundial com os Jovens católicos (sendo que as Jornadas Mundiais da Juventude são abertas a todos, mesmo de outras religiões). O Estado é laico, mas deve procurar caminhar com todos… Tanto empenho em denegrir a imagem de um país num evento mundial… Esperem lá. Eu acho que já vi isto a acontecer há bem pouco tempo. Ah, foi no mundial de futebol… Não precisamos que ninguém nos critique nós já fazemos tudo. Pegamos na cana, atiramos o foguete e apanhamos a cana… Tanto empenho! Que pena não colocarmos o mesmo empenho quando se trata de lutarmos pelos direitos de todos, novamente de todos. Porque não colocamos o mesmo empenho contra os milhões gastos no BES, na TAP, no BPN, nos Estádios de Futebol do Euro, entre outros… Mas este é que é… Tudo o resto não importa… Somos um povo de memória muito curta, ou fazemos por isso… É que por vezes convém não lembrar…

Já agora: Estamos muito importados com os milhões que vão ser gastos. Por acaso, já se inscreveram como voluntários para as Jornadas? É que assim já podemos poupar mais uns milhões... E se encontrarem voluntários para fazer os palcos e tudo o que um invento desta natureza necessita avisem...

Os portugueses pagaram, durante a última época desportiva, quase 2,5 milhões de euros (ME) no policiamento de jogos de futebol não profissional, sendo a maior fatia nos escalões juvenis e inferiores, revelou o Ministério da Administração Interna (MAI https://tinyurl.com/futebol17112).

Algum Director de Informação de algum meio de comunicação social português se indignou? Digam-nos. As forças de segurança “só contabilizam os gastos” nos escalões dos juniores, juvenis e inferiores, distritais de seniores e seleção nacional, não existindo números quanto aos grandes jogos, uma vez que “não é feita a contabilidade financeira do policiamento dos jogos da I Liga de futebol”. E quantos jogadores de futebol existem em Portugal? Está aí a resposta oficial: https://tinyurl.com/bola7771. Os números divulgados pela Federação Portuguesa de Futebol (FPF) revelam que houve mais 539 praticantes federados nos últimos dois anos (2021-2022). Esta temporada, entre futebol, futsal e futebol de praia, masculino e feminino, Portugal atingiu um recorde de 197.060 atletas (https://tinyurl.com/2p8v5w7m).

Algum Director de Informação de algum meio de comunicação social português se indignou? Digam-nos. O valor médio anual gasto pelo Estado em policiamento aos jogos da primeira liga de futebol ronda os 3,5 milhões de euros, de acordo com um relatório interno da PSP citado esta quarta-feira, 20 de Maio, 2022. Somem, se fazem favor. (https://tinyurl.com/detalhe4323).

Alguém protesta ao saber que os clubes gastam cerca de 2,5 milhões de euros, abaixo do valor que sai dos cofres públicos, uma comparação que, segundo o jornal, também é feita pelo relatório da PSP (https://tinyurl.com/publico43). (MAI)https://tinyurl.com/25milhoes).

Então, façam as contas: 125 milhões de euros (cento e vinte e cinco milhões de euros) em cinco anos para dar segurança a jogos de futebol que mobilizam, na melhora das hipóteses pouco mais de um milhão de espectadores, por ano.

Vamos a outros números. De acordo com os dados da Liga Portugal, o estádio com maior assistência tem um acumulado de época de mais de meio milhão de adeptos em 17 partidas, enquanto o último contou apenas com pouco mais de 21 mil pessoas no mesmo número de jogos. https://tinyurl.com/futebol5432

Mas há mais números. Em 2015, passada uma boa década, o Tribunal de Contas expressa preocupação pelos grandes desvios aos valores inicialmente adjudicados pelos promotores públicos dos estádios construídos para o Campeonato Europeu de Futebol de 2004 (https://tinyurl. com/futebol54).

Com a realização do Europeu de futebol de 2004 os portugueses — sim, os portugueses — pagaram mil e trinta e cinco milhões de euros, resultado apurado pelo relatório do Tribunal de Contas (TC), em comparticipações directas da Administração Central à construção/remodelação dos estádios públicos e privados, estacionamentos e acessibilidades, custos promocionais, de animação e de funcionamento das várias sociedades criadas para o efeito. Os pagantes, os portugueses podiam ter construído quase outra Ponte Vasco da Gama, para a segunda travessia do Tejo em Lisboa, orçada em 897 milhões de euros. Alguém escreveu uma letra de protesto?

Houve tanta ferocidade contra [quatro) Estádios como os do Algarve, Aveiro ou Leiria ou Coimbra, que se debatem, hoje, com elevados custos de manutenção e dívidas à banca, que, em alguns casos, equivalem a liquidações anuais de 13 milhões de euros só em juros (https://tinyurl. com/futebol67).

Vamos até Leiria, onde o estádio, nas mãos da Câmara, deixou de receber os jogos da U. Leiria em 2011 – o clube pagava 17.500 euros por jogo – e a prioridade passa, agora, por rentabilizar a estrutura. O município paga o serviço da dívida ao banco, cerca de seis milhões de euros/ano, até 2024, e isso adia projectos relacionados com o bem-estar social, como escolas, saneamento e outras obras”. Das nove Câmaras apenas duas já saldaram todas as dívidas contraídas para fazer obras ou construir de raiz estádios. Há dívidas que vão até 2030, data em que Portugal se candidatou a organizar um mundial de futebol em conjunto com Espanha. Quem protesta? É mais que um altar por cada ano.

No caso de Braga, do primeiro projecto com custos de 37 milhões passou-se para um projecto que custava 79 milhões, aprovados por PS e PSD/CDS. O custo contabilizado em 2018 pelo Tribunal de Contas atingiu 153 milhões (https:// tinyurl.com/braga543)

O Estádio Municipal de Braga custou mais que o Hospital Central de Braga e mais 1,5 vezes que o Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia (INL), dava para intervir dez vezes na variante do Cávado e no Nó de Infias; representa 50 vezes o valor gasto na requalificação do Parque Desportivo da Rodovia.

Se quisesse ser demagogo diria... Eu, se estivesse à frente

Lusitano de Zurique - FEVEREIRO 2023 www.cldz.eu Lusitano de Zurique - FEVEREIRO 2023 | www.cldz.eu 20 21 Crónica
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de uma Câmara Municipal, nunca pagaria essas falsas dívidas. Quem mandou construir que pague. A FPF que lida com muitos milhões, que pague. O País e as Câmaras, com tantas carências e ainda têm que pagar. Os clubes, em vez de pagar ordenados multimultimilionários aos seus jogadores, que paguem. Para elas, as dívidas não passam de cêntimos. (https://tinyurl.com/dividas465).

O nosso Cost(inh)a — ou alguém por seu intermédio ou inocência de quem manda da comunicação social portuguesa — arranjam cada manobra para distrair os portugueses!

E não é que resultou?

Antes que me esqueça: as JMJ devem acolher milhão e meio de jovens de todo o mundo. O campeonato da I Liga Portuguesa atrai, durante um ano e quase quarenta jornadas, 1,7 milhões de espectadores. As conclusões são suas, porque os números não são meus (https://tinyurl.com/numeros124).

Depois? Depois, nada. Braga tem 190 mil habitantes e 5900 pessoas em média por cada jogo de bola, Em Guimarães, o Vitória seduz 11.400 adeptos, em Barcelos, não chegam aos três mil que adoram o Gil Vicente e, em Famalicão, um poucochinho mais. E só mencionamos os quatro maiores concelhos do Distrito. Não besuntem a imensa maioria com despesas supérfluas (desnecessárias).

JMJ: ATÉ SAI BARATO!

Comparar os custos da Jornada Mundial da Juventude em Lisboa, centrando-se no preço do palco onde irá estar o altar na vigília de encerramento do evento, com os do altar da visita do Papa Bento XVI em 2010 é um disparate com a bênção da desonestidade: em 2010 construiu-se um altar para uma única missa que depois foi desmontado. Nas Jornadas está a construirse uma estrutura fixa, um equipamento que pode ser posteriormente utilizado para mega-eventos ao ar livre. Podemos esclarecer qualquer pessoa de boa vontade (porque aos outros, os factos são indiferentes), seguindo de perto os argumentos de José Seabra Duque:

1. Em Agosto não acontece a “visita” do Papa, mas sim a Jornada Mundial da Juventude, um dos maiores eventos do mundo e não comparável com qualquer outro evento que Lisboa tenha acolhido. Estamos a falar de 1 a 1.5 milhões de jovens que durante uma semana irão estar em Lisboa. Aos jovens, juntam-se milhares de bispos de todo o mundo, padres, jornalistas, etc. Não é por acaso que os hotéis de Lisboa e arredores estão todos esgotados para essa semana há meses. Vamos ter mais de um milhão de pessoas a dormir, a comer, a percorrer, a consumir em Lisboa. Dir-me-ão, não é a quantidade ou os euros que interessam. Vou ceder.

2. Para além dos peregrinos de todo o mundo, o evento é acompanhado pelos media em toda a parte. São centenas de milhões de católicos de olhos posto em Lisboa através da televisão, da rádio, das redes sociais, de streaming. Durante essa semana Lisboa será a cidade que todos os católicos do mundo vão ver. Não é como nos grandes jogos da Liga dos Campeões onde apenas são transmitidas imagens do estádio onde se realiza o desafio.

3. A Jornada Mundial da Juventude terá um custo até 80 milhões de euros. Uma parte é suportada pelo Estado, pelas Câmara Municipais de Lisboa e de Loures. Por que razão o Estado laico patrocina um encontro religioso? A resposta é simples e nada tem a ver com boa vontade.

4. Parte dos custos públicos decorre do facto de se receber uma multidão de centenas de milhares de pessoas: reforço do policiamento, reforço dos transportes, reforço das equipas de emergência, etc. Depois, existe o custo com o local das Jornadas: o Parque Tejo, onde terrenos baldios e pantanosos são transformados num parque junto ao Tejo, para ser utilizado por todos os cidadãos e equipado para receber mega-eventos.

5. Temos investimento naquilo que são as funções do Estado e em equipamentos que vão ser para uso público. O investimento público neste evento supera estas questões. Mas mais uma vez, é para fazer favores à Igreja...ah, ah.

6. O milhão e meio de pessoas nessa semana em Lisboa gastam dinheiro na dormida (mesmo ficando muito locais cedidos gratuitamente), comem e bebem, gastam dinheiro em recordações, ou sejam, vão consumir em Lisboa e na região durante uma semana. Entre o que é injectado directamente na economia e o que é arrecadado em impostos, é fácil verificar que o investimento feito pelo erário público nas JMJ será recuperado várias vezes. Aliás, segundo os cálculos do Governo o evento vai ter um retorno de 350 milhões de euros para Portugal.

7. Ao valor que um e milhão e meio de pessoas a consumir traz (os tais 350 milhões de euros), temos o valor publicitário de albergar um evento transmitido para todo o mundo: estamos a falar de um “mercado” de mil e trezentos milhões de pessoas, espalhados pelos quatro cantos da terra. Imaginemos qual não é o valor publicitário para Lisboa. Mas é só Lisboa, dirão. É sempre Lisboa, dirão. Aí têm alguma razão.

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(*) António Costa Guimarães, foi Capelão Militar, é Jornalista, foi Director do jornal Correio do Minho, trabalhou na empresa Antena Minho - A Rádio de Braga, é Public Relations, Communications and Marketing Manager na empresa EPATV - Escola Profissional Amar Terra Verde.

Maria Luísa Moreira

PEREGRINAR NO SONHO

Biografia

Maria Luísa Galiano Tavares Moreira (Portalegre, 1960) é autora de duas novelas Nu Feminino (2000) e Por Coisa Nenhuma (2002), e de um livro de crónicas, Prateleiras de Insignificâncias  (Filigrana Editora, 2018). Publica na Imprensa Regional desde 1990. É professora de literatura no ensino secundário (Escola Secundária de S. Lourenço em Portalegre) e adjunta no Centro de Formação de Professores (CEFOPNA). Passará a colaborar com a Revista Lusitano de Zurique, mas as suas crónicas podem não ser todos os meses, pois a Formação de Professores e as suas atividades profissionais como professora de várias turmas, deixam-lhe pouco tempo livre.

Define-se como Mulher. Mãe. Avó. Professora. Lagóia. Marcada pela Serra de S. Mamede, pela imensidão do Alentejo, pela essência da terra que pisa. Viajada por amor. Filhos e netos são emigrantes em pontos diferentes da Europa.

Esta revista dá as boas vindas a Maria Luísa Moreira.

Separou a roupa, a interior, as camisolas de lã, o mais urgente, o indispensável, o dispensável também. Procurava ser meticulosa, na roupa como não era na vida, segura da necessidade de procurar uma lógica, uma ordem talvez, no caos do quotidiano. Todos somos viajantes, pensava. Peregrinos dentro e fora de nós. Caminhantes num espaço, num tempo, onde a peça insignificante que somos tem de encaixar. Com ela sempre fora assim. Ora ficava larga, ora não cabia no lugar necessário. Calcou as camisolas grossas. Haveriam de a aquecer, lá longe, no país onde vivia e, apesar de tudo, era feliz.

O velho hábito de roer as unhas voltou, e irritou-se ao ver a nica acabada de fazer no verniz vermelho. Gelinho, o vício do diminutivo do seu Portugal, o que transformava um prato de feijão com couve numa sopinha, uma garrafa de tinto num vinhozinho de qualidade. Lá, no seu novo país (deítico talvez abusivo, sem dúvida real) não havia esta ternurenta pequenez. Olhou a mala. Há quantos anos fazia e desfazia malas?

Deixou entrar a memória, sentiu a proximidade do seu poeta de eleição, e lembrou as primeiras malas. Fora a mãe quem comprara a primeira Samsonite, jovem, vermelha brilhante a gritar juventude. Perdera-a uma vez, no aeroporto de Roma, vivera dois

dias com as mesmas cuecas, sem trocar de soutien, mas com a enorme aflição de poder não recuperar a sua Samsonite. Felizmente aparecera. O que é vivo sempre aparece, e nem sabia já onde, ou quando, deixara de a usar. Depois vieram outras, com rodas, moles, duras, brilhantes, opacas, grandes, pequenas, lugares onde cabia o pouco que não carregava na alma. Sim, sem dúvida era na alma, sem marca, que levava o maior carrego. De início a curiosidade, o sonho, a vontade de olhar para além do seu espaço, de ser mais do que a sua própria paisagem, sendo sempre essa mesma paisagem. Depois, o desejo de regressar a um espaço que fizera seu.

Não pertencemos ao lugar onde nascemos, mas sim ao espaço onde nos encontramos, dizia muitas vezes. Ao lugar onde amamos. Ao lugar onde, pensava, nos encontramos na peregrinação interior. E era verdade.

O seu espaço eram as montanhas, os dias escuros, o frio intenso, o gorro, as luvas e a t-shirt em cada espaço interior. O seu espaço era o apartamento de vidro duplo sem cortinas, o sol tímido, o andar descalça em casa, a caneca de chá forte

sempre ao alcance da mão. Era o olhar sem limite, o horizonte sem linha na aprendizagem segura de que o mundo não tem cantos e todos os passos a levavam a ela mesma. E a mala esperando.

Se dobrasse os sonhos, se os fizesse estreitinhos, não caberiam no espaço maior, mas recusava fazê-lo. Utopia era o seu guia. A certeza de que sonhar é querer fazer e, por isso, só fazendo o sonho acontece.

Fechou a mala maior. Olhou a cama e sorriu. Ainda faltava muita coisa! As fotografias das férias, as lembranças, a roupa que não coubera na mala maior. Meteu mãos à obra, cumpriu o obrigatório, alinhou tudo junto à porta e pensou, com segura certeza, que era bom voltar a casa. À sua casa.

Ao seu eu construído lá longe, num chão não herdado, com memórias singulares. Exclusivas. Voltou a olhar as mãos, ah a mania de roer as unhas! Estivesse onde estivesse, era sempre ela e as suas pequenas manias.

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MARIA LUÍSA MOREIRA
CRÓNICA Literatura autor escreveve segundo o acordo ortográfico
MARIA LUISA MOREI

O Chorão chorão

UM DESAFIO DESAFIANTE

Uma motivadora história para miúdos e graúdos, em defesa das florestas, que nos encoraja a deixar de fazer parte do problema para passar a formar parte da solução: "Vamos plantar mais árvores e renovar a vida, para que no planeta Terra seja possível a existência de todos os seres que o habitam".

(Pela venda de cada exemplar será plantada uma árvore pela Associação "Plantar uma Árvore")

O Chorão chorão já está disponível na nossa livraria virtual: https:// www.filigrana-editora.pt/livraria/

Ou faz a tua encomenda diretamente à autora em: aidajangitaorelhas765@gmail.com

Aida J. Orelhas

Breve biografia:

Chamo-me Aida J. Orelhas e nasci a 14 de Julho de 1979. Sou uma amante dos livros e da Natureza.

Quando era criança, aprender a escrever era o que mais desejava. Adorava ver as letras e descobrir como juntas se transformavam em palavras, as palavras em frases e as frases em histórias… Sempre quis escrever histórias!

Cresci e no decorrer da minha vida académica segui Humanidades e, daí, Jornalismo. Nesse tempo, escrevia e contava histórias…

A vida levou-me por outros caminhos, os anos passaram e a escrita ficou de fora, mas nunca esquecida.

Um dos meus maiores sonhos foi sempre publicar um

livro. Depois de muito tempo, decidi desenferrujar a caneta, tirar da gaveta o papel e puxar pela criatividade.

Sempre senti empatia pelas causas ambientalistas, mas não as praticava ativamente. Quando fui mãe, tomei uma nova consciência do mundo e do estado em que este se encontra. Não queria que os meus filhos, nem nenhuma outra criança do mundo, tivessem que crescer num planeta com um futuro tão incerto como catastrófico.

Por isso, passei à ação com este “Desafio desafiante!” que é “O Chorão chorão!”

Agora que concretizei o sonho de escrever um livro, tenho ainda outro maior para cumprir: Salvar as árvores!

