ENS - Carta Mensal 550 - Dez 22 / Jan 23

Page 1

Ano LXIIdezembro/janeiro 2022/23550 Um pouco de nós para todos nós página 8 75 Anos da Carta das ENS página 16 CARTA EQUIPES DE NOSSA SENHORA MENSAL Maria, escolhida de Deus para amamentar a salvação

Índice

SUPER-REGIÃO

Encerrando um ciclo e iniciando outro ............................................................. 2 Buscando mais conhecimento para melhor viver o Movimento 3 Balanço 2022 4

Feliz Natal 5

Projeto Vocacional ENS 6 Natal: veio até nós a divina criança .................................................................. 7 Um pouco de nós para todos nós .................................................................... 8 Sagrada Família de Jesus, Maria e José 9 ENCONTRO MUNDIAL DAS FAMÍLIAS

2o dia – Amor Familiar 10

IGREJA CATÓLICA

A beleza da criação vista pelo coração 12 Sinodalidade eclesial (6): Jesus nos “sinodaliza” ............................................... 13

DATAS RELIGIOSAS

Festa dos Santos Reis 14 Imaculada Conceição 15

DATAS DO MOVIMENTO

75 anos da Carta das ENS 16 RAÍZES DO MOVIMENTO

O trabalho da Equipe Dirigente ..................................................................... 18 EJNS

Encontro Internacional • EJNS Roma 2022 20

TESTEMUNHO

Eu enfrento 22 O discernimento 23 Por que continuar nas ENS após a viuvez ....................................................... 24

REFLEXÃO

Tempo de Natal 25 Novena de Natal 26

Advento: tempo de expectativa 27 A Rosa dos Ventos Celestial 28 PARTILHA E PCE

Uma Regra de Vida bem vivida ..................................................................... 29 Todo progresso exige uma Regra de Vida ....................................................... 30 FORMAÇÃO

Laudato Si: é possível educar para um novo mundo 31 CONTOS

O cego e o publicitário 32

ACESSE CARTA MENSAL SONORA:

Carta Mensal é uma publicação periódica das Equipes de Nossa Senhora, com Registro “Lei de Imprensa” Nº 219.336 livro B de 09/10/2002. Responsabilidade: Super-Região Brasil - Lu e Nelson - Equipe Editorial: Responsáveis: Débora e Marcos - Cons. Espiritual: Pe. Franciel Lopes - Membros: Lázara e Edison - Jornalista Responsável: Vanderlei Testa (Mtb. 17622), para distribuição interna aos seus membros. Edição e Produção: Nova Bandeira Produções Editoriais - R. Turiassu, 390, Cj. 144, Perdizes - 05005-000São Paulo SP - Fone: 11 98201-8282 - email: novabandeira@novabandeira.com - Responsável: Ivahy BarcellosRevisão: Jussara Lopes - Diagramação, preparação e tratamento de imagem: Douglas D. Rejowski - Imagens: ((internet - geral). Tiragem desta edição: 25.404 exs. Cartas, colaborações, notícias, testemunhos, ilustrações/imagens devem ser enviados para ENS - Carta Mensal, Av. Paulista, 352, 3o Conj. 36 - 01310-905 - São Paulo-SP, ou através de email: cartamensal@ens.org.br A/C de Débora e Marcos. Importante: consultar instruções, antes do envio de material para a Carta Mensal no site ENS (www.ens.org.br) acesso Carta Mensal

ENS_CM 550_dez/jan_miolo-capa_NB
no
edição dezembro/janeiro 2022/23 N O
S Está
somente
550
T Í C I A
sendo publicado
na CM DIGITAL acesse pelo site ens.org.br CM 550
EDITORIAL 1

Queridos equipistas!

"Ao mesmo tempo em que olhamos para trás e percebemos a trajetória percorrida pelo Movimento, olhamos para a frente,vislumbrando uma rea lidade cada vez mais exigente de nos so testemunho cristão.” (Pe. Mário Jose Filho - SCE SR 1995 -1999)

É assim, como descrito por Pe. Mário ( in memoriam ), que devemos seguir em 2023. O que este ano foi bom, po deremos aperfeiçoar e o que não foi ou que não conseguimos realizar, com as graças de Deus, teremos oportunida de de corrigir, melhorar e aprimorar. É esse olhar prospectivo e otimista que nós, cristãos, devemos ter, pois carre gamos a certeza da presença de Deus no meio de nós. No artigo de Lu e Nel son, eles realçam a importância para o Movimento do retorno à presenciali dade e alegria de estarmos em contato com o outro e D. Moacir fala sobre os ciclos que começam e terminam e nos convidam à renovação, crescimento e amadurecimento na fé.

Flor e Celso nos recordam que, diante dos balanços, não devemos colocar um ponto final... Na verdade, eles servem como base para um novo e bom co meço. De igual modo, Lourdes e Sobral sugerem que também façamos uma reflexão sobre a sustentabilidade ma terial do nosso Movimento. Como está nossa contribuição financeira? É atra vés dela que temos a possibilidade de implementar nosso Projeto Vocacional, cujo objetivo é auxiliar a formação dos futuros e queridos SCE! Leiam o artigo e se alegrem, pois com nossas contri buições leais e conscientes, foi possí vel atender seminários de várias partes do nosso Brasil.

Um Movimento com história! É o que nos dizem Mariola e Eliseu através do artigo em comemoração aos 75 anos dos Estatutos das ENS. Faça valer a pena - o que dizer e esperar, neste momento...

Frei Arthur, em seu último artigo sobre a Laudato Si , diz que o foco da sua re flexão foi a educação como elemen to fundamental de responsabilização, cristã e social, sobre a criação divina. Será que nós equipistas conseguimos incorporar e nortear nossas famílias nessa perspectiva?

Enfim, chegou o Natal! Será apenas mais um, ou com as experiências acu muladas vamos ter um Natal diferente? Frei Levi nos oferece como possibilida de, termos o olhar do místico Francisco de Assis especialmente diante de ame aças que pairam sobre a humanidade, e Pe. José Oslei nos orienta para o cami nho de conversão que esse aconteci mento deverá suscitar. Que consiga mos perceber na singeleza da manje doura o convite ao amor verdadeiro e a esperança que não termina. Amigos queridos, vários artigos gosta ríamos de referenciar aqui, entretan to o espaço não permite. Desejamos que se encantem com a vida que jorra através da Carta Mensal. Aproveitamos também para agradecer a generosida de dos que colabo raram conosco em 2022 e desejamos um Feliz Natal e um ano novo mui to abençoado e ilu minado pelo amor de Deus.

EDITORIAL
CM 550 1

Encerrando um ciclo e iniciando outro

Queridos equipistas, Graça e Paz em Cristo Jesus, Nos so Senhor!

Este tempo que vivemos, encer rando um ciclo e iniciando outro, é continuamente um convite para a renovação que deve acontecer em nossa vida pessoal, conjugal e equipista, levando-nos a crescer e amadurecer na fé e na vivência de nosso carisma sempre na direção de Cristo. As mudanças de contextos, as transformações da sociedade são um desafio para a busca da realiza ção de nossa vocação primordial – a santidade –, progredindo para che garmos à estatura do homem novo, criado à imagem de Jesus Cristo que é o mesmo ontem, hoje e para sem pre (cf. Hb.13,8).

O ano litúrgico sempre se encerra com a proclamação solene da festa de Cristo, Rei do Universo, e a ce lebração do seu povo no dia nacio nal dos cristãos leigos e leigas, que compõem fundamentalmente as nossas equipes e a serviço dos quais estão os ministros ordenados e os irmãos e irmãs de vida consagrada. O novo ciclo é iniciado com a prepa ração para a Encarnação do Senhor, desde a preparação nas Novenas de Natal como a celebração do Natal, quando fazemos memória e mani festamos a certeza de que Deus está no meio de nós.

O Senhor se aproxima de nós as sumindo nossa realidade humana e nos conduzindo com suas palavras,

gestos e exemplos para assumir mos, unidos a Ele, a sua realidade divina ao nos tornar, Nele, filhos e filhas de Deus pelo batismo. Da mesma forma que o Senhor se apro xima de nós, se encarna em nos sa realidade, se dispõe a caminhar junto conosco e nos ajudar a reali zar o projeto salvífico de Deus para nós. Cada equipista deve assumir esta dimensão manifestada na en carnação, deve tornar-se também próximo de seus irmãos e irmãs, ca minhando juntos, ajudando e rece bendo ajuda para realizar com êxito este buscar juntos a santidade atra vés da prática pessoal dos PCEs e da Ajuda Mútua.

Aproveitemos mais esta oportuni dade que o Senhor nos concede para imitarmos seu exemplo. Como seu povo renascido nas águas do batis mo, integrado na missão pela Cris ma, conformado a ele pela Eucaris tia, e enviado em missão pelo Ma trimônio, a Ordem e a Vida Consa grada, possamos seguir juntos neste novo tempo com mais disposição para conhecer, amar e servir nas famílias, no Movimento, em nos sas comunida des eclesiais e nos ambientes da so ciedade onde es tamos inseridos.

Deus é Bom sempre! Vamos juntos!

SUPER-REGIÃO
2 CM 550
D. Moacir Arantes SCE Super-Região

Buscando mais conhecimento

para

melhor viver o Movimento

Olá, estimados amigos, Chegamos ao final de mais um ano... Este ano ainda tivemos que enfrentar as consequências da pandemia que deixaram algumas sequelas em nos sas vidas, tivemos muitas provações e perdas muito significativas. Mas também foi um ano de muitas bên çãos, muitas possibilidades, quando pudemos retomar as nossas ativida des presenciais, os nossos encontros que tão bem fazem para fortalecer o nosso ser equipista, nossa caminhada na busca da perfeição cristã.

Por onde tivemos a oportunidade de estar este ano, vimos e sentimos em cada irmão um desejo imenso de fazer e viver melhor, de buscar mais conheci mento para melhor viver a sua pertença ao Movimento e também sua vivência conjugal e familiar.

Podemos dizer que foram inúmeros os avanços de nosso Movimento na bus ca de uma ação evangelizadora em co munhão com os apelos de nossa Igreja. Com o auxílio do Tema de Estudo e das orientações do ano, tivemos a oportu nidade de viver mais intensamente nos sa mística ajudando mutuamente os ir mãos e testemunhando nossa vivência cristã no âmbito da casa comum, pro curando ser fermento na massa. Nossa esperança renova-se na possibi lidade de, cada vez mais, termos a cer teza de que na busca das três atitudes propostas pelo Movimento (Cultivar a assiduidade em nos abrir à Vonta de e ao Amor de Deus; desenvolver a

capacidade para a Verdade; aumentar a capacidade de Encontro e Comunhão), vamos realizando nosso seguimento ao Cristo Jesus, alicerçando a vida conjugal e familiar em sólidos pilares.

