Edição 1212

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CASO PINHEIRO

Ação de Renan em Brasília dá

novo alento às vítimas da Braskem

O senador Renan Calheiros (MDB) quer atrelar a venda da petroquímica à solução definitiva do desastre ambiental que atingiu vários bairros de Maceió e milhares de famílias. 2

BRIGA BILIONÁRIA

Thereza Collor culpa irmã por prejuízo de

R$ 1,5

EMINÊNCIA PARDA

VÍTOR PEREIRA: OS

OLHOS E OUVIDOS

DO GOVERNADOR

n Secretário dispõe de rede de informantes até em Brasília 6

RUI PALMEIRA CORRE RISCO DE ENTERRAR TRADIÇÃO

POLÍTICA DA FAMÍLIA 7

bilhão

n Lourdinha Lyra é acusada de negligência e omissão na gestão do espólio de João Lyra

n Irmãos querem substituir inventariante e administrador por danos à massa falida 3

LIRA E CALHEIROS

DISPUTAM CARGOS

FEDERAIS DE MAIOR

ORÇAMENTO 5

SEM FORÇA POLÍTICA, EXTREMA DIREITA ALAGOANA

PATINA EM BRASÍLIA 7

n Deputados Alfredo Gaspar e Fábio Costa seguem cartilha bolsonarista no Congresso 8

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ALAGOAS ANO XXIV - Nº 1212 - 15 A 21 DE ABRIL DE 2023 - R$ 4,00
MACEIÓ -
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extra e

MACEIÓ - ALAGOAS

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Caso Braskem

1- A participação de Renan Calheiros no debate sobre a tragédia ambiental provocada pela Braskem em Maceió deu novo alento às famílias que tiveram direitos usurpados em acordos de gabinete. Com sinal verde junto aos setores decisórios de Brasília, o senador abriu canais para que a Petrobras também seja responsabilizada pelo desastre da mineradora.

Maldição da reeleição

O deputado Arthur Lira mal iniciou seu segundo mandato na presidência da Câmara dos Deputados e já sente os efeitos da chamada maldição da reeleição. A perda de comando do bilionário orçamento secreto foi o primeiro golpe - desferido pelo STF – que tirou de Lira o poder de distribuir recursos públicos com seus aliados.

Agora está se formando um novo blocão na Câmara para enfraquecer o Centrão, reduzir os poderes de Arthur Lira e definir seu destino político nas eleições de 2026. Bom para o Brasil, melhor para Alagoas. Observação: onde tem novo blocão na Câmara, leia-se “novo balcão”.

Frase da semana

“Lula evolui da pré -história bolsonarista para Antiguidade do PT em 100 dias”.

Josias de Souza – jornalista

Nepotismo da toga

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2- A ideia é condicionar a venda da Braskem a uma solução que atende às famílias expulsas de suas casas e os comerciantes que perderam seus negócios, além dos danos ambientais. Como segunda maior acionista da Braskem, a Petrobras também deve responder pelas ações da petroquímica e pode travar sua venda até que as reivindicações das vítimas sejam atendidas.

3- A preocupação com o imbróglio aumentou ainda mais após a J&F insistir na compra da Braskem. Trata-se da bilionária holding dos irmãos Joesley e Wesley Batista, delatores da Lava Jato que tentaram derrubar o presidente Michel Temer com ajuda de Rodrigo Janot, ex-procurador-geral da República.

4- O deputado federal

Alfredo Gaspar de Mendonça também se pronunciou sobre o desastre ambiental que devastou cinco bairros de Maceió. O parlamentar, no entanto, não deve ser levado a sério por ser um dos subscritores do acordo com a Braskem que usurpou direitos das vítimas.

Prejuízo em dobro

O prefeito da Barra de São Miguel não perdeu apenas um fiel aliado ao demitir o vice Floriano Melo do cargo de secretário de Governo. Benedito de Lira ganhou um adversário de peso que irá medir forças no pleito de 2024 na sucessão do próprio Biu. E mais: Floriano Melo deve se filiar ao MDB de Renan Calheiros, maior adversário de Arthur Lira em Alagoas. Como diz o dito popular: “burrice não tem perdão”.

Terra arrasada

A campanha adversária para dividir o grupo político de Paulo Dantas só tem fortalecido a aliança entre o governador, o deputado Marcelo Victor e o senador Renan Calheiros, avalistas do atual governo. Patrocinada por derrotados do último pleito eleitoral, a cruzada anti-Alagoas só interessa aos defensores da política de terra arrasada como Arthur Lira, hoje o maior obstáculo aos projetos de desenvolvimento do estado.

Paz dos cemitérios

Lula finalmente abandonou os salamaleques diplomáticos em favor de Putin para condenar a Ucrânia, invadida pela Rússia. Seu plano de paz propõe que o tirano russo termine a guerra em troca da Criméia e da garantia de Kiev não entrar para a Otan. Alega que “Zelensky não pode querer tudo”.

Deve ser a paz dos cemitérios adotada pela nova diplomacia petista

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) decidiu investigar desembargadores de Minas Gerais acusados de nepotismo cruzado. Deve ser terrível viver em um estado onde magistrados mantêm mulher e filhos às expensas do poder público.

Nova liderança

Pesquisas de intenção de voto revelam que se as eleições fossem hoje o prefeito de Capela seria o ex-vereador Thiago Medeiros (MDB), atual integrante da equipe do prefeito Adelmo Calheiros.

Direito de resposta

“O prefeito de Barra de São Miguel, Benedito de Lira, considerou caluniosas as informações de que ele não tem comparecido à prefeitura, e uma indignidade a notícia de que teria entregue peixe estragado à população na Semana Santa.

Ele considera essas denúncias infundadas e as atribui a pessoas mesquinhas que não desejam o desenvolvimento de Barra de São Miguel, que nos últimos meses, com o apoio do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, tem se transformado em um canteiro de obras”.

MACEIÓ, ALAGOAS - 15 A 21 DE ABRIL DE 2023 2 e extra
“Jornalismo é oposição. O resto é armazém de secos e molhados” (Millôr Fernandes)
DA REDAÇÃO
COLUNA

MASSA FALIDA

Herdeiros pedem substituição de Lourdinha Lyra por negligência

Irmãos responsabilizam inventariante e administrador judicial por prejuízo bilionário ao espólio

DA REDAÇÃO

Perto de completar uma década, o processo de falência do Grupo João Lyra ganha um novo capítulo na disputa pela bilionária massa falida da usina Laginha. Agora, quatro dos seis herdeiros uniram-se para reclamar na Justiça mudanças na condução do processo de inventário do empresário e na falência da Laginha.