Ajudas-me a fazê-lo realidade?

Lusitano de Zurique - FEVEREIRO 2023 www.cldz.eu 26 Literatura

(Continuação da Revista de Janeiro)

QUANDO O ZÉ MARIA PENSAVA SER ALÉRGICO AO LEITE

Conheciam-se há vários anos, dos seus tempos de Espanha, foi ainda seu aluno de português e deu-lhe a residência dos pais, na Rua do Pirão, para ter número de contribuinte e residência portuguesa.

- Diz ao teu amigo médico que recolha o correio, estou cheio de revistas e publicidade de medicamentos...

- Para a semana vamos aí paizinho.

O António era um aluno aplicado, nunca faltou a qualquer aula do Zé Maria, e olhem que eram dadas à noite, na sua casa, já com um dia de trabalho sobre os ombros.

Vencido o idioma, veio para Portugal. A medicina não necessitava de tanto obstáculo, tanta Ordem dos Médicos...

O pior é que como espanhol, António tinha o sotaque “Extremenho” e continuava a dizer “coraçao”. Professor um dia, professor sempre.

- António, em vez de “çao” experimenta a dizer “çaum”.

Gostou e resultou, coraçaum, camiaum, cançaum...

- Estás a ver pá que é mais fácil?

Com aquele feitiozinho apenas respondeu:

POR A GONEZ MARQUES

- Logo já me não lembro de nada, além disso os meus doentes percebem tudo o que digo.

O seu sotaque lá ia melhorando, mas deixava sempre um resíduo como as garrafas de Vinho do Porto, mesmo que fossem mais velhas e, quanto mais velhas, mais resíduos.

- Qual sotaque e resíduos? “Assento”. Tenho “assento de Castela e já está!”

Zé Maria não contestou, conhecia-o bem, e não queria que se levantasse, aquela bata branca e comprida que a ele lhe ficaria como um pijama de hospital e não lhe era simpática. O homem era mesmo grande e ainda por cima, fazia ginástica, corria nas maratonas.

- Deixa-te estar sentado que assim temos o mesmo

tamanho.

Quando o Zé Maria veio morar com a família para a Vila e sabendo que o médico do Centro de Saúde era o Dr. António, atrelou-lhe os parentes, mulher, filhas... pelo que ficou com toda a família excluído dos doentes, muitos, com este direito mas que não passam do papel. Assumiu esse trabalho com profissionalismo e mesmo quando andou por Timor esteve sempre descansado. Em termos de saúde, a família estava a salvo.

Foi a mulher do Zé Maria, que conhecedora daquele narizinho empinado, felizmente para o lado do “coraçaum”, percebeu que gostava pouco de doentes sem marcação:

- Se não têm consulta marcada que faz aqui este par de jarras?

O Zé Maria respondeu e sentiu uma pisadela da mulher:

- Não sou médico, não faço ideia do que são urgências ou não, mas isso não me impede de ter uma conversinha sobre o que não sei, com o meu médico, que por acaso és tu.

Salvou-o a Amelia, contando tudo o que se tinha passado nessa manhã.

- Vamos lá, conta. Que se passou?

Com olhos de inquisidor, daqueles que estão sempre tentando descobrir a ligação entre o que ele manda e a fogueira pronta a ser acesa, o António fazia correr o computador, como se não estivesse escutando nada. Foi então que se levantou, grande, intimidatório, o dedo apontado para mim. Eureka, descobri!

-A cura?

-Qual cura? Que não fazes o que te mando, é isso. Não te mandei há mais de um ano fazer uma colonoscopia? Onde estão os resultados?

-Ó António, meter um tubo pelo rabo acima?

- Não fizeste? Vais fazer!

Agora sim, veio sobre mim:

- Conheces o meu pai, cego, que criou a família a vender lotarias da ONZE.

Aproximou-se mais, nunca esteve tão irado e próximo. Via-lhe a saliva no canto da boca.

- Nunca vi o meu pai queixar-se e lá está sem um lamento, com uma coragem inabalável. Acalmou um pouco e sentou-se. Não ter feito a colonoscopia, era um falhanço do Zé Maria e já ele se não lembrava disso.

- Tens aqui uma carta urgente. Vou telefonar para o Hospital de Elvas. Com sorte tens lá uma colega do IPO que te pode orientar.

- Vens comigo?- perguntou Zé Luís à mulher. Meteu-se o Dr. António.

- Deixa a mulher em paz, não sabes ir sozinho?

_ Tá bem! Vou sozinho. – e para dentro- Chato do Caraças.

Lusitano de Zurique - FEVEREIRO 2023 | www.cldz.eu 29
3. O Dr. António
CRÓnica
A GONEZ MARQUES
V ARAGONEZ MARQUES

Já cá fora a Amelia disse-me logo:

- Está tranquilo que eu vou contigo.

O médico ignorou e disse-lhe:

- Nada de águas nem de comidas. Levas este medicamento e tomas para limpar os intestinos. Vais levar estes dias bastante diarreia para fazer – e riu-se, como se me estivesse a castigar.

Lá agarrei nos líquidos polidores de intestinos. Que fome de leão nessa sexta-feira. Até o periquito comia se me deixassem e isto por estar borrado, mas desta vez de medo. Meti-me no carro com a Amelia e fomos a Elvas.

- Achas, que um cafezinho fazia mal?

-Deixa-te de ideias é em jejum! Pronto. Não esperaram muito. Uma senhora apareceu e chamou o seu nome – Zé Maria- ele cá vai- e foi atrás dela. A mulher daí já não pôde passar e nova aventura iria começar.

Era um quarto com quatro camas e duas cortinas a fingirem biombos e foi-me dito:

-Esta é a sua cama. Aqui está o camisolão com a abertura para trás. Aqui uma casa de banho para meter a sua roupa.

- Dispa-se todo, cuecas, meias, tudo, e vista a camisola, abertura para trás que da parte da frente não lhe queremos ver nada.

- Senhora Enfermeira, os chinelos cabem-me na unha do pé. É um S. não tem um XL?

- Aqui são todos iguais., vá, agora a meter-se na caminha. Já o vimos buscar.

-Vou de cadeira de rodas?

- Não, vai deitadinho na cama.

- Quando acordar já aqui está, depois é vestir-se e ir para casa.

O silêncio de quem ocupava as outras camas esperando a sua vez, ouviam tudo o que lhes interessava, mas nem abriam o bico, não fosse o diabo tecê-las.

4. A Colonoscopia

Bateram à porta da casa de banho.

- Já está?

- Quase – respondeu Zé Maria.

A enfermeira informou:

- Alianças, pulseiras, fios e próteses, guardem num dos vossos bolsos.

Zé Maria pensou:

- A das próteses, deve ser para o velhote que tem um pé preso à perna, que se vê que é postiço, mas como metia o pé no bolso? Bem, se calhar mais um avanço da medicina e acaba por ser insuflável...

Com tudo pronto, Zé Maria abriu a porta devagarinho.

A enfermeira organizou:

- Pode deitar-se, descansar um pouco, dentro de muito pouco tempo já acabou. Agora com a anestesia geral, isto são favas contadas.

Notou que a enfermeira olhava para ele:

- Falta-lhe um dente?

- Tatuagens de Timor-Leste faltam-me mais, uso dentadura.

- Não lhe mandei guardar as próteses num bolso?

- Desculpe, pensava que eram próteses maiores, isto são os meus dentes postiços.

- Vá, tome, uma caixinha. Guarde-os aí dentro e tente descansar.

Passou o tempo.

O meu vizinho da cama do lado, foi transportado por dois matulões que transformaram a cama num patim gigante.

- Boa sorte – disse-lhe eu.

Não me respondeu, afinal ia dar um passeio de cama sem ser ele a conduzir.

Admirado ficou Zé Maria com a rapidez. Viu-o ir e passado muito pouco tempo viu-o chegar, já estava despachado do exame, mas dormindo como um anjinho.

Acordou.

Falava pelos cotovelos, talvez por ter concluído o momento que tanto temia.

- Não dei por nada.

Chegou uma enfermeira que lhe disse:

- Sr. Francisco, já está despachado. Custou muito?

- Nada. Uma boa sesta.

- Eu não lhe tinha dito? Pronto, agora ficará deitado entre vinte a trinta minutos. Depois, vestir e casa!

Zé Maria não viu nada que lhe tivesse metido medo. Rápido. Não deu por nada e já estava a vestir-se na casa de banho. Com ele, também seria assim. Estava muito mais tranquilo.

O Sr. Francisco apareceu vestido, penteado, vertical e feliz.

- Posso ir-me embora Srª Enfermeira? Posso já sacudir-me?

Este “Sacudir” revelava que o Sr. Francisco era de Campo Maior.

- Está despachado. Desejo-lhe um bom almoço. Depois receberá uma carta em casa com o resultado, mas tranquilo, está tudo bem.

A enfermeira deixou-o tão calmo, tão satisfeito, que o primeiro sítio onde parou foi na Taberna do Facha, onde bebeu devagar uma cerveja tão fresca que acabou por limpar a ansiedade de uma semana, que tinha chegado ao fim.

Zé Maria começou por olhar o teto e pensou, ele que há tanto tempo não rezava – Será que ainda sei rezar o terço?- tentou, mas se não fosse a correr perdia-se tanto no Pai Nosso como nas Avé-Marias. Aquilo tinha que ser estilo maratona, estilo papagaio, bastava uma pequena paragem, um pensamento atravessado e estava uma comedela de palavras que a oração ficava partida em fragmentos. A Salve Rainha, essa foi uma vergonha, as Glórias, escaparam. O Terço inteiro, numa escala de 1 a 20 tinha sido mais de 10. Não estava mal. Depois, e segundo o padre Heitor que se esforçou para eu aprender latim, era ele o professor da disciplina, dizia muita vez:

- Não se importem de se perderem no meio do terço. Pensem que estão a dar um ramo de rosas à Virgem e que ela não se importa se algumas rosas estão meio desfolhadas, rezem, rezem sempre.

Para o que havia de dar a Zé Maria, ele que se não lembra de entrar numa igreja embora tenha sido escuteiro e sacristão, ele que passou a ser um duvidoso e a concordar com a avó, que toda a gente ia para o céu, pois no último minuto não há ninguém que se não arrependa dos seus erros, ele cada vez mais afastado da fé, agora com a miúfa da sala de operações, até rezou e teve positiva na oração. Mais de 10 é obra. Depois do terço, pensou dormitar, tinha sido um bom esforço, mas pensando bem, se se deixava dormir e depois não lhe davam a anestesia suficiente?

Tivesse ele uns fósforos espanhóis de cera e já tinha metido um em cada pálpebra para que o vissem bem acordado e que um tubo de ferro no rabo, não era brincadeira nenhuma, para ser feito a frio como antigamente (meia dúzia de anos) que o mundo tem andado a uma velocidade louca, para o bem e para o mal.

Não esperou muito tempo. Apareceram dois maqueiros que disseram o seu nome em voz alta: Sr. José Luís!

- Sou eu.

- Pois está na hora do passeio.

Levaram-lhe a cama e gostou da experiência. Aquela correria pelos corredores, vendo a mudança das texturas e cores do teto era mais uma aprendizagem agradável.

Lembra-se de ter entrado num elevador, julga ele, de onde antes de lhe entrarem a cama, fizeram sair uma série de sacos pretos, transportados por umas moçoilas com a palavra “Limpeza” serigrafada nas costas. Quando o elevador parou, continuou o passeio. Mete-

ram-lhe a cama junta de outra de metal. Rodaram-no e passaram-no para a de estrutura metálica. Sentiu frio. Não só o metal mas mesmo a temperatura da séptica sala de operações. Com o quentinho da sua cama e agora aquela, que parecia tirada do congelador da cozinha da sua sogra.

Ainda se lembra de ver uma argola grande, cheia de luzinhas fortes a apontarem para o local em que estava deitado. Depois, não se lembra de mais nada até estar novamente no seu quarto, desperto e com um alívio e sensação do fim das chatices todas, ficou à espera de que a enfermeira o mandasse vestir.

Raro.

Outras camas chegavam, esperavam, vestiam-se e despediam-se: -Boas Melhoras – e ele? Onde estava o raio da enfermeira? Era o único ainda ali deitado. Se calhar foi almoçar, que chatice e a Amelia esperando lá fora, sem saber de nada.

Ó finalmente, Virgem Santíssima, graças a Deus. Já estava a perder a cabeça.

-Tudo bem?

- Tudo, posso já vestir-me?

- Pode e deve, mas não vá para fora do hospital. Há uma sala à direita, com cadeiras confortáveis e azuis. Espere aí que a médica já vem falar consigo.

- E a minha mulher? Que está lá fora?

- Isto vai demorar muito pouco. Se quiser posso ir à sala de espera avisá-la de que o exame está feito e que apenas espera a médica.

- Agradeço Senhora Enfermeira, assim fica descansada.

A enfermeira saiu e Zé Maria começou por apalpar as cadeiras – são boas – pensou – esta na minha sala frente à lareira dava-me um jeitão.

Chegou a médica, nova, bonita. De olhos fechados na operação não vemos nada, deveria ainda ser o efeito da anestesia. Sentou-se ao meu lado e, ó diabo, colocou a mão sobre a minha. Já me tinham dito que mesmo com os meus 65 anos continuava a ser um homem com charme e aquela situação levou-me ainda a acreditar nisso. Depois, começou a fazer-me umas festinhas no braço. Mas afinal, que me queria aquela mulher?

Ela respirou fundo e começou:

- Já sei que é uma pessoa com boa disposição e com formação suficiente para o não estar a enganar. Você tem um cancro no intestino. Eu trabalho também no IPO e segunda-feira, telefono-lhe.

Lusitano de Zurique - FEVEREIRO 2023 www.cldz.eu Lusitano de Zurique - FEVEREIRO 2023 | www.cldz.eu 30 31 (c ontinua na prÓxima r evista)
A GONEZ MARQUES CRÓnica

A UTOPIA É UM DESAFIO

As trapalhadas continuam em Portugal, casos e mais casos, corrupção e negociatas, regalias chorudas e prémios robustos para administradores de empresas falidas. Assim vai o nosso país, vítima da falta de mentalidade e da soberba de uns quantos que mais pensam no seu umbigo que no compromisso social exigido pelas próprias funções. A questão do carisma, da ética, da moralidade, prende-se com o exercício simples da racionalidade, uma pessoa cumpridora vive para colaborar com os outros e não se situa dentro do mal para prejudicar os fragilizados e os que mais necessitam. O egoísmo não se coaduna com o sentido de estado, é preciso saber abdicar e conceder, porque as funções públicas de orientação e liderança devem ser mantidas sob vigilância e transparência. Também não deveria existir a premissa de filtragem dos que resistem ou não às tentações da corrupção e afins, mas parece ser evidente que as pessoas honestas são trituradas no seu percurso pelos interesseiros e gananciosos. Há muito para mudar em Portugal. E tudo tem início precisamente na formação das crianças e dos jovens, da educação no

seu contexto de desenvolvimento de capacidades e de personalidades. Dar o exemplo. É esta frase que deve dar o mote para a construção de uma sociedade justa e equilibrada.

Os portugueses estão cansados e descrentes, sem que sintam alterações para melhor, quando as polémicas se sucedem a um ritmo avassalador. Não consigo explicar, por exemplo, porque é que a descrença se desvia para o apoio à extrema-direita, talvez porque o discurso daquela é veemente e tende a acenar com a justiça e com o final deste regabofe. As pessoas como querem muito acreditar na mudança acabam por sucumbir a esta retórica. Mas esperemos que 2023 nos traga energias redobradas para enfrentar os desânimos. Precisamos todos de alinhar nos procedimentos, o bem de todos é o bem de cada um. Os portugueses têm de saber alinhar-se num denominador comum, contribuir para distribuir em conformidade, de forma motivadora. É fundamental investir na educação e na saúde. É fundamental apostar na equidade social, na inclusão e na flexibilidade laboral, concedendo salários consistentes e oportunidades de emprego que possibilitem o cresci-

mento económico e, por inerência, o crescimento do país, em nome de toda a população e não apenas para salvaguarda de uns poucos que querem subir a pulso na vida. Provavelmente, serão necessárias várias gerações para atingirmos altos padrões de ética e transparência. Contudo, se é para começar, tem de ser agora, erradicando a espiral de favores e premiações sem sentido, em cunhas e compadrios de todas as espécies.

Estes comportamentos sociais também retiram equilíbrio no que diz respeito às oportunidades de emprego, ao reforço da igualdade no acesso à habitação e bens de consumo, de lazer, culturais e artísticos. No fundo, ter uma sociedade mais enquadrada e menos hierarquizada. Este cenário não é utópico, até porque há países da dimensão geográfica e demográfica de Portugal que o conseguiram estabelecer, com frutíferos resultados na regulação democrática e de participação cívica, que não se fica apenas pelas eleições e pela entrega representativa das decisões como se uma folha em branco se tratasse. Segundo a mentalidade portuguesa, por exemplo, aceita-se a norma da disciplina de voto para proteger medidas economicistas em detrimento dos interesses da população. Portanto,

é vulgar observar-se no parlamento a reprovação de propostas justas e cuja aprovação seria essencial para promover positivamente a vida das pessoas nas suas rotinas diárias.

O potencial que o país apresenta tem de ser acompanhado por posturas credíveis nas lideranças, políticas, associativas, empresariais ou académicas, todas com sentido exemplar nos procedimentos, reveladoras de níveis consistentes de compromisso, de missão, de defesa das causas públicas. Assim seja o caminho a percorrer nos próximos tempos, para que possa Portugal alinhar na vanguarda europeia, saindo do fundo das estatísticas para abraçar a essência de um país moderno, inclusivo, equilibrado, que se bate pelas questões sociais, culturais, identitárias e ambientais, um país na linha da frente das oportunidades, do progresso, das gerações que promovem a cidadania e os conceitos de partilha e solidariedade. Um país virado para o futuro, com tradição, mas centrado nas suas capacidades e nas competências dos seus cidadãos. Acreditar não custa, a utopia é um desafio.

