Prefácios
Bruno Calvo Dorfman
Prefácio à primeira edição da Nova Gramática Oficial do Português Brasileiro Os autores deste livro ousam a lisonjear que as regras por ele propostas e encomendadas logram justificarem a si mesmas, sendo eminentemente corretas e razoáveis. Decidimos, pois, que este espaço melhor serviria a uma explicação deste livro, e do interesse do governo em sua produção. Temos certeza de que isso também é eminentemente razoável àquele seleto grupo do corpo discente que poderíamos denominar ‘mentalmente privilegiado’ (ao qual, portanto, dispensamos da leitura desta parte e encorajamos que se adiante no estudo daquelas que se seguem), mas muitos, infelizmente, não pertencem a ele. Preocupações de inclusividade e acessibilidade, então, nos obrigam à escrita deste prefácio. Repito a questão: por que este livro? Naturalmente porque um país unido precisa de uma língua unida — e uma apenas — mas há uma pergunta mais interessante: como este livro? Nosso país sempre foi um de diversidade, várias raças vivendo em harmonia. É minha opinião pessoal que a marca definitiva do reconhecimento disso é o romance Iracema. Lá estão todos — indígenas, portugueses, franceses, holandeses, italianos e africanos. Surge, portanto, uma preocupação de garantir que a língua brasileira não exclua nenhum grupo. Por isso, para o fim de
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