"Ao mesmo tempo em que olhamos para trás e percebemos a trajetória percorrida pelo Movimento, olhamos para a fren te, vislumbrando uma realidade cada vez mais exigente de nosso testemunho cristão.” (Pe. Mario Jose Filho - SCE SR 1995 -1999)

Nos preparamos para acolher o ano novo. O coração já está pronto para re ceber novas orientações e novos dire cionamentos com a esperança de que se não foi possível neste ano realizar todos os projetos e sonhos, o próximo nos abre novas possibilidades e nos en che de alegria. Que o Senhor ilumine e abençoe a cada um e que este Natal e o Ano-Novo se jam fecundos e nos encha de esperança e entusiasmo para recomeçar. “Como Igreja, participar e comprome ter-se com a construção do Reino, viven do o sacramento do Matrimônio, bus cando a vontade e o amor de Deus, a ver dade, o encontro e a comunhão, na vida em comunidade.” (Objetivo ge ral do Movimen to das Equipes de Nossa Senhora)

SUPER-REGIÃO
CM 550 3

Balanço 2022

“Todos aqueles que se deixam con duzir pelo Espírito de Jesus são fi lhos de Deus” (Rm 8,14). Se isso vivemos, alcançamos a meta do ano equipista: “Eu quero o que Tu queres.”

O momento do balanço não deve su gerir em nós um “ponto final”. É sim plesmente tempo de avaliar, para na continuidade dar melhor qualidade à nossa entrega: “...assim como o meu corpo está en tregue à minha alma, todo o meu ser se abandona ao Espírito Santo”. Eis a vir tude do abandono, que para nós ainda é simplesmente o que nos leva a reali zar atos de abandono. Quiçá chegue mos ao dia em que o abandono se torne um estado permanente: a santidade! Quando chegamos ao final de mais um ano precisamos parar e avaliar, trazendo ao nosso presente tudo o que vivemos e também o que ficou à parte. Há um misto de ânimo e decepção que nos leva a equilibrar júbilo e penitência.

Sim, fizemos muitas coisas em nome do Senhor que nos alicerçou no serviço, mas ao mesmo tempo pedimos perdão pelas coisas que ficaram à beira do ca minho, ou que não fomos capazes de cultivar porque nos faltou a força ou a coragem que não soubemos buscar na “Fonte”, no momento certo.

Nesse sentido só nos resta redimir, pedir perdão Àquele que está sempre perto e retomar com renovada disposição o nosso compromisso.

Tantos foram os momentos de supe ração vividos nesse ano que, felizes, podemos entregar ao nosso único Se nhor para dar-lhe glórias e assim fazer

valer a nossa humilde tarefa de “ser vos inúteis”...

A análise de perdas e ganhos nos levou a confiar cada vez mais na graça divina que,a nós equipistas,vem através do Mo vimento das Equipes de Nossa Senhora. Renovemos o nosso amor e cheios de confiança sigamos para mais uma eta pa, entregues à vontade de Deus e ati vos na construção do Reino, onde cada qual tem um serviço específico.

Olhando para Maria sempre teremos as respostas... talvez não as que gostarí amos, mas certamente as mais dignas de confiança.

Que nunca nos falte a oração, que é uma fonte da nossa missão. É na ora ção que o seguidor de Jesus encontra estímulo e orientação para sua ação, não correndo o risco de se tornar um simples “burocrata” do que anuncia.

A simplicidade deve ser o estilo de cada um de nós, equipistas, que não confia mos nas próprias forças mas na vonta de de Deus Pai.

Dá-nos a tua graça, Senhor, para a rea lização do teu projeto de amor que não tem fim e do qual, nesse exato momen to e até o nosso último suspiro, somos nós os protagonistas que escolhestes. Que nossa alma seja cheia de Deus e ple na da sua Luz para que a clareza da Fé e a sabedoria façam pulsar em nós a vida que busca a vossa Face, Senhor!

SUPER-REGIÃO
III 4 CM 550
Flor e Celso CRP Sul

Feliz Natal

“Quero celebrar a memória daquele menino que nasceu em Belém, e ver de algum modo com os olhos cor porais os apuros e necessidades da infância dele, como foi reclinado no presépio e como, estando presentes o boi e o burro, foi colocado sobre o feno” (1Cel 84, 8).

Assim se expressava São Francisco de Assis, que em 1223 dá origem cristã ao presépio. Motivado por este seu desejo, quer vivenciar este mistério através da celebração do Natal e, ajudado por al gumas pessoas, de fato o realiza. Olhar para Francisco de Assis é perceber a sua grande sensibilidade frente ao mistério da Encarnação e, realmente sem ela, pode passar despercebida a riqueza deste momento tão significativo para nós cristãos. O Seráfico pai possui um “faro” do Mistério, ele intui que por trás deste acontecimento se esconde algo precioso, um desígnio e que “de algum modo com os olhos corporais” ele quer ver. E mais. Quer sentir “os apuros e ne cessidades da infância” d’Aquele que se manifestou tão discreto, pobre, singe lo, tão humilde que num primeiro olhar realmente não é possível captar. Aliás, o Serafim de Assis “quer fazer memória” deste gesto amoroso de Deus, e fazer dele uma fonte que o inspira a traduzir em gestos o que é visto em cena. De fato, nos teatros atuais que se fazem no Natal, muitos ficam no espetáculo e na espera de aplausos, mas pouco ou nada se transforma em atitudes reais. O Pobrezinho de Assis se voltou para os mais necessitados no corpo e na alma. Acudia o menor, certamente lembran do Aquele que nascera pobre, humilde e dependente.

Nestes dias atuais, lembremos e cele bremos Jesus que veio para os seus e alguns dos seus não o acolheram; mas os que o fizeram se tornaram filhos da luz e iluminam o mundo.

Nestes tempos atuais, tão necessário é termos o olhar do místico Francisco de Assis especialmente diante de ameaças que pairam sobre a humanidade. Dar mo-nos conta que a história está nas mãos sábias do Senhor Jesus, e que tudo concorre para o bem dos que amam a Deus, e tudo aquilo que fizermos seja feito pelo Senhor Jesus; mas, especial mente olhemos e atuemos junto aos indefesos, aqueles que não têm voz e nem vez, certos de que se fizermos o bem, a seu tempo havemos de colher. Convencemo-nos de que as pequenas coisas boas multiplicadas se tornam grandes e firmes. Francisco de Assis foi o homem das pequeninas coisas, fei tas no anonimato, no silêncio fecun dado pelo Espírito Santo e sua força; façamos o bem en quanto nos é dado viver e “não deixe mos que nos rou bem a esperança”. (Papa Francisco)

SUPER-REGIÃO
CM 550 5
Frei Levi Jones Botke SCEP Sul III

Projeto Vocacional ENS

Para nós, a experiência da entrega for mal do cheque foi incrível! Não só por poder ajudar o Seminário de forma concreta, mas também pela oportu nidade de estar com aqueles jovens e, o melhor, divulgar o Movimento das ENS e as obras do nosso querido Pa dre Caffarel, por meio da doação do kit de livros.

O Movimento das Equipes de Nossa Senhora sempre muito dinâmico, em constante crescimento e evangeliza ção. O Espírito Santo sempre soprando a direção fez com que as ENS estivessem atentas também aos seminaristas, atra vés do Projeto Vocacional das Equipes. Este Projeto Vocacional apoia a forma ção de novos sacerdotes, por meio de orações em favor das vocações sacer dotais e, também, de doações financei ras aos seminários de várias Províncias. O Movimento tem especial apre ço para com os sacerdotes e procura apoiar tanto os Sacerdotes que fazem parte do Movimento como também as Igrejas particulares em seus pro jetos vocacionais. A nossa Região Mato Grosso do Sul I foi agraciada com um valor em dinheiro, para ser entregue ao Seminário Cristo Rei em Cuiabá-MT. Parte do montante foi originada de uma parte das doações de equipistas, por ocasião da inscrição no Encontro Nacional das Equipes em Fortaleza, o qual foi cancelado em ra zão da pandemia. Esta contribuição nos encheu de alegria, pois as Equipes Distantes em Cuiabá, que estão em fase de expansão, puderam receber este carinho do Movimento, ajudando na formação de novos seminaristas e, quem sabe, futuros Sacerdotes Con selheiros Espirituais.

A visita ao Seminário Cristo Rei acon teceu no dia 26 de maio de 2022 e estiveram presentes conosco os ca sais da Expansão Cuiabá Meire e Feli pe, Léo e Carlos e o SCE Pe. João Vytor. Tivemos também a felicidade de con tar com a presença do SCE da Provín cia Centro Oeste, Pe. José Oslei, que estava em Cuiabá para a pregação do Retiro das ENS. Foi uma manhã calo rosa! Quanto carinho e atenção re cebemos do Pe. Marcus Vinícius, que ouviu atentamente e indagou sobre o Movimento. Quanta alegria do Pe. Deoni, reitor do seminário, ao receber a doação e ainda mais por saber que o Movimento tem esse cuidado com os seminários e um elo muito grande com os sacerdotes. Quanto ao acolhi mento dos seminaristas, que nos pro videnciaram um delicioso almoço, ti vemos oportunidade de falar sobre as Equipes de Nossa Senhora, seu caris ma, mística e espiritualidade. Fica a nossa imensa gratidão ao Mo vimento das Equipes de Nossa Se nhora, por proporcionar momentos marcantes como este, e que veio ajudar o Seminário em Cuiabá e in diretamente as Equipes Distantes daquela cidade.

Regina e José Luís CRR MS I Prov. Centro-Oeste

SUPER-REGIÃO
6 CM 550

Natal: veio até nós a divina criança

Vamos viajar no tempo e no espaço. Vamos a Belém. Estejamos na presença de São José e da Virgem Maria. Eles fi zeram uma longa caminhada (150 km aproximadamente). Belém encontra -se com sua população acima do nor mal. É tempo de recenseamento. José e Maria não têm onde hospedar-se. Batem de porta em porta. Ali naquele isolamento aconteceu o parto de Ma ria, trazendo ao mundo o filho de Deus: nosso Redentor. Na simplicidade da gruta de Belém, toda iluminada com o esplendor da luz divina, proclamamos: é Natal! Eis a festa da luz. Eis a festa do amor. É festa no mundo! Festa na igreja. É festa nas famílias!

Nos fala o Papa Francisco: “Deus fez -se pequeno a fim de que pudéssemos compreendê-lo, acolhê-lo e amá-lo”. O dia tão esperado finalmente aconte ceu: “O povo que andava nas trevas viu uma grande luz”. Celebremos a vitória do amor triunfante de Deus.

Para nós, que temos sempre que lutar contra as sombras e a morte, “uma luz resplandeceu para nós”! Porque algo inacreditável, algo que parecia um so nho nos aconteceu: “Nasceu para nós um menino, um filho nos foi dado”. Olhem o presépio! Contemplem a man jedoura e prestem atenção: “A graça de Deus é revelada em uma criança, neste menino que nos foi dado”. Que graça pequenina: uma criança! Que graça in finda: é Deus que veio nos visitar! Creia. Deus vem a nós, veio para sustentar o fraco, levantar o caído, consolar o so frido, amparar o desprotegido, dar vigor e força ao enfraquecido. Ele veio para aquele que jazia nas trevas e agora pode

receber e reconhecer a luz. Eis a alegria da Igreja. Celebrar a vitória sem igual!

São Leão Magno (século V) dizia ao povo na noite de Natal: “Hoje nasceu o nosso salvador. Alegremo-nos. Não pode haver tristeza no dia em que a vida dissipou a morte. Hoje nasceu aque le que traz a promessa da eternidade. Ninguém está excluído da participação nesta felicidade. Exulte o justo porque se aproxima da vitória. Rejubile o pe cador porque lhe é oferecido o perdão”. Deus sempre rejeita as lógicas e os es quemas das forças das armas ou da prepotência humana. Deus escolhe vir ao nosso encontro na simplicidade, na ternura, na fragilidade de uma criança nascida no meio de animais em abso luta pobreza. Na singeleza da manjedoura o filho de Deus nos convida ao amor verdadeiro e a esperança que não termina. Façamos um silêncio-memória e rezemos pelas crianças que sofrem todo tipo de abu so e violência. Nessa memória o Natal nos chama à nossa conversão e nos in terpela a transformar o que precisa ser transformado. Que esta festa revigore a fé em nossos corações que tanto pre cisaremos para enfrentar os desafios vindouros. Que a luz divina ilumine os nossos caminhos a serem percorridos em todos os dias do novo ano que se aproxima. Rei ne a paz, o amor e a união em nossos lares. Feliz Natal a todos.