V CARLOS NUNO GRANJA
CRÓnica

O PORTUGUÊS E O ESPANHOL: FALSOS AMIGOS

Não, não se assuste. Não vou falar aqui dos bem sabidos desencontros históricos entre Portugal e Espanha, nem de maus ventos e piores casamentos. Não se trata aqui de falar dos amigos de Peniche nem dos amigos de onça, dos que ninguém, infelizmente, está livre em nenhum lugar do mundo.

Já passaram os tempos das desconfianças entre os dois povos e são muitos os bons casamentos luso-espanhóis, sobre tudo em zonas de fronteira.

Afinal não somos assim tão diferentes e é mais aquilo que temos em comum do que aquilo que nos diferencia. São precisamente algumas dessas semelhanças as que podem representar um verdadeiro problema de comunicação.

Pois é, os falsos amigos!

Um “falso amigo”, em relação à Linguística, é cada uma das palavras que, pertencendo a línguas diferentes, são muito parecidas na forma (ou até iguais), mas diferentes no significado.

Ora bem, se um espanhol de férias em Lisboa perguntasse por um “taller”, correria muito bem o risco de levar com uma faca, um garfo ou uma colher, quando em realidade estaria a precisar de uma oficina para levar o carro.

Já se um português dissesse a um espanhol que trabalha numa oficina, o espanhol entenderia que o português trabalha num escritório.

Presenciei há um par de anos, num restaurante ao pé da fronteira, uma cena do mais hilariante. Entraram uns espanhóis e ocuparam uma das mesas. Um deles disse para o grupo:

- Não se preocupem que eu falo, como sabem tenho uma grande “soltura”.

É claro que o empregado, que estava à espera para anotar os pratos escolhidos, indicou-lhe, com toda a amabilidade, onde se encontrava a casa de banho.

O significado da palavra “soltura” em espanhol é habilidade. Fica assim demonstrado que não por se tratar de línguas parecidas é assim tão fácil dominar outra língua ou ter a suficiente habilidade.

O mais baixinho pediu frango. Gostou do aspecto do prato na fotografia da ementa e apontou na imagem com o dedo para informar do pedido. O frango chegou à mesa. Passado um bocadinho, o comensal chamou o empregado:

- Poderia colocar no frango um pouco mais de “salsa”?

– Com certeza – respondeu o rapaz, enquanto levava o prato de volta para a cozinha.

O frango voltou à mesa com mais “salsa”, mas o espanhol não ficou muito satisfeito e insistiu:

- Desculpe, gosto mesmo muito de “salsa”. Deite mais, muita mais, por favor!

Depois de várias idas e vindas da mesa à cozinha e da cozinha à mesa, o frango mais parecia uma alface, tão verdinho como um campo de futebol da primeira liga.

O espanhol queria molho!!! Mas acabou por esgotar o “perejil”, ou seja, a “salsa” da cozinha…

Os “falsos amigos” podem, como vemos, criar grandes confusões.

Desta forma, um português deve evitar dizer a uma espanhola linda coisas como que ela é “espantosa”, especial-

mente num primeiro encontro. Isto se quer voltar a desfrutar da sua companhia. “Espantosa” só significa uma coisa em espanhol: “horrível, tão feia que mete medo!”

Já uma portuguesa deve evitar dizer a um espanhol bonito coisas como que ele é um “borracho”, sobre tudo num primeiro encontro. Isto também se quer voltar a desfrutar da sua companhia. “Borracho” só significa uma coisa em espanhol: “bêbado”.

Temos a família que nos toca em sorte, mas podemos escolher as amizades. Escolham-nas com sabedoria. Não há nada pior do que um falso amigo e há dezenas, centenas deles, dispostos a deixar-nos em dificuldades insuspeitadas.

As línguas têm estas coisas “esquisitas” e também “exquisitas”. Coisas estranhas, raras e extravagantes, no significado da palavra portuguesa. Coisas singulares, extraordinárias e primorosas, no significado da palavra espanhola. Desta vez, longe de criar confusão, estes falsos amigos enriquecem o contexto.

Mas cuidado, nem sempre é assim… Perguntem ao meu irmão como acabou uma das suas estadias no Porto, quando interrogado pela mãe do colega que o convidou, respondeu que o jantar estava “exquisito”. A cara da senhora ficou da cor do frango com salsa da outra história e o meu irmão, que se defendia do outro lado da fronteira com um sorridente bom dia e o socorrido muito obrigado, ficou tão “embaraçado” (atenção, um espanhol entenderia “grávido”) que só teve uma maneira de escapar à situação: perguntar pela casa de banho. Problemas com a “soltura”, certeza absoluta. A boa notícia é que o meu irmão, espanhol, e o seu colega, português, continuam a ser verdadeiros amigos. Qualquer dia aparece por estas bandas a jantar. Só espero que a minha cunhada não cozinhe “pulpo”, ou seja, “polvo”, palavra que em espanhol significa “pó”… Que confusão!

Lusitano de Zurique - FEVEREIRO 2023 | www.cldz.eu 35 Crónica
Crónica

ABRAÇO DE PALAVRAS

V GRAÇA FOLES AMIGUINHO O

Entrudo é uma palavra em desuso, nos tempos que correm. No entanto, talvez seja interessante sabermos um pouco mais sobre esta folia.

Na era pré-cristã já era um tempo de folguedos populares. A tradição manteve-se nos tempos Cristãos, então ligada à Quaresma, que põe fim aos dias carnavalescos!

Entrudo deriva da palavra latina “Introitus” que significa «Entrada, Acesso» na Quaresma que, como todos sabemos, se inicia no dia a seguir ao Entrudo, na quarta-feira de Cinzas.

Carnaval vem da expressão latina «carne vale» que significa “adeus carne”, anunciando a abstinência quaresmal! Este costume de brincar no período do Carnaval foi introduzido pelos portugueses no Brasil, no século XVI, com o nome de Entrudo!

Já na Idade Média se comemorava este período, com toda a espécie de brincadeiras que variavam de aldeia para aldeia! O Entrudo tomou novas formas de brincadeiras, a partir do século XVIII, no Rio de Janeiro.

Havia o Entrudo Familiar e o Entrudo Popular! No Entrudo Familiar as brincadeiras eram delicadas! Os jovens atiravam uns aos outros “limões de cheiro” para estabelecerem laços de amizade mais intensos entre as famílias e as brincadeiras eram em casa! O Entrudo Popular era mais violento e grosseiro e fazia-se nas ruas. As pessoas lançavam toda a espécie de líquidos mal-cheirosos e pós, umas às outras. Em 1830 tentaram acabar com esta tradição, mas sem sucesso. Apenas algumas brincadeiras

ENTRUDO

menos próprias foram substituídas por outras. O nome de Entrudo permaneceu, entre nós, até às primeiras décadas do século XX.

Hoje, somos nós que imitamos os carnavais brasileiros e todas as suas fantasias. Há, porém, algumas regiões de Portugal que mantêm as suas tradições e se tornam motivo de atração turística pela sua originalidade! Lembro-me de, na minha Aldeia, se cantar esta quadra, nos bailaricos de rua, no Entrudo:

-“Deitei um limão correndo, à tua porta parou. O maldito do limão parece que adivinhou”. Também se fazia a roda da cantarinha. Uma cantarinha de barro que ia passando de mão em mão, enquanto se entoavam quadras populares.

Era de realçar “o baile da pinha ou da pinhata”

No século passado, nas terras pequenas, sem grandes luxos, porque a maioria das pessoas eram pobres trabalhadores do campo, no centro do teto do salão, de baile, era pendurado um cesto de verga com “confétis” dentro e, às vezes, uma pombinha, com umas fitinhas coloridas, caídas, que os pares, ao dançar, tentavam puxar com uma pequena caninha, que tinham que comprar, para ajudarem nas despesas feitas no salão.

O par de dançarinos, que conseguisse abrir o cesto, era aclamado “o Rei e a Rainha” desse Carnaval, com direito a ficar sentado, no meio do salão, com uma pequena mesa posta, recheada de doces e vinho, que ia comendo e bebendo, enquanto os outros pares dançavam à sua volta. Tradições que o povo procura manter, no Alto Alentejo, Portugal.

Os carnavais ou entrudos, que vivi na minha Aldeia, eram festejos muito sim-

ples mas também muito divertidos. Os mais extrovertidos mascaravam-se com roupas que tinham à mão. Ninguém imaginaria comprar um traje para brincar ao Carnaval! Nem havia nada para comprar, pelo menos nos meios mais pequenos. Os homens gostavam de se mascarar de mulheres. As mulheres apareciam enfeitadas com belos xailes de merino, cordões de ouro ao pescoço, lindos brincos compridos, também de ouro. Os homens, mais atrevidos, sujavam as mãos com carvão ardido e, à traição, mascarravam as raparigas. Elas usavam a farinha para os enfarinharem e não faltavam os «confétis» sobre as cabeças de todos.

Mas a festa era muito mais do que estas brincadeiras. Faziam-se grandes bailaricos de roda nos largos da Aldeia a toque de harmónica, ou gaita-de-beiços. São recordações que guardo da minha meninice.

Lembro-me de ainda andar nessas brincadeiras no domingo Gordo e na Terça-feira Gorda. Associado aos festejos do Carnaval estavam os alimentos que toda a gente comia, quase como se fosse um ritual. As «sopas de bucho» não podiam faltar! Aproximava-se a Quaresma e era um sacrilégio comer carne, nesse período. Enfim, coisas que já lá vão e nunca mais serão iguais. Perdeu-se um pouco da simplicidade e pureza, mas ganharam-se outros costumes que são fruto da evolução e do conhecimento de outras gentes e outras culturas. Vamos assimilando e fazendo uma miscelânea, que agrada às novas gerações. Afinal, o que importa, é semear um pouco de luz e cor na vida de todos. Bom Carnaval!

Omeu mais profundo agradecimento.

O presente livro da Excelentíssima Senhora Graça Amiguinho transmite uma visão da guerra através de sentimentos, que a autora intitulou “LOVE IS IN THE WAR”.

O propósito desta obra é mostrar ao mundo a coragem e a capacidade de amar dos Ucranianos.

O livro é dedicado aos heróicos defensores ucranianos em Mariupol e Azovstal. O tema dos combatentes do regimento “Azov” é atualmente muito relevante, porque a máquina de propaganda do regime autoritário de Moscovo estava e está a tentar denegrir a imagem do exército ucraniano, em particular, dos militares do regimento “Azov” - que fazem parte da Guarda Nacional da Ucrânia. Com o objetivo de eliminar estes militares, o regime de Moscovo cometeu um crime hediondo, no dia 28 de julho de 2022 na prisão de Olenivka, uma aldeia localizada na parte da região de Donetsk, ocupada pelas tropas russas: executou, através de uma explosão, um grupo com mais de 50 prisioneiros do regimento “Azov”, que defenderam heroicamente Mariupol durante mais de 3 meses de invasão russa na Ucrânia.

O enredo deste livro decorre nas cidades onde os personagens se encontram:

Estou profundamente comovida com o enorme apoio da sociedade portuguesa às aspirações dos ucranianos de estarem juntos convosco na União Europeia. Espero que este apoio de Portugal à Ucrânia não só continue, mas também fortaleça ainda mais.

Esta é a única maneira de proteger os valores europeus que unem os nossos povos e de acabar para sempre com a tirania, violência e injustiça que o regime totalitário de Putin está a tentar impor ao mundo.

Gostaria de salientar que o povo ucraniano luta não apenas pelo seu futuro, mas também pelo futuro de toda a Europa. Juntando os nossos esforços, restauraremos a integridade territorial do Estado Ucraniano soberano, que certamente contribuirá para o fim da guerra e o restabelecimento da paz no continente europeu.

Este livro contribui para o fortalecimento da amizade entre os nossos povos, enchendo os corações dos Ucranianos e Portugueses, os povos fraternos, com amor e respeito mútuo.

Mariupol-Odesa-Lviv-Varsóvia-Porto-Vila Nova de Gaia, que na verdade, unem simbolicamente a Ucrânia com a Europa.

Um lugar de destaque no livro é dedicado às conversas entre os personagens, bem como aos discursos diários do Presidente da Ucrânia Volodymyr Zelensky, que se tornou um símbolo de coragem não apenas para a Ucrânia, mas para a Europa e o mundo inteiro.

Vemos linhas poéticas maravilhosas do livro sobre as lágrimas da mãe e sobre a Ucrânia, o que nos dá razão para considerar esta obra um romance.

Portanto, as linhas finais do poema sobre a Ucrânia devem ser repetidas:

Gritemos, não à guerra, Gritemos, não à dor!

Haja paz na Terra e reine o Amor!

Os ucranianos acreditam na sua vitória na guerra contra o regime desumano de Putin, e os últimos acontecimentos relacionados com a libertação dos territórios da Ucrânia ocupados pelas forças militares russas nas regiões de Kharkiv e Kherson são uma clara confirmação disso.

Expresso em nome da Ucrânia a profunda gratidão ao Governo de Portugal pela assistência humanitária, financeira e militar.

A Ucrânia e Portugal nunca estiveram tão próximos como agora.

Dra. Inna Ohnivets

Embaixadora da Ucrânia na República Portuguesa

*AMOR NA GUERRA*

A dor e a revolta instalaram-se em mim, quando, em 24 de fevereiro de 2022, as televisões começaram a mostrar o sofrimento do povo Ucraniano, sobressaltado por um invasor que lhes quer roubar o território que, por direito, lhes pertence. A destruição, a fuga, a coragem de tanta gente, motivou-me a começar a registar os factos históricos. Mas, no meu pensamento surgiam imagens de belos sentimentos, de abraços e beijos, que seriam fundamentais para que ninguém desanimasse e pudesse continuar a lutar.

Assim foram surgindo sete histórias de Amor, nas suas mais variadas formas, vividas por gentes de Mariupol.

Tornaram-se vivas, tomaram forma, e assim se foi construindo o meu primeiro romance, após 18 anos em que me dediquei à escrita de poesia e crónicas. Hoje, sinto coragem suficiente para falar de temas que, noutros tempos, talvez não abordasse com tanta profundidade. Desejo que o meu romance vos agrade.

Preço de vp: 20 euros, sem despesas de envio.

Pedidos por email: graca.amiguinho70@ gmail.com

Lusitano de Zurique - FEVEREIRO 2023 www.cldz.eu Lusitano de Zurique - FEVEREIRO 2023 | www.cldz.eu 36 37 Literatura
AMOR NA GUERRA - ROMANCE *LOVE IS IN THE WAR*
auror escreve segundo o ao 90
PREFÁCIO da Senhora EMBAIXADORA DA UCRÂNIA

Botas de Elástico

Querida avó, Vou aproveitar os saldos para comprar umas botas. Como este ano choveu mais do que tem chovido em invernos anteriores preciso renovar o stock.

Estou a ver umas (curtas com elásticos laterais dos canos que facilitam o calçar e descalçar) que me fazem lembrar as que usavam os meus avós.

Por falar nos meus avós (de sangue), que eram bastante dados ao progresso, recordo-me que usavam expressão “bota-de-elástico” sempre que se referiam a alguém conservador e resistente a mudanças.

Os mais novos devem usar algum estrangeirismo quando se referem a alguém desatualizado e ultrapassado.

Os meus avós diziam: “O Botas” sempre que se referiam ao Salazar, que usava, com frequência, este tipo de calçado e por isso ganhou esta alcunha.

Na minha adolescência havia outra bota muito famosa que te deves certamente recordar: A Bota Botilde. Quem não andou com a Bota Botilde no tornozelo? Dei tanto uso à minha que ficou toda gasta de rodopiar na calçada horas a fio. Também tive um porta-chaves com a bendita bota.

Era a mascote do concurso “Um, dois, Três” que deu na RTP há prati-

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Querido neto, Realmente … lembras-te de cada uma.

Efetivamente, já só os da tua (e da minha) idade é que se lembram da famosa ”Bota Botilde”.

Que saudades de programas como o “Um, Dois, Três”… se fechar os olhos ainda oiço o Carlos Cruz a dizer “Um, dois, Três … Diga lá oura vez”.

Os teus avós ensinaram-te muitas coisas! Mas, porventura, alguma vez te levaram ao Cabo da Roca?

Todos deviam ir. Dão-vos um diploma, a comprovar que estiveram no cabo mais ocidental da Europa, e tiram-vos uma fotografia onde isso está assinalado. Por acaso ainda lá não levei os meus netos, mas tenho de os levar. Uma coisa de que nenhum país onde eles estudam se pode gabar...

Sei que foste, recentemente, visitar o Palácio da Cidadela de Cascais e que gostaste muito.

Pena não teres encontrado por lá o Presidente Marcelo.

Certamente que na visita guiada que fizeste ao Palácio ficaste a saber que quem o mandou construir, para ser uma casa de férias, em Cascais, foi o rei D. Luís. Tinha o Cabo da Roca mesmo em frente.

D. Luís era um rei muito culto, falava várias línguas, traduziu Shakespeare, adorava pintura.

Mas não se pode saber tudo, não é? O Rei D. Luís — o “Sr Tavares,” quando ia às meninas… -- tinha a mania que tocava muito bem violino — mas era uma desgraça completa.

E todas as semanas organizava um quarteto, com alguns dos seus ministros, que tocavam tão bem como ele. Uma alegria.

Uma tarde, já tinha acabado o concerto, lembrou-se de perguntar ao seu Primeiro-ministro:

-- Que acha deste quarteto? O Primeiro-ministro meteu os pés pelas mãos, gaguejou, mas de repente, teve uma ideia de génio:

-- Majestade, este é o quarteto mais ocidental da Europa!

Agora calça as botas que compraste e vai visitar o Cabo da Roca.

Este mês celebra-se o Dia dos Namorados, a 14, e o Carnaval a 21. Datas que, quem nos conhece sabe que, não celebramos.

No entanto, desejamos que todos festejam muito e se divirtam.