Antonio, Guilherme, Ricardo e Thereza Collor, filhos de João Lyra, querem a remoção da irmã Maria de Lourdes, a Lourdinha Lyra, do cargo de inventariante do espólio de João Lyra, falecido em 2021. Os irmãos entendem que Lourdinha vem sendo omissa em relação aos interesses do espólio na falência e descumprindo diversos deveres legais.

Para os irmãos, ela deveria ter questionado o administrador judicial (AJ) da massa falida sobre o equacionamento da dívida tributária da Laginha. Eles entendem que a má administração dessa dívida já causou prejuízos enormes ao patrimônio. O AJ teria deixado passar a oportunidade de reduzir a dívida tributária com base no programa de acordos lançado pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional. O prazo para adesão ao programa era até 30 de dezembro de 2022.

Além disso, em 30 de março deste ano, o AJ teria sugerido que um terceiro fosse contratado para acompanhar as negociações com a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional e com a Fazenda do Estado de Minas Gerais (onde a Laginha já teve usinas) em torno da dívida tributária, além de elaborar um “planejamento tributário” para os próximos anos. O AJ recomendou o ex-ministro da Justiça Eugênio Aragão para assumir a função. Além de ministro por

três meses em 2016, Aragão foi subprocurador-geral da República até 2017 e atuou como coordenador jurídico da campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na última eleição.

A defesa dos quatro irmãos é contra a contratação, alegando que Aragão se apresenta como especialista em direito penal, direitos humanos e direito internacional, mas não tem nenhuma experiência em direito tributário. Em uma petição apresentada na falência em 11 de abril, um dos irmãos alega que o custo dos serviços está totalmente fora dos padrões de mercado, podendo superar R$ 200 milhões, e aponta que o consultor não demonstrou ter expertise ou equipe para prestar o serviço.

Também não teria sido explicada a necessidade de “planejamento tributário”, considerando que as operações da Laginha são corriqueiras no setor. Alegam que o administrador judicial descumpriu vários deveres legais e que,

em vez de remunerar um terceiro “a peso de ouro”, haveria “enorme potencial de economia de recursos e benefício para os credores da massa falida em substituir o próprio AJ por uma empresa“ com capacidade e experiência para administrar a dívida tributária da Laginha”.

PREJUÍZO BILIONÁRIO

Os irmãos também contestam a atuação do administrador judicial Igor Telino e o acusam de negligência na negociação da dívida tributária da massa falida. Alegam que o espólio da família perdeu a oportunidade de quitar uma dívida com o Fisco estimada em R$ 3,4 bilhões de maneira menos onerosa pelo “Quita PGFN”, da Procuradoria Geral da Fazenda Nacional, pagando apenas 30% do valor total.

Segundo seus advogados, a re-

dução do débito tributário chegaria a R$ 1,5 bilhão, o que agravou a situação da massa falida e provocou o rompimento dos demais herdeiros com a inventariante Lourdinha Lyra, visto que haveria dinheiro em caixa para quitar os impostos.

Em sua defesa, o administrador judicial Igor Telino informou que optou por uma negociação tributária mais adequada para a massa falida. Explicou que no “Quita-PGFN”, 30% do valor restante da dívida precisa ser quitado pela empresa imediatamente.

“A Laginha não poderia fazer isso porque estaria pagando a União antes dos demais credores”.

O administrador judicial explicou ainda que parte da dívida de R$ 3,4 bilhões está sendo contestada na Justiça e se a Laginha aderisse ao programa, estaria assumindo o total da dívida. O EXTRA procurou a inventariante Lourdinha Lyra para esclarecimentos, mas não obteve resposta até o fechamento da edição.

MACEIÓ, ALAGOAS - 15 A 21 DE ABRIL DE 2023 3 e extra
Thereza Collor, uma das herdeiras de João Lyra

Estrada acidentada

Asinalização de que o deputado Isnaldo Bulhões, do MDB, poderia ser candidato à presidência da Câmara dos Deputados em 2025, encontra, de pronto, alguns obstáculos a serem transpostos pelo parlamentar: o apoio concreto da ala partidária e a aproximação com outros partidos que não rezam na cartilha da agremiação e que fazem oposição ao governo.

Imprescindível

Contar com o apoio de Arthur Lira e ao mesmo tempo da família Calheiros seria um desafio imenso para o deputado Isnaldo Bulhões, que tem projetado sua vida pública nos bastidores, silencioso, arma que lhe deu o mandato de deputado várias vezes. Mas, no campo nacional, a história é completamente outra.

Preferência

Como não tem muita ascendência do MDB em nível nacional, é mais difícil o partido abraçá-lo nessa empreitada, embora o sonho de todos os deputados seja de alcançar o ápice da carreira como presidente da Câmara dos Deputados.

Divergência

Para quem acompanha a briga política entre Arthur Lira e Renan Calheiros, sabe que dificilmente os dois irão se compor para a eventualidade de apoiarem um candidato à Presidência da Câmara. E a partida, embora falte ainda muito tempo, já foi dada, com Arthur tendo inicialmente uma simpatia pelo nome do deputado Elmar Nascimento, do União Brasil, da Bahia.

Sem futuro

A ação do Ministério Público Eleitoral que pede a cassação de Paulo Dantas, Ronaldo Lessa e Renan Filho, depois de tanto tempo, dá para não acreditar que isso possa dar algum resultado. Afastar da cadeira de governador e senador desde as eleições passadas, requer muita prova concreta e a garantia de que foi usado o poder político e financeiro.

Além desses parâmetros que são colocados à priori, Isnaldo teria que ter, fundamentalmente, o apoio do atual presidente da Câmara Arthur Lira, que foi reeleito numa votação histórica no início do ano. A conquistar isso, teria meio caminho andado, muito embora não reúna, como confidenciam aliados nos bastidores, ainda a experiência necessária para dar um voo tão alto.

Sem reconhecer

O prefeito JHC continua vendendo sua imagem de administrador competente no seu programa semanal “Bom dia, prefeito”, mas está longe de reconhecer que muitas obras foram deixadas pelo seu antecessor, Rui Palmeira. É o caso da construção de milhares de residências no Dique Estrada, leia-se Vergel do Lago e a revitalização da região.