SUPER-REGIÃO
CM 550 7
Pe. José Oslei SCEP Centro-Oeste

Um pouco de nós para todos nós

Faz pouco, vivenciamos o período de Balanço em nossas equipes. Lançamos olhar sobre nossa caminhada equipista de 2022... certamente, consideramos sobre nossa vivência dos Pontos Con cretos de Esforço, a vida de equipe, a in serção no Movimento e o compromisso na Igreja e no mundo. No entanto, neste conjunto de reflexões, passou por nos sa cabeça avaliar nossa contribuição fi nanceira às ENS?

A contribuição financeira está pre vista no Estatuto como sendo um dia de trabalho do casal ao ano. A primei ra pergunta que nos surge, então, é se nossa contribuição reflete esta regra. Realizamos o cálculo de forma verda deira, atualizando-o toda vez que seja necessário? Esta pergunta também nos chama a compreender a sabedoria do Pe. Caffarel ao estipular uma regra que respeita e valoriza a contribuição de cada um, importando mais o compro misso e lealdade de cada casal do que os valores em si.

Como vocês já sabem, no Brasil opta mos por dividir este dia de trabalho em dez parcelas. No momento em que es crevemos este texto, cerca de 3% das equipes não fizeram uma única con tribuição neste ano, enquanto pouco mais de 60% têm suas contribuições feitas de forma regular. Claro, não po demos julgar as circunstâncias de cada casal, mas estes dados nos provocam: qual nosso grau de compromisso com as propostas do nosso Estatuto?

Por outro lado, é inevitável que outra pergunta nos venha: fomos favore cidos com os frutos da contribuição

realizada pelos equipistas? A contribui ção recebida dos equipistas se destina à manutenção, expansão e realização da missão das ENS. E assim ela tem sido aplicada, nem mais, nem menos. Ela sustenta a realização de encontros e formações em diferentes níveis de es trutura, visando animar e aprofundar a vivência do carisma do Movimento pelos equipistas de base. Cada vez que vocês participam, são beneficiados pela contribuição de todos os equipistas. A Carta Mensal, o nosso rico acervo de publicações, o site, as redes sociais e, mais recentemente, o aplicativo, são também instrumentos de animação e formação. Mais uma vez, é a contribui ção de todos ajudando a todos. Quanto vocês têm aproveitado desses recursos? É um privilégio contarmos com um Conselheiro Espiritual em nossas equi pes. Para nós, é muito gratificante pen sar que, por meio de nossa contribuição financeira, nos integramos ao projeto vocacional das ENS, ajudando na for mação de novos sacerdotes. E vocês, já pensaram nisso? Enfim, a contribuição financeira ao Movimento é um pouco de nós para todos nós. É partilha. É participação na obra iniciada pelo Pe. Caffarel, que tem transformado e santificado tan tos casais e sacer dotes. Que cada um participe com seu melhor!

SUPER-REGIÃO
8 CM 550

Sagrada Família de Jesus, Maria e José

“No primeiro domingo após o Natal, a Igreja nos convida a comemorar a Sa grada Família em uma Festa Litúrgica. O momento é para lembrar Jesus, Maria e José como exemplos para a nossa vida cristã em família.A devoção é antiga,mas foi instituída oficialmente em 1883 pelo Papa Leão XIII. Deve se observar que cada um dos três membros da Sagrada Famí lia de Nazaré tem uma representação e algo a ensinar. José é o que trabalha, orienta, conduz a casa com os braços e os ombros de pai zeloso. Nossa Senhora carrega essa responsabilidade materna de trazer até o filho o amor, o carinho, a guarda e toda a proteção do seu lar. Jesus é o grande exemplo e modelo do segui mento da obediência e também do se guimento reto de todas as orientações que lhe são apresentadas. Celebrando a Sagrada Família, somos convidados a nos inspirar nas virtudes deixadas por este exemplo de união e amor. Vivemos em uma realidade difícil, conturbada e cheia de controvérsias. Em meio a este contexto social, a Sagrada Família entra como modelo de seguimento.” (https:// www.paieterno.com.br)

Papa Francisco em Amoris Laetitia, 325 diz: Nenhuma família é uma realida de perfeita e confeccionada de uma vez para sempre, mas requer um progressivo amadurecimento da sua capacidade de amar. Todos somos chamados a manter viva a tensão para algo mais além de nós mesmos e dos nossos limites, e cada fa mília deve viver neste estímulo constan te. Avancemos, famílias; continuemos a caminhar! O que nos é prometido é sempre mais. Não percamos a esperança

por causa dos nossos limites, mas tam bém não renunciemos à procura da ple nitude de amor e comunhão que nos foi prometida.

Reze a Oração à Sagrada Família: Jesus,Maria e José,em Vós contempla mos o esplendor do verdadeiro amor, confiantes, a Vós nos consagramos.

Sagrada Família de Nazaré, tornai também as nossas famílias lugares de comunhão e cenáculos de oração, autênticas escolas do Evangelho e pequenas igrejas domésticas.

Sagrada Família de Nazaré, que nunca mais haja nas famílias episódios de vio lência,de fechamento e divisão; e quem tiver sido ferido ou escandalizado seja rapidamente consolado e curado.

Sagrada Família de Nazaré, fazei que todos nos tornemos conscien tes do carácter sagrado e inviolável da família, da sua beleza no projeto de Deus.

Jesus, Maria e José, ouvi-nos e acolhei a nossa súplica. Amém!

Seguindo os conselhos do Papa Fran cisco, caminhemos para o amadureci mento de amar mais e rezar para que possamos alcançar a plenitude e a co munhão com o Pai Celeste.

Aproveitamos e desejamos a to dos um FELIZ NA TAL e próspero Ano-Novo.

SUPER-REGIÃO
CM 550 9

2º dia – Amor Familiar

Ainda inebriados com as palavras de acolhida e acolhimento do Papa Francisco na cerimônia de abertu ra da véspera, iniciamos o 2º dia do encontro, que teve como tema Amor Familiar, com a missa cele brada na Basílica de São Pedro pelo Cardeal Kevin Farrell, prefeito do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida. Em sua homilia, admoes tou as famílias a “construir pontes entre as gerações, preservar a es perança no futuro, ser guardiões da sacralidade da vida, ser instrumen tos de misericórdia, profetas da fi delidade e da providência de Deus e testemunhar Jesus na própria vida”. Na sequência, o próprio Cardeal Far rell abriu os trabalhos na Sala Pau lo VI, explicando que os temas que seriam abordados durante todo o encontro eram os mais urgentes em relação à pastoral familiar e ma trimonial e pediu: “Perguntemo -nos, em que áreas e de que forma podemos agir melhor juntos para conscientizar as famílias sobre seu papel na Igreja?”. As palestras tes temunhais que se seguiram foram respondendo a essa questão no de correr do dia.

A primeira conferência foi realiza da pelo casal americano Gregory e Lisa Popcak, com o tema “Igreja doméstica e sinodalidade”. O casal apresentou os três ritos do que cha maram “Liturgia da Vida da Igreja Doméstica”: a adoração cristã (prá ticas simples que levem as famílias a consagrar sua vida a Deus diaria mente); os gestuais familiares (pa lavras e ações, como trabalhar, brin car, conversar e orar, que cultivem atitudes cristãs); e a proximidade entre as pessoas da própria família e destas com as de outras famílias. Neste enfoque, todas as tarefas co tidianas passam a ser oportunidades de fortalecimento dos laços familia res e um permanente convite para que Deus entre nas casas e se rela cione com as famílias.

Os temas seguintes pareciam ter saído de uma sessão de formação das Equipes de Nossa Senhora: esposos e sacerdotes unidos para construir a Igreja, jovens e idosos juntos para a Igreja do amanhã, acompanhar os primeiros anos de casamento, perdão, provação, aco lher a vida. Que bom perceber que o nosso Movimento caminha pari

ENCONTRO MUNDIAL DAS FAMÍLIAS
10 CM 550

passu com a Igreja, na busca da so lução de problemas e da valorização da família.

O Pe. Juris Jalinskis introduziu o tema Esposos e sacerdotes uni dos para construir a Igreja , di zendo: “Ao conhecer as alegrias e angústias das famílias, posso com preender melhor a vida real de hoje, porque a família é, como sabemos, a base de toda sociedade. Conhe cer e amar as famílias é a nossa vocação de sacerdotes que vêm de Cristo, que como o Bom Pas tor conhece suas ovelhas e dá sua vida por elas. Quanto aos esposos, gostaria de dizer que o seu papel na Igreja não deve limitar-se apenas a ‘dar uma mão’ ao clero em seu mi nistério, mas serem os verdadeiros protagonistas, capazes de dar fru tos abundantes à vida da Igreja, se gundo a sua vocação e carisma.”

Já o casal espanhol Eduardo de La Paz e Mónica González nos falou sobre a necessidade do acompanhamento dos casais nos primei ros anos do casamento: “Neces sitamos de um acompanhamento que nos revele o verdadeiro senti do do matrimônio, na sua dimen são sacramental e transcendental, na sua vocação à santidade. De re pente, percebemos que o outro não

existe para afligir minha vida, mas é dom de Deus, que ajuda meu ca minho de santidade, que é um dom para mim.”

Extasiados, queríamos interpelar a todos e perguntar-lhes se eram equipistas, dizer-lhes que não só concordávamos com seus pontos, mas que buscávamos o mesmo. E nesse momento, ecoava em nos sos corações a fala do Pe. Caffarel: “Procuremos juntos, unamos nossos esforços e partamos para a descoberta!”

Por fim, queremos também partilhar com vocês os curta-metragens reali zados para o X Encontro Mundial das Famílias,com temas afeitos à vivência familiar.No QR Code,o que fala sobre “Acolher o amor”,que julgamos muito pertinente ao programa desse segun do dia.Aproveitem não só ele,mas to dos (links disponíveis CM 550 digital – ens.org.br).

Tatiana e Rubens Coimbra Casal Comunicação Externa

ENCONTRO MUNDIAL DAS FAMÍLIAS
CM 550 11

Palavra do Papa A beleza da criação vista pelo coração

O Papa Francisco alerta: quando a pessoa é apenas mais um entre os outros seres, proveniente de jogos do acaso, “corre o risco de atenuar-se, nas consciências, a noção da responsabili dade” (LS, 118). Perante a afirmativa, será que o ser humano assume a res ponsabilidade sobre a continuidade da vida na face da Terra?

