Sarau da mulher
Mulheres Protagonistas na Pandemia, na Política e na Moda.
emancipação feminina, pois, em muitos casos, as próprias mulheres carecem de empatia, ao julgarem umas as outras, seja pelo fracasso de seu relacionamento; por ter sido a amante de um caso extraconjugal, ou pior, culpando-se por abusos sexuais e outras violências da alma.
Por Dayane Nayara Alves Em virtude da Pandemia do ronavírus, desde março de 2020, intensificou-se a responsabilidade da mulher pela manutenção do lar, fato evidenciado, de forma similar, quando, na Segunda Guerra Mundial, vez que, neste período, a mulher teve de cumprir os trabalhos domésticos e também contribuir economicamente nas contas de casa.
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A explicação para o referido fenômeno advém do modelo de “virtudes naturais” associadas à figura feminina, o qual desenha a imagem ideal feminina como de cuidadora. Nesse paradigma, a mulher teria de “saber cozinhar”, teria de “se arrumar para seu homem” (não para si), principalmente porque as vontades e os interesses femininos seriam vistos como vitrines. Atualmente, continuasse a atribuir a responsabilidade pela gestação tão somente à figura materna. Dependendo das circunstâncias, se “o casal” engravidou, acusam-na ou elogiam-na, quando, na verdade, a tarefa de acompanhar o processo de prevenção ou de decisão sobre a gravidez seria mútua. Já, em 2021, ainda sobre os efeitos nefastos da pandemia, o patriarcado continua forte, sobretudo, frente aos novos e antigos obstáculos para a 86
Revue Cultive - Genève
Há, ainda, as que se valem de estudos biológicos para justificarem a necessidade de distinção entre hábitos alimentares com base no gênero, teoria esta pautada sobre a diferença social que inferiorizaria um dos gêneros. Em crítica, Simone de Beavouir pontua: “Não se nasce mulher,
torna-se mulher.” Afinal, não há exatamente justificação biológica para o nascimento de uma mulher. Nesse sentido, como estudioso da filósofa, Stolke asseve ra que: “expressar as relações sociais em termos biológicos é um mecanismo ideológico para tornar fatos sociais imutáveis”. Por essa razão, faz-se necessário romper com todas as teorias que limitam a condição feminina, pois toda mulher, na dinâmica do seu desenvolvimento, pode ser e tornar-se o que quiser. Nesse contexto, exsurge-se a presença feminina em profissões antes vistas apenas para homens, em detrimento dos que insistem em atribuir ao corpo frágil, de forma sofística, a fraqueza do gênero feminino.