Apoio

Todo o volume de obras em Maceió, não veio por acaso. Foi um trabalho político e que contou com a participação efetiva do deputado Arthur Lira, presidente da Câmara. A alocação de recursos para a pavimentação de ruas e construção de casas teve a participação do parlamentar.

Não procedem

O prefeito de Barra de São Miguel, Benedito de Lira, considerou falsas as informações de que teria abandonado o município, atribuindo a adversários mesquinhos expedientes dessa natureza. Ele provocou seus adversários políticos a comparar sua administração com outros governos, além de pontuar o grande volume de obras que estão sendo realizadas em toda a cidade. Quem quiser ver, vá à Barra, disparou o prefeito e ex-senador.

Meio termo

Na confusão em Brasília para tramitação das medidas provisórias, o presidente Arthur Lira tem defendido um rito mais democrático, enquanto não se estabelece um procedimento que atenda aos anseios da própria Câmara dos Deputados e do Senado. E foi mais além, ao dizer que “o país tem pressa e não podemos nos perder em contendas intermináveis”.

Reviravolta

Na última quarta-feira, Arthur Lira mostrou o porquê é o presidente da Câmara dos Deputados. Numa jogada de mestre montou uma bancada com vários partidos que somam 175 deputados. Ou seja, o maior da instituição.

Insatisfeitos

Alguns aliados do governador Paulo Dantas ainda não se conformaram com a política de que ele fará um governo diferente. E querem avançar mais. Cauteloso, Dantas tem feito as modificações no seu quadro de auxiliares com cuidado, avaliando nomes por nomes e imprimindo um estilo próprio de governar.

Elle, de novo

Ninguém pense que o ex-presidente Fernando Collor ficará fora do contexto político por muito tempo. Nas eleições municipais do próximo ano ele estará presente. Como candidato, ou não.

Primeira hora

Como bolsonarista de primeira hora, embora tenha trânsito livre com o presidente Lula, Collor pode, sim, ganhar a simpatia dos admiradores do ex-presidente e disputar a Prefeitura de Maceió. Distante um pouco de JHC a quem deu seu apoio inicial para a eleição do prefeito, Collor se reinventa com facilidade. É esperar pra ver. Faz isso não

Alguns filiados ao Partido dos Trabalhadores parecem não saber que são obrigados, pelo estatuto, a doar 10% do que ganham na atividade pública. Dois ministros, dois governadores e mais de 30 deputados e senadores não querem nem ouvir falar nisso. Até o líder do governo no Senado, Jaques Wagner ainda não meteu a mão no bolso.

Homenagem

Várias personalidades estão sendo homenageadas pela Assembleia Legislativa e, como não poderia deixar de ser, o ex-deputado Tarcísio de Jesus, uma referência que foi da política alagoana, também será relembrado em uma sessão especial nos próximos meses, quando se comemora o seu centenário.

MOUSINHO n gabrielmousinho@bol.com.br GABRIEL MACEIÓ, ALAGOAS - 15 A 21 DE ABRIL DE 2023 4 e extra
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Lira e Renan buscam destravar distribuição de cargos federais

Apoios se alinham aos cargos da União indicados nos estados. E o governo não tem maioria na Câmara.

ODILON RIOS

Especial para o EXTRA

O presidente da Câmara Arthur Lira (PP) está sentado em cima de três pedidos de impeachment contra Lula. Ex-presidentes, Fernando Collor e Dilma Rousseff sentiram na pele os efeitos de um Congresso sem maioria governista: foram derrubados do Planalto.

Maceió.

Falando nos Pereira, o deputado é generoso com seus afetos na política. Sob a caneta de Lula garantiu, logo no início do ano, R$ 20 milhões para Teotônio Vilela, onde os Pereira mandam desde os sumérios. Para Maragogi, também do aliado Fernando Sérgio Lira (PP), foram R$ 10 milhões. Dinheiro para calçamento de ruas e construção de praças.

Em 2 de fevereiro, Satuba, do aliado Junior Tuté, recebeu R$ 14,8 milhões. Em São Miguel dos Campos, o prefeito George Clemente (MDB) conseguiu R$ 27,4 milhões. Ele apoiou a reeleição do parlamentar, apesar de estar na lista dos calheiristas.

Tanto o União Brasil quanto o presidente da Câmara vêm recebendo tratamento vip do Palácio do Planalto quando o assunto é dinheiro e cargos: além da Codevasf, o DNOCS (Departamento Nacional de Obras Contra as Secas). Somando os dois orçamentos destas estatais para 2023: R$ 3 bilhões. Ainda não está definido quem ficará com o DNOCS alagoano.

A Fundação Nacional de Saúde (Funasa) também está no balcão de negócios, assim como a direção alagoana do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS). Antes de Bolsonaro, Calheiros era quem mandava nestes cargos.

Arthur Lira perdeu poderes com a criação de um bloco articulado pelo deputado Isnaldo Bulhões (MDB), sob beneplácito de Calheiros, mas ainda é majestade em Brasília. Porém não tem mais sob seu comando o orçamento secreto, proibido pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Mas existem restos a pagar engatilhados nas pastas antes da decisão judicial.

Aum

ano e dois meses das convenções partidárias o cenário político alagoano patina na incerteza, o prefeito de Maceió JHC (PL) nada de braçada em direção à reeleição que só aparentemente parece missão fácil, mas todos os líderes partidários aguardam, com ansiedade, os efeitos da distribuição de cargos públicos federais.

A situação acontece em todo o Brasil. O ministro da Fazenda Fernando Haddad indica, em entrevistas, que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) precisa de apoios no Congresso, mas principalmente na Câmara Federal.

Em Alagoas, Lira e o senador Renan Calheiros (MDB) brigam pelos espaços com mais capilaridade entre os prefeitos e maior volume de verbas. O PT local ficará com as sobras. Por enquanto, a distribuição está paralisada. Trabalhadores rurais sem-terra ocuparam esta semana a sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) exigindo a saída de César Lira, superintendente regional. Lira é primo de Arthur e ‘herdado’ da gestão Jair Bolsonaro (PL).