Alguns se sentem impotentes diante da situação de degradação ecológica e deixam que o próprio ciclo da na tureza se resolva, tanto para a con tinuidade quanto para a extinção das espécies e do planeta. Outros dizem: é hora de agir, para não sermos consi derados criminosos perante os efeitos da omissão humana. Muitos pensam que temos um mun do material desprovido de anima ção. Como dizia Galileu, em relação às atrocidades enfrentadas pela Ter ra: “ainda assim ela se move” (in LA TOUR, B. Diante de Gaia. São Paulo: Ubu, 2020, p. 102). Digamos nós: mesmo assim, a Terra se comove . O que parecia metáfora, “até as pedras gritam” (Lc 19,40), agora toma sen tido literal diante da dor que se pode provocar ao planeta. O sentido do comover-se não é que choremos pela Mãe Terra, ou nos extasiemos por ela ter uma alma. Mas que saibamos que tanto a Natureza como os seres hu manos são parte da beleza da criação e unidos louvam a Deus.

Seja o homem o responsável ou não, é evidente que a situação ecológica é de deterioração e o caminho para uma possível restauração passa pela trans formação do estilo de vida, com foco

na espiritualidade e na maior respon sabilidade dos seres humanos sobre os demais e o planeta. Nesse sentido, o Papa Francisco diz que “quanto mais vazio está o cora ção da pessoa, tanto mais necessita de objetos para comprar, possuir e con sumir... E a obsessão por um estilo de vida consumista, sobretudo quando poucos têm possibilidades de o man ter, só poderá provocar violência e des truição recíproca” (LS, 204). O envol vimento com o coração é, pois, o eixo central para um estilo de vida que per mita a continuidade da vida na Terra. É necessário tocar o coração para que se sinta a beleza da natureza e todos se tornem parceiros nas ações sobre os seres e o planeta. Relembremos as três primeiras reuniões do tema de estudo em 2015 – Discernir os Sinais dos Tempos: Olhar para o mundo de forma positiva; Olhar para o mundo em transformação; e Construir a “ci vilização do amor”. A escuta da Palavra de Ap 1, 8.17 e a meditação da LS, 238-245 eviden ciam o caráter de ameaça sobre a vida na Terra. Porém, a ameaça não nos fará mudar o que precisa ser mudado, mas somente pelo co ração é que iremos nos preparar para refazer a história rumo à civilização do amor.

Eq. 29 N. S.

IGREJA CATÓLICA
12 CM 550
Leila e Antônio Carlos do Pilar Setor B, Região BSB Prov. Centro-Oeste

Sinodalidade eclesial (6): Jesus nos “sinodaliza”

Jesus forma comunidade sinodal com os discípulos de todos os tempos. Par timos de dois textos emblemáticos, sa bendo que vale também para nós o con vite aos discípulos da primeira hora. Por gentileza, leia os textos!

A) A vocação e a missão dos discípulos à sinodalidade (Mc 3,13-15). Jesus sobe à montanha,entretém-se com o Pai,escolhe os que quis.Isso é vocação pessoal, de cada qual. Além de irem a Jesus, os eleitos são convidados a for mar comunidade entre si.Assim,a vo cação pessoal transforma-se em con vocação comunitária-eclesial.Ulterior desdobramento no processo voca cional-sinodal é que a convocação se torna provocação social-missionária. Por ser um processo dinâmico,porém, deve renovar-se pela invocação de Deus (volta à fonte) e evocação hu mana (atualizar as motivações).

Para São Cipriano, nesta Igreja sinodal, “nihil sine epíscopo,nihil sine consilio ves tro et sine consensu plebis” (nada deve ser feito sem o bispo, nada sem o conse lho dos presbíteros/diáconos e nada sem o consenso do povo), pois “o objetivo do Sínodo é, sempre, alcançar o consenso” (in unum convenire).

B) O 1º Sínodo da Igreja (At 15,135), em seis passos:

1) O sério problema na dinâmica co munidade de Antioquia, abalada por intrusos “judaizantes” (ser cristão requer submissão às práticas ju daicas), faz com que se recorra às lideranças de Jerusalém;

2) A sensibilidade sinodal de Pedro gera discernimento cheio de sabe doria, em favor da comunhão;

3) O testemunho de Paulo e Barnabé apresenta as maravilhas de Deus, entre os pagãos;

Por uma Igreja sinodal comunhão | participação | missão

4) O consenso de Tiago, representan te da tradição e ponte com os judai zantes, é indispensável;

5) A Carta Sinodal das lideranças, sob inspiração do “decidimos, o Espí rito Santo e nós”, sela a concórdia;

6) A delegação de Jerusalém e o júbilo de Antioquia pela comunhão recu perada para o bem de toda a Igreja. A prática de consultar os fiéis já exis tia desde a Igreja medieval, com base em princípio do direito romano: “quod omnes tangit, ab omnibus tractari et approbari debet” (aquilo que diz res peito a todos deve ser tratado e apro vado por todos).

O Concílio Vaticano II mostra que a sino dalidade faz parte da essência da Igreja, pois diz respeito a toda Igreja e a todos na Igreja, de sorte que “Igreja e Sínodo são sinônimos” (João Crisóstomo). Com Papa Francisco,o Sínodo se transforma de evento em proces so e incentiva a que haja “no essencial, a unidade; na dúvi da, a liberdade; em tudo, a caridade” (Santo Agostinho).

IGREJA CATÓLICA
III Sínodo 2021 2023
Pe. Mariano Weizenmann
Prov. Sul
CM 550 13

Festa dos Santos Reis

adorador. “Vem a hora, e já chegou, em que os verdadeiros adoradores hão de adorar o Pai em espírito e verdade, e são esses adoradores que o Pai deseja” (Jo 4, 23). O mundo de hoje está sedento de adoradores. É importante dedicar um tempo do nosso dia para adorar a Jesus Sacramentado, fonte de vida e de san tificação pessoal e familiar.

“Dia de Reis”, Festa dos Santos Reis, Reisada ou Folia de Reis, segundo a tradição cristã, seria o dia em que o menino Jesus recebe a visita de “uns magos”, os três Reis Magos. De acor do com a tradição, a visita ocorreu no dia 6 de janeiro. A data marca, para nós, católicos, o dia da Adoração dos Reis, “prostrando-se diante dele, o adoraram” (Mt 2,11).

Esta festa lembra a Viagem dos Reis Magos para levar ao recém-nascido seus presentes: ouro, incenso e mirra. O ouro significa presente de Reis, Ele é Rei, ou seja, Ele é o Rei univer sal. O ouro, considerado o elemento mais precioso, lembra que devemos buscar a Deus em primeiro lugar em nossas vidas. O reino de Jesus não é deste mundo.

O incenso significa a Divindade, esse menino é Deus conosco. Esse elemen to simboliza a nossa relação com o Se nhor,isto é,a oração,que se eleva a Deus como perfume (Sl 141,2). Para que o incenso possa exalar o seu perfume é necessário queimar, assim é necessário “queimar” um pouco de tempo e dedi car tempo ao Senhor. Entregar o nos so coração a Jesus. Ser um verdadeiro

A mirra significa o sacrifício, o sofri mento, ele está destinado à dor. Deus pelo amor e serviço sem reservas nem medidas, até o extremo da morte. A mirra, unguento que seria utilizado ao envolver amorosamente o corpo de Jesus descido da cruz (Jo 19, 39).  No século VIII, surgiu uma tradição que converteu nos santos Belchior, Gaspar e Baltazar. Nesta data ain da se encerram os festejos natalinos. Na figura dos Magos todos os povos e nações podem encontrar o Cristo. Je sus é a luz para os povos. O Sol vindo ao mundo para dissipar as trevas do mal e inundá-lo como o esplendor do amor divino. Jesus é a luz que ilumina a nossa vida, “Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará nas trevas, mas terá a luz da vida” (Jo 8, 12). Je sus veio para trazer a luz ao mundo, os que o escutam são chamados a serem filhos da luz. Todos nós podemos vencer as “tre vas”, que nos tiram a paz, a liberdade, e nos deixarmos ser guiados pela luz que é Jesus.

Pe. André Luís do Vale

SCE Eqs. 01 e 05  Setor Uruaçu Prov. Centro-Oeste

DATAS RELIGIOSAS
14 CM 550

Imaculada Conceição

Somos casados há 22 anos e temos dois filhos, que são frutos do amor de Deus em nossa vida e da interces são de Nossa Senhora! Conhecemos N. Sra. da Imaculada Conceição na época do namoro, de forma superfi cial. Tão logo fizemos o curso de noi vos, nos colocamos à disposição do padre da paróquia para servirmos. Na ocasião, ele nos indicou a leitura da revista O Mílite , para nossa formação espiritual, pois estávamos iniciando a jornada a dois.

Depois de casados, mudamos para o Mato Grosso do Sul, conhecemos as ENS e a TV Imaculada. Mais uma vez, estávamos nos encontrando com a Imaculada Conceição, e a partir daí co nhecemos a revista O Mílite mais pro fundamente. Esta foi idealizada por um santo que muito amou e entregou-se à Imaculada, é exemplo para nós: São Maximiliano Maria Kolbe! Ele teste munhou o Evangelho da caridade ofe recendo sua vida por um prisioneiro, pai de família, no campo de concen tração em Auschwitz, em 1941. As semelhando-se a Jesus, que ofereceu a vida por nós.

Mais que comentar sobre o Dogma, nosso desejo é conduzir a reflexão so bre a presença da Imaculada na vida dos santos e na nossa ao longo da jornada de casal e enquanto pessoas. Os san tos depositaram sua confiança à Ima culada, em seus diversos títulos. E suas histórias possuem a presença constan te da Mãe que cuida, orienta e fortalece na caminhada.

Santa Faustina, ao iniciar seus escri tos, Diário 11, implorou à Mãe de Deus

que a conduzisse e guiasse. O maior devoto da Mãe Santíssima, que se guiu as práticas propostas no Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem, foi S. João Paulo II, que con sagrou seu pontificado inteiramente à Mãe de Deus e cujo lema foi Totus Tuus(todo seu). No início de nossa vida matrimonial, não sabíamos exatamente quem era a Imaculada Conceição, porém ela se fazia presente mesmo assim... e hoje? Qual é a importância da Mãe Imacu lada, mulher silenciosa e sem pecado, em nossa vida de casal? Em quais mo mentos recorremos a Ela? Somente nos momentos difíceis ou não? Nós, experimentamos a presença da Imaculada Conceição quando tivemos o desejo de sermos pais. Pedimos sua intercessão, em cada Adoração ao San tíssimo, diante do sacrário ou em fren te à televisão. Aprendemos com Ela a esperar em Deus, sofrer as demoras de Deus, e o imenso amor que a figura da Mãe carrega consigo, durante o tempo de gestação e após dar a luz ao seu filho. Enfim, lembremos Pe. Caffarel, que es colheu o nome da Mãe de Deus para as ENS, pequeno grupo de casais que em 1938 o procurou pedindo auxílio em seu relacionamento conjugal. Ele sabia que a Imaculada, ao ser invocada, estaria pre sente, para trazer o vinho da alegria.Ale gria esta evidente no Magnificat, quan do rezamos e nos unimos ao Movimento ainda hoje! Salve Maria Imaculada!

Rogerí e Eduardo Eq. N. S. Rainha do Amor Setor A Campo Grande-MS Prov. Centro-Oeste

DATAS RELIGIOSAS
CM 550 15

75 anos da Carta das ENS

Faça valer a pena

No dia 8 de dezembro de 2022 ce lebramos os 75 anos da publicação da Carta fundacional das ENS, ou seja, dos Estatutos de nosso Movimento. Trata-se de uma longa caminhada, e é muito bom olhar para trás e sen tir orgulho de sua história, construí da por tantos casais, viúvos e viúvas, sacerdotes conselheiros e acompa nhantes espirituais. Mas também é bom lembrar o quan to custou chegar até aqui, mantendo a fidelidade à mística e ao carisma do Movimento, que é a espiritualidade conjugal e a santidade do casal.

