ENTREVISTAS
RICHARD CARLYLE, CAPITAL GROUP NED NAYLOR-LEYLAND, JUPITER AM LEGISLAÇÃO
ATUALIZAÇÃO DA CLASSIFICAÇÃO DOS FUNDOS EUROPEUS PELA EFAMA GESTÃO
OBRIGAÇÕES: UM UNIVERSO PARA A SUSTENTABILIDADE ESTILO
NÚMERO 35 NOVEMBRO E DEZEMBRO 2020
.
A ARBITRAGEM E OS INVESTIMENTOS VIAGEM AO JAPÃO
FRUTA OU CHOCOLATE?
MUITOS SABORES POR ONDE ESCOLHER NO UNIVERSO DE FUNDOS FAVORITOS 2020
MAIS E MAIS FUNDOS E ENTIDADES GESTORAS SE POSICIONAM NO NOSSO PAÍS. DE UM UNIVERSO CADA VEZ MAIS VASTO, OS PROFISSIONAIS PORTUGUESES ELEGERAM OS SEUS FUNDOS FAVORITOS E OS RESULTADOS NÃO FORAM SURPREENDENTES.
Com a colaboração do Allfunds
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The Alphabet of Asset Management.
A DWS é uma das principais entidades gestoras de activos do Mundo. Em Portugal, a entidade responsável pela comercialização dos produtos e serviços da DWS é a DWS International GmbH e autorizado a exercer actividades de intermediação financeira em Portugal, em Regime de Livre Prestação e Serviços. Os clientes podem aceder aos produtos ou serviços da DWS através de uma ou mais entidades, que serão identificadas de acordo com os contratos, acordos, materiais promocionais ou outra documentação relativa aos produtos ou serviços oferecidos. Este documento foi preparado sem considerar as necessidades particulares de investimento, objectivos ou circunstâncias financeiras pessoais de qualquer investidor. Antes de tomar uma decisão de investimento, os investidores devem considerar, com ou sem a ajuda de um consultor, se os investimentos e estratégias descritos ou fornecidos pela DWS são apropriados, com base nas suas necessidades específicas de investimento, perfil de investidor, objectivos e circunstâncias financeiras. Por outro lado, este documento tem apenas a finalidade de informar, não constituindo uma oferta, recomendação ou pedido para concluir uma transacção, e não deve ser considerado como aconselhamento personalizado ou recomendação de investimento. A DWS não presta aconselhamento fiscal ou jurídico. Os investidores devem consultar os seus próprios consultores fiscais e advogados considerando os investimentos e estratégias sugeridos pela DWS. Os investimentos com a DWS não são garantidos, a menos que o contrário seja expressamente especificado. A menos que seja notificado de outra forma para uma situação específica, os instrumentos financeiros não são garantidos por nenhuma entidade governamental nem pela DWS. Embora as informações contidas neste documento tenham sido obtidas de fontes consideradas fiáveis, a sua exactidão, integridade ou equilíbrio não pode ser garantida e não deve ser considerada enquanto tal. Todas as opiniões e estimativas contidas neste documento, incluindo declarações relativas ao futuro, reflectem o entendimento da DWS na presente data do documento e estão sujeitas a alterações sem aviso prévio e envolvem uma série de pressupostos que podem não ser válidos. Os investimentos estão sujeitos a vários riscos, incluindo flutuações de mercado, mudanças regulatórias, risco de contraparte, possíveis atrasos no reembolso e perdas de rendibilidades e do capital investido. O valor dos investimentos pode diminuir ou aumentar, e o investidor pode não recuperar o valor inicialmente investido durante o período de duração do investimento. Além disso, podem ocorrer flutuações substanciais no valor do investimento, mesmo em curtos períodos de tempo. A presente publicação contém declarações relativos ao futuro. Declarações relativas ao futuro incluem, mas não se limitam a, suposições, estimativas, projecções, opiniões, modelos e análise de rendimento hipotético. Os eventos futuros expressos constituem o julgamento da DWS até a data da divulgação deste documento. A circulação e distribuição deste documento pode ser restrito por lei ou regulamento em alguns países, incluindo os Estados Unidos da América. Este documento não é dirigido nem deve ser distribuído ou usado por qualquer pessoa ou entidade que seja cidadão, residente ou esteja localizado em qualquer localidade, estado, país ou outra jurisdição, incluindo os Estados Unidos da América, onde a distribuição, publicação, disponibilidade ou uso é contrário a qualquer lei ou regulamento, ou que sujeita a DWS a qualquer requisito de registro ou licenciamento que actualmente não se encontre naquela jurisdição. Pessoas que detenham este documento podem ser obrigadas a informar-se sobre e a respeitar as referidas restrições. Este documento não pode ser distribuído no Canadá, no Japão, nos Estados Unidos da América nem junto de qualquer pessoa que seja cidadão, residente ou local dos Estados Unidos da América. Rentabilidades passadas não são garantia de rentabilidades futuras. Nada do que é referido no presente documento constitui uma representação ou garantia quanto a rentabilidades futuras. O Prospecto e/ou as Informações Fundamentais Destinadas aos Investidores (IFI), aos quais deve ser anexado o último relatório anual auditado e o correspondente relatório semestral, se este for mais recente do que o último relatório anual, contêm a informação completa sobre o fundo. Os referidos documentos constituem a única base legal na qual os investidores devem apoiar a sua decisão de investimento para a aquisição ou subscrição de unidades de participação/acções do fundo. Se um instrumento financeiro é denominado numa divisa diferente da do investidor, qualquer flutuação na taxa de câmbio pode afectar negativamente o preço ou o valor do instrumento financeiro ou a sua rentabilidade, de modo que o investidor assume integralmente o risco cambial. O instrumento financeiro descrito neste documento pode não ser apropriado ao perfil de investidor de todos os investidores e, antes de decidir pelo investimento, o investidor deve assegurar-se que entende cabalmente as condições, características e riscos da transacção e que realizou um estudo independente da adequação da operação aos seus objectivos e circunstâncias pessoais, incluindo os possíveis riscos e benefícios da realização da referida operação. A informação mencionada anteriormente pode ser obtida em formato digital ou físico, sem qualquer custo, junto do consultor financeiro, da DWS International GmbH, ou no endereço www.dws.com. Translated from CRC 066047 09/2020
EDI PANDEMIA VERDE: O QUE FICA DO QUE PASSA TO RIAL N
35 I NOVEMBRO E DEZEMBRO 2020
A SOCIEDADE EM GERAL PARECE TER APRENDIDO LIÇÕES RELATIVAMENTE À RELAÇÃO DA PANDEMIA COM O MEIO AMBIENTE. E A GESTÃO DE ATIVOS, O QUE TEM APRENDIDO RELATIVAMENTE AOS CRITÉRIOS ESG E À SUSTENTABILIDADE?
ão queríamos começar este editorial com as palavras pandemia ou COVID-19. É necessário um esforço hercúleo para não cair nessa tentação. Cedemos, desculpem! É o que acontece quando somos crianças e achamos que existe um bicho papão debaixo da cama. Está escuro, não o vemos, mas sabemos que ele está lá, pois até então não existiu prova em contrário. O COVID-19 continua aí, não o vemos, mas existe... até prova em contrário. Por isso não sai das nossas mentes, como acontecia aos cinco anos e queríamos adormecer sem medo... e sem o bicho papão. Neste amargo 2020 todo o léxico ligado ao universo da pandemia invadiu as pesquisas do Google: confinamento, coronavírus, quarentena... Mas embora neste início de texto tenhamos falhado redondamente na tentativa de não falar naquele cujo nome não pode ser pronunciado, o objetivo final com que isso acontece é bem positivo. Alguns meses volvidos sobre o confinamento iniciado em março, todos vimos imagens das nossas cidades vazias, sem a poluição dos transportes, ou impressionantes reportagens sobre a redução de emissões de CO2 naquele período. Inspirador, de facto. Num recente estudo levado a cabo pelo Observatório de Tendências, fica patente que 65% dos inquiridos nacionais considera que a pandemia pode levar a transformações positivas em matéria ambiental. E na indústria de gestão de ativos, como andamos em termos ambientais? Um sentido mais lato destas questões leva-nos a considerar que não podíamos ter uma edição mais ESG do que esta. Nas páginas desta revista trazemos-lhe por exemplo uma reflexão sobre como é que não se pode confiar apenas na visão redutora da etiqueta do financiamento sustentável. Há que explorar o que está a ser feito ao nível das obrigações ligadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, verdes e de impacto social, por exemplo, ou explorar, como o convidamos a fazer mais à frente, o risco de carbono como fator de investimento. Porque este quer-se um assunto de todos, também nesta edição abrimos-lhe a porta de um Family Office, e sobretudo a porta de como o investimento ESG pode ser aplicado nas carteiras destes clientes. Também no tema de capa desta edição, em que mais uma vez os selecionadores foram reis e senhores, escolhendo a sua lista de fundos favoritos, o tema sustentabilidade não ficou de fora. Na lista final há lugar para fundos cuja denominação tem patente as etiquetas ESG, Impact, Responsible ou ISR, mas, felizmente, também nessa lista encontramos outros, que embora não tendo essas etiquetas visíveis, incorporam critérios ESG nos seus processos de investimento. Esta reflexão traz à memória a frase O que fica do que passa, já usada em títulos de livros, crónicas, ou até peças de teatro, e que nos deixa sempre com aquela sensação de espuma na areia, depois da onda recolher no mar. O que ficará na espuma da sustentabilidade, no pós pandemia? A gestão de ativos parece estar no bom caminho, e a deixar morrer os bichos papões debaixo da cama. NOVEMBRO E DEZEMBRO I FUNDSPEOPLE 3
IN DI CE
35 I NOVEMBRO E DEZEMBRO 2020
78
PANORAMA 12 A lternativos ilíquidos
14 Buy the dip! 17 Barómetro ABC 20 Gestão de Ativos: desafios do presente 24 Ranking Selo FundsPeople 38 Mercado europeu de fundos de investimento prestes a virar a página da pandemia
TENDÊNCIAS
42 F ruta ou chocolate: Fundos favoritos 48 O que procuram os investidores europeus e porquê? 52 O brigações: um universo para a sustentabilidade 56 A gestão ativa enfrenta um ataque zombie 60 A lerta de incumprimento 64 Atualização da classificação dos fundos europeus pela EFAMA 66 N ova análise ao ciclo de curto prazo 70 Investimento Socialmente Responsável para HNWI 74 A s fintech e o caminho sem retorno da digitalização
ENTREVISTAS 78 82 84 88 90 94 96
E milie Leveille Pedro Coelho e Luís Dias Dan Roberts P edro Catarino Richard Carlyle Pedro Costa Félix e Tatiana Monteiro Ned Naylor-Leyland
PRODUTOS
82
100 A fria travessia dos fundos mistos 106 F undos de ações long/short 110 A lternativos líquidos: a receita gourmet em larga escala 114 O funcionamento dos ETF 118 O teletrabalho e as pensões 121 O risco de carbono como fator de investimento 124 O papel do dólar nos mercados emergentes
ESTILO DE VIDA
128 A arbitragem e os investimentos 130 Viagem ao Japão 4 FUNDSPEOPLE I NOVEMBRO E DEZEMBRO
84 88 90 94 96
ALLIANZ GLOBAL SUSTAINABILITY Active is: GERAR RESULTADOS FINANCEIROS COM IMPACTO SOCIAL POSITIVO allianzgi.com
O investimento no Fundo envolve riscos. Os investimentos no Fundo e o rendimento obtido poderão oscilar para cima e para baixo, dependendo dos valores ou previsões existentes no momento do investimento e, portanto, poderá não recuperar o seu investimento na íntegra. O Allianz Global Sustainability é um subfundo da Allianz Global Investors Fund SICAV, uma sociedade de investimento aberta de capital variável constituída de acordo com a legislação luxemburguesa. O valor das unidades de participação/ações, que pertencem às Categorias de Unidades de Participação/Ações do Subfundo denominadas na divisa base, poderá estar sujeito a uma elevada volatilidade. É possível que a volatilidade de outras Categorias de Ações seja diferente e mais elevada. A existência de rendimentos no passado não constitui uma promessa ou garantia de rendimentos no futuro. Os produtos dos fundos de investimentos poderão não estar disponíveis em todas as jurisdições ou para certas categorias de investidores. Para obter uma cópia gratuita do prospecto, documentos de constituição, cotações diárias, informações fundamentais destinadas aos investidores e últimos relatórios financeiros anuais e semestrais, entre em contacto com a entidade gestora através do endereço abaixo indicado ou em www.allianzgi-regulatory.eu. Por favor leia atentamente estes documentos antes de investir, os quais são obrigatórios. Este material promocional foi elaborado pela Allianz Global Investors GmbH, www.allianzgi.com, uma sociedade de investimento de responsabilidade limitada, constituída na Alemanha, com sede em Bockenheimer Landstrasse 42-44, 60323 Frankfurt/M, com número de registo no tribunal local de Frankfurt/M, HRB 9340, autorizada pelo Bundesanstalt für Finanzdienstleistungsaufsicht (www.bafin.de). A presente comunicação não foi preparada de acordo com requisitos legais previstos para assegurar a imparcialidade das recomendações de investimento (estratégia) e não está sujeita a qualquer proibição de negociação antes da publicação de tais recomendações. 646085
CO LABO RA DO RES 20
106 MEHDI DOUALI Analista sénior de estratégias multiativas e alternativas, Allfunds Estratégias de ações long/ short
JOÃO PRATAS Presidente da APFIPP Gestão de Ativos: os desafios do presente
52
114 CARLOS FERNÁNDEZ HERRAIZ
ANA GUSMÁN Diretora de Investimentos e de Impacto, Portocolom Um universo de obrigações para a sustentabilidade
PhD, professor do Mestrado em International Finance, IEB O funcionamento dos ETF
118
64
PEDRO SIMÕES COELHO E CARLOS COUTO
JOSÉ ANTONIO HERCE Presidente do Fórum de Especialistas, Instituto BBVA de Pensiones O teletrabalho e as pensões
Sócio e Advogado, Vieira de Almeida e Associados Atualização das categorias de fundos europeus pela EFAMA
124
66
NEREIDA GONZÁLEZ MATT ORSAGH, CFA Diretor sénior, Capital Markets Policy, CFA Institute Nova análise ao ciclo de curto prazo
128
70
CONTRIBUTOS DO MÊS
Consultora da área de Análise Económica e de Mercado, Afi O papel do dólar nos mercados emergentes
PEDRO ASSUNÇÃO Founding partner, Reap – Family Office Investimento Socialmente Responsável para High Worth Networth Individuals
74
DAVID AFONSO Gestor, IMGA A arbitragem e os investimentos
130
35 I N OVEMBRO E DEZEMBRO 2020 AFONSO EÇA Professor assistente convidado, Nova SBE As fintech e o caminho sem retorno da digitalização
Nota de redação A Primer Decil Consultores y Editores S.L. informa-o que os seus dados de carácter pessoal, obtidos na sua condição de subscritor da revista FundsPeople fazem parte do ficheiro 397084/2010 inscrito na Agência Espanhola de Proteção de Dados, sendo os mesmos apenas utilizados para os fins de envio desta revista e outras informações sobre produtos e/ ou atividades da entidade e/ou daquelas com as quais sejam celebrados acordos, assim como produtos e/ou atividades
6 FUNDSPEOPLE I NOVEMBRO E DEZEMBRO
de patrocinadores e/ou colaboradores da revista e/ou da entidade, incluindo-se o envio de comunicações comerciais através de meios de comunicação à distância, efetuando, de igual modo, resumos estatísticos e/ou históricos. O leitor tem reconhecidos os direitos de acesso, retificação, cancelamento e oposição dos seus dados pessoais mediante comunicação individual que deverá enviar para o seguinte endereço de correio electrónico: protecciondatos@fundspeople.com A FundsPeople é uma revista dirigida exclusivamente a profissionais do sector financeiro e, em particular, a
ESTÊVÃO OLIVEIRA Equipa de Análise Quantitativa de Gestão de Ativos, Haitong Japão
entidades consideradas como contrapartes elegíveis ou investidores profissionais, ao abrigo da legislação aplicável. A informação sobre instituições de investimento coletivo ou outros instrumentos financeiros, constante da FundsPeople é apresentada unicamente com fins informativos e ilustrativos e nunca deve ser interpretada como uma oferta de venda ou uma recomendação de investimento. A informaçao não constitui uma descrição completa das instituições de investimento coletivo ou de outros instrumentos financeiros, mercados, ou desenvolvimentos a que se faz referência.
INVISTA COM IMPACTO POSITIVO Porquê escolher entre desempenho, inovação e sustentabilidade? JANUS HENDERSON HORIZON GLOBAL SUSTAINABLE EQUITY FUND Categoria de ações: A2 ACC EUR | Código ISIN: LU1984711512
• 29 anos de investimento sustentável • Abordagem com reduzida pegada de carbono
janushenderson.com/pt/gse Documento para fins promocionais. Apenas para profissionais. Capital em risco. Rendibilidades passadas não são indicadoras de rendibilidades futuras. Nada no presente anúncio deve ser entendido ou interpretado como aconselhamento. O Janus Henderson Horizon Fund (o “Fundo”) é uma SICAV luxemburguesa constituída a 30 de maio de 1985, gerida pela Henderson Management S.A. Qualquer pedido de investimento será efetuado apenas com base na informação contida no prospeto do Fundo (incluindo todos os documentos relacionados relevantes), que contém as restrições ao investimento. Este documento é um mero resumo e os potenciais investidores devem ler o prospeto e o documento com as informações fundamentais destinadas aos investidores do Fundo antes de tomarem uma decisão de investimento. Se investir através de terceiros, recomenda-se que contacte diretamente essa entidade, pois o desempenho e os termos e condições podem variar consideravelmente. O presente documento não é uma recomendação de compra ou venda de um investimento. Emitido na Europa pela Janus Henderson Investors. Janus Henderson Investors é o nome sob o qual são fornecidos produtos e serviços de investimento pela Janus Capital International Limited (n.º reg. 3594615), Henderson Global Investors Limited (n.º reg. 906355), Henderson Investment Funds Limited (n.º reg. 2678531), AlphaGen Capital Limited (n.º reg. 962757), Henderson Equity Partners Limited (n.º reg. 2606646) (todas elas registadas em Inglaterra e País de Gales em 201 Bishopsgate, London EC2M 3AE e reguladas pela Financial Conduct Authority) e a Henderson Management S.A. (n.º reg. B22848 em 2 Rue de Bitbourg, L-1273, Luxemburgo e regulada pela Commission de Surveillance du Secteur Financier). Janus Henderson, Janus, Henderson, Perkins, Intech, Alphagen, VelocityShares, Knowledge Shared, Knowledge. Shared e Knowledge Labs são marcas comerciais da Janus Henderson Group plc ou de uma das suas subsidiárias. © Janus Henderson Group plc. 110509/1120
DI RE TÓ RIO ÍNDICE DE EMPRESAS
33 I NOVEMBRO E DEZEMBRO 2020
CGD Pensões 20 Columbia Threadneedle Investments 17, 24, 42 Comgest 42 CPR AM 17, 24 Credit Suisse 24, 38 Crédito Agrícola Gest 20
Lisbon Family Office 110 Lombard 38 Lord Abbett 42 LYNX Asset Managers 20 Lyxor 42
DEF
M&G Investments 17, 24, 42, 56 Magallanes Value Investors 42 Man Group 17, 24 Marshall Wace 17, 24, 42 Matador Investment Management 42 Mercer 38 MFS IM 14, 17, 24, 38, 42. 56 Mirabaud 17, 24 Mirae Asset 17, 24 Montepio Gestão de Activos 20 Montepio Valor 20 Morgan Stanley IM 17, 24, 38, 42, 48 Morningstar 48 Muzinich 17, 24, 42 Natixis 42 Neuberger Berman 17, 24 Ninety One Fund Managers 24 NN IP 17, 24, 42 Nordea AM 14, 17, 24, 38, 42, 78 Norfin 20
DNCA Investments 42 Dodge & Cox 42 DoubleLine 42 DPAM 17, 24, 42 Dunas Capital - Gestão de Activos 20, 42 DWS 17, 24, 42 ECS - SGOIC 20 Edmond De Rothschild AM 17, 24 Eleva 17, 24, 42, 106 Eurizon 14, 17, 24 Eurobic 24, 42 Evli 17, 24, 42 Federated Hermes 17, 24, 42 Ferox Capital 42 Fidelidade - SGOIC 20 Fidelity International 14, 17, 24, 38, 42, 82 Finametrix 74 Fintect 74 First Fund Box 20 Fisher Investments 24 Floresta Atlântica 20 Flossbach von Storch 14, 17, 24, 38, 42, 100 Franklin Templeton Investments 17, 24, 42 Fundger 20 Fundiestamo 20 Fundsmith 17, 24, 42 Futuro 20
GHI ABC 36 South 38 Aberdeen Standard Investments 17, 24, 42 Acatis 14, 17, 42, 100 Aegon Asset Management 60 Ageas Pensões 20 Allfunds 12 AllianceBernstein 17, 24 Allianz Global Investors 17, 24, 42, 100 Amundi 17, 24, 38 Arcano 42 Ashmore Group 42 Atlantic 20 Atlântico Europa 110 Aviva Investors 12, 38 AXA IM 14, 17, 24, 42 Baluarte Wealth Advisors 110 Bankinter GA 20 Barclays 24, 38 BBVA Fundos 20 BlackRock 12, 17, 24, 38, 42, 48, 100 Bluebay AM 17, 24, 42 BMO GAM 20, 24 BNP Paribas AM 17, 24 BNY Mellon IM 17, 24, 38, 48, 56 BPI Gestão de Activos 20, 24, 42 BPI Vida e Pensões 20 Brown Advisory 17, 42 Caixa Gestão de Ativos 20, 24, 42 Calastone 12 Candriam 17 Capital Group 17, 24, 38, 42, 90 Capital Strategies 94 Carlyle Group 12 Carmignac 17, 24, 56 Casa de Investimentos 20
GAM 17, 24, 42 Gef 20 Gesfimo 20 GFM Capital 20 GNB - SGFP 20 GNB - SGP 20 GNB Fundos mobiliários 20 GNB Gestão de Ativos 17, 24, 42 GNB Real Estate 20 GO ETF Solutions LLP 38 Goldman Sachs AM 17, 24, 48 Guinness Funds 42 Haitong 130 Hamilton Lane 12 Heptagon 42 HSBC 17, 24 IM Gestão de Ativos 20, 24, 128 Imofundos 20 Imopolis 20 Imorendimento 20 Insight Investment 38 Institutional Investment Partners GmbH 20 Insula Capital 20 Interfundos 20 Invesco 12, 14, 17, 24, 38, 42 Invest Gestão de Activos 20, 42 Investec 42 iShares 38
JKL J O Hambro CM 42 J.P. Morgan AM 12, 17, 24, 38, 42, 56 Janus Henderson 17, 24, 42, 106 Jupiter AM 17, 24, 42, 96 La Financiere De L’Echiquier 24, 42 La Française 24 Lazard AM 24 Libertas 20
8 FUNDSPEOPLE I NOVEMBRO E DEZEMBRO
MN
OPQ Oddo BHF Asset Management 17, 24, 42 Optimize Investment Partners 20, 24 P. Schoenfeld Asset Management 42 PASS 74 Pictet AM 17, 24, 38, 42, 106 PIMCO 12, 17, 24, 38, 42, 100 Polar Capital 24 Popular Gestão de Activos 20 Profile - SGFIM 20
RST Real Vida Seguros 20 Refundos 20 Robeco 17, 24, 38, 42 Rothschild & Co Asset Management 12 Rubrics AM 42 Ruffer 14, 17, 24, 42, 100 Russel Investments 12, 42 S.G.F.P. Banco de Portugal 20 Salar Fund 17, 24 Santander AM 20, 24 Santander Pensões 20 Schroders 17, 24, 42, 60, 106 Seilern 24, 42 SFS - Gestão de Fundos 20 SGF 20 Silar - SICAFI, SA 20 Silvip 20 Sixty Degrees 20 Square Asset Management 20, 82 T. Rowe Price 17, 24, 42 TF Turismo Fundos 20 Tree Family Office 88
UWXYZ UB Asset Management 17, 24 UBP 12 UBS AM 17, 24, 38, 42 Vanguard 24, 38 Victoria - Seguros de Vida, SA 20 Vila Gale Gest 20 Violas Ferreira - SICAFI, SA 20 Vontobel AM 12, 17, 24 Wellington Management 42 Wells Fargo AM 17, 24 William Blair 38 Xtrackers 38
CEO GONZALO FERNÁNDEZ gonzalof@fundspeople.com REDAÇÃO NACIONAL MARGARIDA PINTO, Editor - Portugal margarida.pinto@fundspeople.com CATARINA VINAGRE, Reporter catarina.vinagre@fundspeople.com INTERNACIONAL ÓSCAR RODRÍGUEZ, Reporter orodriguez@fundspeople.com ANA PALOMARES, Reporter ana.palomares@fundspeople.com REGINA RIVERA, Reporter regina.webb@fundspeople.com DAVIDE MOSCA, Reporter davide.mosca@fundspeople.com FILIPPO LUINI, Reporter filippo.luini@fundspeople.com ANÁLISE Diretora MARÍA FOLQUÉ, Global Head of Analysis mfolque@fundspeople.com MIGUEL RÊGO, CFA, Head of Analysis - Portugal miguel.rego@fundspeople.com SAMUEL CAPUCHO, Fund Analysis Intern samuel.capucho@fundspeople.com MONTSERRAT FORMOSO, Senior Fund Analyst mformoso@fundspeople.com SIMONE VIDOTTO, Senior Fund Analyst simone.vidotto@fundspeople.com MARKETING RAQUEL ALONSO, Marketing Manager raquel.alonso@fundspeople.com IÑIGO IMBERT, Business Development Manager iimbert@fundspeople.com BORJA ANTÓN, Marketing & Business Development borja.anton@fundspeople.com AIDA CISNEROS, Events Manager - Iberia aida.cisneros@fundspeople.com GEMA VELASCO, Branded Content Manager - Iberia gema.velasco@fundspeople.com DAVIDE PASIMENI, Head of Italy davide.pasimeni@fundspeople.com GIOVANNA VAGALI, Events & Branded Content Manager - Italy giovanna.vagali@fundspeople.com CONSULTORIA: ANTONIO SALIDO, CEO, NUVIX CONSULTING SL. PAGINAÇÃO: ANTONIO CAPA E RODRIGO PÉREZ, KEMBEKE ESTUDIO. FOTOGRAFIA E VÍDEO: VITOR DUARTE E MÁXIMO GARCÍA, OJIPLÁTICO TRADUÇÕES: CRISTINA JAOUEN, FULLY INVESTED TRANSLATION. IMPRESSÃO: RIVADENEYRA EDITADO por © Primer Decil Consultores y Editores S.L. Todos os direitos reservados. SUBSCRIÇÕES: pt.fundspeople.com DEPÓSITO LEGAL M-48220-2008 REDAÇÃO MADRID Velázquez, 126. 4 Izquierda. 28006 Madrid Tel. (+34) 91 755 35 58 redaccion@fundspeople.com es.fundspeople.com REDAÇÃO LISBOA Espaço Amoreiras . Rua D. João V, nº 24, 1.03, E.26 - 1250-091 Lisboa Tel. (+351) 210 415 957 portugal@fundspeople.com PUBLICIDADE publicidad@fundspeople.com
Pedra angular Em mercados instáveis, são fundamentais alicerces sólidos. O fundo de ações globais BNY Mellon Long-Term Global Equity Fund pode atuar como pedra angular, fornecer estabilidade no longo prazo a qualquer carteira, para melhor resistir às forças do mercado, que se lhe podem deparar.
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O valor dos investimentos pode cair. Os investidores podem não reaver a quantia investida. Apenas para clientes profissionais. Isto é uma promoção financeira e não constitui um conselho de investimento. Para uma lista completa de riscos aplicáveis a este fundo, por favor consulte o Prospeto ou outros documentos disponíveis. Antes de subscrever, os investidores devem ler o Prospeto mais recente e os KIID para cada fundo em que desejam investir. Visite www.bnymellonim.com. O Prospeto e os KIID estão disponíveis em inglês e numa língua oficial da jurisdição na qual o Fundo está registado para venda ao publico. O Fundo é um sub-fundo do BNY Mellon Global Funds, plc, uma sociedade aberta de capital variável (SICAV), com responsabilidade segregada entre sub-fundos. Constituída com responsabilidade limitada segundo as leis da Irlanda e autorizada pelo Banco Central da Irlanda como um Fundo UCITS. A Empresa Gestora é o BNY Mellon Fund Management (Luxemburgo) S.A. (BNY MFML), regulado pela Commission de Surveillance du Secteur Financier (CSSF). Endereço registado: 2-4 Rue Eugène Ruppert L-2453 Luxemburgo. Emitido na (em) Europa (ex-Suíça) pelo BNY Mellon Fund Management (Luxemburgo) S.A. (BNY MFML), uma sociedade anónima (société anonyme) constituída e existente segundo as leis do Luxemburgo sob o número de registo B28166 e tendo o seu endereço registado em 2-4 Rue Eugène Ruppert L-2453 Luxemburgo. O BNY MFML é regulado pela Commission de Surveillance du Secteur Financier (CSSF). 108246. T9169 09/20
35 I N OVEMBRO E DEZEMBRO 2020
NOTÍCIAS 1. Sete gráficos do mercado de obrigações que realmente dão medo
O MAIS
2. Eduardo Monteiro (BPI GA): “Estimase que esta revolução se encontre numa fase similar à da internet nos anos 90”
VISTO EM
3. O aftermath das eleições norte americanas – análise e perspectivas do dia em que todos estávamos errados! 4. Money for Nothing
5. Os piores cenários para as eleições americanas aconteceram. E agora? 6. Discovery Fund: “Mantemos as nossas posições por um longo período de tempo” 7. Dez advogados portugueses reconhecidos como os melhores na Península Ibérica 8. Primeiras reações das gestoras internacionais ao anúncio de avanços críticos na vacina da COVID-19
Período de recolha de dados: 26/10/2020 - 24/11/2020 em pt.fundspeople.com
PERFIS
José María Cazal Ribeiro Julius Baer
José António de Mello Multi Family Wealth
Francisco Louro Lynx Asset Managers
António Mello Campello Bluecrow Capital
Rita Neves Lynx Asset Managers
Jorge Silveira Botelho BBVA Asset Management
Vasco Teles GNB Gestão de Ativos, Grupo Novo Banco
António Luna Vaz BPI Gestão de Ativos
Interfundos
Banco Carregosa
Santander Asset Management
Caixa Gestão de Ativos
BMO Global Asset Management
Invest Gestão de Activos
Caixa Ações Líderes Globais
Nordea 1 Stable Return Fund
NB PPR FIM
Optimize Europa Obrigações
Square CA Património Crescente
Jupiter JGF European Growth Class
EMPRESAS
GNB Gestão de Ativos, Grupo Novo Banco
Fundger
PRODUTOS
Alves Ribeiro PPR - Fundo de Investimento Mobiliário Aberto
NB Obrigações Europa
10 FUNDSPEOPLE I NOVEMBRO E DEZEMBRO
“Respire fundo.” Esta citação ainda não é de ninguém, mas pode ser sua. Leu bem. Assim como os nossos produtos, esta citação traz uma abordagem diferente ao contexto dos fundos de investimento. Nunca foi dita por ninguém porque, francamente, até hoje, não havia grandes razões para o fazer. Até hoje. Amanhã, se optar por ter fundos Corum na sua oferta, a citação acima pode ser sua e dita com convicção aos seus clientes. Porque, para além de um investimento alternativo, poderá estar a oferecer-lhes sossego. E não há nada que pague isso, especialmente nos tempos que correm. Senão veja: a Corum permite o investimento na economia real em imobiliário real e sem necessidade de compra direta de imóveis; oferece uma rentabilidade anual histórica acima de 6%*, potencialmente uma distribuição de dividendos mensal e um mínimo de subscrição relativamente baixo; finalmente uma filosofia simples e transparente e uma diversificação por 16 países e muitos setores. Quando se investe é para ganhar. Mas se os seus clientes viverem preocupados com o investimento que fizeram, o que é que tem a ganhar com isso?
*Os fundos Corum Origin e Corum XL superaram o seu objetivo de distribuição anual de 6% (não garantido) e 5% (não garantido) desde que foram lançados em 2012 e 2017.
José Gavino Diretor da Corum em Portugal jose.gavino@corum-am.com corum.pt
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Banco Depositário:
Reguladores:
Corum Investments é uma marca da Corum Asset Management, sociedade gestora de ativos com sede em 1 rue Euler 75008 Paris com visto AMF GP – 11000012 de 14 de abril de 2011. Como qualquer investimento imobiliário, Corum Origin e Corum XL são investimentos a longo prazo, cuja liquidez é limitada. Há o risco de perda do capital investido e os rendimentos não são garantidos. As rentabilidades passadas não constituem garantia de rentabilidade futura.
PANORAMA RADAR INTERNACIONAL
EUA Allfunds abre escritório em Miami
O Allfunds continua com o seu processode expansão internacional com a abertura de uma nova sede em Miami. Trata-se do primeiro escritório da wealthtech nos EUA e o décimo quinto a nível global, num ano de intenso desenvolvimento no qual também se abriram novos escritórios em Hong Kong, Paris e Varsóvia.
REINO UNIDO Russell Investments ganha um importante mandato
EUA PIMCO investe no setor de aeronaves
O fundo de pensões de Gales, Wales Pension Partnership (WPP), que reúne oito planos de pensões do governo local, elegeu a Russell Investments para um importante mandato. A gestora global supervisionará 5.200 milhões de libras em ativos de obrigações e ações por conta da WPP.
A PIMCO chegou a um acordo com a GE Capital Aviation Services (GECAS), a divisão de leasing de aeronaves da General Electric, para desenvolver uma plataforma de investimento avaliada em 3.000 milhões de dólares. Graças à operação, clientes selecionados da GECAS e da PIMCO poderão comprar novos aviões de baixo consumo.
FRANÇA Rothschild & Co AM cede a sua plataforma de alternativos
EUA The Carlyle Group compra a Calastone O gigante de private equity The Carlyle Group comprou uma participação maioritária na Calastone, rede global de fundos que conta entre seus clientes com a J.P. Morgan e a Aviva Investors. As condições financeiras do acordo não foram tornadas públicas, mas a Calastone declarou que a compra afetou as ações dos seus investidores atuais, entre os quais se encontram a Octopus Ventures e a Accel.
A Rothschild & Co Asset Management Europe cedeu à Alma Capital Investment Management a gestão da InIRIS, a sua plataforma de gestão de fundos alternativos UCITS, cujo património ascende a 500 milhões de euros. No passado mês de julho, a gestora já cedeu à Candriam o seu negócio de investimento alternativo multigestor, de 350 milhões de euros.
CHILE UBP expande-se na América Latina
A banca privada suíça Union Bancaire Privée assinou um acordo com a distribuidora Unicorn Strategic Partners, com sede em Miami, para comercializar os seus fundos UCITS no mercado latinoamericano. Numa primeira fase, a sociedade concentrar-se-á no segmento institucional do Chile, onde a Unicorn promoverá a oferta da UBAM SICAV.
ALTERNATIVOS
ILÍQUIDO 12 FUNDSPEOPLE I NOVEMBRO E DEZEMBRO
REINO UNIDO Invesco cresce no setor imobiliário
A Invesco Real Estate, a divisão global de gestão de investimentos imobiliários da Invesco, expande-se no mercado europeu com a compra do negócio de dívida imobiliária da GAM. O acordo prevê que a equipa europeia de dívida imobiliária da GAM, que gere um património de 300 milhões de dólares, se integre na Invesco.
TAILÂNDIA BlackRock alia-se com um sócio local
A banca tailandesa Krungsri selou um acordo de colaboração com a BlackRock para melhorar as suas capacidades de assessoramento e gestão patrimonial. A BlackRock levará a cabo uma revisão estratégica da oferta de produto de Krungsri e partilhará a sua visão sobre a alocação de ativos, os instrumentos de investimento alternativo e a análise macroeconómica.
SINGAPURA Vontobel AM reforça a sua presença na Ásia
A Vontobel Asset Management inaugurou uma nova sede em Singapura para ampliar as suas competências no mercado asiático. Com esta nova abertura, a boutique suíça, que já conta com escritórios em Hong Kong e Sidney, reforça a sua presença entre os bancos mundiais e regiões e os investidores institucionais da área ÁsiaPacífico.
OS
SINGAPURA Hamilton Lane continua com a sua expansão
A gestora de ativos norte-americana Hamilton Lane, especializada em investimentos alternativos, abriu o seu quinto escritório na Ásia e continua a expandir o seu negócio na região. A nova sede de Singapura junta-se aos escritórios de Hong Kong, Seul, Tóquio e Sidney e consolida a presença da sociedade que gere ativos de 516.000 milhões de dólares.
As gestoras realizaram operações para melhorar as suas capacidades em ativos alternativos ilíquidos.
A OPINIÃO DE JIM CIELINSKI Responsável global de rendimento fixo, Janus Henderson
PERSPETIVAS MAIORITARIAMENTE BENIGNAS PARA A INFLAÇÃO NORTEAMERICANA A estabilização do crescimento da economia norte-americana no meio de estímulos fiscais e monetários sem precedentes trouxe questões sobre a probabilidade de um retorno da inflação. O inesperado shock do COVID-19 forçou a Fed a voltar à sua política de taxas zero de forma oficial, pela segunda vez neste século, com o CPI a cair a pique dos 2.4% para os 1.26%. A política fiscal agressiva, as taxas de juro globais baixas, uma recuperação da economia urgente, e a Fed a dizer-nos que vai manter a política acomodatícia até que a inflação aumente, tudo sugere que a inflação irá crescer significativamente. Mas na nossa opinião uma inflação de longo prazo elevada é certamente um risco e não uma certeza. Independentemente da probabilidade deste ou de outro cenário se materializar, achamos que os investidores devem cuidadosamente considerar a sua exposição a taxas de juro mais elevadas. O nível absoluto das yields está historicamente baixo e, por isso, não providencia muita compensação pelos riscos de uma subida da inflação, ou pelo crescimento das yields, independentemente da causa. Os investidores, na nossa perspetiva, devem cautelosamente considerar os componentes dos seus portefólios, redobrando o seu foco na geração de retorno, e na conquista da diversidade. Os mercados de crédito, incluindo os mercados de obrigações corporativas e de setores de securitizações, como é o caso dos MBS, podem florescer num ambiente onde a inflação é modestamente alta e a procura por yield continua forte. NOVEMBRO E DEZEMBRO I FUNDSPEOPLE 13
PANORAMA SMART CONSENSUS por Miguel Rêgo, CFA
BUY THE
DIP!
Alguns dos gestores da carteira de Smart Consensus estão alinhados na melhor forma de abordar o mercado atualmente: aproveitar as correções para reforçar em ações.
O
s mercados de ações têm sido uma verdadeira montanha russa ao longo de 2020. Quem fugiu para a segurança perdeu um rally impressionante, e aqueles que tiveram o sangue frio para reforçar risco perante estímulos sem precedentes dos bancos centrais, colheram frutos. E que frutos! Desde então a volatilidade esbateu-se - dos máximos, não historicamente - e a classe de ativos voltou a mostrar um comportamento mais estável. Nos fundos multiativos que compõem a carteira de Smart Consensus, a componente de fixed income mostra-se cada vez mais como uma reserva de valor.
FUNDOS QUE COMPÕEM A CARTEIRA DE CONSENSO DA FUNDSPEOPLE EM 2020 (*) CATEGORIA MORNINGSTAR
FUNDO
Acatis Gané Value Event Fonds
Moderate Allocation
AXA World Funds Global Optimal Income
Flexible Allocation
Eurizon Fund Azioni Strategia Flessibile
Flexible Allocation
Fidelity Funds Global Multi Asset Income Fund
Moderate Allocation
Flossbach von Storch Multiple Opportunities II
Flexible Allocation
Invesco Global Income Fund
Moderate Allocation
MFS Meridian Funds Diversified Income Fund
Moderate Allocation
MSIF Global Balanced Income Fund
Flexible Allocation
Nordea 1 Stable Return Fund
Moderate Allocation
Ruffer SICAV Ruffer Total Return International
Moderate Allocation
14 FUNDSPEOPLE I NOVEMBRO E DEZEMBRO
SELO FUNDSPEOPLE 2020
fabc fabc fabc fabc fabc fabc fabc fabc fabc fabc
Capitalizando no trabalho que envolve o Selo FundsPeople, a nossa equipa de Análise construiu uma carteira de consenso Smart Consensus, que será a mesma para Espanha, Portugal e Itália. A carteira Smart Consensus é composta pelos fundos das categorias mistos moderados e mistos flexíveis que tiveram selo nos três países. O resultado é uma carteira formada por 10 fundos multiativos com o mesmo peso, seis moderados e quatro flexíveis. Fonte: elaboração própria com dados da Morningstar. Dados de 29 de fevereiro de 2020. (*) Carteira Smart Consensus FundsPeople 2020, com Selos FundsPeople 2020.
DISTRIBUIÇÃO POR ATIVOS OBRIGAÇÕES AÇÕES LIQUIDEZ E OBRIGAÇÕES A CURTO PRAZO OUTROS (DIVISAS, ALTERNATIVOS E IMOBILIÁRIOS)
70% 60% 50% 40% 30% 20% 10%
Fica então para as ações o papel de provedor de alpha, de diferenciação, de descorrelação...
0%
S O N D J F M A M J J A S O N D J F M A M J J A S 2018
2020
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DA COMPONENTE DE AÇÕES
EVOLUÇÃO DA CARTEIRA
Com os olhos postos nos últimos meses, as alterações têm sido relativamente marginais no que se refere à alocação entre as principais classes de ativos, de forma genérica. No entanto, como já havia sido realçado, dentro das classes de ativos de ações, observamos um crescimento progressivo do peso das ações dos EUA em detrimento das ações europeias, refletindo também o comportamento mais interessante do mercado do outro lado do Atlântico. Os dados da carteira de Smart Consensus não estão ainda disponíveis a outubro, mas o gestor de um dos fundos que a compõem salienta que o primeiro mês de outono foi um mês de manutenção de um perfil risk off na sua estratégia de investimento. “Mantivemos a nossa exposição geral a ações perto do mínimo de 50%, enquanto o restante estava investido em cash e instrumentos do mercado monetário”, comenta Corrado Gaudenzi, da Eurizon, sendo que, no entanto, uma “atualização da base de dados fundamentais resultou na substituição de cinco títulos no portefólio de ações”. O perfil defensivo da carteira no momento pode ser visto como um efeito de salvar munições num contexto de mercado onde se podem gerar oportunidades. “Vamos considerar qualquer correção de mercado
2019
EUROPA (INCLUI REINO UNIDO)
AMÉRICA DO NORTE (EUA E CANADÁ)
EMERGENTES (INCLUI PAÍSES ASIÁTICOS DESENVOLVIDOS)
JAPÃO E AUSTRÁLIA
70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0%
S O N D J F M A M J J A S O N D J F M A M J J A S 2018
2019
2020
ALOCAÇÃO DA COMPONENTE DE OBRIGAÇÕES CORPORATIVAS
SOBERANAS
CASH
OUTRAS
50%
40%
30%
20%
10%
0%
S S O O N N D D JJ F F M M A A M M JJ JJ A A SS O O N N D D JJ FF M M A A M M JJ JJ A A SS 2018 2018
2019 2019
2020 2020
NOVEMBRO E DEZEMBRO I FUNDSPEOPLE 15
P
AR
P
R
TNE R
PANORAMA SMART CONSENSUS
AR
TNE
A OPINIÃO DE PAULINE GRANGE Gestora de portefólio de ações globais, Columbia Threadneedle Investments
A CARTEIRA DE CORRADO GAUDENZI
gestor do Eurizon Azioni Strategia Flessibile
“Vamos considerar qualquer correção de mercado significativa como uma oportunidade para aumentar a nossa exposição a equity a avaliações mais atrativas”
J. HENRIK MUHLE E UWE RATHAUSKY
cogestores do Acatis Gané Value Event
“Apesar do perfil de risco-retorno do mercado de ações estar menos atrativo do que em março, continuamos a acreditar em plataformas tecnológicas como a Amazon, Microsoft, Wix.com”
16 FUNDSPEOPLE I NOVEMBRO E DEZEMBRO
O PERFIL DEFENSIVO DA CARTEIRA NO MOMENTO PODE SER VISTO COMO UM EFEITO DE SALVA-MUNIÇÕES
significativa como uma oportunidade para aumentar a nossa exposição a equity a avaliações mais atrativas”, comenta o gestor do Eurizon Azioni Strategia Flessibile.
OPORTUNIDADES
J. Henrik Muhle e Uwe Rathausky, cogestores do Acatis Gané Value Event, também encontraram oportunidades perante a volatilidade. Depois de em março terem aplicado a pólvora seca na carteira do fundo para aumentar a exposição a ações de 67% para 85%, os gestores realizaram mais-valias e, consequentemente, o peso das ações para 71%. No mais recente episódio de volatilidade, particularmente perante a debilidade do Nasdaq, os gestores aumentaram “as posições marginalmente, o que levou a exposição a ações para níveis de 73/75%”. “Apesar do perfil de risco-retorno do mercado de ações estar menos atrativo do que em março, continuamos a acreditar em plataformas tecnológicas como a Amazon, Microsoft, Wix.com”, por exemplo, comentam os gestores.
RUMO À NEUTRALIDADE EM CARBONO Com o setor do petróleo a continuar a tendência descendente, a capitalização de mercado da nova energia agora excede a da velha energia pela primeira vez na história. Empresas de novas energias foram incentivadas por governos de todo o mundo a fazer mudanças positivas na política ambiental e a introduzir metas de neutralidade de carbono: 1. A UE votou a favor de aumentar a redução dos gases de efeito estufa até 2030 de -40% para -60% comparando com os níveis de 1990. Também está a introduzir estímulos fiscais para direcionar o investimento em tecnologias verdes através do seu fundo de recuperação pós-Covid-19; 2. O governo do Reino Unido comprometeu-se a aumentar a sua meta de energia eólica offshore para 2030, prometendo impulsionar a energia eólica offshore do Reino Unido como parte de uma Revolução industrial verde. 3. Tanto o Japão como a Coreia do Sul introduziram novas metas para zero emissões até 2050, uma parte-chave na qual vão substituir a energia produzida com carvão por energias renováveis. Mas foi a China que surpreendeu os mercados ao garantir que vai tornar-se neutra em carbono até 2060 durante a reunião da ONU, com o objetivo de incluir esta meta no seu plano a cinco anos.
PANORAMA BARÓMETRO
DESCUBRA OS FUNDOS COM SELO São produtos que contam com a preferência dos analistas, se destacam pela sua consistência ou por serem blockbuster.
N
um mercado como o português, que conta com mais de 2.500 fundos registados para venda, a FundsPeople divulga os fundos com Selo FundsPeople 2020. São 501 produtos com selo, que se destacam por um ou vários dos seguintes três critérios:
A Favoritos dos Analistas. Fundos
que acumulam um mínimo de cinco votos dos selecionadores dentro de cada questionário anual realizado em Portugal, Espanha e Itália, dirigido aos analistas de fundos, sobre os seus produtos favoritos. Existem 50 fundos que conseguem este selo.
B Blockbuster.
São os ‘super-vendas’ do mercado. Incluem-se os produtos com mais de 100 milhões de euros distribuídos no mercado ibérico ou 50 milhões de euros no caso dos produtos nacionais. Adicionalmente, a estes últimos exigem-se captações líquidas a três anos superiores ou iguais a um quarto dos AUM no fecho do ano: cerca de 349 fundos alcançam esta classificação.
C Consistentes. A equipa de Análise da FundsPeople, dirigida por Maria Folqué, desenvolveu um modelo de seleção próprio para destacar os produtos mais consistentes em cada categoria, a partir da base da Mornings-
tar Direct, com referência ao final do último ano. São analisados os fundos registados para venda em Portugal, com uma antiguidade mínima de três anos à data de referência da análise. De cada fundo é selecionada uma classe, a mais representativa segundo um conjunto de critérios. Esta classe selecionada será comparada com os restantes fundos da sua categoria através de dois scorecards. No primeiro, são considerados critérios de rentabilidade e volatilidade acumulada a 3 e 5 anos, e no segundo, dados individuais
dos últimos cinco anos civis. Em ambos os casos, a rentabilidade e a volatilidade têm um peso de 65% e 35%, respetivamente. Do modelo resultam os fundos que se situam no primeiro quintil em ambos os scorecards. Há 210 fundos com classificação Consistente FundsPeople. Nos três casos são excluídas da análise as categorias de fundos com garantia de capital, target date, do mercado monetário, obrigações de muito curto prazo e rentabilidade ou maturidade objetivo.