Neste primeiro round, Lira está em vantagem: manteve a família Pereira na Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São

Francisco e do Parnaíba (Codevasf), estatal que este ano terá orçamento de R$ 123 milhões. A companhia muda sua sede de Penedo para Maceió, maior colégio eleitoral do estado e onde o presidente da Câmara não goza da simpatia do eleitor. Todo um xadrez manipulado pelo primo rico dos Pereira, atingindo a gestão do prefeito Ronaldo Lopes, do MDB calheirista e favorecendo o futuro aliado JHC, apesar da companhia investir nos 102 municípios e até Maceió recebendo investimentos para asfaltamento de ruas, direto dos cofres da estatal.

A Codevasf, em nota, confirma a mudança para Maceió, mas diz que a base em Penedo terá importância semelhante. “As alterações em curso buscam superar obstáculos logísticos e de segurança para profissionais da Companhia. Há funcionários que vivem em Maceió e que precisam realizar deslocamento diário para Penedo, para exercício de atividades específica”, diz. Funcionário em questão é Joãozinho Pereira, superintendente da Codevasf, morador de

E o Governo acionou a Advocacia Geral da União (AGU) para saber como proceder este pagamento, autorizados de 2020 a 2022.

Dos R$ 16 bilhões, R$ 5,4 bilhões estão no Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional.

Por isso, Lira construiu uma crise artificial- a do rito das medidas provisórias. Ao mesmo tempo, se mostra o ‘bombeiro’ dos incêndios que ele próprio cria, aumentando seu poder de barganha.

“Lira está cada vez mais espaçoso na sua relação com o governo.

Ele está vivendo uma abstinência. Estava totalmente dependente do orçamento secreto e agora terá que conseguir recursos em condição de igualdade com todos os parlamentares”, disse o inimigo Calheiros.

MACEIÓ, ALAGOAS - 15 A 21 DE ABRIL DE 2023 5 e extra
AGÊNCIA_SENADO
PT À MÍNGUA
Calheiros e Lira travam guerra por influência dentro do governo federal
Líderes querem funções com maior orçamento e força junto a prefeitos

BASTIDORES

Santoro e Vitor ganham status privilegiado em funções

Assessores de Renan Filho e Paulo Dantas têm poderes quase ilimitados

ODILON RIOS

Especial para o EXTRA

Poderosos assessores nos bastidores, George Santoro e Vitor Hugo Pereira da Silva são os olhos, ouvidos e braços do ministro dos Transportes Renan Filho e do governador Paulo Dantas (MDB). São os principais conselheiros, mas também executores de gigantescas ações, que envolvem muitos bilhões de reais.

Sem exageros, os dois podem ser chamados de eminências pardas, referência a François Leclerc Du Tremblay, o “padre José” e sua conhecida cor da batina, talvez um dos únicos padres tratados como eminência na Idade Média por sua função de conselheiro, assessor e propagandista do então ministro francês Cardeal Richelieu, isso no século 16. O padre também tinha uma vasta rede de espiões, todos padres, lhe passando informações sigilosas reveladas nos confessionários.

Também Vítor Hugo e George Santoro possuem seus informantes em Alagoas e Brasília dando aos dois a capacidade de prever os próximos passos. Em comum, têm o mesmo interesse: política. A diferença é como mostram este gosto.

O secretário de Governo de Alagoas, Vitor Hugo, por exemplo, pouco aparece. É mestre e doutorando em Ciências Políticas, como se define em seu currículo. Advogado, procurador efetivo de Batalha -terra de Dantas- sua assinatura está no acordo fechado em 27 de março

entre nove prefeitos e governo que define a privatização dos serviços de água e esgoto. Tudo sem nenhuma discussão com a população que vai pagar a conta.

Não é qualquer acordo. É um negócio bilionário que envolve empresas do setor privado com orçamentos igualmente gigantes e ligadas a empresas inter-

Vitrine e vidraça

George Santoro é a vitrine e a vidraça dos oito anos da era Renan Filho. Número 2 do governo passado e hoje executor dos projetos no Ministério dos Transportes, sua história em Alagoas passa pelo corte de 14% das aposentadorias de todas as faixas salariais para cobrir o rombo previdenciário e, mais recentemente, deixou pronto projeto, já em ação, de novas alíquotas do ICMS, variando de 19% a 22%, atingindo em cheio mercadorias e setor de serviços. Isso significa, em análises de publicações nacionais na área econômica, mais inflação, alta de preços e menos

nacionais. A Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal) que operava em Batalha, Campo Grande, Jacaré dos Honens, Major Isidoro, Olho d’Água das Flores e Olho d’Água Grande será substituída pela Águas do Sertão; Cajueiro, Santana do Mundaú e Viçosa não terão mais sistemas próprios de saneamento básico, agora assu-

poder de compra ao consumidor.

É uma decisão que afeta diretamente o mais pobre. E não se pode ignorar: 3 a cada 10 alagoanos passam fome, maior percentual do Brasil. Mesmo com o Bolsa Família reajustado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o consumidor terá menos opções na hora de comprar gêneros de primeira necessidade.

Mas George Santoro cresce e aparece. Pelo novo arcabouço fiscal que ainda precisa de aprovação do Congresso Nacional, o Ministério dos Transportes terá entre R$ 80 a R$ 100 bilhões em investimentos nos próximos quatro anos.

“Ao priorizar os investimen-

midos pela Verde Alagoas. Ano passado, logo quando Paulo Dantas tomou posse como governador-tampão (eleito indiretamente pelos deputados estaduais após renúncia de Renan Filho), Vitor Hugo assumiu a Vice-Presidência Corporativa da Casal. Uma operação que, na prática, significava diminuição de poderes do então secretário da Fazenda George Santoro.

E, de fato, foi assim: em 13 de março, o secretário deixou o governo e assumiu a Secretaria-Executiva do Ministério dos Transportes, “caindo para cima” no jargão político.

Hugo ganha mais e mais poderes na era Dantas:

- é responsável pela coordenação de projetos, obras e serviços públicos, uma espécie de super-secretário costurando ações na Algás, Detran, Desenvolve e, claro, a Casal;

- mantém diálogo direto com a Federação das Indústrias de Alagoas (Fiea).

E, na área política, é vice -presidente estadual do PSB, chefiado por Paula Dantas, herdeira da família.

tos estruturantes em detrimento de aplicações que não melhoram a vida das pessoas, o governo está demonstrando um compromisso com o desenvolvimento sustentável e a promoção do bem-estar da população. Esses investimentos podem melhorar a qualidade de vida das pessoas, criar oportunidades de trabalho e estimular o crescimento econômico”, disse o secretário-executivo.