O que fica para nós, neste momento, é um grande ensinamento: devemos viver este carisma com intensidade, não nos esquecendo de que no cen tro deste carisma está Jesus Cristo que queremos seguir e encarnar em nossa vida cotidiana. Nossa missão eclesial é viver e fazer frutificar este carisma que o Espírito Santo nos concedeu, e à toda Igreja, por meio de nossos fundadores, em benefício da Igreja e de tantos ca sais e conselheiros espirituais que per tencem hoje às ENS. Nosso desafio: cuidar e servir para que este carisma não perca sua capacidade de atração! Há uma frase, atribuída a Winston Churchill, que diz mais ou menos o seguinte: Quanto mais longe você conseguir olhar para trás, mais longe você verá para frente. Precisamos olhar para trás, após esta longa caminhada de nosso

Movimento, para não perdermos a noção de tempo e espaço percorridos, e nos lembrarmos o quanto custou chegar até aqui e assim vislumbrar a caminhada que ainda temos para fazer juntos. O carisma é um dom de todos os membros das ENS, e por isto todos devemos guardar, proteger, transmitir e fazer frutificar aos outros este dom. Nós, Mariola e Elizeu, temos 43 anos de Equipes de Nossa Senhora, e ainda hoje temos a impressão de que tudo começou ontem em nossa equipe de base. Mas não somos os mesmos de nosso início de caminhada. Gradual mente, de forma pessoal e como ca sal, mas com grande esforço, fomos assimilando e vivendo as propostas de nosso Movimento, nos orientan do por sua pedagogia, para incorporar sua mística e carisma em nós.

É muito triste, como casal, olhar para trás e ver que não se cresceu na fé e na espiritualidade conjugal, ou olhar para frente e não encontrar motivação para continuar construindo seu projeto de vida dentro da espiritualidade e da conjugalidade, dando lugar privilegia do em sua vida à meditação da Palavra de Deus, à oração, ao diálogo conjugal, à ajuda mútua em casal e na equipe. Faça valer a pena!

Esta frase é de um filme chamado O Resgate do Soldado Ryan, em que um grupo de soldados se sacrifica para salvar o tal Ryan, inclusive morren do por ele.

DATAS DO MOVIMENTO
16 CM 550

75 anos

Faça valer a pena, dedicando seu apostolado, como casal, para viver e difundir a espiritualidade conjugal como uma vocação e caminho de santidade, a exemplo dos equipistas que nos antecederam e que deram seu melhor tempo, assumindo ser viços e responsabilidades para que o Movimento pudesse continuar vivo e atuante na Igreja e na sociedade.

Faça valer a pena, sendo como casal uma “Igreja em saída”, comprometi do com as necessidades das famílias e dos casais que querem uma resposta aos desafios e às mudanças que in terpelam suas existências e modos de vida e fomentar seu desenvolvimento humano e cristão.

Faça valer a pena, e se pergunte como casal e família: como estamos dedi cando o nosso tempo para colocar em prática a alegria do Evangelho em nossa vida cotidiana? Como estamos nos relacionando com o Senhor, que é o pilar de nossa vida?

Chegamos até aqui, e devemos nos lembrar do momento em que Jesus escolheu os doze. Ele subiu a uma montanha e chamou para si aqueles que Ele quis, e esses [que foram cha mados] foram com Ele (Mc 3,13).

O Senhor escolheu “poucos” casais que fizeram e fazem parte do Movi mento das ENS, considerando os mi lhões de casais católicos que existem no mundo.

É mais ou menos isto o que você sente neste momento de celebra ção dos Estatutos das Equipes de Nossa Senhora? Ser alguém mui to especial, que Jesus quis chamar para junto de si? E como está sendo este seu seguimento como discípulo missionário?

É sempre bom lembrar a advertência de São Paulo: “Quem semeia pouco, também colherá pouco, e quem se meia com largueza, colherá também com largueza” (2Cor 9,6).

Viva o Movimen to das Equipes de Nossa Senhora!

Mariola e Elizeu Calsing Casal ligação Zona América – ERI Eq. 19 C – Região Brasília I Prov. Centro-Oeste

DATAS DO MOVIMENTO
CM 550 17

O trabalho da Equipe Dirigente

Por que falar da Equipe Dirigente?

Simplesmente a fim de serem postas em comum as nossas atividades, como preconizamos muitas vezes. Interroga mos-vos sobre as vossas atividades; não é justo que haja reciprocidade? Quando mais não seja, com o fito de associar -vos de um modo completo aos nos sos esforços e pedir o auxílio das vos sas orações.

A própria vida do Movimento nos le vou a um desdobramento da Equipe Dirigente.

Em primeiro lugar há a diretoria, cujos membros se reúnem muito frequen temente. Charles Rendu, o ano pas sado, tinha mostrado a necessidade de uma renovação e da introdução de sangue novo. Vieram depois se unir a nós os Lambert, os Maunier e mais tar de Constantìn e Geneviève Simpsom e François e Annie Vilarem.

Constantin e Geneviève Sipsom entra ram há já oito anos nas equipes. Per tencem aos casais de ligação. Tivemos a alegria de trabalhar com eles na Carta Mensal. Para nos aliviar, aceitaram a res ponsabilidade da sua redação, em ou tubro último.

François e Annie Vilarem entraram nas equipes há pouco mais de dois anos. Muito cedo se encarregaram da respon sabilidade dos retiros da região parisien se e passaram depois a casal de ligação. Perguntou-se um tempo se a Equipe Dirigente era uma abstração. É uma abstração, se quisermos, mas realmen te em carne e osso, por assim dizer, e que não tem repouso. Durante um ano - seja dito isto para os amadores de es tatísticas - reuniu-se exatamente 41

1 “Mise em commun” é a nossa coparticipação.

vezes, sem contar quatro fins de sema na e sem falar das reuniões de respon sáveis regionais, responsáveis de setor, casais de ligação.

Mas esta frequência das reuniões e a intensidade do trabalho nos fize ram sentir o perigo de um trabalho excessivamente administrativo. Se é natural que tenhamos entre nós uma franqueza total, um grande apoio, é absolutamente necessário que nosso trabalho seja baseado primeiramente na oração. Por esta razão formamos na Equipe Dirigente, uma verdadei ra Equipe de Nossa Senhora, com a partilha, o estudo do tema, incluin do respostas por escrito, a “mise en commun”1 e, naturalmente, a oração: Um casal responsável: Constantin e Geneviève Sipsom. Quanto ao assistente, era evidente que fosse indicado a dedo; e o fato de estar quase desocupado o designou: trata-se naturalmente do Rvmo. Pe. Caffarel. Parecia-nos realmente lamentável para o Movimento, que nos víssemos privados do auxílio, de um lado de an tigos membros da diretoria com gran de experiência do Movimento, e, de outro lado, de casais das equipes que poderiam ajudar muito, sem no entan to poderem assistir a tantas reuniões. Apelamos assim para Pierre e Gene viève Poulenc, que tomaram parte na fundação do Movimento, para Noel e P. Chapuis, casal de ligação de Melun, para Jean e Jacqueline Gay, da equipe responsável do setor de Paris, enfim, para Charles Rendu que vai nos deixar para constituir com a diretoria uma Equipe Dirigente mais ampla.

RAÍZES DO MOVIMENTO
18 CM 550

Cada dois ou três meses mais ou menos passamos todos juntos uma tarde ou uma noite, para abordar os problemas mais essenciais ao Movimento.

E eis agora, sem dúvida nenhuma, a ini ciativa mais importante que realiza um antigo desejo: pôr na direção de nosso Movimento, que é internacional, uma equipe internacional. Eis a sua com posição: Padre Caffarel, Constantin e Geneviève Sipsom, Leon e Denise Halkin, Albert e Eliane Meeus, Jacque line e eu temos a secretaria. Esperamos que muito em breve poderemos incluir um casal suíço. Este Conselho reunir-se-á duas ou três vezes por ano.

Um fato muito importante que cabe naturalmente em meio a este relató rio foi, para a França, o pedido de infor mações da Assembleia dos Cardeais e Arcebispos sobre as ENS e mais parti cularmente esta pergunta: “Os gru pos de casais não prejudicam a Ação Católica?”.

Um inquérito feito em janeiro último baseia-se sobre 101 equipes da Fran ça e Tunísia, ou seja, sobre um total de 1.228 pessoas. Foi para nós simples mente motivo de alegria constatar que

689 pessoas pertencem a movimentos da Ação Católica e que 124 dentre elas têm responsabilidades, no plano local, federal ou nacional. Algarismos estes de importância suficiente para estabelecer a percentagem seguinte: Dentre os grupos de casais que respon deram ao inquérito: 55% das pessoas pertencem à AC. 10% têm nela responsabilidades importantes.

Se aplicarmos estes algarismos aos pró prios grupos de casais, notaremos que em cada grupo 5 a 7 pessoas em mé dia militam na AC. Como um grupo é constituído geralmente de 6 a 7 casais, concluímos que, de um modo geral, em cada grupo o número de membros que pertencem à AC é igual ao número de famílias.

Foi para nós muito valioso receber nu merosas cartas de assistentes que to maram parte na redação de um anexo ao relatório apresentado.

Colaboração Maria Regina e Carlos Eduardo Eq. N. S. Mãe de Deus e Nossa Piracicaba-SP

RAÍZES DO MOVIMENTO
CM 550 19

Entre os dias 31 de julho e 6 de agosto de 2022, 180 jovens de dez países ao redor do mundo participa ram do Encontro Internacional das Equipes de Jovens de Nossa Senhora, em Frascati, na Itália. Além dos equi pistas, também participaram cinco sacerdotes e três casais acompa nhadores das equipes. Com o tema “Nada Será Impossível”, a semana foi recheada de palestras, partilhas e momentos de oração como mis sas, terços e adorações ao Santíssi mo Sacramento.

Cada dia do encontro foi organiza do por dois países. O dia do Brasil foi quinta, 4 de agosto, dividido com o Paraguai, que começou a programa ção na capela com a oração da ma nhã com cantos e preces típicos do país. Em seguida, a alegria brasileira tomou conta ao reunir os partici pantes e a manhã continuou com uma palestra ministrada pelo equi pista Henrique.

“Focamos o conteúdo da palestra na filiação divina e como reconhecer e assumir nosso propósito como filhos

EJNS
• EJNS
2022 20 CM 550
Encontro Internacional
Roma

legítimos de Deus”, comenta Rainer Branco, atual responsável do Secre tariado Nacional. À tarde, os brasi leiros organizaram uma grande festa junina com quadrilha, dança das ca deiras e doces típicos. “O dia do Brasil é sempre muito esperado, nossa festa junina já é tradição e os estrangeiros amam paçoquinha”, comenta Rafa ella Gattis, de Recife.

A missa diária foi realizada pelo Pa dre João Chagas, Chefe de Depar tamento do Dicastério para os Lei gos, a Família e a Vida no Vaticano,

e a adoração contou com acompa nhamento de voz e violão. O dia ter minou com uma dinâmica sobre os santos brasileiros e o terço rezado em português.

O auge da programação foi a audi ência privada com o Papa Francisco na manhã de sábado. Muitos jovens levaram presentes ao pontífice como crucifixos e imagens, mas o Brasil surpreendeu o Pontífice com uma garrafa de cachaça mineira com o rótulo da marca fictícia “Muita Ora ção - Pouca Cachaça”, em referência à declaração de Francisco, em 2021, quando disse jocosamente que “o Brasil não tem jeito, é muita cacha ça e pouca oração”.