Fica bem

Bjs

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(*)
Cultura autores escrevem segundo o acordo ortográfico (*) Jornalista - (**) Jornalista e Escritora
Retratos contados...
V ALICE VIEIRA (**)

AVJOAQUIM GALANTE (*)

UHF e TAXI O revivalismo musical do rock nacional

Os UHF terminaram, no dia 30.12, na Casa da Música, no Porto, o ciclo musical iniciado em Dezembro, que atravessou o país de lés-a-lés, com o título ‘Podia ser Natal’.

Na emblemática casa de espectáculos do Porto, na sala Stuggia, completamente cheia, os UHF deram um concerto para recordar, onde contaram ainda, com um coro juvenil, a 109 vozes, que os acompanharam em algumas canções.

Durante duas horas, num concerto intimista, mesclado com vários ritmos, onde o acústico foi dominante, e onde não faltaram os grandes hits da banda, os UHF encheram a sala de um perfume musical com odor revivalista.

Quando se pensava que o concerto ia terminar, fomos surpreendidos com um regresso ao palco, munidos de guitarras eléctricas, em grande ritmo, para podermos sentir aquela magia do rock que ajudou a renovar menta-

lidades e a abrir novos horizontes aos jovens, nos idos anos 80.

Os UHF atravessam gerações, e pode-se constatar isso no público que acorreu à Casa da Música, da TV a P/B, até às cores pixelizadas, Antonio Manuel Ribeiro continua fiel à sua identidade, ao seu percurso musical, de mais de 4 décadas, não deixando, no entanto, de inovar e surpreender.

E foi disso que se tratou, de uma enorme e agradável surpresa, um show com uma qualidade ímpar, num alinhamento de duas horas de música. O ‘Podia Ser Natal’, mostrou que mais natais como este são de esperar durante o ano de 2023, os fãs não arredaram pé, aplaudindo, cantando, abrilhantando a festa com efeitos de luzes com os seus telemóveis, um concerto que com certeza irão recordar.

‘Os Putos Vieram Divertir-se’, fechou o concerto e nós fomos e divertimo-nos.

Alinhamento (a negrito as músicas com

o coro juvenil, em  Itálico as músicas com guitarras eléctricas, em arial músicas em acústico): Quando – O Vento Mudou – Sinais – Matas-me Com o Teu Olhar – Cavalos de Corrida – Foge Comigo, Maria – Um MMS Teu – ‘Bora Lá’ – Na Tua Cama – A Primeira Noite Sem Ti –  Silent Night –  Vejam Bem – Podia Ser Natal – A Lágrima Caiu – Rua do Carmo – Ucrânia Livre – A Noite Inteira – Hallelujah – Portugal Somos Nós – Cromados & Limalha (solo) – RapazCaleidoscópio–FoinoPorto–CavalosdeCorrida–Menina–QueroEntraremTuaCasa–OsPutos VieramDivertir-se

Sem o mesmo glamour do concerto dos UHF, os TAXI iniciaram, no dia 07.01, o novo ano musical com um concerto em Aveiro, integrado nas festas em honra de São Gonçalinho.

Num alinhamento em que cantaram inúmeros êxitos que consagraram a banda, os

TAXI estrearam uma canção dedicada ao povo ucraniano, cantada em inglês, ‘Glory To Ukraine’.

O tempo chuvoso que se fez sentir não ajudou, mas ainda assim o espaço coberto encheu-se de público e de fãs que quiseram marcar presença para reviver grandes momentos com esta mítica banda.

Sempre hiperactivo em palco e interactivo com o público, João Grande deu voz, côr e alegria, a uma noite, que lá fora, era fria e triste. Temas como Chiclete, Cairo, Queda dos Anjos ou TAXI, transportaram-nos a outros tempos, tempos de uma juventude irrequieta que, na época, se reviu musicalmente na banda.

Os TAXI deixaram marca indelével no panorama musical português e desde o seu regresso que progressivamente estão a ocupar o espaço que foi, e é deles, com naturalidade e com popularidade. Os fãs menos jovens abraçaram-nos e os mais jovens can-

tam as letras das músicas como se fizessem parte do deu seu dia-a-dia musical. Não há dúvida, os TAXI continuam com a mística musical que os consagraram.

O público, sempre participativo, fez coro com o vocalista em todos os temas, o que ‘obrigou’ o cantor, desta vez com acesso facilitado, descesse do palco à plateia para momentos vocais mais intimistas com a participação de alguns fãs.

Um concerto bastante animado, com excelentes interpretações de João Grande, líder e fundador da banda, por quem os anos não passam, em mais um concerto para ficar na nossa memória.

No alinhamento: Cairo – TVWC – Queda dos Anjos (Rosete) – É-me Igual – Não Sei Se Sei – Glory To Ukraine – 1, 2, Esq, Dto – Sozinho – Fio da Navalha – Sing Sing Club – Meu Manequim – Ás dos Flippers –TAXI – Vida de Cão – Chiclete

(*) Jornalista Lusitano de Zurique - FEVEREIRO 2023 www.cldz.eu Lusitano de Zurique - FEVEREIRO 2023 | www.cldz.eu 40 41 Desporto Espectáculo

Eros Ramazzotti Um romântico que encheu o Altice Arena

Aliás, o último concerto a que assisti ao vivo, estando do lado do público, não como jornalista, foi exactamente o show do Eros Ramazzotti, em 1994, no estádio do Restelo, que trazia com ele na primeira parte o rapper italiano Lorenzo Jovanotti, este, até então, um músico desconhecido para os portugueses, já se passaram 29 anos.

Eros Ramazzotti iniciou em Lisboa, no dia 3 de Fevereiro, repetiu a dose do dia 4, o tour europeu integrado na tournée mundial ‘Battito Infinito’ com duas datas que esgotaram o Altice Arena.

Confesso que ía com poucas expectativas em relação à qualidade musical e sonora do concerto, o saudosismo era o que me movia, as lembranças e recordações de um jovem e promissor cantor italiano circulavam na minha cabeça.

Por isso, como disse acima, movia-me mais o saudosismo do que propriamente ir assistir a uma grande performance, felizmente estava redondamente enganado, foi sublime, fiquei até ao fim.

Todo o cenário que foi montado, a sonoridade, o casamento perfeito entre os vários instrumentos, as imagens em videowall e, claro está, o mais importante, a voz de Eros Ramazzotti, um conjunto perfeito que encantou todos quantos se deslocaram aquele espaço musical.

Olhando para trás e comparando os concertos, 29 anos depois, posso afirmar com plena certeza que Ramazzotti

está mais jovem que nunca, a energia depositada em cada interpretação, a agilidade só ao alcance de um jovem, a forma como interagiu com o público, saltando do palco para tirar selfies com os fãs, enquanto actuava, mostraram que Eros é um cantor actual, intemporal, jovial e romântico.

Durante mais de duas horas, cantou novos temas mas também nos brindou com grandes clássicos que marcaram a sua ascensão no panorama musical internacional.

Alinhamento (a negrito as canções do novo álbum): Battito Infinito – Gli Ultimi Romantici – Sono – Dove Ce Musica – Quanto Amore Sei

– Un’ Emocione Per Sempre –Piu Che Puoi – Stella Gemella

– Se Bastasse – Ritornare A Ballare – Un Atimo Di Pace –Magia – I Belong To You – Solo

Con Te – L’Uragano Mery – Una Stória Importante – Adesso Tu

– Un’Altra Te – Terra Promessa

– Ti Dedico – Fuoco Nel Fuoco – Cose Della Vita – L’Ombra

Del Gigante – Favola – Musica

É – Piú Bella Cosa

AVJOAQUIM GALANTE (*) (*) Jornalista
Lusitano de Zurique - FEVEREIRO 2023 www.cldz.eu Lusitano de Zurique - FEVEREIRO 2023 | www.cldz.eu 44 45

CHECK UP MÉDICO

e, por isso, muitas vezes difícil de o controlar.

Mas vamos a algumas dicas, das melhores que pude recolher e que terei de dividir por vários "posts"

Nos tempos que correm não podemos, de todo, ficar doentes. Não é só a falta de médicos e do mau funcionamento dos serviços de saúde que nos deve preocupar. É que, na verdade, quem gosta de ficar doente? Um vulgar resfriado pode ser altamente incómodo.

Reconheço que é difícil evitar muitas doenças e que nem sempre conseguimos controlar já que muitas estão ocultas durante anos e um dia surpreendem-nos com os mais diferentes sintomas.

Mas há um número considerável de doenças que podem ser evitadas e tratadas desde que cuidemos, mais do que nunca, do equilíbrio do nosso organismo. Porque a saúde é isso mesmo: um estado de equilíbrio sujeito a perder-se facilmente.

Então, o que podemos fazer para reforçar as nossas defesas e assim protegermos, até certo ponto, a nossa saúde (física, mental e social)?

Sendo investigador, um dos meus trabalhos nos últimos 25 anos tem sido o de pesquisar muitas frentes de batalha em que o nosso corpo se vê, por vezes, envolvido. É uma actividade apaixonante e por isso estou associado a muitas organizações médicas de todo o mundo. O meu objectivo (e de meus colegas) é conhecer melhor o corpo - um sistema extremamente complexo -

RESPIRAÇÃO - sente que respira bem? Tosse? Se sim, com que frequência? Desde quando? E constipações? Tem-nas facilmente?

O corpo tem os seus mecanismos de defesa. É isso o que faz o sistema imunitário. Mas não só. Dele fazem parte diversos tipos de células que contra-atacam os "inimigos" que circulam no nosso sangue ou se alojam algures no organismo. Temos então de proteger e reforçar o sistema imunitário. São as nossas "forças armadas".

Sobre o sistema imunitário há muita coisa que as pessoas ignoram mas que deveriam saber para não andarem dependentes da sorte ou da excessiva confiança em "bons genes".

Muitas pessoas têm sistemas imunitários fragilizados por maus tratos, desde medicamentos contra certas doenças até comportamentos decorrentes de "estilos de vida" e sobretudo certos hábitos (como fumar, exagerar em álcool, permanecer em ambientes tóxicos, etc.).

Tal como na medicina comecemos por uma breve auto-avaliação do seu estado. Faça-a a si mesmo embora com algumas adaptações tendo em vista os objectivos deste artigo.

DISPOSIÇÃO GERAL - como se sente hoje? E no último mês? E nos últimos 6 meses? Descubra um padrão. Sofre de alguma doença crónica? Está em tratamento? Como está a evoluir?

NÍVEIS DE ENERGIA - tem alguma hora do dia em que se sinta com mais energia? E quando está mais em baixo? Conhece as razões? Há um padrão? Classifique de 1 (péssimo) a 10 (excelente). Ok. Eu estou no 9 (estes confinamentos torturam-me a alma!).

TOLERÂNCIA AOS EXERCÍCIOSpor exemplo, caminhar ou subir escadas, como se sente? Use a escala de 1 a 10 para classificar a sua capacidade.

PELE - tem notado algumas alterações? Pele seca? Zonas com fungos? E zonas ásperas? E "sinais"?

CABELO - verificou alguma alteração quanto a espessura, textura, crescimento, queda de cabelo nos últimos meses?

UNHAS - notou alguma diferença nos últimos 6 meses no seu aspecto? Anote as modificações.

Ok, já percebeu como é?

Então deixo-lhe estas áreas para avaliar de 1 a 10:

SEIOS / PESO / APETITE / DIGESTÃO / INTESTINOS/ DORES DE CABEÇA / ALERGIAS / SONO / DORES / HUMOR / STRESS / MEDICAMENTOS (o que toma, incluindo suplementos e vitaminas, como se tem sentido?) / ANÁLISES AO SANGUE (tem feito? como têm estado?) / NIVEL GERAL DE SATISFAÇÃO (tende para se manter como está? Acredita que poderá melhorar? E receios de que as coisas piorem? Qual o seu principal ponto fraco?)

Poderão comentar. Eu apresentarei os meus resultados. Para vos incentivar a fazer o mesmo.

Abraço!

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https://www.facebook.com/nelson.s.limaii Proíbe-se ficar doente. E aos seus. Saiba como. SAúde
V NELSON S. LIMA

Neste mês, há 17 anos

Aculinária é uma arte antiga e eterna que nunca sai de moda. As tendências e os gostos podem mudar, mas a arte de cozinhar e degustar é uma prática que faz parte da humanidade desde o início dos tempos.

Com essa perspectiva, decidimos relembrar algumas receitas e técnicas de mestres da culinária, tendo como ponto de partida o caldelense chefe António Silva.

A cada mês, pretendemos disponibilizar uma receita para que nossos leitores possam experimentar. Hoje o Hotel Eirado, local onde o Chefe Silva nasceu, disponibiliza uma receita de Papas de Sarrabulho.

Papas de Sarrabulho à moda do Eirado

O porco é, no Minho, considerado rei nas mais variadas festanças, onde se celebrizam as matanças, que reúnem familiares e ami- gos, sendo a sua carne considerada um ali- mento de carácter social.

A raça Bizarra, na sua variedade galega, de cor branca com manchas pretas ou azula- das, foi a mais vulgar nesta região. Hoje, o número de efectivos é reduzido, predomi- nando outras raças, entretanto importadas. A carne de porco consumia-se durante todo o ano. No período das matanças comia- -se carne fresca; fora desta época, comia-se curada, havia alguns pratos que apenas eram confeccionados com carne fresca, nomeadamente as papas de Sarrabulho, onde se utilizava para a confecção deste prato os ossos da suã, o sangue, entre outras partes de porco.

Este prato, bem típico do Alto Cavado, podia e pode comer-se só, como prato princi- pal, ou acompanhado de uma rojoada.

As papas de sarrabulho encontram-se, com relativa facilidade, nos restaurantes do Alto Cávado, onde está incluído o Município de Amares, devendo os apreciadores da boa gastronomia minhota percorrer a re- gião durante a época fria para saborearem a riqueza e variedade gastronómica, prove-

niente da carne de porco, desta região.

Receita

1. cozer carne de vaca, galinha velha, osso da sua e presunto e juntar 1 ou 2 cravinhos, uma cenoura pequena, ce- bola (pequena), louro, salsa e sal;

2. depois, retirar as carnes e desfiá-las;

3. logo que possa, coar o caldo e juntar pão de trigo cortado à mão, em peda- cinhos;

4. mexer bem até ficar com a consistência de sopa forte;

5. juntar sangue de porco cozido, esfarelado previamente num “passe-vite” e temperar com cominhos, sumo de li- mão e pimenta. As quantidades ficam ao critério de cada um, uma vez que nem todo o pão é igual. Deve ficar um caldo saboroso.

Hotel Eirado

https://tinyurl.com/eirado

Telefone: 253 361 236

Lusitano de Zurique - FEVEREIRO 2023 | www.cldz.eu 49 Culinária
V
Termas de Caldelas

Tratamentos naturais eficazes para doenças crónicas

V MANUEL ARAÚJO

Amedicina natural tem ganho cada vez mais popularidade entre aqueles que procuram tratamentos eficazes e naturais para doenças crónicas. O Dr. Jorge Fidalgo, médico naturopata e fitoterapeuta com clínica em Leiria1, tem obtido sucesso notável no tratamento de doenças como psoríase, dores ósseas, ciática e problemas hepáticos, usando plantas medicinais de todo o mundo.

Ele afirma ter tratado com êxito, centenas de pacientes pandémicos, com base em tratamentos naturais.

Alegadamente, os tratamentos propostos pelo Dr. Fidalgo são baseados em estudos científicos e visam melhorar a qualidade de vida dos pacientes. O Dr. Fidalgo segue uma abordagem individualizada para cada paciente, considerando a sua história médica, sintomas e estilo de vida de cada um, para elaborar um plano de tratamento personalizado. Ele afirma que, além de tratar a doença de forma eficaz, os tratamentos naturais também ajudam a aumentar a imunidade do paciente, ajudando-o a ficar menos susceptível a futuras infecções.

1 www.jorgefidalgo.com

Infelizmente, o Dr. Fidalgo tem enfrentado resistência da parte das entidades da saúde, que questionam a eficácia e segurança dos tratamentos propostos. No entanto, há relatos de pacientes de toda a Europa, que afirmam ter beneficiado desses tratamentos e melhoria, e sugerem que esses tratamentos merecem ser investigados mais a fundo e avaliados de forma justa e imparcial. É importante lembrar que cada paciente é único e pode responder de maneira diferente aos tratamentos. A medicina não precisa ser necessariamente uma escolha entre uma ou outra, mas sim uma combinação de diferentes abordagens e tratamentos que podem ser usados em conjunto para alcançar a melhor saúde possível.  A medicina natural pode ser eficaz em tratar doenças consideradas “sem cura”, como foi o caso do autor deste texto, curado de um Carcinoma Basocelular há cerca de 8 anos, num naturopata de Santo Tirso, através de extractos de ervas.  O Dr. Fidalgo acredita que esses tratamentos naturais podem ser uma opção valiosa e eficaz para os pacientes, especialmente para aqueles que não respondem bem a tratamentos convencionais, ou que dese-

jam evitar os efeitos colaterais dos medicamentos químicos. Além disso, é importante destacar que a medicina natural também pode ser usada como medida preventiva, ajudando as pessoas a manter sua saúde em geral e prevenir doenças. O Dr. Fidalgo aconselha os seus pacientes a seguir uma dieta equilibrada, fazer exercícios regularmente e evitar hábitos prejudiciais, como fumar ou consumir álcool em excesso, para ajudar a manter sua saúde em dia.

Em resumo, a medicina natural é uma opção valiosa e eficaz para os pacientes, especialmente para aqueles que não respondem bem a tratamentos convencionais, ou que desejam evitar os efeitos colaterais dos medicamentos químicos. O Dr. Jorge Fidalgo, com clínica em Leiria, tem obtido sucesso notável no tratamento de muitas doenças crónicas e pandémicas, com base em tratamentos naturais, mas é importante lembrar que cada paciente é único, sendo preciso avaliar cada caso individualmente antes de decidir qual abordagem é a melhor.

Lusitano de Zurique - FEVEREIRO 2023 www.cldz.eu Lusitano de Zurique - FEVEREIRO 2023 | www.cldz.eu 50 51
À esquerda, Doutor Jorge Fidalgo em entrevista no programa do Goucha na TVI

Kunsthalle Zürich. Limmatstr. 270.