Nas redes sociais ou em textos, segue cutucando o arqui-inimigo palaciano JHC (PL), prefeito de Maceió e que disputa reeleição. A estratégia incomoda o jovem gestor que ainda não conseguiu revidar à altura. A política está no prato de todos os dias deste tricolor.

MACEIÓ, ALAGOAS - 15 A 21 DE ABRIL DE 2023 6 e extra
George Santoro e Vitor Hugo tecem suas marcas dentro da política SECOM ALAGOAS

Rui acumula pouco destaque em secretaria-vitrine do Governo Dantas

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Especial para o EXTRA

Líder do PSD em Alagoas, Rui Palmeira desacelerou as intenções de disputar a Prefeitura de Maceió, apesar de seu nome estar na boca do prefeito JHC (PL), sempre comparando sua gestão com a do antecessor.

Hoje secretário de Infraestrutura, Rui se comporta como um personagem apagado, uma tática manjada: quando as eleições se aproximam ele se lança na busca por votos. Seu desempenho nas urnas mostra que essa estratégia é um fracasso: na disputa ao governo ficou em quarto lugar; em Maceió obteve míseros 13,81%, uma ninharia a quem ocupou, por duas vezes, a principal cadeira da capital, além de ter sido deputado estadual, federal e filho do ex-governador e ex-prefeito da capital Guilherme Palmeira.

Rui culpa a falta de apoio, de dinheiro, de prefeitos indo atrás de votos pelo desempenho nas eleições passadas. E caminha para o próprio acaso político. Deverá ser o último Palmeira, diretamente ligado aos ascendentes mais diretos desde os tempos do Império, a passar pela política local.

Mas o secretário carrega certezas. Há quem diga que uma delas é: não vai disputar a

Prefeitura da capital e se prepara para as eleições de 2026. Creem que até lá mostrará um bom desempenho na Seinfra, uma das principais vitrines de qualquer governo.

Entrevistado por Geraldo Câmara, no programa Bartpapo, mostra resultados pequenos nos 100 primeiros dias na pasta, usando tom de grandeza: a Seinfra paga R$ 10 mil para reformar cada casa que esteja em péssimas condições (habitações sem banheiro ou piso, por exemplo) em Maceió e outras 24 cidades (os prefeitos licitam e o governo paga as reformas). Ele quer ampliar esta ação para 30 municípios. E já fala em investimentos privados no Canal do Sertão, uma obra tocada exclusivamente com recursos públicos e apenas um dos quatro trechos estão com perímetros irrigados, um desperdício tratandose da segunda maior obra hídrica do Nordeste (a primeira foi a transposição do rio São Francisco).

Nos outros trechos, busca apoio de grandes empresários, citando como exemplo Petrolina (PE), mas estas sondagens nunca prosperaram nem quando Teotonio Vilela Filho (PSDB) foi governador por dois mandatos nem nos tempos de Renan Filho (MDB) quando alguns interessados chegaram a sobrevoar a região do Canal. Sob a administração

Paulo Dantas (MDB), a prioridade máxima, até agora, é a captação de dinheiro para o trecho 5, sem que o governo apresente ideias ou planejamento ao funcionamento dos demais trechos, já concluídos e com água.

A expectativa é que Rui e PSD surfem na popularidade de alguns nomes que disputarão prefeituras, como Toninho Lins, velho conhecido em

Riscos

Essa falta de ambição pela Prefeitura de Maceió pode custar caro. Presidido nacionalmente por Gilberto Kassab, o PSD não é nem direita nem esquerda, mas é ligado a focos do poder. Tem cargos no Planalto e também em São Paulo, na gestão do bolsonarista Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Arthur Lira quis tomar para si o partido, Rui denunciou a trama durante a campanha eleitoral. Mas Kassab tem uma dívida de gratidão com Guilherme Palmeira, pai de Rui. Essa dívida nunca será paga? Não existem certezas na política, os interesses ditam as regras.

Enquanto isso, Rui é peça útil aos Calheiros. A família busca um nome com viabilidade eleitoral para encarar as urnas contra o atual prefeito, num território que nunca se deu bem: a capital rejeita

Rio Largo, e nome quase certo para, direta ou indiretamente, ir para o confronto com Gilberto Gonçalves (PP), amigo-irmão do presidente da Câmara Arthur Lira (PP).

Em Maceió, o PSD é presidido por Tereza Nelma, secretária nacional de Aquicultura do Ministério da Pesca. Ela quer a reeleição da vereadora Teca Nelma, líder do PSD na Câmara.

os Calheiros e virou a mais nova fábrica de extremistas e conservadores nas eleições, buscando se ramificar pelo Nordeste. Será muito difícil expor o nome do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em Maceió, levando em conta que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) venceu nas urnas, mas Lula ainda é um forte cabo eleitoral (obteve 43% dos votos nas urnas de Maceió). Mas é difícil Rui estar lado a lado com o atual presidente. Além disso, o prefeito Jota elege o antecessor como seu inimigo mais direto para enfrentar, ou seja, publicidade gratuita ao palaciano, ao mesmo tempo chamando para o centro da rinha. No programa semanal ‘Bom Dia, Prefeito’ ele manda recados para a “gestão passada” enquanto Rui diz que o prefeito inaugura obras ou toca projetos deixados prontos por ele, como o saneamento do riacho Salgadinho, asfalto em Maceió e a construção de seis mil casas.

MACEIÓ, ALAGOAS - 15 A 21 DE ABRIL DE 2023 7 e extra INSTAGRAM
Rui Palmeira é secretário de Infraestrutura do governador Paulo Dantas
Desafiado por JHC para as urnas, ex-prefeito não demonstra entusiasmo
BRILHO
SEM

PERSONALIDADE ZERO

Sem força e grupo políticos, extrema direita alagoana patina

Estreia de Alfredo Gaspar e Fábio Costa no Congresso segue manual bolsonarista

ODILON RIOS

Especial para o EXTRA

Osdois primeiros meses de atuação no Congresso Nacional das bancadas dos estados também são preparativos para as eleições de 2024, quando votos de deputados federais e senadores serão testados nas urnas, atraindo vereadores e prefeitos para “seus grupos”. Neste quesito, os federais Alfredo Gaspar de Mendonça (União Brasil) e Fábio Costa (PP) disputam o posto de líder da extrema direita alagoana, mas este movimento é fraco e nem de longe vai arrastar prefeitos e

vereadores em quantidade gigantesca como os arrastões promovidos pelo senador Renan Calheiros (MDB) e o presidente da Câmara Arthur Lira (PP).