O Papa fez um discurso especial para os jovens, que nos convida ao final a ser jovens com raízes e asas, com o coração muito unido a Deus e pen dente em Nossa Senhora. “Na minha vez, me aproximei, mostrei o cartão e a garrafa, disse que o Brasil lhe dese java muita oração, mas só um pouco de cachaça. Ele deu uma larga risada, jogando a cabeça para trás e agrade ceu abençoando nosso país”, comen ta Cristina Chaim.

O encontro e o presente inusita do dado ao Papa deram o que falar. Rendeu manchetes em jornais, en trevistas para site especializado em cachaça e até mesmo virou piada em um programa de TV aberta.

EJNS
EJNS CM 550 21
Cris

Eu enfrento

Gostaria muito de escrever este artigo com o mesmo final “milagreiro” como tantos outros que foram publi cados, mas meu milagre foi diferen te. Cada um tem sua missão e eu não posso e nem quero reclamar do que Deus preparou para mim, afinal, nos sa vida está confiada em Suas mãos.

Em abril de 2021, após 13 dias no hospital lutando contra a Covid, meu amado Junior, um homem forte e sau dável, fez sua Páscoa. Confesso que, num primeiro momento, questionei a Deus por que minha oração não ha via sido atendida, por que tudo acon teceu tão rápido e eu não havia sido preparada? Mas logo percebi que a dor nos faz egoístas e que Deus nos pre para, sim, nós é que não queremos ver. Comecei, então, a refletir - foram mais de 25 anos participando deste Movimento, rezando diariamente de mãos dadas com meu marido “que seja feita a vossa vontade” na oração do Pai Nosso. Sendo assim, agradeci a Deus pelos 43 anos de nossa con vivência tão plena e feliz. Comecei, ainda, a lembrar de nossas conversas. Um dia o Junior me disse que não en tendia por que algumas pessoas te miam a morte, pois, para ele, a morte era um prêmio, era viver a vida eterna com Deus, e dizia que ele estava pre parado para quando Jesus o chamasse. Se tudo isso não era Deus me prepa rando, o que mais seria? Olhei para minha família: meu casal de filhos e três netinhos e pensei: “eles precisam de mim e eu deles”. Olhei para o Colegiado da minha Região (havía mos tomado posse como CRR PR Sul há um ano e meio) e pensei: “como

abandoná-los de repente?”. Diante dis so, decidi: “Eu Enfrento!”. Supliquei a Deus que me desse forças, e a cada dia oferecia a Ele as minhas lá grimas como forma de oração. Com o apoio do meu Colegiado consegui re alizar os discernimentos para troca de quatro Setores e ainda o da Região, e de abril até o final de agosto, quando to mou posse o novo CRR, a cada evento, a cada reunião, eu me agarrava a Jesus e Ele me sustentava.

Olhei para minha equipe, nenhum deles estava sofrendo menos que eu, como viver sem meus irmãos de fé? Naque le momento, mais do que nunca, eu precisava deles e eles precisavam de mim. Continuo caminhando com mi nha equipe, falamos de tudo aberta mente, choramos juntos, rimos jun tos, rezamos juntos, vida que segue e “eu enfrento”.

Eu e o Junior sempre amamos e servi mos o Movimento em diversas respon sabilidades: CRE, Experiência Comu nitária, CL, CRS, Casal Formador, EEN, CRR, e o que mais nos pedissem. Hoje, tenho plena consciência do meu lugar dentro do Movimento e não me sinto menos por isso, busco ainda servir da maneira que é possível, o mais impor tante é não perder o foco da missão que Deus nos confiou e sempre seguir em frente, ainda que, às vezes, entre as lágrimas de saudades que me escapam aos olhos. Mas Deus realizou em mim também um milagre, Ele me dá forças, cuida de mim, e “eu enfrento”!

Vânia (viúva do Junior) Eq. 10 C - Curitiba Região Paraná Sul Prov. Sul III

TESTEMUNHO
22 CM 550

O discernimento

O ano era 2018, mais precisamente outubro de 2018. Após cinco anos de caminhada (ou tentativa de caminha da), somos chamados, após o discerni mento, a exercer a missão de CRE 2019 da Equipe Nossa Senhora do Bom Con selho – Setor A – Campo Grande-MS. Uma difícil caminhada até esse dia, com muitos altos e baixos em nosso matrimô nio,por diversos motivos,falta de diálogo, falta de perdão, falta de empatia, falta de exercer o mínimo dos PCEs, enfim, falta de perspectiva futura em relação a um ca samento tão almejado em anos passados.

Eu, Paulo, que neste ano de 2018 aca bara de perder minha mãe, após quase três anos em coma. Estava ainda com muitas coisas guardadas em meu co ração, muitas dúvidas, e muitas vezes amarguras, tinha vivido anos difíceis, de muita provação pessoal, familiar e no casamento.

Como não éramos praticantes assíduos dos PCEs tínhamos muita dificuldade em tomar uma simples decisão em casal, não estávamos alinhados, e isso trazia muitos prejuízos para nossa família, nos deixando fracos como casal e família.

Antes do discernimento de 2018, eu particularmente acreditava que era so mente ir lá e votar em alguém que não fosse você. Não acreditava que existia um propósito maior em tudo aquilo, que existia uma força maior em cada escolha, não acreditava que existia um desígnio de Deus para cada um, e um momento certo para tudo acontecer, o famoso e certeiro “tempo de Deus”. Na ocasião da divulgação, senti um

Casais Responsáveis de Equipe

misto de euforia e medo, porque in conscientemente eu acreditava que esse “chamado” poderia mudar nossas vidas, mudar nosso futuro como casal e como família.

E não foi diferente, tivemos que nos en contrar, Milena e eu, quando eu digo en contrar não é marcar um horário e pron to, tínhamos que nos alinhar, nos perdo ar, colocar-se no lugar do outro, tivemos que nos despir de nossas amarguras, das nossas mágoas, das nossas decepções, porque precisávamos esculpir um novo “nós”, e esse novo estava sendo molda do como um vaso de barro nas mãos de um oleiro que é Deus Pai Nosso Senhor, sob a luz do Espírito Santo que foi en viado a cada casal naquele dia de reno vação do sim e de escolha do novo CRE. Hoje, resumidamente podemos dizer que somos um novo “nós”, ainda em construção, mas já com os moldes per feitos de Nosso Senhor, Nosso Deus.

Milena e Paulo Okumoto Eq. N. S. do Bom Conselho Setor A – Campo Grande-MS Prov. Centro-Oeste

Equipes de Nossa Senhora
TESTEMUNHO
CM 550 23

Por que continuar nas ENS após a viuvez

queridos acompanharam comigo os boletins médicos, rezaram, espera ram conosco, até que no dia 3/6/21, Corpus Crhisti naquele ano, despe diram-se comigo do meu amado Edilton.

Foi um ano difícil para muitos de nós, pois muitas pessoas queridas volta ram ao Pai.

Ouvi essa pergunta e percebi que até então essa dúvida não existia para mim.

Há dez anos recebemos um presen te de Deus, que foi o convite para ser equipista. Iniciamos essa linda e ma ravilhosa jornada, sem ter ideia do quão importante ela seria.

Em 2015 iniciamos com a equipe. Juntos vivemos momentos difíceis, de superação, ajuda mútua, mise ricórdia, perdão, lágrimas e muito... mas muito amor!

Abertos à graça de Deus, pela inter cessão de Maria, sempre fomos parti cipativos no Movimento, pois enten demos que é o mínimo que se pode fazer para retribuir o tanto que dele recebemos. E foi essa família que me sustentou na fé nos momentos mais difíceis que vivi até hoje. Foram três meses de luta pela vida. Diariamente, muitos equipistas

Não sem fé, não sem dor, mas uni dos pelo amor que temos em Deus, e na certeza da presença Dele junto de nós, seguimos todos juntos. Nos amparamos, nos ajudamos, como é nossa premissa: ajuda mútua. Então, ao final dessa reflexão, eu en tendo que continuar nas Equipes de Nossa Senhora é permanecer no ca minho que Deus nos propôs. Afinal, continuo sendo família. Tenho filhos, a vida, os desafios, a viuvez consagra da que o Estudo do Tema 2021, ca pítulo 8 - “A Missão do Céu”, exalta com sabedoria. Sim. Continuo nas Equipes de Nossa Senhora. A viuvez não me define como pessoa, é apenas uma condição civil e ago ra parte da minha história. Há sen timentos e experiências vividas que compõem o que sou hoje. Minha gratidão a Deus é contínua e a Ele entrego o meu futuro. Agradeço a Deus por ter permitido a minha vivência matrimonial nes se caminho de graça que são as ENS.

Lilian Scharam (do meu amado Edilton)

Eq. 42 B Região PR Sul Prov. Sul III

TESTEMUNHO
24 CM 550

Tempo de Natal

Sempre que o mundo do comércio começa a badalar as festas de fim de ano visando mais lucro, é hora de nós cristãos nos indagarmos: Qual é o verdadeiro sentido do Natal? É esta reflexão, ajudada pela mãe Igreja, que nos oferece o tempo litúrgico do Advento e nos introduz no verdadei ro clima natalino. No decorrer des sas quatro semanas, as celebrações, a Liturgia da Palavra, as novenas de Natal e o próprio ambiente familiar podem e devem evangelizar. Afinal, a palavra “Evangelho” quer dizer “Boa Nova”, e a maior Boa Nova de todos os tempos foi dada pelo anjo Gabriel a uma virgem chamada Maria, que co rajosamente deu o seu SIM (Lc 1,31). Essa notícia foi tão extraordinária que Maria logo a compartilhou com José, com Zacarias e Isabel (Lc 1,39), com os pastores e com todo o povo. “Hoje, na cidade de Davi, nasceu para vocês um Salvador que é o Messias, o Senhor” (Lc 2,11). É o Messias, por que é nele que Deus se fez homem, para convocar toda a humanidade ao amor fraterno e à justiça (Isaías, 1-9). Foi São Francisco de Assis o santo da fraternidade, que teve a ideia de re criar esse ambiente e notabilizar esse fato tão humilde quanto ímpar, con feccionando o “presépio”, hoje tão badalado nas praças, nos comércios, nas igrejas e nos lares. Temos aí, a meu modo de ver, uma grandiosa e precio sa oportunidade de kerigma. Não me refiro àquele presépio com prado pronto, guardado numa caixa e que a cada ano, em 15 minutos, é

jogado em um canto da área ou da sala como um ornamento, até que, após o Batismo do Senhor, seja guar dado novamente. Proponho, com saudade, bem mais que isso... aque la atitude de envolver especialmente as crianças na organização criativa e progressiva desse espaço simbólico, tão eloquente quando se aproveitam todas as oportunidades para gerar colaboração e introspecção. Afinal, foi para isso que Deus se encarnou e se aproximou da família humana, tão humana que foi confundido com o filho do carpinteiro (Lc 4,22 b) e por Herodes, que perguntou: Quem é esse homem sobre o qual ouço falar essas coisas? (Lc 9,9). O verdadeiro Natal é, pois, sentir Deus presente na minha história, na história da humanidade.  Se no Natal Deus se aproximou tanto da história do povo, que se fez crian ça numa família, ele sempre será um convite ao encontro, à acolhida, à valorização da vida, da vida familiar eclesial, tanto que José e Maria apre sentaram o menino Jesus no templo, poucos dias após seu nascimento (Lc 2,22).