Tram 4/13/17 bis “Löwenbräu”. http://www.kunsthallezurich.ch

TERÇA-FEIRA - 14.2. CAMINHADA ROMÂNTICA

AGENDA MAPS

SEXTA-FEIRA - 10.2.

CINEMA COM SHOW AO VIVO

TERÇA-FEIRA - 7.2. GRUPO DE LEITURA (ATÉ 04.07)

Toda 1ª terça-feira do mês você tem a oportunidade de melhorar gratuitamente seus conhecimentos da língua alemã. Leia e discuta vários tópicos no grupo! A partir do nível B1. 12:00-13:30. Gratuito.

PBZ Altstetten, Lindenplatz 4.

Tram 2 oder Bus 35/78/80 bis “Lindenplatz”.

http://www.pbz.ch

Até 15.02, o cinema “Filmpodium” mostra obras-primas do cinema mudo. Hoje, por exemplo, você pode assistir ao filme “Foolish Wives”, que mostra a história de um impostor em “Monte Carlo”. O filme data de 1922 e é acompanhado por um concerto de piano. 20:45. O escritório da MAPS sorteia 2×2 bilhetes gratuitos. Basta ligar para: 044 415 65 89 ou enviar seu endereço postal por e-mail para maps@aoz.ch. Filmpodium. Nüschelerstr. 11. Tram 2/3/8/9/14 bis “Stauffacher”. http://www.filmpodium.ch

SÁBADO - 11.2.

ALPES MISTERIOSOS (ATÉ 23.04)

No “Landesmuseum” você pode ver actualmente a exposição “Sagen aus den Alpen”. Descubra histórias misteriosas e histórias sinistras dos Alpes suíços! Há uma visita pública guiada hoje das 13:30-14:30.

Hoje é dia de São Valentim! Dê um passeio romântico. Por exemplo, ao longo do “Panoramaweg” com uma vista onírica sobre a cidade de Zurique. Não se esqueça de levar um chá quente com você para aquecer-se no caminho. Você encontrará muitas receitas de chá deliciosas em www.migusto.ch.

Panoramaweg.

Tram 13 bis “Albisgütli”.

QUARTA-FEIRA - 15.2.

NATAÇÃO A PREÇOS REDUZIDOS

senta actualmente o filme “Menschenaffen – Unsere sanften Verwandten”. Sessões: Ter-sáb 11:00 e 15:00, dom 11:00 e 16:00. Gratuito. Zoologisches Museum. Karl-Schmid-Str. 4. Tram 6/9/10 bis “ETH/Universitätsspital”. http://www.zm.uzh.ch

SEGUNDA-FEIRA - 20.2. CONCERTO EM SUÍÇO ALEMÃO

“Vitaparcours” são percursos de corrida assinalados na floresta. Estão disponíveis ao público e constituem uma óptima oportunidade para entusiastas do desporto treinarem resistência, força e coordenação ao ar livre. As placas informativas mostram diversos tipos de exercícios. Informações sobre os percursos: www.zurichvitaparcours. ch. www.zurichvitaparcours.ch

Tram 13/17 oder Bus 89 bis “Uetlihof”. http://www.stadt-zuerich.ch

SÁBADO - 25.2.

ORQUESTRA

Hoje pode ouvir tocar a orquestra da Escola Superior de Arte de Zurique (ZHdK). Os músicos interpretam obras do compositor Felix Mendelssohn Bartholdy. 19:30. Gratuito, contribuição espontânea. Pauluskirche. Milchbuckstr. 57. Tram 9/10 bis “Langmauerstrasse”. http://www.zhdk.ch

QUARTA-FEIRA - 22.2. APOIO EM DÚVIDAS SOBRE O COMPUTADOR

SEGUNDA-FEIRA - 27.2.

DEBATE SOBRE CLIMA E FLORESTA

QUARTA-FEIRA

- 8.2. EXPERIMENTAR TEATRO DE IMPROVISO

Como pode-se ensaiar um teatro de improviso? Conheça hoje a arte do teatro de improviso e experimente-o. O grupo “Tobertus Habicht” convida você para um ensaio aberto. Você não precisa de nenhuma experiência prévia e todos são bem-vindos. 19:15-21:15. Gratuito. Jugendkulturhaus Dynamo. Wasserwerkstr. 21. Tram 11/14 bis “Beckenhof”. http://www.dynamo.ch

QUINTA-FEIRA - 9.2. VISITA GUIADA AO KUNSTHALLE ZÜRICH

Toda quinta-feira à noite, das 17:00 às 20:00, a entrada na “Kunsthalle Zürich” é gratuita. No momento, por exemplo, você pode ver a exposição “Act Like You Know Me”. Nela, é mostrado o trabalho artístico de “Pippa Garner”. Na visita guiada, você receberá muitas informações interessantes sobre o assunto. 18:30. Gratuito.

Inscrições em: reservationen@landesmuseum.ch ou 044 218 66 00. Para visitas sem guia, nenhuma inscrição é necessária. Ter, qua, sex, sáb, Dom 10:00-17:00. Qui 10:00-19:00. CHF 5.- com KulturLegi (sem KulturLegi CHF 10.-). Gratuito para crianças e jovens de até 16 anos. Gratuito para refugiados com permissão de estadia

N/S/B/F.

Landesmuseum. Museumstr 2.

Tram 4/6/11/13/14 oder Bus 46 bis “Bahnhofquai/HB”.

http://www.landesmuseum.ch

SEGUNDA-FEIRA - 13.2. SEMANAS DE JOGOS DURANTE AS FÉRIAS ESPORTIVAS

As férias esportivas começam hoje na cidade de Zurique. Durante as férias escolares, atividades para crianças entre 6 e 12 anos são oferecidas em vários locais. Há jogos, atividades divertidas e educativas. A maioria das ofertas são gratuitas. Programa e mais informações em: www.stadt-zuerich.ch/ spielwochen.

www.stadt-zuerich.ch/spielwochen

Com o cartão KulturLegi, pode entrar em várias piscinas cobertas na cidade de Zurique, pagando apenas metade. Algumas das piscinas têm uma área para crianças e para não-nadadores. Este desconto é válido tanto na entrada individual (CHF 4.- em vez de CHF 8.-) como na assinatura mensal ou anual. Mais informações sobre todas as piscinas em www.sportamt.ch. www.sportamt.ch

QUINTA-FEIRA - 16.2.

VISITA GUIADA AO JARDIM BOTÂNICO

Quando lá fora está frio e chuva, um passeio às estufas tropicais do “Botanischer Garten” torna-se ainda mais especial. Hoje ao fim do dia há uma visita guiada sobre diversos tipos de plantas. 18:00-19:00. Entrada livre, contribuição espontânea. Botanischer Garten. Zollikerstr. 107. Bus 33 bis “Botanischer Garten” oder Tram 11/Bus 31 bis “Hegibachplatz” oder Tram 2/4 bis “Höschgasse”. http://www.bg.uzh.ch

DOMINGO - 19.2.

FILME SOBRE OS PRIMATAS (ATÉ 28.02)

Que tal aprender algo novo sobre os primatas? O Museu Zoológico apre-

O bar “Si o No” organiza uma série de concertos “zwarmäntigabermusig”. Uma vez por mês há um concerto ao vivo em suíço alemão. Hoje, pode ouvir os artistas “Peter Pana” e “Max Berend” cantar em dialecto. 20:00. Gratuito, contribuição espontânea. Bebidas sujeitas a pagamento. Si o No. Ankerstr. 6. Tram 9/14, Bus 67/76 oder S-Bahn bis “Bahnhof Wiedikon”.

http://www.siono.ch

TERÇA-FEIRA - 21.2. EXERCÍCIO AO AR LIVRE

Tem perguntas e dúvidas de informática? Voluntários esclarecem-nas e dão-lhe apoio. Por exemplo, com a escrita de e-mails ou a pesquisa na internet. A ajuda “Computercorner” funciona regularmente em 7 centros de saúde na cidade de Zurique. Hoje, por exemplo, é no “Gesundheitszentrum für das Alter Laubegg”. 13:30-15:30. Gratuito. Gesundheitszentrum Laubegg. Hegianwandweg 16.

A floresta desempenha um importante papel nas alterações climáticas. Deseja saber algo mais sobre este tema? Hoje há uma sessão informativa e de debate com especialistas. 18:00. Gratuito. Karl der Grosse. Kirchgasse 14. Tram 4/15 bis “Helmhaus”. http://www.karldergrosse.ch

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Saco-cama

Duas senhoras da alta sociedade foram fazer um safari. Lá no meio da selva, vêem um nativo a ser engolido por um crocodilo. Vira-se uma para a outra:

- Ai rica, isto é chiquérrimo. Aqui até os sacos-cama são ‘Lacoste’!

Bêbado

O bêbado chega a casa cambaleando. Mal encontra a porta. Entra, dá uma mijada e fala com a mulher que estava no quarto:

- Querida, acho que a nossa casa-de-banho está assombrada.

- Porquê, querido? -- pergunta a mulher.

- Não acreditas que quando eu abri a porta, a luz acendeu-se sozinha. Depois, quando a fechei, ela apagou-se. Deve ter alguma assombração!

- Oh não!!! Mijaste no frigorífico outra vez!!!!

O espanhol

Viajavam no mesmo compartimento de um comboio, um português, um espanhol, uma loira espectacular e uma gorda enorme. Depois de uns minutos de viagem, o comboio passa por um túnel e ouve-se uma chapada. Ao saírem do túnel, o espanhol tinha um vermelhão na cara.

A loira espectacular pensou: ... este filho da mãe do espanhol queria-me apalpar, enganou-se, apalpou a gorda e ela deu-lhe uma chapada.

A gorda enorme pensou: ... o filho da mãe do espanhol apalpou a loira e ela mandou-lhe uma chapada.

O espanhol pensou: ... este sacana do português apalpou a loira, ela enganou-se e mandou-me uma chapada.

E o português pensou: ... oxalá venha outro túnel para poder mandar mais uma chapada ao cabrão do espanhol ...

Baptista Soare s (Endireita)

Loiras

Manuel, alentejano de Campo Maior, guiava na estrada quando viu uma loiraça a pedir boleia.

- Para onde é que você vai? - perguntou a loira.

- Para Lisboa!

- Óptimo. É para lá também que eu vou...

Ela entrou no carro e logo começam a conversar.

Tempos depois, ele venceu a timidez e deslizou a mão na perna dela.

Ela olhou para ele e com um sorriso sacana disse:

- Se quiser ir mais longe, eu não me importo!

Ele foi até ao Porto!

Detalhe

Iam dois gajos a fazer uma disputa, um com um Lamborghini, e outro num Fer-

rari. Entretanto passam por um padre que ia de bicicleta. Ambos passam o padre, e o gajo  do Ferrari passa o do Lamborghini. O tipo do lamborghini, passa de novo o do Ferrari,e para espanto dos dois, vêem o padre de bicicleta a ultrapassar os dois.

Ambos os carros aceleram, e entram em nova disputa. Novamente, o padre ultrapassa os dois.Os gajos, dispostos a deixar o padre para trás, aceleram a sério, 170, 180, 190, 200,  210, 230, 240, 250,...

Quando pensam ter deixado o padre, eis que este os passa de novo na sua bicicleta. Os tipos ficam pasmados. Entretanto, numa curva o padre espeta-se, e os tipos resolvem parar os carros para falar com o padre.

- Oh senhor padre, o senhor é um espectáculo, conseguiu dar pelo menos 270 KM/h numa bicicleta.

- Que remédio - diz o padre - os meus suspensórios ficaram presos no seu pára-choques.

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não sabe viver” Passatempo
rir,
M AS SAG IS TA T ER APEU TA D E REL A X AMEN TO MUS CU L AR D ES PO RTI VO MAS S EUR U N D KÖRPERTHER APEUT KL AS S I S CHE S PORT UN D REL A X MAS SAGEN Zürichstrasse 112, 8123 Ebmatingen N ate l 07 8 75 4 18 31
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Filosofia da Felicidade

EUCLIDES CAVACO

Com desejos duma salutar semana aqui partilho este tema que pode ver e ouvir neste vídeo de Afonso Brandão: https://www.youtube.com/watch?v=rxEnnqS02PE

Não chores coisas perdidas Preza o que tens p’ra vencer E sem lesares outras vidas Faz o que te dá prazer.

Não lamentes o passado Estima o que vai surgindo Sem te mostrares revoltado Desfruta a vida sorrindo. Não revivas a tristeza que outrora te magoou Com a mesma natureza Esquece quem te deixou. Não antecipes as penas Que te possam causar dor Faz grandes, coisas pequenas Que têm p’ra ti valor.

Não penses em quem te odeia Ama quem está contigo Não cobices coisa alheia Nem atraiçoes um amigo. Segue esta filosofia Escuta o que o sábio diz Vive em perfeita harmonia Luta para seres feliz !...

Rio de Inverno*

JOÃO LUÍS DIAS

Poesia POESIA

Passam-me as águas na frente dos olhos e descem com pressa driblando as pedras pegradas no chão. O rio tão cheio galgando margens corre eufórico; parece criança, desperta na madrugada, levantada à pressa e com pressa para descobrir o lugar que vestiu no sono e quer encontrar nele o sonho que sonhou...

*inédito

Mirante

CARMINDO DE CARVALHO

Daqui deste mirante Quase palco Púlpito ou palanque Vendo o branco do casario As “cristas”das palmeiras lá do alto Saboreando este sol Sol de inverno Sol quente em janeiro Neste recanto Algarvio De encanto paradisíaco. Desligo o botão do desassossego Das tristes notícias Que me trazem imagens horríveis. Pego num livro Num disco E crio o meu casulo. E sinto-me em paz. Em paz e afortunado. Mas penso nos desgraçados Que vegetam. E nos que em guerra Apenas almejam sobreviver A mais um dia de tanto sofrer.

31 de janeiro de 2023

POEMA DOS TOLINHOS

EMÍLIO COSTA

A Roda

MARIA JOSÉ PRAÇA

Tempo a sangrar esta dor à minha chuva sob um alpendre de lava e de um saleiro de mar que pé ante pé soletra as pedras do meu andar...

Maria José Praça ( “Pedras do meu andar “ - 126080 da SPA)

Que tolinhos que vós sois

Por não acreditares no Meneses.

Tem em casa um carro de bois

A quem chama de Mercedes.

É casado com a Lola, Com amor e com paixão.

Tem em casa uma viola

A quem chama de violão.

Que bem juntos eles estão, Metidos no meio da lama.

Têm cá fora a casota do cão

A quem chamam de cama.

Que tolinhos eles são, Quando tocam na viola.

Têm um carrinho de mão

A quem chamam de padiola.

Acabei mesmo agora de saber

Que têm um campo de Nabiças.

Dizem que só param de comer

Quando estão cheios até às caniças.

Ele bebe como um cavalo, Da tigela que não é sua. Depois põe-se a cantar de galo Quando está com a perua. Mesmo usando as quatro patas, Nem para cima nem para baixo. Até costumam andar de gatas Quando estão como um cacho. _ Já não estás sozinho, Diz-lhe a Lola atrapalhada. Deste cabo do vinho E tens a vela encharcada.

A Lola sempre desperta, Com o copo à sua frente. Fica com a boca aberta Quando vê aguardente. Às vezes, ela até se segura Agarradinha às paredes. _ Tu bebes como uma burra, Lá lhe grita o Meneses.

Que tolinhos que vós sois Por não saberes como eles são.

Estão bem juntos os dois, Sempre agarrados ao garrafão. Compram vacas e vendem bois, Sem nunca correrem perigo.

Que tolinhos que vós sois, Se acreditares no que vos digo.

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Bom ano 2023!

A e q u i p a d a A g ê n c i a F é l i x d e s e j a a t o d o s o s s e u s c l i e n t e s e a m i g o s u m

s a n t o e f e l i z N a t a l e u m A n o N o v o r e p l e t o d e s u c e s s o s e d e s a f i o s .

Aproveitamos também para agradecer toda a confiança

depositada nos nossos serviços, prometendo continuar a empenhar-nos na qualidade aliada à simpatia e eficiência.

Estamos inteiramente ao seu dispor. Contacte-nos.

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Boas Festas! a
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Carneiro: “Este é o momento para agir e tomar iniciativas no trabalho. Sua determinação e coragem serão recompensadas com sucesso e novas oportunidades. Sem amor, sua paixão e entusiasmo serão contagiantes e atrairão novas pessoas interessantes para sua vida.

Balança: “Este é um período propício para harmonia e equilíbrio no trabalho. Use sua capacidade de negociação e diplomacia para que pretendem seus objectivos. Sem amor, é possível que você encontre alguém especial com quem possa construir uma relação equilibrada e harmoniosa.

Touro: “Este é um período propício para estabilidade e segurança no trabalho. Use sua perseverança e força de vontade para que pretendem seus objectivos. Sem amor, é possível que você encontre alguém especial com quem possa construir uma relação duradoura e estável.

Escorpião: “Este é um período propício para a paixão e intensidade no trabalho. Use sua determinação e força de vontade para que pretendem seus objectivos. Sem amor, é possível que você encontre alguém especial com quem possa construir uma relação grave e apaixonada.

Gémeos: “Este período será animado e cheio de novas oportunidades no trabalho. Use sua flexibilidade, rapidez e capacidade de comunicação para se destacar e que pretendem seus objectivos. Sem amor, sua energia e entusiasmo atrairão novas pessoas interessantes para sua vida.

Sagitário: “Este é um período propício para a aventura e a busca de novas experiências no trabalho. Use sua curiosidade e espírito aventureiro para que pretendem seus objectivos. Sem amor, é possível que você encontre alguém especial com quem possa compartilhar suas aventuras e descobertas.

Caranguejo: “Este é um período propício para a segurança e estabilidade no trabalho. Use sua sensibilidade e capacidade de empatia para se conectar com os outros e que pretendem seus objectivos. Sem amor, é possível que você encontre alguém especial com quem possa construir uma relação forte e duradoura.