PRODUTOS COM A TRIPLA CLASSIFICAÇÃO DO SELO FUNDSPEOPLE 2020 FUNDO Acatis Gané Value Event Fonds Brown Advisory US Equity Growth Eleva UCITS F. - Fonds Eleva Abs. Ret. Europe Evli Short Corporate Bond Fidelity Funds - Gl. Multi Asset Income Fund Jupiter Global Fund - Jupiter Eur. Growth M&G (Lux) Optimal Income Fund
CATEGORIA Moderate Allocation US Equity Large Cap Growth Long/Short Equity Europe Fixed Income Moderate Allocation Europe Equity Large Cap Cautious Allocation
MFS Meridian F. - European Research Fund
Europe Equity Large Cap
MFS Meridian Funds - European Value Fund
Europe Equity Large Cap
MFS Meridian Funds - Prudent Wealth Fund
Aggressive Allocation
Morgan Stanley Invest. F. - Gl. Brands Fund
Global Equity Large Cap
Nordea 1 - European Covered Bond Fund
Europe Fixed Income
Nordea 1 - Global Climate and Envir. Fund
Global Equity Mid/Small Cap
Oddo BHF Avenir Europe
Europe Equity Mid/Small Cap
Pictet-Multi Asset Global Opportunities
Cautious Allocation
PIMCO GIS Income Fund
Global Fixed Income
Schroder Internat. Sel. F. EURO Corp. Bond Vontobel Fund - US Equity
Europe Fixed Income US Equity Large Cap Growth
NOVEMBRO E DEZEMBRO I FUNDSPEOPLE 17
PANORAMA BARÓMETRO
OS FUNDOS INTERNACIONAIS ‘SUPER-VENDAS’ NA PENÍNSULA IBÉRICA
ara ter o selo de Blockbuster (B), os produtos internacionais devem alcançar os 100 milhões de euros de património distribuído no mercado P ibérico. Fonte: gestoras e diferentes entidades distribuidoras. 750
1.000
01 FIXED INCOME
500
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02 MULTIATIVOS E ALTERNATIVOS
250 UBAM - GLOBAL HY SOLUTION BGF EURO SHORT DURATION BOND FUND DEUTSCHE FLOATING RATE NOTES MUZINICH ENHANCEDYIELD SHORT DURATION FUND UBAM - DYNAMIC USD MS INVF - EURO CORPORATE BOND FUND CARMIGNAC SECURITE PIMCO GIS INCOME FUND AXA IM FIIS EUROPE SHORT DURATION HIGH YIELD MS INVF - SHORT MATURITY EURO BOND FUND CANDRIAM BONDS EURO SHORT TERM JUPITER DYNAMIC BOND GAM LOCAL EMERGING BD AXA IM FIIS US SHORT DURATION HIGH YIELD JPM US AGGREGATE BOND FUND GS EMD CARMIGNAC PORT. UNCONSTRAINED EURO FIXED INCOME AXA WF EURO CREDIT SHORT DURATION BLUEBAY INVESTMENT GRADE EURO GOV. BOND FUND MFS EMERGING MARKETS DEBT TOTAL INVESCO EURO SHORT TERM BOND FUND PIMCO GIS GLOBAL INVESTMENT GRADE CREDIT FUND VONTOBEL FUND - EUR CORPORATE BOND MID YIELD FIDELITY FUNDS - EURO SHORT TERM BOND FUND ALLIANZ ENHANCED SHORT TERM EURO UBAM - ABSOLUTE RETURN LOW VOL FI UBAM - DYNAMIC EURO VONTOBEL FUND - EMERGING MARKETS DEBT JANUS HENDERSON HORIZON EURO CORPORATE BOND FUND PIMCO GIS GLOBAL BOND FUND JPM INCOME OPPORTUNITY FUND MS INVF - GLOBAL FIXED INCOME OPPORTUNITIES FUND BNY MELLON EUROLAND BOND FUND MUZINICH SHORT DURATION HIGHYIELD FUND PICTET-EUR SHORT TERM CORPORATE BONDS NN (L) US CREDIT PICTET-SHORT TERM EMERGING CORPORATE BONDS EDRF BOND ALLOCATION BGF US DOLLAR SHORT DURATION BOND FUND INVESCO EURO CORPORATE BOND VONTOBEL FUND - TWENTYFOUR STRATEGIC INCOME FUND AMUNDI FUNDS BOND GLOBAL AGGREGATE BNP PARIBAS ENHANCED BOND 6M ALLIANZ ADVANCED FIXED INCOME SHORT DURATION TEMPLETON GLOBAL TOTAL RETURN FUND ALLIANZ FLOATING RATE NOTES PLUS AB AMERICAN INCOME MUZINICH GLOBAL TACTICAL CREDIT FUND MUZINICH EMERGING MARKETS SHORT DURATION FUND BGF EMERGING MARKETS LOCAL CURRENCY BOND FUND JPM GLOBAL STRATEGIC BOND MUZINICH AMERICAYIELD FUND CANDRIAM BONDS EMERGING MARKETS FRANKLIN U.S. LOW DURATION FUND NORDEA 1 - EUROPEAN COVERED BOND FUND PICTET-EMERGING LOCAL CURRENCY DEBT CANDRIAM BONDS EURO HIGH YIELD AXA IM FIIS US CORPORATE INTERMEDIATE BONDS
NORDEA 1 - STABLE RETURN FUND JPM GLOBAL INCOME FUND MERIAN GLOBAL EQUITY ABSOLUTE RETURN BSF FIXED INCOME STRATEGIES FUND JANUS HENDERSON UNITED KINGDOM ABSOLUTE RETURN FUND PICTET-MULTI ASSET GLOBAL OPPORTUNITIES INVESCO PAN EUROPEAN HIGH INCOME FUND JPM GLOBAL INCOME CONSERVATIVE FUND CANDRIAM BONDS CREDIT OPPORTUNITIES FIRST EAGLE AMUNDI INTERNATIONAL FUND M&G (LUX) DYNAMIC ALLOCATION FUND BGF GLOBAL ALLOCATION FUND LFIS VISION UCITS - PREMIA BSF EUROPEAN ABSOLUTE RETURN FUND PICTET TR-DIVERSIFIED ALPHA BNY MELLON GLOBAL REAL RETURN FUND (EUR) MARSHALL WACE TOPS MFS PRUDENT WEALTH TOTAL FRANKLIN K2 ALTERNATIVE STRATEGIES FUND MAN GLG ALPHA SELECT ALTERNATIVE SALAR FUND JPM GLOBAL CONVERTIBLES FUND FIDELITY FUNDS - GLOBAL MULTI ASSET INCOME FUND BSF GLOBAL EVENT DRIVEN FUND INVESTEC GLOBAL MULTI-ASSET INCOME PICTET TR-AGORA CARMIGNAC PATRIMOINE LEGG MASON WESTERN ASSET MACRO OPPORTUNITIES BOND ACATIS GANE VALUE EVENT
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250
18 FUNDSPEOPLE I NOVEMBRO E DEZEMBRO
500
750
250 JPM GLOBAL SHORT DURATION BOND FUND DWS INVEST EURO BONDS (SHORT) BNP PARIBAS EURO GOVERNMENT BOND JPM US SHORT DURATION BOND NN (L) EURO FIXED INCOME BGF FIXED INCOME GLOBAL OPPORTUNITIES FUND AMUNDI FUNDS BOND EURO CORPORATE AMUNDI FUNDS PIONEER US BOND NORDEA 1 - EMERGING MARKET BOND FUND JPM EM CORPORATE BOND FUND MUZINICH EUROPEYIELD FUND AMUNDI FUNDS EMERGING MARKETS BOND JPM EU GOVERNMENT BOND FUND M&G (LUX) GLOBAL FLOATING RATE HIGH YIELD FUND BGF EURO BOND FUND BNP PARIBAS EURO MEDIUM TERM BOND BNY MELLON EMERGING MKTS. DEBT LOCAL CURRENCY FUND JPM EM LOCAL CURRENCY DEBT FUND GS GLOBAL HIGH YIELD JPM INCOME FUND ODDO BHF EURO CREDIT SHORT DURATION MS INVF - EUROPEAN HIGH YIELD BOND FUND PICTET-USD SHORT MID-TERM BONDS LEGG MASON WESTERN ASSET US CORE PLUS BOND PICTET-EUR SHORT MID-TERM BONDS AB EUROPEAN INCOME FIDELITY FUNDS - US DOLLAR BOND FUND DWS INVEST SHORT DURATION CREDIT BGF EURO CORPORATE BOND FUND FIDELITY FUNDS - US HIGH YIELD FUND ABERDEEN STANDARD SICAV I - EMER. MARK. CRP. BOND FUND BNY MELLON GLOBAL SHORT-DATED HIGH YIELD BOND FUND AXA WF US HIGH YIELD BONDS CARMIGNAC PORTFOLIO UNCONSTRAINED GLOBAL BOND GAM STAR MBS TOTAL RETURN INV M&G (LUX) EMERGING MARKETS BOND FUND M&G (LUX) EURO CORPORATE BOND FUND NORDEA 1 - FLEXIBLE FIXED INCOME FUND PIMCO GIS CAPITAL SECURITIES FUND PIMCO GIS DYNAMIC BOND FUND PIMCO GIS LOW AVERAGE DURATION FUND PIMCO GIS TOTAL RETURN BOND FUND PIMCO GIS US HIGH YIELD BOND FUND AMUNDI FUNDS EURO AGGREGATE BOND AXA WF EMERGING MARKETS SHORT DURATION BONDS AXA WF GLOBAL STRATEGIC BONDS DPAM L BONDS EMERGING MARKETS SUSTAINABLE - F EVLI SHORT CORPORATE BOND FLOSSBACH VON STORCH - BOND OPPORTUNITIES FRANKLIN EUROPEAN TOTAL RETURN FUND FRANKLIN STRATEGIC INCOME FUND GAM STAR CREDIT OPPORTUNITIES EUR INV NEUBERGER BERMAN SHORT DURATION EMER. MRK.DEBT FUND NORDEA 1 - EUROPEAN HIGH YIELD BOND FUND PIMCO GIS DIVERSIFIED INCOME FUND PIMCO GIS EMERGING MARKETS BOND FUND PIMCO GIS EURO INCOME BOND FUND TEMPLETON GLOBAL BOND FUND
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GS GLOBAL STRATEGIC MACRO BOND PICTET-ABSOLUTE RETURN FIXED INCOME MFS GLOBAL TOTAL RETURN TOTAL MFS PRUDENT CAPITAL TOTAL JPM GLOBAL MACRO OPPORTUNITIES FUND BSF AMERICAS DIVERSIFIED EQUITY ABSOLUTE RETURN FUND ALLIANZ DYNAMIC MULTI ASSET STRATEGY 15 SRI INVESCO GLOBAL TARGETED RETURNS FUND UBS (LUX) STRATEGY FUND – YIELD (EUR) ALLIANZ DYNAMIC MULTI ASSET STRATEGY 50 SRI VONTOBEL FUND - TWENTYFOUR ABSOLUTE RETURN CREDIT ALLIANZ INCOME AND GROWTH INVESCO GLOBAL INCOME FUND ALLIANZ DYNAMIC ASSET STRATEGY 75 SRI MAN GLG EUROPEAN EQUITY ALTERNATIVE UBS (LUX) STRATEGY FUND – BALANCED (EUR) PICTET TR-ATLAS INVESCO BALANCED-RISK ALLOCATION FUND AXA WF GLOBAL OPTIMAL INCOME M&G (LUX) OPTIMAL INCOME FUND PIMCO GIS DYNAMIC MULTI-ASSET FUND RUFFER TOTAL RETURN INTERNATIONAL FUND AMUNDI RENDEMENT PLUS FLOSSBACH VON STORCH - MULTI ASSET - BALANCED FLOSSBACH VON STORCH - MULTI ASSET - DEFENSIVE FLOSSBACH VON STORCH - MULTIPLE OPPORTUNITIES II M&G (LUX) INCOME ALLOCATION FUND AMUNDI FUNDS ABSOLUTE RETURN MULTI-STRATEGY ELEVA ABSOLUTE RETURN FUND
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1.000
250
500
750
1.000
500
750
1.000
03 AÇÕES
250 MFS EUROPEAN VALUE TOTAL MS INVF - GLOBAL BRANDS FUND ALLIANZ EUROPE EQUITY GROWTH INVESCO PAN EUROPEAN EQUITY FUND ROBECO GLOBAL CONSUMER TRENDS EQUITIES MFS GLOBAL EQUITY TOTAL SCHRODER ISF EMERGING MARKETS MS INVF - US ADVANTAGE FUND DWS INVEST TOP DIVIDEND FIDELITY FUNDS - EUROPEAN DYNAMIC GROWTH FUND MS INVF - GLOBAL OPPORTUNITY FUND GS EM CORE EQUITY FIDELITY FUNDS - GLOBAL TECHNOLOGY FUND AXA ROSENBERG US ENHANCED INDEX EQUITY ALPHA FUND AMUNDI FUNDS PIONEER US EQUITY FUNDAMENTAL GROWTH SCHRODER ISF EURO CORPORATE BOND SCHRODER ISF EURO EQUITY PICTET-USA INDEX CAPITAL GROUP NEW PERSPECTIVE VONTOBEL FUND - US EQUITY JPM EM EQUITY FUND FIDELITY FUNDS - EMERGING MARKETS FUND MFS EUROPEAN RESEARCH TOTAL PICTET-EUROPE INDEX PICTET-SECURITY SEILERN WORLD GROWTH PICTET-ROBOTICS UBAM - 30 GLOBAL LEADERS EQUITY GAM STAR CONTINENTAL EUROPEAN EQUITY INVESTMENTS PICTET-GLOBAL MEGATREND SELECTION BNY MELLON LONG-TERM GLOBAL EQUITY FUND JPM EUROPE STARTEGIC VALUE FUND BGF CONTINENTAL EUROPEAN FLEXIBLE FUND AMUNDI FUNDS EUROLAND EQUITY MFS EUROPEAN SMALLER COMPANIES TOTAL ODDO BHF AVENIR EUROPE PICTET-WATER JPM US SELECT EQUITY FUND INVESCO JAPANESE EQUITY ADVANTAGE FUND JPM EUROPE EQUITY PLUS FUND FRANKLIN U.S. OPPORTUNITIES FUND JANUS HENDERSON HORIZON EUROLAND FUND BNP PARIBAS EUROPE SMALL CAP FIDELITY FUNDS - GLOBAL FINANCIAL SERVICES FUND NORDEA 1 - GLOBAL CLIMATE AND ENVIRONMENT FUND FIDELITY FUNDS - IBERIA FUND BGF WORLD HEALTHSCIENCE FUND FRANKLIN INDIA FUND TEMPLETON EUROLAND FUND VONTOBEL MTX SUSTAINABLE EMERGING MARKETS LEADERS PICTET-PREMIUM BRANDS AMUNDI FUNDS EUROPEAN EQUITY VALUE M&G (LUX) EUROPEAN STRATEGY VALUE FUND PICTET-DIGITAL SCHRODER ISF JAPANESE EQUITY FRANKLIN TECHNOLOGY FUND GS EUROPE CORE EQUITY BGF EURO-MARKETS FUND JANUS HENDERSON HORIZON GL. PROPERTY EQUITIES FUND AMUNDI INDEX MSCI NORTH AMERICA INVESCO PAN EURO STRUCTURED EQUITY FUND FIDELITY FUNDS - GLOBAL DIVIDEND FUND SCHRODER ISF EURO CREDIT CONVICTION FIDELITY FUNDS - AMERICA FUND M&G (LUX) GLOBAL DIVIDEND FUND SCHRODER ISF EMERGING MARKETS DEBT ABSOLUTE RETURN FIDELITY FUNDS - EUROPEAN GROWTH FUND FIDELITY FUNDS - ASIA FOCUS FUND MS INVF - GLOBAL PROPERTY FUND GS GLOBAL CORE EQUITY AB AMERICAN GROWTH JPM EUROPE DYNAMIC TECHNOLOGIES FUND
500
750
1.000
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250 GS JAPAN FIDELITY FUNDS - CHINA CONSUMER FUND SCHRODER GAIA SIRIOS US EQUITY JPM GLOBAL FOCUS FUND JUPITER EUROPEAN GROWTH LEGG MASON CLEARBRIDGE US LARGE CAP GROWTH PICTET-JAPANESE EQUITY OPPORTUNITIES NN (L) US ENHANCED CORE CONCENTRATED EQUITY JPM ASIA PACIFIC EQUITY FUND BGF EUROPEAN SPECIAL SITUATIONS FUND GS US CORE EQUITY CANDRIAM EQUITIES L BIOTECHNOLOGY SCHRODER GAIA EGERTON EQUITY SCHRODER ISF GLOBAL HIGH YIELD SCHRODER ISF ASIAN OPPORTUNITIES PICTET-NUTRITION JPM EUROPE EQUITY FUND UBS (LUX) EQUITY SICAV - LONG TERM THEMES (USD) SCHRODER ISF EURO BOND MS INVF - US GROWTH FUND JPM EUROPE STRATEGIC GROWTH FUND FIDELITY FUNDS - WORLD FUND JANUS HENDERSON HORIZON GLOBAL TECHNOLOGY FUND PICTET-GLOBAL ENVIRONMENTAL OPPORTUNITIES MFS US VALUE JPM EM SMALL CAP FUND JPM US TECHNOLOGY FUND JPM EUROLAND EQUITY FUND BSF EUROPEAN OPPORTUNITIES EXTENSION FUND BGF WORLD GOLD FUND LEGG MASON RARE INFRAESTRUCTURA VALUE BGF WORLD MINING FUND FIDELITY FUNDS - EUROPEAN LARGER COMPANIES FUND ABERDEEN STANDARD SICAV I - ASIA PACIFIC EQUITY FUND MIRABAUD GLOBAL FOCUS JPM EUROPE STARTEGIC DIVIDEND FUND ALLIANZ EUROPEAN EQUITY DIVIDEND FAST - EUROPE FUND AB EUROZONE EQUITY CAPITAL GROUP INVESTMENT COMPANY OF AMERICA ALLIANZ GLOBAL SUSTAINABILITY BMO RESPONSIBLE GLOBAL EQUITY JPM US VALUE FUND ABERDEEN STANDARD SICAV I – ASIAN SMALLER COMPANIES JPM JAPAN EQUITY FUND JANUS HENDERSON HORIZON PAN EUROP. SMALLER COMP. FUND ABERDEEN STANDARD SICAV I - JAPANESE EQUITY FUND ALLIANZ EUROLAND EQUITY GROWTH MS INVF - ASIA OPPORTUNITY FUND BNP PARIBAS JAPAN SMALL CAP BNP PARIBAS US SMALL CAP FIDELITY FUNDS - EURO BLUE CHIP FUND BROWN ADVISORY US EQUITY GROWTH FUND ELEVA EUROPEAN SELECTION FUND AMUNDI INDEX MSCI EMU AMUNDI INDEX S&P 500 AXA ROSENBERG GLOBAL EQUITY ALPHA FUND AXA ROSENBERG US EQUITY ALPHA FUND CPR INVEST - GLOBAL DISRUPTIVE OPPORTUNITIES MERIAN NORTH AMERICAN EQUITY MIRAE ASIA GREAT CONSUMER EQUITY FUND NEUBERGER BERMAN US MULTI CAP OPPORTUNITIES FUND T. ROWE PRICE FUNDS US BLUE CHIP T. ROWE PRICE FUNDS US EQUITY T. ROWE PRICE FUNDS US SMALLER COMPANIES TEMPLETON ASIAN GROWTH FUND TEMPLETON EMERGING MARKETS FUND TEMPLETON GLOBAL CLIMATE CHANGE FUND THREADNEEDLE (LUX) GLOBAL FOCUS FUND UBS (LUX) EQUITY FUND – CHINA OPPORTUNITY (USD) UBS (LUX) EQUITY SICAV – EURO COUNTRIES INCOME (EUR)
500
750
1.000
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Fundos com mais de 1.000 milhões de euros nas mãos de clientes ibéricos.
OS FAVORITOS DOS ANALISTAS EUROPEUS EM 2020
Entre parêntesis o número total de votos. FUNDO Jupiter Dynamic Bond (24) Fidelity Funds European Dynamic Growth (18) MFS Meridian European Value (17) PIMCO GIS Income (16) Flossbach von Storch - Multiple Opp. II (16) Schroder EUR Corporate Bond (13) Morgan Stanley - US Advantage Fund (12) DWS Concept Kaldemorgen (11) Muzinich Enhanced Yield Short Term (11) Eleva European Selection (11) Vontobel US Equity (11) Franklin K2 Alternative Strategies (10) Morgan Stanley Global Brands (10) Morgan Stanley Global Opportunity (10) M&G Lux Optimal Income Fund (9) MFS Meridian Funds - Prudent Wealth Fund (9) Capital Group New Perspective Fund (9)
CATEGORIA Fixed Income Equity Equity Fixed Income Allocation Fixed Income Equity Alternative Fixed Income Equity Equity Alternative Equity Equity Allocation Allocation Equity
FUNDO Robeco Global Consumer Trends (9) Candriam Bonds Credit Opportunities (8) Fidelity Funds - Gl. Multi Asset Inc. Fund (8) Pictet-Multi Asset Global Opportunities (8) Salar Fund (8) Jupiter European Growth (8) Fundsmith Equity (8) Vontobel MTX Sustainable Em. Markets Leaders (8) Nordea 1 - Stable Return Fund (7) Invesco Pan European High Income (7) NB FCP Euro Bond (7) MFS Meridian European Research (7) Brown Advisory US Equity Growth (7) Eleva Absolute Return Europe (6) HSBC GIF Multi Asset Style Factors (6) Legg Mason Western Ass. Macro Opp. Bond Fund (6) Acatis - Gane Value Event Fonds (6)
CATEGORIA Equity Alternative Allocation Allocation Convertibles Equity Equity Equity Allocation Allocation Fixed Income Equity Equity Alternative Alternative Alternative Allocation
FUNDO Ruffer Total Return International (6) Nordea 1 - European Covered Bond Fund (6) Hermes Global Emerging Markets (6) Nordea 1 - Global Climate and Envir.Fund (6) Allianz Europe Equity Growth (6) Fidelity Global Dividend (6) Oddo Avenir Europe (5) Seilern World Growth (5) BlueBay Invest. Grade Euro Gov. Bond Fund (5) DPAM Bond Emerging Markets Sustainable (5) Evli Short Corporate Bond (5) BNY Mellon LT GLobal Equity (5) DPAM Equities NewGems Sustainable (5) Seilern America (5) Threadneedle Global Focus (5) Wells Fargo (Lux) WF U.S. All Cap Growth Fund (5)
CATEGORIA Allocation Fixed Income Equity Equity Equity Equity Equity Equity Fixed Income Fixed Income Fixed Income Equity Equity Equity Equity Equity
NOVEMBRO E DEZEMBRO I FUNDSPEOPLE 19
PANORAMA FÓRUM APFIPP por João Pratas
TOTAL DE FUNDOS MOBILIÁRIOS PATRIMÓNIO
FUNDOS DE CURTO PRAZO HARMONIZADOS
CAPTAÇÕES LÍQUIDAS
14000
PATRIMÓNIO 400 300 200 100 0 -100 -200 -300 -400 -500 -600
13000
12000
11000
OUTUBRO 2019
OUTUBRO 2020
2200
120 100 80 60 40 20 0 -20 -40 -60 -80 -100
1925 1650 1375 1100
OUTUBRO 2019
GESTÃO DE D ATIVOS: OS DESAFIOS DO PRESENTE Os desafios, propostas e recomendações da associação que representa quatro setores da gestão de ativos nacional.
20 FUNDSPEOPLE I NOVEMBRO E DEZEMBRO
CAPTAÇÕES LÍQUIDAS
OUTUBRO 2020
APFIPP representa quatro setores: a gestão de FIM, a de FII, a de Fundos de Pensões e a de Patrimónios. Estes segmentos, embora com as suas particularidades, têm um denominador comum: tratam da gestão de ativos pertencentes a terceiros que são os seus clientes, o que acarreta um dever de diligência acrescido, por um lado, para preservar o investimento e, por outro, para procurar as melhores soluções que permitam ir ao encontro dos objetivos e expectativas dos clientes. O papel da gestão de ativos é fundamental e não deve ser menorizado, porque recolhe os recursos financeiros excedentários de agentes económicos (os aforradores) e canaliza-os para o financiamento dos agentes (empresas) que necessitam desses recursos para desenvolverem as suas atividades. É neste quadro de base que devem ser estabelecidos os desafios que a APFIPP enfrenta a cada momento. No contexto da atual crise sanitária que vivemos, onde muitas empresas passam por dificuldades, necessitando de financiamento externo que lhes permita sobreviver e estar em condições
FUNDOS DE OBRIGAÇÕES PATRIMÓNIO
FUNDOS MISTOS
CAPTAÇÕES LÍQUIDAS
2500
PATRIMÓNIO 120
FUNDOS DE AÇÕES CAPTAÇÕES LÍQUIDAS
5000
150
90
100
60
50
30 0
2000
-30
4000
-50
OUTUBRO 2020
de reiniciar o seu percurso, assim que a normalidade regresse, um primeiro desafio que se coloca à APFIPP prende-se justamente em aproximar os aforradores das empresas. Neste contexto de crise sanitária, a APFIPP efetuou uma proposta, em sede da preparação do Orçamento de Estado para o próximo ano, de criação de um OIC com vocação específica para apoiar as empresas portuguesas afetadas pela pandemia COVID-19. Não sendo os efeitos da crise ainda, completamente quantificados ou quantificáveis, constituirá também um desafio acrescido para os gestores de ativos, a monitorização da evolução da economia e dos mercados financeiros, para identificar oportunidades que permitam a criação de valor tanto para os seus clientes, como para os setores / empresas onde investem. Um outro desafio que, há muito, condiciona a atividade de gestão de ativos, em Portugal, é a (falta de) poupança. A poupança é fundamental porque permite gerar os recursos necessários para o investimento no setor produtivo, fomentando o crescimento económico e a criação de emprego.
40 20 0 -20
1500
-40 -60
-150
-80
-200
-120
OUTUBRO 2019
2000
-100
-90 -150
CAPTAÇÕES LÍQUIDAS
0
-60
1500
PATRIMÓNIO
3000
-250
OUTUBRO 2019
OUTUBRO 2020
A poupança em Portugal, para além de escassa, é maioritariamente aplicada em depósitos, o que não cremos ser uma solução eficiente nem desejável. Faltam políticas de incentivo à poupança, mas, também, de canalização da mesma para o financiamento da economia. Nessa medida, é essencial fomentar a poupança de longo prazo, seja para a reforma, seja para fazer face a situações inesperadas com perda repentina de rendimentos e/ou aumento inesperado das despesas, como é o momento que vivemos atualmente. Essa poupança, na atual conjuntura, é de extrema importância para financiar as empresas que necessitam desses recursos para promover a sua sobrevivência e crescimento futuro, mas também o financiamento de grandes projetos (como infraestruturas) que permitam alavancar o crescimento económico do país. Apesar da grande sensibilidade que envolve a temática da Segurança Social e da sua sustentabilidade, é inegável que há uma redução efetiva de rendimentos quando, na reforma, se troca o salário por uma pensão e que esse “pension gap” irá aumentar no fu-
1000
-100
OUTUBRO 2019
OUTUBRO 2020
OS GESTORES DE ATIVOS ESTÃO NUMA POSIÇÃO PRIVILEGIADA PARA INFLUENCIAR AS EMPRESAS A DESENVOLVEREM A SUA ATIVIDADE DE UMA FORMA EQUILIBRADA
NOVEMBRO E DEZEMBRO I FUNDSPEOPLE 21
PANORAMA FÓRUM APFIPP
turo. É indispensável consciencializar empresas e cidadãos para a necessidade de poupar para a reforma, permitindo às pessoas encarar com tranquilidade essa fase das suas vidas. A este nível, intendemos, ainda, ser necessário refletir sobre o modelo de Segurança Social que queremos para o nosso país e, nesse âmbito, propomos que seja estudada e ponderada a adoção de um modelo de auto enrolment
AS GESTORAS EM OUTUBRO DE 2020
FUNDOS DE INVESTIMENTO IMOBILIÁRIO
Dados de património em milhões de euros GESTÃO DE PATRIMÓNIOS
OUTUBRO 2020
BMO GAM (F&C Portugal) Caixa Gestão de Activos Santander Asset Management GNB - SGP BPI Gestão de Activos Montepio Gestão de Activos Crédito Agrícola Gest Bankinter Gest. Act. (Suc. Portugal) Optimize Investment Partners Dunas Capital - Gestão de Activos LYNX Asset Managers Total
14.469,50 9.756,35 5.692,15 5.376,87 3.215,57 1.537,21 1.350,61 571,30 86,33 21,13 6,84 42.083,86
QUOTA (%) 34,38 23,18 13,53 12,78 7,64 3,65 3,21 1,36 0,21 0,05 0,02
DEZEMBRO 2019 15.353,48 21.993,16 6.008,47 6.194,36 3.194,59 1.514,73 1.411,84 546,02 107,24 15,64 5,43 56.344,98
QUOTA (%)
VAR. (%) 2020
27,25 39,03 10,66 10,99 5,67 2,69 2,51 0,97 0,19 0,03 0,01
-5,76 -55,64 -5,26 -13,20 0,66 1,48 -4,34 4,63 -19,50 35,10 26,06 -25,31
Nota: Amostra = 87,8% do total de activos da Gestão de Patrimónios (Em Outubro de 2020)
FUNDOS DE PENSÕES Ageas Pensões CGD Pensões BPI Vida e Pensões GNB - SGFP S.G.F.P. Banco de Portugal Futuro Santander Pensões BBVA Fundos Real Vida Seguros SGF Previsão Victoria - Seguros de Vida, SA Total
SETEMBRO 2020 5.936,48 4.349,49 3.041,15 2.382,45 2.051,36 1.733,02 1.116,56 541,97 221,89 80,96 75,27 16,18 21.546,77
QUOTA (%) 27,55 20,19 14,11 11,06 9,52 8,04 5,18 2,52 1,03 0,38 0,35 0,08
DEZEMBRO 2019 5.975,90 4.099,88 3.095,33 2.340,93 2.048,88 1.723,12 1.161,31 506,94 251,23 79,60 79,45 16,58 21.379,13
Nota: Amostra = 97,9% do total gerido por Fundos de Pensões (Em Setembro 2020)
22 FUNDSPEOPLE I NOVEMBRO E DEZEMBRO
QUOTA (%)
VAR. (%) 2019
27,95 19,18 14,48 10,95 9,58 8,06 5,43 2,37 1,18 0,37 0,37 0,08
-0,66 6,09 -1,75 1,77 0,12 0,57 -3,85 6,91 -11,68 1,71 -5,26 -2,43 0,78
como o que existe, há vários anos, no Reino Unido. Por fim, há outro desafio que, não sendo novo, tem vindo a ganhar cada vez maior relevância: o do investimento sustentável. Há uma crescente consciencialização de que o desenvolvimento económico deve ser feito de forma sustentável, sem comprometer as próximas gerações. Os gestores de ativos, enquanto financiadores da
OUTUBRO 2020
Interfundos Square Asset Management GNB Real Estate Caixa Gestão de Ativos Norfin BPI Gestão de Activos Santander Asset Management Montepio Valor Silvip SFS - Gestão de Fundos Gef LYNX Asset Managers Imofundos Libertas Fundiestamo Institutional Inves.- Partners GmbH Profile - SGOIC Fidelidade - SGOIC First Fund Box TF Turismo Fundos Violas Ferreira - SICAFI, SA ECS - SGOIC Imopolis Atlantic Vila Gale Gest Gesfimo Refundos Crédito Agrícola Gest Imorendimento Floresta Atlântica Insula Capital Invest Gestão de Activos Silar - SICAFI, SA Fundger Total
10.356,94
FUNDOS DE INVESTIMENTO MOBILIÁRIO
OUTUBRO 2020
Caixa Gestão de Activos IM Gestão de Ativos BPI Gestão de Activos Santander Asset Management GNB Fundos Mobiliários Bankinter Ges. Act. (Suc. Portugal) Montepio Gestão de Activos Optimize Investment Partners Invest Gestão de Activos Dunas Capital - Gestão de Activos Crédito Agrícola Gest LYNX Asset Managers GFM Capital - SICAF IAF Sixty Degrees - SGFIM Casa de Investimentos Popular Gestão de Activos Total
4.411,41 2.828,41 2.546,83 2.377,54 593,78 167,66 151,32 134,17 97,34 37,20 20,07 15,63 4,41 n.d. n.d. n.d. 13.393,05
1.271,59 1.152,59 977,79 932,44 547,74 536,72 418,18 418,11 398,98 395,71 383,32 299,59 295,79 290,40 281,07 255,97 204,27 185,57 184,76 161,85 160,38 106,66 102,29 92,44 62,63 58,26 42,27 31,55 30,86 24,37 24,28 16,69 11,84
QUOTA (%) 12,28 11,13 9,44 9,00 5,29 5,18 4,04 4,04 3,85 3,82 3,70 2,89 2,86 2,80 2,71 2,47 1,97 1,79 1,78 1,56 1,55 1,03 0,99 0,89 0,60 0,56 0,41 0,30 0,30 0,24 0,23 0,16 0,11
QUOTA (%) 32,94 21,12 19,02 17,75 4,43 1,25 1,13 1,00 0,73 0,28 0,15 0,12 0,03 n.d. n.d. n.d.
DEZEMBRO 2019
QUOTA (%)
VAR. (%) 2020
1.308,83 1.144,80 1.096,47
12,45 10,89 10,43
-2,85 0,68 -10,82
976,92 553,11 420,80 400,77 503,57 399,51 296,50 27,92 276,13 286,38 270,97 144,27 221,23 187,32 334,49 161,72 151,25 4,32 97,50 92,51 71,15 63,86 76,46 35,64 30,92 26,62 24,56 17,48 11,27 796,36 10.511,61
9,29 5,26 4,00 3,81 4,79 3,80 2,82 0,27 2,63 2,72 2,58 1,37 2,10 1,78 3,18 1,54 1,44 0,04 0,93 0,88 0,68 0,61 0,73 0,34 0,29 0,25 0,23 0,17 0,11 7,58
-43,93 -2,96 -0,62 4,33 -20,77 -0,95 29,28 973,02 7,12 1,41 3,73 77,42 -7,67 -0,94 -44,76 0,08 6,04 2.368,04 4,92 -0,08 -11,97 -8,77 -44,72 -11,47 -0,22 -8,46 -1,15 -4,51 5,02 -100,00 -1,47
DEZEMBRO 2019
QUOTA (%)
VAR. (%) 2020
4.385,73 2.386,02 2.603,99 2.322,81 573,29 132,94 189,40 135,92 82,95 44,82 19,99 12,39 5,33 3,26
33,74 18,36 20,03 17,87 4,41 1,02 1,46 1,05 0,64 0,34 0,15 0,10 0,04 0,03
0,59 18,54 -2,20 2,36 3,57 26,12 -20,10 -1,29 17,35 -17,00 0,41 26,17 -17,26 n.d.
98,94 12.997,77
0,76
-100,00 3,04
P
AR
P
R
TNE R
AR
TNE
A OPINIÃO DE BEGOÑA GOMEZ Responsável de Vendas, Invesco
economia estão numa posição privilegiada para influenciar as empresas a desenvolverem a sua atividade de uma forma equilibrada, nas três vertentes do ESG (ambiental, social e de governação). E essa atuação dos gestores de ativos terá uma preponderância cada vez maior, seja por pressão dos clientes, seja por imposição dos reguladores, nacionais e estrangeiros, estando a ser
ENTRADAS E SAÍDAS DOS FUNDOS MOBILIÁRIOS Dados em milhões de euros 1500
1.500
ultimadas diversas iniciativas regulatórias a nível da União Europeia. Os gestores de ativos terão de se adaptar para passar a incluir os fatores ESG nas suas decisões de investimento, obrigando à incorporação de novas valências e de novas ferramentas no processo de investimento, o que constitui um desafio enorme, mas que tenho esperança que venha a ter um impacto muito positivo para toda a sociedade.
FUNDOS DE INVESTIMENTO MOBILIÁRIO
SETEMBRO E OUTUBRO 2020
1000
1.000 750 500
500 250 00
-250 -500 -500
-750 -1000 -1000
-1.250 -1.500 -1500
SETEMBRO E OUTUBRO 2020
ÚLTIMOS 12 MESES
IM Gestão de Ativos
239,128
495,636
710,775
Caixa Gestão de Activos
64,423
129,745
224,400
BPI Gestão de Activos Santander Asset Management
37,243
10,189
42,908
30,837
47,934
143,540
GNB Fundos Mobiliários
18,767
36,261
40,927
Bankinter Gest. Act. (Suc. Portugal)
4,027
36,699
43,346
Invest Gestão de Activos
3,529
22,784
31,458
LYNX Asset Managers
1,919
2,305
2,211
Crédito Agrícola Gest
0,000
0,000
0,000
GFM Capital - SICAF IAF
0,000
0,000
0,000
Optimize Investment Partners
-0,384
5,875
8,765
Dunas Capital - Gestão de Activos
-0,687
-5,622
-6,449
Montepio Gestão de Activos
-6,651
-25,826
-7,705
-13,091
-18,551
Popular Gestão de Activos
1.250
DESDE INÍCIO DO ANO
Sixty Degrees - SGOIC
n.d.
n.d.
n.d.
Casa de Investimentos
n.d.
n.d.
n.d.
392,151
742,888
1.215,625
DESDE INÍCIO DO ANO
ÚLTIMOS 12 MESES
Total
FUNDOS DE INVESTIMENTO MOBILIÁRIO *
SETEMBRO E OUTUBRO 2020
Fundos de Curto Prazo Euro
110,809
-39,726
-76,452
F. Multi-Activos Defensivos
97,286
206,136
305,322
F. Mercado Monetário Euro
71,340
127,908
164,742
Fundos PPR
71,053
300,117
467,768
Outros F. Acções Internacionais
38,861
113,613
151,875
Fundos Flexíveis
26,270
68,166
113,648
Fundos de Obrigações Euro
25,334
161,396
215,744
F. Obrigações Taxa Indexada Euro
14,744
-27,126
19,608
F. Multi-Activos Equilibrados
6,608
-5,171
22,268
FIA Flexíveis
1,955
2,787
2,650
F. Mercado Monetário Internacional
1,496
1,496
1,496
FIA de Retorno Absoluto
0,000
-0,016
-3,638
Fundos PPA
-0,017
-0,247
-0,393
Fundos de Acções Sectoriais
-0,142
1,054
1,772
Fundos de Acções Ibéricas
-0,200
-2,979
-3,878
Fundos de Acções Nacionais
-0,203
-7,008
-10,759
FIA de Obrigações
-0,399
-1,797
-2,075
-1,214
-13,523
-12,401
F. Acções da América do Norte Fundos de Obrigações Internacional
-2,617
2,701
5,470
F. Multi-Activos Agressivos
-3,378
-8,716
-9,202
F. Acções da U.E., Suíça e Noruega
-4,806
-15,164
-9,732
Outros FIA
-24,452
-45,911
-51,084
Outros Fundos FIA Multi-Activos Total
-36,177
-75,102
-75,102
-
-
-2,023
392,151
742,888
1.215,625
* - Não inclui os Fundos geridos por 2 entidades (amostra = 99,95%)
ÁSIA, UM PASSO MAIS À FRENTE Além do diferente impacto que a pandemia teve nos diferentes setores ou países, se houve uma região que soube sobrepor-se aos efeitos negativos foi a Ásia. A maior parte dos países da região, com a China em destaque na linha da frente, estão a caminhar para uma clara recuperação económica, muito superior à do Ocidente, apesar de ainda não terem atingido os níveis pré-Covid. Tendo em conta isto e o facto de que as valorizações nestes países são mais atrativas comparadas com a Europa ou os Estados Unidos, a Ásia acumula atualmente uma boa parte das oportunidades de investimento a nível global. Esta região conta, além disso, com uma vantagem adicional: está claramente subponderada nas carteiras dos investidores internacionais face à sua capitalização global, pelo que é previsível que aumente o interesse e a região atraia novos fluxos de investimento nos próximos anos. Para os investidores interessados na China, na Invesco temos o Invesco China Focus Equity Fund, enquanto a nível regional gerimos o Invesco Asia Opportunities Equity Fund. Ambos os fundos são geridos pela experiente equipa de ações de Hong Kong (com 60.000 milhões de euros sob gestão) e os dois fundos ultrapassam constantemente os seus índices de referência em todos os prazos temporais. NOVEMBRO E DEZEMBRO I FUNDSPEOPLE 23
PANORAMA BARÓMETRO
FUNDOS COM SELO FUNDSPEOPLE EM 2020 FUNDO
RENTABILIDADE ANUAL
SELO
5 ANOS
3 ANOS
4,32
ASIA FIXED INCOME HSBC GIF Asia Bond AC
ABC
EMERGING MARKETS FIXED INCOME BNY Mellon Em Mkts Corp Dbt USD X Acc AS SICAV I EM Corp Bd X Acc USD Pictet-Short Term Em Corp Bds Z USD Candriam SRI Bond Em Mkts R USD Acc Neuberger Berman Shrt DurEM DbtUSD I Acc AS SICAV I Frntr Mkts Bd X Acc USD JPM Emerg Mkts Corp Bd A (acc) USD MFS Meridian Emerging Mkts Dbt A2 USD PIMCO GIS Em Mkts Bdd E USD Inc Neuberger Berman EM DbtHrdCcy USD I C M&G (Lux) Em Mkts Bd C EUR Acc DPAM L Bonds Emerging Markets Sust E EUR BNY Mellon EM Dbt Lcl Ccy USD X Acc GS Em Mkts Dbt Base Acc USD Capital Group EM Lcl Ccy Dbt(LUX) Z Nordea 1 - Emerging Market Bond BP EUR Pictet-Emerging Local Ccy Dbt Z USD Schroder ISF EM Dbt Abs Rt C Acc USD Muzinich EmergingMktsShrtDur HEUR Acc A Vontobel Emerging Mkts Dbt N USD Amundi Fds Em Mkts Bd C EUR C GAM Multibond Local Emerging Bond USD C Fidelity Em Mkt Lcl Ccy Dbt Y-Acc-USD Candriam Bds Em Mkts R USD Cap JPM Emerg Mkts Lcl Ccy Dbt A (acc) EUR AXAWF Em Mkts Sh Dur Bds E Cap EUR H BGF Emerging Markets Lcl Ccy Bd A2 USD
ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC
6,19 4,98 2,94 2,60 6,00 3,53 3,28 4,05 4,99 4,49 4,52 1,49 3,10 2,95 3,52 2,32 1,89 1,71 4,53 2,24 2,25 2,39 3,25 1,41 1,15 1,30
EUROPE FIXED INCOME NB Euro Bond NB Obrigações Europa FIMAO BlueBay Inv Grd Euro Govt Bd I EUR Acc JPM EU Government Bond A (acc) EUR Vanguard € Govt Bd Idx € Acc PIMCO GIS Euro Bond Instl EUR Acc Schroder ISF EURO Bond C Acc EUR BNP Paribas Euro Government Bd Privl C MS INVF Euro Bond I Nordea 1 - European Covered Bond BP EUR Capital Group Euro Bond (LUX) Z Schroder ISF EURO Crdt Convct C Acc EUR BGF Euro Bond A2 EUR T. Rowe Price Euro Corp Bd Z EUR Schroder ISF EURO Corp Bd C Acc EUR Invesco Euro Bond E EUR Acc Franklin European Ttl Ret A(acc)EUR BNY Mellon Euroland Bond EUR W Acc Candriam Bds Euro High Yld R EUR Cap NN (L) Euro Fixed Income P Cap EUR Carmignac Pf Uncons Euro FI A EUR Acc Janus Henderson Hrzn Euro Corp Bd A2 EUR MS INVF Euro Corporate Bond I Amundi Fds Euro Aggt Bd F2 EUR C BGF Euro Corporate Bond A2 EUR Optimize Obrigações FIMAO Invesco Euro Corporate Bond A EUR Acc BNY Mellon European Credit EUR C Acc Caixagest Oportunidades FIAMA M&G (Lux) Euro Corp Bd CI EUR Acc Nordea 1 - European High Yld Bd BI EUR AB European Income C2 Acc Vontobel EUR Corp Bd Mid Yld C EUR ODDO BHF Euro High Yield Bond CI-EUR Muzinich Europeyield HEUR Acc A Fidelity Euro Short Term Bond A-Acc-EUR Amundi Fds Euro Corp Bd A EUR C EdRF Bond Allocation A EUR Acc
ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC
6,53 6,57 4,52 2,95 2,73 3,41 2,95 2,62 2,77 2,78 2,83 4,56 2,51 3,55 3,92 2,69 2,41 2,49 4,22 1,75 1,60 2,64 3,22 1,56 2,68 2,07 2,33 2,61 2,59 2,43 3,86 2,17 2,02 3,35 3,43 0,84 1,92 2,30
24 FUNDSPEOPLE I NOVEMBRO E DEZEMBRO
5,17 3,92 3,50 3,36 3,25 3,16 3,01 2,77 2,76 2,65 2,48 1,91 1,68 1,50 1,21 1,16 1,07 0,89 0,77 0,76 0,53 0,38 0,25 -0,01 -0,05 -0,25 -1,93
1 ANO
DADOS A 20-11-20 VOLAT. 3 ANOS
DIVISA BASE
7,84
USD
-0,36 0,43 -2,49 -1,61 -1,48 -1,92 -5,33 0,04 -1,54 -2,29 -3,82 -4,45 -4,39 6,03 -4,02 -6,14 -6,46 -6,90 -3,85 1,00 -7,64 -6,64 -8,66 -9,27 -8,53 -9,24 -0,90 -8,57
9,33 4,71 9,04 5,30 4,63 2,18 3,97 2,85 3,57 2,63 3,50 2,79 3,48 2,92 3,45 2,36 3,05 2,36 2,96 2,16 2,95 1,15 2,90 2,24 2,88 2,09 2,81 2,35 2,79 2,12 2,77 1,76 2,63 3,05 2,56 2,80 2,41 1,24 2,30 0,52 2,27 5,40 2,09 1,79 1,94 1,37 1,93 0,61 1,91 0,92 1,86 -1,66 1,83 1,28 1,81 1,04 1,59 0,05 1,36 0,93 1,30 -1,08 1,23 0,60 1,13 0,19 0,95 0,05 0,79 -2,09 0,73 1,53 0,58 -1,12 0,44 2,21
GESTOR
Alfred Lap Chung Mui; Steven Wong;
13,32 USD Colm McDonagh; Rodica Glavan; 11,78 USD — 7,86 USD Luke Chua; Alain Nsiona Defise; 8,61 USD Magda Branet; Diliana Deltcheva; Christopher Mey; 8,12 USD Bart van der Made; Nish Popat; Jennifer Gorgoll; 12,42 USD — 9,40 USD Scott D. McKee; Pierre-Yves Bareau; 9,90 USD Matthew W. Ryan; Ward Brown; Neeraj Arora; 10,35 USD Michael A. Gomez; Javier Romo; Pramol Dhawan; 11,14 USD Rob Drijkoningen; Gorky Urquieta; Bart van der Made; Mike Reyes; 10,63 EUR Claudia Calich 8,65 EUR HUGO VERDIERE; Michaël Vander Elst; 8,66 USD — 12,17 USD Angus Bell 10,87 USD Robert H. Neithart; Luis Freitas de Oliveira; Kirstie Spence; 13,57 EUR Cathy L. Hepworth 10,53 USD Mary-Therese Barton; Alper Gocer; 5,64 USD Abdallah Guezour 7,12 EUR Warren Hyland 14,20 USD Luc D’hooge; Wouter Van Overfelt; 13,74 EUR Yerlan Syzdykov; Ray Jian; 10,77 USD Paul McNamara 11,27 USD Eric Yung Wong; Paul Michael Greer; Marton Huebler; 14,07 USD Magda Branet; Diliana Deltcheva; Karim Hamdoun; Nicholas Sauer; 10,53 EUR Didier Lambert; Pierre-Yves Bareau; Diana Kiluta Amoa; 8,77 EUR Mikhail Volodchenko; Sailesh Lad; 12,48 USD Sergio Trigo Paz; Michal Wozniak; Laurent Develay; 7,92 EUR Vasco Teles 8,26 EUR Vasco Teles 4,26 EUR Mark Dowding; Kaspar Hense; 4,08 EUR Iain T. Stealey; Séamus Mac Góráin; 3,76 EUR — 3,92 EUR Andrew Bosomworth; Andrew Thomas Balls; Lorenzo Pagani; 4,26 EUR Bob Jolly; Paul Grainger; James Ringer; 3,92 EUR Alberto Talero 3,26 EUR Richard Ford; Marco Spaltro; 2,12 EUR Henrik Stille 4,17 EUR Thomas H. Høgh; Philip Chitty; 6,98 EUR Patrick Vogel 4,11 EUR Michael Krautzberger; Ronald van Loon; 5,49 EUR David X Stanley 6,18 EUR Patrick Vogel 4,99 EUR Gareth Isaac; Luke Greenwood; Thomas Sartain; Lyndon Man; 4,44 EUR John W. Beck; David Zahn; Sonal Desai; 5,60 EUR — 6,27 EUR Philippe Noyard; Nicolas Jullien; Thomas Joret; 4,47 EUR Sylvain De Ruijter; Hans van Zwol; Jaco Rouw; 5,07 EUR Guillaume Rigeade; Eliezer Ben Zimra; 5,19 EUR Thomas Ross; Tim Winstone; 6,07 EUR Richard Ford; Leon Grenyer; 5,11 EUR Marie-Anne Allier; Isabelle Vic-Philippe; 5,13 EUR Tom Mondelaers; Jozef Prokes; 5,11 EUR Pedro Oliveira Lino; Carlos Pinto; 5,62 EUR Paul Read; Julien Eberhardt; Tom Hemmant; 6,47 EUR Lucy Speake; Bonnie Abdul Aziz; 3,14 EUR — 5,24 EUR Stefan Isaacs 9,42 EUR Sandro Naef; Torben Skødeberg; Laust Johnsen; 7,46 EUR Scott A. DiMaggio; Jorgen Kjaersgaard; John Taylor; 6,91 EUR Mondher Bettaieb; Claudia Wyss; 7,87 EUR Alexis Renault; Janis HECK; Frauke Wolkewitz; 9,41 EUR Thomas Samson 1,97 EUR Rick Patel; Ario Emami Nejad; 6,65 EUR Hervé Boiral; Alexandra Van Gyseghem; 5,00 EUR Julien Tisserand; Nicolas Leprince;
FUNDOS COM SELO FUNDSPEOPLE EM 2020 FUNDO
ictet-EUR Short Term Corp Bds Z P MS INVF European HY Bd I PIMCO GIS Euro Income Bond E EUR Acc Carmignac Pf Sécurité A EUR Ydis GS Euro Short Dur Bd Plus I Acc EUR BNP Paribas Euro Medium Term Bd C C Evli Short Corporate Bond B DWS Invest Short Duration Credit FC DWS Invest ESG Euro Bonds (Short) FC Allianz Advcd Fxd Inc S/D A EUR Pictet-EUR Short Mid-Term Bonds I BNP Paribas Enhanced Bond 6M I C IMGA Rendimento Semestral FIMA Invesco Euro Short Term Bond E EUR Acc ODDO BHF Euro Credit Short Dur DP-EUR IMGA Euro Taxa Variável FIMA Caixagest Obrigações FIMAO Allianz Floating Rate Notes+ IT EUR Candriam Bds Euro Short Term C EUR Cap BGF Euro Short Duration Bond A2 EUR Allianz Enhanced Shrt Trm Euro AT EUR MS INVF Short Maturity Euro Bond I DWS Floating Rate Notes LC IMGA Rendimento Mais FIMA IMGA CA Rendimento FIMAO BPI Reforma Obrigações PPR/OICVM FIAO UBAM Dynamic Euro Bond AC EUR AXAWF Euro Credit Short Dur E Cap EUR
SELO
ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC
RENTABILIDADE ANUAL 5 ANOS
0,94 3,23 2,43 0,64 0,33 1,05 0,76 0,43 0,16 0,14 0,30 0,58 0,12 0,95 0,16 0,50 0,05 0,00 -0,24 0,04 0,00 0,78 0,44 0,05 -0,34 -0,44
3 ANOS
0,39 0,39 0,33 0,28 0,16 0,15 0,13 0,12 0,02 0,02 -0,02 -0,07 -0,12 -0,22 -0,22 -0,23 -0,24 -0,28 -0,31 -0,31 -0,31 -0,33 -0,34 -0,37 -0,48 -0,51 -0,66 -0,80
1 ANO
DADOS A 20-11-20 VOLAT. 3 ANOS
DIVISA BASE
GESTOR
0,28 2,68 EUR Jon Mawby; Mathieu Magnin; Charles-Antoine Bory; -1,82 12,30 EUR Leon Grenyer; Sarah Harrison; -0,99 5,26 EUR Ketish Pothalingam; Eve Lagrellette Tournier; Alfred T. Murata; 0,53 3,08 EUR Marie-Anne Allier; Keith Ney; 0,19 2,12 EUR Richard Mulley; Jacqueline Leary; 0,09 1,87 EUR Eric Plantier; Arnaud-Guilhem Lamy; -1,04 4,91 EUR Juhamatti Pukka -0,07 3,87 EUR Oliver Krenn; Karsten Rosenkilde; 0,69 1,92 EUR Carsten Weins; Daniel Kittler; -0,15 1,75 EUR Maxence-Louis Mormede; Ralf Jülichmanns; 0,04 1,37 EUR Jon Mawby; Mathieu Magnin; Charles-Antoine Bory; 0,52 2,70 EUR Eric Plantier; Fadi Berbari; -0,62 3,53 EUR Aitor Zubeldia; Ana Aguiar; 0,00 2,09 EUR Luke Greenwood; Lyndon Man; -1,44 4,54 EUR Alexis Renault; Haiyan Ding; -0,34 2,64 EUR Aitor Zubeldia; Ana Aguiar; -0,50 2,85 EUR — -0,13 1,01 EUR Vincent Tarantino; Ali Ozenici; Guillaume Zilliox; -0,53 1,44 EUR Philippe Dehoux; Sylvain De Bus; Nicolas Forest; 0,00 1,93 EUR Michael Krautzberger; Christopher Allen; Jozef Prokes; -0,29 0,47 EUR Klaus Kusber; Lars Dahlhoff; -0,67 1,49 EUR Richard Ford; Leon Grenyer; Richard Class; -0,45 2,38 EUR Christian Reiter; Torsten Haas; -1,67 4,27 EUR Duarte José; Ana Aguiar; -1,13 3,47 EUR Duarte José; Ana Aguiar; -0,31 4,08 EUR Duarte Rodrigues -0,83 2,24 EUR Christel Rendu de Lint; Philippe Gräub; -0,95 2,37 EUR Anne Velot; Thomas Coudert; Boutaina Deixonne;
Focado em negócios innovadores do setor saúde AB International Healthcare Portfolio
Robôs que realizam cirurgias. Fármacos concebidos para um corpo concreto. Médicos que atendem pacientes a milhares de quilómetros de distância. A transformação da indústria dos cuidados médicos está a criar oportunidades de investimento empolgantes. Mas o que é necessário para investir com sucesso em ações no setor da saúde? Não é necessário ser um cientista de primeira linha nem prever quais serão os sucessos de vendas no campo farmacológico. O que é necessário é procurar negócios sólidos sustentados por empresas de grande qualidade que apresentem soluções comprováveis destinadas a mercados em crescimento. É precisamente o que faz a AB International Health Care Portfolio. Procuramos em todo o mundo empresas com novas tecnologias, tratamentos e técnicas, que possam satisfazer as necessidades dos pacientes e dos sistemas de saúde do século XXI, as quais se encontram em permanente evolução. O investimento em empresas que estão a mudar o mundo da medicina, selecionando as uma a uma, pode tirar partido do forte potencial de rentabilidade a longo prazo do futuro dos cuidados de saúde.