Calheiros quer o MDB filiando 80 prefeitos e, desde o ano passado, iniciou sua operação de atrair gestores municipais em nome de um futuro garantido pela ele: a reeleição ao Senado em 2026. Vereadores e prefeitos são fundamentais neste movimento porque agregam eleitores, poeira que vale ouro, segundo o ex-governador Silvestre Péricles.

O MDB Maceió é presidido

pelo presidente da Câmara Galba Netto que, junto ao líder do prefeito JHC na Câmara Chico Filho, formam um emedebismo pró-Jota, sob protestos de Calheiros, que exige licença das atividades políticas de Filho no partido.

”Fui escolhido pela minha bancada, conversamos bastante e avaliamos que é um movimento importante para somar forças. É claro que existem diferenças entre os dois campos, mas nada que a boa conversa não resolva. Este é o meu perfil, sempre foi assim. Dialogar, apontar quais caminhos podemos seguir e até onde podemos chegar. Ganham todos, especialmente, os maceioenses”, disse o vereador, buscando construir uma ponte entre Jota e o senador.

Preso em Brasília pelo cargo que ocupa e bastante centralizador nas decisões, Arthur Lira está às voltas para a criação de um bloco de partidos que supere, em poder e número, os 142 deputados federais da chamada oposição lirista e alinhado ao Palácio do Planalto.

Em Alagoas, vem perdendo espaço nas costuras eleitorais, mas não tem líderes menores: constrói aproximação com JHC e o prefeito de Arapiraca Luciano Barbosa, ainda no MDB e ocupando a direção estadual. Também exigiu de Fernando Pereira, irmão do diretor-presidente da Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba) Joãozinho Pereira, apoio à

ex-deputada Ângela Garrote, que disputará a Prefeitura de Pal- meira dos Índios.

Nas brechas ou sobras destes blocões políticos estão Fábio Costa e Alfredo Gaspar, que mesmo investindo pesado nos discursos extremistas ou soluções fáceis na área de segurança pública, não atraem uma quantidade de vereadores e prefeitos suficientes para grandes emoções nas urnas. Na estreia de ambos na Câmara, mostraram ser mais do mesmo, acompanhando o previsível coro bolsonarista.

Mendonça ganhou destaque nacional por virar alvo de chacota do ministro da Justiça Flávio Dino, chamado para audiência da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). O deputado perguntou se Dino teria a mesma “macheza” de prender integrantes de organizações criminosas como ele teve ao “botar um monte de véio, menino, no ônibus e levar para academia de polícia”.

Ele se referia aos terroristas presos por destruírem prédios públicos na praça dos Três Poderes, em Brasília, no dia 8 de janeiro.

A resposta de Flávio Dino levou o plenário às gargalhadas: “Sobre minha macheza, se o senhor está interessado nesse assunto, eu não estou. Eu não tenho medo de ninguém, nem de nada. Pode ter certeza disso, mas claro que não sou justiceiro”.

O episódio rendeu mais seguidores para Alfredo Gaspar nas redes sociais, mas também mostrou uma atuação bem diferente do parlamentar quando era procurador-geral de Justiça e secretário de Segurança Pública.

Ele e Fábio Costa defendem mais armas, discurso alinhado com a propaganda das empresas bélicas, em defesa do mito da igualdade entre o bandido e o cidadão, os dois armados. Algo que se alinha às ideias de Jair Bolsonaro (PL) que, na sua administração, pressionava pela flexibilidade geral no porte e posse de armas de fogo.

Nos episódios envolvendo violência nas escolas, dizem que seguranças armados são fundamentais para a solução de conflitos, medida criticada por entidades educacionais.

O bolsonarismo segue como tímido movimento com mais adeptos em Maceió, única capital do Nordeste a dar maioria de votos ao ex-presidente da República.

MACEIÓ, ALAGOAS - 15 A 21 DE ABRIL DE 2023 8 e extra ASSESSORIA
Discursos extremistas de Alfredo Gaspar e Fábio Costa não trazem novidades em meio a outros bolsonaristas
MACEIÓ, ALAGOAS - 15 A 21 DE ABRIL DE 2023 9 e extra

MATERNIDADE

Pesquisadora encoraja mulher a denunciar violência obstétrica

Segundo Bruna Pimentel, agressão pode ocorrer tanto na gestação quanto no parto

MARIA SALÉSIA

sallesiaramos18@gmail.com

Mãe de três filhos e vítima de violência obstétrica em dois partos, Bruna Pimentel, bacharel em Direito, graduanda em criminologia e correspondente jurídica, desenvolveu um artigo científico encorajando as mulheres a denunciarem a violência obstétrica sofrida dentro das unidades de saúde. Para ela, trata-se de uma violência de gênero e as mulheres, muitas vezes, não sabem os seus direitos.

Bruna esclarece que esse tipo de agressão pode ser caracterizado tanto durante a gestação quanto na hora do parto. Além do que, também há violência obstétrica no momento da assistência em casos de aborto, principalmente no induzido.

O artigo sobre violência obstétrica no Brasil foi escrito com objetivo de esclarecer e informar as mulheres sobre este crime. “Quando negado atendimento à mulher, quando é imposto qualquer tipo de dificuldade onde se faz o pré-natal, quando são feitos comentários humilhantes, desrespeitosos referente a cor ou classe social da mulher, sua escolaridade, a quantidade de filhos que ela tem, tudo isso é considerado uma violência obstétrica”, diz.

A profissional afirma que violência obstétrica pode se iniciar na recepção da maternidade por parte dos profissionais de atendimento. E exemplifica ao classificar dessa forma a falta

de atenção quando a paciente chega com muita dor, a demora em prestar assistência. “Acontecem situações de mulheres terem seus filhos na recepção e corredor por falta de atendimento e isso é considerado violência obstétrica”, afirma.