Leão: “Este é um período propício para a criatividade e a auto-expressão no trabalho. Use sua confiança e autoconfiança para se destacar e que pretendem seus objectivos. Sem amor, sua paixão e entusiasmo serão contagiantes e atrairão novas pessoas interessantes para sua vida.

Virgem: “Este é um período propício para precisão e atenção aos detalhes no trabalho. Use sua inteligência e capacidade de análise para que pretendem seus objectivos. Sem amor, é possível que você encontre alguém especial com quem possa construir uma relação duradoura e estável.

Capricórnio: “Este é um período propício para a ambição e a realização de metas no trabalho. Use sua força de vontade e determinação para que pretendem seus objectivos. Sem amor, é possível que você encontre alguém especial com quem possa construir uma relação ambiciosa e bem-sucedida.

Aquário: “Este é um período propício para a inovação e a criatividade no trabalho. Use sua originalidade e visão fora da caixa para que pretendem seus objectivos. Sem amor, é possível que você encontre alguém especial com quem possa compartilhar a sua criatividade e inovação.

Peixes: “Este é um período propício para a intuição e a sensibilidade no trabalho. Use sua capacidade de se conectar com seus sentimentos e os dos outros para que pretendem seus objectivos. Sem amor, é possível que você encontre alguém especial com quem possa construir uma relação profunda e emocionalmente significativa.”

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V
Recolha e adaptação
“O horóscopo é uma brincadeira, mas é uma brincadeira que a maioria das pessoas leva muito a sério.”
- Jostein Gaarder”

O Papa, a bola e os nossos impostos

pulação mundial. Além disso, a cada dia, os bilionários do mundo ganham cerca de 2,5 biliões de dólares, enquanto os 10% mais pobres da população mundial vivem com menos de 5 dólares por dia.

âmbito da UE. Em Portugal, 660 mil pessoas vivem em “pobreza energética severa” e outros 2,3 milhões em “pobreza energética moderada”. São cerca de três milhões de habitantes a lutar contra o frio.

V MANUEL ARAÚJO

Portugal é um Estado laico, estará mesmo a respeitar a Constituição?

O mundo está a tornar-se cada vez mais perigoso e confuso. A corrupção é um problema generalizado, onde um pobre que rouba uma galinha, ou um pacote de leite é preso, enquanto os poderosos, com “mestria”, podem roubar quase impunemente. Se são apanhados na teia da “justiça”, arranjam formas de arrastar os processos até que prescrevam.

– A guerra é usada como um negócio. Não sabemos nada sobre os bastidores das guerras, mas sabemos que os “senhores da guerra” só se movem pelo Poder e pelo Dinheiro. As notícias que circulam e nos vendem, são apenas para instrumentalizar o povo e acirrá-lo ainda mais, para serem aceites e levarem o seu barco a bom porto.

– As desigualdades no Mundo são gritantes, existindo uma grande desigualdade na distribuição da riqueza ao nível mundial. De acordo com dados da Oxfam, em 2020, os 2.153 mais ricos do mundo possuíam tanta riqueza como os 4,6 mil milhões de pessoas mais pobres. Isso equivale a uma percentagem de 42% da riqueza mundial detida por apenas 0,000001% da po-

– O desemprego continua a aumentar devido ao impacto económico da “pandemia” e da guerra que vai perpetuar-se. A população portuguesa está cada vez mais pobre e a ficar para trás em relação a outros países da UE.

– Fome. Há mais pessoas sem duas refeições completas diariamente em Portugal. Segundo a FAO, mais 14 milhões de pessoas estão sem acesso a alimentos diários na Europa e na Ásia Central.

– Incerteza. Num momento de grande incerteza global, Portugal é um país seguro para investir – foi a mensagem que o Primeiro-Ministro António Costa transmitiu nas sessões do Fórum Económico Mundial, e nos encontros que manteve, em paralelo, em Davos, Suíça, nos dias 18 e 19 de Janeiro. No entanto, é importante notar que Portugal e a Europa têm tomado partido no conflito na Ucrânia, tornando-se seguidores dos EUA/NATO da política da guerra e do conflito. Isso só contribui para aumentar a incerteza e a instabilidade global. O desemprego vai continuar a aumentar devido ao impacto económico da pandemia e da guerra na Ucrânia, e a população portuguesa está pobre e a ficar para trás.

– Pobreza. Há mais pessoas no limiar da pobreza, mesmo depois dos apoios sociais. Muitos são famílias com filhos. Também há mais agregados nos escalões de menores rendimentos do IRS. E os mais ricos estão cada vez mais ricos. Portugal piorou a sua posição no

– Jornada Mundial da Juventude.

Trazer o Papa a Portugal custará mais de 150 milhões, onde apenas a construção do altar custará mais de 6 milhões. Seremos nós, os portugueses, a pagar por este evento dispendioso. Iremos durante décadas pagar a festa da religião católica. Uma pergunta impõe-se: é Portugal um Estado laico? Está Portugal a respeitar a Constituição?

Acabando a festa, as infra-estruturas de pouco ou nada valerão aos portugueses e serão provavelmente vendidas por meia dúzia de euros aos amigos, e os portugueses ficarão durante décadas a pagar esta loucura. Num país pobre como Portugal, isto não é uma afronta apenas aos pobres e necessitados, mas sim a todos os portugueses. A verdade é que somos levados a acreditar que a religião é a solução para os nossos problemas, quando na realidade é apenas mais um meio para os poderosos nos anestesiarem e se manterem no poder e enriquecerem ainda mais.

Mas não pensemos serem apenas as religiões que sorvem os nossos impostos, mas também o negócio obscuro do Futebol. O povo português, mesmo sabendo que paga para um desporto corrupto e obscuro que é tolerado, nada diz, nada faz. Isto terá de mudar. Deve pensar-se mais no colectivo. Enquanto há população que sofre com a fome e a pobreza, usar os nossos impostos, para isto é escandaloso.

O Ser Humano é capaz de feitos extraordinários, porém é em simultâneo detentor de um grau de estupidez inclassificável ...

Temos recursos, temos tecnologia, ..., o que nos impede então de criar sistemas que promovam o bem-estar social, sem mecanismos de competitividade que apenas promovem a marginalização de um numero crescente de pessoas? O que nos impede de criar um sistema baseado na coopetscao, sem os habituais mecanismos

do sistema monetário, que se revestem de caráter fraudulento e criminoso?

O QUE NOS IMPEDE TAIS FEITOS A NÃO SER UMA GRANDE DOSE DE ESTUPIDEZ?

Qual o sentido de continuarmos a viver em função de regras que retiram o prazer de viver à maioria da humanidade, que a maltrata, que a faz sofrer e escraviza?

Não desperdices tempo e energia com quem te rejeita; dá atenção às pessoas que realmente valorizam a tua dedicação.

Esvazia-te de todas as emoções negativas do passado que ainda ocupam a tua mente para que novas oportunidades possam aparecer e pára de pensar que as coisas poderiam ter sido diferentes se tivesses agido de outra maneira.

Tentaste algo com alguém mas não funcionou? Não te culpes nem te responsabilizes. Apenas aceita a aprendizagem. Não é fácil apagares tudo o que manténs enterrado nas tuas memórias, mas pensa; de que adianta desperdiçares tempo e energia quando nada podes mudar com pessoas que estão demasiado focadas em si mesmas?

Investe a tua energia no presente, construindo o futuro com projectos concretos alicerçados em hábitos saudáveis. Esforça-te, vai viajar, supera novos desafios, muda os teus hábitos, permite que a vida flua ... verás será maravilhoso.

Não terás mais insónias. Ao construires gradualmente a tua nova vida, conseguirás libertar-te e deixar os fardos do passado para trás.

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Ousa V IVO MARGARIDO .../...

Os Leopardos de Davos

A mudança dos tempos tornaram-se visíveis com a pandemia e com a guerra na Ucrânia. As mudanças dos tempos são hoje visíveis com o realinhamento dos poderes mundiais, em que os Estados Unidos se sentem ameaçados pela emergência de potências económicas e militares com a China à cabeça e por novas alianças — caso dos BRICs. A Ucrânia é, para já, o tabuleiro onde se travam os primeiros confrontos entre a superpotência dominante, os EUA, e os desafiantes , a Rússia na primeira linha (o elo mais próximo e mais fraco), a China, a Índia e as alianças que estabelecem entre si.

demonstração de força ao mundo e, em particular, à China. A utilização de unidades blindadas — que fornecem massa, fogo e proteção — tem como vulnerabilidade as exigências logísticas e de comando e controlo. Estas unidades obrigam a uma escalada na guerra, a uma internacionalização de ainda maior amplitude, pois serão necessárias oficinas, sobressalentes, criação de unidades de helicópteros, de proteção NBQ…

OOcidente reuniu-se em Davos para decidir a emprego dos Carros de Combate (tanks) Leopardo na Ucrânia. O título parece cabalístico, mas não encontrei melhor para resumir o atual estado da guerra que está a decorrer na Ucrânia. Ler as entrelinhas da imprensa internacional ajuda a perceber.

O jornal Le Monde de 18 de Janeiro publicava: “No Forum económico de Davos o fim da mundialização (globalização) está na cabeça de todos. A guerra comercial entre a China e os Estados –Unidos assim como a corrida às subvenções estatais para manter ou recuperar as fábricas (reindustrialização) serão os temas principais da reunião. (Protecionismo liderado pelos Estados Unidos). A mundialização morreu, a livre troca morreu, reconheceu o patrão do fabricante de chips TSMC diante do

presidente Biden, e dos patrões da Apple, AMD ou Nvidia, alguns dos seus principais clientes. Biden, ao intensificar a guerra comercial contra a China desencadeada por Trump deu o golpe de misericórdia na globalização, interditando as exportações de tecnologia para a China e despejando torrentes de subsídios do Estado (liberal?) para atrair empresas de regresso à América depois da moda da deslocalização”.

Em conclusão, a verdadeira guerra trava-se entre os Estados Unidos e a China, que já tem um PIB superior. A globalização foi um estratagema para os Estados Unidos imporem a sua supremacia e durou enquanto lhes conveio. Os crentes no neoliberalismo vão ter de se reconverter, virar casacas e cantar loas e salmos ao protecionismo. As Business Scholl, que funcionaram como madrassas do neoliberalismo vão passar a estudar Marx e Keynes, do antecedente proscritos.

A Europa (UE) que tem andado a cumprir os mandamentos neoliberais de privatizar tudo e até um par de botas (Saramago) viu-se de repente no papel do marido enganado. Bruxelas andou anos a cumprir as ordens dos neoliberais da Escola de Chicago e dos oligarcas neocons que governam os EUA. O mercado livre era a panaceia universal que traria riqueza e bem-estar. Bastou os Estados Unidos sentirem ameaçado o seu poder e o do seu dólar para tocarem as trombetas e mandarem às urtigas aliados e princípios — um comportamento de pistoleiros que já constitui tradição e que

foi utilizados na Coreia, no Vietname, no Iraque e há pouco no Afeganistão. A América primeiro!

Esta recorrente atitude dos americanos levou os dois chefes europeus, o da França e o da Alemanha, a engendrar uma resposta que não os deixasse perante os seus eleitores como os vietnamitas pendurados no último helicóptero que ia partir de Saigão, ou como os afegãos junto ao aeroporto de Cabul. O desenrascanço surgiu sob a forma de uma proposta de criação de “fundo soberano” europeu para, oficialmente, evitar a fragmentação do mercado único e responder às ajudas dos Estado chinês e americano à suas empresas e à lei americana de reduzir o seu IVA!

Escreve o articulista do Le Monde: A nova doutrina de apoio estatal, ao abrir as veias dos subsídios nacionais, será proveitosa especialmente os grandes países ricos (a Alemanha e a França , que receberão 53% e 24% dos subsídios e, menos a Itália, 7% — estes três, em conjunto, vão receber 84% do dito fundo soberano). Uma solução de grande solidariedade europeia! Esta solução implicará a reafectação dos fundos já existentes!

Esta “ideia” repete a da “mutualização da dívida”, que tinha sido avançada quando os países do Sul viveram momentos de aperto (as troikas da Grécia e Portugal) e que foi liminarmente rejeitada pelos grandes países. Mudam-se os tempos…

A necessidade imperiosa dos Estados Unidos colocarem um grande número (200) de carros de combate Leopard na Ucrânia e de estes serem fornecidos pela Alemanha surge no contexto de uma guerra que os Estados Unidos não podem perder de forma evidente na Ucrânia, desde logo porque é a primeira de uma longa campanha que está previsto seja decidida no Pacífico, e depois porque limitaria as possibilidades de sucesso e, por fim, afastaria possíveis aliados, sempre atraídos pelos vitoriosos e finalmente, porque é necessário implicar a Alemanha no realinhamento mundial nas hostes americanas.

Porquê a necessidade de uma grande massa de CC Leopard na Ucrânia?

Os Carros de Combate são sistemas de armas desenhados para ações ofensivas. E atuam no terreno apoiados por aviação a muito baixa altitude (helicópteros), a média altitude. São muito vulneráveis a aviões antitanque, a misseis e, principalmente a munições de neutrões, ou bomba de radiação aumentada (arma ER), uma arma de fissão-fusão termonuclear na qual a explosão de neutrões livres gerada pela reação da fusão nuclear não é absorvida intencionalmente dentro da arma, mas permitindo o escape. Um dos usos para os quais esta arma foi concebida é principalmente como armamento antitanque. A introdução de um grande número de Carros de Combate de alta capacidade ofensiva e teoricamente superiores aos CC russos no teatro de operações da Ucrânia provocará provavelmente uma resposta russa com bomba de neutrões, elevando o patamar da guerra para o limiar da guerra nuclear. É essa resposta que os Estados Unidos e os seus aliados mais submissos pretendem como pretexto para uma destruição de setores importantes do poder russo e como

Em resumo: A introdução de uma massa de Carros de Combate Leopard na Ucrânia é um elemento decisivo da estratégia dos Estados Unidos na recomposição de forças no planeta. A estratégia dos Estados Unidos para manter o domínio unipolar que de facto tem exercido através do seu aparelho militar que assegura a exclusividade do dólar — hoje em dia uma moeda virtual — como instrumento de troca universal e que está a assegurar com o reforço da retaguarda (o CONUS — o continente dos Estados Unidos) através de maciços apoios do Estado a empresas para se instalarem no seu território, uma reindustrialização, através de leis protecionistas no interior e de sanções económicas aos estados recalcitrantes e desalinhados.

Porquê a imposição à Alemanha de fornecer os Leopard?

Há uma razão evidente, os Leopard são fabricados pela empresa alemã Rheimetall, mas essa não é a principal razão. Porque é o assunto dos Leopard tão importante quando o Ocidente já colocou na Ucrânia algumas das suas melhores armas de artilharia e de defesa antiaérea, já instalou na Ucrânia os mais avançados sistemas de comunicações, já colocou conselheiros e assessores militares? Porque entendem os Estados Unidos que na atual situação são os Carros de Combate a arma decisiva e por isso pressionam até à descarada imposição a Alemanha a disponibilizar cerca de 200 Leopard e a autorizar que os 13 países terceiros que dispõem destes carros os possam transferir para a Ucrânia, um território não NATO? A Polónia e a Finlândia seriam os primeiros subfornecedores. Foi criado até um grupo informal designado Grupo Leopardo, que prestará assistência no teatro de operações, à semelhança do Grupo Wagner.

do gasoduto já expunha) e, enfim, a enfraquecer a Alemanha de modo a não ter qualquer hipótese de escolha de novas alianças, a não ser a submissão completa aos EUA. O Reino Unido, o aliado fiel dos EUA limitou-se a enviar 12 Carros de Combate Challenger! Compreende-se, o RU não compete com os EUA, nem tem tentações de alianças a Leste. A Alemanha, pelo contrário, tem de ser constrangida a alterar os três pilares em que assentou o seu renascimento após a II Guerra Mundial: a energia barata da Rússia, o grande mercado da China e a segurança dos Estados Unidos. Sem energia barata e sem mercado chinês a Alemanha tem de ser colocada com a trela curta para não sair do rebanho da segurança americana.

O governo alemão está perfeitamente a par da armadilha em que os Estados Unidos prenderam a Alemanha. Esta consciência de estado aprisionado levou o chanceler Sholtz a lamuriar-se, afirmando em Davos (17/01/23) “Nous agissons toujours avec nos alliés et amis, nous n’y allons jamais seuls “, perante a pressão de vários dirigentes. A Alemanha apenas tomaria a decisão de enviar os Leopard em conjunto com outros países europeus, leia-se a França. A Alemanha sabe que será a primeira vítima de uma escalada da guerra. A Alemanha sabe que é o elo franco da estratégia dos Estados Unidos de matar dois coelhos com uma cajadada, a guerra na Ucrânia tem como primeiro objetivo (declarado) tornar a Rússia impotente para não intervir no conflito com a China e castrar a Alemanha para esta não tentar liderar uma Europa com alguma autonomia.

Os Carros de Combate Leopard, com tripulações ucranianas, vão ser o chamariz para obrigar a Rússia a intervir num patamar superior ao que já foram atraídos com as ações no Leste (Donesk) desde 2014 e para os Estados Unidos puderem passar à fase seguinte de provocar a China.

A principal razão da imposição dos Estados Unidos à Alemanha do fornecimento dos Leopards à Ucrânia é a de obrigar a Alemanha a envolver-se mais na guerra, a pagar mais, a acentuar a rutura com a Rússia (uma manobra que a sabotagem

Haverá sempre quem acredite que na Ucrânia estão a ser defendidos os “nossos valores”, que a Ucrânia tem direito a ser independente (isto é dependente dos Estados Unidos), que tudo se resolveria, ou resolverá com a retirada da Rússia e com o pagamento desta das obras de reconstrução da Ucrânia, a cargo de empresas ocidentais! Essa crença é sinal que a propaganda funciona. Para já a ordem do dia manda catapultar tanques para a Ucrânia e utilizá-los como chamariz dos russos. Veremos se é uma boa estratégia!

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o autor escreve degundo o ao 90 CRÓNICA
V CARLOS MATOS GOMES (*) (*) Coronel, co-fundador do Movimento dos Capitães de Abril, escritor, jornalista e historiador

1.