Visite alliancebernstein.com/go/en/healthcareportfolio Informação destinada exclusivamente a profissionais de investimento.
O valor dos investimentos poderá aumentar ou diminuir, e o investidor poderá não reaver a totalidade do capital inicialmente investido. O capital está em risco. Esta informação é publicada pela AllianceBernstein Limited, 50 Berkeley Street, London W1J 8HA, uma sociedade matriculada em Inglaterra com o número 2551144. A AllianceBernstein Limited é autorizada e regulamentada no Reino Unido pela Financial Conduct Authority (FCA, número de referência 147956). IC2020642
PANORAMA BARÓMETRO
FUNDOS COM SELO FUNDSPEOPLE EM 2020 FUNDO
RENTABILIDADE ANUAL
SELO
5 ANOS
3 ANOS
1 ANO
DADOS A 20-11-20 VOLAT. 3 ANOS
DIVISA BASE
GESTOR
aixagest Obrig Mais FIMAO C GAM Star Credit Opps (EUR) Instl EUR Acc AXAIMFIIS Europe Short Dur HY E Cap EUR BPI Obrigações Mundiais FIAO BPI GIF High Income Bond I
ABC ABC ABC ABC ABC
0,50 3,54 0,34 1,63 1,90
-0,97 -1,41 5,61 EUR — -1,03 -2,79 12,03 EUR — -1,12 -3,07 7,45 EUR James Gledhill; Yves Berger; -1,38 -0,52 8,15 EUR Duarte Rodrigues -2,32 -3,70 10,60 EUR Duarte Rodrigues
FIXED INCOME MISCELLANEOUS PIMCO GIS Capital Scs Instl USD Acc GAM Star MBS Total Return USD Acc Santander Latin American Corp Bd A Santander Multicrédito CA FIMAO
ABC ABC ABC ABC
4,56 1,42 3,28 0,16
4,11 1,58 0,82 -0,44
-1,94 -4,31 -4,06 -0,86
11,29 12,11 13,75 2,50
USD USD USD EUR
Philippe Bodereau; Matthieu Loriferne; Michael Bogecho; Tom J. Mansley Alfredo Mordezki Carmen Borondo
GLOBAL FIXED INCOME Jupiter Dynamic Bond D USD Acc HSC PIMCO GIS Glb Bd Instl USD Acc PIMCO GIS Divers Inc Instl USD Acc Schroder ISF Glbl Mlt Crdt C Acc USD FvS Bond Opportunities RT MS INVF Global Fixed Income Opps Z T. Rowe Price Glb HY Bd Z USD T. Rowe Price Divers Inc Bd I USD GS Global Sovereign Bd I Acc EUR-Prtly H Candriam Bds Global Hi Yld R EUR Cap M&G (Lux) Glb HY Bd C USD Acc T. Rowe Price Glb High Inc Bd I USD GS Glbl Hi Yld Base Inc USD BGF Fixed Income Global Opps A2 USD Schroder ISF Glbl Hi Yld C Acc USD Amundi Fds Glbl Aggt Bd G USD C BNY Mellon Glb ShrtDtd HY Bd USD W Acc JPM Global Strat Bd A perf (acc) USD UBAM Global High Yield Solution AC USD UBS(Lux) BS Glb Infl Lnkd$ EURH P-acc PIMCO GIS GlInGd Crdt Instl EURH Acc Carmignac Pf Uncons Glb Bd A EUR Acc Vontobel TwentyFour StratInc AMH Hdg EUR AXAWF Global Strategic Bds E Cap EUR H Schroder ISF Strat Crdt C Dis SV Nordea 1 - Flexible Fixed Income BP EUR PIMCO GIS Income Instl EURH Acc Muzinich Global Tact Crdt HEUR Acc R Eurizon Bond High Yield Z EUR Acc Muzinich Enhancedyield S-T HEUR Acc R PIMCO GIS Dynamic Bd E EUR H Acc JPM Global Short Duration Bd A(acc)EURH UBAM Abs Ret Low Vol Fxd Inc APC EUR Templeton Global Bond W(Mdis)USD M&G (Lux) Glb Fl Rt HY C H EUR Acc Templeton Global Ttl Ret A(acc)USD
ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC
3,91 3,93 5,48 5,64 3,62 5,09 2,93 4,81 4,51 5,20 2,82 1,78 3,93 1,62 1,48 3,06 1,62 3,10 2,80 1,65 -1,32 0,99 2,84 1,62 3,27 1,38 0,96 -0,48 -0,08 -0,31 0,76 -1,19
5,31 5,11 5,11 5,06 4,97 4,30 3,98 3,83 3,80 3,66 3,25 3,15 2,91 2,90 2,84 2,67 2,43 2,30 2,11 2,11 2,08 1,83 1,52 1,27 1,20 1,06 1,06 0,92 0,82 0,33 -0,11 -0,53 -0,60 -0,72 -1,69 -3,23
1,29 1,41 -0,51 0,29 7,19 -1,52 -2,51 -2,37 0,68 5,40 -3,60 -5,24 -2,89 -0,63 -2,76 -4,57 -5,73 -1,47 -7,44 2,75 1,10 -0,61 2,66 2,44 -3,14 0,43 1,36 0,81 -0,47 0,12 2,34 0,00 -0,38 -7,01 -5,59 -9,85
7,53 6,51 8,03 9,87 6,18 7,69 10,06 8,72 4,77 5,65 10,71 12,30 11,06 7,07 11,21 7,71 8,58 6,04 8,26 5,11 6,77 6,34 6,90 3,26 11,17 1,84 6,11 5,74 8,29 5,70 3,73 1,51 0,88 7,91 10,71 9,07
USD USD USD USD EUR USD USD USD EUR EUR USD USD USD USD USD USD USD USD USD EUR EUR EUR EUR EUR GBP EUR EUR EUR EUR EUR EUR EUR EUR USD EUR USD
Ariel Bezalel Andrew Thomas Balls; Lorenzo Pagani; Sachin Gupta; Daniel J. Ivascyn; Eve Lagrellette Tournier; Alfred T. Murata; Sonali Pier; Patrick Vogel; Julien Houdain; Frank Lipowski Christian G. Roth; Michael B. Kushma; Richard Ford; James Caron; Mark J. Vaselkiv; Michael Della Vedova; Kenneth A. Orchard Hugh Briscoe Philippe Noyard; Nicolas Jullien; Thomas Joret; JC Tamavakis; Stefan Isaacs; James Tomlins; Mark J. Vaselkiv; Michael Della Vedova; Robert Magnuson Rick Rieder; Bob Miller; Aidan Doyle; Martha Metcalf Laurent Crosnier; Myles Bradshaw; Ulrich Gerhard; Cathy Braganza; Lisa Coleman; Robert Michele; Iain T. Stealey; Diana Kiluta Amoa; Christel Rendu de Lint; Philippe Graub; Kevin Ziyi Zhao; Jerry Jones; Alexander Wise; Mark R. Kiesel; Jelle Brons; Mohit Mittal; Charles Zerah Gary Kirk; Eoin Walsh; Felipe Villarroel; Mark Holman; Pierre Beniguel; ; Nick Hayes; Nicolas Trindade; Peter Harvey Søren Brogaard Lolle; Karsten Bierre; Caroline Henneberg; Daniel J. Ivascyn; Joshua Anderson; Alfred T. Murata; Michael L. McEachern Raffaella Tommaselli; Elena Musumeci; Tatjana Greil-Castro Marc P. Seidner; Daniel J. Ivascyn; Mohsen Fahmi; Myles Bradshaw; Iain T. Stealey; Roger Hallam; Linda Raggi; Christel Rendu de Lint; Philippe Graub; Michael J. Hasenstab; Calvin Ho; James Tomlins Michael J. Hasenstab; Calvin Ho;
STERLING FIXED INCOME Threadneedle SterlingCorpBd Ins Inc Vontobel Ttfr Abs Ret Crdt AH Hdg EUR
ABC ABC
0,81
3,69 0,10
0,67 0,20
9,93 2,41
GBP EUR
Alasdair Ross Chris Bowie
US FIXED INCOME Capital Group US Corp Bd (LUX) Z NN (L) US Credit P Cap USD Fidelity US Dollar Bond A-Dis-USD T. Rowe Price US Aggr Bd Jd USD PIMCO GIS Ttl Ret Bd Inv USD Acc Legg Mason WA US Core+ Bd A USD Acc JPM US Aggregate Bond A (dist) USD MS INVF US Dollar High Yield Bond Z Amundi Fds Pioneer US Bd A2 USD C JPM Income A (acc) USD GS US Mortgg Bckd Secs I Acc USD MS INVF US Dollar Short Dur HY Bd Z AB American Income A Inc Pictet-USD Short Mid-Term Bonds I GS US Dollar Short Dur Bond I Acc USD PIMCO GIS US Hi Yld Bd E USD Acc Fidelity US High Yield A-Dis-USD Wells Fargo (Lux) WF US HY Bd I USD Acc
ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC
5,42 5,10 3,74 3,07 3,13 3,00 2,39 5,07 2,59 3,49 4,20 3,12 1,15 3,68 3,68 3,90
6,84 5,43 6,65 4,45 6,60 5,43 5,11 1,39 4,72 2,08 4,52 0,44 4,47 1,30 4,29 -1,71 4,02 0,47 4,01 -3,61 3,94 0,54 3,85 -3,07 3,77 -2,80 3,13 0,38 3,01 -0,73 2,77 -2,94 2,69 -3,91 2,69 -3,96
26 FUNDSPEOPLE I NOVEMBRO E DEZEMBRO
7,78 USD Scott Sykes; Karen Choi; 8,44 USD Anil Katarya; Travis King; 7,29 USD Rick Patel; Ario Emami Nejad; 7,13 USD Brian J. Brennan 6,79 USD Scott A. Mather; Mark R. Kiesel; Mohit Mittal; 6,96 USD — 7,05 USD Richard D. Figuly; Justin Rucker; 11,03 USD Richard J. Lindquist; Jack Cimarosa; 7,68 USD Kenneth J. Taubes; Timothy D. Rowe; Bradley Komenda; 8,36 USD Thomas G. Hauser; J. Andrew Norelli; Andrew Headley; 6,53 USD — 9,68 USD Richard J. Lindquist 8,79 USD Paul J. DeNoon; Douglas J. Peebles; Matthew S. Sheridan; ; 6,21 USD Jon Mawby; Mathieu Magnin; Charles-Antoine Bory; 6,27 USD Richard Mulley; Jacqueline Leary; 9,01 USD Andrew Jessop; Sonali Pier; 9,84 USD Harley Lank; Alexandre Karam; 9,56 USD Christopher Lee; Michael J. Schueller;
Há partes do corpo imprimíveis.
A sério?
A sério. Melhorar a qualidade de vida não é caro. Com o sistema de impressão em 3D, agora é possível conseguir uma prótese por menos de 100 euros. A Fidelity analisa e investe nestas megatendências através do Fidelity Funds Global Technology Fund.
www.fidelity.pt
O valor dos investimentos gerados podem subir ou descer, razão pela qual o investidor poderá não recuperar o montante investido. Os investimentos devem ser efetuados tendo em conta a informação no prospeto vigente e no documento de informações fundamentais para o investidor (DFI) que estao disponiveis a titulo gratuito juntamente com os relatorios anuais e semestrais através dos nossos distribuidores e do nosso Centro Europeu de Atenção ao Cliente: FIL (Luxembourg) S.A. 2a, rue Albert Borscette BP 2174 L-1021 Luxemburgo, assim como em https://www.fidelity.pt/fundos/documentos-legais. A Fidelity/FIL e a FIL LImited e as suas respetivas subsidiarias e empresas afiliadas. A Fidelity Funds é uma sociedade de investimento coletivo de capital variavel constituida no Luxemburgo. A comercialização em Portugal está autorizada pela CMVM. Fidelity, Fidelity International e o logotipo da Fidelity International e o simbolo F são marcas da FIL Limited. Emitido por FIL (Luxembourg) S. A. CS1050
PANORAMA BARÓMETRO
FUNDOS COM SELO FUNDSPEOPLE EM 2020 FUNDO
RENTABILIDADE ANUAL
SELO
5 ANOS
3 ANOS
1 ANO
DADOS A 20-11-20 VOLAT. 3 ANOS
DIVISA BASE
GESTOR
PM US Short Duration Bond D (acc) USD J Franklin Strategic Income I(acc)USD BGF US Dollar Short Duration Bd A2 USD Muzinich ShortDurationHY HUSD Acc R UBAM Dynamic US Dollar Bond AC USD PIMCO GIS Low Avrg Dur E USD Inc Franklin US Low Duration A(Mdis)USD AXAIMFIIS US Corp Itmt Bds E EUR Cap H Santander Go Short Duration Dollar A Muzinich Americayield HEUR Acc R AB Mortgage Income AX Inc AXAWF US High Yield Bonds E Cap EUR H AXAIMFIIS US Short Dur HY E Cap EUR H JPM Income Opp A perf (acc) EURH
ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC
0,54 2,02 0,78 1,55 0,48 0,07 0,32 1,16 -0,50 2,03 1,29 2,17 0,35 0,26
2,52 -0,46 2,36 -3,22 2,25 -1,79 2,20 -3,07 1,65 -3,55 1,47 -2,54 1,37 -3,29 1,23 3,27 1,14 -3,13 0,48 1,32 0,39 -10,04 0,33 1,75 -0,16 -0,45 -1,03 -0,50
6,26 USD Cary J. Fitzgerald; Toby Maczka; 8,33 USD David Yuen; Patricia O'Connor; Sonal Desai; William Chong; 6,63 USD Thomas F. Musmanno; Scott MacLellan; 7,04 USD David A. Bowen 6,52 USD Christel Rendu de Lint; Philippe Gräub; 6,15 USD Scott A. Mather; Jerome M. Schneider; 7,78 USD David Yuen; Kent Burns; Sonal Desai; Tina Chou; 5,28 EUR Frank Olszewski; Guillaume Arnould; 6,17 USD — 8,67 EUR Clinton J. Comeaux 14,73 USD Michael S. Canter; Janaki Rao; 7,53 EUR Carl Whitbeck; Michael P. Graham; 4,80 EUR Carl Whitbeck; Peter V. Vecchio; 2,98 EUR William H. Eigen; Jeffrey Wheeler;
AFRICA EQUITY Franklin MENA I(acc)USD
ABC
1,86
2,88
-7,74
19,62
USD
Bassel Khatoun; Salah Khaled Chamma;
ASIA EQUITY JPM Pacific Equity A (dist) USD
ABC
12,18
9,22
15,73
15,00
USD
Aisa Ogoshi; Robert Lloyd;
ASIA EX-JAPAN EQUITY MS INVF Asia Opportunity A Mirae Asset Asia Great Consumer Eq I USD Fidelity Asia Pacific Opps A-Acc-EUR T. Rowe Price Asian Opp Eq I USD GS Asia Equity R Acc USD UBS (Lux) ES As Smlr Coms (USD) P-acc Fidelity Asia Focus A-Dis-USD Threadneedle Asia Ins Acc GBP Schroder ISF Asian Opports C Acc USD AS SICAV I Asia Pac Eq X Acc USD Schroder ISF Asian Ttl Ret C Acc USD JPM Asia Pacific Equity A (acc) USD Fidelity Emerging Asia A-Acc-USD Templeton Asian Growth A(Ydis)USD AS SICAV I Asn Smllr Coms X Acc USD
ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC
19,20 35,14 11,37 13,28 20,93 11,89 9,51 9,55 11,86 8,82 14,57 11,09 8,26 20,37 9,41 8,05 18,49 9,76 6,95 11,21 10,25 6,91 13,05 11,83 6,38 14,97 7,46 5,80 8,75 10,17 5,68 14,28 9,53 5,38 10,75 8,20 4,13 4,43 7,87 2,50 12,97 2,64 -0,07 -5,34
18,80 USD Kristian Heugh; Krace Zhou; 15,74 USD Joohee An; Sol Ahn; 18,07 EUR Anthony Srom 16,19 USD Eric C. Moffett 16,40 USD Sumit Mangal 15,80 USD Raymond M. Wong; Projit Chatterjee; Shou-Pin Choo; 16,27 USD Dhananjay Phadnis 17,56 GBP Soo Nam Ng; George Gosden; 17,94 USD Toby Hudson 15,41 USD — 15,72 USD King Fuei Lee; Robin Parbrook; 16,60 USD Mark Davids; Oliver R. Cox; Alice Wong; 16,42 USD Teera Chanpongsang 17,49 USD Sukumar Rajah; Eric Mok; 16,74 USD —
CONSUMER GOODS & SERVICES SECTOR EQUITY Fidelity Global Cnsmr Inds A-Dis-EUR ABC Pictet-Premium Brands I EUR ABC
9,24 5,23
11,44 7,20
14,91 1,85
13,38 16,24
EUR EUR
Aneta Wynimko Caroline Reyl; Laurent Belloni;
EQUITY MISCELLANEOUS Pictet-Water I EUR Pictet-Nutrition I EUR
ABC ABC
8,38 6,31
7,11 5,73
2,72 4,40
15,53 13,27
EUR EUR
Hans Peter Portner; Philippe Rohner; Louis Veilleux; Cédric Lecamp; ; Gertjan Van der Geer; Alice De Lamaze; Mayssa Al Midani;
EUROPE EMERGING MARKETS EQUITY Amundi Fds Russian Equity A EUR C Schroder ISF Emerging Europe C Acc EUR
ABC ABC
8,65 4,92
3,27 -3,77
-20,18 -28,92
21,87 23,58
EUR EUR
Andrea Salvatori; Marcin Fiejka; Mohsin Memon; Rollo Roscow;
EUROPE EQUITY LARGE CAP Fidelity FAST Europe A-ACC-EUR Fidelity European Dynamic Gr A-Dis-EUR AXAWF Fram Switzerland A Cap EUR Allianz Europe Equity Growth W EUR BGF Continental Eurp Flex E2 EUR Jupiter European Growth L EUR Acc BGF European Special Situations A2 EUR Threadneedle European Sel Ins Acc GBP MFS Meridian European Value A1 EUR BSF European Opps Extension A2 EUR JPM Europe Strategic Growth A (dist) EUR Allianz Euroland Equity Growth AT EUR Threadneedle European Ins Acc GBP MFS Meridian European Research A1 EUR GAM Star Continental Eurp Eq Ord USD Acc MFS Meridian European Core Eq A1 EUR Eleva UCITS Eleva Eurp Sel I EUR acc Candriam SRI Equity EMU R EUR Acc Pictet-Quest Europe Sust Eqs I EUR Fidelity Germany A-Dis-EUR M&G (Lux) Pan European Select C EUR Acc Amundi Fds Eurp Equity Cnsv G EUR C CS (Lux) European Div Plus Eq EB EUR DWS Invest II Eurp Top Div XC
ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC
5,35 7,11 8,53 6,21 7,26 5,32 5,16 4,84 4,75 8,13 5,02 4,35 2,57 2,14 2,87 2,93 2,82 1,66 1,65 2,27 0,27 0,25 0,64
9,65 7,04 6,80 5,70 5,53 5,24 4,11 4,05 3,66 3,39 2,20 1,34 1,32 1,24 0,45 0,30 -0,35 -0,38 -0,69 -1,05 -1,56 -1,90 -2,08 -2,70
2,13 -0,31 4,61 8,73 10,80 0,11 3,18 2,67 -3,77 2,67 -3,06 4,72 -3,73 -7,52 4,19 -10,05 -5,97 -7,55 -11,04 -9,78 -9,20 -11,53 -14,03 -11,56
14,49 15,00 12,39 17,09 16,43 14,42 15,22 14,45 13,26 16,24 15,37 17,36 15,35 13,47 16,44 14,69 17,13 16,39 14,38 18,26 16,31 12,11 12,63 14,00
EUR EUR EUR EUR EUR EUR EUR GBP EUR EUR EUR EUR GBP EUR USD EUR EUR EUR EUR EUR EUR EUR EUR EUR
Fabio Riccelli; Karoline Rosenberg; Fabio Riccelli; Karoline Rosenberg; Guillaume Robiolle; Hervé Mangin; Thorsten Winkelmann; Robert Hofmann; Alister M. Hibbert; Giles Rothbarth; Mark Heslop; Mark Nichols; Michael Constantis Dave Dudding; Benjamin Moore; Florence Taj; Gabrielle G. Gourgey; Benjamin Tingling; David Tovey; Christopher Sykes; Michael Barakos; Ben Stapley; Andreas Hildebrand; Marcus Morris-Eyton; Darina Valkova; Paul Doyle; Frederic Jeanmaire; Gabrielle G. Gourgey Nial Gallagher Gabrielle G. Gourgey; Roger M. Morley; Benjamin Tingling; Eric Bendahan Geoffroy Goenen; Laurent Milliat; Laurent Nguyen Christian Von Engelbrechten John William Olsen Melchior Dechelette; Olivier Avertin; Nicola Nolè; Felix Maag; Stephan Werner; Marc Althaus;
28 FUNDSPEOPLE I NOVEMBRO E DEZEMBRO
PANORAMA BARÓMETRO
FUNDOS COM SELO FUNDSPEOPLE EM 2020 FUNDO
RENTABILIDADE ANUAL
SELO
DADOS A 20-11-20 VOLAT. 3 ANOS
DIVISA BASE
-13,30 -4,01 -16,54 -9,87 -13,71 -16,12 -13,73 -14,16 -16,35 -16,41 -11,61 -13,11 -19,21 -15,27 -17,19 -18,53 -17,09 -18,22 -15,80 -19,77 -19,38 -19,49 -17,93 -23,08 -23,67 -25,35 -22,55 -29,85
14,93 16,83 16,64 17,78 17,31 14,19 16,94 16,61 16,63 16,68 18,24 15,32 14,36 17,77 18,16 15,32 16,92 17,16 18,68 18,34 18,77 18,37 18,84 16,67 17,33 20,10 18,94 20,29
EUR EUR EUR EUR EUR EUR EUR EUR EUR EUR EUR EUR EUR EUR EUR EUR EUR EUR EUR EUR EUR EUR EUR EUR EUR USD EUR EUR
Roland Riat; Jean−Michel Piuz; Andreas Zoellinger; Tom Joy; Laurent Lagarde; Henri Fournier; Alexandra Hartmann; Terry Raven; Lionel Brafman Scander Bentchikou Len Ioffe; Osman Ali; James Park; Takashi Suwabe; Alexander Fitzalan Howard; Philippa Clough; Joanna Crompton; Matt Siddle; Helen Powell; Matt Siddle; Helen Powell; Martin Skanberg Michael Fraikin; Thorsten Paarmann; Ian Paczek; Patrick Zimmermann; Urs Räbsamen; Fabio Di Giansante; Lorenzo Angelini; Richard Webb; Zenah Shuhaiber; Philippa Clough; Fabio Riccelli; Karoline Rosenberg; Mac Elatab; Leticia Santaolalla Michael Barakos; Nicholas Horne; Ben Stapley; Nick Sheridan Richard Halle Tawhid Ali; Andrew Birse; Tawhid Ali; Andrew Birse; Dylan Ball; Peter M. Moeschter; Jörg de Vries-Hippen; Gregor Rudolph-Dengel; Michael Barakos; Ian Butler; Thomas Buckingham; Andreas Wosol; Roberto Campani; John Surplice; Martin Walker; Tim Marshall; Michael Barakos; Ian Butler; Thomas Buckingham;
5 ANOS
3 ANOS
1 ANO
-2,76 -2,81 -3,05 -3,14 -3,78 -4,29 -4,41 -4,41 -4,54 -4,55 -4,89 -5,29 -5,43 -6,44 -6,45 -6,60 -6,82 -6,88 -7,00 -7,15 -7,37 -7,47 -8,24 -8,73 -9,20 -10,04 -10,09 -12,87
GESTOR
ictet-Europe Index P EUR P BGF Euro-Markets A2 EUR BNP Paribas Eur MulFtr Eq I EUR C Fidelity Euro Blue Chip A-Dis-EUR Amundi IS MSCI EMU AE-C Lazard Dividendes Min VaR C GS Europe CORE® Equity Base Acc EUR JPM Europe Equity A (dist) EUR Fidelity European Growth A-Dis-EUR Fidelity European Lgr Coms A-Dis-EUR Schroder ISF EURO Equity C Acc EUR Invesco Pan Eur StructEq E EUR Acc UBS (Lux) ES Euro Countrs Inc€ P-acc Amundi Fds Euroland Equity C EUR C JPM Euroland Equity A (dist) EUR Fidelity Iberia A-Dis-EUR Santander Acções Europa CA FIMAA JPM Europe Equity Plus D perf (acc) EUR Janus Henderson Hrzn Euroland A2 EUR M&G (Lux) Eurp Strat Val CI EUR Acc AB Eurozone Eq Ptf CX Acc AB European Eq Ptf C Acc Templeton Euroland W (Acc) EUR Allianz European Equity Div AT EUR JPM Europe Strategic Dividend D (acc)EUR Amundi Fds European Eq Val A USD C Invesco Pan European Equity A EUR Acc JPM Europe Strategic Value A (dist) EUR
ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC
0,42 1,51 -0,81 0,88 -0,32 1,18 -0,26 -0,57 -0,65 0,64 -1,34 -1,08 -1,26 -0,20 -2,37 -1,91 -2,33 -0,93 -1,62 -0,05 -1,53 -1,38 -3,50 -5,05 -3,14 -5,06 -4,88
EUROPE EQUITY MID/SMALL CAP Echiquier Agenor SRI Mid Cap Europe A Threadneedle (Lux) Pan Eurp SmCpOpps ZE T. Rowe Price Eurp Smlr Cm Eq I EUR MFS Meridian European Smlr Coms A1 EUR Oddo BHF Avenir Europe CR-EUR BNP Paribas Europe Small Cap I C Fidelity European Smlr Coms A-Dis-EUR Janus Henderson Hrzn PanEurpSmrComs A2€
ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC
10,22 8,73 8,18 3,25 6,64 3,50 3,84 4,74
8,05 6,50 2,52 1,29 1,24 0,52 -0,82 -3,15
12,52 8,80 17,05 -6,32 0,45 -8,63 -4,91 -1,95
14,71 18,37 19,80 16,38 16,53 18,78 21,69 24,34
EUR EUR EUR EUR EUR EUR EUR EUR
Stéphanie Bobtcheff; José Berros; Guillaume Puech; Philip Dicken; Mine Tezgul; Ben Griffiths Peter F. Fruzzetti; Sandeep Mehta; Pascal Riegis; Sébastien Maillard; Grégory Deschamps; Damien Kohler; Fiona Wills; Joseph George Edwards; James Maun; Ollie Beckett; Rory Stokes;
FINANCIALS SECTOR EQUITY Polar Capital Global Ins I EUR Acc Fidelity Global Financial Svcs A-Dis-EUR
ABC ABC
4,71 1,42
1,33 -3,04
-16,84 -13,39
15,33 17,59
EUR EUR
Nick Martin Sotiris Boutsis
GLOBAL EMERGING MARKETS EQUITY Fidelity Emerging Mkts Foc I-Acc-USD JPM Emerging Markets Equity D (acc) USD GS BRICs Eq E Acc EUR Capital Group New World (LUX) Z Candriam SRI Equity Em Mkts R EUR Acc Nordea 1 - Emerging Mkts Foc Eq BP EUR Federated Hermes Glb Em Mkts R EUR Acc Fidelity Em Mkts A-DIST-USD Wells Fargo (Lux) WF EM Eq I EUR Acc Schroder ISF Em Mkts C Acc USD T. Rowe Price EM Eq I USD Vontobel mtx Sust EmMkts Ldrs B USD BMO Responsible Glb Em Mkts Eq A Inc USD Templeton Emerging Markets A(Ydis)USD JPM Em Mkts Small Cap A (acc) perf USD BGF Emerging Markets Eq Inc A2 USD GS EM CORE Eq I Acc USD Close MFS Meridian Emerging Mkts Eq I1 EUR
ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC
11,13 8,43 11,11 8,26 11,61 7,91 7,97 6,05 9,33 5,78 3,63 5,09 10,29 4,35 7,17 4,16 8,66 4,10 8,50 3,74 9,10 3,61 9,45 2,81 6,82 2,77 8,65 2,38 6,11 2,25 7,19 2,11 7,18 0,98 5,64 0,40
8,18 13,50 12,20 5,63 16,71 10,14 8,26 10,80 5,71 7,61 3,48 3,92 -3,38 5,03 -2,14 -5,83 5,97 -2,37
15,71 USD Alex Duffy 17,52 USD Austin Forey; Leon Eidelman; 18,27 EUR 15,24 USD Robert W. Lovelace; Carl M. Kawaja; Jonathan Knowles; 16,69 EUR Philip Screve; Mohamed Lamine Saidi; Jan Boudewijns; 16,27 EUR 17,92 EUR Gary Greenberg 17,51 USD Nick Price; Amit Goel; 17,26 EUR Jerry Zhang; Derrick Irwin; Richard Peck; 17,19 USD Robert Davy; Tom Wilson; 16,73 USD Gonzalo Pangaro 15,08 USD Roger Merz; Thomas Schaffner; 14,56 USD Sam Mahtani; Rishikesh Patel; Gokce Bulut; 17,83 USD Andrew Ness; Chetan Sehgal; 17,39 USD Austin Forey; Amit Mehta; 16,41 USD Emily Fletcher; Stephen Andrews; 16,42 USD Len Ioffe; Osman Ali; Dennis Walsh; James Park; 17,71 EUR José Luis García; Robert W. Lau; Harry Purcell;
GLOBAL EQUITY LARGE CAP MS INVF Global Opportunity Z Robeco Global Consumer Trends D € DPAM INVEST B Eqs NewGems Sust A Dis Seilern World Growth CHF H R CPR Invest Glbl Dsrpt Opp A EUR Acc Threadneedle (Lux) Global Focus ZU Fundsmith Equity I Acc Mirabaud Sustainable Glbl Fcs A USD Acc Capital Group New Pers (LUX) Z
ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC
19,84 15,17 13,50 12,37 12,74 13,22 7,79 10,27
38,60 29,06 27,09 15,45 29,83 14,81 8,84 3,55 13,08
17,92 15,32 16,29 15,75 19,47 14,40 14,51 13,90 15,95
30 FUNDSPEOPLE I NOVEMBRO E DEZEMBRO
21,40 18,81 17,47 15,29 15,03 14,99 12,24 12,06 10,62
USD EUR EUR CHF EUR USD GBP USD USD
Kristian Heugh Richard Speetjens; Jack Neele; Alexander Roose; Dries Dury; Quirien Lemey; Tom Demaecker; Marco Lo Blanco; Michael Faherty; Estelle Ménard; Wesley Lebeau; Dave Dudding Terry Smith Anu Narula; Paul Middleton; Robert W. Lovelace; Steven T. Watson; Jonathan Knowles;
PANORAMA BARÓMETRO
FUNDOS COM SELO FUNDSPEOPLE EM 2020 FUNDO
RENTABILIDADE ANUAL
SELO
5 ANOS
3 ANOS
1 ANO
DADOS A 20-11-20 VOLAT. 3 ANOS
DIVISA BASE
GESTOR
SF SICAV Wealth Defender Glbl Eq I USD N Pictet - Global Envir Opps I EUR MS INVF Global Quality Z MS INVF Global Brands A Pictet-Security I USD Vontobel Global Equity N USD Pictet-Global Megatrend Sel Z USD UBAM 30 Global Leaders Equity AHC EUR BNY Mellon Long-Term Glbl Eq USD C Acc BMO Responsible Global Equity A Inc EUR Ninety One GSF Glb Frchs IX Acc USD BPI Ações Mundiais FIAA Ninety One GSF Glb Qual Eq Inc IX Inc $ Allianz Global Sustainability A USD Caixa Ações Líderes Globais FIMAA Vanguard ESG Dev Wld All Cp Eq IdxEURAcc Fidelity FIRST All Country Wld I-Acc-GBP Fidelity World A-Dis-EUR GS Global CORE® Eq R Acc USD Snap Pictet - Quest Global Equities I USD MFS Meridian Global Equity A1 USD JPM Global Focus D (acc) EUR M&G (Lux) Glb Dividend CI EUR Acc Fidelity Global Dividend A-Acc-EUR Hdg Templeton Glb Climate Change A(Ydis)EUR BNY Mellon Global Equity Inc USD C Inc UBS (Lux) ES L/T Thms $EUR H P AXA Rosenberg Glb Eq Alpha E EUR Acc UBS(LUX) ES Glb Hi Div USD P-acc DWS Invest Top Dividend FC M&G (Lux) Glb Themes C EUR Acc
ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC
10,32 4,00 14,59 USD Tanguy Besrest 11,27 10,26 16,69 16,26 EUR Gabriel Micheli; Luciano Diana; Yi Du; 8,40 10,05 2,06 13,73 USD William D. Lock; Bruno Paulson; Vladimir A. Demine; Nathan Wong; 8,46 9,75 1,91 13,31 USD William D. Lock; Christian Derold; Bruno Paulson; Vladimir A. Demine; 9,07 9,42 6,25 16,79 USD Yves Kramer; Alexandre Mouthon; Rachele Beata; 9,42 9,21 5,22 14,41 USD Matthew Benkendorf; Ramiz Chelat; 9,73 9,06 9,19 15,91 USD Hans Peter Portner 7,75 8,94 9,33 15,50 EUR Martin Moeller; Fares Benouari; 8,44 8,89 0,26 13,84 USD — 8,75 8,88 7,93 15,89 EUR Jamie Jenkins; Nick Henderson; 8,09 8,57 1,95 13,32 USD Clyde Rossouw 9,50 7,76 6,25 14,63 EUR Rui Araújo 5,87 6,46 1,33 13,06 USD Clyde Rossouw; Abrie Pretorius; 6,93 6,42 1,66 15,02 USD Paul Schofield; Jeremy Kent; 7,31 6,30 -0,24 13,72 EUR — 6,91 6,14 1,54 15,67 EUR — 5,93 5,23 -0,01 15,38 GBP Matt Jones; Hiten Savani; 6,66 4,99 2,24 15,98 EUR Jeremy Philip Elliot Podger; Jamie Peter Harvey; 6,73 3,86 -0,08 17,64 USD Len Ioffe; Osman Ali; James Park; Takashi Suwabe; 5,69 3,82 -8,83 14,02 USD Laurent Nguyen 5,22 3,80 -4,65 15,39 USD Roger M. Morley; Ryan P. McAllister; 4,38 2,80 -0,80 16,61 EUR Helge Skibeli; Rajesh Tanna; Timothy Woodhouse; 5,55 2,61 -6,11 19,73 EUR Stuart Rhodes 3,77 2,15 -6,18 10,68 EUR Daniel Roberts 3,11 1,89 5,63 16,85 EUR Tina M. Sadler; Maarten Bloemen; Katherine S. Owen; 3,86 1,86 -13,11 13,28 USD Robert Hay; Jonathan Bell; Paul Flood; Ilga Haubelt; 1,50 2,43 18,20 EUR Bruno Bertocci; Joseph R. Elegante; Alix Foulonneau; 3,48 1,13 -6,24 17,28 EUR — 2,60 0,06 -13,45 13,86 USD Ian Paczek; Patrick Zimmermann Egloff; Urs Räbsamen; 1,58 -0,59 -12,81 11,25 EUR Thomas Schüssler; Stephan Werner; -1,67 EUR Alex Araujo
GLOBAL EQUITY MID/SMALL CAP BNP Paribas Climate Impact I C Nordea 1 - Global Climate & Envir BI EUR Vanguard Global Small-Cap Idx USD Acc
ABC ABC ABC
11,12 12,55 5,44
9,95 8,54 1,63
13,68 17,25 EUR Bruce Jenkyn-Jones; Jon Forster; 13,29 17,23 EUR Thomas Sørensen; Henning Padberg; -4,31 20,17 USD —
GREATER CHINA EQUITY UBS (Lux) EF China Oppo(USD) P USD acc Invesco China Focus Equity E EUR Acc Fidelity China Consumer A-Acc-EUR AB China Low Vol Eq Portf S Acc
ABC ABC ABC ABC
17,69 11,08 11,64 11,47
16,24 8,96 8,57 7,87
23,86 19,62 27,37 15,19
16,90 16,64 17,62 17,10
USD EUR EUR USD
Bin Shi; Denise Cheung; Morris Wu; Mike Shiao Raymond Ma; Hyomi Jie; Stuart Rae; John Lin;
HEALTHCARE SECTOR EQUITY BGF World Healthscience A2 USD Candriam Eqs L Biotech R USD Cap
ABC ABC
7,36 5,75
10,87 9,64
4,58 17,53
13,85 20,53
USD USD
Erin Xie Rudi Van den Eynde; Servaas Michielssens;
INDIA EQUITY Schroder ISF Indian Opports C Acc USD Schroder ISF Indian Equity C Acc USD Mirae Asset India Sector Leader Eq I USD Franklin India I(acc)USD
ABC ABC ABC ABC
5,09 1,58 -9,19 21,71 USD — 3,99 -0,29 -8,18 21,69 USD Manish Bhatia 3,02 -2,33 -10,87 23,63 USD Rahul Chadha; Saniel Chandrawat; 2,66 -2,89 -8,23 23,71 USD Sukumar Rajah
INFRASTRUCTURE SECTOR EQUITY LM ClearBridge Infras Val A EUR Acc
ABC
JAPAN EQUITY JPM Japan Equity A (dist) USD T. Rowe Price Japanese Equity I EUR Threadneedle Japan Ins Acc GBP Jupiter Japan Select D USD Acc GS Japan Equity Base Acc JPY Invesco Japanese Eq Adv A JPY Acc AS SICAV I Japanese Eq X Acc JPY Vanguard Jpn Stk Idx $ Acc Janus Henderson Hrzn Jpn Smr Coms A2 USD Schroder ISF Japanese Eq C Acc JPY Pictet-Japanese Equity Opps I GBP BNP Paribas Japan Sm Cp Cl C
ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC
LATIN AMERICA EQUITY Nordea 1 - Latin American Equity BP EUR NATURAL RESOURCES SECTOR EQUITY BGF World Mining A2 USD
-8,67
14,31
11,78 13,27 12,23 9,52 7,05 6,76 6,58 5,29 5,70 4,75 7,22 4,51 4,99 2,76 3,84 1,68 7,07 1,00 4,53 0,89 4,76 0,42 9,79 0,33
22,80 16,87 13,70 -1,99 4,89 0,41 5,56 -4,06 -2,96 -3,78 -3,92 7,06
17,26 USD Nicholas Weindling; Shoichi Mizusawa; Miyako Urabe; 16,29 EUR Archibald A. Ciganer 14,85 GBP Daisuke Nomoto 14,78 USD Dan Carter; Mitesh Patel; 13,43 JPY Ichiro Kosuge 14,92 JPY Tadao Minaguchi 14,38 JPY — 13,06 USD — 17,55 USD Yun Young Lee 13,47 JPY Kazuhiro Toyoda 15,36 GBP Sam Perry; Adrian Hickey; Serena Robinson; 17,08 JPY Shunsuke Matsushima; Tadao Kimura;
ABC
1,09
-8,73
-37,49
30,12
EUR
William Scott Piper
ABC
11,03
4,78
11,45
24,86
USD
Evy Hambro; Olivia Markham;
32 FUNDSPEOPLE I NOVEMBRO E DEZEMBRO
1,30
EUR
Richard Elmslie; Nick Langley; Charles Hamieh; Shane Hurst;
Alterações climáticas: DIOGO GOMES, UBS AM Iberia
três etapas fundamentais para empresas que se querem sustentáveis
Pensar como influenciamos as alterações climáticas é importante, mas mais importante é preguntar-nos como podemos ser parte da solução. É possível influenciar de forma positiva as empresas para que adotem no seu meio do trabalho e nos seus modelos de negócios um futuro mais sustentável? É nesse compromisso com as empresas que se pode fazer a diferença, tanto para investidores ativos como passivos. Para investidores ativos, a relação com as empresas nas quais investem pode ajudar a desenvolver uma compreensão mais profunda e centrada no futuro, discutindo a forma como uma empresa está a lidar com as alterações climáticas na sua estratégia e gestão de riscos. Por outro lado, os investidores passivos podem usar o diálogo comercial como uma forma de lidar com as grandes externalidades que tanto podem afetar o meio ambiente, a economia, e em última instância, o próprio desempenho de longo prazo dos índices de referência. Três etapas principais para uma estratégia comprometida com o meio ambiente Existem três etapas principais para aplicar uma estratégia de compromisso
bem-sucedida e gerar assim mudanças significativas. Priorizar. Um compromisso efetivo envolve muitas conversas durante um longo espaço de tempo, há que concentrar-se nas empresas que são mais relevantes em termos de riscos e oportunidades. O nosso programa de compromisso estratégico sobre o clima centrou-se nos setores do petróleo, gás e serviços públicos, dada a sua contribuição significativa para as emissões globais de CO2. Ao aplicar a nossa própria metodologia “Climate Aware”, reduzimos ainda mais a nosso alvo, focando-nos nas 50 empresas que juntas são responsáveis por 27% das emissões diretas e indiretas de CO2 do índice Mundial FTSE. Há que usar uma estrutura conceptual clara. É essencial garantir que o quadro de referência seja claro, tanto financeiramente como materialmente, para ser compreendido pelos gestores das empresas. Nesse sentido, usamos como referência o Task Force Carbon Disclosure TCFD, por ser reconhecido internacionalmente por empresas e investidores como um meio de avaliar o impacto das alterações climáticas na estratégia de negócios, e de contabilizar esses impac-
tos nas demonstrações financeiras tradicionais. Colaborar. Colaborar oferece vários benefícios, um dos quais é a consistência. Ao permitir que os investidores partilhem perspetivas e experiências entre si, ajudamos as empresas a encontrar a melhor forma de definir objetivos e tomar medidas com um impacto climático relevante. Uma importante iniciativa da qual fazemos parte é a Climate Action 100+. Atualmente esta iniciativa é formada por mais de 500 investidores, representando mais de 47 bilhões de dólares americanos em ativos sob sua gestão. Este grupo está envolvido numa colaboração com as empresas para que reduzam emissões, melhorarem a governança e tomem decisões financeiras que tenham em consideração as alterações climáticas. Nestas empresas incluem-se 100 que são sistematicamente grandes emissores, responsáveis por dois terços das emissões industriais globais em termos anuais, junto com mais 60 outras empresas que poderão ter a capacidade de liderar a transição para energias mais limpas. A UBS AM atualmente faz parte de 29 coligações da Climate Action 100+ e lidera oito delas.
