M E R CA D O
JATO
Incentivos fiscais vão continuar, diz a JATO —— Com as condições de mercado a normalizar, os incentivos às compras de viaturas – sobretudo elétricas – ainda continuam a ser uma boa arma na estratégia comercial das marcas, diz a consultora
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política de incentivos para a aquisição de viaturas elétricas ou eletrificadas vai continuar. Esta é a conclusão de um relatório da JATO Dynamics que olha para os maiores cinco mercados durante o ano passado e cujas conclusões foram tornadas públicas no mês passado. “Os incentivos fazem parte do processo de compra”, diz o relatório. “A experiência mostrou-nos que, em tempos de incerteza, é importante responder aos concorrentes”. Pode parecer óbvio, mas os incentivos dos construtores para o mesmo modelo podem variar de mercado para mercado. A consultora constatou-o, analisando os cinco maiores mercados europeus (Reino Unido, Alemanha, França, Itália e Espanha), tendo em conta os
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incentivos para particulares. Quanto ao mercado em geral, o ano passado foi marcado pelo aumento das campanhas baseadas em stock disponível e por incentivos ao abate. Do lado do retalho, os concessionários evitaram receber viaturas antigas em parque. Alguns incentivos continuaram a funcionar bem, diz o relatório. Os incentivos fiscais foram melhorados com as moratórias, perdão de créditos e a proteção no desemprego. Ao mesmo tempo, os créditos a 0% de juros voltaram a estar na moda na Alemanha. “Os incentivos fiscais continuam a ser a categoria de ajudas mais popular”, diz o relatório. Como funcionam as campanhas de desconto? Do lado dos construtores, também existiram
incentivos. Os descontos “à cabeça”, preço reduzido ou campanhas de serviço gratuito, bem como outros acrescentos oferecidos como seguro ou extensão de garantias e até combustível gratuito, destaca a JATO, foram os meios mais utilizados pelas marcas. De facto, os incentivos à compra de viaturas subiram acima do mercado em 2020. “Os descontos estão testados e toda a gente confia neles”, conclui o relatório. Depois dos incentivos fiscais, os descontos no preço foram a categoria de incentivo mais utilizada (ver quadro 1). Os descontos não são iguais de país para país. Embora sejam ainda parte considerável da estratégia para vender viaturas novas, a divergência pode ir de 11% no caso do Reino Unido a 22% em Espanha. A Alemanha tem mais descontos disponíveis (18% do preço do carro) que a França (16%) e o mesmo volume que Itália (18%). As viaturas elétricas ou eletrificadas são as que recolhem mais incentivos. Numa viatura com motor de combustão interna, o incentivo médio é sensivelmente de 4.000 euros. Este é o mesmo valor de incentivo que existia em