Também é considerada violência obstétrica quando os profissionais não permitem que a gestante seja acompanhada por quem escolheu, embora

exista uma lei que garanta esse direito. “O hospital não pode intervir nessa escolha. Pode ser homem ou mulher, parente ou não”, esclarece. Da mesma forma, alguns procedimentos são considerados violência obstétrica. Um deles é o toque no canal vaginal para checar se há abertura adequada para a saída do bebê. “Mesmo com tantas contrações, dores e outros incômodos, a mulher ainda tem que se

dispor a ser tocada por diversas vezes, escutar palavras impróprias, desrespeitosas contra ela e até o acompanhante. A violência obstétrica é muito além do que a gente imagina”, garante a pesquisadora.

No momento do pré-parto as violências mais corriqueiras são moral, psicológica e verbal. Comentários como “quando foi fazer não chorou” ou “no próximo ano eu te encontro aqui”, são exemplos. A exposição da mulher a multiprofissionais sem seu consentimento, referências pejorativas a vida sexual dela com abuso verbal e constrangimento, todos são exemplos de violência de cunho sexual.

A advogada também lembra que muitas maternidades ainda utilizam medicamentos, como a ocitocina, que acelera as contrações no trabalho de parto, mesmo com a recomendação contrária da Organização Mundial de Saúde (OMS). Outro problema verificado de forma corriqueira é a restrição de alimentos, embora não haja respaldo científico para manter a mulher em jejum absoluto, caso o trabalho de parto esteja fluindo de forma saudável. “Se o parto não for de alta complexidade, com gestação saudável, não há porque deixar essa mulher de jejum absoluto”, comenta.

A pesquisadora citou duas manobras que são feitas na gestante, também banidas pela OMS, tendo em vista que são agressivas e podem acarretar problemas de saúde. São considerados procedimentos violentos, a episiotomia, uma sutura que é feita entre a vagina e o ânus quando a passagem para o bebê é pequena e a manobra de kristeller, onde a técnica utilizada para acelerar o trabalho de parto é fazer pressão sobre o útero da mulher, diminuindo o período expulsivo. Apesar do uso, a técnica expõe mãe e bebê a riscos.

MACEIÓ, ALAGOAS - 15 A 21 DE ABRIL DE 2023 10 e extra
Bruna Pimentel: “negar atendimento já é uma forma de violência” ARQUIVO PESSOAL

MATERNIDADE

“Essa manobra já foi banida, não pode mais ser realizada nas maternidades porque a mulher pode ter costelas fraturadas, hematomas no corpo, prejudicar o bebê, ser machucada. Mesmo assim ainda é realizado por alguns profissionais”, informa.

Muitas mulheres quando sofrem aborto induzido ou espontâneo, também sofrem violência obstétrica. No induzido, principalmente, a violência é mais constante. “Podemos correlacionar a violência obstétrica ao direito da autonomia. Os direitos sexuais e reprodutivos das mulheres, principalmente no momento do parto, onde ocorre grande violência do direito. Ao violar a autonomia das mulheres, está sendo ferido o direito da dignidade da pessoa humana, citado na constituição federal do artigo 1º parágrafo 3º. A mulher perde sua autonomia, perde seus direitos sexuais e reprodutivos no momento do parto, onde ela está ali da maneira que os profissionais de saúde querem que elas estejam”.

Bruna Pimentel sofreu na pele, no corpo e na alma este tipo de violência por duas vezes e em duas maternidades de Maceió. Perdeu a autonomia do corpo, sofreu violência verbal, psicológica, moral, onde realizaram procedimentos invasivos e que tem consequência porque refletem não só no físico quanto psicológico, traumatizando. “O motivo do artigo científico é mostrar na área do Direito que

nós mulheres temos o direito de denunciar a violência obstétrica na Defensoria Pública. Se a mulher sofreu esse crime, ela pode registrar a denúncia informando a maternidade, os fatos que ocorreram. É um direito que assiste”, ensinou.

“O Estado tem o dever de manter e fiscalizar o órgão de saúde, mas na prática não acontece. Muitas vezes a mulher não denuncia porque não sabe seus direitos”, afirmou.

Estudo aponta que 50% das mulheres entrevistadas sofreram violência obstétrica

Bruna Pimentel realizou enquete com 150 mulheres sobre o assunto e o resultado não foi nada animador. Ao ser questionada sobre o que é violência obstétrica, 37% disseram que sabia; 56% afirmaram que já ouviu falar, mas não sabe nada sobre o assunto e 7% nunca ouviu falar. Quando pergunta era se “você sabe quais os tipos de violência obstétrica”, 30% responderam sim; 39% que algumas e 31% que não tenho ideia. Quando quer saber se já sofreu ou conhece alguém que sofreu violência obstétrica, 50% já disse que sofreu; 30% nunca e 20% conhece alguém que sofreu.

MACEIÓ, ALAGOAS - 15 A 21 DE ABRIL DE 2023 11 e extra
Sonho da gravidez pode se tornar um pesadelo devido a má conduta de profissionais da saúde
PIXABAY

Seris é acusada de manter usurpação de funções no Presídio do Agreste

BRUNO FERNANDES

bruno-fs@outlook.com

OPresídio do Agreste, em Girau do Ponciano, é alvo de novas denúncias de ilegalidades mesmo após a assinatura de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) junto ao Ministério Público de Alagoas. De acordo com o Sindicato dos Agentes Penitenciários, Servidores e Trabalhadores do Sistema Prisional (Sinaspen), a Secretaria de Estado de Ressocialização e Inclusão Social (Seris) continua utilizando monitores de ressocialização para usurpar a atividade do policial penal, desrespeitando o TAC assinado no ano passado.

O TAC foi assinado em julho de 2022, com o objetivo de adequar o contrato firmado com a empresa privada Reviver Administração Prisional Privada Eirelli, para que fossem respeitadas as atividades pertinentes ao cargo de policial penal. No entanto, segundo o sindicato, o documento nunca foi respeitado.

O acordo estabelece que apenas policiais penais – e não seguranças contratados pela empresa – podem realizar serviços como controle da unidade prisional, cumprimento de alvarás de soltura, seguranças interna e externa da penitenciária, inclusive das portarias, e revistas, controle e registros de entrada e saída de pessoas.

Vale ressaltar que o art. 144, § 5-A, da Constituição Federal, e o art. 244, § 7º, da Constituição do Estado de Alagoas, já afirmam que a segurança prisional cabe apenas aos policiais penais, assim como sendo indelegáveis as funções de direção, chefia e coordenação no âmbito do sistema penal, bem como todas as atividades que exijam o exercício do poder de polícia.