Lembre-se de que, mais do que rece ber e dar presentes no Natal, é preciso não esquecer que o grande presente e o maior de todos é a alegria de ex perimentar Jesus em nós e levar esta alegria aos que nos rodeiam. Como Maria, digamos: a minha alma en grandece o Senhor... (Lc 1,46 ss). Um feliz e abençoado Natal a todos!

Pe. Alcides José Vergütz SCE Setor Água Boa

REFLEXÃO
CM 550 25

Novena de Natal

Quem não ama a chegada do Natal? Muitas vezes passamos todo o ano já esperando este momento... E muito mais do que troca de presentes, é uma data das mais preciosas do nosso ca lendário litúrgico, onde celebramos a chegada de Jesus Cristo. Para prepararmos a chegada do Messias, nossa família reza a Novena de Natal. Já no início do Advento, convocamos os fa miliares para marcarmos as reuniões que acontecem cada dia na residência de um membro,que espontaneamente abre sua casa para que esse momento seja vivido. E quando, por algum motivo, atrasamos na “convocação” (sempre cabe a mim esta responsabilidade), já começam a cobrar quando iniciaremos os encontros! Tudo começou há mais de 25 anos,com o convite de uma vizinha de meus pais,para participarmos da novena com a família de les e também com outros vizinhos. Nesta época,dos quatro filhos,éramos três já ca sados e com filhos bem pequenos. Assim participamos naquele ano. Como nossa família contava com um número de pes soas que já ficava difícil participarmos com os vizinhos, no ano seguinte, resolvemos formar um grupo só de nossa família, mas que agrega também alguns tios com seus respectivos filhos. Também sempre con ta com a participação de alguns amigos e mais outros parentes. Nossos encontros,além de serem de ora ção, são momentos de partilha e de ale gria do reencontro. Sempre realizamos

um gesto concreto,que,mesmo antes de o definirmos, fazemos de forma espon tânea uma coleta, a qual é recolhida por uma das nossas crianças, com o objetivo de elas já irem entendendo o que é uma partilha materializada num gesto con creto.Ao final de todos os encontros da quele ano, essa coleta é destinada a pro mover satisfação e alegria para muitas famílias carentes. Mesmo na pandemia a novena foi realizada, em 2020 de for ma híbrida e em 2021 presencialmente! Nossa novena é programada para que seja encerrada no dia de Natal, numa verdadeira celebração, cujo momento tem sido rico em agradecimentos, ami zades,confraternização,emoções e mui tas bênçãos. Neste dia reunimos aproxi madamente 40 pessoas,entre filhos,so brinhos, netos, bisnetos, genros e noras! Temos a consciência de que a oração possui um itinerário e rogamos a Deus para que esse caminho não seja obs truído por outros valores que possam comprometer a nossa fé cristã e a nos sa caminhada rumo à Santidade. E fa zendo parte do Movimento das ENS há 23 anos, só tem enriquecido esses mo mentos de partilha em nossa família. “Que Deus seja em sua casa o primeiro a ser buscado,a ser amado,a ser servido.” (Pe. Henri Caffarel – 1º Editorial,25/12/1945)

Eliane do Wilson

Eq. 06 N. S. das Graças Setor Anápolis – Prov. Centro-Oeste

REFLEXÃO
26 CM 550

Advento: tempo de expectativa

Já estamos entrando no Tempo do Advento, tempo de preparação para celebrarmos o Natal de Nosso Senhor, além de marcar o início do novo Ano Litúrgico. O Tempo do Advento nos apresenta duas características muito impor tantes: a primeira é a celebração da primeira vinda do Filho de Deus, o Verbo que se fez Carne e habitou en tre nós; a segunda é que o Advento nos convida a voltarmos nossos co rações para a expectativa da segun da vinda de Cristo, na consumação dos tempos. Por isso podemos dizer que esse é um tempo propício de piedosa e alegre esperança.

Para nós, católicos, esse tempo é muito importante, pois através do convite de São João Batista, somos convidados a nos convertermos e prepararmos os caminhos do Se nhor: “Uma voz clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, aplai nai suas veredas. João Batista apare ceu no deserto e pregava um batismo de conversão para a remissão dos pe cados.” (Mc 1, 3-4).

João Batista é o último e o maior dos profetas, aquele que veio para dar testemunho da luz verdadeira, que é Jesus Cristo. Precisamos assumir a tarefa de profetas para os dias de hoje. Precisamos anunciar, com nos sas vozes e vidas, que a conversão é necessária, pois o Reino de Deus está próximo!

A vida é efêmera e passa muito rápi do! Não podemos nos perder nesse

mundo, com as coisas que passam. Precisamos deixar que nossos olhos permaneçam fixos em Jesus, nosso Senhor, abraçando assim as coisas que não passam. O tempo que nós temos para sermos melhores, cor retos, justos é o presente, o hoje. O ontem já se foi e somos incapazes de voltar no tempo. O amanhã per tence a Deus e não temos nenhuma garantia de que o teremos. Recordo as palavras de São Paulo: “Pois ele diz: Eu te ouvi no tempo favorável e te ajudei no dia da salvação. Agora é o tempo favorável, agora é o dia da salvação.” Vivamos o Kairós, tem po de Deus, pedindo a graça de que a nossa vontade se encontre com a vontade de Deus. Deus os abençoe!!

REFLEXÃO
Pe. Heldeir Gomes Carneiro
CM 550 27
SCE Setor Palmas- BSB I Prov. Centro-Oeste

A Rosa dos Ventos Celestial

SALVAÇÃO

GRAÇAS CAMINHO

NAVEGAÇÃO

A rosa dos ventos convencional, Difere da rosa dos ventos celestial. A primeira indica o rumo da navegação, E a segunda o rumo da salvação. A rosa dos ventos, utensílio de navegação, Identifica um referencial e a sua posição, Mostra a direção certa a tomar, Mesmo nas tormentas do mar.

A rosa dos ventos, corpo inanimado, Não pode direcionar os nossos pecados, Cuja ação transcende o espaço sideral, Ato concedido à Rosa dos Ventos Celestial. Ela, a Rosa dos Ventos Celestial, Nos aponta um caminho divino sem igual, Nos abençoa, nos protege, nos acalma, Nas aflições da vida e tormentas da alma. Na hora da nossa morte abre os umbrais do céu, Nos conduz e nos envolve com o seu véu, Nos cinge com o seu manto protetor, E devolve-nos, com graça, aos braços do Senhor.

Fátima e Marques Eq. 03 - N.S. Auxiliadora Setor C - Região Ceará I Prov. Nordeste

REFLEXÃO
I 28 CM 550

Uma Regra de Vida bem vivida

Em 2017, eu e minha esposa estáva mos esperando o nosso segundo filho, o Samuel. Com 16 semanas de gestação, recebemos a notícia de que nosso bebê tinha síndrome de Down. Não foi uma notícia fácil de digerir. Os meses restan tes de gravidez foram de angústia e de medo do futuro.

Logo o Samuel nasceu e ao ver o seu rostinho percebemos que, na verdade, Deus havia nos dado um presente. Toda aquela angústia que passamos trans formou-se em puro e incomensurável amor. Um sentimento que acreditamos ser o mais próximo do amor que o Pai tem por nós.

O tempo passou rápido e hoje o Samuel está perto de completar 5 anos. Todo os dias, aprendemos muito com ele. Há dentro de nossa casa uma fonte de fe licidade inesgotável. Temos convicção de que, através dele, temos nos tornado mais próximos de Deus.

Ao passarmos por todas essas experi ências, pudemos entender como mui tas vezes, por puro desconhecimento de um assunto, as pessoas se impõem a um sofrimento maior do que a reali dade lhes apresenta.

Com essa constatação em nossas mãos e com o intuito de não deixarmos o que passamos ter sido em vão, decidimos

estabelecer para nós uma Regra de Vida: Fazer com que essa experiência servisse de exemplo e confortasse os pais que, assim como nós, recebem a notícia de que seus filhos têm síndrome de Down. Hoje participamos de um grupo que re aliza um trabalho de acolhimento desses pais. E é muito gratificante vermos a di ferença que fazemos para essas pessoas. É esse o poder que entendemos emanar desse maravilhoso PCE que é a Regra de Vida. É a oportunidade que temos de colocar os dons que Deus nos dá a serviço dos nossos irmãos.

Uma regra de vida tem a capacidade de, modificar e engrandecer nossas vidas, fazer que sejamos o instrumento do Pai na vida de outras pessoas.

Por isso, uma sugestão que podemos dar aos casais para que possam viver de for ma plena este PCE é se fazerem a seguin te pergunta: “Como as minhas experiên cias de vida podem auxiliar o próximo?”.

A Regra de Vida é um dos mais podero sos instrumentos que temos para atin gir um dos grandes propósitos de todo cristão, que é a caridade. Ela é fruto da vivência dos demais PCEs.

Danilo e Maria Eq. 98 B N. S. de Lourdes Região BSB I Prov. Centro-Oeste

PARTILHA E PCE
CM 550 29

Todo progresso exige uma Regra de Vida

Somos equipistas há seis anos e hoje podemos falar com convicção que a prática dos PCEs nos possibi lita e torna eficaz a caminhada para a santidade.

Sabemos que os PCEs não podem ser vistos isoladamente, é a realização do conjunto que nos faz amadurecer na fé e alicerçar nosso crescimento espiritual. Desde quando decidimos pelo sim ao Movimento das Equipes de Nossa Senhora, percebemos que a perseverança e fidelidade na rea lização de todos os pontos concre tos nos tornariam pessoas melhores. Tínhamos uma vida cristã e de pas toral, mas o nosso encontro pesso al e principalmente conjugal com o Amor Maior aconteceu a partir de nosso ingresso no Movimento. É na escuta da Palavra e na meditação que absorvemos o que estamos vi venciando no Movimento, sendo necessário dar uma resposta, propor mudanças, fixar a Regra de Vida. Ge ralmente, após a realização do Dever de Sentar-se, é no Retiro que nos conscientizamos de nossas fraque zas, identificamos nossas deficiên cias e nos propomos a corrigi-las a fim de crescermos na fé.

A cada Dever de Sentar-se, avaliamos o nosso crescimento através das mu danças conseguidas na realização da última regra de vida. Sempre discuti mos que não adianta apenas estabe lecer as regras se não temos o desejo e a determinação de concretizá-las.

A partir do momento que encontra mos Jesus Cristo devemos permane cer em seu amor, assumir concreta mente e com propósitos uma vivên cia na graça. Muitas vezes foi necessário rever nos sas Regras de Vida anteriores e reco meçar, uma vez que reconhecer os er ros, assumir fraquezas, nem sempre é uma tarefa fácil, olhar para dentro e ver o que Deus espera de nós é uma tarefa muito difícil e exigente, nem sempre conseguimos dar uma res posta satisfatória ao amor de Deus que é tão imenso.

O processo de conversão é gradativo e progressivo, sendo muitas vezes len to, por isso a necessidade de bastante perseverança e determinação, tanto em nosso aperfeiçoamento individual, conjugal, em equipe e para com Deus. Hoje, entendemos que todo progres so exige uma Regra de Vida, mesmo que ela seja simples e pequena, mas que seja prática, precisa, exigente e que resulta em mudança. Somos um casal com muitas imper feições, mas hoje temos um novo modo de agir que foi resultado das correções realizadas após a conscien tização de nossas fraquezas. Não de sistimos, sempre recomeçamos avan çando no caminho de santificação! É na Regra de Vida que optamos e de cidimos por um verdadeiro processo de conversão.