PANORAMA BARÓMETRO
FUNDOS COM SELO FUNDSPEOPLE EM 2020 FUNDO
RENTABILIDADE ANUAL
SELO
5 ANOS
3 ANOS
1 ANO
DADOS A 20-11-20 VOLAT. 3 ANOS
DIVISA BASE
GESTOR
Pictet-Timber I EUR mundi Fds CPR Global Resources AU-C A
ABC ABC
4,62 8,25
-0,03 -0,21
0,28 -7,72
23,01 22,15
EUR USD
Gabriel Micheli; Christoph Butz; Mikael Jafs; Arnaud du Plessis; Stéphane Soussan;
PRECIOUS METALS SECTOR EQUITY DWS Invest Gold and Prec Mtl Eqs FC BGF World Gold A2 USD
ABC ABC
19,56 14,13
21,18 13,51
29,97 28,11
33,26 32,38
EUR USD
Eugene Bidchenco; Scott Ikuss; Evy Hambro; Thomas Holl;
REAL ESTATE SECTOR EQUITY Janus Henderson Hrzn GlblPtyEqsA2USD Janus Henderson Hrzn PanEurpPtyEqs A2EUR Neuberger Berman Glb RE Secs USD I Acc MS INVF Global Property I
ABC ABC ABC ABC
3,49 2,69 2,41 -4,56
4,24 4,14 2,55 -6,78
-17,01 -11,12 -15,65 -30,70
16,64 18,29 14,93 18,64
USD EUR USD USD
Guy Barnard; Tim Gibson; Greg Kuhl; Guy Barnard; Nicolas Scherf; Steve S. Shigekawa; Brian C. Jones; Gillian Tiltman; Anton Kwang; Theodore R. Bigman; Michiel te Paske; Sven Van Kemenade;
TECHNOLOGY SECTOR EQUITY JPM US Technology A (dist) USD Polar Capital Global Tech I Inc Franklin Technology A Acc USD Janus Henderson Glb Tech&Inno I2 USD Fidelity Global Technology A-Dis-EUR Janus Henderson Hrzn GlbTechLdrs A2USD Pictet - Robotics Z USD Pictet-Digital PUSD JPM Europe Dynamic Techs Fd A (dist) EUR
ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC
25,67 25,48 22,49 22,68 18,85 17,54 18,77 13,18 12,47
28,76 25,73 24,74 23,55 18,24 16,64 16,42 11,20 8,02
51,14 45,35 44,48 36,03 21,24 25,46 27,40 18,87 11,97
23,28 18,72 20,29 18,45 18,40 18,81 20,94 16,19 19,16
USD USD USD USD EUR USD USD USD EUR
Timothy RV Parton; Joseph Wilson; Ben Rogoff; Nick Evans; Fatima Lu; John P. Scandalios; James Cross; Jonathan Curtis; Denny Fish HyunHo Sohn Alison Porter; Graeme Clark; Richard Clode; Peter Lingen; John Gladwyn; Sylvie Sejournet; Olivier Djopwouo; Stanislas Effront; Jonathan Ingram; John Baker; Alex Whyte;
UK EQUITY LARGE CAP G lobalAccess UK Opportunities Z Acc GBP Threadneedle UK Extnd Alpha Ins Acc GBP
ABC ABC
-3,35 -4,20
-7,09 -7,37
-25,32 -27,20
17,26 20,20
GBP GBP
Stephen Peters Chris Kinder
US EQUITY LARGE CAP BLEND Wells Fargo (Lux) WF USAllCpGr I USD Acc Santander GO North American Equity B Franklin US Opportunities A(acc)USD Ninety One GSF American Fran A Inc USD JPM US Select Equity A (acc) USD Vanguard U.S. 500 Stk Idx $ Acc Amundi IS MSCI North America AE-C Amundi IS S&P 500 ESG A4E-C Pictet-USA Index P USD AXA Rosenberg US Enh Idx Eq Alp B $ Acc T. Rowe Price US Eq I USD GS US CORE® Equity Base Acc USD Close Neuberger Berman US MltCp Opps USD1 IAcc NN (L) US Enh Cr Concntr Eq X Cap USD BNP Paribas US Mul-Ftr Eq Cl Acc Merian North American Equity I USD Acc Capital Group Inv Co of Amer(LUX) Z
ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC
16,87 15,49 13,38 13,13 9,37 9,77 9,56 9,36 9,46 8,70 8,37 8,68 8,58 7,02 7,24 8,68 7,23
20,91 19,15 17,84 13,08 10,32 9,68 9,58 9,44 9,38 8,58 8,43 7,91 6,94 6,66 6,10 6,05 5,96
27,70 44,74 27,18 7,61 9,66 4,40 5,36 4,34 4,10 4,54 1,80 4,68 -1,89 -1,44 -6,16 3,67 2,47
20,65 USD Thomas C. Ognar; Joseph M. Eberhardy; Robert Gruendyke; 18,97 USD — 18,78 USD Grant Bowers; Sara Araghi; 14,56 USD Paul Vincent 17,58 USD Steven G. Lee; Scott Davis; 16,72 USD — 17,34 EUR Arnaud Choblet 17,04 EUR Shan Zhao 16,70 USD Stéphane Cornet; David Billaux; 16,72 USD — 15,87 USD Jeffrey Rottinghaus 17,23 USD Len Ioffe; Osman Ali; Dennis Walsh; 18,30 USD Richard S. Nackenson 17,32 USD Vincent J. Costa 17,01 USD Laurent Lagarde; Henri Fournier; 18,54 USD Ian Heslop; Amadeo Alentorn; 15,30 USD James B. Lovelace; Donald D. O'Neal; Joyce E. Gordon;
US EQUITY LARGE CAP GROWTH MS INVF US Growth I MS INVF US Advantage I Brown Advisory US Equity Growth $ B Wells Fargo (Lux) WF USLrgCpGr IEUR Acc T. Rowe Price US Blue Chip Eq Q USD AB American Gr Ptf C Acc Legg Mason CB US Lg Cp Gr A USD Acc Seilern America USD U R MFS Meridian US Concentrated Gr A1 USD Amundi Fds Pinr US EqFdm Gr C USD C Vontobel US Equity C USD
ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC
33,46 26,20 21,33 20,45 18,29 17,12 15,94 15,92 15,00 12,71 9,14
83,68 48,39 20,82 20,34 23,46 18,96 17,91 12,40 7,59 10,41 0,50
23,69 19,92 16,98 17,59 18,73 15,10 17,26 15,51 16,01 16,25 15,71
US EQUITY LARGE CAP VALUE DWS Invest CROCI US Dividends USD LC AXA Rosenberg US Equity Alpha E (H)€ Acc MFS Meridian US Value A1 USD JPM US Value D (acc) USD Fidelity America A-Dis-USD
ABC ABC ABC ABC ABC
7,74 5,17 -7,35 4,43 1,30 -0,51 3,69 1,14 -9,94 2,29 0,18 -11,73 0,10 -2,61 -14,74
US EQUITY SMALL CAP T. Rowe Price US Smlr Cm Eq Q USD Fisher Invst Instl US SmCp Cr Eq ESG USD Neuberger Berman US Sm Cap USD Instl Acc BNP Paribas US Small Cap Classic R CONVERTIBLES JPM Global Convert (EUR) D (acc) EUR Salar A1 USD BNP Paribas Europe Sm Cp CnvrtI C
26,11 19,61 15,51 16,32 15,36 14,06 13,12 14,81 12,25 9,66 9,30
A B C 12,24 A B C A B C 9,56 7,10 ABC ABC ABC ABC
34 FUNDSPEOPLE I NOVEMBRO E DEZEMBRO
3,51 1,99 1,49
USD USD USD EUR USD USD USD USD USD USD USD
Dennis P. Lynch; David S. Cohen; Sandeep (Sam) G. Chainani; ; Dennis P. Lynch; David S. Cohen; Sandeep (Sam) G. Chainani;; Kenneth M. Stuzin Michael T. Smith; Christopher J. Warner; Larry J. Puglia Frank V. Caruso; John H. Fogarty; Vinay Thapar; Peter Bourbeau; Margaret B. Vitrano; Corentin Massin; Quentin Macfarlane; Jeffrey C. Constantino; Joseph Skorski; Paul Cloonan; Andrew Acheson; Edwin Walczak; Matthew Benkendorf; Chul Chang;
18,29 USD Julien Boulliat; Shinil Balakrishnan; 18,99 EUR — 16,75 USD Steven R. Gorham; Nevin P. Chitkara; Katherine Cannan; 17,86 USD Clare A. Hart; David Silberman; Andrew Brandon; 15,47 USD Angel Agudo; Ashish Bhardwaj;
13,10 10,81 9,39 4,69
9,58 14,63 5,91 3,85
18,97 23,34 18,68 22,63
USD USD USD USD
4,82 2,74 0,31
20,41 0,46 0,76
11,27 7,75 7,08
EUR USD EUR
Curt J Organt Kenneth L. Fisher; Jeffery L. Silk; William J. Glaser; Aaron S. Anderson; Judith M. Vale; Robert W. D'Alelio; Geoffry V. Dailey; Pamela J. Woo; Paul Levene; Hart Woodson; Rupert Mathews Eric Bouthillier; Caroline de Bourleuf;
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Seu capital está em risco. Emitido por Threadneedle Asset Management Limited. Registrada na Inglaterra e no País de Gales, registrada no 573204, Cannon Place, 78 Cannon Street, Londres EC4N 6AG, Reino Unido. Autorizado e regulamentado no Reino Unido pela Financial Conduct Authority. Columbia Threadneedle Investments é a marca global do grupo de empresas Columbia e Threadneedle. 06.20 | J30673 | 3136384
PANORAMA BARÓMETRO
FUNDOS COM SELO FUNDSPEOPLE EM 2020 FUNDO
RENTABILIDADE ANUAL
SELO
5 ANOS
3 ANOS
1 ANO
DADOS A 20-11-20 VOLAT. 3 ANOS
DIVISA BASE
GESTOR
vS Global Convertible Bond EUR RT F UBS (Lux) BFConvert Eurp EUR P EUR Acc
ABC ABC
0,03 0,16
-1,86 -2,51
-4,50 -2,52
6,39 9,00
EUR EUR
Thorsten Vetter; Carolin Emrich; Uli Sperl; Alain Eckmann;
COMMODITIES BROAD BASKET CS (Lux) CommodityAllocation EB USD
ABC
-3,34
-4,09
-10,30
11,96
USD
Christopher Schütz
ALTERNATIVE MISCELLANEOUS BSF Global Event Driven A2 USD
ABC
3,40
4,55
0,07
8,22
USD
Mark McKenna
GLOBAL MACRO JPM Global Macro Opps A (acc) EUR
ABC
1,86
0,11
5,47
5,36
EUR
Shrenick Shah; Josh Berelowitz; Benoit Lanctot;
LONG/SHORT CREDIT Pictet Absolute Ret Fxd Inc ZX USD Legg Mason WA Mcr OppBd A USD Acc GS Glbl Strat Macro Bd I Acc USD M&G (Lux) Absolute Return Bond CI EURAcc Schroder ISF EURO Crdt Abs Rt C Acc EUR BSF Fixed Income Strategies A2 EUR Candriam Bds Crdt Opps C EUR Cap Eleva UCITS Eleva Abs Ret Eurp R EUR acc
ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC
2,77 4,26 0,99 0,74 1,17
LONG/SHORT EQUITY Schroder GAIA Egerton Equity C Acc EUR Pictet TR - Atlas I EUR Schroder GAIA Sirios US Eq C Acc USD Janus Henderson UK Abs Ret R£ Acc Polar Capital UK Absolute Eq I EUR Hdg Man GLG Alpha Select Alt ILH EUR Acc
ABC ABC ABC ABC ABC ABC
5,01 4,19 5,69 11,56 EUR John C. Armitage 3,90 11,67 3,00 EUR Matthieu Fleck 1,05 -0,11 -11,41 10,00 USD John F. Brennan -3,26 -0,81 -2,32 6,52 GBP Luke Newman; Benjamin Wallace; 6,55 -1,34 -21,25 25,79 EUR 5,46 5,06 5,08 2,84 EUR Charles Long; Nick Judge;
MARKET NEUTRAL BSF European Absolute Return A2 EUR Pictet TR - Agora I EUR Man GLG European Equity Alt DN EUR Marshall Wce Tps MN UCITS EUR C Acc BSF Americas Div Eq Abs Ret A2 EUR H Merian Global Equity Abs Ret I EUR H Acc
ABC ABC ABC ABC ABC ABC
2,34 4,68 10,77 2,83 2,77 4,16 0,39 -0,59 5,26 0,03 -1,56 4,34 -1,57 -2,73 -3,46 -2,24 -7,41 -4,35
MULTIALTERNATIVE BNY Mellon Glbl Rl Ret (USD) W Acc BNY Mellon Glbl Rl Ret (EUR) W Acc HSBC GIF Multi-Asset Style Factors IC Pictet TR - Div Alpha J EUR DWS Concept Kaldemorgen EUR FC UBAM Multifunds Alternative UC USD Amundi Fds Abs Ret MS A EUR C Franklin K2 Alt Strats I(acc)EUR-H1 Invesco Global Targeted Ret Z EUR Acc LFIS Vision UCITS Premia R EUR LFIS Vision Premia Opportunities IS EUR
ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC
3,20 2,47 2,39 2,25 -0,42 0,46 0,64 -0,83 -1,82
5,43 3,34 2,72 1,63 0,78 0,34 -0,21 -0,30 -2,22 -3,86 -8,76
-0,40 1,92 1,95 8,30 -4,43 -3,45 1,97 -0,09 -2,42 -10,67 -27,65
7,55 6,97 4,69 3,40 6,68 7,30 4,99 5,59 2,95 6,53 13,96
USD EUR EUR EUR EUR USD EUR EUR EUR EUR EUR
Andrew Warwick; Suzanne Hutchins; Aron Pataki; Andrew Warwick; Suzanne Hutchins; Aron Pataki; Mathieu Guillemet Philippe de Weck; Federico Canè; Klaus Kaldemorgen; Henning Potstada; Christoph-Arend Schmidt; Kier Boley Davide Cataldo; Francesco Dall'Angelo; Anthony Zanolla; Brooks Ritchey; Robert Christian; David Millar; Sebastian Mackay; Richard Batty; Gwilym Satchell; Guillaume Dupin Guillaume Dupin
AGGRESSIVE ALLOCATION MFS Meridian Prudent Wealth I1 USD MFS Meridian Prudent Capital I1 USD BSF Managed Index Port Growth A2 EUR Allianz Dyn MltAst Stgy SRI75 CT EUR Santander Select Dinâmico B FIMA First Eagle Amundi International FU-C
ABC ABC ABC ABC ABC ABC
6,89 4,35 3,43 0,89 1,29
8,30 6,91 2,68 0,73 -0,26 -0,40
6,23 2,91 -0,95 -2,96 -1,41 -8,40
5,69 5,77 12,89 12,61 9,64 12,68
USD USD EUR EUR EUR USD
Barnaby M. Wiener; Edward Dearing; Barnaby M. Wiener; David P. Cole; Edward Dearing; Stephen Walker Marcus Stahlhacke; Cordula Bauss; Andreas de Maria Campos; Marta Bretones Matthew B. McLennan; Kimball Brooker; Julien Albertini;
CAUTIOUS ALLOCATION NB PPR/OICVM FIMA GS Global MA Cnsv I Acc USD Ninety One GSF Glb MA Inc A Acc USD Pictet-Multi Asset Global Opps I EUR Allianz Dyn MltAst Stgy SRI15 AT EUR Invest Alves Ribeiro PPR FIMA Caixa Seleção Global Moderado FIMA BSF Managed Index Port Defesv A2 EUR FvS - Multi Asset - Defensive RT FvS Der erste Schritt R Santander Poupança Prudente FPR FIAA M&G (Lux) Optimal Income C EUR Acc BPI Moderado FIAF Caixa Inv Socialmente Resp FIMA Invesco Pan European Hi Inc A EUR QD JPM Global Income Cnsrv D (acc) EUR Caixa Seleção Global Defensivo FIMA IMGA Poupança PPR/OICVM FIAPR
ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC
3,81 4,35 3,44 4,08 2,21 2,78 2,27 1,82 1,76 1,11 4,12 1,07 1,66 1,06 1,37 0,89 1,94 0,89 1,45 0,81 1,14 0,70 2,71 0,57 0,43 0,35 0,18 2,10 0,13 0,04 0,01 0,51 -0,15
-3,27 0,98 -2,24 2,22 -0,46 -5,69 1,56 -2,42 -2,03 0,22 -0,07 -0,30 2,54 -3,05 -2,39 -1,05 0,57 -0,75
9,05 EUR Paulo Joaquim 7,86 USD Christopher Lvoff; David Copsey; Shoqat Bunglawala; 6,48 USD John Stopford; Jason Borbora-Sheen; 4,46 EUR Andrea Delitala; Marco Piersimoni; 4,84 EUR Marcus Stahlhacke; Cordula Bauss; Andreas de Maria Campos; 8,06 EUR Paulo Monteiro 6,85 EUR — 6,17 EUR Stephen Walker 6,58 EUR Elmar Peters 2,72 EUR Elmar Peters; Wilhelm Wildschütz; 4,77 EUR Carmen Borondo 7,13 EUR Richard Woolnough 4,34 EUR Eduardo Monteiro 7,43 EUR — 8,89 EUR Paul Read; Paul Causer; Thomas H. Moore; Stephanie Butcher; 5,03 EUR Michael Schoenhaut; Eric J. Bernbaum; 3,51 EUR — 6,94 EUR Fernando Nascimento; Pedro Vieira;
36 FUNDSPEOPLE I NOVEMBRO E DEZEMBRO
4,13 -0,76 3,47 -2,72 1,65 -0,70 1,53 1,03 1,37 1,12 0,42 2,22 0,12 -0,06 5,44 9,15
6,38 USD Ella Hoxha; Andres Sanchez Balcazar; 8,89 USD — 6,46 USD Michael Swell; Jonathon Orr; 5,57 EUR Jim Leaviss; Wolfgang Bauer; 5,58 EUR Patrick Vogel 3,56 EUR Michael Krautzberger; Tom Mondelaers; Johan Sjogren; 2,73 EUR Philippe Noyard; Patrick Zeenni; Nicolas Jullien; 4,47 EUR Eric Bendahan
3,74 EUR David Tovey; Stefan Gries; 3,96 EUR Elif Aktug; Benoît Capiod; Vincent Ijaouane; 4,50 EUR Neil Mason 6,28 EUR — 5,87 EUR Raffaele Savi; Travis Cooke; 4,91 EUR Ian Heslop; Amadeo Alentorn;
FUNDOS COM SELO FUNDSPEOPLE EM 2020 FUNDO
SELO
RENTABILIDADE ANUAL 5 ANOS
3 ANOS
1 ANO
DADOS A 20-11-20 VOLAT. 3 ANOS
DIVISA BASE
GESTOR
ABC ABC ABC ABC ABC
0,82 -0,27 -2,04 6,18 EUR Yannick Quenehen; Alexandre Burgues; 1,05 -0,73 -1,61 8,21 EUR Roland Kramer; Sebastian Richner; Daniel Rudis; 1,66 -1,29 -4,82 8,23 EUR Robert D. Arnott; Daniel J. Ivascyn; Christopher Brightman; 1,38 EUR -3,08 EUR
FLEXIBLE ALLOCATION FvS Multiple Opportunities II RT PIMCO GIS Dyn Mlt-Asst Instl EUR Acc Eurizon Azioni Strategia Flss Z EUR Acc BNP Paribas Target Risk Balanced Cl R Invesco Balanced-Risk Allc A EUR Acc AXAWF Global Optimal Income E Cap EUR MS INVF Global Balanced Income Z M&G (Lux) Dynamic Allocation C EUR Acc
ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC
4,73 2,60 2,00 2,20 1,76 0,85 1,48
MODERATE ALLOCATION Allianz Income and Growth IT H2 EUR T. Rowe Price Glb Alloc I USD Acatis Gané Value Event Fonds A BGF Global Allocation A2 GS Global MA Inc I Acc USD MFS Meridian Diversified Income I1 USD Fidelity Global Mlt Ast IncA-MInc(G)-USD MFS Meridian Global Total Ret A2 USD FvS Multi Asset - Balanced RT Ruffer Total Return Intl C EUR Cap Invesco Global Income A USDH Acc Aegon Global Diversified Inc EUR C Acc BSF Managed Index Port Mod A2 EUR Carmignac Pf Patrimoine A EUR Acc Santander Private Moderado FIMA Allianz Dyn MltAst Stgy SRI50 AT EUR Santander Select Moderado B FIMA AS SICAV I Dvrs Gr I Acc EUR M&G (Lux) Income Allocation C EUR Acc Nordea 1 - Stable Return BP EUR JPM Global Income A (div) EUR UBS (Lux) SF Balanced (EUR) P-acc BBVA DIF Multi-Asset Moderate EUR A Caixa Wealth Moderado A FIMA Santander Rendimento FIMA
ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC
6,47 5,89 11,66 13,35 EUR Douglas G. Forsyth; Michael E. Yee; Justin M. Kass; David J. Oberto; 5,87 1,91 10,26 USD Charles M. Shriver 5,52 5,08 4,11 12,70 EUR Henrik Muhle; Uwe Rathausky; 3,99 4,47 4,41 9,80 USD Russ Koesterich; David Clayton; Rick Reider; 3,54 3,53 -4,87 10,25 USD Christopher Lvoff; David Copsey; Shoqat Bunglawala; 3,37 3,04 -7,04 9,74 USD Geoffrey L. Schechter; Matthew W. Ryan; Richard R. Gable; ; 2,87 2,11 -5,86 8,64 USD Eugene Peter Philalithis; Chris Forgan; George Efstathopoulos; 2,83 1,91 -4,39 9,31 USD Steven R. Gorham; Katrina A. Mead; Owen Murfin; Erik S. Weisman; 3,09 1,79 -1,58 8,55 EUR Elmar Peters 2,71 1,59 6,90 6,21 EUR Jacques Hirsch; Alex Lennard; 2,94 1,56 -7,78 11,68 USD Paul Read; Paul Causer; Stephen Anness; Alex Ivanova; 1,14 -5,85 11,39 EUR Vincent McEntegart; Jacob Vijverberg; 2,67 1,05 -4,24 9,77 EUR Stephen Walker 1,45 0,57 7,53 6,87 EUR Rose Ouahba; David Older; 0,90 0,27 -0,10 5,59 EUR Marta Bretones 1,97 0,13 -2,66 9,03 Euro Marcus Stahlhacke; Cordula Bauss; Andreas de Maria Campos; 0,67 -0,02 -0,44 5,59 Euro Marta Bretones -0,49 -3,33 8,73 Euro — 2,32 -0,83 -9,52 10,10 Euro Steven Andrew 0,44 -0,95 -3,90 5,15 Euro Asbjørn Trolle Hansen; Claus Vorm; Kurt Kongsted; 1,26 -0,98 -5,10 9,01 Euro Michael Schoenhaut; Eric J. Bernbaum; 1,34 -1,14 -2,89 10,39 Euro Roland Kramer; Sebastian Richner; Daniel Rudis; 0,11 -1,65 -6,45 7,20 Euro JOSE MARIA DE YRAOLA AVENDAÑO; 2,91 Euro -5,27 Euro
P
R
TNE
AR
AR
R
P
mundi Rendement Plus P C A UBS (Lux) SF Yield (EUR) P-acc PIMCO GIS Strategic Inc Instl EURH Acc Caixa Wealth Defensivo A FIMA Santander Sustentável FIMA
TNE
A OPINIÃO DE JAIME PÉREZ MAURA Diretor de Desenvolvimento de Negócio, Allfunds
DO CORAÇÃO AO BOLSO, DE VOLUNTÁRIO A OBRIGATÓRIO Já chegou. O que durante muito tempo foi um acumular de boas intenções vai tornar-se obrigatório. Vai-se passar de recomendar a exigir critérios de sustentabilidade na
5,04 4,97 0,38 -0,14 -0,52 -1,62 -1,62 -2,83
3,86 15,16 -1,37 -5,62 -2,76 -3,89 -5,54 -6,07
8,87 5,14 8,21 7,78 7,81 9,54 6,53 11,68
EUR EUR EUR EUR EUR EUR EUR EUR
Bert Flossbach Mihir P. Worah; Geraldine Sundstrom; Corrado Gaudenzi Tarek Issaoui; Fabien Benchetrit; Scott E. Wolle Serge Pizem; Stéphane Castillo-Soler; Andrew Harmstone; Manfred Hui; Juan Nevado; Craig Moran;
tomada de decisões, passando-se da má consciência diretamente para o bolso, da sugestão para a imposição, do coração para o instinto. Já há algum tempo que no mundo institucional, o de verdade, o dos grandes fundos de pensões, é uma obrigação, com o cunho da idiossincrasia dos seus órgãos de governo, pela sua vocação de longo prazo, e porque não dizêlo: pela regulação que os força a tal. Tudo isto já aterrou na nossa indústria, vindo para ficar num mundo em que todos nos apressamos a pretender ser o que nunca fomos, fazendo da obrigação uma firme convicção em tempo record. Darwinianos por mandato do regulador. Seja como
for, seja bem-vindo. A realidade é que os objetivos económicos não podem basear-se só na rentabilidade constante e sonante, mas devem sim considerar-se os danos colaterais daquilo que financiamos, investimos ou recomendamos. Muitos projetos orientados a incorporar uma forma sustentável de ver as coisas vão subir ao próximo nível; enquanto muitos outros profetas aparecerão, entusiasmados por ter visto a luz e implorando sempre terem sido sustentáveis. No Allfunds, humildemente, esperamos impacientes por poder mostrar a nossa aposta renovada em sustentabilidade, oferta que passa por combinar a experiência com inovação. Fiquem atentos, porque já que temos que mudar, vamos dar o nosso melhor! NOVEMBRO E DEZEMBRO I FUNDSPEOPLE 37
PANORAMA O SETOR EM NÚMEROS
na Europa
Barómetro
AGOSTO E SETEMBRO
por Catarina Vimagre
MERCADO EUROPEU DE FUNDOS DE INVESTIMENTO
PRESTES A VIRAR A PÁGINA DA PANDEMIA
O mercado europeu de fundos de investimento voltou a crescer. Apesar de ainda não ter alcançado os 11,1 biliões de euros registados antes do início da pandemia, em setembro atingiu os 10,8 biliões, o segundo maior valor de sempre.
FUNDOS INTERNACIONAIS QUE MAIS CAPTAM
(PRODUTOS EUROPEUS DISTRIBUÍDOS EM VÁRIOS PAÍSES) EM AÇÕES
EM SETEMBRO 2020
FUNDO
FUNDO
Invesco EQQQ NASDAQ-100 UCITS ETF
627
iShares China CNY Bond UCITS ETF
BlackRock G. Funds - World Technology Fund
612
BlackRock Global Funds - China Bond Fund
EM MULTIATIVOS E OUTROS VOL.
FUNDO
VOL.
1.015
iShares Physical Gold ETC
832
593
Invesco Physical Gold ETC
643
L&G US Equity (Resp. Exclusions) UCITS ETF
447
Flossbach von Storch - Bond Opp. ABC
512
PIMCO GIS Dynamic Multi-Asset ABC
389
CSIF (IE) MSCI USA Blue UCITS ETF
420
Mercer Global Investments - UK Long Gilt
385
Morgan Stanley-Global Balanced Fund
339
UBS (Irl) ETF plc - MSCI USA UCITS ETF
416
iShares $ Treasury Bond 20+yr UCITS ETF
377
Floss. von Storch SICAV - M. Opportunities
318
Capital Group New Perspective (LUX) SELO AB
337
Pictet - Strategic Credit
325
Floss. von Storch - M. Opportunities II ABC
282
Robeco Global Consumer Trends
331
Fidelity UCITS II ICAV - Fid. Enh. Reserve Fund
317
MFS Meridian - Prudent Capital Fund ABC
219
Amundi Index MSCI Emerging Markets (ETF)
320
Insight Liquid ABS Fund
312
Kohinoor Core
202
Morgan Stanley-Asia Opportunity ABC
301
BNY Mellon Efficient US Fallen Angels B. Fund
310
Amundi 12 M
194
Morgan Stanley-G. Opportunity Fund ABC
299
Aviva Investors - Global High Yield Bond
298
Xtrackers Physical Silver ETC (EUR)
167
FUNDO Mercer Passive Global Equity
EM AGOSTO 2020
EM OBRIGAÇÕES VOL.
VOL. 1.059
FUNDO
VOL.
FUNDO
Aviva Investors Global Inv. Grade Corp. Bond
945
Flossbach von Storch Multiple Opportunities
iShares China CNY Bond UCITS ETF
901
LO Funds All Roads Multi-Asset
VOL. 411 288
BlackRock BGF Circular Economy Fund
675
Morgan Stanley Global Opportunity Fund
479
PIMCO GIS Diversified Income Fund ABC
841
Man AHL TargetRisk
277
Amundi S&P 500
447
Multi Manager Access II Emerging Mk Debt
616
William Blair Dynamic Diversified Alloc.
276
BlackRock BGF World Technology Fund
360
PIMCO GIS Income Fund ABC
570
Invesco Physical Gold ETC
274
Xtrackers MSCI World UCITS ETF
351
SSgA SPDR BB Global Aggr. Bond UCITS ETF
540
JPMorgan Diversified Risk Fund
266
Capital Group New Perspective (LUX) ABC
337
Vanguard Global Bond Index Fund
484
iShares Div. Commodity SWAP UCITS ETF
257
Morgan Stanley-Asia Opportunity ABC
335
Nordea 1 Emerging Stars Bond
443
Invesco Bloomberg Commodity UCITS ETF
249
BlackRock BGF World Gold Fund ABC
324
Mercer Global Inv. Global High Yield Bond
420
MFS Meridian Prudent Capital Fund ABC
246
UBS ETF MSCI EMU UCITS ETF
301
BlackRock BGF China Bond Fund
410
PIMCO GIS Dynamic Multi-Asset ABC
242
Fonte: Broadridge FundFile e J.P. Morgan AM. Em milhões de euros.
38 FUNDSPEOPLE I NOVEMBRO E DEZEMBRO
GESTÃO PASSIVA
Nas ações, a média de captações foi idêntica em agosto e em setembro, tendo rondado os 400 milhões de euros. Contudo, em agosto verificou-se o claro destaque do Mercer Passive Global
Equity ao captar 1,059 milhões de euros. Este produto, que está sob a alçada da Mercer Global Investments Management, investe passivamente numa gama diversificada de ações listadas globalmente. Em setembro, embora o volume de captações tenha sido mais uniforme entre os dez produtos que mais captaram, destaca-se a maior prevalência de fundos de gestão passiva.
Quanto às obrigações, o iShares China CNY Bond UCITS ETF, foi o produto que mais sobressaiu tendo captado quase dois mil milhões de euros no conjunto dos dois meses. Também aqui se verifica a prevalência dos fundos de gestão passiva. No segmento dos multiativos e outros, o Flossbach von Storch Multiple Opportunities, gerido pela
DISTRIBUIÇÃO DO PATRIMÓNIO NA EUROPA EM SETEMBRO MERCADO Internacional (*) Reino Unido Alemanha
OBRIGAÇÕES
AÇÕES
MONETÁRIOS
MONETÁRIOS DINÂMICOS
OUTROS
MISTOS
1.844.216
2.137.690
127.846
556.353
972.826
14.774
TOTAL 5.653.704
265.738
766.167
40.087
179.210
137.178
2.305
1.390.684
125.851
191.386
152.751
168.278
15.488
5.753
659.507
100.294
184.476
49.118
57.635
247.898
7.377
646.799
Suíça
194.423
241.399
46.567
64.514
27.536
3.692
578.131
Itália
193.834
78.585
12.836
212.641
30.911
1.198
530.006
Suécia
58.440
285.400
2.915
53.358
18.968
0
419.081
Espanha
82.537
35.342
18.113
39.941
6.869
44
182.847
3.125.150
4.197.563
488.171
1.456.225
1.509.397
37.608
10.814.113
França
TOTAL
DISTRIBUIÇÃO DAS CAPTAÇÕES LÍQUIDAS NA EUROPA, EM AGOSTO E SETEMBRO MERCADO Internacional (*)
OBRIGAÇÕES
AÇÕES
OUTROS
MISTOS
705
TOTAL
21.249
754
Reino Unido
2.124
624
100
-1.199
-703
-28
918
Alemanha
-328
2.275
889
1.178
-309
-23
3.682
222
-197
212
-252
7.192
280
7.457
2.241
387
-611
369
-396
65
2.055 573
França
-25.558
MONETÁRIOS DINÂMICOS
12.305
Suíça
-2.013
MONETÁRIOS
7.442
Itália
749
1.013
-262
-2.363
1.342
94
Suécia
108
1.789
-439
-181
-525
0
752
1.208
260
-173
-533
-119
0
643
22.403
28.554
933
-4.433
-21.635
967
26.789
Espanha TOTAL
EM AGOSTO VERIFICOU-SE O CLARO DESTAQUE DO MERCER PASSIVE GLOBAL EQUITY, QUE CAPTOU 1,059 MILHÕES DE EUROS. NOVEMBRO E DEZEMBRO I FUNDSPEOPLE 39
*Inclui Luxemburgo e Dublin. Dados em milhões de euros
N
um ano tão atípico como 2020, nem a silly season foi calma. Agosto e setembro ficaram marcados pelas fortes subidas nos mercados de ações a nível global, tendo índices como o S&P 500 atingido máximos históricos. Do lado dos bancos centrais, a Reserva Federal anunciou a continuação da Era das baixas taxas e, no Banco Central Europeu, o tom hawkish de Christine Lagarde na reunião de setembro foi recebido com um impulso do euro face ao dólar. Porém, a pandemia voltava a ganhar algum do gás perdido em maio e junho e foram publicados os números do PIB da zona euro, que mostravam uma perda ainda mais severa do que durante a Grande Crise Financeira em países como a Alemanha, Espanha e França. Apesar de todos estes fatores que o podiam influenciar negativamente, o mercado europeu de fundos de investimento não se deixou abalar e continuou o seu caminho rumo à recuperação. Através dos dados da Broadridge FundFile e da JPMorgan AM, recolhidos em exclusivo para a FundsPeople, podemos perceber que o terceiro trimestre de 2020 fechou com este mercado a valer 10,8 biliões de euros, estando cada vez mais próximo dos 11,1 biliões que valia em janeiro, antes do rebentar da pandemia. No que à distribuição de captações líquidas na Europa diz respeito, os segmentos de fundos mistos e monetários estão em terreno negativo, tendo este último registado uma abrupta queda face a julho.
P
AR
P
R
TNE R
PANORAMA O SETOR EM NÚMEROS
AR
TNE
A OPINIÃO DE LUCÍA GUTIERREZ-MELLADO Diretora de Estratégia, J.P. Morgan AM
gestora alemã Flossbach von Storch, conseguiu captações de 411 milhões de euros em agosto. Em setembro o ouro voltou a ser uma das temáticas que mais captações obteve. O iShares Physical Gold ETC e o Invesco Physical Gold ETC têm sido uma presença assídua entre os que mais captam nos últimos meses.
BLACKROCK LIDERA
Quanto às entidades gestoras que mais captaram, em agosto a Morgan Stanley foi a gestora que melhor saldo de subscrições líquidas teve. Excluindo o conjunto dos fundos monetários, foi a BlackRock que conseguiu distinguir-se com captações de 6.300 milhões de euros. Em setembro, a BlackRock deu um grande salto, conseguindo alcançar captações de mais de nove mil milhões de euros. No segmento que exclui os monetários, a gestora manteve a liderança, mas registou uma queda face ao mês anterior.
A MORGAN STANLEY E BLACKROCK FORAM AS DUAS GESTORAS QUE SE DESTACARAM AO NÍVEL DAS CAPTAÇÕES
GRUPOS QUE MAIS CAPTAM EM SETEMBRO Em milhões de euros. COM MONETÁRIOS
SEM MONETÁRIOS
BlackRock
9.190
BlackRock
Amundi
2.688
F. von Storch
1.179
1.336
Morgan Stanley
1.792
Pictet
1.138
Fidelity
1.428
Fidelity
1.114
F. von Storch
1.179
Credit Suisse
997
GRUPOS QUE MAIS CAPTAM EM AGOSTO Em milhões de euros. COM MONETÁRIOS
SEM MONETÁRIOS
Morgan Stanley
3.398
BlackRock
6.353
Amundi
3.100
PIMCO
3.073
PIMCO
3.073
MMC/Mercer
1.873
BlackRock
1.974
DWS
1.863
MMC/Mercer
1.924
Amundi
1.565
40 FUNDSPEOPLE I NOVEMBRO E DEZEMBRO
PORQUE É QUE OS INVESTIDORES DEVERIAM CONSIDERAR O IMPACTO DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS SOBRE AS SUAS CARTEIRAS? Antes das cada vez maiores provas das mudanças climáticas e dos seus efeitos económicos e sociais, os responsáveis políticos de diferentes regiões estão a acelerar a transição para uma economia baixa em carbono ou de zero emissões. Esta realidade obriga os investidores a gerir ativamente a intensidade das emissões de carbono associada a ativos das suas carteiras se quisermos reduzir o impacto direto ou indireto dessa transição nos investimentos. Estar preparado para esta transformação requer algo mais do que estar consciente do problema climático. Pensamos que ao adotar uma abordagem ativa na transição para um mundo baixo em carbono pode ajudar a identificar as oportunidades de valor relativo geradas pelas mudanças climáticas e/ou políticas implementadas para contribuir para abrandar o aumento da temperatura global. Além disso, cada vez dispomos de mais instrumentos desenhados especificamente para enfrentar as mudanças climáticas, como as obrigações verdes e os fundos de ações temáticos. Pensamos que é necessário ir mais além da simples adoção de posições curtas nos países e setores que mais GEE emitem. Acreditamos que a abordagem a adotar para conseguir mudanças reais, é apoiar as empresas e governos que estão a impulsionar a solução para o problema do clima.
JUAN SAN PIO Diretor comercial da Amundi ETF, Indexing & Smart Beta para a Península Ibérica e América Latina
Três argumentos de Impacto do Investimento Indexado
Investimento responsável, investimento sustentável, investimento ESG, investimento ético… a lista continua, como também parece crescer o apetite dos investidos em adotar uma abordagem mais responsável no momento de realizar os seus investimentos. Além disso, as tendências se aceleraram durante as últimas turbulências. Durante os primeiros nove meses deste ano, foram investidos quase 20 mil milhões de euros em ETF ESG na Europa, três vezes mais do que no mesmo período de 20191. É possível integrar a perspetiva ESG dentro de uma estratégia indexada? Na nossa opinião, dentro de uma carteira ESG, há lugar tanto para a gestão ativa como para as estratégias indexadas. Com cerca de 10 biliões de euros2 de ativos que replicam índices globais será negligente por parte da indústria ignorar o impacto potencial dos ativos que estão a mudar para incorporar os critérios ESG. Por isso, consideramos que a gestão indexada vai desempenhar um papel-chavea transição para uma adoção generalizada do investimento ESG. Com uma gama cada vez maior de índices ESG transparentes disponível para os investidores, atualmente é mais fácil do que nunca identificar estratégias que se adaptem às suas convicções pessoais e objetivos ESG, assim como aos seus perfis de risco e às suas expectativas de rentabilidade.
Diversificando o ESG e o investimento indexado 1) Mito 1: O investimento ESG baseia-se em valores, e os valores pessoais não se podem refletir num índice genérico
É verdade que o "tamanho único" não serve a todos quando se trata de investimentos ESG, dado que a tolerância ao risco individual, regulamentos regionais, convicções pessoais, objetivos de comportamento e muitos outros fatores desempenham um papel fundamental na hora de alocar apropriadamente o investimento ESG. No entanto, com mais de 1.000 índices ESG disponíveis, que cobrem desde exposições a grandes mercados com leves exclusões ESG até investimentos alinhados com o clima, os investidores têm um vasto leque de opções para construir um portefólio adequado aos seus objetivos. Esta é a razão pela qual na Amundi temos estruturado as nossas estratégias de investimento responsável por níveis de integração ESG, Universal through Leaders a ISR e Clima, num espectro que varia de "verde claro" a "verde escuro". Neste sentido, a capacidade de incorporar metas sustentáveis mais avançadas é resultado de melhorias constantes nos dados ESG: os provedores de índices têm agora uma vasta gama de dados sobre os quais desenvolver índices alinhados com os Objetivos de Desenvolvimento Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas (ODS) ou voltados para a redução de gases de efeito estufa. Na verdade, muitos gestores ativos usam os mesmos dados como base para o desenvolvimento e gerir as suas estratégias ESG, já que grandes provedores de dados ESG são os provedores de índices. 2) Mito 2: Os investidores de fundos indexados não têm voz como participantes, só replicam o índice
Muitos investidores não se dão conta de que podem ter uma voz ativa na gestão das empresas nas que investem os seus fundos indexados. O grande volume de ativos que está investido de forma passiva a nível mundial implica que há muitos acionistas com a capacidade de fazer-se ouvir. Para conseguir essa notoriedade devem desenvolver políticas de voto e engagement. · Votação dos acionistas: Os acionistas têm direito de votar nos Conselhos Gerais de Acionista, o que lhes permite influenciar na gestão dessas empresas. Para alguns investidores, o voto pode ser considerado parte do seu dever fiduciário; uma forma de encorajá-los a agir no interesse dos seus beneficiários. Da mesma forma, a votação pode ser sobre qualquer tipo de tópico, desde a compensação de trabalhadores até à diversidade de género. · Engagement. Esta é uma prática em que os gestores de ativos discutem assuntos considerados de risco para os negócios das empresas em que investem. A intenção será promover mudanças para reduzir riscos que, em última instância, beneficiará tanto as empresas como os investidores. Alcançando compromissos em nome dos nossos investidores, podemos ajudar a mudar organizações e promover uma abordagem positiva e de longo prazo; aquele que é melhor para o comportamento financeiro e melhor para a sociedade como um todo. 3) Mito 3: O investimento indexado carece de impacto É comum considerar o investimento de impacto como uma
abordagem de nicho que prioriza o impacto desempenho social e ambiental positivo acima da rentabilidade financeira. Contudo, os investidores de fundos indexados também podem ter um impacto se alocarem os seus ativos em mais estratégias sustentáveis e se usarem a vasta gama de índices existentes. Assim, por exemplo, um melhor índice best in class poderá recompensar empresas que superam os seus homólogos em termos de critérios ESG (através da inclusão ou sobreponderação no índice). Neste sentido, os índices impulsionam as empresas a melhorar e a permanecem na vanguarda do seu setor. Da mesma forma, é possível desenhar índices dinâmicos que proporcionam um impacto através do desinvestimento progressivo, sistemático e transparente de empresas que não atendam aos critérios estabelecidos no regulamento do índice. Estes padrões podem ser baseados numa série de métricas mensuráveis, incluindo políticas ESG, cumprimento de metas de diversidade ou cumprimento metas de emissões de carbono. Desta forma, tanto pode optar por uma solução de replicação índices que já estão disponíveis no mercado ou optar por trabalhar com um gestor de ativos para desenvolver um mandato personalizado para seguir um índice projetado para cobrir as suas necessidades. As opções geridas por meio de índices podem ser eficientes em custos, transparentes e podem constituir uma forma eficaz de cumprir os objetivos do investimento responsável.
Informação Importante Este documento não é dirigido a cidadãos ou residentes nos EUA ou a qualquer pessoa de nacionalidade americana. Não é garantida a exatidão, integridade e pertinência da informação, das previsões e das análises proporcionadas. Documento preparado a partir de fontes consideradas fiáveis e podem ser modificadas sem aviso prévio. A informação e as previsões são inevitavelmente parciais, são proporcionadas sobre a base de dados do mercado observado num determinado momento e estão sujeitas a mudanças. Este documento podem contar informação de terceiros que não pertencem à Amundi (“Conteúdo de terceiros”), que se proporciona unicamente para fins informativos. Qualquer opinião ou recomendação no Conteúdo de Terceiros deriva exclusivamente destes terceiros e em nenhuma circunstância constitui uma aprovação implícita ou explícita por parte da Amundi. Está proibida a reprodução sem o consentimento prévio e por escrito da Sociedade Gestora. Amundi ETF designa a atividade de ETF da Amundi Asset Management. Documento não revisto, carimbado ou aprovado pelos provedores de índices. Os provedores de índices não fazem nenhuma declaração sobre a idoneidade de nenhum investimento. Uma descrição completa dos índices está disponível nos provedores. 1 Fonte: Amundi e Bloomberg a 30/09/2020 2 Fonte: dados da Morningstar compilados pelo Investment Company Institute a 31/11/19 Amundi Asset Management, “Société par Actions Simplifiée” francesa - SAS com capital de 1.086.262.605 euros - Sociedade Gestora de Carteiras aprovada pela AMF (organismo regulador dos valores franceses) com o nº. GP 04000036 - Sede social: 90 boulevard Pasteur, 75015 Paris - França. 437 574 452 RCS Paris. Gama da Amundi ETF disponível em Espanha: Amundi Index Solutions, registada no registo de IIC estrangeiras de CNMV com nº 1495. Amundi Iberia SGIIC SAU: comercializador principal em Espanha, supervisionada pela CNMV e inscrita com o nº 31.
TENDÊNCIAS CAPA por Miguel Rêgo, CFA
FRUTA OU CHOCOLATE?
MUITOS SABORES POR ONDE ESCOLHER NO UNIVERSO DE FUNDOS FAVORITOS 2020 OS FUNDOS FAVORITOS DOS SELECIONADORES PORTUGUESES COM DOIS OU MAIS VOTOS
2020
SELO FUNDS PEOPLE 2020
VOTOS
ABC ABC ABC ABC ABC ABC
11
MS INVF Asia Opportunity Fund
9
MS INVF Euro Strategic Bond Fund
7
MS INVF Global Brands Fund
4
MS INVF Global Opportunity Fund
4
MS INVF US Growth Fund
4
Muzinich Enhancedyield Short-Term Fund
BGF Continental European Flexible Fund
3
NB Euro Bond
BSF European Absolute Return Fund
3
NN (L) US Credit
3
Nordea 1 - Alpha 15 MA Fund
3
Oddo BHF Avenir Europe
3
Pictet-Security
3
Pictet-Short Term Emerging Corporate Bds
3
PIMCO Global Bond Fund
3
Robeco High Yield Bonds
2
3
Schroder ISF Greater China
2
3
Wellington Global Quality Growth Fund
2
3
JOHCM Global Income Builder Fund
3
JPMorgan Funds - Europe Strategic Growth Fund
2
Lord Abbett Short Duration Income Fund
2
Magallanes European Equity FI
2
Marshall Wace Tops (Market Neutral) UCITS Fund
2
MFS Meridian Funds - European Core Equity Fund
Allianz Global Artificial Intelligence
2
MFS Meridian Funds - European Research Fund
AXAWF Euro Credit Total Return
2
Morgan Stanley Investment Funds - US Growth Fund
BGF Global Allocation Fund
2
NB FCP Opportunity Fund
BlueBay Investment Grade Euro Aggt Bd Fd
2
NSF SICAV EuroBic Obrigacoes Global
BPI GIF Opportunities
2
Oddo BHF Avenir Euro
BSF Managed Index Portfolios Growth
2
Pictet TR - Agora
DPAM L Bonds Universalis Unconstrained
2
Pictet-Digital
2
Pictet-Global Megatrend Selection
2
Pictet-Robotics
2
Pictet-Short Term Emerging Corporate Bonds
2
Russell Investment Company plc - Acadian European Equity UCITS
2
Seilern World Growth Fund
2
T. Rowe Price Funds SICAV - Japanese Equity Fund
2
T. Rowe Price Funds SICAV - US Blue Chip Equity Fund
2
UBS (Lux) Equity Fund - China Opportunity (USD)
FUNDO
Jupiter Dynamic Bond MS INVF US Advantage Fund Fundsmith Equity Fund Sicav Brown Advisory US Equity Growth FvS Multiple Opportunities II T. Rowe Price Japanese Equity Fund
Capital Group New Perspective Fund (LUX) DWS Concept Kaldemorgen Fidelity European Dynamic Growth Fund FvS Bond Opportunities Invest Alves Ribeiro PPR FIMA MFS Meridian European Value Fund Pictet TR - Atlas PIMCO GIS Dynamic Multi-Asset Fund Ruffer Total Return International Seilern World Growth Fund Aberdeen Standard Japan Equity Fund Acatis Gané Value Event Fonds Allianz Dynamic Multi Asset Strat SRI 75 Allianz Euroland Equity Growth
Eleva Eleva Abs Ret Eurp Eleva Eleva European Sel FF-Asia Pacific Opportunities Fund Fidelity Global Consumer Industries Fund Franklin K2 Alternative Strategies Fund Franklin Technology Fund Invesco Pan European High Income Fund JPM Emerging Markets Equity Fund Legg Mason WA Macro Opportunities Bd Fd
Fonte: Elaboração própria.
42 FUNDSPEOPLE I NOVEMBRO E DEZEMBRO
ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC
ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC
2
FUNDO
SELO FUNDS PEOPLE 2020
VOTOS
ABC
2 2
ABC ABC ABC ABC ABC ABC
2 2 2 2 2 2 2
ABC ABC ABC ABC
2 2 2 2
2
ABC
2 2 2
ABC ABC ABC ABC
2 2 2 2 2 2
ABC ABC ABC ABC ABC ABC
2 2 2 2 2 2 2
ABC ABC ABC ABC
2 2 2 2
U
ma coisa de que o investidor português não se pode queixar é de não ter por onde escolher, pelo menos no que se refere a onde aplicar o seu dinheiro. A realidade em Portugal, se pudermos encarar como referência no mercado os números do regulador relativamente a fundos estrangeiros distribuídos a investidores de retalho, é que o número de estratégias registadas cresceu mais de 50% nos últimos oito anos, de cerca de 1.200 para
Mais e mais fundos e entidades gestoras se posicionam no nosso país. De um universo cada vez mais vasto, os profissionais portugueses elegeram os seus fundos favoritos e os resultados não foram surpreendentes.
OS FUNDOS FAVORITOS DOS SELECIONADORES PORTUGUESES COM DOIS OU MAIS VOTOS
2019
SELO FUNDS PEOPLE 2020
VOTOS
ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC
11
Caixagest Ações Líderes Globais
9
Capital Group Global Allocation Fund (LUX)
2
8
Comgest Growth Emerging Markets
2
7
DNCA Invest Alpha Bonds
7
DPAM INVEST B - Equities NewGems Sustainable
7
Echiquier Agenor Euro Mid Cap
6
EuroBic Brasil- Fundo de Investimento Alternativo Mobiliário Aberto
6
EuroBic Seleção TOP - Fundo de Investimento Mobiliário Aberto
6
Evli Short Corporate Bond
5
Fidelity Funds - Asia Pacific Opportunities Fund
5
Flossbach von Storch - Multiple Opportunities II
5
GAM Multibond - Local Emerging Bond
5
Guinness Global Innovators Fund
5
Hermes Global Emerging Markets Fund
5
Invesco Balanced-Risk Allocation Fund
5
Invesco Funds - Invesco Japanese Equity Advantage Fund
5
Janus Henderson United Kingdom Absolute Return Fund
4
JOHCM Global Income Builder Fund
4
JPMorgan Funds - Europe Strategic Growth Fund
4
Lord Abbett Short Duration Income Fund
4
Magallanes European Equity FI
4
Marshall Wace Tops (Market Neutral) UCITS Fund
4
MFS Meridian Funds - European Core Equity Fund
3
MFS Meridian Funds - European Research Fund
3
Morgan Stanley Investment Funds - US Growth Fund
3
NB FCP Opportunity Fund
3
NSF SICAV EuroBic Obrigacoes Global
3
Oddo BHF Avenir Euro
3
Pictet TR - Agora
3
Pictet-Digital
3
Pictet-Global Megatrend Selection
3
Pictet-Robotics
3
Pictet-Short Term Emerging Corporate Bonds
3
Russell Investment Company plc - Acadian European Equity UCITS
2
Seilern World Growth Fund
2
T. Rowe Price Funds SICAV - Japanese Equity Fund
BPI Global Investment Fund Alternative Fund Iberian Equity Long Short
2
T. Rowe Price Funds SICAV - US Blue Chip Equity Fund
BPI Global Investment Fund Opportunities
2
UBS (Lux) Equity Fund - China Opportunity (USD)
FUNDO
MFS Meridian Funds - European Value Fund Jupiter Global Fund - Jupiter Dynamic Bond PIMCO GIS Income Fund Fundsmith Equity NB FCP Euro Bond Salar Fund Plc Eleva UCITS Fund - Fonds Eleva European Selection Fidelity Funds - European Dynamic Growth Fund Morgan Stanley Funds (UK) - US Advantage Fund Brown Advisory US Equity Growth Fidelity Funds - Global Multi Asset Income Fund Jupiter Global Fund - Jupiter European Growth Legg Mason Western Asset Macro Opportunities Bond Fund Nordea 1 - Stable Return Fund Ruffer SICAV - Ruffer Total Return International Schroder International Selection Fund EURO Corporate Bond Wells Fargo (Lux) WF U.S. All Cap Growth Fund Capital Group New Perspective Fund (LUX) Comgest Growth Japan Franklin K2 Alternative Strategies Fund
ABC
Incometric Fund Dunas Patrimonio Invesco Funds - Invesco Pan European High Income Fund JPMorgan Investment Funds - Global Income Fund Allianz Global Investors Fund - Allianz Europe Equity Growth Candriam Bonds Credit Opportunities DWS Concept Kaldemorgen Investec Global Multi-Asset Income Feeder Fund M&G (Lux) Investment Funds 1 - M&G (Lux) Optimal Income Fund Mirae Asset Global Discovery Fund - Asia Great Consumer Equity Fund Morgan Stanley Investment Funds - Global Brands Fund Morgan Stanley Investment Funds - Global Opportunity Fund Muzinich Enhancedyield Short-Term Fund Pictet-Multi Asset Global Opportunities Seilern America Fund
ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC ABC
BlackRock Global Funds - Global Multi-Asset Income Fund BlueBay Funds - BlueBay Investment Grade Euro Government Bond Fund
ABC
FUNDO
SELO FUNDS PEOPLE 2020
VOTOS
ABC
2
2
ABC ABC
2 2 2 2
ABC ABC ABC ABC
2 2 2 2 2
ABC ABC ABC ABC
2 2 2 2 2
ABC
2 2 2
ABC ABC ABC ABC
2 2 2 2 2 2
ABC ABC ABC ABC ABC ABC
2 2 2 2 2 2 2
ABC ABC ABC ABC
2 2 2 2
Fonte: Elaboração própria.
NOVEMBRO E DEZEMBRO I FUNDSPEOPLE 43
TENDÊNCIAS CAPA
ENTIDADES GESTORAS MAIS VOTADAS POR NÚMERO DE FUNDOS ENTIDADE GESTORA
FUNDOS
ENTIDADE GESTORA
FUNDOS
ENTIDADE GESTORA
FUNDOS
ENTIDADE GESTORA
FUNDOS
BlackRock
15
PIMCO
3
Wellington Management
2
La Financière de l'Echiquier
1
Pictet AM
11
UBS AM
3
Acatis
1
La Française AM
1
Schroders
10
Aberdeen Standard Investments
2
AllianceBernstein
1
Lazard
1
Fidelity
7
Invest Gestão de Ativos
2
AQR
1
Lyxor
1
Morgan Stanley IM
7
BlueBay
2
Arcano
1
M&G
1
Allianz Global Investors
6
Candriam
2
Ashmore
1
Magallanes
1
Nordea AM
6
Capital Group
2
BMO AM
1
Man Group
1
Amundi
5
Eleva Capital
2
BNY Mellon IM
1
Marshall Wace
1
JPMorgan AM
5
Flossbach von Storch
2
BPI Gestão de Ativos
1
Matador Investment Management
1
AXA IM
4
Heptagon
2
Comgest
1
Muzinich
1
Columbia Threadneedle Inv.
4
Invesco
2
DCI
1
Neuberger Berman
1
DWS
4
Janus Henderson
2
Degroof Petercam AM
1
Ninety One
1
Franklin Templeton
4
Jupiter AM
2
Dodge & Cox
1
ODDO BHF AM
1
MFS IM
4
Lynx Asset Managers
2
DoubleLine
1
P. Schoenfeld Asset Management
1
Baillie Gifford
3
Mirabaud AM
2
Ferox Capital
1
Polen Capital
1
Brown Advisory
3
NN IP
2
Fundsmith
1
Robeco
1
GNB Gestão de Ativos
3
Seilern
2
GAM
1
Rubrics Asset
1
Goldman Sachs AM
3
T. Rowe Price
2
Groupama AM
1
Ruffer
Natixis IM
3
Vontobel AM
2
HSBC IF
1
Total de fundos
1 185
Fonte: Elaboração própria.
ENTIDADES GESTORAS MAIS VOTADAS POR NÚMERO DE VOTOS ENTIDADE GESTORA
VOTOS
ENTIDADE GESTORA
VOTOS
ENTIDADE GESTORA
VOTOS
ENTIDADE GESTORA
VOTOS
BlackRock
21
Capital Group
4
Degroof Petercam AM
2
Ferox Capital
1
Morgan Stanley IM
20
Columbia Threadneedle Invest.
4
Heptagon
2
GAM
1
Pictet AM
15
Eleva Capital
4
Janus Henderson
2
Groupama AM
1
Jupiter AM
12
GNB Gestão de Ativos
4
Lynx Asset Managers
2
HSBC IF
1
Fidelity
11
Invest GA
4
Mirabaud AM
2
La Financière de l'Echiquier
1
Schroders
11
Seilern
4
Muzinich
2
La Française AM
1
Allianz Global Investors
9
Aberdeen Standard Investments
3
ODDO BHF AM
2
Lazard
1
Flossbach von Storch
7
Baillie Gifford
3
Robeco
2
Lyxor
1
Franklin Templeton
7
BlueBay
3
Vontobel AM
2
M&G
1
Fundsmith
7
Goldman Sachs AM
3
AllianceBernstein
1
Magallanes
1
Nordea AM
7
Invesco
3
AQR
1
Man Group
1
Brown Advisory
6
Natixis IM
3
Arcano
1
Marshall Wace
1
DWS
6
NN IP
3
Ashmore
1
Matador Investment Management
1
JPMorgan AM
6
Ruffer
3
BMO AM
1
Neuberger Berman
1
MFS IM
6
UBS AM
3
BNY Mellon IM
1
Ninety One
1
PIMCO
6
Wellington Management
3
Comgest
1
P. Schoenfeld Asset Management
1
Amundi
5
Acatis
2
DCI
1
Polen Capital
1
AXA IM
5
BPI Gestão de Ativos
2
Dodge & Cox
1
Rubrics Asset
T. Rowe Price
5
Candriam
2
DoubleLine
1
Total de fundos
1 278
Fonte: Elaboração própria.
