Revue Cultive n° 14

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Viagem Histórica original. Talvez, isso explique a ampla difusão da arte de copiar dos chineses. Na China, a cópia é natural. Xue (segundo tom) é uma palavra que ilustra bem o assunto. Esse termo pode ser traduzido como estudar ou aprender, ou ainda como a ação de copiar alguém. André Cheng, no livro A Prática da China, menciona a dificuldade de abolir a cópia, pois isso implicaria condenar também o aprendizado. Em relação à pintura, conceitualmente, para o chinês ela é uma continuação da escrita e exprime aquilo que a linguagem não alcança, podendo ser classificada também como a finalização da escrita.

Artes e artesanato CHINÊS POR REGINA NAEGELI Pintura Desde a dinastia Shang, no século 16 a.C., os afrescos já decoravam as tumbas, os templos e os palácios na China. Apreciadores das artes plásticas, os chineses se interessaram por essa forma de expressão, seja por meio do papel e dos tinteiros – caligrafia –, seja com a utilização de pincéis, tintas – pinturas. O interesse pela poesia veio mais tarde. Tanto na pintura como na caligrafia, o artista reconhecido é aquele que pinta “na- turalmente”, ou seja, sem esforço, uma vez que “a arte emana das entranhas do ser”. Outro detalhe curioso é que o artista chinês jamais desenvolve seus trabalhos a partir da própria imaginação e sim da memória. Em outras palavras, considera-se que o valor do artista está na capacidade de copiar e imitar os grandes mestres antepassados. É por essa razão que, na China, vemos à exaustão os mesmos quadros de flores e paisagens por onde quer que passemos. Os quadros são os mesmos, porém com interpretações diversas. Essa técnica visa, antes de tudo, atingir a perfeição do traço. Para eles, uma imitação perfeita é apreciada por suas qualidades técnicas tanto quanto a obra

Vale lembrar ainda que o artesanato chinês não se restringe apenas à pintura. Ele é riquíssimo em variedade e espetacular pelo nível de detalhes e o grau de sofisticação com que as peças são confeccionadas, destacando-se o bordado em seda; a cerâmica e a porcelana; as esculturas e adereços em jade – pedra ornamental –; as peças em cloisonné, como aqueles vasos e pratos tipicamente chineses decorados por desenhos com vários pequenos compartimentos preenchidos com uma pasta de esmalte vitrificado; a arte da laca – espécie de verniz natural extraído de plantas –; a tapeçaria; o batique, técnica de tingimento em tecido artesanal; a arte feita em papel recortado, os chamados papercuts ou jianzhi ; as pipas; entre tantas outras formas de artesanato.

Seda A seda foi introduzida na China também na dinastia Shang, tornando-se objeto de intenso comércio entre o Oriente e o Império Romano. Os chineses conseguiram manter o monopólio do cultivo da larva da seda até o século 2 a.C., quanRevue Cultive - Genève

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