PRODUTOS INSTITUCIONAL por Óscar R. Graña
A CRISE EXISTENCIAL DAS
AFP CHILENAS Os contínuos resgates de dinheiro aprovados pelo governo para atenuar os efeitos económicos da crise de COVID-19 fi eram minguar o património dos fundos de pensões privados e deixou de fora do sistema milhões de chilenos.
H
istoricamente, o Chile tem sido visto pelas gestoras internacionais como o mercado por excelência na América Latina. Trata-se de um negócio dominado fundamentalmente por grandes investidores institucionais. Na região, os principais clientes das entidades estrangeiras são as AFP, um reduzido grupo de fundos de pensões privados, que gerem volumes muito elevados. De acordo com os dados da Comissão Classificadora de Riscos do Chile, as AFP gerem 172.000 milhões de dó-
lares, dos quais 95.000 estão investidos em fundos de entidades estrangeiras. Esses montantes forneceram-lhes um grande poder de negociação. Quando se sentam à mesa, exigem por contrato às entidades com quem trabalham ter acesso à classe de fundo mais barata de que dispõem, seja qual for o canto do planeta em que a comercializam. Quando investem, os tickers costumam ser elevados, embora seja um tipo de investidor com o qual a gestora corre alguns riscos. O seu posicionamento nem sempre é a longo prazo; podem ser muito táticos,
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