POR NÚMERO DE FUNDOS NOMEADOS SÃO A BLACKROCK, A PICTET AM E A SCHRODERS QUE OCUPAM OS LUGARES CIMEIROS 44 FUNDSPEOPLE I NOVEMBRO E DEZEMBRO
TOP 3 - AS ENTIDADES GESTORAS COM MAIS VOTOS EM CADA CATEGORIA ALOCAÇÃO
VOTOS
ALTERNATIVOS
VOTOS
AÇÕES
VOTOS
OBRIGAÇÕES
VOTOS
BlackRock
5
Pictet AM
6
Flossbach von Storch
4
18
Jupiter AM
4
Franklin Templeton
Morgan Stanley IM
11
Allianz Global Investors
BlackRock
11
GNB Gestão de Ativos
4
Fidelity
8
Schroders
4
3
BlackRock
3
Invest GA
3
DWS
3
PIMCO
3
Nordea AM
3
Ruffer
3
Fonte: FundsPeople e Morningstar Direct
TOP 3 - OS FUNDOS COM MAIS VOTOS EM CADA CATEGORIA ALOCAÇÃO
VOTOS
FvS Multiple Opportunities II
4
Invest Alves Ribeiro PPR FIMA
3
ALTERNATIVOS
VOTOS
BSF European Absolute Return Fund
3
DWS Concept Kaldemorgen
3
AÇÕES
VOTOS
OBRIGAÇÕES
VOTOS
MS INVF US Advantage Fund
9
Jupiter Dynamic Bond
11
Fundsmith Equity Fund Sicav
7
FvS Bond Opportunities
3
Brown Advisory US Equity Growth
4
AXAWF Euro Credit Total Return
2
T. Rowe Price Japanese Equity Fund
4
BlueBay Investment Grade Euro Aggt Bd Fd
2
PIMCO GIS Dynamic Multi-Asset Fund
3
Pictet TR - Atlas
3
Ruffer Total Return International
3
Eleva Eleva Abs Ret Eurp
2
Franklin K2 Alternative Strategies Fund
2
DPAM L Bonds Universalis Unconstrained
2
Legg Mason WA Macro Opportunities Bd Fd
2
2
Nordea 1 - Alpha 15 MA Fund
MS INVF Euro Strategic Bond Fund
2
Muzinich Enhancedyield Short-Term Fund
2
NB Euro Bond
2
NN (L) US Credit
2
Pictet-Short Term Emerging Corporate Bds
2
PIMCO Global Bond Fund
2
Robeco High Yield Bonds
2
Fonte: FundsPeople e Morningstar Direct
quase 1.800. Se isto não chega como referência vamos mais longe ainda no tempo e mais além no investimento profissional, e vemos que nas carteiras dos próprios fundos domiciliados em Portugal o volume de ativos alocado a estratégias de entidades gestoras estrangeiras cresceu de 360 mil euros em 2004, para mais de 3.000 milhões em 2020, segundo dados também da CMVM. São muitos os números que podemos destacar para suportar um muito simples argumento: a oferta cresce e é muito vasta. Como demonstrava a teoria das compotas, num estudo publicado por dois psicólogos das universidades de Columbia e Stanford - Sheena Iyengar e Mark Lepper - mais nem sempre é melhor. Mais precisamente, estes investigadores argumentavam que quanto maior a escolha maior a probabilidade de acabar por não comprar nada. Contudo, neste contexto em que refiro este
estudo, o da disponibilidade de mais fundos de investimento no mercado nacional, mais só poderá significar melhor. Mais oferta implica mais concorrência, menores custos, um encontro mais minucioso entre as necessidades e as soluções… tudo isto no contexto de um mercado em que muitos e bons profissionais prestam o precioso serviço de seleção e aconselhamento destas soluções de investimento a quem não sabe como, não deve ou não tem tempo para gerir os seus investimentos, bem como aquelas pessoas e instituições que muito valorizam o profissionalismo diligente nacional. E é precisamente a este conjunto de profissionais que todos os anos a FundsPeople questiona: Quais os seus fundos favoritos? É evidente que o termo favorito tem aqui muitas interpretações, mas é precisamente esse o objetivo deste desafio: que os profissionais do
mercado nos destaquem aqueles fundos que lhes surgem no top of mind, que se destacam pelas suas características únicas de gestão, resultados consistentes, processo robusto ou abordagem genial, sejam estes, ou não, veículos nos quais acabam por investir. Esta sondagem é realizada em todos os países em que a FundsPeople tem presença e os resultados agregados resultam, no início de cada ano, na definição da Classificação de Favorito dos Analistas do Selo FundsPeople. A letra A do ABC que define os fundos destacados no universo FundsPeople.
OBRIGAÇÕES REINAM
Como resultado deste pedido de uma lista de até 10 fundos de investimento ativos que cumprem os critérios para serem considerados favoritos, 33 profissionais de investimento de 28 casas de gestão de ativos e patrimónios nacionais NOVEMBRO E DEZEMBRO I FUNDSPEOPLE 45
TENDÊNCIAS CAPA
DISTRIBUIÇÃO DO NÚMERO DE FUNDOS VOTADOS POR CLASSE DE ATIVOS
2020 12%
PARTICIPARAM NESTE ESTUDO 33 PROFISSIONAIS DE 28 CASAS DISTINTAS
25% 10% 1%
• ABANCA • ALVARIUM • ASK PATRIMÓNIOS • ATLÂNTICO EUROPA • BALUARTE WEALTH ADVISORS • BANCO BEST • BANCO CARREGOSA • BANCO DE INVESTIMENTO GLOBAL (BIG) • BANCO INVEST - PFA • BANCO PORTUGUAÊS DE GESTÃO
ALOCAÇÃO ALTERNATIVO CONVERTÍVEIS
51%
AÇÕES OBRIGAÇÕES
Fonte: FundsPeople e Morningstar Direct
• BBVA ASSET MANAGEMENT • BPI GESTÃO DE ATIVOS • C AIXA GESTÃO DE ATIVOS • CRÉDITO AGRÍCOLA GEST • FUTURE PROOF • GNB GESTÃO DE ATIVOS • HAWKCLAW CAPITAL ADVISORS • INVEST GESTÃO DE ACTIVOS • LYNX ASSET MANAGERS • MILLENNIUM BCP - DWM • MONTEPIO GESTÃO DE ATIVOS • NOVO BANCO • OPTIMIZE INVESTMENT PARTNERS • PARTNERS2U • REAL VIDA SEGUROS • SIXTY DEGREES • TREE FAMILY OFFICE 46 FUNDSPEOPLE I NOVEMBRO E DEZEMBRO
contribuíram para uma lista que agrega 185 fundos de 75 entidades gestoras. Mais de metade, e à semelhança do ano passado, são fundos de ações, seguidos pelos fundos de obrigações, com cerca de um quarto dos destaques, e fundos alternativos e de alocação com 10% e 12% dos fundos votados, respetivamente. Quando olhamos para os fundos com mais votos os resultados não são muito diferentes. Quatro dos seis fundos mais votados - todos com Selo FundsPeople este ano - são fundos de ações. Ações norte-americanas, globais, japonesas… são muito distintos os universos que orientam as carteiras destes fundos, pelo que não se pode ler algo concreto destes resultados. Com quatro votos, surge também um fundo misto flexível, o único entre estes seis.
Mas o líder da tabela, com 11 votos, é um fundo de obrigações. Gerido por Ariel Bezalel, da Jupiter Asset Management, o Jupiter Dynamic Bond, fundo de obrigações da entidade gestora britânica, é o líder destacado em 2020 e sobe do segundo lugar no ano passado, ocupando a posição do fundo de ações value europeias da MFS IM, que agrega apenas três votos este ano. Segue-se O Morgan Stanley Us Advantage Fund, da Morgan Stanley Investment Management, com nove votos, e o Fundsmith Equity, da Fundsmith fecha o pódio, com sete votos.
AS CASAS DOS FUNDOS
Já no que se refere às casas mães de todos estes fundos destacados pelos profissionais portugueses são al-
P
AR
P
R
TNE R
AR
TNE
A OPINIÃO DE MÁRIO PIRES Diretor de Clientes Institucionais e do Mercado Português, Schroders
2019
DISTRIBUIÇÃO DO NÚMERO DE FUNDOS VOTADOS POR CLASSE DE ATIVOS
SERÁ O OURO UM VERDADEIRO PORTO SEGURO?
14% 22% 10% 1%
ALOCAÇÃO ALTERNATIVO CONVERTÍVEIS
53%
AÇÕES OBRIGAÇÕES Fonte: FundsPeople e Morningstar Direct
guns grandes nomes - gigantes até - da gestão de ativos mundial que ganham destaque. Por número de fundos nomeados, são a BlackRock, Pictet AM e Schroders que ocupam os lugares cimeiros, mas se o critério for o número de votos agregados, a Morgan Stanley IM empurra a Pictet AM para o terceiro lugar, num ranking que continua liderado pela BlackRock. Destaque também para a Jupiter AM, Fidelity, Allianz Global Investors e outras, que ocupam posições de grande destaque por estas métricas genéricas. Por outro lado, se separarmos os votos por classe de ativos ou abordagem de investimento, diferentes entidades gestoras emergem como líderes nas diferentes categorias. Em
alocação, a BlackRock volta a liderar, enquanto em alternativos, é a vez da Pictet AM ascender ao primeiro lugar. A Jupiter AM lidera o ranking entre os fundos de obrigações, como seria de esperar e, por fim, é a Morgan Stanley IM que supera os seus pares em ações. Em termos de fundos e com a mesma repartição por classe de ativos, vemos o Jupiter Dynamic Bond a liderar destacado em obrigações, evidentemente, e o MS US Advantage Funds, nas ações. Em alocação é o FvS Multiple Opportunities II, da Flossbach Von Storch que leva mais votos para casa e, por fim, o BSF European Absolute Return Fund, o DWS Concept Kaldemorgen e o Pictet TR - Atlas, lideram, ex aequo, em alternativos.
O ouro é visto, muitas vezes, como uma proteção à prova de qualquer risco e num cenário extremo pode ser uma eficaz reserva de valor. A crença de que o ouro é à prova de bala está intimamente ligada à ideia de que o valor do papel-moeda se esfuma em cenários de inflação, enquanto o do ouro perdura. No entanto, este mito não tem em conta outra importante variável além da inflação: as taxas de juro. Quando taxas nominais aumentam o ouro perde atratividade e o seu valor cai. E se é certo que este metal precioso constitui um hedge quando a inflação aumenta mais do que os juros, não o é quando as taxas sobem mais do que a inflação. Neste último caso, mantê-lo acarreta um custo de oportunidade que não compensa o seu papel como cobertura. Adicionalmente, o ouro também não é totalmente fiável enquanto cobertura contra o risco associado às ações, até porque não existem garantias de que uma próxima queda bolsista não possa ser catalisada pelo aumento das taxas de juros reais. A relação entre inflação e taxas de juro permite-nos conhecer qual é o juro real e a conclusão é que o ouro tem uma correlação negativa com esta taxa de juro real. Por isso, depois de analisar preços, sentimentos, fluxos e oportunidades de valor relativo, os investidores em multiativos devem decidir entre comprar ouro, ganhar exposição às rendibilidades reais das obrigações indexadas à inflação ou arranjar espaço nas suas carteiras para as duas opções. NOVEMBRO E DEZEMBRO I FUNDSPEOPLE 47
TENDÊNCIAS NEGÓCIO por Regina R. Webb
O QUE PROCURAM OS INVESTIDORES EUROPEUS E PORQUÊ? No mesmo ano em que vemos entradas recorde nos fundos de mercado monetário, a categoria de maior sucesso é a das ações mundiais. O que está por detrás desta dualidade na procura? Analisámos os fluxos na Europa à procura de pistas.
A
sensação que temos é que, em 2020, vivemos dois anos num só. O primeiro, um ano de muita incerteza na sequência da crise sanitária e económica e no qual assistimos a uma forte correção dos mercados. O segundo, ainda com poucas certezas, mas com o otimismo necessário para pensarmos no longo prazo, o que impulsionou a recuperação dos ativos muito antes da recuperação da economia. São dois estados de espírito opostos, e que, curiosamente, ainda conseguimos observar nos fluxos dos fundos europeus. No mesmo ano em que vemos entradas recorde nos 48 FUNDSPEOPLE I NOVEMBRO E DEZEMBRO
fundos de mercados monetários, a categoria com maior procura é a das ações mundiais. O que está por detrás desta dualidade na procura dos investidores?
RECORDE MONETÁRIOS
O ano ainda não terminou e já caminhamos em direção ao melhor exercício da última década para os fundos monetários, em termos de captações. No final de agosto, o fluxo líquido na Europa para estes fundos ascendia a 204.184 milhões de euros. Este número é ainda mais impressionante se tivermos em conta que 2019 também foi um ano de fortes entradas. Em 2020, até ao momento, só se verificaram saídas líqui-
das em dois meses: março e agosto. E se analisarmos os fluxos por categorias da Morningstar, os fundos monetários estão no primeiro lugar do pódio em dólares, euros e libras esterlinas. O mais surpreendente nestes dados é tratarem-se de fluxos históricos para produtos de liquidez e escassa rentabilidade durante um momento de mercado positivo em ativos de risco. “A compra de fundos monetários pode ser interpretada como um passo lógico num cenário de incerteza no mercado, uma vez que estes produtos são considerados produtos de refúgio e mais seguros. Estes fluxos mostram que os investidores europeus ainda não estão
ANO RECORDE PARA OS MONETÁRIOS NA ÚLTIMA DÉCADA Fluxos líquidos em fundos monetários. 192 160 128 96 64 32 0 -32 2011
2012
2013
2014
2015
2016
2017
2018
2019
2020
Fonte: Morningstar Direct. Dados de 2020 a fecho de agosto, mercado europeu. Inclui ETF e fundos Open-end.
confiantes quanto às consequências económicas da crise do coronavírus”, interpreta Detlef Glow, diretor de análise da Refinitiv na região EMEA. Mas considerar a entrada nestes fundos apenas como uma fuga rumo a um porto seguro é um pouco redutor. Lucía Catalán, diretora-geral da Goldman Sachs AM na Península Ibérica e América Latina, identifica três motivações dos investidores europeus: redução do risco comparativamente a outros produtos ou classes de ativos, aumento dos requisitos de liquidez e alocação de numerário proveniente de emissões ou tranches de linhas de crédito. Miguel Villalba, responsável da Morgan Stanley IM na Península Ibérica, também reconhece esta necessidade que os investidores institucionais têm em procurar soluções para gerirem a sua liquidez de forma eficiente através da diversificação dos riscos de contrapartida inerentes a certas soluções tradicionais e da oferta de produtos de âmbito global, na tentativa de maximizarem a relação entre o risco e a rentabilidade num cenário de taxas de juro baixas.
O RECORDE EM MONETÁRIOS NÃO É SÓ UM MOVIMENTO DE REFÚGIO, É UMA GESTÃO ATIVA DA LIQUIDEZ
FLUXO POR CATEGORIAS GLOBAIS EM 2020 FUNDO
Mistos
ATIVOS (MILHARES DE MILHÕES EUR)
% DE MERCADO
FLUXO LÍQUIDO ESTIMADO (MILHÕES EUROS) 1 MÊS
2020
1 ANO
CRESCIMENTO ORG. 1 ANO (%)
1.477
13,51
3.432
16.182
39.959
2,76
Alternativos
348
3,18
824
(39.246)
(47.114)
(11,10)
Mat. primas
119
1,09
(69)
15.345
17.857
20,38
Convertíveis
55
0,5
47
(2.916)
(3.272)
5,78
4.174
38,16
13.562
39,86
123.385
3,14
3.059
27,97
25.224
88,24
180.612
5,96
Ações Obrigações Imobiliário Outros Sem classific. Total longo prazo Monetários TOTAL
165
1,51
447
7.794
12,3
7,69
94
0,86
(287)
(1.481)
(6.853)
(6,19)
3
0,03
48
231
785
28,56
9.495
86,82
43.229
124,01
317.661
3,43
1.441
13,18
13.067
204.526
176.532
13,32
10.937
100
30.161
328.537
494.193
-
Fonte: Morningstar Direct. Dados a agosto de 2020. Inclui ativos em ETF e fundos Open-end.
NOVEMBRO E DEZEMBRO I FUNDSPEOPLE 49
TENDÊNCIAS NEGÓCIO
EM AÇÕES, OS INVESTIDORES QUEREM SER GLOBAIS...
Fluxos líquidos em fundos da categoria Morningstar de ações de grandes empresas estilo growth. 28,00 24,00 20,00 16,00 12,00 8,00 4,00 0,00 -4,00 2011
2012
2013
2014
2015
2016
2017
2018
2019
2020
Fonte: Morningstar Direct. Dados de 2020 a agosto, mercado europeu. Inclui ETF e fundos Open-end, exclui FdF e Feeder.
O DINHEIRO FLUI COM FORÇA PARA A TECNOLOGIA
Fluxo líquido em fundos da categoria Morningstar de ações do setor tecnológico por trimestre. 7,20 6,00 4,80 3,60 2,40 1,20
0,00 -1,20 2011
2012
2013
2014
2015
2016
2017
2018
2019
2020
Fonte: Morningstar Direct. Dados de 2020 a agosto, mercado europeu. Inclui ETF e fundos Open-end, exclui FdF e Feeder.
Se analisarmos os tipos de fundos monetários que despertaram mais interesse, detetamos uma tendência curiosa. Os maiores fluxos líquidos direcionaram-se para fundos monetários de curto prazo em dólares americanos (66.109 milhões até agosto), comparativamente aos fundos monetários em euros (49.263 milhões). Mas se considerarmos os valores com base em categorias mais globais, os veículos em 50 FUNDSPEOPLE I NOVEMBRO E DEZEMBRO
euros tiveram uma maior captação. “Houve entradas de dinheiro relevantes em todas as moedas, uma vez que os investidores procuram manter uma maior liquidez durante períodos de incerteza, como o atual. Os fluxos em dólares direcionaram-se, sobretudo, para fundos governamentais, enquanto que no caso do euro e da libra esterlina, os fluxos direcionaram-se para fundos prime, que investem os seus ativos em
títulos não soberanos de elevada qualidade”, comenta Catalán.
MERCADO GLOBAL
O caso da Morgan Stanley IM é o exemplo perfeito de como os fluxos na Europa seguiram caminhos diferentes. A gestora viu entradas relevantes em fundos monetários, mas também em ações, graças ao grande interesse no fundo Morgan Stanley IF Global
P
AR
P
R
TNE R
AR
TNE
A OPINIÃO DE
EM AÇÕES A CATEGORIA QUE MAIS CAPTOU É A GLOBAL LARGE CAP GROWTH. A QUE MENOS, US LARGE CAP BLEND PELA TRANSFERÊNCIA PARA ESTRATÉGIAS SEMELHANTES EM FORMATO ETF Opportunity. Também é um ano histórico – o melhor da década – para a categoria de ações globais de empresas de grande crescimento (growth), um feito que tem, ainda, mais mérito se tivermos em conta a movimentação relativamente fraca em direção ao mercado acionista em 2020. “O investidor europeu identificou a oportunidade de criar alfa nas carteiras dos seus clientes através da seleção individualizada de empresas mundiais, comparativamente a uma alocação setorial ou geográfica”, argumenta Villalba. A procura de ações por parte dos investidores europeus este ano foi de dois tipos: global ou setorial. Uma visão alargada, complementada por apostas mais de nicho. Para Sasha Evers, diretor-geral da BNY Mellon IM na Península Ibérica, um fundo setorial ou temático é compatível com uma estratégia global. “A equipa de gestão deve investir nas ações que beneficiam do tema do investimento. A origem ou localização geográfica da empresa é um fator menos importante do que a tangibilidade relativa ao tema, os aspetos financeiros, a valorização, etc.”, defende. Nem todos os setoriais tiram partido da onda dos temáticos, por exemplo. “Estamos num ambiente de mudança económico-social, por isso, aumenta o interesse no tipo de setores que beneficia destas alterações: tudo o que esteja relacionado com o mundo digital e da saúde”, detalha Evers. E os especialistas estão de acordo. Se tivéssemos de escolher um vencedor, tanto em termos de captações como de rentabilidade, seria o setor tecnológico.
Os investidores também responderam a esta tendência. O BGF World Technology Fund é o segundo fundo com mais captações este ano (excluindo os fundos monetários). “A megatendência do avanço tecnológico oferece aos investidores uma exposição a fontes de rentabilidade que nascem de forças estruturais, que vão transformar a sociedade, a economia e o ambiente nas próximas décadas; está muito bem posicionada para tirar partido de um grande crescimento a longo prazo”, explica André Themudo, responsável do negócio de distribuição da BlackRock em Espanha, Portugal e Andorra. “Os investidores sabem disso. No caso concreto da tecnologia, procuram uma exposição global a empresas deste segmento, em dólares ou euros, porque veem um grande potencial nestas graças à adaptação cada vez mais rápida da tecnologia em todas as fases da criação de valor e à diminuição progressiva dos custos dessas soluções”. Apesar de ser um setor com um comportamento muito bom em bolsa nos últimos anos, a procura ainda não tinha aumentado exponencialmente até aos últimos 12 meses. O recorde nos monetários não é apenas uma procura por um refúgio, é uma gestão ativa da liquidez. No segmento das ações, a categoria com maior captação foi a Global Large Cap Growth. No lado oposto, encontra-se a categoria US Large Cap Blend, devido à preferência por estratégias semelhantes em formato ETF.
JUAN CARLOS DOMÍNGUEZ Responsável de Vendas, AXA IM
AXA WF GLOBAL STRATEGIC BONDS: POSICIONADO PARA NAVEGAR NUM FUTURO CHEIO DE INCERTEZA Apesar do caos global desencadeado pelo coronavírus, 2020 está a ser rentável para o fundo AXA WF Global Strategic Bonds, liderado por Nick Hayes. Até outubro, o rendimento acumulado era de +2,10% e 18,67% desde que o fundo foi lançado em maio de 2012 (retorno líquido na classe E Hedged EUR). O fundo entrou na crise bem posicionado, com duração de alta qualidade e uma grande almofada de liquidez que evitou ter de vender ativos a preços mais baixos perante o pânico do mercado. Na recuperação, o gestor foi rodando conforme as oportunidades em segmentos como high yield, dívida subordinada ou mercados emergentes. É de destacar que, num contexto desafiante, os ativos sob gestão mais do que duplicaram desde o começo de 2019, superando os 1.300 milhões de euros. O fundo oferece uma exposição flexível, dinâmica e diversificada às obrigações mundiais, procurando a proteção do capital. Em suma, falamos de um fundo cauteloso de obrigações flexíveis, que se adapta à situação de mercado. A ausência de estratégias alternativas fazem com que tenha retornos mais previsíveis e menos voláteis. Estando as taxas como estão na zona euro, este poderá ser o momento de considerar uma estratégia de obrigações flexíveis para a parte mais cautelosa das carteiras. NOVEMBRO E DEZEMBRO I FUNDSPEOPLE 51
OBRIGA TENDÊNCIAS GESTÃO por Ana Guzmán
UM UNIVERSO PARA A
SUSTENTABILIDADE
E
m 2008, um grupo de fundos de pensões sueco recorreu ao Banco Mundial na procura por uma solução que lhe permitisse investir em projetos ambientais na sequência de um relatório publicado pelo Intergovernmental Panel on Climate Changes (IPCC), que estabelecia uma ligação inequívoca entre a atividade humana e o aquecimento global. Esse ativo foi o ponto de entrada no atual mercado de obrigações verdes, pois estabeleceu os critérios de seleção dos projetos que poderiam ser financiados por este tipo de dívida. O processo também contou com a participação de um especialista independente, para dar uma segunda opinião acerca da viabilidade do projeto (na altura, a entidade escolhida foi o CICERO – Center for International Climate Research), e foi acordada a 52 FUNDSPEOPLE I NOVEMBRO E DEZEMBRO
apresentação de relatórios de impacto anuais como parte dos requisitos. Foi assim que se abriu caminho para os Princípios das Obrigações Verdes da International Capital Market Association (ICMA). Desde então, o financiamento sustentável tem sido a parte do mercado de capitais com maior desenvolvimento, quer em volume, quer em profundidade e tipologia de obrigações e empréstimos. Se tivermos em conta todos os tipos de dívida sustentável disponíveis no mercado, estima-se que o volume de dívida supere um bilião de dólares em 2020. Mas, afinal, o que é o financiamento sustentável? Parece simples, mas a resposta não é tão direta, sobretudo porque ainda não existe uma definição normalizada do que se pode considerar sustentável. De uma forma mais simples, podemos definir este
tipo de financiamento como aquele que agrega a dívida de instituições públicas ou privadas que têm um compromisso com o financiamento ou refinanciamento de projetos verdes e/ou sociais. No conceito de projetos verdes incluímos aspetos como as energias renováveis, edifícios mais eficientes, transporte, redução da poluição, combate às alterações climáticas, agricultura sustentável, etc. Em 2019, começámos a ver algumas obrigações cuja utilização de fundos foi mais além das utilizações tradicionais. Por exemplo, o European Bank for Reconstruction and Development emitiu obrigações de transição, para financiar a transição do carvão para o gás natural e a produção de plástico reciclável. No âmbito dos projetos sociais, encontramos projetos relacionados
AÇÕES O que é o financiamento sustentável? De forma simplista, podemos defini-lo como o financiamento destinado a projetos verdes e sociais. Mas esta visão é muito redutora. Há obrigações ligadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, verdes e de impacto social. A OPINIÃO DO SELECIONADOR PEDRO CARITA
com a educação, segurança alimentar, inserção profissional, criação de emprego ou mitigação dos efeitos da bem conhecida pandemia que enfrentamos. É importante dar destaque não só às obrigações COVID, mas também à proliferação de obrigações com foco nas questões de género, destinadas a facilitar o acesso ao crédito a mulheres em África, na Ásia e nas regiões mais desfavorecidas da América Latina. As obrigações associadas à sustentabilidade, criadas mais recentemente e que em inglês se denominam Sustainability Linked Bonds (SLB, também conhecidas como KPI Linked Bonds ou SDG Linked Bonds), são qualquer tipo de instrumento do mercado obrigacionista cujas características financeiras estejam ligadas ao cumprimento de certos objetivos de sustentabilidade predefinidos. A
principal diferença das SLB em relação às obrigações verdes e sociais é a utilização dos fundos captados não estar vinculada a nenhum projeto sustentável específico, isto é, esses fundos podem financiar qualquer tipo de atividade da empresa. O que se exige é que sejam estabelecidas metas relacionadas com aspetos gerais da empresa associados ao seu compromisso com os critérios ambientais, sociais e de governança e que devem ser cumpridas num determinado prazo. Se esses objetivos não forem atingidos, os juros a pagar aos mutuários são maiores. No ano passado, a Enel emitiu a primeira obrigação vinculada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e conseguiu um financiamento de 1.500 milhões de dólares, o que despertou grande interesse no mercado, mas também algumas críticas que alertavam para a uti-
Private Banker, ABANCA
Quer seja através das SDG Linked Bonds ou das Sustainability Linked Bonds, o mundo precisa de uma transformação significativa na economia para que se atinjam os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. Se por um lado estes títulos podem desempenhar um papel fundamental no financiamento desta economia sustentável, cada um de nós também tem um papel importante, quer seja na tomada de decisões de investimento, quer nas nossas decisões de consumo ou mesmo na rotina do dia a dia. O exercício é bem simples: Estou a contribuir para um mundo mais sustentável com esta minha decisão?
NOVEMBRO E DEZEMBRO I FUNDSPEOPLE 53
P
AR
P
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TENDÊNCIAS GESTÃO
AR
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A OPINIÃO DE NINA PETRINI Responsável de Gestão Passiva e ETF, UBS AM Iberia
A PRINCIPAL DIFERENÇA DAS SLB EM RELAÇÃO ÀS OBRIGAÇÕES VERDES E SOCIAIS É A UTILIZAÇÃO DOS FUNDOS CAPTADOS NÃO ESTAR VINCULADA A NENHUM PROJETO SUSTENTÁVEL ESPECÍFICO
lização de fundos para limpar a imagem da empresa junto dos investidores (greenwashing), obtendo, ainda, financiamento mais barato através do cada vez mais conhecido efeito greenium (diferença de preço que o comprador tem de pagar ao comprar uma obrigação verde em vez de outra obrigação da mesma empresa que não tenha características sustentáveis). A ICMA estabeleceu uma série de recomendações para a emissão destes três tipos de dívida.
OUTROS PROJETOS
As obrigações azuis também foram criadas recentemente, com o objetivo de preservar e proteger os oceanos. A primeira obrigação deste tipo foi emitida em 2018 pela República das Seicheles, com uma emissão de 15 milhões de dólares e com o apoio do Banco Mundial. Esta obtenção de fundos destina-se a preservar as águas do Oceano Índico, um oceano fundamental para as suas duas principais indústrias: o turismo e a pesca. Para além desta emissão, existem outros dois fundos que se destinam a melhorar o tratamento de resíduos e a prevenção da poluição da água e também a fazer face ao problema do plástico. 54 FUNDSPEOPLE I NOVEMBRO E DEZEMBRO
As obrigações de impacto social (SIB) são contratos de pagamento por resultados para o fornecimento de um serviço social, com o objetivo de financiar programas sociais inovadores e de impacto. Os contratos de pagamento por resultados têm um potencial considerável para ajudar os governos a impulsionar uma mudança social positiva ao melhorar o rendimento, aumentar a eficiência e alinhar os incentivos na prestação de serviços existentes. Ao contrário da abordagem tradicional do pagamento por serviço nos contratos públicos tradicionais, o pagamentos por resultados baseia-se na medição do impacto. Os emitentes de obrigações de impacto social são os governos e, ao contrário das obrigações sociais tradicionais, a administração contrata um ou vários fornecedores privados para fazer frente a um problema social e paga com base no cumprimento dos objetivos estipulados na emissão. O investimento sustentável está em constante evolução, o que é muito positivo para todos nós que acreditamos que uma convicção e estratégia com base nestes ativos, que têm em conta os riscos ambientais, sociais e de qualidade da governança corporativa, acrescenta valor aos nossos investimentos a médio e longo prazo.
ETF DE OBRIGAÇÕES ESG: INOVAÇÃO IMPARÁVEL O investimento com critérios ESG (considerações ambientais, sociais e de governance) é uma tendência que os investidores estão a adotar com cada vez mais frequência. Os dados sugerem que as empresas com uma classificação mais alta em matéria de ESG são mais resilientes e tendem a mostrar menos vendas durantes as correções do mercado. Por isso, o investimento sustentável e a rentabilidade são uma realidade cada vez mais assente. Neste sentido, os ativos investidos em fundos ETF sustentáveis duplicaram no último ano, alcançando os 52.000 milhões de dólares em julho de 2020. Apesar de historicamente os ETF de ações ESG terem sido mais populares, o investimento de ETF em obrigações está a crescer pouco a pouco. Se observarmos os fluxos recentes, entre janeiro de 2019 e junho de 2020, a quota ESG em ações foi de 47%, enquanto a participação dos fundos ETF ESG de obrigações foi só de 6%. Este número realça que é provável que a adoção de ESG em obrigações recupere mais rapidamente no curto prazo. Atualmente, a gama ETF da UBS com critérios ESG é composta por 13 fundos ETF ESG que cobrem ações e sete ETF ESG em obrigações, o que permite aos investidores construir carteiras globais sustentáveis. De facto, os ativos sustentáveis investidos até setembro de 2020 alcançaram os 16.400 milhões de dólares*, situando a UBS AM como o segundo maior provedor de ETF sustentáveis na Europa. *(UBS Asset Management, Morningstar, ETFGI 30.09.2020)
Não pode prever o futuro, mas pode preparar o futuro que quer ver. A J. P. Morgan Asset Management gere mais de 2 triliões de USD em ativos integrados ESG como ações, obrigações, liquidez, classes de ativos múltiplos e alternativos, incluindo uma vasta gama de fundos dedicados ao investimento sustentável*. Apresentamos soluções para que possa projetar o futuro que quer ver à sua frente.
Construa um futuro sustentável Descubra como em: www.jpmorganassetmanagement.pt
*Fonte: J.P. Morgan Asset Management, a 30 de setembro de 2020.
LV-JPM52843 | 11/20 | 0903c02a82a8e6c6 | Fonte imagem: Shutterstock.
TENDÊNCIAS ESTRATÉGIAS por Ana Palomares
NÚMERO DE EMPRESAS ELIMINADAS DO ÍNDICE S&P 500 (12 ÚLTIMOS MESES, EX. ESQ.)
MSCI EAFE (12 ÚLTIMO MESES, EX. DTO.) 350
60
S&P 500 # EMPRESAS ELIMINADAS
250 40
200 30 21
150
20 72 10
100
50
0
0 1998
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2002
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2008
2010
2012
2014
2016
2018
2020
Fonte: MFS Investment. FactSet Portfolio Analysis, S&P y MSCI. Dados mensais do S&P 500 de 30 de janeiro de 1998 a 31 de julho de 2020. Dados mensais do MSCI EAFE de 28 de setembro de 2001 a 31 de julho de 2020. Considera-se que um componente foi eliminado do índice quando a sua ponderação cai para 0% no mês atual após apresentar ponderação no índice no mês precedente. A análisie é uma soma contínua destes casos nos últimos 12 meses.
A GESTÃO ATIVA ENFRENTA UM
ATAQUE ZOMBIE
56 FUNDSPEOPLE I NOVEMBRO E DEZEMBRO
MSCI EAFE # EMPRESAS ELIMINADAS
300
50
RISING STARS E FALLEN ANGELS DO UNIVERSO INVESTMENT GRADE DOS EUA DA EUROPA % do índice (valor nominal médio anual) RISING STARS
% do índice (valor nominal médio anual)
FALLEN ANGELS
RISING STARS
4
2
2
1
0
0
-2
-1
-4
2020
FALLEN ANGELS
-2 2020
-6
-3
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-10 ´98 ´99 ´00 ´01 ´02 ´03 ´04 ´05 ´06 ´07 ´08 ´09 ´10 ´11 ´12 ´13 ´14 ´15 ´16 ´17 ´18 ´19 ´20
´01 ´02 ´03 ´04 ´05 ´06 ´07 ´08 ´09 ´10 ´11 ´12 ´13 ´14 ´15 ´16 ´17 ´18 ´19 ´20
Fonte: J.P. Morgan AM.
As medidas extraordinárias anunciadas pelos bancos centrais e pelos governos para fazer face à crise causada pela pandemia prolongaram artificialmente a vida de muitas empresas que, noutras circunstâncias, não teriam sobrevivido.
S
e a crise financeira de 2008 levou a uma alteração radical do papel dos bancos centrais, que passaram de simples guardiões da estabilidade da inflação a super-heróis que injetam liquidez para salvar o sistema financeiro, a crise provocada pela COVID-19 criou um antes e um depois no papel dos governos para salvar a economia. De ambos os lados do Atlântico, os bancos centrais e os governos apresentaram medidas monetárias e fiscais nunca antes vistas, para evitar que a recessão provocada pelo coronavírus se prolongue por muito tempo. Apesar de necessárias, estas medidas criaram um efeito contranatura no mercado de capitais: a proliferação das chamadas empresas zombie.
“As empresas zombie são empresas que têm lucros que apenas cobrem os custos da sua dívida. Muitas dessas empresas não existiriam fora do contexto atual de taxas de juro a zero”, afirma Sasha Evers, diretor da BNY Mellon IM na Península Ibérica e América Latina. O Bank of America abordou este aumento de empresas zombie num relatório publicado no mês de julho, no qual alertava para o facto de que “as empresas zombie fazem com que uma recuperação económica forte seja mais difícil”. O motivo que leva a esta afirmação é simples. De acordo com Robert M. Almeida, gestor de carteiras e da estratégia de investimento mundial da MFS Investments, a ideia de prolongar a vida de empresas que, de NOVEMBRO E DEZEMBRO I FUNDSPEOPLE 57
TENDÊNCIAS ESTRATÉGIAS
CRESCIMENTO DE EMPRESAS ZOMBIES EM 2020 SEGUNDO OS CINCO INDICADORES DA PRINCIPAL GLOBAL INVESTORS PREVALÊNCIA DE EMPRESAS ZOMBIES NA PERCENTAGEM ACWI (EX. FINANCIERO)
PESO NO ÍNDICE %
Industriais
10,0
RÁCIO DE COBERTURA DE JURO<2
RÁCIO DE ALTMAN <1.8
ROCES * <4%
CRESCIMENTO INTERANUAL VENDAS <3%
CRSECIMENTO VENDAS TRÊS ANOS <3%
2019
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12
27
26
28
14
25
38
77
25
56
Consumo discricionário
10,6
14
47
16
20
17
25
38
76
28
62
Tecn. da informação
16,9
14
20
6
8
25
25
39
54
20
28
Saúde
11,6
13
21
3
3
18
18
20
20
19
19
Imobiliário
3,2
21
21
71
71
13
25
36
71
22
47
Materiais
4,6
17
26
22
28
30
38
56
80
24
52
Energia
5,0
23
71
37
60
40
65
70
95
11
73
Utilities
3,3
Total
15
30
74
85
8
17
46
77
42
60
14%
30%
24%
28%
20%
37%
41%
69%
27%
51%
Fonte: Principal Global Investors. Índice All Country World Index excluindo o setor financeiro. * Return on Common Equity Spread.
O AUMENTO DE EMPRESAS ZOMBIE DESINCENTIVA O APARECIMENTO DE NOVOS CONCORRENTES E PREJUDICA A RENTABILIDADE 58 FUNDSPEOPLE I NOVEMBRO E DEZEMBRO
outra forma, não teriam sobrevivido implica “um aumento dos custos dos recursos para as restantes, reduz a rentabilidade financeira, desincentiva o aparecimento de novos concorrentes e prejudica a concorrência de preços ao mesmo tempo que cria ineficiências”. No final de contas, conforme relembra Kevin Thozet, membro do Comité Estratégico de Investimento da Carmignac, são “o acesso a financiamento barato e os subsídios governamentais que permitem manter as empresas em funcionamento, incluindo as que de outra forma não resistiriam”. Além do efeito que isto pode ter na economia, também representa um desafio para os gestores de fundos, sobretudo quando essa gestão é ativa, uma vez que os obriga a serem ainda mais exaustivos e minuciosos na seleção das ações que compõem a carteira, para
evitarem a inclusão de ações deste tipo de empresas que, muitas vezes, continuam a estar presentes nos índices. “Historicamente, as recessões mostraram ser processos de correção, com as ações das empresas redundantes a desaparecerem dos índices de referência. Contudo, isso não aconteceu durante esta recessão”, aponta Almeida. O especialista analisou o número de empresas que saíram dos índices S&P 500 e MSCI EAFE durante os últimos ciclos com base em períodos móveis de 12 meses e, conforme se pode observar no gráfico, a taxa de abandono atual é bastante inferior à taxa observada durante crises anteriores, como a crise financeira de 2008, e isso deve-se às medidas de apoio agressivas, salienta o gestor. A gestora Principal Global Investors também levou a cabo um estudo acerca do crescimento das empresas
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A OPINIÃO DE ANA CARRISSO Senior sales manager, Fidelity International
A PANDEMIA ACELERA A REVOLUÇÃO DA CONECTIVIDADE
ATUALMENTE, O NÚMERO DE EMPRESAS QUE DESAPARECEM DOS ÍNDICES ESTÁ EM NÍVEIS MAIS BAIXOS DO QUE EM RECESSÕES ANTERIORES
zombie no índice ACWI, sem incluir as empresas do setor financeiro, com base em cinco parâmetros: rácio de cobertura de juros suportados inferior a 2, ROCE Spread (diferencial entre retorno do capital e custo do capital) inferior a 4%, crescimento de vendas a 12 meses abaixo de 3%, modelo de Altman inferior a 1,8 e crescimento de vendas a três anos inferior a 3%. A conclusão é evidente: todos estes rácios pioraram no último ano.
MAIS DIFÍCIL ESTÁ PARA VIR
Se os gestores de ações têm cada vez mais dificuldade em diferenciar estas empresas zombie das empresas que apresentam bons fundamentais, mesmo num contexto de acomodação monetária como o atual, essa tarefa é ainda mais complicada para a gestão ativa de obrigações. “Diria que há um
menor impacto das empresas zombie na gestão passiva/ETF de ações, pois essas empresas costumam apresentar capitalizações modestas resultantes da sua incapacidade de gerar lucro. No mercado de dívida, o seu impacto pode ser maior devido aos seus níveis de endividamento, normalmente mais elevados”, afirma Evers. “O papel da gestão ativa torna-se crucial. Enquanto gestores ativos de fundos de obrigações corporativas, temos de identificar os possíveis ganhadores e perdedores e distinguir as empresas que criam valor das que o destroem, independentemente da sua posição nos índices”, afirma Wolfgang Bauer, gestor da equipa de obrigações da M&G Investments. O aumento de anjos caídos que surgiram com a crise da COVID-19 é um bom exemplo dessa dificuldade acrescida que os gestores de obrigações enfrentam. De acordo com dados da J.P. Morgan AM, até junho, nos EUA, a percentagem de fallen angels no índice Bloomberg Barclays US Corporate Investment Grade era a mais elevada desde 2009; já no índice Bloomberg Barclays Euro Agg. Corporates Investment Grade era a maior desde 2014. A situação não melhorou no verão. Como destaca David Diwan, CFA, gestor sénior da Edmond de Rothschild, “até setembro, havia cerca de 246.000 milhões de euros de dívida com classificação de BBB- no universo europeu de investment grade. Um terço desse volume apresentava perspetivas negativas, o que significa que a classificação poderia baixar para high yield a qualquer momento.”
A conectividade proporcionada pelos gigantes tecnológicos alcançou uma escala sem precedentes. A amplitude, profundidade e acesso que trazem as sete primeiras superplataformas (Facebook, Google, Amazon, Apple, Microsoft, Tencent e Alibaba) revolucionaram a forma como as pessoas, as empresas e as organizações interagem. Não obstante, os investidores só agora começam a tomar consciência das implicações indiretas desta conectividade global. Acreditamos que a velocidade a que crescem e o potencial de escala das empresas que exploram estas plataformas vão surpreendernos. Um exemplo é o Zoom, um sistema de videoconferências do qual quase ninguém tinha ouvido falar há um ano e que agora é omnipresente, com uma cotação que subiu cerca de 230%. Em 2007, a Netflix começou a transição para o streaming de conteúdos e agora conta com 180 milhões de subscritores. A aplicação de encontros Tinder foi lançada em 2012 e conta com 60 milhões de utilizadores. A aplicação de deslocações Uber foi lançada em 2011 e calcula-se que em 2019 tinham 110 milhões de utilizadores. As empresas que utilizam estas plataformas podem levantar negócios de grande tamanho em pouco tempo. A revolução da conectividade ainda tem muito caminho por percorrer. NOVEMBRO E DEZEMBRO I FUNDSPEOPLE 59
TENDÊNCIAS PLANIFICAÇÃO por María Folqué
ALERTA
DE INCUMPRIMENTO O impacto da pandemia nas contas dos Estados faz prever um forte crescimento do endividamento público. Analisámos as consequências para as economias desenvolvidas e emergentes.
O
aumento do endividamento público não é um dos Quatro Cavaleiros do Apocalipse, mas parece que vai ser um dos resultados desta peste moderna. A luta contra a pandemia vai exigir esforços fiscais extraordinários num cenário pautado por receitas fiscais mais reduzidas e despesas sociais e com a saúde muito mais elevadas. A despesa pública vai aumentar de forma generalizada, ainda que o seu impacto no endividamento e as suas consequências não sejam iguais em todos os países.
IMPACTO DESIGUAL
A tempestade é a mesma, mas não estamos todos no mesmo barco. A pandemia não afetou todas as economias da mesma forma, nem as encontrou 60 FUNDSPEOPLE I NOVEMBRO E DEZEMBRO
no mesmo ponto de partida, apesar de, conforme assinala Kim Catechis, responsável de estratégia de investimento da Martin Currie, “não existir nenhum país que não tenha sido afetado. No futuro, todos vão ficar mais endividados e, neste contexto, um rating de crédito BBB será considerado muito bom; o BBB será o novo investment grade”. Para dar um exemplo de como a pandemia está a influenciar os ratings do crédito soberano, Catechis salienta que “desde março, as agências de rating colocaram 54 países com perspetiva negativa, incluindo os EUA e o Japão”. A dívida pública nipónica já representa 236% do PIB; a dos EUA deverá atingir os 150%. No entanto, na sua opinião, estes países contam com uma vantagem. “A grande diferença entre estas duas nações e as restantes é a seguinte: cada
ZONA EURO: DÍVIDA PÚBLICA/PIB EM % 120%
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80%
60%
40%
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0% 2006
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2022
2024
Fonte: Aegon Asset Management, Bloomberg, Refinitiv.
uma delas tem um trunfo na manga. Os EUA têm o dólar e o Japão tem o Banco Central. No caso dos EUA, a posição do dólar enquanto moeda de reserva mundial permite ao Governo continuar a emitir dívida sem ter de correr grandes riscos. No caso do Japão, a maioria da sua dívida encontra-se nas mãos dos próprios japoneses: o Banco Central tem na sua carteira mais de 50% das obrigações do estado em circulação, o que, somado ao que detêm outras instituições e os investidores nacionais, significa que não sobra muito para os investidores internacionais” – explica. Keith Wade, economista-chefe da Schroders, concorda com esta visão. “Na realidade, o Japão é um dos países menos vulneráveis nesta matéria; é mais provável que outras economias que, ao contrário da japonesa, depen-
ITÁLIA E ESPANHA SÃO CONSIDERADOS OS PAÍSES COM UMA SITUAÇÃO MAIS DELICADA NA EUROPA
dem muito do financiamento externo e/ou são consideradas um risco de crédito tenham problemas de financiamento. Muitos países de mercados emergentes inserem-se nesta categoria, mas também economias desenvolvidas, como Itália, que não controlam a sua própria moeda” – afirma. Neste sentido, a Intelligence Unit do The Economist considera que NOVEMBRO E DEZEMBRO I FUNDSPEOPLE 61
TENDÊNCIAS PLANIFICAÇÃO
INCUMPRIMENTOS EM DÍVIDA EXTERNA DESDE 1800 ANO PAÍS (Nº DEFAULTS)
1800
1825
1850
1875
1900
1925
1950
Equador (10) Venezuela (10) Uruguai (9) Costa Rica (9) Brasil (9) Chile (9) Argentina (8) Perú (8) México (8) Turquia (8) Grécia (7) Rep. Dominicana (7) Nicarágua (7) Paraguai (7) Guatemala (7) Áustria (7) Colômbia (7) Espanha (6) Nigéria* (5) Rússia (5) Bolívia (5) Gana* (5) Tunísia (5) El Salvador (5) Alemanha (4) Portugal (4) Fonte: Carmen Reinhart e Kenneth Rogolf. *Dados desde 1960. The Economist.
62 FUNDSPEOPLE I NOVEMBRO E DEZEMBRO
1975
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os países europeus que se encontram na pior situação são “Itália e Espanha, que já tinham posições fiscais mais fracas antes do surto de coronavírus. Os estados do sul da Europa ainda estão a recuperar de anos de austeridade, com elevados níveis de dívida pública, populações envelhecidas (mais vulneráveis a infeções mais graves pelo coronavírus) e défices fiscais constantes. O Banco Central Europeu vai agir com rapidez para atenuar as consequências, mas uma crise da dívida pública em qualquer um destes países iria criar uma enorme turbulência nos mercados financeiros”, assinalam. No grupo dos países emergentes, Kim Catechis considera que os maiores riscos estão na “Turquia e Argentina, que apresentaram, regularmente, mais problemas nas suas relações com os investidores internacionais”. Noutras zonas emergentes, o papel da China enquanto principal credor pode ser prejudicial às restruturações. A China é o maior credor individual de muitos países emergentes, sobretudo em África. Muitas vezes, os empréstimos estão associados à execução de projetos, são cobrados às taxas de juro de mercado e são apoiados por garantias. Um relatório publicado em junho de 2019 pelo Instituto da Economia Mundial de Kiel estimou que os países em desenvolvimento e de mercados emergentes deviam 380.000 milhões de dólares à China no final de 2017, comparativamente aos 246.000 milhões de dólares que deviam ao conjunto de 22 países que formam o Clube de Paris. E a China não é um credor fácil. Que o diga a Zâmbia, o segundo maior produtor africano de cobre. Os
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A OPINIÃO DE ANA CLAVER GAVIÑA, CFA Responsável de negócio para a Península Ibérica e Chile, Robeco
COMPROMETIDOS COM O INVESTIMENTO DE IMPACTO: IMPACTLAB
“NO FUTURO, TODOS OS PAÍSES VÃO FICAR MAIS ENDIVIDADOS E, NESTE CONTEXTO, UM RATING DE CRÉDITO BBB SERÁ CONSIDERADO BOM; O BBB SERÁ O NOVO INVESTMENT GRADE” KIM CATECHIS, MARTIN CURRIE
credores chineses estão a condicionar o diferimento de uma dívida de 3.000 milhões de dólares correspondente a juros de mora por um montante de 200 milhões de euros. Em situações anteriores, a China confiscou alguns bens aos seus devedores em casos de dívidas não saldadas ou não restruturadas. Em 2018, ficou com um porto no Sri Lanka.
CONSEQUÊNCIAS
Keith Wade considera que, apesar do apoio que os bancos centrais estão a dar aos governos, com taxas de juro em mínimos históricos, podem surgir três problemas a médio e longo prazo, caso os níveis de endividamento público se mantenham elevados. Primeiro, a independência dos bancos centrais será afetada: “a recuperação económica vai trazer a necessidade de uma política monetária mais rigorosa para uma proteção contra a inflação, o que fará com que as taxas subam e os custos da dívida aumentem. Esta medida não será popular entre os governos altamente endividados, que, provavelmente, vão pressionar os bancos centrais para que
mantenham uma política de acomodação monetária”, destaca. Segundo, irá manter-se a repressão dos aforradores. “Os investidores tiveram de fazer face às taxas de juro baixas desde a crise financeira de 2008. Estão a ser obrigados a assumir mais riscos. Além disso, vão ter de poupar mais dinheiro para atingirem os seus objetivos, o que reduz a procura e o crescimento da economia – é o paradoxo da poupança”, explica Wade. Por último, o crescimento futuro ficará comprometido: “É provável que o maior problema causado por esta situação de elevado endividamento seja um possível travão ao crescimento futuro. Itália e Japão já demonstraram que os elevados níveis de dívida pública estão associados a um crescimento fraco”, estima. E quais poderão ser as consequências para os mercados? Para Jacob Vijverberg, da Aegon AM, “as taxas de juro permanentemente negativas aumentam a probabilidade de vivermos ciclos de bolhas e crises”. É possível que tenha escapado um cavaleiro ao Apóstolo João.
Com o investimento sustentável a avançar a grande velocidade, o próximo desafio da indústria financeira situa-se em promover carteiras de investimento com estratégias focadas em evitar um impacto negativo sobre o nosso ambiente, e facilitar um impacto positivo certo, tangível e medível. Por tudo isto, a Robeco Spain aproveitou a celebração do 5.º aniversário dos ODS para alcançar um acordo com a FundsPeople (ES), e assim impulsionar os investimentos sustentáveis e de impacto, com especial foco no Objetivo 17: Alianças para conseguir os Objetivos. No pasado dia 18 de setembro foi celebrada a primeira reunião, de três por ano, que recebe o ImpactLab, primeiro na indústria financeira, e ação mais visível nascida dentro desta aliança entre a Robeco Spain e a FundsPeople (ES). Conta, além disso, com a presença de gestoras de impacto e dos principais atores do setor financeiro espanhol, como bancos, seguradoras e planos de pensões. O ImpactLab tem como objetivo impulsionar um espaço para a reflexão sobre o investimento de impacto, tanto nos ativos líquidos como ilíquidos, outra forma de reforçar a nossa atitude e cumprir e fomentar os ODS para favorecer o investimento de impacto. NOVEMBRO E DEZEMBRO I FUNDSPEOPLE 63
TENDÊNCIAS LEGISLAÇÃO
por Pedro Simões Coelho e Carlos Filipe Couto
ATUALIZAÇÃO DAS CATEGORIAS DE CLASSIFICAÇÃO DOS FUNDOS EUROPEUS PELA EFAMA A European Fund and Asset Management Association publicou em julho de 2020 a atualização da sua brochura de abril de 2012 sobre “The European Fund Classification – EFC Categories”, com vista a refletir os desenvolvimentos ocorridos no mercado dos fundos de investimento.
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64 FUNDSPEOPLE I NOVEMBRO E DEZEMBRO
European Fund Classification (EFC) é um sistema pan-europeu de classificação de fundos de investimento desenvolvido pela European Fund Categorisation Forum (EFCF), um grupo de trabalho da EFAMA. O EFC visa criar uma metodologia simples e transparente a nível europeu de comparação de fundos, cuja finalidade principal é permitir aos investidores uma perceção imediata das
características básicas do investimento que realizam em fundos que respeitem a classificação EFC. Efetivamente, o EFC pretende constituir uma ferramenta de comparação de fundos de investimento transfronteiriços, evitar controvérsias baseadas em diferentes análises sobre a natureza do veículo de investimento, estabelecer uma linguagem comum, aumentar o nível de proteção dos investidores e promover a padronização dos fundos de investimento.