Senhor Ventura O vendedor de banha de cobra

Os voluntários que nas frias madrugadas se sacrificam pelos sem-abrigo

sempre ocupadas por sem-abrigos quando cai a noite em Lisboa.

O senhor Paulo não se importava.

Uns sem esperança, outros com um fio de luz que os guia.

tem permitido a conquista de um terreno fértil por parte de novos fascismos. Existe uma espécie de policiamento de costumes que está a transformar vários combates justos em novas inquisições morais e moralistas que oferecem de borla oxigénio aos populismos (sobre isto escreverei num destes dias).

5.

V LUÍS OSÓRIO

Não se deve falar do Chega ou de André Ventura. Grosso modo é o que tenho lido e ouvido nos últimos dias, a generalidade dos comentadores acredita que quanto mais se disser, quanto mais indignação pública for exposta, mais o movimento populista de extrema-direita crescerá.

2.

Posto isto, vamos então ao Chega do senhor André Ventura. O país tem de estar ciente de que se trata de uma erva daninha, um partido que defende valores fascistas. Apesar da normalização são movidos pelo ressentimento, pela indignação contra um sistema que eles culpam pela sua infelicidade, pela vontade de ajustarem contas com os “maus” – e nos “maus” cabem políticos (chulos), homossexuais (paneleiros e fufas), esquerda (comunas de merda), pessoas de outras cores e culturas (pretos e ciganada) e todos os que, de uma maneira ou de outra, são democratas.

6.

Infelizmente tinham razão. O problema das ervas daninhas é a estranha particularidade de crescerem ao dobro da velocidade das outras plantas, se regarmos ao mesmo tempo uma erva daninha e outra qualquer planta menos nociva, sabemos o que nos espera: ao fim de algum tempo a erva daninha come tudo à volta.

3.

A partir de agora, à direita e à esquerda, temos de estar bem cientes de que eles podem lá chegar.

Quem é conivente?

Somos os que estamos (e não falo apenas para a esquerda), no lado justo da barricada ou os outros, os que querem rebentar com “esta merda toda”?

1.

Afinal, o que lhe poderia acontecer de pior? Morrer nunca lhe pareceu um castigo demasiadamente severo em comparação com o que fora a sua vida, com o que fizera da sua vida.

V LUÍS OSÓRIO

Tenho dois casacos postos e continuo gelado.

Está tanto frio.

Há alertas para os mais vulneráveis – os que têm a sorte de ter uma casa, mas que não a conseguem aquecer, os que vivem em lugares sem condições, os mais velhos de entre nós, os que não têm dinheiro para deixar de estar gelados.

E há alertas também para os que vivem na rua.

Para os que vivem numa situação de sem-abrigo.

Há avisos de lugares para onde se podem dirigir, a onde podem ir buscar mais mantas, casacos quentes, apoios.

2.

Mas o senhor André Ventura já está para lá disso. Este fim-de-semana, num congresso em Santarém, a malta do Chega parece estar a vestir a pele de cordeiro para disfarçar a sua essência de lobo. O cheiro do poder, da possibilidade de lá chegar, tornou-se uma evidência. Passou-me pela cabeça que podem mesmo lá chegar.

4.

É que no dia em que se concretizasse essa revolução justiceira, o que só poderia acontecer à escala global, veriam os seus filhos e netos de botas cardadas a marchar para o abismo.

Estou a exagerar?

Estou.

Vivemos um tempo de relativismo. E a esquerda tem perdido várias batalhas por um excesso de “politicamente correto” que

Na verdade, estou a exagerar muito. Acredito que esse movimento internacional/populista não irá vingar. Mas também é verdade que já esteve mais longe. E o dinheiro está aí disponível para que eles o usem. E com isso cresçam. Veremos no futuro.

Está tanto frio.

Um frio que nos congela as mãos e nos greta os lábios. Mas isso não é nada, não nos podemos queixar.

Ainda há uns dias o senhor Paulo, apenas com 54 anos, pouco tempo depois de ter celebrado o seu aniversário com uma equipa de rua, o senhor Paulo com os seus problemas recorrentes nos pulmões, não aguentou a chegada do Inverno.

Encontraram-no já cadáver numas arcadas

Talvez por isso, apesar dos pulmões, fumava e bebia o máximo que podia, pelo menos que não lhe tirassem esse prazer que se transformou numa necessidade.

3.

Mas sempre com apoio. É preciso que se diga e se fale nas centenas de voluntários que não desistem. Que todos os dias estão na rua. Que levam sopa e comida. Que os ouvem.

Até que os abraçam, os encaminham, os tentam afastar do abismo.

Costumava dizer às equipas que as coisas lhe aconteceram sempre assim, por muito que tivesse bons pensamentos os maus encarregavam-se de ocupar todo o espaço. Tudo se foi desmoronando na sua vida.

A família.

Os amigos. O futuro.

A dignidade.

Ficou com as beatas mais o vinho de pacote e o que arranjava para destruir o resto.

Quando aparecia alguma solução de alojamento dizia que não, nada lhe interessava, preferia assim, beber o veneno até ao último dia, despachar o assunto.

E se as brigadas insistiam num quartinho, num albergue, o senhor Paulo retirava-se de cena ou fazia por ser desagradável, que o deixassem na sua ilusão de liberdade.

O senhor Paulo rebentou com o resto. Deixou-se ir debaixo de umas arcadas.

4.

Estive com muitos desses voluntários em Leiria, ouvi Henrique Joaquim, ex-presidente da Comunidade Vida e Paz e atual responsável pela estratégia nacional para a integração de pessoas em situação de sem-abrigo.

Emocionei-me muito com a generosidade de toda esta gente que não espera nada em troca.

Basta-lhes dar o que têm, contribuir para que o mundo possa ficar um bocadinho melhor. E quando tiram uma pessoa da rua, quando tiram uma pessoa da rua os seus olhos brilham numa recompensa que não precisa de ser mediática.

Só na Comunidade Vida e Paz são 500 voluntários.

De esquerda e de direita ou sem ideologia. Uns acreditam em Deus, outros acreditam no ser humano e há também os que não acreditam numa coisa ou na outra, apenas numa ideia de Bem.

Está um gelo lá fora e há mais homens assim.

E mulheres também.

Pessoas em situação de sem-abrigo que todos os dias sobrevivem como podem.

Está muito frio, hoje particularmente. Mas enquanto a maioria de nós está segura em casas aquecidas, eles e elas têm malgas de sopa na mão e um sorriso que oferecem nas madrugadas aos que se perderam. E no final da noite estendem-lhes a mão para que regressem à vida… se o quiserem.

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A fim de assegurar a execução e a transparência deste projecto e de quaisquer outros no futuro, foi essencial implementar um sistema de rastreio fiável, e para o conseguir, a empresa suíça Vigia AG, empresa responsável pela criação do software Cannavigia, desenvolveu o Cannabis Dispensary System (Sistema de Dispensários de Canábis) em parceria com o Gabinete Federal de Saúde Pública (FOPH). Esta solução de software proporciona uma forma de rastrear os produtos de canábis de forma transparente, documentando a distribuição dos produtos e permitindo a investigação científica.

Philipp Hagenbach, COO da Vigia AG, explicou que “a Suíça está a dar o exemplo com o seu processo de legalização estruturado, conformidade máxima e transparência. Com o nosso software Cannavigia existente e o Cannabis Dispensary System, fornecemos as ferramentas necessárias para seguir e documentar cada passo ao longo da cadeia de fornecimento”.

primento vão além de regulamentos e certificações eficazes. A utilização do software dá aos participantes no mercado a maior certeza possível de que irão satisfazer os futuros requisitos de qualidade e informação da FOPH, ajudando a criar confiança para a legalização futura da canábis.

Suíça iniciou vendas legais de canábis com software de

Após 6 meses de atraso, a Suíça está pronta a fazer história com a venda legal de canábis no país, utilizando um inovador sistema de rastreio criado pela Vigia AG, o software Cannavigia e o ‘Cannabis Dispensary System’. Desde o dia 30 de Janeiro de 2023, os cerca de 180 participantes iniciais

transparência

seleccionados para o estudo “Weed Care”, no âmbito do projecto-piloto suíço para a legalização do uso adulto/recreativo de canábis, podem comprar canábis em nove das farmácias de Basel. Dentro de 6 meses, mais 200 participantes irão juntar-se ao projecto-piloto.

A Vigia AG é o parceiro oficial da FOPH para o rastreio e a rastreabilidade dos programas de projectos-piloto. Esta parceria única entre o governo e uma empresa comercial na indústria da canábis proporciona a máxima transparência e rastreabilidade. O Cannabis Dispensary System é uma adição ao actual sistema de software Cannavigia da própria Vigia AG. A combinação dos dois permite que as empresas que cultivam canábis para os projectos monitorizem o seu cultivo e cadeia de fornecimento, garantindo a qualidade dos produtos finais.

O software permite aos dispensários registar os participantes no estudo, acompanhar as vendas, e assegurar que apenas pessoas autorizadas podem adquirir os produtos. Isto garante a protecção do consumidor e resulta numa cadeia de abastecimento transparente e rastreável que pode ser mantida mesmo num futuro ambiente legalizado. O Cannabis Dispensary System fornece à FOPH uma visão geral da circulação de canábis na Suíça e apoia a obrigação de apresentação de relatórios ao Conselho Internacional de Controlo de Estupefacientes da ONU.

A Vigia AG acredita que a transparência e o cum-

O que podem comprar os suíços nos dispensários

No que toca a gama de produtos a estarem disponíveis para compra nas 9 farmácias de Basel, são dois produtos sob a forma de haxixe e quatro sob a forma de flores secas de canábis do produtor suíço Pure Production AG. Consequentemente, os preços são classificados de 40 a 55 francos por cada pacote de cinco gramas. Os participantes do estudo estão autorizados a comprar um máximo de duas embalagens de cada vez e um total de 10 gramas mensais de THC. Para o estudo, o consumo só é permitido em casa e a sua transmissão é proibida.

Os projectos-piloto de canábis na Suíça podem servir como exemplo de um processo de legalização estruturado. Ao contrário de outros países que descriminalizaram e/ou legalizaram o consumo de canábis para uso adulto/recreativo, a experiência da Suíça está a ser testada num ambiente real, permitindo a identificação e resolução precoce de quaisquer problemas potenciais. A interacção dos sectores privado e público é essencial para o avanço da legalização nacional e outros países podem aprender com a experiência da Suíça.

Leia estes e outros artigos em

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rastreio focado na
WWW.CANNAREPORTER.EU
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Universidade de Coimbra acolhe conferência sobre

canábis medicinal

a 9 e 10 de Março

experimentar a legalização da

O Centro de Neurociências e Biologia Celular de Coimbra anunciou a primeira conferência internacional organizada pelo MCC – Medical Cannabis Coimbra. Intitulada “Clearing the Smoke on Medical Cannabis”, o evento terá lugar no Auditório da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, nos dias 9 e 10 de Março de 2023.

Faltam menos de dois meses para a primeira conferência organizada pelo recém criado Medical Cannabis Coimbra, um grupo de trabalho liderado por Attila Köfalvi, neurobiologista e investigador na Universidade de Coimbra que em 2017 demonstrou benefícios da canábis no Alzheimer, e que conta já com um livro publicado sobre a temática, “Canabinóides e o Cérebro”, publicado em 2008.

A MCC fornecerá uma visão científica imparcial sobre os recentes desenvolvimentos na canábis medicinal, tendo como objectivo fomentar a discussão científica sobre o tema entre as partes interessadas, incluindo investigadores, estudantes, empresas, entidades reguladoras e profissionais de saúde.

Programa do primeiro dia de evento O evento terá a duração de dois dias e decorrerá no Auditório da Faculdade de Ciências da Universidade de Coimbra e conta com o patrocínio da International Brain Research Organization, da Sociedade Portuguesa de Neurociências e do Doctoral Program Experimental Biology and Biomedicine.

Os oradores apresentados para o evento são Ester Aso, Nataliia Aliekperova, Vasco Bettencourt, Ruben Catarino, Sergi Ferré, Julia Florova , Manuel Guzman, Tibor Harkány, István Katona, Bruno Maia, Tiago Reis Marques, Laura Ramos, Katalin Solymosi, Paulo Freitas Tavares, Sara Xapelli, Laurent Venance e Ana Rita Andrade, .

O primeiro dia do evento será centrado no aspecto botânico da planta da canábis e na biologia do sistema endocanabinóide humano – com investigadores biomédicos de renome mundial a resumir os recentes progressos científicos sobre a forma de interação dos canabinóides com nosso corpo, com ênfase no cérebro.

O segundo dia, será destinado a explorar o ambiente legal da indústria bem como as oportunidades farmacêuticas e terapêuticas associadas à canábis medicinal.

Programa do Segundo dia de evento

O evento incluirá ainda uma apresentação de pósteres durante o congresso

de dois dias, propiciando uma excelente oportunidade para os participantes discutirem e trocarem suas pesquisas e ideias.

Sobre o Medical Cannabis Coimbra

Um grupo de especialistas e entusiastas de cientistas e professores do CNC e da UC formou o MCC – Medical Cannabis Coimbra, presidido por Attila Köfalvi, PhD, com o objetivo de fornecer uma fonte imparcial de informação para os profissionais de saúde interessados e público leigo para fazer uma melhor decisão. Nosso objetivo adicional é promover a transferência de conhecimento entre as várias partes interessadas da indústria de canábis medicinal, incluindo empresas, entidades reguladoras e profissionais de saúde, e aumentar sua interação com a comunidade científica, incluindo investigadores e estudantes, bem como o restante público até aos consumidores de canábis medicinal.

O registo é realizado através do website do evento, e tem o custo reduzido para os registos até 31 de Janeiro, sendo de 75€ para estudantes, 125€ para restante comunidade académica e 225€ para os membros da indústria. Após a data de 14 de Janeiro, os valores dos bilhetes sobem para 100€ para estudantes, 175€ para a comunidade académica e 325 para os membros da indústria da canábis medicinal.

O presidente da Câmara de Bègles, Clément Rossignol-Puech, propôs fazer da sua cidade, em Gironde, França, o primeiro território de experiência com a legalização da canábis. O presidente acredita que a única for-

ma de reduzir o consumo e evitar consequências negativas é através de uma legalização altamente supervisionada e espera levantar o tabu para reabrir o debate em torno desta questão.

Clément Rossignol-Puech citou um relatório recente do Conselho Económico Social e Ambiental (Cese), que é a favor da legalização supervisionada da canábis para uso adulto/recreativo. Argumenta que as actuais soluções para os problemas relacionados com a droga não foram bem-sucedidas e que é tempo de tentar algo novo.

Um psiquiatra especializado em adicção, Jean-Michel Delile, apoia a proposta do presidente da câmara, sob a condição de que a legalização seja regulamentada de forma muito rigorosa. Delile observa que a canábis coloca um problema de saúde pública significativo em França, com quase um milhão de utilizadores diários, e pode levar a consequências perigosas para os jovens. Ele acredita que é crucial manter uma proibição para menores e jovens adultos, uma vez que o uso de canábis pode ser particularmente nocivo para este grupo etário.

Delile cita os exemplos da América do Norte e de outros países, onde a legalização levou a uma redução do consumo e à criação de políticas de prevenção eficazes. Ele acredita que a legalização permitiria um acesso mais transparente aos cuidados e reduziria a estigmatização dos dependentes.

O presidente da câmara afirma que a abordagem actual e repressiva da França às questões relacionadas com a droga não está a funcionar, uma vez que tem a legislação mais repressiva da Europa, mas ainda tem um grande número de consumidores. Ele espera que a sua proposta seja tomada em consideração pelo presidente francês, Emmanuel Macron, e que ele possa ter um produtivo debate com os ministros sobre a questão.

Lusitano de Zurique - FEVEREIRO 2023 www.cldz.eu 78
V JOÃO XABREGAS V JOÃO XABREGAS França: Presidente da Câmara de Bègles propõe canábis Clément Rossignol-Puech, presidente da Câmara de Bègles,em Gironde, França. Foto: D.R

Aeutanásia é um assunto controverso que tem sido discutido na sociedade portuguesa e no Parlamento há muitos anos.

Embora tenha sido aprovada por maioria no parlamento, o presidente da República, um religioso fanático, enviou-a para o Tribunal Constitucional, tendo sido rejeitada duas vezes.

Na história, a igreja católica foi responsável por muitas mortes violentas, como na Inquisição, onde em Portu-

A Santa Inquisição

cador de moedas.

Garfo

dependendo da resistência física do condenado e do comprimento da estaca, a agonia se estendia por horas.

gal, cerca de mil e quinhentas pessoas foram mortas e mais de 25.000 foram condenadas a diversas penas. No entanto, hoje a igreja mudou de ideias e nos “Cuidados Continuados”, prefere prolongar a vida dos doentes o mais possível, pois é mais lucrativo.

A oposição à eutanásia é baseada em interesses financeiros, pois prolongar a vida dos doentes dá mais lucro. A eutanásia é vista como um desperdício para os oponentes, pois, dessa forma, o paciente morre por vontade própria.

Eu sou a favor da eutanásia, pois acredito que cada pessoa tem o direito de escolher como e quando quer morrer, especialmente se estiver a sofrer de forma incontrolável.

A eutanásia é o direito de decidir sobre o próprio corpo e a própria vida, o qual é tão importante como outros direitos garantidos pela nossa Constituição, tal como o direito de casar ou o direito de se divorciar.

A lei da eutanásia não obriga ninguém a decidir contra a própria vontade, ela apenas dá a possibilidade de escolha a pessoas que sofrem de doença grave e incurável, com sofrimento extremo, após avaliação médica.

É importante lembrar que a eutanásia só pode ser concedida a indivíduos que possuem todas as faculdades mentais e estão em pleno uso delas.

Infelizmente, muitas pessoas que são contra a eutanásia não têm conhecimento ou não querem saber do sofrimento, da dignidade e do direito universal que nos assiste.

