Revista FundsPeople Novembro e Dezembro

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ENTREVISTAS DISTRIBUIDOR

por Margarida Pinto

Pedro Catarino BUSINESS UNIT MANAGER, TREE FAMILY OFFICE

AUSCULTAR AS NECESSIDADES DOS CLIENTES A Tree Family Office Integra-se num grupo conhecido pela defesa do consumidor, e quer, precisamente, ajudar os seus clientes nas necessidades que o seu património lhes impõe.

A

Tree Familly Office trata-se de uma sociedade de consultoria para investimento (SCI) um pouco diferente do que é costume encontrar-se no mercado nacional. Criada há quatro anos, a entidade é detida pela Deco Proteste e integra o grupo Euroconsumers, conhecido pelo seu trabalho na defesa dos direitos dos consumidores em Portugal, Espanha, Itália, Bélgica, Luxemburgo e Brasil. Contudo, esta SCI chegou ao mercado com os mesmos objetivos nobres de muitas outras entidades da mesma índole. “Este projeto resultou dos efeitos provocados pela última crise financeira patentes no défice de confiança nas instituições e na inadequação dos serviços financeiros prestados”, começa por dizer Pedro Catarino, responsável de negócio, que explica que se “impunha a necessidade de prestar serviços de consultoria personalizados e especializados na área dos investimentos”. Nesta primeira fase, a entidade dedica-se ao aconselhamento a diferentes tipos de clientes, em especial “investidores particulares e famílias com patrimónios relevantes que, por razões distintas - desconhecimento, tempo, confiança ou rendimento – procuram um serviço personalizado que se ajuste à sua situação”. Mantendo o cliente “o total controlo e decisão sobre o seu património”, à entidade cabe a “autonomia” e “flexibilidade” para recomendar as opções mais interessantes do mercado, e, ao mesmo tempo, trabalhar com as diversas instituições onde os clientes possam ter conta. “O propósito é ter uma visão completa do património familiar de forma a fazermos um aconselhamento mais adequado”, aclara Pedro Catarino. Esse aconselhamento segue algumas etapas. “Começamos por elaborar um diagnóstico das necessidades e prioridades 88  FUNDSPEOPLE I NOVEMBRO E DEZEMBRO

dos clientes, analisando o seu património financeiro. Depois do processo de adequação em que identificamos os objetivos, riscos, constrangimentos e liquidez, definimos uma política e uma estratégia de investimento, e procuramos os produtos que, dentro do binómio rentabilidade/risco, melhor se encaixam na carteira do investidor”, enumera. Recomendações feitas, a tarefa passa por “acompanhar em permanência o desempenho da carteira”, podendo recomendar-se “ajustamentos de acordo com a evolução dos mercados”. O apoio do grupo onde estão inseridos é fundamental, fazendo a Tree uso da “experiência, da competência e das avaliações dos analistas financeiros na área económico-financeira que acompanham diversos mercados e ativos mantendo uma visão global e independente”. Internamente, a empresa suporta-se ainda de “diversas unidades orgânicas que agregam fundamentalmente as áreas de consultoria, backoffice, compliance e business development”.

FOCO NAS NECESSIDADES

O olhar que têm sobre o património do cliente não é estanque. É fundamental, diz Pedro Catarino, saber “identificar como o património pode colmatar diferentes necessidades: criar um complemento de reforma, pagar a universidade dos filhos, etc.”. Estas necessidades são transportadas para o serviço e para a carteira, com uma filosofia de investimento que está baseada na alocação estratégica de ativos. Complementarmente, são geradas algumas “alterações táticas”. “A determinação da distribuição do património por um vasto leque de classes de ativos é feita considerando os objetivos de investimento, a tolerância ao risco, o horizonte temporal e outras restrições”, pontualiza. O mantra de uma carteira bem diversificada deve ser uma “exposição a uma grande variedade de classes de ativos, para proporcionar retornos mais estáveis ao longo do tempo e reduzir o risco global”. Desta forma, recorrem a um leque alargado de produtos - ETF, fundos de investimento, ações, obrigações - de forma a “proporcionar aos clientes oportunidades de diversificação abrangentes”. Bebendo de sinergias também com o próprio mercado envolvente, o Tree Family Office “procura ter uma arquitetura ampla e diversificada de parcerias com vista à criação de valor para os clientes e que integrem diversas dimensões”. Nesse sentido, explica Pedro Catarino, têm desenvolvido “protocolos e parcerias com entidades financeiras e não financeiras”. Entre as diferentes vantagens, explica o responsável, contam-se “o acesso a produtos feitos à medida, disponibilização de preçários de negociação mais atrativos, possibilidade de obterem bonificações financeiras, facilidade na comunicação entre instituições, acesso a assessoria fiscal e a serviços para ativos não financeiros”, enumera. Com vista ao futuro, a entidade está ainda a trabalhar noutras “dimensões e abordagens” ao nível de produto e de mercado, para assim servirem outras necessidades já identificadas.


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