JornalCana 336 (Março/Abril 2022)

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MERCADO

Março/Abril 2022

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Para especialistas alta de combustíveis incentiva eletrificação da frota Híbrido com etanol é opção no Brasil A alta do preço do petróleo no mercado internacional — que já che− gou a se aproximar dos US$ 140 — e a do combustível nas bombas, com a gasolina a R$ 8, pode incentivar a ele− trificação da frota no país. Híbrido com etanol é opção no Brasil. O mais recente reajuste da Petro− bras elevou o valor cobrado pela gaso− lina na refinaria em 18,77% e o do die− sel, em 24,9%. Boa parte desse aumen− to já chegou ao bolso do consumidor. Para especialistas, o cenário pode funcionar como um empurrão a mais para fazer deslanchar o crescimento da frota de carros elétricos no país ou de veículos híbridos, que funcionam à ba−

se de eletrificação ou combustão. Um impedimento para essa tendência, é o elevado preço dos veículos eletrificados. Embora a longo prazo o custo compense, a diferença de preço entre os modelos elétricos e aqueles a com−

bustão ainda é imensa. Enquanto um carro de entrada flex custa cerca de R$ 65 mil, o carro 100% elétrico mais barato disponível no Brasil, o JAC EJ− SI, custa R$ 165 mil. Na categoria híbrido, que pode ser

abastecido com etanol ou eletricida− de, o mais em conta é o Kia Stonic, que tem um sistema de 48V apenas e sai por R$ 146,9 mil. Se for desconsiderado um hí− brido−leve, que é onde esse Kia se encaixa, o mais barato é o Toyota Corolla Altis Hybrid, por R$ 174 mil. Também híbrido, o preço do Toyota Prius é um pouco mais sal− gado: começa em R$ 190 mil. Hoje, o modelo a combustão mais barato é o Renault Kwid Life, por R$ 59.090. Em recente entrevista, Marcus Ay− res, sócio−diretor da consultoria Ro− land Berger, avaliou que a demanda por elétricos deve crescer à medida que o custo total desses veículos fique mais próximo ao dos tradicionais, que é a tendência no médio e longo prazo.

Frota de veículos elétricos ganha espaço entre empresas A ampliação da frota de veículos elétricos, vêm ganhando espaço en− tre empresas de diferentes setores no mercado brasileiro, cada vez mais comprometidas com a pauta de des− carbonização e adoção de critérios ESG. É o caso da Via, controladora das Casas Bahia e do Ponto. Em 2019, a empresa adotou iniciativas sustentáveis em seus modais logísticos. Na época, a Via estabeleceu como objetivo redu− zir de maneira significativa a emissão de carbono gerado pela companhia até 2025. Outra companhia que aposta no elétrico é o Magazine Luiza, que co− meçou a eletrificar sua frota no se− gundo semestre do ano passado. A empresa iniciou um período de testes em junho de 2021. O Magalu, que tem frota terceirizada, ajudou a inter− mediar a compra com seus parceiros. Já são 51 veículos urbanos de car− ga, que circulam em cidades dos es− tados de São Paulo, Paraíba, Bahia e Rio de Janeiro. Nesse primeiro período, a empre− sa afirma que o principal obstáculo é a quilometragem. Mas não é só no varejo que os elétricos ganham força. A locadora Unidas anunciou em ja− neiro a compra de 2 mil veículos ele− trificados para sua frota em 2022, sen− do 1.600 carros 100% elétricos. A aquisição faz parte do plano da em− presa de neutralizar as emissões de carbono e gases de efeito estufa em todas as suas operações até 2028. O investimento é de R$ 370 mi−

lhões. A empresa possui mais de 400 veículos em sua frota. Os novos car− ros serão usados nos setores de alu− guel de veículos e de gestão e tercei− rização de frotas. A Neoenergia tem veículos elé− tricos em sua frota administrativa des− de março de 2020. Ao todo, são 85

veículos híbridos e 44 totalmente elé− tricos. O objetivo é que toda a frota de veículos leves e administrativos seja completamente substituída até 2030. A eletrificação como um proces− so de renovação também tem sido a aposta das montadoras, como é o ca− so da Volkswagen do Brasil, que está

investindo em um Centro de P&D de Biocombustíveis na região América Latina. Sua sede será na fábrica An− chieta, localizada em São Bernardo do Campo − SP, onde cerca de 10 enge− nheiros estarão dedicados, em parce− ria com universidades locais, ao estu− do de soluções de descarbonização usando etanol e outros biocombustí− veis para mercados emergentes. O conceito arquitetônico, que se− rá inaugurado em setembro, adota o conceito de espaço aberto inspirado em coworkings, no qual a equipe tra− balha em constante colaboração para estimular o desenvolvimento de so− luções inovadoras. O projeto consi− dera também muita iluminação natu− ral, o verde integrado ao ambiente e espaços flexíveis para utilização em diversas situações de interação dos ti− mes de trabalho. “Os biocombustíveis, como o etanol brasileiro, apresentam um grande potencial de contribuição pa− ra a estratégia global Way to Zero de neutralização de carbono até 2050. Com o Centro de Pesquisa de Bio− combustíveis, pretendemos estabele− cer parcerias locais com universidades, institutos e empresas, para explorar a vocação e conhecimento da região no tema e encontrar soluções para a mo− bilidade sustentável em complemento à eletrificação veicular”, destacou Matthias Michniacki, vice−presiden− te de Desenvolvimento do Produto & Baureihe da Volkswagen do Brasil e Região SAM, área que receberá o Centro de Pesquisa no Brasil.


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