Núbia e Pedro Eq. 08 N. S. de Guadalupe Prov. Centro-Oeste

PARTILHA E PCE
30 CM 550

Laudato Si: é possível educar para um novo mundo

Ao final da nossa reflexão anual so bre o documento do Papa Francisco nos prendemos à possibilidade en quanto casais e conselheiros do Mo vimento das ENS: a educação como elemento fundamental de responsa bilização, cristã e social, sobre a cria ção divina. No capítulo VI, Sua Santidade frisa a importância de uma educação para um novo estilo de vida (pp. 203207), no qual a consciência ecológica se apresenta desde a administração do bem comum que envolve tanto a natureza quanto o homem como criaturas de Deus. Assim sendo, uma aliança, primeiramente entre os ho mens para uma nova organização da ecologia social se faz necessária para que possamos pensar, enfim, em uma “cidadania ecológica” (p.211) que se limita em uma informação sobre a degradação do ecossistema. Ao con trário, se compromete a mudança de hábitos e comportamentos, dentro e fora do convívio familiar, em prol de uma realidade mais justa e fraterna. A “conversão ecológica” (pp.216221) deve ser um dos critérios rele vantes nesse processo de (re)criação da natureza através das nossas ações fraternas. Ao citar exemplos de san tos como Francisco de Assis, Teresa de Lisieux e João da Cruz, o Papa Francis co retoma a discussão sob a Graça Di vina presente no homem convertido à vontade de Deus. Ao mesmo tempo, este transforma em um ser desejoso por partilhar essa mesma graça com toda a criação.

Segundo o documento “A sobrieda de, vivida livre e conscientemente, é libertadora” (p. 223). Ou seja, o do cumento nos convoca ao bom uso da natureza de forma qualitativa e não quantitativa. A intensidade sobre a vida se constrói desde virtudes como a alegria, a paz, o amor civil e político e a fraternidade universal. E, dentro da comunidade eclesial, os sacramentos e os meios celebrativos da vida cristã católica (p. 233-237) resplandecem a presença da Santíssima Trindade no meio da humanidade, sendo esta um sinal da unidade desejada por Deus entre o homem e a sua criação. E, no final da Laudato Si', o Papa Fran cisco nos recorda da presença da Vir gem Maria que, ao assumir um papel na história da salvação humana, se transforma na “Rainha de toda a cria ção” (pp. 241-245). O seu exemplo de cuidado e de zelo por seu filho Jesus, gerado por ela sob o auspício do Espírito Santo, passa pela certeza que, dentro das nossas limitações humanas, a res ponsabilidade pelo cuidado do mun do pertence a cada um ao dizermos o nosso “sim” cotidiano a Deus e à sua misericórdia. Que o estudo desse ano sobre a Laudato Sí' nos (re)eduque para atendermos essas demandas expressas em nos sas famílias e equi pes espalhadas por todo o Brasil.

FORMAÇÃO
CM 550 31
Frei Arthur Vianna Ferreira Prov. Leste I

O cego e o publicitário

Ao cair da tarde, o publicitário voltou a passar em frente ao cego que pedia es mola. Seu boné, agora, estava cheio de notas e moedas, porque as pessoas se emocionavam diante do cego. Alguns até queriam lhe revelar como eram as flores, seus perfumes e sua beleza...

A virtude mais urgente hoje entre os homens é a solidariedade. O Papa João Paulo II dizia que de todas as glo balizações, a mais urgente era a “glo balização da solidariedade”.

Esta solidariedade pode se manifestar de muitas maneiras; e o mais impor tante é estar disposto a “perder um pouco de tempo” diante daquele que está “caído” em nosso caminho, como aquele homem assaltado e ferido dian te do bom samaritano. Sem dúvida ele atrasou a sua viagem, mas salvou um irmão. Li certa vez uma história inte ressante que se passou em Paris.Era pri mavera, muita gente nas ruas floridas, muitos turistas... E havia um cego sen tado numa calçada às margens do rio Sena,com um boné a seus pés e um pe daço de madeira escrito com giz bran co: “Por favor, ajude-me, sou cego”. Um publicitário, da área de criação, que passava em frente a ele parou e viu umas poucas moedas no boné. Fi cou com pena daquele mendigo cego. Sem pedir licença, e sem dizer nada ao cego, pegou o cartaz, virou-o, pegou o giz e escreveu outro anúncio. Voltou a colocar o pedaço de madeira aos pés do cego e foi embora.

O cego reconheceu as pisadas do publi citário e lhe perguntou se havia sido ele quem reescrevera o cartaz, sobretudo querendo saber o que ele havia escrito.

O publicitário respondeu: “Nada que não esteja de acordo com o seu anún cio, mas com outras palavras”.

E, sorrindo, continuou o seu caminho. O cego nunca soube o que estava es crito, mas seu novo cartaz dizia: “Hoje é primavera em Paris, e eu... não posso vê-la”.

Um simples gesto daquele publicitário mudou o dia daquele cego mendigo; e ele experimentou o amor de muitos.

Que tal usarmos os nossos talentos, ainda que por pouco tempo, para socorrer aqueles que são os mais abandonados?

“Todas as vezes que fizestes isto a um desses meus irmãos mais pequeninos, foi a Mim mes mo que o fizestes” (Mateus 25,40). Professor Felipe Aquino

Colaboração:

Lázara e Edison

Eq. N. S. Aparecida Goiânia-Go Prov. Centro-Oeste

CONTOS
32 CM 550
BODAS de PRATA NOTÍCIAS 5 julho 2022
e Nonato
Márcia
8 novembro 2022
e Sérgio
28 novembro 2022
e Pio
27 dezembro 2022
e Edivaldo
Eq. N.S. de Lourdes Capitão Poço – PA
Dilma
Eq.N.S.deGuadalupe Belém-PA
Ana
Eq. N.S. da Conceição Abaetetuba - PA
Angela
28 dezembro 2022
Eq. N.S. do Rosário Abaetetuba - PA
Lene e Pereira
CM 550 33
Eq. N.S. do Divino Amor Belém - PA
VOLTA AO PAI Padre Mauricio da Silva 19.10.2022 N.S. de do Sagrado Coração e Setor 04 Salvador - BA BODAS de OURO 29 outubro 2022 Erineia e Pereira Eq.N.S.doCarmo 30 dezembro 2022 Gercy e Nésio Zanatta Eq. N.S. de Guadalupe Itajai - SC 9 dezembro 2022 Consola e Neu Eq. N.S. Rainha da Paz São Miguel do Guamá - PA 21 setembro 2022 Eq. N.S. do Pérpetuo Socorro Itacoatiara - AM 1 abril 2022 Eq. N.S. dos Navegantes Manaus - AM 29 outubro 2022 Eq. N.S. da Boa Esperança Belém – PA JUBILEU DE PRATA DAS EQUIPES 34 CM 550

Avaliar também é crescer

A Palavra de Deus

- “Todo ramo que não dá fruto em mim, ele corta; e todo ramo que dá fruto, ele limpa, para que dê mais fruto ainda.” Jo 15,2

Reflexão

- Avaliar... rever o ano... chegar a um resul tado final. É neste contexto que nos inseri mos. Fazer o balanço. Isso faz parte da vida de toda pessoa séria e que busca crescer. Em todos os aspectos de nossas vidas é neces sário avaliação. Desde o início do ano tra çamos metas a serem alcançadas, fizemos a escolha de um caminho a ser trilhado... deu certo? Quais frutos estamos colhen do na vida pessoal, em casal e em equipe? Sejamos humildes e olhemos para dentro de nós, permitamos que a verdade nos seja manifestada pelo Espírito Santo e nos ava liemos de acordo com um projeto maior: a santidade do matrimônio.

- Como frutificar? Segundo a Palavra de Deus, não há outro caminho: só podemos dar frutos unidos a Jesus. Temos uma pedagogia muito organizada, PCE’s e vida em Equipe/

Oração espontânea

- Neste dia lhe convido a fazer a Lectio Di vina do Evangelho de São João 15, 1-8. A

Oração Litúrgica

Concedei-me, Senhor a serenidade necessária

Para aceitar as coisas que não posso modificar.

Coragem para modificar aquelas que posso E Sabedoria para conhecer a diferença en tre elas.

Vivendo um dia de cada vez Desfrutando um momento de cada vez Aceitando que as dificuldades constituem o caminho à paz Aceitando, como Ele aceitou

- “Eu sou a videira e vós os ramos. Aque le que permanece em mim, como eu nele, esse dá muito fruto; pois sem mim, nada podeis fazer.” Jo 15,5

Movimento, mas isso só se transformará em crescimento humano e espiritual se nossa vida estiver enraizada em Cristo. Estar uni do e permanecer em Cristo se dá através da vivência dos sacramentos, oração pessoal e experiência de Sua Palavra. A fecundidade das ENS depende do grau de união do equi pista a Jesus Cristo. Não existe vivência dos PCE’s sem vida no Espírito Santo.

- O ano terminou. Qual é o meu olhar so bre mim mesmo, sobre minha equipe e so bre a Igreja? Os frutos alcançados ao longo deste ano só foram possíveis devido minha abertura à graça de Deus. O que ainda pre cisa mudar para que eu permaneça unido a Jesus e dê frutos de santidade matrimonial? Ainda Deus precisa fazer podas em minha vida? Quais? Se Deus tira algo é em vista de coisas mais valiosas e maiores.

partir desta Palavra, o que você deseja fa lar para Deus?

Este mundo tal como é, e não como eu que ria que fosse Confiando que Ele Acertará tudo Contanto que eu me entregue à Sua vontade Para que eu seja razoavel mente feliz nesta vida E supremamente Feliz com Ele eternamente na próxima. Amém.

MEDITANDO EM EQUIPE

O terceiro Ano Vocacional da Igreja no Brasil ocorre no período de 20/11/2022 a 26/11/2023. A iniciativa comemora os 40 anos do primeiro ano temático dedicado à reflexão, oração e promoção das vocações no país. Inspirado no Documento Final do Sínodo dos Bispos sobre “Os jovens, a fé e o discernimento vocacional” o tema do Ano Vocacional 2023 é “Vocação: Graça e Missão” e o lema “Corações ardentes, pés a caminho” (cf. Lc 24, 32-33).

O tema “Vocação: Graça e Missão” se fundamenta na afirmação de que a vocação aparece realmente como um dom de graça e de aliança, como o mais belo e precioso segredo de nossa liberdade, conforme o Documento Final de nº 78.

Já o texto bíblico iluminador “Jesus chamou e enviou os que ele mesmo quis (cf. Mc 3, 13-19)” ajuda a aprofundar que a origem, o centro e a meta de toda a vocação e missão é a pessoa de Jesus Cristo. O lema “Corações ardentes, pés a caminho” (cf. Lc 24, 32-33) fala do coração e dos pés. Recorda os discípulos de Emaús. O coração que arde ao escutar a Palavra do Ressuscitado e os pés que se colocam a caminho para anunciar o encontro com o Cristo.

Av. Paulista, 352 • cj. 36 • 01310-905 • São Paulo-SP Fones: (11) 3256.1212 • 3257.3599 secretariado@ens.org.br • cartamensal@ens.org.br • www.ens.org.br

Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.