> OPINIÃO SAÚDE
RAQUEL CARDOSO Medical & Sales Trainning da Perrigo Portugal
NÃO DÊ TRÉGUAS À DERMATITE ATÓPICA A dermatite atópica é uma doença inflamatória crónica da pele caracterizada pela secura, comichão e descamação da pele. A sua incidência tem vindo a aumentar pelo que é importante saber como prevenir e controlar possíveis crises. Em Portugal estima-se que 10% das crianças são afetadas pela doença. A maioria desenvolve o distúrbio antes dos cinco anos. Quando surge durante a infância, frequentemente desaparece ou diminui consideravelmente até à fase adulta. No adulto, a prevalência é de apenas 3%, mas a persistência da doença é mais comum quando o seu aparecimento é tardio. Genericamente, a sua incidência tem vindo a aumentar nos últimos anos, sendo mais frequente nos meios urbanos e nos países desenvolvidos As zonas do corpo afetadas variam de acordo com a idade. Por exemplo, nos bebés surge no rosto, tronco e abdómen. Na infância e adolescência aparece nas pregas dos braços, nas pernas por trás dos joelhos e nas pálpebras. Nos adultos é mais comum a nuca ou mãos. A causa é multifatorial, ou seja, resulta da interação entre fatores individuais (alergias alimentares e respiratória) e fatores ambientais (stress e poluição). É uma doença com origem alérgica, mas não é contagiosa. São muitos os fatores que podem desencadear exacerbações da dermatite atópica como as mudanças de temperatura, a humidade, alguns produtos para cuidados da pele, (perfumes, cosméticos e sabonetes) e partículas no ar (pólen, pelos, penas, etc).
PROTEJA SEMPRE A SUA PELE Os sintomas aparecem em 2 fases: aguda (inicial) desenvolvemse áreas vermelhas, exsudativas e crostosas e por vezes bolhas e pode durar 1 a 2 meses; e fase crónica (tardia) onde o ato de coçar e esfregar origina áreas que parecem secas e liquenificadas. Como os sintomas são visíveis e por vezes incapacitantes, podem levar as crianças a desenvolverem problemas emocionais duradouros por terem de conviver com a doença durante o seu crescimento. Nos adultos há uma diminuição significativa da sua qualidade de vida, com vários efeitos a nível emocional que afetam muito a sua autoestima. Existem algumas medidas preventivas que evitam a agudização do problema, como: usar preferencialmente vestuário de algodão e não se agasalhar muito, arejar a casa tanto no verão como no inverno, não tomar banho com água muito quente, evitar potenciais alergénios (pó, ácaros, penas, pelos). A base do tratamento é o uso de produtos específicos para os cuidados diários da pele, quer seja para o banho, quer para hidratar a pele e assim conseguir espaçar as fases de surto. Quando há agudização do problema são recomendados cremes sem corticoides e consultar o médico.
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