EVOCAÇÃO
CÂNDIDO TELES pintura
As Lavadeiras no Rio Alfusqueiro, 1983 Óleo s/madeira 710x1100 Colecção da Fundação
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Cândido Teles nasceu em Ílhavo [e com] o passar dos anos, a criança que brincava com o barro e tintas, começou a interessar-se pelos arcos, aprendendo os nomes e as características das diferentes embarcações que tinha por vizinhança. (…) Conheceu Fausto Sampaio, pintor de Anadia, que generosamente o animou e ensinou a pintar com mais desenvoltura o que já aprendera com o seu pai e seu avô. (…)
Até 1951 seguiu sempre o Grande Mestre. Mas parte para Angola. Aí encontra novas cores, novos horizontes, novas terras e novas gentes e tem de “voar” sozinho. (…)
Em 1993, em Setembro, faz a sua primeira exposição de Pintura na Costa Nova do Prado. O gosto pelos barcos e pela Ria que considera “toda sua” fez com que elegesse a “marinha” como modalidade de pintura de sua predilecção e de que Fausto Sampaio, exímio marinhista lhe transmitiu todos os segredos. Tornou-se um “expressionista de ar livre”, um “marinhista” apaixonado pela Ria de Aveiro, pelos azuis dos Céus e das águas, pelo rosa-névoa das madrugadas ou pelos dourados de um Sol tentando romper as neblinas tão frequentes na sua Costa.
Cândido Teles é sem dúvida, o grande intérprete da Ria de Aveiro!
Em 1977 volta, feliz, às raízes. Voltou à Ria que nunca esqueceu, às embarcações que fizeram feliz a sua infância, aos azuis das suas águas, às cores das suas madrugadas ou poentes e às neblinas que tão bem sabe pintar.
Maria Agualuza, in O que perdi de mim mesmo… Sessenta anos de pintura
o meu lado feminino | 2020