JornalCana 335 (Fevereiro 2022)

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Usina é ao mesmo tempo moderna, tecnológica, segura e sustentável Décio Freitas, da Solution Engenharia, Nelson Nakamura, da Soteica e Cristóbal Roda Vaca, representante do Conselho de Administração e Acionistas da Aguaí durante coletiva de imprensa após cerimônia de assinatura do contrato de implantação do S-PAA

adicionado no processo de branqueamento –,etanol para mistura com gasolina, e álcool para indústria, para uso farmacêutico e doméstico. Além disso, for− nece energia elétrica, de fonte limpa e renovável, ao Sistema Interligado Nacional. Recentemente, a usina montou uma nova caldeira que permite o aproveitamento máximo da capacidade instalada da fábrica. A nova caldeira tem capacidade de 165 TVH (toneladas de vapor por hora), pressão de 65 bar e praticamente duplica a produção de vapor. “O novo investimento chegará a praticamente 10 milhões de dólares. Em 2013, a Aguaí iniciou sua produção de álcool de cana; porém, em 2015, a diretoria decidiu ins− talar a usina de açúcar.A caldeira foi dimensionada ape− nas para o uso da linha de álcool e atingiu sua produ− ção máxima, impedindo um maior crescimento da moagem e capacidade de produção”, informa a Aguaí. A instalação da nova caldeira a vapor é a conti− nuação de uma série de investimentos que a empre− sa vem fazendo desde 2015. Começou com a am− pliação da usina de açúcar; posteriormente, foi ins− talada uma usina de desidratação para produção de álcool anidro, cuja destinação é o programa de bio− combustível com a estatal YPFB. Em seguida, em 2019, concluiu com a construção e comissionamen− to da subestação elétrica para fornecer energia elé− trica excedente ao Sistema Interligado Nacional.

Os equipamentos de alta tecnologia e as moder− nas instalações do Ingenio Sucroalcoholero Aguaí SA chamam a atenção de quem passa pelo empreendi− mento. Operando no leste da Bolívia (estado de Santa Cruz) desde 2013, a planta se dedica à produ− ção de álcool industrial e é a primeira da América Latina a produzir açúcar utilizando o processo de carbonatação, que elimina o uso do enxofre em seu branqueamento, assim como já ocorre em países da Europa e nos Estados Unidos. Considerada a usina sucroenergética mais mo− derna do país, e uma das mais modernas e belas do mundo, é o primeiro projeto greenfield do setor bo− liviano nos últimos 45 anos, levou três anos para ser construída e contou com investimento de 160 mi− lhões de dólares. É o maior empreendimento boliviano construí− do com capital nacional e financiamento provenien− te de fundos nacionais, por meio da venda de títu− los na Bolsa Boliviana de Valores, os quais foram vendidos em apenas 15 minutos. “Os investidores viram que era um projeto confiável nas mãos de gente com tradição na área agrícola e com conhe− cimento na área industrial e resolveram apostar”, conta o presidente da companhia, Cristóbal Roda Vaca, mais conhecido como Pili. Se compararmos os números da Aguaí em rela− ção às demais usinas do país, podemos concluir que durante na safra 2020, a usina ocupou o terceiro lu− gar na moagem de cana com 19,40% de participa− ção; o quarto lugar na produção de açúcar com uma participação de 16,97% e o segundo lugar em eta− nol com uma participação de 24,87%. Ao observar a evolução de 8 safras, incluindo também a safra 2020, nota−se que, nesta última sa−

fra, foi alcançado um crescimento próximo de 10% na cana moída, observou−se um aumento significa− tivo na produção de açúcar, que cresceu 25%, supe− rando 2.000.000 quintales (sacas de 47 kg) em ape− nas 5 safras, enquanto o etanol teve uma pequena queda devido a uma mudança no plano de produ− ção motivada por baixos níveis de álcool anidro pe− la YPFB. É importante destacar o grau de flexibilidade que Aguaí possui, diferentemente de outras usinas, para poder destinar sua produção ao açúcar ou ao álcool e ajustar rapidamente às mudanças do mercado.

Carbonatação é um de seus diferenciais produtivos A planta nasceu como destilaria, mas a necessi− dade do mercado levou à construção da fábrica de açúcar já na terceira safra. Com o início da produção açucareira em 2015, surgiu a ideia e o desejo de fa− zer algo ousado e diferente para chamar a atenção: ser a primeira e única fábrica da Bolívia (e da América Latina) a fazer açúcar refinado sem utilizar o enxo− fre em seu processo de branqueamento, utilizando o processo de carbonatação, assim como o fazem os países da Europa, Estados Unidos e alguns na Ásia. O engenheiro boliviano Luis Caballero Barba, idealizador do projeto e responsável pela construção da planta, explicou que o açúcar sem enxofre da Aguaí tem um processo de fabricação diferente do existente nas usinas da América Latina. Para clarear o açúcar, ao invés de utilizarem o processo de sulfi− tação com uso de enxofre, optaram pela carbonata− ção que utiliza o dióxido de carbono que é emitido no processo de fermentação. O resultado deste pro− cesso é um produto com características especiais: um açúcar mais branco, mais saudável pela ausência de enxofre e mais doce, portanto, mais econômico pa− ra uso doméstico e industrial.


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