O MÉRITO DO EFC ESTÁ EM SER UMA INICIATIVA PRIVADA DO SETOR DOS FUNDOS, INDEPENDENTE DE INTERESSES COMERCIAIS PARTICULARES
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A OPINIÃO DE CLAUDIA CALICH Responsável de obrigações emergentes, M&G Investments
OS FUNDAMENTAIS CONTINUAM AÍ
O mérito do EFC reside na circunstância de se apresentar como uma iniciativa privada do setor dos fundos, independente de interesses comerciais particulares de algum(ns) operador(es), assim como, a classificação ao abrigo do EFC implicar a sujeição do fundo a um controlo periódico da carteira, com vista a assegurar que este não se afastou dos objetivos de investimento declarados inicialmente. Destaca-se que o desiderato de criar uma classificação padronizada de fundos de investimento é uma preocupação evidenciada pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), como resulta patente nos artigos 2.º e seguintes do Regulamento da CMVM n.º 2/2015, conforme versão em vigor (Regulamento), que estabelecem a classificação de organismos de investimento coletivo (OIC) de obrigações, ações, índice, de capital garantido, estruturados, flexíveis, etc. A categorização de OIC realizada pelo Regulamento obedece a normas de cariz regulatório, as quais, pese embora partilhem alguns pontos de contactos com a padronização promovida pela EFC, por exemplo, a obrigação dos OIC de ações investirem, no mínimo, 85% do seu VLG, direta ou indiretamente em ações, ou dos OIC de obrigações investirem, no mínimo, 80% do seu VLG, direta ou indiretamente em obrigações, regem-se por princípios imperativos cuja violação poderá conduzir a ação sancionatória.
O EFC prevê uma divisão dos fundos de investimento em seis categorias, a saber: (i) ações, (ii) obrigações, (iii) multiativos, (iv) mercado monetário, (v) absolute return innovative strategies (ARIS) e (vi) outros. Em geral, os fundos de ações, obrigações, multiativos e fundos do mercado monetário são fundos de longo prazo que normalmente visam atingir rendimentos superiores a um índice de referência. Em contrapartida, os fundos ARIS são tipicamente geridos com o objetivo de gerar um retorno positivo sobre um índice de referência em numerário, independentemente dos movimentos do mercado. A par deste existem os fundos que não se enquadram em nenhuma das categoriais referidas, em virtude de prosseguirem estratégias de investimento particulares. A classificação dos fundos de ações, obrigações, multiativos e do mercado monetário é segmentada de acordo com nove critérios: (i) país/região, (ii) sector, (iii) capitalização de mercado, (iv) exposição cambial, (v) qualidade de crédito, (vi) exposição a taxas de juro, (vii) exposição a mercados emergentes, (viii) afetação de ativos e (ix) características estruturais. Finalmente, os fundos de ações poderão ser divididos, com base em declaração emitida pela entidade gestora, de acordo com doze temáticas do investimento (por ex. agricultura, energia limpa, infraestruturas, etc.), as quais serão atualizadas sempre que se mostre necessário face à evolução do mercado.
Apesar da crise do coronavírus – que impactou todas as regiões a nível global – os fundamentais de investimento a longo prazo para a dívida emergente continuam a parecer atrativos: crescimento a longo prazo, demografia, rácio de dívida sobre o PIB, etc. Para além disso, e sempre pensando no longo prazo, a classe de ativos conta com o apoio de políticas monetarias muito acomodatícias de bancos centrais e, no caso das economias mais débeis, com o apoio financiero das instituições internacionais. É certo que importa esperar que as taxas de incumprimento nos mercados emergentes aumentem, mas acreditamos que a maioria dos países continuarão solventes e que ainda se podem encontrar oportunidades que ofereçam uma compensação adequada pelo risco de incumprimento. Apesar da grande incerteza da pandemia e das importantes diferenças que existirão entre países, prevê-se que o crescimento do PIB em 2020 e mais além será maior nos mercados emergentes do que nos desenvolvidos, segundo dados do FMI. E claro, não podemos ignorar as maiores rentabilidades oferecidas por esta classe de ativos, especialmente num contexto de yields muito baixas nos mercados desenvolvidos. NOVEMBRO E DEZEMBRO I FUNDSPEOPLE 65
TENDÊNCIAS I+D por Matt Orsagh
NOVA ANÁLISE AO
CICLO DE CURTO PRAZO O CFA Institute atualizou o trabalho realizado em 2006, no qual se constatou que os mercados estavam demasiado focados no curto prazo. Analisámos as conclusões e recomendações. 66 FUNDSPEOPLE I NOVEMBRO E DEZEMBRO
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m 2006, o CFA Institute publicou o relatório Romper o ciclo de curto prazo, cuja finalidade era perceber melhor a forma como os investidores e emitentes corporativos poderiam investir e gerir melhor a longo prazo. Ficámos preocupados ao constatarmos que quase três quartos dos executivos de topo estariam dispostos a renunciar a investimentos de longo prazo nas suas empresas para poderem cumprir os objetivos estabelecidos em termos de lucros trimestrais. Nessa altura, reunimos um painel de profissionais de renome para analisarmos que verdades e mitos relacionados com o curto prazo circulavam nos mercados e, assim, podermos fazer recomendações. Chegámos à conclusão de que, efetivamente, os mercados estavam demasiado concentrados no curto prazo em alguns casos e propusemos as seguintes recomendações: • Atualizar as recomendações relativas às práticas de obtenção de lucro. • Desenvolver incentivos a longo prazo que estejam em linha com metas estratégicas e de criação de valor a longo prazo. • Incentivar os líderes da indústria a passar do curto prazo para a criação de valor a longo prazo. • Melhorar a comunicação e a transparência. • Promover a formação de todos os players do mercado, para os ajudar a entender o impacto de uma estratégia a longo prazo em relação às de curto prazo. Desde a publicação do primeiro relatório, as preocupações com o curto prazo
evoluíram. Algumas das recomendações dadas foram implementadas por emitentes e investidores e a integração de dados ESG no processo de investimento ajudou os gestores de ativos e as empresas a centrarem-se nas métricas e estratégias a longo prazo. Desde 2006, um número significativo de empresas seguiu a nossa recomendação e deixou de publicar dados sobre os lucros trimestrais. De acordo com o relatório da FCLT Global, Moving Beyond Quarterly Guidance: A Relic of the Past, publicado em outubro de 2017, a percentagem de empresas do S&P 500 que lança dados trimestrais diminuiu de 36% em 2010 para 27,8% em 2016. Destas empresas, 31,4% publicavam dados anuais e 40,8% não publicavam quaisquer dados. As práticas de compensação dos quadros executivos também mudaram desde então. Os dados sobre essas remunerações e a votação por maioria nos Conselhos de Administração traduziram-se num maior compromisso entre investidores e emitentes no que diz respeito a essa matéria. Eliminaram-se alguns dos abusos mais graves em termos de governança corporativa na compensação dos executivos de topo, como a revisão dos preços das opções sobre ações. Hoje em dia, uma remuneração mais elevada está vinculada a interesses estratégicos a longo prazo e a transparência melhorou.
Durante os anos que passaram desde a publicação do nosso relatório em 2006, os investidores e emitentes investiram recursos para fomentar um maior compromisso. Ambas as partes perceberam que a construção de uma relação de confiança pode aumentar a compreensão e evitar relações de confronto entre os dois grupos, que eram comuns no passado. Depois de voltar a analisar a questão do curto prazo com outro grupo de profissionais de destaque, o CFA Institute adotou quatro novas recomendações para os players do mercado: • Os emitentes e os investidores devem centrar a sua participação numa estratégia a longo prazo e acordar métricas que promovam esse êxito estratégico, evitando o caráter de curto prazo dos lucros. • Os emitentes e os investidores devem trabalhar para simplificar os planos de compensação dos quadros executivos, no sentido de os incentivos se alinharem melhor com os dos acionistas e de serem mais fáceis de compreender. • Tanto os emitentes como os investidores devem investir significativamente no compromisso de fomentar um maior debate dos principais problemas que afetam a estratégia de uma empresa a longo prazo.
A INTEGRAÇÃO DE DADOS ESG NO PROCESSO DE INVESTIMENTO PERMITIU AOS GESTORES E ÀS EMPRESAS CENTRAREM MAIS NAS ESTRATÉGIAS DE LONGO PRAZO NOVEMBRO E DEZEMBRO I FUNDSPEOPLE 67
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TENDÊNCIAS I+D
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A OPINIÃO DE GEORGE SAFFAYE Gestor do BNY Mellon Mobility Innovation Fund, BNY Mellon IM
HOJE EM DIA, A REMUNERAÇÃO MAIS ELEVADA DOS QUADROS EXECUTIVOS ESTÁ VINCULADA A INTERESSES ESTRATÉGICOS DE LONGO PRAZO
• Os emitentes e investidores devem estabelecer melhores critérios ESG, para que os dados sejam consistentes, comparáveis e auditáveis, assim como relevantes. Ainda que as práticas de remuneração dos executivos de topo tenham melhorado, o painel que reunimos para voltar a analisar o problema do curto prazo deparou-se com uma queixa comum: os programas de compensação dos quadros executivos tornaram-se demasiado complicados e seria benéfico, tanto para os emitentes como para os investidores, que essas estruturas salariais fossem simplificadas. Além da revisão do tema do curto prazo numa perspetiva dos emitentes, investidores e outros stakeholders, o CFA Institute associou-se à Fund Governance Analítica para adotar uma abordagem mais académica do problema. Foi feita uma análise quantitativa com recurso a dados relativos à questão do curto prazo entre 1996 e 2018, para se confirmar se os receios relativos ao curto prazo nos mercados tinham fundamento. Concluímos que, de facto, o problema do curto prazo foi observável durante esse período de tempo e que os investidores em geral fizeram um bom trabalho a recompensar as empresas que apostaram numa gestão a longo prazo e a evitar as que não o fizeram. Percebemos que as empresas que não investiram em Investigação e Desenvolvimento (I&D), na gestão das despesas gerais, adminis68 FUNDSPEOPLE I NOVEMBRO E DEZEMBRO
trativas e de vendas (SG&A) e na gestão das despesas de capital (Capex) tinham tendência para menores rendimentos a médio prazo (três a cinco anos). Estes dados mostraram que os investidores se apercebem quando as empresas fazem cortes no investimento a longo prazo e dão preferência às empresas que investem a longo prazo. Foi efetuada uma estimativa dos custos (lucros não obtidos) de curto prazo na ordem de 1,7 biliões de dólares durante o período de 22 anos abrangido pela nossa análise, ou de cerca de 79.100 milhões de dólares anuais. Apesar de se verificar uma melhoria na gestão e no investimento a longo prazo desde que analisamos o tema do curto prazo pela primeira vez, há 15 anos, as empresas ainda têm um longo caminho a percorrer. No seguimento das nossas conversas com profissionais da área financeira durante a preparação do relatório atual, encontrámos um maior foco na integração dos fatores ESG no processo de investimento do que no curto prazo. O investimento ESG, ou investimento sustentável, ganhou importância nos últimos anos graças à convicção de que as empresas que gerem os problemas ESG a longo prazo centram-se mais na estratégia a longo prazo do que em alcançar o próximo objetivo trimestral em termos de lucros. A integração dos fatores ESG e o investimento ESG poderão ser a resposta a longo prazo para os mercados de curto prazo? Ainda não sabemos.
INVESTIR NA QUARTA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL A transformação digital, a que chamamos Quarta Revolução Industrial, baseia-se no aparecimento de sistemas ciberfísicos. Isto permitenos, pela primeira vez, gerir e controlar o mundo físico usando ferramentas digitais. A maioria de nós já se sentiu confortável com um certo grau de diversificação nas nossas vidas, mas compreender a escala do que está para vir pode ser um pouco avassalador. Uma das transformações mais subestimadas que vamos ver é a mudança da rede 4G para 5G. O 5G não é apenas uma evolução, mas uma revolução. E vai mudar tudo, desde a infraestrutura à densidade e velocidade. Será completamente diferente. Quando começamos a pensar em aplicações como a cirurgia robótica, as operações de fabrico ou o envio de informação essencial para a tomada de decisões em veículos autónomos, podemos começar a ver o quão transformador será o 5G. A tecnologia é tão poderosa que nem sequer sabemos o que podemos construir com ela até que esteja completamente implementada. As valorizações das empresas tecnológicas subiram, mas o importante é recordar que, ao contrário da bolha das dotcom, estas empresas têm grandes modelos de negócio. Geram rendimentos e têm negócios reais que estão a transformar o mundo no qual vivemos, e só estamos nas primeiras etapas.
We want to start this year by sharing with you something that we never lack,
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N E M I T N S E E V M L N I A I E C V O Á S S N W O P T S E E N R H D TENDÊNCIAS ADVISORY por Pedro Assunção
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Na consultoria, o investimento socialmente responsável começa também a ganhar a sua importância, ainda que muitos clientes ainda só abordem o tema por curiosidade.
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tendência para a utilização de critérios de investimento socialmente responsável (ISR) na gestão de ativos é, porventura, uma das tendências mais fortes neste setor nos últimos anos. É um efeito sem dúvida do cresceste reconhecimento da necessidade do combate às alterações climáticas, mas também das preocupações de responsabilidade social e bom governance que cresceram após a crise de crédito de 2008. Na consultoria, o investimento socialmente responsável começa também a ganhar a sua importância. Por um lado, porque cada vez mais clientes abordam o tema mesmo que, por enquanto, mais por curiosidade. Por outro, porque, em casos como os fundos de investimento há muitos a adotar critérios de gestão ESG e o consultor deve analisar as implicações que isso pode ter no investimento. Em abstrato, um consultor financeiro deve procurar construir uma
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TENDÊNCIAS ADVISORY
CONSELHEIROS CONFIÁVEIS EM INVESTIMENTOS ESG
MEMBROS DA FAMÍLIA MAIS PRÓXIMA
O SEU INTERMEDIÁRIO FINANCEIRO, COMO BANCO OU FUNDO DE PENSÕES
MEMBROS DO GRUPO DE AMIGOS
FORNECEDORES DE SOLUÇÕES DE POUPANÇA E INVESTIMENTO ESG
ALGUMA ORGANIZAÇÃO QUE SUBSCREVE OU SUPORTA OS SEUS OBJETIVOS
COLEGAS DE TRABALHO
UM POLÍTICO OU PARTIDO POLÍTICO
2020 2019
UMA CELEBRIDADE OU GRUPO DE CELEBRIDADES
Fonte: Longitude survey, dados de agosto de 2020, Vontobel
A INCLUSÃO DE OBJECTIVOS SOCIAIS NA POLÍTICA DE INVESTIMENTO PODE INCLUSIVE MELHORAR O BINÓMIO RENTABILIDADE E RISCO 72 FUNDSPEOPLE I NOVEMBRO E DEZEMBRO
carteira de investimentos que cumpra os objetivos delineados pelo seu cliente. Esses objetivos são definidos por métricas de rentabilidade e risco, horizonte temporal, necessidades de rendimento e outros semelhantes. Passar a incluir objetivos sociais a par de objetivos financeiros na política de investimentos de um cliente será a forma correta de incorporar este tema na consultoria de investimento. Isto é importante nesta fase porque os critérios ESG são de certa forma uma limitação à gestão da carteira. Há setores inteiros que dificilmente cumprem critérios ambientais como por exemplo os setores energético ou mineiro. E há riscos sociais elevados em setores tão prosaicos como os media. Por isso, muitas vezes pode haver um trade-off entre os objetivos finan-
ceiros e os objectivos sociais: a adoção de critérios de responsabilidade social pode provocar uma perda de rentabilidade da carteira. A longo prazo, a nossa opinião é que esse trade-off, se de facto existe, se vai esbater. Basta pensarmos nos critérios ESG também como medidas de risco do modelo de negócio de uma empresa. Não há dúvida que uma empresa ter um bom governance é um fator de mitigação de riscos, entre eles financeiros e legais. Tal como não há dúvida que uma empresa com reduzido impacto ambiental, ou que trabalha nesse sentido, corre menos riscos de ver a sua atividade perturbada por um desastre ambiental. E uma empresa com elevadas preocupações sociais estará, à partida, menos sujeita a problemas laborais, por exemplo. Tudo
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A OPINIÃO DE LAURA DONZELLA Responsável de distribuição institucional e de retalho para a Península Ibérica, América Latina e Ásia, Nordea AM
56% 58% 47% 39% 36% 42% 33% 30% 31% 32% 20% 24% 10% 12% 9% 11%
isto, a prazo, resulta que uma estratégia de investimento ESG tenderá a reduzir o risco da carteira. Uma outra abordagem é questionar se, ao nível de uma empresa, a adopção de políticas ESG pode gerar uma vantagem competitiva no seu mercado, e por essa via gerar uma rentabilidade superior para os seus investidores. A ser verdade, a adoção de uma política ESG poderia na realidade eliminar o trade-off entre objetivos financeiros e objetivos sociais. A realidade é que as empresas que adoptam medidas ESG se referem a isso cada vez mais no seu marketing e comunicação, pois acreditam que isso lhes pode dar benefícios na forma de maiores vendas ou rentabilidade. Isto tenderá a ser verdade quanto mais reconhecida for a necessidade de
combater as alterações climáticas e de criar uma sociedade mais justa. Em conclusão, reconhece-se cada vez mais que o mundo enfrenta problemas sociais e ambientais que têm de ser resolvidos. O crescimento dos critérios de investimento socialmente responsável é uma das formas de resposta a estes problemas. Não será a única mas, pela relevância da vertente financeira na economia actual, poderá ter um impacto real. É, também por isso, uma tendência que começa a influenciar a nossa actividade de consultoria e o nosso maior desafio será convencer os nossos clientes que a inclusão de objectivos sociais na sua política de investimento, além de louvável, não obriga forçosamente a um trade-off em termos de resultados financeiros, e pode inclusive melhorar o seu binómio rentabilidade/risco.
AS ESTRELAS GLOBAIS DE UM AMANHÃ SUSTENTÁVEL Os fundos ESG STARS da Nordea estão na vanguarda do investimento sustentável. Criam um impacto duradouro ao investir exclusivamente em empresas de elevada qualidade com fortes características ambientais, sociais e de governança (ESG). Na gestão da estratégia Global Stars Equity da Nordea, a equipa de investimento leva a cabo uma rigorosa análise fundamental bottom-up na qual consideram o impacto de vários fatores de risco ESG, os quais incorporam no seu modelo de avaliação final. Os analistas ESG da equipa de Investimentos Responsáveis da NAM colaboram com os gestores da carteira, ao proporcionar-lhes informação valiosa sobre os possíveis riscos e oportunidades que em última instância são tidos em conta na avaliação da empresa. Cada empresa dentro da estratégia Global Stars Equity da Nordea, assim como todas as potenciais novas empresas, são avaliadas para determinar se realizam negócios de maneira responsável em relação aos seus stakeholders. O sólido e provado modelo de pontuação proprietário da equipa de Investimentos Responsáveis atribui uma pontuação prospetiva a cada empresa de A, B ou C onde as empresas com classificação C não são elegíveis para os fundos ESG STARS. A cobertura atual de empresas qualificadas internamente ascende a aproximadamente 600. NOVEMBRO E DEZEMBRO I FUNDSPEOPLE 73
TENDÊNCIAS FUNDS SERVICES
por Afonso Eça
AS FINTECH
E O CAMINHO SEM RETORNO DA DIGITALIZAÇÃO As fintechs não ficarão imunes a este novo movimento de digitalização e virtualização dos serviços financeiros. A velocidade deste processo tem sido determinada pela predisposição de todos os envolvidos para fazerem este percurso.
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inovação na área financeira continua na ordem do dia, os processos de digitalização e virtualização do mundo financeiro continuam em curso, tendo ganho novo ímpeto no ano de 2020. As vulgarmente conhecidas como fintech continuam a inovar no sistema financeiro, mas a inovação não se esgota nestes intervenientes. Incumbentes, reguladores e supervisores também têm participado neste processo, um bom exemplo disso é a iniciativa Portugal Finlab que junta todos os stakeholders do ecossistema português. No Fintech Report 2020, uma iniciativa conjunta da Nova SBE e da 74 FUNDSPEOPLE I NOVEMBRO E DEZEMBRO
Fundação La Caixa, tentámos caraterizar o estado da arte do ecossistema na Península ibérica. O relatório tem por objetivo caracterizar a evolução do ecossistema nos últimos cinco anos e tenta traçar alguns cenários para o curto prazo. Como principais conclusões destacaria: (a) a semelhança do ecossistema ibérico com os seus congéneres europeuas, ou seja, observamos os mesmos verticais de inovação como em outros países; (b) o ecossistema é jovem relativamente aos seus pares e (c) a fintech média ibérica tem menor dimensão e alcance que a sua par europeia. O relatório procurar mapear nomes individuais em diversas dimensões financeiras e não financeiras, bem como
explorar a relação destes inovadores com os incumbentes, isto é, bancos. Olhando em específico para o segmento de gestão de ativos, como todos os setores da indústria financeira, tem sido impactada por este movimento fintech. A influência é sentida tanto ao nível de soluções viradas para o cliente final como soluções empresarias. No que toca o cliente final (soluções B2C), (1) o alargamento do leque de potenciais clientes: a utilização de plataformas digitais eficientes tem permitido alargar o universo de investidores, isto é temos mais pessoas a participar no mercado, (2) existe um crescente número de players a explorar soluções de robot advisory, mesmo com os desafios
TOP PLAYERS DE MERCADO DE CAPITAIS & GESTÃO DE PATRIMÓNIOS
TOP PLAYERS- PENÍNSULA IBÉRICA RANK
NOME
PAÍS
RECEITAS OPERACIONAIS
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Finametrix
Espanha
€ 3,358,665
#2
Finect
Espanha
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#3
Qbitia
Espanha
€ 340,497
#1
Pass
Portugal
€ 645,067
#2
Advicefront
Portugal
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#1 Fundada em 2013 por Salvador Vicente Mas Casado e Francisco Micó está seadeada atualmente em Valência. Um projeto inovador que providencia soluções de gestão de carteiras e análise. Disponibiliza soluções em banca privada, gestão de patrimónios e gestão de ativos e family offices.
Fonte: Fintech Report 2020
INOVAÇÃO As FinTechs trouxeram o surgimento do trading social, trazendo a partilha de conhecimento e o fornecimento de oportunidades de negociação para investidores outrora excluídos. O trading algorítmico e o robo advisory são também inovações chave que as FinTech ajudaram a lançar.
Receitas operacionais
€ 3,358,665
Total de ativos
€ 1,816,589
Lucro depois de Imp.
#2
EXEMPLOS NÃO-IBÉRICOS Moneybox Freetrade Fonte: Fintech Report 2020
Fundada em 2007, atualmente tem sede em Madrid. Foi criada através da união da Unience e da Moneymatic. Finect combina as vantagens de uma rede social especializada em finanças e as melhores ferramentas para ajudar os indivíduos a fazerem as melhores escolhas de investimento. Receitas operacionais Total de ativos
que a MIFID II trás nesse aspeto. Ambas estas potenciais vantagens não vêm sem os seus desafios, dado que muitos das soluções inovadoras estão assentes em modelos sem monetização. No que toca soluções empresariais (soluções B2B): (1) marketplaces de ativos não tradicionais aumentando a liquidez de alguns ativos o que pode vir a tornar estes ativos mais investíveis no futuro (2) soluções de SaaS que permitem a instituições incumbentes beneficiar das melhores alternativas tecnológicas. A digitalização e a virtualização dos serviços financeiras, através de fintechs ou incumbentes, é um caminho sem retorno. A velocidade deste processo tem sido determinada pela predisposição
€ 420,733
Lucro depois de Imp.
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#3 Fundada em 2015 por Paulo Gomes e Ricardo Passos situa-se atualmente em Lisboa. Tem presença comercial na Ásia e na Europa. Usa o machine and deep Learning para converter dados em insights que possam ser usados pelos clientes nas suas atividades de investimento. Receitas operacionais Total de ativos Lucro depois de Imp.
€ 645,067 € 2,076,102 € -(288,829)
Fonte: Fintech Report 2020
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A OPINIÃO DE ARIEL BEZALEL Responsável de estratégia e obrigações, Jupiter AM
AS VANTAGENS DAS OBRIGAÇÕES GLOBAIS FLEXÍVEIS
A MAIOR PREOCUPAÇÃO PARA OS GESTORES DE FORTUNAS É A PRESSÃO QUE AS FINTECHS PODEM CAUSAR NAS MARGENS de todos os envolvidos (utilizadores, incumbentes, inovadores e reguladores) para fazerem este percurso. Este processo evolutivo não é novo, e num setor numa fase de consolidação, especialmente na Península Ibérica, as fintechs não ficarão imunes a este novo movimento.
DESCRIÇÃO VERTICAL
O segmento capital markets & wealth management olha para as FinTechs que oferecem plataformas que facilitam o trading e a gestão de patrimónios para os investidores. Pode incluir roboadvisory, gestão de portfólios, corretagem, alocação automatizada de ativos e fortunas, plataformas de negociação alternativas, ferramentas analíticas, entre muitos outros. À luz da democratização do investimento, FinTechs neste campo prosperam atendendo a mais do que apenas indivíduos de alto património líquido, alcançando um grupo de investidores anteriormente pior servidos e com limitações de acesso. A maior preocupação para os gestores de fortunas é a pressão que as FinTechs podem causar nas margens. A estimular o crescimento das FinTe76 FUNDSPEOPLE I NOVEMBRO E DEZEMBRO
chs de mercados de capitais e gestão de patrimónios, está o fracasso das instituições tradicionais em se manterem atualizadas com as mudanças na procura dos clientes e a falta de foco numa estratégia mobile-first. Das 242 FinTechs ibéricas consideradas no relatório Fintech Report 2020, 11,2% (27) são FinTechs de Capital Markets & Wealth Management. Das FinTechs portuguesas consideradas, 5,6% (2) operam em Capital Markets & Wealth Management e das FinTechs espanholas consideradas, 12,1% (25) operam em Capital Markets & Wealth Management. Este segmento contribui com 4,6% ou 12.730.890 euros para o valor das Receitas das FinTechs Ibéricas. Portugal contribui com 710.153 euros, enquanto a Espanha contribui com os restantes 12.020.737 euros. Em termos de rentabilidade, este segmento apresenta um resultado líquido de (317.972) euros, o que mostra uma rentabilidade negativa agregada. Portugal representa negativamente este KPI com (317.972) euros e a Espanha também com (1.765.344) euros.
O melhor de uma estratégia de obrigações globais flexíveis é que não está restringida a um índice, geografia ou tipo de crédito. High yield, investment grade, obrigações soberanas de mercados desenvolvidos ou emergentes: podemos mover-nos para onde virmos as melhores oportunidades. Continuamos construtivos nas obrigações soberanas apesar do nível muito baixo das yields. A política declarada pela Fed de permitir uma inflação mais alta e períodos de ultrapassagem da meta de inflação não pode ser cumprida se se permitir aumentar as yields reais. A subida das yields tem um limite num mundo altamente endividado. Continuamos a acreditar na nossa visão de que estamos num ambiente deflacionário e não num ambiente inflacionário. A perspetiva para a recuperação económica parece ter-se deteriorado, e para a inflação aumentar a atividade económica tem de ter uma forte recuperação. As disrupções demográfica e tecnológica são poderosos supressores a longo a prazo das yields das obrigações soberanas, e um enorme aumento dos níveis de dívida durante crise é provável que continue a ser um obstáculo para as economias. Prevemos que no enquadramento atual vá ser difícil gerar inflação e, portanto, o benigno outlook para as obrigações continua intacto. A flexibilidade vai ser crucial no que será um desafiante ambiente macro nos próximos três a cinco anos, e as estratégias de obrigações globais flexíveis oferecem as ferramentas para navegar por este mundo.
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Um Padrão Global de Sustentabilidade para Fundos Os investidores estão atualmente a ser confrontados com o crescente interesse em investimentos sustentáveis. A Morningstar disponibiliza serviços como investigação, ferramentas e análises para ajudar os investidores a entender estes fatores de sustentabilidade, realizar operações de due diligence, avaliar o risco e oportunidades de ESG. Morningstar Sustainability Rating™ e Morningstar Portfolio Carbon Metrics™ foram desenvolvidos para ajudar os investidores a avaliar o desempenho das empresas através de fatores ambientais, sociais e de governança, para que possam construir os seus planos de investimento de uma forma mais responsável. Descubra como pode integrar estes valores sustentáveis na sua estratégia de investimento a longo prazo. Para mais informação: global.morningstar.com/SustainableInvesting ou envie um correio eletrónico para sales.esp@morningstar.com
Morningstar Sustainability Rating™
Above Average Percentage Rank in Category: 23 Sustainability Score: 48
ENTREVISTAS GURU por Óscar R. Graña
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Se houve um momento na história em que o investimento socialmente responsável (ISR) provou a sua capacidade de criar valor, esse momento foi, sem dúvida, nesta crise da COVID-19. E não só nos mercados desenvolvidos. Também nos emergentes. Quem o sabe bem é Emilie Leveille, gestora do Nordea 1- Emerging Stars Equity Fund, um fundo com a classificação de Consistente do Selo FundsPeople 2020, que nos últimos 12 meses conseguiu uma rentabilidade de 15%, ou seja, 15 pontos percentuais da média da sua categoria e 13 acima da média do índice de referência, o MSCI Emerging Markets Net Return. Uma metodologia com mais de nove anos de track record é o que está por trás deste sucesso. TNE
COGESTORA DO NORDEA 1 - EMERGING STARS EQUITY FUND NOVEMBRO E DEZEMBRO I FUNDSPEOPLE 79
ENTREVISTAS GURU ÚLTIMAS MOVIMENTAÇÕES NA CARTEIRA A crise provocada pelo coronavírus não tornou as gestoras mais ativas do que no passado. “Surgiram algumas oportunidades que aproveitámos. A China foi o primeiro país a ser afetado pela COVID-19 e também o primeiro a sair. A queda do mercado chinês permitiu-nos reforçar algumas das nossas posições e, ainda, incorporar algumas ideias novas, o que se traduziu num aumento da nossa exposição ao país. Na Índia, o mercado também nos brindou com a oportunidade de adicionar posições, sobretudo do setor bancário”.
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s resultados conseguidos recentemente pela dupla Emilie Leveille e Juliana Hansveden à frente do Nordea 1 - Emerging Stars Equity Fund foram impressionantes. Em 2019, este fundo de ações de mercados emergentes da Nordea AM foi o terceiro melhor da sua categoria e este ano também se mantém no primeiro decil por rentabilidade. Qual é o segredo? “A filosofia de investimento. Seguimos um processo sólido, bastante orientado pela análise fundamental e com o principal objetivo de identificar as melhores empresas dentro dos segmentos onde existe um forte potencial de crescimento estrutural. Queremos os vencedores.” – revela. Não procuram apenas uma temática específica. Podem ser empresas que estejam a beneficiar do impulso do cloud computing na China, da penetração do setor da saúde no Brasil ou do comércio eletrónico no sudeste asiático. “O mais importante é serem empresas que geram rentabilidades acima dos custos de capital. Não se trata de analisar oportunidades do ponto de vista de uma estratégia de crescimento, mas sim entender o negócio, saber como a empresa se posiciona de forma holística e quais são os elementos que vão criar lucro e rentabilidade, pelo menos, nos próximos cinco anos.” – explica. Quando Leveille e Hansveden fazem a análise de uma empresa, fazem-na a pensar no longo prazo. O período médio de detenção de uma ação na carteira situa-se entre os três e os cinco anos. “O segredo está em determinar como essa empresa se vai comportar durante os próximos cinco anos. Nos países emergentes, é possível encontrar várias empresas expostas a tendências de crescimento de longo prazo muito significativas. Contudo, é necessário ir mais além. Muitas dessas empresas podem estar inseridas numa indústria 80 FUNDSPEOPLE I NOVEMBRO E DEZEMBRO
demasiado competitiva, na qual exista pressão sobre os preços e seja difícil gerar rentabilidade”.
O FILTRO ESG
Outro fator muito importante no processo de análise é a sustentabilidade da empresa. É aqui que as gestoras aplicam os critérios ambientais, sociais e de governação corporativa (ESG), que funcionam como um filtro no processo de seleção de ativos no âmbito da gama de produtos Stars da Nordea AM, sendo o Nordea 1 – Emerging Stars Equity Fund o primeiro deste tipo. Surgiu no ano 2011, quando a empresa nórdica decidiu juntar a análise fundamental aos critérios ESG e criou um ranking de empresas para a identificação de riscos setoriais e riscos específicos de cada uma delas. A posição atribuída a cada ação na classificação resulta de um processo de estudo assente em cinco pilares. O mais importante de todos é a análise do modelo de negócio, com uma ponderação de 30%, mas também são avaliadas a governação corporativa, a ética do negócio, o impacto ambiental e a responsabilidade social da empresa. Uma vez ponderados este cinco fatores, cada empresa recebe uma nota: A, B ou C. Os fundos da gama Star investem apenas em empresas com a classificação A ou B com perspetivas de melhoria. “Não procuramos retornos a curto prazo; pensamos no longo prazo. Ainda que estes fatores possam não ter qualquer efeito na avaliação de uma empresa no curto prazo, a verdade é que, a longo prazo, podem ter um impacto financeiro sobre a marca ou reputação. Uma empresa pode estar a conseguir ter margens elevadas, mas estas não serem sustentáveis no futuro. Deve ser gerida de forma sustentável.”, sublinha. E, para isso, é imprescindível conhecer pessoalmente quem comanda estas empresas, o que nos mercados emergentes tem uma importância particular, uma vez que a carteira é
composta por empresas de 20 países com culturas empresariais muito diferentes.
CONHECIMENTO IN LOCO
“Nunca investimos numa empresa sem termos falado antes com a sua administração. Visitar as empresas e conhecer a sua cultura é fundamental para o nosso trabalho. Com a pandemia, fazemo-lo de forma virtual. Mas assim que for possível e seguro, voltaremos a fazê-lo presencialmente. É uma parte essencial do nosso processo de investimento e permite-nos ter mais informações acerca do ambiente no qual a empresa opera, das dinâmicas subjacentes, que vão mudando, e do que a torna diferente. Este tipo de encontros ajuda-nos a perceber se estamos a fazer uma alocação correta no capital da empresa. Além disso, ajuda-nos a perceber quais são as oportunidades que a empresa vê no futuro e quais são os planos para tirar partido das mesmas”. Por fim, o trabalho passa por materializar todas estas informações e atribuir um peso na carteira a cada uma das empresas. Isso é feito com base em dois fatores: a convicção na ação e o seu potencial. As empresas nas quais as duas gestoras depositam maior confiança têm uma maior ponderação. Se veem uma oportunidade cla-
“AINDA QUE SEJA POSSÍVEL QUE OS FATORES ESG NÃO TENHAM UM IMPACTO FINANCEIRO NO VALOR DA EMPRESA A CURTO PRAZO, PODEM TÊ-LO SOBRE A SUA MARCA OU REPUTAÇÃO” ra, não hesitam. O melhor exemplo é a Alibaba, a empresa que ocupa hoje a maior posição na carteira, com um peso de 10%. “A nossa estratégia passa por uma carteira de alta convicção, centrada em 40 títulos, um active share elevado e um beta próximo de um”. É assim que se consegue as cinco estrelas da Morningstar, os cinco globos do rating de sustentabilidade dessa plataforma de análise e o Selo FundsPeople. NOVEMBRO E DEZEMBRO I FUNDSPEOPLE 81
ENTREVISTAS GESTOR PORTUGUÊS por Catarina Vinagre
Pedro Coelho e Luís Dias VICE-PRESIDENTE E PARTNER; GESTOR, SQUARE ASSET MANAGEMENT
DIVERSIFICAÇÃO: A AMBIÇÃO DO NOVO PROPERTY CORE REAL ESTATE FUND
O Property Core Real Estate Fund resulta da parceria entre a Square AM e o Banco Best e posiciona-se como um produto alternativo que aposta numa elevada diversificação setorial e por inquilinos.
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oi no fim de agosto deste ano que nasceu o mais recente fundo de investimento imobiliário aberto com cunho nacional. Falamos do Property Core Real Estate Fund, um produto que viu a luz do dia através de uma parceria entre a Square Asset Management, que gere o fundo, e o Banco Best, que o vai distribuir. Pedro Coelho, da Square AM, orgulha-se de poder dizer que Banco Best confiou no histórico de capacidade de gestão da Square para lançar este novo produto. Para o profissional este é um feito inovador. “Há muitos anos que o Banco Best, que conta com uma oferta extremamente diversificada, não tinha um fundo imobiliário no seu leque de produtos. Além disso, o Banco Best, sendo um chamado supermercado de fundos, habitualmente só distribui fundos com um longo histórico”, explica. A comercialização de um fundo numa plataforma digital é também para entidade, conforme comenta Pedro Coelho, um passo em frente na evolução natural na venda deste tipo de produtos, o que leva também a uma potencial diversificação do tipo de investidores que a ele poderão aceder. 82 FUNDSPEOPLE I NOVEMBRO E DEZEMBRO
Na mesma linha, Pedro Coelho revela que o limite mínimo de subscrição do fundo é de apenas 100 euros. O objetivo? Atrair as pequenas poupanças. “Consideramos importante ter um limite mínimo de subscrição reduzido porque, neste momento, com as taxas de juro tão baixas, as pequenas poupanças não têm onde investir com um risco relativamente controlado”, conta o profissional da Square AM. Não tendo este tipo de participantes capacidade para investir em produtos com um risco mais elevado, o Property Core Real Estate Fund posiciona-se como um produto alternativo que Luís Dias considera que “irá ter bons resultados em termos de risco/retorno”, ao mesmo tempo que serão capazes de atingir um público que, infelizmente, tem poucas opções de aforro, numa altura que tanto se fala da importância de captar poupança”. Para o profissional, este produto só não é mais amigo ainda das pequenas poupanças porque a regulamentação relativa às janelas de resgate nos fundos imobiliários não o permite. “Apesar do fundo ser aberto, a lei obriga a que os participantes não possam resgatar investimento no primeiro ano, o que claramente é um desincentivo à poupança. Somos a única sociedade gestora que aproveitou as alterações legislativas para aplicar no fundo as menores janelas de resgate possíveis”, comenta. Assim, os intervalos de reembolso do fundo, após o período inicial de um ano, são de dois meses em vez dos seis anteriores previstos na legislação. Ou seja, os participantes contam com 14 meses de imobilização no fundo, o que para Pedro Coelho é , mesmo assim, penalizador. “Somos da opinião de que para as pequenas poupanças as sociedades gestoras deviam ser livres de ter fundos abertos sem janelas de resgate, como aconteceu durante 30 anos. É absurdo que um participante queira fazer um resgate, e que o fundo tendo dinheiro para pagar, não o possa fazer porque a lei o impede”.
DIVERSIFICAÇÃO
Diversificação é a palavra de ordem quando se fala da carteira do fundo. A intenção da equipa de gestão é ter um portefólio tão diversificado quanto possível, não só a nível setorial como em termos de inquilinos. A estratégia de investimento será adaptada, porém, em função das oportunidades do mercado imobiliário, mas serão privilegiados os setores do retalho, escritórios, logística, indústria, turismo e centros comerciais. O investimento em imóveis habitacionais não está nos planos da entidade, pois como indica Luís Dias, este tipo de ativos “oferece um retorno mais baixo”. Para a Square, é fundamental conseguir contratos de arrendamento de longa duração e inquilinos com bom
EQUIPA EXPERIENTE Pedro Coelho conta com mais de 30 anos na área de gestão de ativos, consultoria, mercado bancário e segurador, com foco na área imobiliária. Luís Dias é Engenheiro Civil, conta com um MBA, e juntou-se à equipa da Square AM em setembro de 2018 para assumir a gestão de um portefólio residencial e comercial de elevada dimensão e complexidade.
rating, além de critérios como a baixa volatilidade e de uma boa yield. Além disso, embora o fundo possa investir no espaço da União Europeia, o universo de investimento estará focado maioritariamente em Portugal. Não tendo uma dotação de capital inicial, o fundo irá adquirindo imóveis à medida que as subscrições forem entrando. Desde o arranque do fundo, conta Luís Dias, “têm havido subscrições praticamente todos os dias e já se contabilizam mais de 375 participantes”. Conta
já com um ativo. Trata-se de um investimento no setor dos escritórios feito numa operação de sale&leaseback com uma seguradora de referência nacional. Este investimento obedeceu aos critérios definidos em termos de localização, tipo e estado do imóvel, inquilino e rendibilidade. A Square AM tem como objetivo continuar a perseguir boas oportunidades de investimento de acordo com a liquidez do fundo e com a estratégia definida no binómio rentabilidade vs. risco. NOVEMBRO E DEZEMBRO I FUNDSPEOPLE 83
ENTREVISTAS GURU por Regina R. Webb
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Com uma experiência de 20 anos enquanto gestor, Dan Roberts não tem dúvidas: o maior erro que um investidor pode cometer quando procura rendimento é achar que o mais importante é o dividendo mais alto. É muito provável que um número demasiado apetecível esconda o processo doloroso de passar por um corte. “A geração de rendimentos é um requisito importante, mas não deve ser feita às custas do capital”. TNE
GESTOR DO FF GLOBAL DIVIDEND FUND NOVEMBRO E DEZEMBRO I FUNDSPEOPLE 85
ENTREVISTAS GURU OS DIVIDENDOS SUPERAM A SUA MAIOR CRISE A retribuição ao acionista foi a primeira vítima do plano de contingência das empresas para enfrentar a crise. Os dividendos a nível mundial caíram 30% este ano, tendo sido uma parte dessa queda forçada pelos próprios governos e pelas entidades reguladoras. Mas Dan Roberts está otimista em relação ao futuro. “O pior já passou. Já vivemos o momento mais doloroso”
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m fundo de income que não procura o dividendo mais alto; um fundo que não se intitula como ESG, mas que tem um dos melhores ratings de sustentabilidade graças à sua carteira. Aparentemente, são duas contradições no FF Global Dividend Fund, mas que fazem todo o sentido quando falamos com Dan Roberts, gestor desta estratégia orientada para os dividendos da Fidelity. Com uma experiência de 20 anos enquanto gestor, Dan Roberts não tem dúvidas: o grande erro que um investidor pode cometer quando procura rendimentos é achar que o mais importante é o dividend yield. Isto é, procurar o dividendo mais alto do mercado sem considerar a sustentabilidade ou viabilidade do mesmo. Para o gestor, um dividendo muito apetecível pode ser uma grande oportunidade, mas, na maioria das vezes, é um indicador de possíveis problemas. E, como bem recorda, passar por um corte no dividendo pode ser muito doloroso para quem investe em ações. “A geração de rendimentos é um requisito importante, mas não deve ser feita às custas do capital” – reforça. Relativamente à sua elevada pontuação em termos de sustentabilidade, Roberts começa por sublinhar que não estamos perante um fundo ESG: “não queremos cair no greenwashing”, insiste. Dito isto, o gestor acredita que é inevitável incluir critérios ambientais, sociais e de boa governação na sua análise fundamental. “É a realidade dos mercados. São indicadores que não podemos ignorar, pois têm influência na viabilidade futura das empresas. Se não analisássemos os indicadores de sustentabilidade, iríamos perder muitas informações” – defende. O FF Global Dividend Fund pode gabar-se de ser um dos poucos produtos no mercado ibérico que conta com Selo FundsPeople 2020 pela sua dupla classificação AB: favorito dos Analistas e Blockbuster. O fundo gerou uma rentabilidade anualizada de 6% a três e cinco anos, dois períodos longos nos quais se situou no primeiro quartil da sua categoria, em ambos os casos. 86 FUNDSPEOPLE I NOVEMBRO E DEZEMBRO
Esta rentabilidade é o resultado de uma filosofia de investimento que procura afastar-se, de forma consciente, do seu índice de referência: o MSCI ACWI. O processo de construção começa com uma folha em branco. “Não nos questionamos acerca dos países ou setores nos quais queremos estar infra ou sobreponderados”, assegura o gestor da estratégia da Fidelity. Trata-se de um fundo de alta convicção ao procurar as 50 melhores ideias dentro do seu universo. Além disso, procura mantê-las na carteira durante bastante tempo. Prova disso é o seu índice de rotação da carteira de 25%. “É um fundo que se comporta de forma diferente das bolsas. Por esse motivo, pode ser conjugado com outros fundos de ações globais numa carteira diversificada sem grande risco de sobreposição” – afirma. Se analisarmos a carteira atual do ponto de vista geográfico, de facto, existe esse equilíbrio entre Estados Unidos, países emergentes, Europa e Reino Unido. “A active share do fundo é de 92%. Se cobramos uma comissão de gestão ativa aos nossos clientes, temos de lhes oferecer uma gestão ativa”, remata.
O RISCO SEGUNDO DAN ROBERTS
Apesar de ser um fundo de ações concentrado na geração de rendimentos através de dividendos, Roberts define o seu estilo como “bolsa de baixo risco”, sendo uma das prioridades a preservação de capital. Recorda que “no mundo dos juros compostos, as perdas e os ganhos não são iguais. Para recuperar de uma queda de 10%, é necessário mais do que voltar a subir 10%”. A sua perda máxima baixa, que até à correção de março era de 7,94% em dólares americanos, é um dos pontos fortes desta estratégia. Perguntámos-lhe o que entende, exatamente, por risco. O gestor identifica dois: o risco de valorização e o risco associado aos fundamentais. O primeiro resume-se ao perigo de pagarmos demasiado por uma empresa. Para Roberts, por muito boa que seja a empresa, um preço sobrevalorizado pode sair caro a longo prazo. Dá o exemplo da Micro-
“A ACTIVE SHARE DO FUNDO É DE 92%. SE COBRAMOS UMA COMISSÃO DE GESTÃO ATIVA AOS NOSSOS CLIENTES, TEMOS DE LHES OFERECER UMA GESTÃO ATIVA”
soft. Entre 2001 e 2012, os lucros da tecnológica cresceram entre os 10% e os 11% ao ano, mas as suas ações não tiveram grandes alterações nesse período. No segundo caso, refere-se à exigência em procurar um elevado nível grau de confiança na sustentabilidade das rentabilidades das empresas nas quais investem. Sublinha que isso não quer dizer que evitem totalmente determinados setores. Em vez disso, procuram empresas mais resilientes dentro dos mesmos. Menciona, a título de exemplo, os nichos conhecidos como after markets no setor industrial, que oferecem serviços pós-venda, e os negócios ligados aos mercados acionistas e às seguradoras no ramo não vida, no setor financeiro. Em ambos os casos, trata-se de encontrar zonas com uma fonte de receita mais estável e mais contracíclica dentro de indústrias que, a priori, são mais dependentes do momento da economia.
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ENTREVISTAS DISTRIBUIDOR
por Margarida Pinto
Pedro Catarino BUSINESS UNIT MANAGER, TREE FAMILY OFFICE
AUSCULTAR AS NECESSIDADES DOS CLIENTES A Tree Family Office Integra-se num grupo conhecido pela defesa do consumidor, e quer, precisamente, ajudar os seus clientes nas necessidades que o seu património lhes impõe.
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Tree Familly Office trata-se de uma sociedade de consultoria para investimento (SCI) um pouco diferente do que é costume encontrar-se no mercado nacional. Criada há quatro anos, a entidade é detida pela Deco Proteste e integra o grupo Euroconsumers, conhecido pelo seu trabalho na defesa dos direitos dos consumidores em Portugal, Espanha, Itália, Bélgica, Luxemburgo e Brasil. Contudo, esta SCI chegou ao mercado com os mesmos objetivos nobres de muitas outras entidades da mesma índole. “Este projeto resultou dos efeitos provocados pela última crise financeira patentes no défice de confiança nas instituições e na inadequação dos serviços financeiros prestados”, começa por dizer Pedro Catarino, responsável de negócio, que explica que se “impunha a necessidade de prestar serviços de consultoria personalizados e especializados na área dos investimentos”. Nesta primeira fase, a entidade dedica-se ao aconselhamento a diferentes tipos de clientes, em especial “investidores particulares e famílias com patrimónios relevantes que, por razões distintas - desconhecimento, tempo, confiança ou rendimento – procuram um serviço personalizado que se ajuste à sua situação”. Mantendo o cliente “o total controlo e decisão sobre o seu património”, à entidade cabe a “autonomia” e “flexibilidade” para recomendar as opções mais interessantes do mercado, e, ao mesmo tempo, trabalhar com as diversas instituições onde os clientes possam ter conta. “O propósito é ter uma visão completa do património familiar de forma a fazermos um aconselhamento mais adequado”, aclara Pedro Catarino. Esse aconselhamento segue algumas etapas. “Começamos por elaborar um diagnóstico das necessidades e prioridades 88 FUNDSPEOPLE I NOVEMBRO E DEZEMBRO
dos clientes, analisando o seu património financeiro. Depois do processo de adequação em que identificamos os objetivos, riscos, constrangimentos e liquidez, definimos uma política e uma estratégia de investimento, e procuramos os produtos que, dentro do binómio rentabilidade/risco, melhor se encaixam na carteira do investidor”, enumera. Recomendações feitas, a tarefa passa por “acompanhar em permanência o desempenho da carteira”, podendo recomendar-se “ajustamentos de acordo com a evolução dos mercados”. O apoio do grupo onde estão inseridos é fundamental, fazendo a Tree uso da “experiência, da competência e das avaliações dos analistas financeiros na área económico-financeira que acompanham diversos mercados e ativos mantendo uma visão global e independente”. Internamente, a empresa suporta-se ainda de “diversas unidades orgânicas que agregam fundamentalmente as áreas de consultoria, backoffice, compliance e business development”.
FOCO NAS NECESSIDADES
O olhar que têm sobre o património do cliente não é estanque. É fundamental, diz Pedro Catarino, saber “identificar como o património pode colmatar diferentes necessidades: criar um complemento de reforma, pagar a universidade dos filhos, etc.”. Estas necessidades são transportadas para o serviço e para a carteira, com uma filosofia de investimento que está baseada na alocação estratégica de ativos. Complementarmente, são geradas algumas “alterações táticas”. “A determinação da distribuição do património por um vasto leque de classes de ativos é feita considerando os objetivos de investimento, a tolerância ao risco, o horizonte temporal e outras restrições”, pontualiza. O mantra de uma carteira bem diversificada deve ser uma “exposição a uma grande variedade de classes de ativos, para proporcionar retornos mais estáveis ao longo do tempo e reduzir o risco global”. Desta forma, recorrem a um leque alargado de produtos - ETF, fundos de investimento, ações, obrigações - de forma a “proporcionar aos clientes oportunidades de diversificação abrangentes”. Bebendo de sinergias também com o próprio mercado envolvente, o Tree Family Office “procura ter uma arquitetura ampla e diversificada de parcerias com vista à criação de valor para os clientes e que integrem diversas dimensões”. Nesse sentido, explica Pedro Catarino, têm desenvolvido “protocolos e parcerias com entidades financeiras e não financeiras”. Entre as diferentes vantagens, explica o responsável, contam-se “o acesso a produtos feitos à medida, disponibilização de preçários de negociação mais atrativos, possibilidade de obterem bonificações financeiras, facilidade na comunicação entre instituições, acesso a assessoria fiscal e a serviços para ativos não financeiros”, enumera. Com vista ao futuro, a entidade está ainda a trabalhar noutras “dimensões e abordagens” ao nível de produto e de mercado, para assim servirem outras necessidades já identificadas.
NOVIDADES A entidade está neste momento a trabalhar noutras dimensões de serviço e produto para servir novos clientes.