Essas pessoas, que lutam contra a eutanásia, são apenas meras “câmaras de ressonância” dos interesses dos partidos políticos e/ou das religiões. O ódio à eutanásia destes negociantes da morte lenta, não considera nem respeita o bem-estar do ser humano, nem a dignidade das pessoas.

De uma forma geral, as execuções eram realizadas em praças públicas e tornava-se um evento onde nobres e plebeus deliciavam-se com a súplica das torturas e, consequentemente, a execução das vítimas. Actualmente, há dispostos em diversos museus do mundo, ferramentas e aparelhos utilizados para a tortura.

- Métodos de torturas:

Roda de despedaçamento

Uma roda onde o acusado é amarrado na parte externa. Abaixo da roda há uma bandeja metálica na qual ficavam depositadas a brasas. À medida que a roda se movimentava em torno do próprio eixo, o acusado era queimado pelo calor produzido pelas brasas. Por vezes, as brasas eram substituídas por agulhas metálicas.

Este método foi utilizado entre 1100 e 1700 em países como Inglaterra, Holanda e Alemanha.

Dama de Ferro

A dama de Ferro é uma espécie de sarcófago com espinhos metálicos na face interna das portas. Estes espinhos não atingiam os órgãos vitais da vítima, mas feriam gravemente. Mesmo sendo um método de tortura, era comum que as vítimas fossem deixadas lá por vários dias, até que morressem.

A primeira referência confiável de uma execução com a Dama de Ferro, data de 14 de Agosto de 1515. A vítima era um falsifi-

Haste metálica com duas pontas em cada extremidade semelhantes a um garfo. Presa por uma tira de couro ao pescoço da vítima, o garfo pressiona e perfura a região abaixo do maxilar e acima do tórax, limitando os movimentos. Este instrumento era usado como penitência para o herege.

Garras de gato

Uma espécie de rastelo usado para açoitar a carne dos prisioneiros.

Máscaras

A máscara de metal era usada para punir delitos menores. As vítimas eram obrigadas a se exporem publicamente usando as máscaras. Neste caso, o incómodo físico era menor do que a humilhação pública.

Cadeira

Uma cadeira coberta por pregos na qual a vítima era obrigada a sentar-se despida. Além do próprio peso do corpo, cintos de couro pressionavam a vítima contra os pregos intensificando o sofrimento. Em outras versões, a cadeira possuía uma bandeja na parte inferior, onde se depositava brasas. Assim, além da perfuração pelos pregos, a vítima também sofria com queimaduras provocadas pelo calor das brasas.

Cadeira das bruxas

Uma espécie de cadeira na qual a pessoa era presa de costas no acento e as pernas voltadas para cima, no encosto. Este recurso era usado para imobilizar a vítima e intimidá-la com outros métodos de tortura.

Empalação

Este método foi amplamente utilizado pelo célebre Vlad Tepes. A empalação consistia em inserir uma estaca no ânus, umbigo ou vagina da vítima, a golpes de marreta. Neste método, a vítima podia ser posta “sentada” sobre a estaca ou com a cabeça para baixo, de modo que a estaca penetrasse nas entranhas da vítima e, com o peso do próprio corpo, fosse lentamente perfurando os órgãos internos. Neste caso,

Berço de Judas

Peça metálica em forma de pirâmide sustentada por hastes. A vítima, sustentada por correntes, é colocada “sentada” sobre a ponta da pirâmide. O afrouxamento gradual ou brusco da corrente manejada pelo executor fazia com que o peso do corpo pressionasse e ferisse o ânus, a vagina, cóccix ou o saco escrotal.

O Berço de Judas também é conhecido como Culla di Giuda (italiano), Judaswiege (alemão), Judas Cradle ou simplesmente Cradle (inglês) e La Veille (A Vigília, em francês).

Pêra

Instrumento metálico em formato semelhante à fruta. O instrumento era introduzido na boca, ânus ou vagina da vítima e expandia-se graduadamente. Era usada para punir, principalmente, os condenados por adultério, homossexualismo, incesto ou “relação sexual com Satanás”.

Cavalete

A vítima era posicionada de modo que suas costas ficassem apoiadas sobre o fio cortante do bloco. Os braços eram presos aos furos da parte superior e os pés presos às correntes da outra extremidade. O peso do corpo pressionava as costas do condenado sobre o fio cortante.

Dessa forma, o executor, através de um funil ou chifre oco introduzido na boca da vítima, obrigava-a ingerir água. O executor tapava o nariz da vítima, impedindo o fluxo de ar e provocando o sufocamento.

Ainda, há registos de que o executor golpeava o abdómen da vítima danificando os órgãos internos da vítima.

Esmaga-cabeça

Como um capacete, a parte superior deste mecanismo pressiona, através de uma rosca girada pelo executor, a cabeça da vítima, de encontro a uma base na qual encaixa-se o maxilar. Apesar de ser um instrumento

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V MANUEL ARAÚJO

de tortura, há registos de vítimas fatais que tiveram os crânios, literalmente, esmagados por este processo. Neste caso, o maxilar, por ser menos resistente, é destruído primeiro; logo após, o crânio rompe-se deixando fluir a massa cerebral.

Quebrador de joelhos

Aparelho simples composto por placas paralelas de madeira unidas por duas roscas. À medida que as roscas eram apertadas pelo executor, as placas, que podiam conter pequenos cones metálicos pontiagudos, pressionavam os joelhos progressivamente, até esmagar a carne, músculos e ossos.

Esse tipo de tortura era usualmente feito por sessões. Após algumas horas, a vítima, já com os joelhos bastante debilitados, era submetida a novas sessões.

Mesa de evisceração

O condenado era preso sobre a mesa de modo que mãos e pés ficassem imobilizados. O carrasco, manualmente, produzia um corte sobre o abdómen da vítima. Através desta incisão, era inserido um pequeno gancho, preso a uma corrente no eixo. O gancho (como um anzol) extraía, gradualmente, os órgãos internos da vítima à medida que o carrasco girava o eixo.

Pêndulo

Um dos mecanismos mais simples e comuns na Idade Média. A vítima, com os braços para trás, tinha os pulsos amarrados (como algemas) por uma corda que se estendia até uma roldana e um eixo. A corda puxada violentamente pelo torturador, através deste eixo, deslocava os ombros e provocava diversos ferimentos nas costas e braços do condenado.

Também era comum que o carrasco elevasse a vítima a certa altura e soltasse repentinamente, interrompendo a queda logo em seguida. Deste modo, o impacto produzido provocava ruptura das articulações e fracturas de ossos. Ainda, para que o suplício fosse intensificado, algumas vezes, amarravam-se pesos às pernas do condenado, provocando ferimentos também nos membros inferiores. O pêndulo era usado como uma “pré-tortura”, antes do julgamento.

Potro

Uma espécie de mesa com orifícios laterais. A vítima era deitada sobre a mesa e seus membros, (partes mais resistentes das pernas e braços, como panturrilha e antebraço), presos por cordas através dos orifícios. As cordas eram giradas como uma manivela, produzindo um efeito como um torniquete, pressionando progressivamente os membros do condenado.

Na legislação espanhola, por exemplo, havia uma lei que regulamentava um número máximo de cinco voltas na manivela; para que caso a vítima fosse considerada inocente, não sofresse sequelas irreversíveis. Mesmo assim, era comum que os carrascos, incitados pelos interrogadores, excedessem muito esse limite e a vítima tivesse a carne e os ossos esmagados.

- Métodos de Execução:

Guilhotina

Inventada por Ignace Guillotine, a guilhotina é um dos mecanismos mais conhecidos e usados para execuções. A lâmina, presa por uma corda e apoiada entre dois troncos verticais, descia violentamente decapitando o condenado.

O Serrote

Usada principalmente para punir homossexuais, o serrote

era uma das formas mais cruéis de execução. Dois executores, cada um e uma extremidade do serrote, literalmente, partiam ao meio o condenado, que preso pelos pés com as pernas entreabertas e de cabeça para baixo, não tinha a menor possibilidade de reacção. Devido à posição invertida que garantia a oxigenação do cérebro e continha o sangramento, era comum que a vítima perdesse a consciência apenas quando a lâmina atingia a altura do umbigo. Espada, machado e cepo

As decapitações eram a forma mais comum de execução medieval. A decapitação pela espada, por exigir uma téc- nica apurada do executor e ser mais suave que outros métodos, era, geralmente, reservada aos nobres. O executor, que apurava sua técnica em animais e espantalhos, ceifava a cabeça da vítima num único golpe horizontal, atingindo o pescoço do condenado.

O machado era usado apenas em conjunto com o cepo. A vítima era posta ajoelhada com a coluna curvada para frente e a cabeça apoiada no cepo. O executor, num único gol- pe de machado, atingia o pescoço da vítima decepando-a.

Garrote

Um tronco de madeira com uma tira de couro e um assento. A vítima era posicionada sentada na tábua horizontal de modo que sua coluna fique erecta em contacto com o tron- co. A tira de couro ficava na altura do pescoço e, à medida que era torcida pelo carrasco, asfixiava a vítima. Há ainda uma variação na qual, preso ao tronco na altura da nuca da vítima, encontrava-se uma punção de ferro. Esta punção perfurava as vértebras da vítima à medida que a faixa de couro era apertada. O condenado podia falecer tanto pela perfuração produzida pela punção quanto pela asfixia.

Gaiolas suspensas

Eram gaiolas pouco maiores que a própria vítima. Nela, o condenado, nu ou seminu, era confinado e a gaiola suspen- sa em postes de vias públicas. O condenado passava dias na- quela condição e morria de inanição, ou frio em tempos de Inverno. O cadáver ficava exposto até que se desintegrasse.

Submersão

A submersão podia ser usada como uma técnica de interrogatório, tortura ou execução. Neste método, a vítima é amarrada pelos braços e suspensa por uma roldana sobre um caldeirão que continha água ou óleo fervente. O exe- cutor soltava a corda graduadamente e a vítima ia submer- gindo no líquido fervente.

Cremação

Este é um dos métodos de execução mais conhecidos e utilizados durante a inquisição. Os condenados por bruxaria ou afronta à igreja católica eram amarrados em um tronco e queimados vivos. Para garantir que morresse queimada e não asfixiada pela fumaça, a vítima era vestida com uma camisola embebida em enxofre.

Estiramento

A vítima era posicionada na mesa horizontal e seus membros presos às correntes que se fixavam num eixo. À medida que o eixo era girado, a corrente esticava os membros e os ossos e músculos do condenado desprendiam-se. Muitas vezes, a vítima agonizava por várias horas antes de morrer.

Extraído de: Ad Tenebras Mistérios Antigos Occult Portal Medieval and Mythological Area

Notícias breves da Suíça (*)

Resenha de algumas notícias relacionadas com a Suíça.

Falta de doadores de órgãos persiste na Suíça

Refugiados ucranianos querem mais oportunidades de trabalho na Suíça

V MANUEL ARAÚJO

Nove meses após os eleitores suíços terem apoiado uma grande mudança no modelo nacional de doação de órgãos, a escassez de órgãos continua.

Pobreza na aposentação é uma reali- dade na Suíça

Infelizmente, uma em cada cinco pessoas idosas na Suíça vivem abaixo da linha da pobreza. É importante tomar medidas para melhorar a situação financeira destes indivíduos.

“Fondue”, prato nacional suíço, é fruto da comercialização recente

A Suíça, famosa pelo seu prato típico “fondue” de queijo, é surpreendente saber que este prato era praticamente desconhecido no passado recente do país. A popularidade do fondue deve-se à sua comercialização nos últimos anos, tornando-se um símbolo nacional.

Violência em centros de asilo suíços diminuiu em 2022

O número de problemas registados em 2022 foi proporcionalmente menor do que um ano antes, de acordo com as autoridades suíças.

Exército suíço perde quase 100 armas de fogo em 2022

As Forças Armadas Suíças relataram o desaparecimento de 96 armas de fogo no ano passado. Embora preocupante, as perdas estão de acordo com a média dos últimos cinco anos.

Os refugiados ucranianos estão ansiosos para trabalhar e têm um bom nível de inglês e educação, mostra uma pesquisa recente. É importante que a Suíça aproveite essas habilidades e contribua para a integração desses indivíduos na sociedade suíça.

Suíça contente com sucesso da vacina Covid, mas alerta para efeitos colaterais

As vacinas contra a Covid-19 alcançaram os objetivos de proteger as pessoas vulneráveis, mas os efeitos colaterais precisam de mais estudos para serem compreendidos completamente. O governo suíço continua a monitorar a situação e a tomar medidas para garantir a segurança dos ci- dadãos.

Número de imigrantes na Suíça aumenta

A Suíça viu um aumento no número de imigrantes nos últimos anos, com cerca de 25% da população atualmente composta por estrangeiros. O governo está trabalhando para garantir que esses indivíduos sejam bem-vindos e integrados na sociedade suíça.

Problemas de segurança alimentar na Suíça

Infelizmente, há problemas de segurança alimentar na Suíça, como a contaminação por bactérias e pesticidas em alguns produtos. O governo está tomando medidas para melhorar a segurança dos alimentos e proteger os consumidores.

(*) com Swissinfo.ch

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Curiosidades

OS EUA E O NÚMERO 13

Os norte-americanos gostam do número 13 e têm razões para isso. A América foi descoberta a 13 de Outubro de 1429. A República dos Estados Unidos começou por 13 estados e a sua bandeira teve 13 estrelas e 13 listas. A sua divisa “Et Pluribus unum” tem 13 letras. O seu emblema, a figura da liberdade, tem 13 estrelas a coroar-lhe a fronte. A águia americana aperta, numa das garras, um ramo de oliveira que tem 13 folhas e, na outra, 13 raios; cada uma das suas asas tem 13 penas e tem, no peito, um escudo com 13 raios.

TALVEZ NÃO SAIBA QUE...

A mina mais antiga do mundo é a “Stora Kopparberget”, na Suécia, da qual se tem extraído cobre, ininterruptamente, há mais de 850 anos.

Sabia que...

O Acordo Ortográfico não é obrigatório em Portugal?

O Acordo Ortográfico de 1990 (AO90) é um acordo entre os países lusófonos sobre a forma de escrita do português, mas não é uma lei obrigatória em Portugal.

As pessoas podem escolher se desejam seguir as regras do (inútil) AO90, ou usar a orto -

A crina do cavalo é o mais forte de todos os filamentos animais.

As folhas das árvores são os melhores condutores de electricidade; uma simples erva atrai três vezes mais electricidade do que uma agulha de aço.

grafia pré-AO90. O AO90 é apenas uma resolução do Conselho de Ministros, não sendo uma lei, portanto, não é possível ser preso ou punido por não seguir as regras e não respeitar o AO90.

https://tinyurl.com/anti-AO90

Quando nascem, algumas baleias medem 8 metros de comprimento e pesam 7 toneladas.

O hábito de usar luvas é remoto. Já na “Odisseia”, o velho Laertes arrancava os espinhos das flores do seu jardim, com luvas calçadas.

ALFABETOS

A adopção do alfabeto, em vez de pictogramas, verificou-se no mundo semítico, entre 1700 e 1500 anos

A.C.. Esta linguagem dos semitas ocidentais inventou um sistema de consoantes, baseado em princípios fonéticos e silábicos. A letra mais antiga é “O”, mantendo a sua forma desde que foi adoptado pelo alfabeto fenício, cerca de 1300 A.C.. Existem actualmente 65 alfabetos.

UM ÚNICO SOBREVIVENTE

Saint-Pierre foi uma povoação da ilha da Martinica. Nessa povoação havia um cárcere subterrâneo, nos baixos da fortaleza, habitado por um único recluso, condenado a prisão perpétua. Um dia, o vulcão da ilha, o Mont Pelée, saiu da sua imobilidade e entrou em erupção. A povoação de Saint-Pierre, composta por 45.000 habitantes, desapareceu do mapa. Desta catástrofe, houve um único sobrevivente: o preso do cárcere da fortaleza.

ORIGEM DA CRUZ VERMELHA

Henrique Dunant, um dos maiores benfeitores da humanidade, nasceu em Genebra, a 8 de Maio de 1828 Henrique Dunant tinha 30 anos quando, durante uma guerra, teve ocasião de observar a insuficiência do serviço de socorros a feridos. Nessa época (1859), pessoal e material sanitário dos exércitos não estava neutralizado, e cada beligerante só recolhia, no campo de batalha, os feridos da respectiva nacionalidade. O homem, mesmo ferido, continuava a ser considerado inimigo.

Para remediar este bárbaro estado de coisas, Dunant procurou o auxílio de algumas mulheres generosas. No dia 24 de Junho, depois da batalha de Solferino, em que, durante quinze horas, 300.000 homens combateram frente-a-frente, Dunant e as suas auxiliares recolheram a trataram milhares de feridos.

Depois de incansáveis trabalhos, o grande filantropo conseguiu que os seus princípios fossem aceites por todas as nações e, em 1864, os representantes de 16 nações, reunidos em Genebra, decidiram, sob proposta de Dunant, a neutralidade das ambulâncias e a criação de sociedades de socorros a feridos. Estes, fosse qual fosse a sua nacionalidade, deviam ser recolhidos e tratados.

Escolheu-se, como emblema distintivo único para todos os exércitos do mundo, em homenagem à Suíça, a cruz vermelha sobre o fundo branco, para servir d protecção a todo o pessoal e material sanitário. Em 1901, partilhou com o pacifista francês Frederi Passy, o primeiro Prémio Nobel da Paz, que doou à Cru Vermelha. Henry Dunant, que morreu em 1910, dedico toda a sua fortuna à caridade.

OS SUORES

É frequente encontrar quem pense que a transpiração é uma coisa perigosa. Ora não só o suor não é perigoso como até é útil e indispensável à saúde. O homem que não transpira, cuja pele é seca e rugosa, está sempre intoxicado. Esta intoxicação traduz-se, habitualmente, pela falta de energia, dores de cabeça, fadiga ao acordar e, às vezes, também por nevralgias e dores articulares.

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NÃO IMPORTA ONDE ESTÁ. COM A CAIXA FICA MAIS PERTO.

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Assim funciona um teste de álcool

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Esta é a última edição

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