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ENTREVISTAS GURU por Samuel Capucho
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“Manter posições significativas em empresas inovadoras e disruptivas que alimentam o crescimento da economia digital e a disrupção digital”. É assim que Richard Carlyle, diretor de investimento do New Perspective Fund, do Capital Group, se refere à metodologia que tem vindo a ser desenvolvida ao longo dos anos. TNE
DIRETOR DE INVESTIMENTO EM EQUITY NO CAPITAL GROUP NOVEMBRO E DEZEMBRO I FUNDSPEOPLE 91
ENTREVISTAS GURU O IMPACTO DA PANDEMIA Para o especialista, é importante reiterar que o potencial de crescimento de longo prazo para muitas multinacionais não diminui devido à COVID-19.
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ão quatro décadas de experiência que permitem a Richard Carlyle, diretor de investimento em Equity no Capital Group e um dos responsáveis de uma das estratégias de ações globais de grande sucesso da entidade gestora norte-americana, usufruir de uma grande segurança nas convicções que traça para o mercado acionista. Em entrevista à FundsPeople sobre um dos fundos mais conhecidos da casa de investimentos norte-americana, senão o mais conhecido, o profissional explicou as motivações e a filosofia por detrás do New Perspective Fund (NPF), que conta agora com cinco anos de vida na Europa e mais de 40 anos na sua versão original. Uma carteira de ações globais tem de sustentar uma estratégia que funciona e que captura de forma ativa o valor do mercado. De modo a alcançar os objetivos do fundo, a equipa gestora do NPF tem vindo a seguir uma estratégia que passa por identificar as empresas que possam vir a ganhar com a mudança de padrões a nível global, bem como com as relações económicas e políticas. O diretor de investimento acredita que esta filosofia se mantém desde o início, com base na observação das “oportunidades em empresas que operam em áreas como o cloud computing e software-as-a-service”, mas também em serviços digitais, “como o e-commerce, pagamentos digitais e media”. “A crescente dependência tecnológica é suportada pela maior procura por semicondutores”, começa por justificar Richard. O critério de investimento em empresas multinacionais de alta qualidade é essencial para o sucesso do produto. Como tal, Richard Carlyle explica a importância que a sua equipa tem na gestão do portefólio. “Os gestores do portefólio focam-se em empresas que podem vir a fornecer um crescimento duradouro – que fornecem produtos ou serviços altamente diferenciados, possuem vantagens competitivas e um enorme potencial de mercado que lhes permita sustentar o crescimento ao longo do tempo”, atesta. Todavia, qual terá sido a política de investimento que 92 FUNDSPEOPLE I NOVEMBRO E DEZEMBRO
vem sendo adotada pela equipa do Capital Group? Segundo o profissional, um processo globalmente integrado e orientado pelo research. Este método permite à equipa responsável pela gestão descobrir as empresas multinacionais que ainda estão na fase inicial de implementação no mercado, por meio de um rigoroso research de empresas que se destacam no seu mercado local e que têm uma visão de expansão nos mercados com o objetivo de se virem a tornar líderes nesses mercados. O contexto mundial em que vivemos, com o aumento da tensão comercial global e a pandemia COVID-19, forçou muitas empresas a reconsiderarem fatores como a segurança das suas cadeias de distribuição e a proceder a algumas mudanças e adaptações. Neste sentido, o diretor de investimentos do Capital Group realça como a política do produto foi seguida à risca pelos gestores durante o ano 2020. “Um objetivo importante da estratégia do New Perspective é identificar empresas que beneficiam com as mudanças nas condições comerciais, portanto, esta é uma área em que os nossos gestores focam particular atenção”, explica Richard. “Os clientes responderam bem a esta estratégia de investimento e o NPF registou recordes de fluxos de 1.600 milhões de dólares americanos no terceiro trimestre deste ano quando o fundo se aproximava dos 10 mil milhões em ativos sob gestão”, elucida o gestor. A composição da carteira de investimento do fundo é determinante para o seu sucesso. Como se terá adaptado este produto às novas tendências de mercado ao longo dos últimos anos? Segundo o responsável, o produto “continua a manter posições significativas em empresas inovadoras e disruptivas, que alimentam o crescimento da economia digital e a disrupção digital envolvida”. Porém, o fundo também aplica ativos em empresas que beneficiam do crescimento multigeracional de consumidores de mercados emergentes com elevado património. Richard explica que “isto está a ser expresso de várias maneiras”, nomeadamente através do “aumento da despesa em saúde, aumento da procura por produtos básicos e de luxo,
O NEW PERSPECTIVE FUND COMPLETOU A 30 DE OUTUBRO DE 2020 CINCO ANOS DE VIDA NA EUROPA E ATINGIU 10 MIL MILHÕES DE DÓLARES EM ATIVOS SOB GESTÃO
mas também com o incremento da procura crescente por seguros e serviços bancários”. No entanto, o fundo continua estruturalmente exposto em larga escala à economia antiga/tradicional, que se concretiza em investimentos como bancos tradicionais, energia e empresas de telecomunicações. “Estes modelos de negócio caracterizam-se por estarem a ser desintermediados, ou seja, modelos em que se removem os intermediários na economia da cadeia de negócio”, acrescenta o diretor. Na prática, Richard refere que não tomam “decisões de investimento a olhar para o fundo com uma abordagem top down”. Em vez disso, conta o profissional, analisam as oportunidades de investimento bottom-up, empresa a empresa, ao mesmo tempo que usam as ferramentas de pesquisa de que dispõem.
AJUSTES
Apesar da pandemia, a estratégia que o fundo tinha delineado não se alterou. Ou seja, a ideia que o Capital Group lançava há quase 50 anos, que consistia numa estratégia de capital global, hoje em dia, continua viva. O que a entidade gestora acreditava nessa altura era que as multinacionais
estavam bem posicionadas para operarem num mundo complexo devido à sua flexibilidade, adaptabilidade e agilidade. Atualmente, além de flexíveis, ágeis e resilientes, as multinacionais de sucesso podem oferecer excelentes oportunidades de crescimento ao longo das décadas. Richard conclui este ponto ao comentar que “é importante reiterar que o potencial de crescimento de longo prazo para muitas multinacionais não diminui devido à COVID-19”. Fruto destas convicções, o turnover do portefólio é baixo. Segundo Richard Carlyle, investem com uma abordagem de investimento de longo prazo e, “mais de 50% dos ativos da carteira têm um período de permanência no portefólio por mais de cinco anos”. Significa isto que a equipa gestora e analista do NPF está à procura de empresas que possam gerar retornos em vários horizontes temporais. “No final de setembro, a média a 12 meses do turnover era de 27,3%”, refere o gestor.
PERMANECER INVESTIDO
O responsável do produto não deixa de fora a recente e disputada eleição nos Estados Unidos e a forma como esta afetou a classe de ativos em que investe. “Os recentes eventos acrescentaram um novo nível de volatilidade a um já alto nível de incerteza. Contudo, historicamente falando, as eleições presidenciais não têm feito diferença no que concerne aos retornos dos investimentos de longo prazo. De facto, o mercado acionista dos Estados Unidos passou por todas as eleições desde 1933, atingindo sempre novos máximos ao longo do tempo, independentemente de ter sido um republicano ou democrata a vencer as eleições”, aborda o diretor de investimento. Para Richard, o que mais importa é permanecer investido. “Sair do mercado durante a época de eleições raramente valeu a pena”, acrescenta o profissional. “Por definição as eleições têm sempre um vencedor e um vencido, mas o verdadeiro vencedor foram os investidores que evitaram a tentação de controlar o mercado e permanecerem investidos por muito tempo.”, conclui o especialista do Capital Group. NOVEMBRO E DEZEMBRO I FUNDSPEOPLE 93
ENTREVISTAS DISTRIBUIDOR
por Margarida Pinto
10 ANOS DE EXISTÊNCIA Em janeiro a entidade comemora 10 anos de existência em Portugal. Pedro Costa Félix e Tatiana Monteiro dedicam-se a este mercado, mas também a outros, com Portugal como base.
Pedro Costa Félix e Tatiana Monteiro PARTNER E COUNTRY HEAD; RELATIONSHIP MANAGER, CAPITAL STRATEGIES
“O QUE NÓS PROCURAMOS É ESTABELECER UMA RELAÇÃO DE PROXIMIDADE COM OS INVESTIDORES EM TODOS OS MERCADOS” Comemoram 10 anos de presença em Portugal, a partir de onde cobrem também os mercados brasileiro e israelita. No nosso país já são 30 as entidades gestoras que representam.
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história da Capital Strategies Partners remonta ao ano 2000, quando profissionais dos mercados financeiros espanhol e suíço vislumbraram uma oportunidade muito concreta: responder às novas necessidades das gestoras de ativos, decorrentes da crescente importância da arquitetura aberta, que ia dando os primeiros passos na Europa Continental. A Portugal a entidade chegou mais tarde, em 2010, mas ainda assim num movimento contrário ao que muitas gestoras internacionais faziam. É o que começa por recordar Pedro Costa Félix, partner e country head da entidade: “Num momento em que todas as gestoras internacionais deixavam de ter uma representação em Portugal, nós 94 FUNDSPEOPLE I NOVEMBRO E DEZEMBRO
abrimos a Capital Strategies Portugal”. Dez anos depois a presença é ainda mais robusta, e são três os elementos atuais da equipa, da qual faz parte Tatiana Monteiro, também ela dedicada ao mercado português e adicionalmente ao israelita, e ainda Leonardo Lombardi, um elemento totalmente dedicado ao mercado brasileiro. Sem erguerem a bandeira de que representam as melhores gestoras, Pedro Costa Félix acredita que “a filosofia e posicionamento da Capital Strategies é apoiar os investidores na seleção de estratégias adequadas aos seus investimentos”. “Não temos a pretensão de dizer que representamos o melhor gestor ou a melhor estratégia de investimento do mundo – acho que isso nem existe!”, complementa. O ponto-chave é outro: “O que nós procuramos é estabelecer uma relação de proximidade com os investidores em todos os mercados, que nos permita ter um maior entendimento dos seus objetivos e características de investimento, de forma a encontrar a estratégia relevante para a sua carteira”, comenta Pedro Costa Félix.
PAÍS DIFERENTE, GESTORA DIFERENTE
As gestoras que representam em Portugal não são as mesmas que representam no Brasil ou em Israel. São já 30 as gestoras que apresentam em solo nacional, e cuja “dimensão, filosofia, estratégia e oferta” são, na opinião de Pedro Costa Félix, distintas das já existentes no mercado. Saltam à vista nomes como a Aviva Investors, gestora britânica com mais de 400 mil milhões de dólares em ativos geridos, a também inglesa, mas de origem sul-africana Ninety One (ex-Investec AM), com 130 mil milhões de dólares de AuM, ou a SEB Group, a segunda maior gestora da Europa do Norte, com mais de 180 mil milhões de euros até a americana William Blair, cujo património gerido está nos 62 mil milhões de dólares. Mas o espetro de entidades representadas também chega às boutiques, com nomes mais especializados, como a Seilern Investment Managers, que apresenta uma estratégia única quality growth aplicada aos fundos, ou a suíça RAM, pioneira na construção de portefólios e estratégias assentes num processo sistemático. Mas que critérios determinam a seleção de cada uma destas entidades? Pedro Costa Félix explica que “mais que um processo mecânico ou apenas quantitativo”, trata-se de um processo orgânico, onde tomam lugar os seguintes critérios: “fundos de excelência no que respeita a performance”, “estratégias diferenciadoras das já existentes nos mercados em que operamos”, “estratégias complementares às já existentes” e, por fim, “estratégias novas que não sejam mains-
tream”. No entanto, quase que se pode dizer que há uma tendência à qual é impossível fugir: o investimento ESG. Nesse sentido, da entidade explicam que auscultam de facto interesse do investidor nacional pelo tema, claro, mas do lado das gestoras “a maioria já começou a incorporar este tópico nos seus processos de investimento”. Contudo, foram mais longe, e por sentirem falta de ter alguma casa que fosse ESG por excelência, no final de 2019 começaram a representar a Aviva Investors, que conta com mais de 50 anos de políticas de investimento de impacto ou de integração ESG. “Na Capital Srategies acreditamos haver uma clara diferença entre gestoras que têm realmente os valores e políticas ESG integrados em todo o seu processo de investimento,
e aquelas que adicionaram o rótulo verde para se sentirem integradas”, clarifica Tatiana Monteiro. Para além do interesse pelo ESG, há outros tópicos que também suscitam o interesse dos investidores nacionais. “De uma forma mais generalizada, continuamos a observar procura por estratégias descorrelacionadas com os mercados tradicionais, como a GSA Coral que investe numa das maiores megatendências ao nível mundial: residências para estudantes universitários.”, comenta Tatiana Monteiro. No momento atual, há ainda outro tema sobre o qual têm sentido procura: Ásia, nomeadamente obrigações chinesas, em particular pelo fundo que Ninety One All China Bond, que a entidade representa. NOVEMBRO E DEZEMBRO I FUNDSPEOPLE 95
ENTREVISTAS GURU por Catarina Vinagre
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“Os mercados financeiros funcionam como se os US Treasuries fossem o instrumento sem risco do sistema, mas isso não é verdade. O ouro em barras é o instrumento sem risco do sistema e tem um imenso mérito para os investidores, tal como uma posição de liquidez”. É com esta ideologia em mente que Ned NaylorLeyland aborda a gestão do fundo que tem a seu cargo, um produto caracterizado por uma estratégia de investimento única que o distingue dos seus pares. TNE
GESTOR DO MERIAN GOLD AND SILVER, JUPITER ASSET MANAGEMENT NOVEMBRO E DEZEMBRO I FUNDSPEOPLE 97
ENTREVISTAS GURU
UMA TENDÊNCIA ASCENDENTE Alguns países, incluindo a China, têm procurado substituir por ouro o papel historicamente desempenhado pelo dólar, por exemplo, para comprar petróleo. Se esta tendência continuar, a importância do papel do ouro pode crescer.
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mbora o ouro e a prata sejam muitas vezes encarados como commodities, para Ned Naylor-Layland, são muito mais do que isso. O gestor acredita que aquele que por excelência é um ativo refúgio, o ouro, desempenha um papel importante num portefólio diversificado. Acredita também que os melhores resultados são obtidos através da gestão ativa ao combinar as alocações a ouro, prata e a ações de empresas de exploração mineira. Foi com esta filosofia que em 2016 nasceu o Merian Gold and Silver, uma solução feita à medida que equilibra o investimento em ouro e prata em barras com ações de empresas de exploração mineira de forma a conseguir os melhores retornos. O ouro e a prata são irmãos. Contudo, segundo explica o gestor, os movimentos da prata tendem a ser mais bruscos. “A prata geralmente aumenta de valor mais rapidamente do que o ouro quando os preços dos metais preciosos estão a subir, embora diminua mais rápido quando os preços estão a cair. Ter exposição a ações de empresas que extraem ouro e prata também oferece potencial para gerar retornos superiores quando os preços do ouro e da prata estão a subir, já que as ações de uma empresa de exploração mineira tendem a subir e a cair mais do que os preços dos metais em si”, explica Ned Naylor. O gestor da Jupiter AM explica que normalmente os investidores compram ouro em barras ou ações de empresas de exploração mineira. Quando compram os dois 98 FUNDSPEOPLE I NOVEMBRO E DEZEMBRO
acabam por juntá-los erradamente pois não têm em conta os problemas estruturais de cada um. “O que fazemos no fundo é gerir os subcomponentes de cada segmento de forma otimizada, tentando maximizar os retornos”, conta. A forma principal de o fazerem é ao utilizar prata e ações de empresas de exploração mineira de prata porque, segundo refere o gestor, o beta disponível é muito grande e há um grande potencial para um upside adicional.
UMA CALL OPTION NO OURO
Quanto à composição da carteira do Merian Gold and Silver, no mínimo, 15% do portefólio está investido em lingotes de ouro e prata. A restante percentagem é composta por ações das empresas já referidas. “Num mercado bullish, como o que enfrentamos agora, há uma divisão de 50/50% entre mineradoras de ouro e de prata”, explica o especialista. “Também temos um modelo defensivo, o que significa que podemos reduzir a exposição a prata, reduzir as ações de explorações mineiras, aumentar o ouro físico em carteira”, comenta. Segundo esclarece o gestor, muitos investidores não são sofisticados o suficiente para entender as ondas por onde flutuam as taxas de juro reais. Se as taxas de juros reais estiverem a subir durante cinco ou seis anos, isto significa que o ouro irá cair durante cinco ou seis anos. A forma como o gestor olha para o investimento em empresas de exploração mineira tem paralelismos com uma call-option. “Empresas mineradoras são uma
“TODOS OS GESTORES DIZEM QUE QUEREM MAXIMIZAR OS RETORNOS, MAS O QUE A MAIORIA TENTA FAZER É ULTRAPASSAR O BENCHMARK. PREFERIMOS FOCAR-NOS EM OFERECER O MÁXIMO DE OPCIONALIDADE E RETORNOS AOS NOSSOS CLIENTES”
forma de open-ended call option para problemas monetários. Uma onça de ouro vale cerca de 2.000 dólares. Se compramos uma onça de ouro e esta subir 500 dólares estamos expostos a essa subida de 25%. Com os custos operacionais, uma empresa mineradora, só consegue 500 dólares em cada onça. Se o preço sobe esses 500 dólares, teoricamente, duplicam a sua margem e a ação deveria duplicar também. Não funciona exatamente desta forma, mas este é o princípio básico de investir em ouro por esta via”, explica o especialista da Jupiter AM.
A IMPORTÂNCIA DA GESTÃO ATIVA
Para o gestor, os melhores resultados são obtidos através da gestão ativa. Porquê? Na opinião de Ned Naylor-Layland, porque uma abordagem de gestão ativa pode significar que até uma pequena alocação do fundo poderá oferecer potenciais benefícios semelhantes aos de uma participação maior em ouro puro, por exemplo, num ETF. Outra das razões apontadas pelo gestor é a governance, já que, conta, “é importante ter exposição ao ouro em barras armazenadas e controladas de acordo com os mais altos padrões globais, bem como ter exposição às empresas de exploração que operam com as melhores práticas e regras de conduta que promovam o bem-estar dos funcionários. “Um fundo gerido ativamente pode fazer isto, mas não acreditamos que um ETF possa oferecer tais garantias”, afiança o gestor. NOVEMBRO E DEZEMBRO I FUNDSPEOPLE 99
PRODUTOS COMPARAÇÃO por Regina R. Webb
A FRIA TRAVESSIA DOS
FUNDOS MISTOS
BLACKROCK GF GLOBAL ALLOCATION FUND
GESTORA: ACATIS LANÇAMENTO: 15/12/2008 DIVISA: EURO PATRIMÓNIO (milh. euros): 4.332 ISIN: DE000A0X7541
GESTORA: ALLIANZ GI LANÇAMENTO: 31/8/2011 DIVISA: EURO PATRIMÓNIO (milh. euros): 22.590 ISIN: LU0641242853
GESTORA: BLACKROCK LANÇAMENTO: 22/04/2005 DIVISA: EURO PATRIMÓNIO (milh. euros): 11.639 ISIN: LU0212925753
RENTABILIDADE 1 ANO: 4,11% RENTABILIDADE 3 ANOS: 5,08% RENTABILIDADE 5 ANOS: 5,52%
RENTABILIDADE 1 ANO: 11,58% RENTABILIDADE 3 ANOS: 5,86% RENTABILIDADE 5 ANOS: 6,46%
RENTABILIDADE 1 ANO: 6,63% RENTABILIDADE 3 ANOS: 1,65% RENTABILIDADE 5 ANOS: 2,81%
2018
2019
10,48
17,01 2020
100 FUNDSPEOPLE I NOVEMBRO E DEZEMBRO
3,32
-11,52
2,15
7,00 -6,94
-0,79
-0,42 2017
11,01
8,50
8,88 2,53
1 1 1 2016
13,34
ALLIANZ INCOME AND GROWTH FUND
18,33
ACATIS GANÉ VALUE EVENT FONDS
2 2 2 2016
2017
2018
2019
2020
2016
2017
Fonte: Morningstar Direct. Dados na divisa base do fundo a 31 de outubro de 2020. Dados de património em milhões de euros.
Apesar de ter todo um universo de ativos à sua disposição, a procura por produtos multiativos permaneceu morna durante os últimos anos.
33 3 2018
2019
2020
N
em euforia nem rejeição; nem grande procura nem fortes saídas. O fluxo do dinheiro para produtos mistos (categorizados como Allocation) permaneceu estável durante os últimos exercícios, mas com uma tendência descendente desde que tocou nos máximos de captações em 2014 e 2017. Durante os últimos dois anos as entradas líquidas foram positivas, mas mornas. Em 2018 até foram negativas. Não podemos falar de uma crise nos fundos mistos porque o dinheiro continua a entrar, mas a procura está a esmorecer. No ano que fechamos da-
qui a umas semanas, o apetite foi recuperado após a fuga de março e no ano de 2020 esta categoria global acumula entradas líquidas na Europa no valor de 17.718 milhões de euros. É um número pequeno quando comparado com os 67.519 milhões que entraram nos fundos de obrigações até setembro ou os 52.601 milhões em ações (sem incluir ETF). Nas categorias euro, as selecionadas para esta comparação, também notámos essa confiança moderada ainda que seja preciso fazer uma distinção. Nas quatro tipologias de mistos que estabelece a Morningstar (Arriscados Global, Flexíveis Global,
Cautelosos Global e Moderados Global) nota-se um claro viés este ano por produtos que suportam maior risco ou, pelo menos, mais flexíveis e ágeis no seu mandato. Assim, face aos 9.737 milhões que foram para os Mistos Arriscados Global ou face aos 6.151 no caso dos Mistos Flexíveis Global, nos Mistos Cautelosos Global apenas entraram 210 milhões em termos líquidos no ano inteiro. É curioso que num ano de múltiplas incertezas à escala global, o investidor esteja a optar por alocar dinheiro em apostas claras. Vemo-lo, como mencionámos anteriormente, na aposta em produtos claramente de ações
RUFFER TOTAL RETURN INTERNATIONAL
GESTORA: FLOSSBACH VON S. LANÇAMENTO: 4/4/2014 DIVISA: EURO PATRIMÓNIO (milh. euros): 10.911 ISIN: LU1038809049
GESTORA: PIMCO LANÇAMENTO: 25/2/2016 DIVISA: EURO PATRIMÓNIO (milh. euros): 3.821 ISIN: IE00BYQDND46
GESTORA: RUFFER LANÇAMENTO: 13/7/2011 DIVISA: EURO PATRIMÓNIO (milh. euros): 2.257 ISIN: LU0638558394
RENTABILIDADE 1 ANO: 4,55% RENTABILIDADE 3 ANOS: 5,75% RENTABILIDADE 5 ANOS: 5,43%
RENTABILIDADE 1 ANO: 15,16% RENTABILIDADE 3 ANOS: 4,97% RENTABILIDADE 5 ANOS: -
RENTABILIDADE 1 ANO: 7,09% RENTABILIDADE 3 ANOS: 1,78% RENTABILIDADE 5 ANOS: 2,90%
2018
2019
2020
6,85 -7,37
-5,59
0,24
6,62 2017
1,14
-4,44
6,54
5,39
4 4 2016
4,85
12,51 8,80
13,16
PIMCO GIS DYNAMIC MULTI ASSET FUND
20,83
FLOSSBACH VON STORCH MULTIPLE OPPORTUNITIES II
5 5 5 6 6 6 2016
2017
2018
2019
2020
2016
2017
2018
2019
2020
NOVEMBRO E DEZEMBRO I FUNDSPEOPLE 101
PRODUTOS COMPARAÇÃO
ACATIS GANÉ VALUE EVENT FONDS
GESTORES HENRIK MUHLE E UWE RATHAUSKY
VENCER O MERCADO SEM PERDER O SONO Esta estratégia da boutique alemã Acatis bebe da aposta no value que caracteriza a sua casa. Mantêm uma filosofia simples: vencer o mercado global, mas com uma continuidade que permita aos investidores dormirem bem em todas as fases do mercado. A sua política de investimento também se resume em três palavras: invistir nos vencedores. “Significa que apostamos em empresas fortes, com modelos de negócio sustentáveis, balanços sólidos e margens elevadas, o que lhes permite criar valor acrescentado para os seus acionistas”, explicam os gestores. Além de criar valor, têm um segundo requisito. “Mantemos os riscos baixos e investimos apenas quando o nosso compromisso é apoiado por um evento positivo.” Daí o nome do fundo: a combinação de Value e Event. Para os gestores, essa é a chave do sucesso de seu processo neste ano; uma alocação anticíclica de ativos que, na sua opinião, evitou um ano de perdas desde o início.
102 FUNDSPEOPLE I NOVEMBRO E DEZEMBRO
ALLIANZ INCOME AND GROWTH FUND
GESTOR DOUG FORSYTH
RENDIMENTOS ESTÁVEIS COM ATIVOS DOS EUA Um misto moderado com o objetivo de geração de rendimentos estáveis e crescimento do capital a longo prazo. O seu objetivo é compor uma carteira mista a partir do universo de ativos americanos com o fim de participar no potencial de subida das ações americanas com uma volatilidade potencialmente inferior. O fundo tem uma alocação estática a três classes de ativos principais: um terço a obrigações high yield, um terço a obrigações convertíveis e um terço a ações de alta qualidade, com um overlay de opções de compra. A equipa gestora, permanente e coesa, é um dos seus pontos diferenciadores e, na opinião da empresa, fundamental para a aplicação coerente do processo de investimento bottom-up, assim como para identificar as melhores oportunidades de retorno total na estrutura de capital de um emissor. Não houve mudanças substanciais no posicionamento da carteira. Para mencionar um movimento, recentemente a carteira aumentou a sua exposição a valores cíclicos, incluindo os industriais.
BLACKROCK GF GLOBAL ALLOCATION FUND
GESTOR RICK RIEDER
FUNDO-BANDEIRA DE DIVERSIFICAÇÃO GLOBAL SEM RESTRIÇÕES Fundo-bandeira de um estilo de investimento diversificado, global e sem restrições durante mais de 20 anos. O mandato tem a flexibilidade de investir livremente em todas as classes de ativos, regiões e setores e divisas, e vai procurar em todo o universo de investimento as melhores oportunidades. Combina a identificação do regime macro, a alocação de ativos e a seleção de valores fundamentais bottom-up, complementada por uma análise e investigação quantitativa. A carteira adota três princípios-chave: flexibilidade, diversificação e consciência do risco. Em abril de 2019, o diretor de Investimentos de obrigações globais, Rick Rieder, juntou-se a Russ Koesterich e a David Clayton na qualidade de gestor. É um fundo que tradicionalmente bebeu de uma dupla análise bottom-up e top-down, ainda que após a incorporação de Rieder na equipa se tenha registado uma maior influência macro. A carteira é um reflexo da filosofia do fundo de investir a longo prazo enquanto se gere o curto prazo.
FLOSSBACH VON STORCH MULTIPLE OPPORTUNITIES II
GESTOR BERT FLOSSBACH
UM OLHAR INDEPENDENTE DO MUNDO A relação rentabilidade/risco é decisiva para qualquer decisão de investimento neste misto flexível: o retorno potencial deve claramente superar qualquer risco de perda. A estrutura da carteira e, portanto, o perfil risco-recompensa, concentrase nas cinco diretrizes do Pentagrama Flossbach von Storch, em particular no princípio da diversificação. É uma abordagem de gestão ativa que se baseia no olhar independente do mundo que têm na boutique alemã. O seu cenário base atual é que as taxas de juro vão continuar permanentemente baixas. “Porque é necessário. Caso contrário, muitos países entrariam em insolvência”, explicam. Daí a grande aposta em ações de alta qualidade. O fundo navegou com dignidade as semanas de forte volatilidade do primeiro trimestre, pois cobriu parte da carteira desde fevereiro. No entanto, não capturaram totalmente a recuperação dos ativos de risco, pois demoraram mais para fechar esses hedges.
PIMCO GIS DYNAMIC MULTI ASSET FUND
GESTORA GERALDINE SUNDSTROM
CAUTELA E DINAMISMO; GANHAR AO NÃO PERDER Sundstrom lidera este misto flexível sob uma filosofia que combina cautela com dinamismo. A estratégia nasceu antecipando um contexto de rotura secular que seria transcendental nos próximos anos, e que agora preveem que será acelerada pela epidemia. São fatores como o crescimento da China, a transformação tecnológica, a fragilidade dos sistemas financeiros, a demografia e o envelhecimento de certas populações, o aumento do populismo e as mudanças climáticas. Na sua opinião, estar ciente disso ajudou-os durante a volatilidade do mercado ao entrarem em 2020 com um nível modesto de risco global, mas também com maior ênfase na qualidade. Para a gestora, o dinamismo com que o fundo movimentou este ano (primeiro tornandose cauteloso e depois oportunista) é resultado da sua filosofia de ganhar sem perder, jogar à defesa e apostar em ativos de qualidade.
RUFFER TOTAL RETURN INTERNATIONAL
GESTORES JACQUES HIRSCH E ALEX LENNARD
UMA PROTEÇÃO GENUÍNA TESTADA DURANTE DÉCADAS A estratégia global de multiativos e retorno absoluto da boutique Ruffer não é baseada em suposições sobre o passado ou correlações históricas entre classes de ativos, mas numa abordagem prospetiva que considera uma variedade de possíveis cenários futuros. A sua abordagem de investimento foi testada ao longo dos últimos 25 anos no mercado, onde não só entregou um retorno líquido positivo, como também o alcançou com uma baixa correlação com ações e outras classes de ativos. O exemplo mais recente da sua robustez foi o início da crise da COVID-19 em março. A inflação é uma das preocupações atuais. Uma recuperação dependente da dívida não será capaz de suportar taxas de juro mais altas e acreditamos que uma inflação mais alta será tolerada como um preço para reabilitar a economia, argumenta. Preparada para esta situação, a carteira posicionou-se com um duplo jogo: ações value para o anúncio da inflação e obrigações vinculadas à inflação para quando esta chegar.
NOVEMBRO E DEZEMBRO I FUNDSPEOPLE 103
PRODUTOS COMPARAÇÃO
2 22 2
ALLIANZ INCOME AND GROWTH FUND
4.332
25.984 26.026
4.033
31.875 27.263
18.038
1.766
27.509
12.415
1.296
15
35.556
22.590
2.473
2016
3 33 3
BLACKROCK GF GLOBAL ALLOCATION FUND
2017
2018
2019
2020
2016
11.639 2017
2018
2019
2020
2016
2017
2018
2019
2020
Fonte: Morningstar Direct. Dados de património em milhões de euros a 31 de outubro de 2020.
1 11 1 ACATIS GANÉ VALUE EVENT FONDS
15
15
2 1 12
9
9
6
MAPA risco/rentabilidade
3
9
1
4
2
6
6
6
3
3 1
2
12
3
3 1
23
4
3
BlackRock Global Funds Global Allocation Fund
4
Flossbach von Storch Multiple Opportunities II
5
PIMCO GIS Dynamic MultiAsset Fund
6
5
Acatis Gané Value Event Fonds Allianz Income and Growth
Ruffer Total Return International
Divisa base (euro)
2
34
5
3
45
6
4
56
5
6
6
Rentabilidade anualizada três anos (%)
ACATIS GANÉ VALUE EVENT FONDS
ALLIANZ INCOME AND GROWTH
BGF GLOBAL ALLOCATION FUND
FLOSSBACH VON STORCH MULTIPLE OPPORTUNITIES II
PIMCO GIS DYNAMIC MULTI ASSET FUND
RUFFER TOTAL RETURN INTERNATIONAL
RENT. ANUAL A TRÊS ANOS
5,08
5,86
1,65
5,75
4,97
1,78
VOLATILIDADE A TRÊS ANOS
12,70
13,34
11,17
8,86
5,14
6,21
QUEDA MÁXIMA TRÊS ANOS
-15,91
-16,02
-15,48
-9,08
-6,82
-7,39
RÁCIO SHARPE TRÊS ANOS
0,27
0,29
0,03
0,37
0,35
0,02
ALFA TRÊS ANOS
-3,25
-3,22
-6,45
-1,19
0,25
-2,62
BETA TRÊS ANOS
0,76
0,84
0,72
0,57
0,31
0,29
104 FUNDSPEOPLE I NOVEMBRO E DEZEMBRO
Fonte: Morningstar Direct. Dados a 31 de julho de 2020.
12 Volatilidade três anos (%)
12
FLOSSBACH VON STORCH MULTIPLE OPPORTUNITIES II
44 4
PIMCO GIS DYNAMIC MULTI ASSET FUND
10.911
55 5
66 6
3.821
2.650
8.367
4.396
RUFFER TOTAL RETURN INTERNATIONAL
1.606
5.137
1.031
2.381
1.187
2.661
2.257
2.236
436
2.192 2016
2017
2018
2019
2020
ou de obrigações, mas também na entrada em temáticos específicos como a tecnologia. Os mistos estão na outra face da moeda, apesar das condições de mercado relativamente benignas em quase todas as classes de ativos. E isto reflete-se na diversidade de oportunidades que os gestores encontram no mercado. De facto, analisando as carteiras dos fundos desta comparativa vamos notar essa variedade no posicionamento.
DIVERSIDADE DE IDEIAS
Na PIMCO, Geraldine Sunstrom, gestora do PIMCO GIS Dynamic Multi Asset Fund vislumbra um período de crescimento acima da tendência para os próximos anos, à medida que a economia global emerge do profundo buraco da recessão da COVID-19. Mas vê dois fatores chave de oscilação que vão poder produzir surpresas boas ou más. Primeiro, a situação sanitária. Novas ondas de infeção face a vacinas e tratamentos eficazes. Segundo, o grau em que a política fiscal se mantém ativa ou retrocede. “Ainda que já se vislumbre um maior estímulo na Europa com o fundo de recuperação que começará a desembolsar os fundos durante 2021,
2016
2017
2018
2019
2020
é de esperar que o resultado das eleições nos EUA traga mais claridade sobre o alcance e a natureza do apoio fiscal continuado nas próximas semanas” analisa. Os gestores também sentem que o mercado de high yield se normalizou após a crise de liquidez de março. Para Doug Forsyth, CFA, gestor do Allianz Income and Growth é difícil de identificar uma melhor opção de risco/rentabilidade em obrigações. “As obrigações high yield dos EUA deverão contribuir tanto de uma perspetiva de diversificação como de rendimento relativo, oferecendo uma oportunidade de rendimento muito atrativa em comparação com os retornos negativos e deprimidos a nível mundial com uma menor sensibilidade à taxas de juro”, argumenta. Outros preferem assumir o seu risco via ações. “Os mercados de ações oferecem rendimentos mais atrativos num contexto de baixas taxas de juro. É pouco provável que as taxas subam a médio prazo, pelo que o mercado hawkish de obrigações dos últimos 35 anos terminou”, sentencia a equipa gestora do Acatis Gané Value Event Fonds. “Estamos claramente centrados nos melhores modelos de negó-
2016
2017
2018
2019
2020
cio nos mercados de ações, dado que o risco que os investidores assumem nas obrigações não é suficientemente compensado”, defendem. Na Flossbach von Storch também reconstruiram a exposição a ações no FvS Multiple Oportunities de volta para 70%, mas precisamente pelos motivos contrários aos da Acatis. “As taxas de juro vão permanecer baixas porque assim devem estar. Caso contrário, muitos países entrariam em insolvência. E neste contexto, uma proporção significativa dos ativos deverá ser investido em ativos tangíveis líquidos de primeira classe, predominantemente em ações de muito boas empresas”, argumenta Bert Flossbach, cofundador da Flossbach von Storch e gestor do fundo.
A informação sobre Organismos de Investimento Coletivo ou outros instrumentos financeiros incluída na FundsPeople é apresentada apenas com fim informativo e ilustrativo e não deve ser interpretada como uma oferta de venda ou recomendação de investimento. A informação não representa uma descrição completa dos OIC ou outros instrumentos financeiros e mercados a que faz referência.
NOVEMBRO E DEZEMBRO I FUNDSPEOPLE 105
PRODUTOS CARTEIRAS por Mehdi Douali
NUM ANO EM QUE FICARAM MUITO DEFINIDOS OS SETORES MAIS AFETADOS PELA CRISE FACE AOS BENEFICIADOS PELA MESMA, AS ESTRATÉGIAS DE AÇÕES LONG/SHORT MOSTRARAM UM BOM COMPORTAMENTO 106 FUNDSPEOPLE I NOVEMBRO E DEZEMBRO
FUNDOS LONG/SHORT EQUITY COM SELO FUNDSPEOPLE 2020 SELO FUNDSPEOPLE
FUNDO
ENTIDADE GESTORA
CATEGORIA MORNINGSTAR
ATIVOS SOB GESTÃO EM EUROS
Eleva UCITS Fund - Fonds Eleva Absolute Return Europe
ABC
Eleva Capital
Long/Short Equity - Europe
2.225.605.556,
Janus Henderson United Kingdom Absolute Return Fund
ABC
Janus Henderson
Long/Short Equity - UK
2.729.893.088
Pictet TR - Atlas
ABC
Pictet Asset Management
Long/Short Equity - Global
834.044.130
Schroder GAIA Egerton Equity
ABC
Schroders
Long/Short Equity - Global
999.001.871
Schroder GAIA Sirios US Equity
ABC
Schroders
Long/Short Equity - US
407.114.625
Fonte: Morningstar, a 26 de novembro de 2020
O
s fundos da categoria Ações Long/Short tiveram um bom comportamento nos últimos seis meses. Os que conseguiram manter uma exposição longa líquidas no segundo trimestre, quando os mercados mundiais recuperaram desde os níveis mínimos, registaram rentabilidades superiores. O bom comportamento dos mercados de ações desde meados de maio até ao verão ocultou uma importante rotação fatorial que provocou o fecho de um nível sem precedentes de posições curtas e um aumento da procura por ações que tinham gozado de menor popularidade até então, como as de baixa qualidade, short momentum e outras. Ao longo de maio e junho, muitos gestores fundamentais começaram a aumentar as suas exposições brutas ao apostar numa recuperação e no regresso ao novo normal económi-
O BOM COMPORTAMENTO DOS MERCADOS DE AÇÕES ATÉ AO VERÃO OCULTOU UMA IMPORTANTE ROTAÇÃO FATORIAL co, enquanto outros mantiveram a prudência perante a possibilidade de uma segunda onda do vírus e novos confinamentos locais. Os mercados de ações viram-se suportados pelo anúncio de medidas de estímulo, mas o sentimento dos investidores deteriorou-se até ao final do trimestre. O terceiro trimestre também NOVEMBRO E DEZEMBRO I FUNDSPEOPLE 107
PRODUTOS CARTEIRAS
foi positivo para a estratégia, com contribuições tanto das posições longas da carteira como das curtas, e a alavancagem bruta aumentou em geral entre o grupo de comparáveis. Os valores tecnológicos lideraram os ganhos, enquanto o setor energético ficou para trás. Apesar de os mercados de ações terem subido fortemente desde março, a recuperação foi muito desigual e viu-se impulsionada por empresas cujos negócios se viram menos afetados ou até beneficiaram do confinamento. A parte longa das carteiras centrou-se em empresas com franquias fortes e rendimentos recorrentes e setores com encomendas plurianuais, como a defesa, serviços empresariais e desenvolvimento de infraestruturas.
A PARTE LONGA CENTROUSE EM EMPRESAS COM MARCAS FORTES E RECEITAS RECORRENTES E SETORES COM ENCOMENDAS PLURIANUAIS 108 FUNDSPEOPLE I NOVEMBRO E DEZEMBRO
As posições curtas centraram-se nos setores que sofreram um abrandamento sem precedentes da atividade, como o comércio a retalho, o setor imobiliário e as atividades de lazer, ou que apresentavam balanços mais débeis e estruturas operativas menos flexíveis, como as linhas aéreas e o setor aeroespacial. Quando o rally que viveram este ano as grandes empresas de tecnologia americanas vacilou em setembro, as posições curtas em certas empresas tecnológicas e de semicondutores resultaram muito rentáveis para vários gestores do grupo de comparáveis.
ESTRATÉGIA A ESTRATÉGIA
Analisamos três fundos da categoria. Em primeiro lugar, o Janus Henderson UK Absolute Return Fund, que gerou alfa e superou o índice este ano e em 2019. Na carteira de posições longas, um provedor de serviços de transporte de mercadorias esteve entre os mais rentáveis, enquanto algumas companhias de seguros condicionaram a rentabilidade. Curiosamente, as promotoras imobiliárias britânicas contribuíram positivamente para a rentabilidade graças à extensão do programa governamental Help to Buy. Entre as posições curtas, a exposição a uma linha aérea britânica foi positiva. Face ao último trimestre do ano, a carteira tem uma exposição mais equilibrada a fatores de growth/ value; a seleção de valores será determinante perante o impacto da COVID-19 e as perspetivas geopolíticas. Em segundo lugar, o Pictet TR Corto
P
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A OPINIÃO DE CRISTINA CARVALHO Manager de vendas Corporativas & Institutionais e responsável pelo Mercado Português , Amundi
UM MULTIATIVO CONSERVADOR ESG COM 33 ANOS DE TRAJETÓRIA
EM SETEMBRO AS POSIÇÕES CURTAS EM CERTAS EMPRESAS TECNOLÓGICAS FORAM MUITO RENTÁVEIS PARA VÁRIOS GESTORES DO GRUPO COMPARÁVEIS
Europe, um fundo que se comportou muito bem este ano e ganhou 4,3% em comparação com o índice de referência, que caiu 17,1%. O fundo mantém 60-70 posições longas e 50-60 curtas, com uma exposição bruta em torno dos 120-180%, ainda que atualmente se situe no nível inferior da faixa. As posições curtas da carteira funcionaram muito bem, sobretudo, as abertas em empresas de fornecimento, lares para idosos e empresas de saúde. Por setores, o fundo está exposto principalmente ao consumo discricionário, industriais e materiais e mantém uma posição curta líquida no setor energético, que provavelmente continuará numa situação difícil devido à segunda onda da pandemia. Durante outubro, os gestores voltaram a reduzir a exposição, tanto bruta como líquida, abaixo da sua faixa habitual, porque os preocupa cada vez mais a segunda onda da pandemia e o seu possível impacto na recuperação económica. Em terceiro lugar, o Schroder GAIA
Egerton. Este fundo de ações globais long/short, que se propõe a gerar rentabilidade absoluta a médio e longo prazo com um elevado grau de liquidez, conta com um sólido histórico e recuperou bem da crise do primeiro trimestre com uma rentabilidade próxima a 6%. O fundo começou o ano com uma carteira de empresas de crescimento e defensivas, a maioria das quais pertence ao setor TMT (tecnologia, meios de comunicação e telecomunicações) e negoceiam nos EUA, e muitas das quais estão há anos na carteira. Nos últimos meses, as posições curtas contribuíram positivamente, impulsionadas pelas várias posições relacionadas com o setor energético que replicaram com o setor energético, que replicaram as fortes quedas do petróleo, mas superaram ligeiramente o mercado em geral. Atualmente, o fundo manteve um posicionamento longo líquido de 66,9% e uma exposição brutal total de 161,5%.
A pandemia recordou-nos que vivemos num mundo imprevisível e, ainda que as vacinas sejam a luz ao fundo do túnel, continua a haver muitas incógnitas no horizonte. Por isso, temos uma abordagem multiativa conservadora para construir uma carteira equilibrada, que invista ativa e flexivelmente em diferentes classes de ativos (ações, obrigações, crédito, divisas, etc.) para procurar rentabilidade com um perfil de baixa volatilidade e que, além disso, integra critérios ESG, contribuindo para um rendimento mais sustentável a longo prazo. A abordagem 360º do Amundi Funds Multi-Asset Sustainable Future não só procura empresas de qualidade do ponto de vista financeiro e fundamental, como também aquelas cujos fatores não financeiros podem melhorar o rendimento a longo prazo procurando melhorar as práticas no meio ambiente ou a sociedade. Além disso, o investimento responsável não prejudica o rendimento, pelo contrário: as empresas centradas em melhorar as suas práticas ESG estão melhor equipadas para identificar os riscos e oportunidades que podem conduzir a melhores rendimentos a longo prazo. A estratégia conta com uma trajetória consistente de 33 anos reconhecida com 5 estrelas Morningstar. A satisfação de construir uma manhã melhor.
NOVEMBRO E DEZEMBRO I FUNDSPEOPLE 109
PRODUTOS ALTERNATIVOS
por Miguel Rêgo, CFA
ALTERNATIVOS LÍQUIDOS
A RECEITA GOURMET EM LARGA ESCALA
Se a receita tradicional já não satisfaz, os sabores de sempre já enjoam ou os sabores exóticos são os mais apreciados, nada como recorrer a um Chef com ingredientes e especiarias de altíssima qualidade, facas japonesas especiais de corrida e um je ne sais quoi na abordagem à receita, que só ele pode dar.
N
ão se faz dos mesmos ingredientes uma experiência sensacional se a receita é seguida à risca de forma tradicional. No entanto, uma receita especial tem também, tipicamente, a característica de ser única. Quiçá apenas se possa provar um determinado restaurante com uma ou mais estrelas Michelin. Fazer dessa receita um franchising mundial é pouco exequível, pelo menos sem sacrificar a qualidade. E não haverá melhor metáfora que esta para contextualizar um determinado e particular nicho do mundo da gestão de ativos, o dos alternativos lí-
110 FUNDSPEOPLE I NOVEMBRO E DEZEMBRO
quidos, um universo que cresceu significativamente nos últimos 10 anos. A conjuntura peculiar de política monetária que resultou dos exageros pré 2008 trouxe consigo um desafio de tal maneira difícil de ultrapassar que os gestores de ativos e patrimónios viram-se forçados a recorrer a ferramentas menos comuns para encontrar yield ou retorno descorrelacionados para diversificar as carteiras. A receita tradicional não funciona e há que inovar; exatamente conhecido pelas suas estratégias exóticas, o mundo dos hedge funds é reconhecido pela sua história de retornos significativos e um comportamento tudo menos correlacionado num mundo em que as
receitas exóticas resultam, quando tudo corre bem, em retornos extraordinários. No entanto é também um mundo conhecido por ser opaco. O bom Chef não revela onde compra os seus ingredientes, nem muito menos todos os seus segredos. Muito pouco regulado. Ninguém tem controlo sobre como se procede à confeção. E difícil de aceder, especialmente para aqueles investidores que se veem balizados pela regulação e políticas de investimento. E é neste contexto que a possibilidade de aceder a algumas destas estratégias num formato mais amigável em termos de liquidez, transparência e regulação foi abraçada por profissionais
que tinham fome de diversificação. Foi abraçada por produtores e investidores num tipo de produto que podemos chamar de alternativos líquidos.
IGUAL, MAS DIFERENTE
Contudo, embora a receita possa ser parecida, como no caso do restaurante vs franchising, as diferenças são significativas. Por um lado, as comissões elevadas são uma das críticas levantadas a quem investe nestas versões mais reguladas de estratégias mais exóticas. Por outro, e talvez mais importante, a ideia de que empacotar um ativo ou uma abordagem de investimento que por definição é menos líquida num produto com liquidez tem todo o potencial para ser uma fonte de incompatibilidade em contextos de mercado mais voláteis. Alguma coisa se terá que sacrificar para poder disponibilizar receitas de sucesso sem aquelas especiarias mais difíceis de encontrar ou sem aquelas facas de chef que permitem trabalhar
os ingredientes de uma forma mais eficaz. Desmontando a metáfora, falamos de constrangimentos na utilização de alavancagem, na concentração das posições, flexibilidade, recurso a derivados, ou muitas outras restrições que um fundo UCITS tem que enfrentar para, ultimamente, proteger o investidor. Em suma, um alternativo líquido acaba por diferir significativamente da sua contraparte mais reservada. Contudo, se no princípio deste movimento do mercado o sucesso em termos de fluxos foi estrondoso, desde 2015 que estes veículos têm ficado aquém nessa evolução. E não só. A própria fotografia das rentabilidades, drawdowns e relação retorno risco, no universo dos alternativos líquidos não tem sido a mais favorável.
OPINIÕES DO MERCADO
Sobre estes veículos, e no contexto do projeto Insights Portugal , recentemente desenvolvido pela FundsPeople, al-
O COMENTÁRIO DO MERCADO PEDRO ASSIS
Partner, Baluarte Wealth Advisors
“Pelas restrições a que têm que obedecer estes fundos alternativos mais domesticados, [...] estes investimentos alternativos mais líquidos têm perdido progressivamente interesse.” BERNARDO GODINHO
Responsável do Mercado de Capitais, Atlântico Europa
“Uma década de promessas não cumpridas de alpha num contexto em que os mercados têm sido parabólicos” FRANCISCO CARNEIRO
Partner, Lisbon Family Office
“Se querem um hedge fund, comprem the real thing. Se não, mantenham-se nas classes de ativos tradicionais”
guns profissionais nacionais da gestão de ativos e patrimónios, partilharam a sua opinião, como consumidores de um produto cujo sabor tem deixado muito a desejar. Pedro Assis, Partner na Baluarte Wealth Advisors explica como vê a conjuntura no universo de alternativos líquidos. “Ao longo do tempo, muitas estratégias de investimento alternativas em ativos cotados foram sendo transformadas em fundos de investimento, que têm vindo a aproximar-se em disponibilidade e liquidez, a fundos de investimento tradicionais. Podemos chamar-lhes hedge funds harmonizados. Pelas restrições a que têm que obedecer estes fundos alternativos mais domesticados, e pela arbitragem já feita sobre a maioria das oportunidades que existiam há 20/30 anos, estes investimentos alternativos mais líquidos têm perdido progressivamente interesse, e vemos uma alocação cada vez menor no património dos nossos clientes”. De igual forma, para Bernardo Godinho, responsável do Mercado de Capitais do Atlântico Europa, estamos num contexto em que “é difícil retirar yield seja do que for e, como consequência, temos descido na escada da liquidez à sua procura”. O profissional atesta também que se viu no mercado muito interesse pelos veículos que se têm vindo a retratar neste artigo. No entanto, “no que se refere aos hedge funds, especificamente os alternativos líquidos, têm sido na sua maioria uma desilusão. Claro que alguns têm-se comportado bem, mas para a maioria tem sido uma década perdida. Uma década de promessas não cumpridas de alpha num contexto em que os mercados têm sido parabólicos”, comenta. Francisco Carneiro, Partner no Lisbon Family Office e profissional com 30 anos de experiência no mundo dos hedge funds é assertivo e dá um conselho aos investidores. “Se querem um hedge fund, comprem the real thing. NOVEMBRO E DEZEMBRO I FUNDSPEOPLE 111
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PRODUTOS ALTERNATIVOS
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A OPINIÃO DE
DIFERENÇAS ESTRUTURAIS ALTERNATIVOS LÍQUIDOS
REGULAMENTAÇÃO
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Maior regulamentação
Menor regulamentação
Comissões de gestão *
Menor - Comissão sobre ativos
Maior - Comisssão sobre ativos - Comissão sobre performance
Montantes mínimos de investimento
Menor tipicamente entre 5.000 USD e 250.000 USD
Maior - tipicamente entre 1 milhão de USD e 5 milhões de USD
Especificidade de divulgação
Sim - relatórios standardizados sob a forma de prospeto e relatórios anuais/ trimestrais
Algum, mas menos standardizado
Holdings - divulgação
Sim - Reporte trimestral
Varia - Difícil de obter
Frequência e qualidade de preço
Maior - preços diários com maior standardização
Varia - Frequência é tipicamente mensal
Restrições na venda
Não - investidores podem resgatar diariamente.
Sim - Períodos de lockup e gating, entre outras.
Limitação de alavancagem
Sim
Não
Requisitos de liquidez
Sim - 85% dos ativos devem ser mantidos em investimentos líquidos
Não - À discrição do gestor.
Requisitos no shorting
Sim - O valor total das liabilities criadas usando shorts tem que ser coberto mantendo um montante equivalente de colateral.
Requisitos de margem alinhados com o risco geral das posições da carteira.
ACESSO E COMISSÕES
TRANSPARÊNCIA
HEDGE FUNDS
LIQUIDEZ
* Taxas adicionais podem ser aplicadas dependendo da estrutura, incluindo taxas de plataforma, taxas de marketing, load fees, taxas de auditoria e taxas administrativas. Alguns alternativos líquidos podem cobrar comissões de performance, mas são inferiores às taxas de hedge funds comparáveis. ^ Veja Stemme e Slattery (2002). Notas: Algumas características abordadas são generalizações. Como grande parte da nossa amostra de dados consiste em alternativos líquidos e hedge funds dos EUA, a figura se concentra na estrutura regulatória dos EUA. Os regulamentos diferem em todo o mundo, embora outras estruturas importantes (como UCITS) tenham restrições semelhantes às características de fundos aqui descritas. Fonte: The wrapper matters: Comparing liquid alternatives and hedge funds, Vanguard Research
Se não, mantenham-se nas classes de ativos tradicionais”, exclama. Para o especialista, a liberdade que vem em conjunto com a menor transparência no universo tradicional de hedge funds é um fator diferenciador pela positiva. “Bater o mercado parece muito simples na teoria. Teoricamente, se queremos fazê-lo no longo prazo basta comprar ações com um beta elevado. Como toda a gente tem esta restrição, as ações com um beta elevado negoceiam mais caro. Investidores como o Warren Buffett descobriram, no entanto, que podem comprar ativos de baixa volatilidade, 112 FUNDSPEOPLE I NOVEMBRO E DEZEMBRO
alavancar um pouco a carteira e bater o S&P. Este é o modelo tipo de um hedge fund”, exclama. “Os hedge funds UCITS fazem teoricamente sentido, mas lendo um prospeto com que me deparei recentemente encontrei 24 razões pelas quais o fundo podia suspender a liquidez. Têm liquidez diária, se ninguém precisar dela”, exclama em jeito de conclusão. Em suma, um Chef é um Chef e não é replicável. É possível partilhar a receita e distribuir em larga escala? É, mas não sem se sacrificar aquele toque de midas que torna cada receita única.
ISABEL DE LINIERS Senior sales, DWS Iberia
MITIGAR AS MUDANÇAS CLIMÁTICAS POR MEIO DE INVESTIMENTOS A chegada da pandemia fez com que as tendências mais pujantes dos últimos anos acelerassem o seu ritmo e, como não poderia ser de outra forma, uma delas é o investimento sustentável. As mudanças climáticas continuam a ser um tema relevante para toda a sociedade e, portanto, também para os investidores. No ambiente volátil em que nos encontramos hoje, os regulamentos e as leis estão a agir de acordo para promover uma maior sustentabilidade ambiental. Neste cenário, encontrar o equilíbrio entre lucratividade e risco pode ser uma tarefa difícil. No entanto, se estudarmos as empresas nas quais investir de uma perspectiva ESG, podemos obter informações muito úteis. Nos últimos meses, podemos afirmar que os investidores têm prestado ainda mais atenção às questões ESG e relacionadas às mudanças climáticas. Nos últimos anos, as empresas oferecem soluções contra as mudanças climáticas e procuram uma oportunidade lucrativa para os investidores, reduzindo o nível de risco. Cada vez mais, estão a implementar recursos e inovação para fornecer a tecnologia necessária para melhorar a proteção do clima. Em suma, estamos no momento mais apropriado para os investidores focarem a sua atenção em produtos como o fundo DWS Invest ESG Climate Tech, que pode direta ou indiretamente apoiar a contenção do aquecimento global, seja porque ajuda a mitigar o efeito estufa, ou porque nos ajuda adaptar-nos a ele.
Insights Portugal
Tudo o que precisa de saber sobre a gestão de ativos em Portugal O Insights Portugal recolhe todas as ideias sobre o negócio da gestão de ativos em Portugal: conversas entre players da indústria nacional e provedores de estratégias de cariz internacional, opiniões de reguladores e associações da indústria sobre o atual contexto, abordando ainda as tendências que vão marcar o futuro da gestão de ativos, bem como aquelas que têm vindo progressivamente a modelar a forma de se fazer negócio em Portugal
Descubra-o aqui! https://fundspeople.com/monographic/Insights-portugal/
Distribuição de vendas
PRODUTOS ETF
por Carlos Fernández Herraiz
O
FUN CIO NA MEN TO DOS ETF
Marketing e RP
25
Provedor de dados 27
Provedor do índice
24 23 13
Legal
Administradores
22
21
EMITENTE DO ETF
29
Assesores 31
30
20
Compliance
36
37
Subassesores
32
2
1
Agente de empréstimo de valores
33
Administrador do fundo Custódia
Contabilidade
10
3
Medallion Distributor
11
Qual é a estrutura destes produtos? Neste artigo analisamos o seu complexo ecossistema e o papel de cada um dos participantes, assim como a relação entre eles.
114 FUNDSPEOPLE I NOVEMBRO E DEZEMBRO
26 28
Broker-Dealers Agency Brokers
Broker
Full-Sevice Brokers Discount Brokers
8
28
26
18
Reguladores
7
SEC
Unidade de Gestão de Investimentos
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15
CFTC
19
FINRA
Trading e Mercados
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17
INVESTIDORES Execução
36
NSCC
35
Mercados de valores
OTC e dark pools
9 19
6
iNAV/10PV/11C Agent
Lead Market Marker (LMM) Registered Market Markers (RMM)
Criadores de mercado
34
Desginated Liquidity Providers (DLP) Competitive Liquidity Providers (CLP)
Agente de transfêrencia
4
Participantes autorizados (AP)
5
FLUXOS DE INVESTIMENTO SERVIÇOS REGULAÇÃO Fonte: Arro Financial Comm.
12 19
O
s ETF são produtos híbridos que podem ser contratados como fundos, com liquidez e valor da unidade de participação ao final do dia, ou como ações, que se compram e vendem nas bolsas durante o horário de atividade do mercado. São uma mistura entre os fundos tradicionais e os chamados fundos fe-
chados, veículos cotados populares nos mercados anglo-saxónicos. Assim, um ETF poder ser adquirido como uma ação tradicional nos mercados em que se encontre listado. Será necessário contar com um agente, o broker, que facilita a aquisição ou a venda de títulos dos seus clientes. O cliente pode dar uma ordem ao seu broker para que adquira ações
de um ETF em bolsa. O broker procederá à aquisição dessas ações por conta do cliente no mercado. Ao prestar este serviço, o broker cobra uma comissão. Alguns clientes institucionais acedem também a mercados não organizados, como as dark pools, onde se trocam títulos de empresas cotadas e também ETF. As dark pools repreNOVEMBRO E DEZEMBRO I FUNDSPEOPLE 115
PRODUTOS ETF
AO COMPRAR UM ETF NO MERCADO EXISTEM PLAYERS ESPECIALIZADOS, OS CRIADORES DE MERCADO, QUE DÃO LIQUIDEZ ÀS AÇÕES DO ETF
sentam para os operadores outra fonte de liquidez além das bolsas. Ao comprar o ETF no mercado, o normal é que existam agentes especializados, os criadores de mercado, que se encarregam de dar liquidez às ações de ETF. Os criadores de mercado serão a contrapartida da ordem de compra que o broker põe no mercado, nas condições definidas com o cliente. O criador de mercado obtém rendimentos à troca de oferecer essa liquidez que não se expressa em forma de comissões, mas a partir da diferença de preços existente entre os preços de compra e venda a que se oferecem as ações do ETF. Devido ao facto de existir uma concorrência de criadores de mercado, os spreads mantêm-se em faixas normalmente estreitas. Não obstante, existe uma tensão no spread de compra-venda de qualquer título que represente uma carteira subjacen116 FUNDSPEOPLE I NOVEMBRO E DEZEMBRO
te, posto que o criador de mercado tem de conhecer com precisão o valor e os custos de réplica da dita carteira para otimizar o seu trabalho. O facto dos ETF se costumarem gerir de tal forma que se aproximam o mais possível de um índice facilita enormemente a visibilidade de qualquer agente que pretenda replicar o funcionamento do ETF. Não há lugar para a incerteza sobre qual é o conteúdo da carteira, ou pelo menos sobre a sua variabilidade esperada, dado que estão definidas no índice que o ETF replica. De facto, o provedor de índices de ETF é o agente que oferece toda a informação relevante sobre os títulos contidos no índice, a forma de ponderação, os rebalanceamentos, caso sejam necessários, o tratamento de eventos societários, etc. Isto fez com que se desenrolasse na indústria um agente fundamental na dinâmica de funcionamento dos ETF que é o denominado participante autorizado. O participante autorizado é um ator de mercado que não adquire participações de ETF em bolsa, ou seja, no mercado secundário. Pelo contrário, recebe novas participações em bloco, as chamadas unidades, em troca da entrega de um conjunto de títulos ao ETF que replica a sua carteira. Portanto, o ETF emite novas participações ou destrói-as quando um participante autorizado lhe entrega ou recebe títulos constituintes desse ETF. Este tipo de negociação denomina-se de mercado primário do ETF, posto
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A OPINIÃO DE TANIA SALVAT Vendas para a área de Distribuição na Península Ibérica, BlackRock
QUE A FALTA DE INFORMAÇÃO NÃO TRAVE O CRESCIMENTO DO ISR NA PENÍNSULA IBÉRICA
que os agentes envolvidos criam participações novas em contraposição com o mercado secundário, onde se negoceiam participações já existentes. Os participantes autorizados não são obrigados a operar, mas a sua motivação para o fazer é a possibilidade de beneficiar de operações de arbitragem. As oportunidades de arbitragem existem quando o conjunto de títulos subjacente ao ETF num momento determinado de mercado não negoceia exatamente igual ao valor equivalente da participação do ETF. Isto acontece porque as dinâmicas de compra e vendas dos ETF podem ser diferentes das que compõem o índice. Quando acontecem discrepâncias entre ambos é possível vender o caro e comprar o barato. Obviamente a operação não é nada fácil e requer modelos de execução e sistemas de trading enormemente ágeis e sofisticados. A concorrência pelas oportunidades de arbitragem entre os agentes autorizados, normalemente divisões de trading de grandes bancos de investimento, brokers muito especializados ou empresas de trading proprietário, faz com que os ETF que replicam os principais índices costumem negociar de forma muito ajustada ao seu índice no horário de mercado. Por outro lado, a disciplina no momento de construir carteiras por parte dos gestores do fundo faz com que a evolução do valor no fim do dia, o NAV, tenda a aproximar-se do seu índice de referência. Assim, a carteira do
ETF terá, normalmente, um tracking error muito reduzido face ao seu índice. Dado que os ETF também são fundos, podem ser adquiridos através de distribuidores autorizados, os comercializadores. Tratam-se de instituições financeiras que podem ser empresas de serviços de investimento ou bancos que podem oferecer estes produtos aos seus clientes. Neste caso, o funcionamento é muito semelhante, ou igual, ao da compra de um fundo de investimento tradicional. Se o ETF replica o índice através de um swap, então o papel dos participantes autorizados é mais discutível, posto que trocam cash por novas unidades. Além disso, existe uma relação entre as instituições que provem a exposição ao mercado e o fundo que não está isenta de risco de contrapartida e possíveis conflitos de interesse. Os colaterais empregues não têm nada a ver com o índice subjacente, posto que são isso mesmo, colaterais. Podem ser títulos pouco líquidos, restos do inventário de trading, etc. Mas nos ETF de réplica física, a procura por eficiência faz com que se utilize habitualmente o empréstimo de títulos como fonte de aumento de lucros e redução de custos para o participante. O empréstimo de títulos organiza-se com a colaboração das custódias dos títulos de ETF, que em muitas jurisdições podem facilitar o negócio entre o próprio fundo e os agentes interessados em tomar posições vendidas (posições curtas) nestes títulos.
A procura dos investidores finais por soluções mais sustentáveis é um dos principais catalisadores da profunda transformação na qual se encontram imersos os mercados financeiros, já que os investidores de retalho estão cada vez mais conscientes do papel que têm as suas decisões de investimentos na luta contra as mudanças climáticas. É uma das principais conclusões do estudo People & Money que realizámos precisamente antes da expansão da pandemia e que nos serve para ajustar a nossa oferta às necessidades específicas dos investidores. Esta investigação reflete conclusões tão importantes como o facto de um terço dos participantes ibéricos em planos de pensões não sabem em que estão a investir, mas 69% dos mesmos deseja conhecer melhor as opções ESG que oferece o seu plano e 45% aumentaria as suas contribuições se o plano aumentasse as alocações a ativos sustentáveis. Este dado é muito revelador porque pensamos que reflete a verdadeira vontade dos participantes ibéricos quanto à gestão dos seus aforros para a reforma, sobretudo, num cenário como o atual, em que praticamente metade dos planos de pensões de empresa (45%) não inclui opções de investimento ESG. Fonte dos dados: People & Money Research, BlackRock 2020. IBEH1120E/S-1400802
NOVEMBRO E DEZEMBRO I FUNDSPEOPLE 117
PRODUTOS INSTITUCIONAL por José A. Herce
O TELETRABALHO
E AS PENSÕES @
118 FUNDSPEOPLE I NOVEMBRO E DEZEMBRO
Se o teletrabalho se impuser desorganizará a relação laboral atual. Mas esta nova realidade não deveria fazer com que os direitos sociais, em particular no âmbito das pensões, se afastassem dos trabalhadores.
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ranquilizemo-nos. Não existem as telepensões. O que existe, sim, é o teletrabalho. Na realidade existe mais hoje do que existia antes da COVID-19. Com alguns aspetos pouco desejáveis, a enorme extensão do teletrabalho tem sido a grande notícia dos últimos meses. Assistiram a algum simulacro integral do teletrabalho na vossa empresa? Ou seja, posto de outra forma, a vossa empresa tinha realizado antes de março passado algum simulacro geral e integral enviado a toda a equipa, sem aviso prévio? Não deixem de o expressar, se assim for, por favor. Realizamos dois ou três simulacros de incêndios por ano, e até necessitamos deles para fumar um cigarro ou para apanhar um pouco de ar, e por isso não nos chateia muito que tenham lugar sem aviso. Mas não estou ciente de que alguma empresa pública estivesse preparada, ou fizesse simulacros, face a um cenário de teletrabalho tão extremo como aquele que se viveu a partir da declaração do Estado de Emergência. De repente, embora não do nada, surgiram as aplicações, os dispositivos e os protocolos que permitiram a milhões de trabalhadores continuar a gerar valor para as suas empresas, e permitiram que centenas de milhares continuassem a gerar valor para os seus clientes. E assim, todos puderam manter uma atividade vital para a sobrevivência diária e, também, para a luta contra o vírus. De repente desvaneceram-se as dúvidas e as reticências
dos trabalhadores, dos responsáveis de recursos humanos e dos empregados acerca disto do teletrabalho. Ao ritmo pré-COVID, ter-se-ia demorado anos a conseguir a generalização que se conseguiu em meses. Teve que se colocar em marcha, rapidamente, também um processo legislativo para regular o teletrabalho. Trará o teletrabalho as telepensões? Ou seja, se esta prática se impõe nas empresas, uma vez resolvidos os problemas (conciliação, conetividade, e adequada regulação), a prestação da atividade produtiva deixará de ser presencial em grande medida no local de trabalho. Com isto, modificar-se-á a relação laboral, talvez mais do que aquilo que imaginámos até agora. Pode até ser que onde antes se valorizava o trabalho numa determinada base ou frequência, agora se valorize através de outros critérios. Algo que poderia diminuir a proporção de assalariados na população trabalhadora. Neste caso, acelerar-se-ia a transição para as formas não convencionais de trabalho. Dados estes desenvolvimentos, poderemos pensar que as pensões tal como as conhecemos hoje se afastam cada vez mais do alcance dos trabalhadores? Na economia convencional, a divisão habitual entre trabalhadores por conta de outrém e independentes já vinha a expor a ampla divisória que ambas as modalidades de trabalho comportavam para a proteção social de cada coletivo. Em particular no âmbito das pensões. Existindo basicamente NOVEMBRO E DEZEMBRO I FUNDSPEOPLE 119
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PRODUTOS INSTITUCIONAL
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A OPINIÃO DE ÁLVARO FERNÁNDEZ E MÁRIO GONZÁLEZ Corresponsáveis de desenvolvimento de negócio, Capital Group Iberia
ABALHO R T E L E T O LIZ QUE SERIA INFE ENTRE O Ã IS IV D A AMPLIASSE BITO DAS M Â O N S E DOR NTE ENTRE E TRABALHA T IS X E Á J OMO A PENSÕES C NOMOS Ó T U A E S E T DEPENDEN
a mesma normativa previsional para cada tipo de trabalhador, as pensões de uns e de outros, por uma série de fatores muito específicos, são muito diferentes. Neste caso, a divisória fica marcada pela capacidade de eleger a base de valorização, mais do que a diferença entre salários e receitas (líquidas) de, respetivamente, assalariados e independentes. Seria muito lamentável que o teletrabalho ampliasse a divisória da proteção social dos trabalhadores que se tem observado desde sempre entre os assalariados e os independentes, ao mesmo tempo que se generalizam as formas não convencionais de trabalho. A luta dos trabalhadores independentes para conseguir a plena equiparação de direitos (e obrigações) sociais é muito destacável, mas as suas conquistas, seguramente, sendo também destacáveis, são inferiores, no entanto, ao que se requere nestas alturas do século. Devemos tomar plena consciência destas tendências que, ao acelerarem-se, podem chocar com os desejos gerais de um desenvolvimento harmonioso da proteção social no século XXI e fomentar o debate e a adoção de soluções avançadas. O teletrabalho não tem por que conduzir às telepensões, ou seja, conduzir a que os direitos sociais se afastem dos 120 FUNDSPEOPLE I NOVEMBRO E DEZEMBRO
trabalhadores. Se o teletrabalho facilita ou traz à tona novas formas de trabalho de relações laborais, ninguém se deve surpreender. E mais: convém que seja algo fomentado aproveitando a necessidade de que hoje, e por muito tempo, teremos de manter, pois vai ser algo mais do que temporário. O teletrabalho acelerou-se para ficar. Mas os direitos (e as obrigações) sociais, que sem dúvida necessitam de uma boa atualização na altura do século em que nos encontramos, não deveriam afastar-se, nem ficar atrás em termos de valor que aportam aos trabalhadores, sejam estes por conta de outrem ou independentes convencionais ou não convencionais. É importante que não seja possível diluir os direitos de forma legal, que não seja possível de se esquivarem a obrigações (para si mesmos no futuro) o que guie as decisões dos trabalhadores. Que os direitos e as obrigações sociais de todo o trabalhador sejam equivalentes e comensuráveis com uma métrica comum, por mais variada que seja a casuística da causa de cada um. Temos de progredir no futuro; quem não o quer? Será pela via da produtividade, cumprindo as nossas obrigações e melhorando os nossos direitos. Que as pensões não se afastem de nós, e muito menos o trabalho.
QUE TEMÁTICAS OS INVESTIDORES VÃO MOVER NOS PRÓXIMOS ANOS? Se há algo pelo qual a nossa empresa de investimentos se destaca, é pela genuína visão de longo prazo que imprime o processo de investimento. Não podia ser de outra forma, vindo de uma entidade com 90 anos de experiência às costas. Nascemos na agonia do crash de 1929 e fomos capazes de navegar através de muitas crises graças à capacidade de ver além do presente. Por isso, em momentos como o atual, a pergunta é: como será o mundo dentro de dez anos? Acreditamos que o segredo radica em saber identificar tendências futuras com antecedência para nos posicionarmos nas empresas que vão liderar. Pensamos que existem várias temáticas que vão funcionar, como a continuidade das grandes empresas mundiais, sobretudo entre as tecnologias ou o aparecimento de líderes em mercados emergentes. Mas uma das tendências nas quais acreditamos que nos temos de fixar é na inteligência artificial, já que poderá desencadear a nova revolução tecnológica. A aprendizagem automática já existe à nossa volta. Desde o reconhecimento vocal até à deteção de fraudes, as suas aplicações são inumeráveis, e os computadores são cada vez mais inteligentes. O facto de que podem aceder a enormes quantidades de dados faz com que os algoritmos e a potência de cálculo se encontrem num ponto no qual podem ensinar a si mesmos formas nunca antes possíveis. Procurem os vossos líderes.
PRODUTOS ISR por María Folqué
O RISCO DE CARBONO
COMO FATOR DE INVESTIMENTO A medição do risco de carbono das empresas é um desafio, que se torna ainda maior quando não existem dados. No seu estudo Carbon Risk de 2018, Gorgen et al. propõem uma solução: o beta de carbono.
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m dos desafios mais urgentes da humanidade é combater as alterações climáticas através da transição necessária da economia mundial do castanho para o verde. Devido à transição em curso, os mercados de capitais têm de fazer uma reavaliação constante das empresas no que diz respeito a um risco associado: o risco de carbono. A medição do risco de carbono é um desafio, uma vez que a informação fundamental sobre a exposição das empresas ao carbono é escassa e a sua divulgação não é universalmente obrigatória nem está regulamentada. O objetivo deste estudo é desenvolver uma medida simples que possa ser utilizada para medir o risco de carbono das empresas, o beta do carbono, que pode ser estimado sem qualquer informação relativa ao risco de carbono. O risco de carbono torna-se, assim, um fator a considerar juntamente com os já definidos por Fama e French e Carhart. Para estimar o beta de carbono, constrói-se um fator de risco de carbono castanho menos verde (em inglês, brown-minus-green ou BMG) de mais de 1.600 empresas cotadas a nível mundial, com informações detalhadas reunidas a partir de quatro bases de dados
principais de ESG: o conjunto de dados do questionário sobre as alterações climáticas do Carbon Disclosure Project (CDP), as MSCI Stats – estatísticas de ESG, os dados dos ratings de ESG da Sustainalytics e o conjunto de dados de ESG da Thomson Reuters. As empresas são classificadas com uma cor, castanho ou verde, com base na pontuação anual de risco de carbono (em inglês, CRS – carbon risk score).
O CÁLCULO
A CRS é uma medida composta por três dimensões de risco de carbono, que capta não só o impacto das emissões atuais (cadeia de valor) na valorização das empresas, mas também da resposta da sociedade às emissões percecionadas (perceção pública) e das futuras emissões de carbono e estratégias de mitigação (adaptabilidade). Esta amostra é utilizada para calcular a CRS e, a partir daí, o fator de risco de carbono. Para o cálculo do fator de risco de carbono, primeiro é necessário determinar a CRS anual da pontuação de risco de carbono para cada empresa. Depois, é aplicado o modelo de Fama e French (1993) e atribuem-se, incondicionalmente, todas as empresas a carteiras com base na sua capitalização NOVEMBRO E DEZEMBRO I FUNDSPEOPLE 121
PRODUTOS ISR
EVOLUÇÃO DO BETA DE CARBONO AMOSTRA CRS
AMOSTRA COMPLETA
0,30
0,23
Beta de carbono
0,20
0,12
0,10 0,07
0,05
0,07
0,08 0,05
0,00 -0,02
-0,10
-0,03
-0,05
-0,08
-0,17 -0,20 -0,26 -0,30 2010
2011
2012
2013
2014
2015
2016
Fonte: Carbon risk. Gorgen et al. (2018).
A MEDIÇÃO DO RISCO DE CARBONO É UM DESAFIO, UMA VEZ QUE A INFORMAÇÃO FUNDAMENTAL SOBRE A EXPOSIÇÃO DAS EMPRESAS É ESCASSA E A SUA DIVULGAÇÃO NÃO É UNIVERSALMENTE OBRIGATÓRIA NEM ESTÁ REGULAMENTADA
122 FUNDSPEOPLE I NOVEMBRO E DEZEMBRO
de mercado e CRS, através da utilização da mediana e dos tercis como pontos de rutura, respetivamente. De forma semelhante ao fator valor (HML) de Fama e French (1993), utilizam-se os rendimentos mensais médios ponderados por ação das quatro carteiras (risco de carbono pequeno-capitalização elevada; risco de carbono grande-elevada; risco de carbono pequeno-elevada e risco de carbono grande-baixa) para calcular o fator de risco de carbono castanho menos verde (BMG). Assim, o BMGt é o retorno no mês t de uma carteira com muitas empresas com um risco de carbono grande (castanho) e com poucas empresas com um risco de carbono pequeno (verde). Aplica-se esse fator obtido da CRS e do cálculo BMG a uma amostra de mais
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A OPINIÃO DE ANDREAS FRUSCHKI, CFA Diretor de ações temáticas, Allianz Global Investors
AS EMPRESAS VERDES TIVERAM UMA EVOLUÇÃO BOLSISTA, EM MÉDIA, SUPERIOR À DAS EMPRESAS CASTANHAS DURANTE O PERÍODO DE AMOSTRA DE 2010 A 2016
de 39.000 empresas mundiais sem nenhuma informação específica de risco de carbono. Os dados são obtidos através da Morningstar Direct; depois, eliminam-se todos os pontos de dados para os quais não se dispõe de rentabilidade e capitalização de mercado e todas as observações com rentabilidade inferior. O resultado é uma seleção final de 39.537 empresas cotadas em bolsa, sobre as quais se efetua a regressão fatorial. Com base nesta metodologia, observa-se que as empresas verdes tiveram uma evolução bolsista, em média, superior à das empresas castanhas durante o período de amostra de 2010 a 2016.
RESULTADOS
Os resultados revelam que as empresas da amostra completa têm, em média, um beta (risco) de carbono mais elevado do que o das empresas incluídas na amostra da CRS. Fica por determinar se isso se deve à falta de divulgação estratégica ou a outras características das empresas que apresentam relatórios ou não. No geral, as empresas que divulgam as suas emissões e o seu programa ambiental podem ter um incentivo para darem mais informações acerca das suas ações de forma mais positiva. Os betas de carbono em ambas as amostras aumentam em magnitude com o tempo. Para a amostra da CRS, em média, o beta de carbono aumenta de -0,17 no início do período da amostra para -0,03 em 2016. Na amostra completa, o beta aumenta de -0,08 em 2010 para 0,08
em 2016. É provável que esta tendência positiva seja o reflexo de uma maior consciência e importância do risco de carbono e do aumento do preço do carbono. Quanto a países, a maioria dos betas de carbono são elevados, exceto na Europa e no Japão, o que está em linha com o facto de a União Europeia ser considerada líder mundial em política ambiental. As nações com menor exposição ao risco de carbono são europeias, como Itália (-0,663), Espanha (-0,591) e Portugal (-0,505). O país com o beta de carbono mais alto é a África do Sul (0,433), um resultado consistente com o atraso na adoção de medidas ambientais a nível político no país (Climate Action Tracker, 2018). O Brasil (0,410) e o Canadá (0,401). Ao nível da indústria, os betas de carbono são os esperados. São baixos e negativos nas empresas de serviços financeiros e de tecnologia e positivos nas indústrias com elevadas emissões de carbono, como as dos materiais básicos e de energia. No geral, a divisão dos betas de carbono em termos temporais, geográficos e industriais corresponde às expetativas do risco que o preço do carbono representa, ou seja, aumenta com o tempo e o volume de emissões das indústrias. O risco neste processo de transição está presente a nível das empresas, indústrias e países. As indústrias e as economias mais expostas ao risco de carbono podem experienciar maiores custos de capital, menor crescimento e menores rendimentos para os investidores.
PLANTAR SEMENTES: COMO OS INVESTIDORES PODEM AJUDAR A MELHORAR A SEGURANÇA ALIMENTAR A pandemia do coronavírus voltou a centrar a nossa atenção no valor dos alimentos, tanto que a questão “como plantar sementes?” tornou-se numa tendência da Internet. Mesmo antes da pandemia atacar, todo o sistema de abastecimento de alimentos era extremamente ineficiente. Se não agirmos, a situação só pode piorar. A boa notícia é que o setor privado pode cumprir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas (ONU) ao investir em inovações que melhoram a sustentabilidade da economia alimentar, com o objetivo de alcançá-la com rentabilidade. Alguns temas a ter em conta e que devem nortear os investimentos neste campo: milhões de pessoas vivem na sombra da fome, mas um terço de todos os alimentos é descartado ao longo da cadeia de abastecimento; o nosso sistema atual de produção alimentar prejudica o ambiente – i.e., a resposta não pode ser apenas produzir mais e da mesma forma; o mundo precisa de investir em sistemas inovadores para melhorar a sustentabilidade do abastecimento alimentar e os ODS da ONU fornecem orientação útil sobre onde investir para melhorar a sua segurança; a agricultura de precisão de dados ou os métodos de cultivo vertical podem melhorar a forma como os alimentos são obtidos; Existem ainda empresas que são pioneiras em métodos de embalagem mais sustentáveis e na redução do desperdício; criar alternativas à proteína animal – e promover o bem-estar humano e animal – pode ser uma forma de abordar os desafios nutricionais e ambientais. NOVEMBRO E DEZEMBRO I FUNDSPEOPLE 123
PRODUTOS EMERGENTES por Nereida González
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O PAPEL DO DÓLAR
NOS MERCADOS EMERGENTES É um fator determinante para entendermos a evolução deste grupo de países devido à sua dependência das exportações de matérias-primas, às dificuldades que têm em financiar-se nas suas próprias moedas e ao volume de dívida externa.
124 FUNDSPEOPLE I NOVEMBRO E DEZEMBRO
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uando falamos de países e mercados emergentes, costumamos assinalar que este conceito engloba nações com características muito heterogéneas. Entre as denominações mais conhecidas e antigas encontra-se o acrónimo BRIC, que engloba países como a Índia, que este ano vai registar uma queda do PIB superior a 10%, e a China, um dos poucos países do mundo que irá manter uma taxa de crescimento positiva. Estas diferenças também são visíveis nos mercados financeiros. Enquanto o mercado chinês regista
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EVOLUÇÃO DO DÓLAR EM COMPARAÇÃO COM AS MATÉRIAS PRIMAS DXY (DOLLAR INDEX)
ÍNDICE DE MATÉRIAS PRIMAS
750
75
700
80
650
85
550
500
90
DXY
MATÉRIAS PRIMAS
600
450
400
95
350
300
100
250
105
200
2012
2013
2014
2015
2016
2017
2018
2019
2020
Fonte: Afi, Macrobond.
máximos históricos de capitalização bolsista, o Ibovespa brasileiro acumula, em 2020, a maior queda dentro deste grupo de países. Há que ter em conta fatores internos e externos para explicar estas divergências, mas há um fator em concreto que é fundamental na hora de compreendermos e tentarmos prever a evolução deste grupo de países: o dólar. Em primeiro lugar, os países emergentes são, normalmente, países altamente dependentes do comércio externo, sobretudo das exportações de matérias-primas. São grandes produtores de muitas delas, como é
o caso do Chile, o principal produtor de cobre do mundo; da Rússia ou da Colômbia, grandes produtores de petróleo; ou até da África do Sul, que tem um papel importante na extração de metais preciosos. Os mercados de matérias-primas são globais e, por serem denominados em dólares americanos, esta moeda está diretamente ligada à sua evolução. Uma desvalorização generalizada do dólar tende a baixar o preço das matérias-primas para países terceiros: o poder aquisitivo das outras moedas que não o dólar aumenta. Desta forma, a pressão sobre a procura das matérias-primas tende a
UMA DESVALORIZAÇÃO DO DÓLAR TENDE A BAIXAR O PREÇO DAS MATÉRIAS PRIMAS PARA PAÍSES TERCEIROS
NOVEMBRO E DEZEMBRO I FUNDSPEOPLE 125
PRODUTOS EMERGENTES
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EVOLUÇÃO DO DÓLAR FACE ÀS DIVISAS EMERGENTES DXY (DOLLAR INDEX)
ÍNDICE DE DIVISAS EMERGENTES
75,0
87,5
72,5
90,0
70,0
95,0
65,0
62,5
97,5
60,0
DXY
DIVISAS EMERGENTES
92,5
67,5
100,0
57,5
102,5
55,0
52,5 JAN2018
105,0
MAI2018
SET2018
Fonte: Afi, Macrobond.
JAN2019
MAI2019
SET2019
aumentar, o que se traduz no aumento do preço das mesmas e dos fluxos que os países exportadores recebem, com destaque para os emergentes. Em segundo lugar, os países emergentes são países com mercados financeiros em crescimento e que, no geral, podem ter dificuldade em financiar-se nas suas próprias moedas. A assunção de riscos cambiais nas carteiras de investimento é, normalmente, uma fonte significativa de volatilidade, que pode aumentar de forma significativa se incluirmos moedas emergentes. Por esta razão, quando procuram financiamento, tradicionalmente preferem emissões em moedas consideradas fortes, como o dólar ou o euro. 126 FUNDSPEOPLE I NOVEMBRO E DEZEMBRO
JAN2020
MAI2020
SET2020
Ainda que, mais recentemente, se tenha assistido a um crescimento das emissões em moeda local devido ao maior apetite pelo risco dos investidores internacionais e às taxas de juro mais atrativas que estes ativos podem oferecer, a tendência do passado faz com que os níveis de dívida em moedas fortes sejam elevados. O volume de dívida em dólar de um país pode ser um indício do seu limite de tolerância em caso de valorização da moeda norte-americana. Uma valorização do dólar faz com que os passivos nessa moeda fiquem mais caros na moeda local. Por outras palavras, os pagamentos de dívida emitida em dólares, e respetivos juros, de
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A OPINIÃO DE ÁLVARO ANTÓN LUNA Diretor-geral, Aberdeen Standard Investments
O VOLUME DE DÍVIDA EM DÓLAR DE UM PAÍS PODE SER UM INDÍCIO DO SEU LIMITE DE TOLERÂNCIA EM CASO DE VALORIZAÇÃO DA MOEDA NORTE-AMERICANA
um país emergente que tenha sofrido uma desvalorização da sua moeda local aumentam comparativamente ao passado. Um fator que pode aliviar esta pressão num ambiente de valorização generalizada do dólar é o volume de reservas detidas pelos países emergentes. Também é um indicador de quanto o país pode, concretamente, deixar desvalorizar a moeda antes de implementar politicas que travem a sua tendência. Este fator está diretamente ligado ao terceiro elemento fundamental para os países emergentes: o volume da dívida externa. A dívida externa é a que se encontra nas mãos de investidores internacionais, independentemente da moeda de denominação. Uma forte saída de fluxos de investidores internacionais pode não só comprometer o volume das reservas destes países, mas também a evolução da moeda caso ocorra uma venda em massa de ativos denominados na moeda local. Um cenário destes podia surgir na sequência de uma subida das taxas de juro nos EUA, o que, neste momento, parece pouco provável, mas que em 2018 teve uma influência significativa nos mercados. Um dos elementos que direciona fluxos de investimento para ativos de mercados emergentes é um ambiente de maior apetite pelo risco, taxas de juro reduzidas nas principais economias desenvolvidas e/ou a previsão de rentabilidades baixas noutros ativos. Esta conjuntura costuma vir acompanhada
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de uma tendência de desvalorização do dólar em termos gerais. Em suma, um dólar mais fraco tende a coincidir com episódios de melhor evolução dos ativos emergentes, tanto devido à redução das fragilidades externas destes países (o volume de dívida externa diminui, conforme já mencionámos) quanto ao aumento das suas forças (as exportações de matérias-primas crescem) e o apetite pelo risco faz com que os fluxos de investimento se direcionem para ativos mais voláteis. É importante salientar que a exposição de cada país emergente a todos estes fatores é diferente, o que faz com que a sensibilidade à evolução do dólar americano seja menor. A Rússia e o Chile são grandes exportadores de matérias-primas, mas a Índia ou a China são sobretudo importadores; já a Turquia conta com um volume de dívida externa substancialmente superior ao da Rússia. Além disso, há momentos, como o atual, em que essa relação se quebra. Os riscos idiossincráticos, ou seja, os riscos inerentes aos próprios países, podem levar a que esta relação deixe de existir, pelo menos temporariamente. A incerteza institucional na Turquia, as dúvidas acerca da gestão da pandemia no Brasil ou na Índia e a instabilidade política são fatores que evidenciam, ainda mais, a já referida heterogeneidade destes países e, por isso, é imprescindível um acompanhamento mais atento na hora de investir.
O QUE PODEMOS ESPERAR DO NOVO ANO? A maioria dos mercados já teve uma boa recuperação das quedas acentuadas de março e abril. É verdade que, em alguns casos, essas quedas não foram acentuadas, se pensarmos no caso particular do índice norte-americano Nasdaq, recheado de empresas tecnológicas. No entanto, as perspetivas para o novo ano são, provavelmente, mais incertas do que nunca. O custo do dinheiro vai permanecer baixo com as atuais taxas de juro, os estímulos fiscais dos governos em todo o mundo vão continuar e há uma expectativa relativamente às vacinas. Contudo, o enorme impacto na economia global é inegável e as expectativas positivas parecem já estar descontadas na valorização de muitos ativos. Embora as nossas carteiras continuem a ter algum risco, isso é feito de forma cautelosa, com um foco na qualidade, na solidez dos balanços e na sustentabilidade. O que o último ano nos ensinou é que a diversificação é fundamental. Vimos de tudo: desde um bear market em março/abril, a um bull market algumas semanas depois, passando por uma subida nas ações de grande crescimento durante o confinamento e pela subida nas ações de valor desde que a Pfizer anunciou a sua vacina. Ao nível empresarial, continuamos a fazer o nosso trabalho de casa no que diz respeito às empresas que selecionamos, para garantirmos que são capazes de ultrapassar os obstáculos visíveis e, mais importante ainda, os obstáculos não visíveis e que terão sido muitos ao longo dos últimos anos. NOVEMBRO E DEZEMBRO I FUNDSPEOPLE 127
ESTILO DE VIDA ARBITRAGEM
por David Afonso
Não sendo a atividade de árbitro de futebol a mais popular no mundo do desporto é, acima de tudo, uma paixão que ofereceu aprendizagens que extravasaram as quatro linhas e que hoje em dia podem ser aplicadas nos investimentos.
A ARBITRAGEM
E OS INVESTIMENTOS
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ontrariamente ao que possa esperar, este artigo não se refere à arbitragem que muitos dos intervenientes dos mercados procuram. Nos mercados financeiros, estamos familiarizados com o termo arbitragem quando se refere à obtenção de um ganho, normalmente sem risco, através da compra e venda do mesmo ativo (ou seu derivado) em diferentes mercados com preços diferentes. Mas, para mim, arbitragem é primeiro uma paixão. A atividade de árbitro de futebol, que exerci durante oito épocas, trouxe-me aprendizagens que extravasaram as quatro linhas e que hoje em dia aplico nos investimentos. 128 FUNDSPEOPLE I NOVEMBRO E DEZEMBRO
Ser árbitro de futebol não é a atividade popular. A generalidade das pessoas fica admirada quando alguém refere que vai tirar o curso de árbitro. No meu caso, a minha motivação foi o gosto pelo desporto e em concreto pelo futebol, aliada a uma irrefutável falta de qualidade para igualar os remates de Cristiano Ronaldo ou as assistências de Lionel Messi. Na arbitragem descobri elevados níveis de exigência física e intelectual: os árbitros correm em média mais do que um jogador, para além de terem de afastar essa fadiga para, numa fração de segundo, terem de tomar decisões que se pretendem acertadas e de acordo com as leis do jogo. Mas foi sobretudo
a exigência comportamental que mais dividendos me trouxe. Das aptidões que creio que melhor se aplicam tanto na arbitragem como nos investimentos é a determinação e a consistência. A ambição de querer ser melhor, de poder acertar mais, de obter melhores performances, suporta o processo contínuo de aprendizagem sob o qual deve assentar tanto a atividade de árbitro como a de gestor de investimentos. A esta determinação deve estar aliada a consistência de conseguirmos seguir o caminho traçado mesmo quando ele se apresenta como tortuoso. O processo de tomada de decisão é crucial. Não apenas o exato momento em que se assinala uma infração
no terreno de jogo ou se efetivamente compra ou vende um determinado ativo, mas todo o processo que suporta essa deliberação é fulcral para que as decisões sejam as melhores possíveis. Numa atividade temos o treino semanal, tanto físico como teórico. Noutra temos o processo de investigação, tanto fundamental como técnico, sobre os ativos investíveis. Ambas são peças chave para alcançar resultados satisfatórios no longo prazo. Mais a mais, acredito que a convicção no momento da tomada de decisão é determinante no retorno que ela terá. Dentro do campo a falta de convicção transparece facilmente para os restantes intervenientes do jogo e, mesmo que a decisão se mostre correta, enfraquece a imagem do árbitro, o que por sua vez fará com que as decisões futuras sejam aceites de forma mais difícil. Nos investimentos, também uma decisão tomada sem convicção é precipitadamente colocada em xeque se algum movimento do mercado ocorrer contra ela. Considero, pois, preponderante a existência de confiança e convicção na definição de uma
estratégia de investimento, sempre suportadas por um racional resiliente. Não obstante, temos uma novidade (já de alguns anos, mas ainda a ser aprimorada). O vídeo-árbitro é agora uma ferramenta disponível para os árbitros de ligas de topo para que tenham a possibilidade de corrigir as decisões manifestamente erradas. Por vezes, nos investimentos, também o mercado nos dá oportunidades para repensarmos vícios de raciocínio e posicionamentos errados. Nestes momentos, deve ser mostrada praticidade e corrigir o que não se apresenta como adequado. Adicionalmente, também encontro um paralelo entre as duas atividades no que toca ao ambiente de pressão que existe de forma ininterrupta. O dia de negociação em bolsa é feito de altos e baixos e de momentos de picos de tensão, onde, pelo dever fiduciário que guia a gestão de ativos, se espera que as decisões tomadas sejam sempre as melhores para proteger e potenciar o património dos clientes. De igual modo, num jogo de futebol espera-se que o árbitro esteja
concentrado e bem posicionado para tomar as melhores decisões em prol da verdade desportiva e em linha com as leis do jogo. Termino com mais uma semelhança: assinalar um pontapé de penalti que depois se mostra como uma decisão errada pode ser comprável a uma decisão de investimento que depois não se mostra como vencedora. Quando isso acontece há que trazer a velha máxima futebolística do jogo a jogo e lembrarmo-nos que o melhor árbitro ou gestor não é o que nunca erra, mas sim o que erra menos. Há que mostrar resiliência e saber tirar ilações do que correu menos bem. Last but not least, uma palavra para o melhor que tanto a arbitragem como a gestão de ativos me trouxeram: as relações pessoais. As duas atividades permitiram-me conhecer pessoas de caráter exímio, elevado profissionalismo e grande altruísmo. Mesmo entre colegas de diferentes empresas e que competem para ficar no topo, a entreajuda está latente e a amizade é o que sobra para lá da hora do fecho e das quatro linhas. NOVEMBRO E DEZEMBRO I FUNDSPEOPLE 129
ESTILO DE VIDA VIAGEM por Estevão Oliveira
JAPÃO Da educação extrema dos japoneses, passando pelos jardins meticulosamente arquitetados: o Japão é um abanão cultural para os ocidentais, mas uma incrível experiência que não se esquece.
A
s diferenças culturais entre o ocidente e o oriente foram um dos principais motivos que me levaram a escolher o continente asiático como destino turístico. Desde muito cedo que alimentei uma paixão e uma curiosidade imensa pelo Japão. Talvez devido aos anos que dediquei à prática de Aikido, ou a admirar os cenários cosmopolitas do filme Lost in Translation de Sofia Copolla ou mesmo, possivelmente, o facto de adorar um bom sushi. Atualmente, Lisboa e Tóquio estão separadas apenas por nove horas de voo, o que, de certa forma, faz com que a distância já não seja motivo de desencorajamento para viajar até este país, como acabámos por fazer. Assim que saímos do avião e entramos no aeroporto, o primeiro cho130 FUNDSPEOPLE I NOVEMBRO E DEZEMBRO
que é, efetivamente cultural: desde a saudação, ao respeito e à simpatia dos japoneses, sempre disponíveis para ajudar o próximo. No início da nossa jornada, apercebemo-nos que os japoneses parecem viver, de certa forma, sob códigos rígidos, que às vezes parecem impercetíveis a quem vem de fora. Um dos hábitos mais comuns é visível, por exemplo, nas situações de gratidão. Nada de apertos de mão ou beijos. A forma mais comum de cumprimento é a reverência oriental, em que o nosso interlocutor se curva literalmente para a frente em sinal de respeito ou de agradecimento para com a pessoa com quem está a interagir. Apesar de diferente da cultura chinesa, convém referir que a cultura japonesa foi importada da China por volta do ano 600 e mesmo os carateres
JAPÃO O país é um arquipélago de 6 852 ilhas, cujas quatro maiores são Honshu, Hokkaido, Kyushu e Shikoku, representando em conjunto 97% da área terrestre nacional.
que são visíveis por todo o lado, não são assim tão estranhos para quem já passou pela aprendizagem de mandarim. Uma característica impressionante é a ausência de caixotes de lixo nas ruas. Quem se lembra da imagem dos adeptos japoneses, depois de um jogo no campeonato do mundo de futebol no Brasil em 2014, a recolher o lixo das bancadas após o jogo? A preocupação de viver sem causar o incómodo a terceiros, está visível por todo o lado. Nesse sentido, as crianças japonesas são habituadas a limpar as salas de aulas desde pequenas, sendo esses valores, o respeito pelo próximo, visíveis por toda a população. É impressionante entrar numa casa de banho de uma estação de metro, onde circulam milhares de pessoas, e deparar com um cenário de limpeza extrema.
Atracões turísticas são algo que também não falta no Japão. Tóquio, a movimentada capital deste país, combina o estilo mais tradicional com o ultramoderno, onde se podem observar desde arranha-céus, repletos de iluminação por néon, a templos históricos.
Outra característica bem visível é o respeito pelos mais velhos e o seu tratamento com reverência. Num pequeno episódio num autocarro completamente cheio, cedi o lugar a uma criança que prontamente se recusou a ocupá-lo mostrando-se incomodada com a situação. Ainda assim, no meio de todo este rigor, formalidade e etiqueta, quando chegamos à sexta-feira ficamos com a ideia de estarmos perante um povo diferente, mais descontraído. Ouvem-se conversas, gargalhadas, o convívio surge um pouco por todo o lado, os sorrisos substituem a azáfama visível durante a semana e o ambiente fica muito mais leve e divertido. Atracões turísticas são algo que também não falta no Japão, no entanto, algumas conseguem certamente tornar-se inesquecíveis.
Tóquio, a movimentada capital deste país, combina o estilo mais tradicional com o ultramoderno, onde se podem observardesde arranha-céus repletos de iluminação por néon, a templos históricos. Shibuya, a Times Square de Tóquio, poderá ser a zona da capital que melhor personifica a imagem pré-concebida que temos do Japão. São milhares de pessoas nas ruas, prédios iluminados com publicidade em painéis de vídeo, com um aspeto muito virado para o consumo, e um ambiente que nos faz lembrar as sociedades do futuro muitas vezes caracterizadas nos filmes. À saída da Estação Shibuya Hachikō, observar o mais famoso cruzamento do planeta em hora de ponta desde o primeiro andar do Starbucks, enquanto se bebe um café, é uma coisa que dificilmente iremos conseguir apagar da memória. Uma verdadeira imagem Lost in Translation!
Difícil será falar do Japão sem mencionar a experiência com o sushi tradicional e, com isso, também o Mercado Tsukiji. Neste mercado, com duas áreas distintas, uma interna coberta dedicada ao famoso leilão de atuns e uma área exterior, podemos desfrutar de pequenas ruas cheias de restaurantes especializadas em sushi, chás e muitos outros pequenos negócios. Poderia continuar e falar dos jardins meticulosamente arquitetados, do animê (pronúncia abreviada de animação em japonês) e de muitas outras características peculiares, mas não os vou mencionar para não estragar a surpresa, até porque será sempre muito difícil descrever em poucas palavras toda a experiência que vivemos nesta maravilhosa viagem. Uma coisa posso garantir, quem se decidir por este destino, certamente não irá arrepender-se. NOVEMBRO E DEZEMBRO I FUNDSPEOPLE 131
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A nossa jornada em investimentos sustentáveis iniciou-se há mais de 30 anos com o nosso primeiro produto ASG. Na Nordea, retornos e responsabilidade importam. Retornos e Responsabilidade. É o nosso ADN Nórdico.
Soluções Nordea ASG STARS Estratégia Gender Diversity Os fundos Nordea 1 de ações Emerging Stars, Global Stars, European Stars e North American Stars foram reconhecidos pelos principais selos ESG1
LuxFLAG, Towards Sustainability, Forum Nachhaltige Geldanlagen, ISR e obtiveram o European SRI Transparency Code2 1) Forum Nachhaltige Geldanlagen (FNG-Siegel) reconhece a validade dos fundos Nordea 1 – Emerging Stars Equity Fund (2 estrelas), Nordea 1 – Global Stars Equity Fund (2 estrelas), Nordea 1 – European Stars Equity Fund (3 estrelas) e Nordea 1 – North American Stars Equity Fund (2 estrelas) durante 2020. Towards Sustainability reconhece a validade dos fundos Nordea 1 – Emerging Stars Equity Fund, Nordea 1 – Global Stars Equity Fund, Nordea 1 – European Stars Equity Fund e Nordea 1 – North American Stars Equity Fund de 01.11.2020 a 31.10.2021. LuxFLAG ESG Label reconhece a validade dos fundos Nordea 1 – Emerging Stars Equity Fund, Nordea 1 – Global Stars Equity Fund e Nordea 1 – North American Stars Equity Fund de 01.10.2020 a 30.09.2021 e do fundo Nordea 1 – European Stars Equity Fund de 01.07.2020 a 30.06.2021; Label ISR reconhece a validade dos fundos Nordea 1 – Emerging Stars Equity Fund, Nordea 1 – Global Stars Equity Fund e Nordea 1 – North American Stars Equity Fund de 22.11.2019 a 21.11.2022. 2) O logo European SRI Transparency significa que a Nordea Investment Funds S.A. está comprometida em fornecer informações precisas, adequadas e oportunas para permitir que as partes interessadas, em particular os consumidores, entendam as políticas e práticas de Investimento Socialmente Responsável SRI (Socially Responsible Investment) relacionadas ao fundo. Informações detalhadas sobre as Diretrizes Europeias de Transparência SRI podem ser encontradas no site www.eurosif.org. As Diretrizes de Transparência são geridas pela Eurosif, uma organização independente. O logo Europeu de Transferência SRI reflete o comprometimento do gestor do fundo conforme detalhado acima e não deve ser considerado como um endosso sobre qualquer companhia, organização ou indivíduo em particular. Os subfundos mencionados formam parte da Nordea 1, SICAV, uma sociedade de investimento de capital variável sediada no Luxemburgo (Société d’Investissement à Capital Variable), legalmente constituída e a operar em conformidade com as leis do Luxemburgo e com a Directiva 2009/65/EC do Conselho, de 13 de Julho de 2009. Este documento é material publicitário e não divulga todas as informações pertinentes relativas aos subfundos apresentados. Qualquer decisão de investimento nos subfundos deve ser feita com base no Prospecto em vigor e no documento de Informações Fundamentais Destinadas ao Investidor (KIID), que estão disponíveis, juntamente com os relatórios anual corrente e semi-anual do fundo, por via electrónica em inglês e na língua local do mercado onde o mencionado OICVM está autorizado para distribuição, e poder ser solicitado, sem ônus, junto a Nordea Investment Funds S.A., 562, rue de Neudorf, PO Box 782, L-2017 Luxemburgo, representantes locais, agentes de informação, ou nossos distribuidores. Nosso distribuidor em Portugal é BEST – Banco Electrónico de Serviço Total, S.A., devidamente constituído sob as leis de Portugal e registado na CMVM como intermediário financeiro. Publicado pela Nordea Investment Funds S.A., sita em 562, rue de Neudorf, P.O. Box 782, L-2017 Luxembourg, que é autorizado pela Comission de Surveillance du Secteur Financier.