Inspeção constatou irregularidades em presídios

forma alguma o TAC e ele [secretário Diogo Teixeira] segue desobedecendo a lei e desrespeitando o Ministério Público. [...] Eles estão tentando a todo custo abrir casa de custódia e esvaziar o Presídio do Agreste, mesmo com todo efetivo que tem lá, preferindo pagar a uma empresa para exercer uma atividade policial que não é permitido por lei”, explica o presidente sindical, Vitor Leite da Silva.

Em dezembro do ano passado também foi criado um grupo de trabalho por determinação do desembargador do Tribunal de Justiça de Alagoas Fábio Ferrário para que pudesse acompanhar a situação das unidades prisionais de cogestão, mas até o momento também não houve progresso.

“A gente não sabe se a Seris está dando andamento, não foi passado nenhuma informação ao sindicato, enfim, está tudo ainda muito sem direcionamento e parece que estão apenas ganhando mais tempo”, finaliza Vitor.

O Presídio do Agreste funciona em regime de cogestão, com mais de 110 policiais penais lotados na unidade, que, com horas extras, têm um efetivo diário médio de cerca de 35 policiais. Apesar disso, a Seris continua utilizando monitores de ressocialização para exercer funções que deveriam ser realizadas apenas pelos policiais penais, conforme denúncia.

“Não estão cumprindo de

O TAC estabeleceu a princípio um prazo de 120 dias para que o estado procedesse estudo e análises técnica e jurídica sobre as adequações necessárias ao termo de referência firmado com a Reviver Administração Prisional Privada Eirelli. Inspeções nas celas e demais dependências utilizadas pelos reeducandos, manutenção da ordem, segurança e disciplina da unidade prisional, medidas de segurança e correções, recolhimento dos presos às celas, abertura e fechamento das celas, cobertura dos postos de controle e triagem dos custodiados são algumas das funções que devem ser exercidas apenas pelos policiais penais.

O EXTRA questionou a Seris sobre as acusações feitas pela categoria e se alguma medida estaria sendo tomada para evitar que o acordo com o Ministério Público de Alagoas fosse descumprido, mas não recebeu retorno até o fechamento desta edição.

MACEIÓ, ALAGOAS - 15 A 21 DE ABRIL DE 2023 12 e extra
Segundo sindicalista, TAC assinado no ano passado não está sendo cumprido
DO PONCIANO
GIRAU

EDUCAÇÃO

Alagoas desperdiça R$ 29 milhões de recursos públicos em obras paradas

Verba federal foi empregada na construção de escolas e creches

TAMARA ALBUQUERQUE

tamarajornalista@gmail.com

Obras públicas abandonadas ou paralisadas não significam apenas desperdício de dinheiro público. Sobretudo, agrava a carência de serviços à população, principalmente nos municípios mais pobres onde o gestor local não consegue dar respostas às necessidades dos habitantes nas áreas básicas. Na educação, 37 municípios de Alagoas acumulam 80 obras paradas e inacabadas, sendo 58 projetos na educação básica e 22 na educação infantil.

Essas obras deveriam acomodar meninos e meninas, oferecendo oportunidade de crescerem e adquirirem conhecimentos em escolas, creches, pré-escolas, quadras esportivas, entre outros projetos, com estrutura apropriada para as funções, conforme foram planejadas.

Um levantamento da Confederação Nacional de Municípios (CNM) apontou que no Brasil há cerca de 28.722 obras pactuadas com o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), entre os anos de 2007 e 2022, sendo a maioria delas, 22.548 (78,5%) no âmbito municipal, localizadas em 4.971 municípios dos 26 estados.

Desse total, quase 13 mil foram concluídas; 2,4 mil estão em execução; 3.470 já estão canceladas; 2.449 estão inacabadas; 670 paralisadas; 278 em licitação; 238 em planejamento; 107 em contratação; 47 em reformulação. Isso representa R$ 52,8 bilhões pac-

Segundo levantamento, 37 municípios de Alagoas estão com construções paralisadas

tuado com o FNDE.

Desconsiderando os dados das obras canceladas, pois não podem mais ser retomadas, existe na educação, em 1.512 municípios, um total de 3.119 obras paralisadas e inacabadas, mas que, se resolvidas as pendências ou repactuados os convênios, podem ser reiniciadas e concluídas. Essas obras representam um montante de R$ 3,1 bilhões pactuados com o governo federal, sendo R$ 1,3 bilhão (41,4%) já repassado e R$ 1,8 bilhão (58,6%) a repassar.

As 58 obras não concluídas em Alagoas na educação básica têm valor pactuado com o fundo de R$ 46,9 milhões. Foram repassados aos municípios R$ 18,3 milhões, ou 39,1% dos recursos. Pelos cálculos, faltam chegar aos cofres municipais R$ 28,6 milhões para conclusão das obras, o correspondente a 60,9% do total pactuado.

Na educação infantil, o estado registra 22 obras paralisadas em 20 municípios com valor pactuado de R$ 30,5 milhões e repassados R$ 11,2 milhões (37%) no período entre 2007 a 2022. O governo federal não repassou, portanto, R$ 19,2 milhões para conclusão das obras. É importante salientar que as obras são classificadas pelo FNDE como paralisadas quando ainda possuem termos de compromisso

vigentes.

Segundo o levantamento, em Alagoas, as obras se encontram nessa condição por diversos motivos, desde os problemas com a construtora/empreiteira até inconformidades do projeto ou documentação, que impedem sua continuidade. Porém, esclarece a CNM, este tipo de empreendimento ainda reúne as condições para retomada de sua execução sem necessidade de repactuação do Termo de Compromisso com o FNDE.

Já em relação às obras inacabadas o país registra 2.449 em 1.215 municípios, com acordos firmados entre 2007 e 2022. A concentração de obras inacabadas por região mostra uma situação bastante delicada nos estados do Norte e do Nordeste, com 902 municípios. Juntas, as regiões somam 2.202 obras ou 81,7% do total, sendo 1.393 (56,9%) na região Nordeste e 609 (24,9%) na região Norte. Elas somam R$ 1,8 bilhão pactuados com o FNDE, dos quais foram repassados R$ 745,7 milhões (41,6%).

As regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do país respondem por 447 obras (18,3%), num montante de R$ 407,8 milhões pactuados e repassados R$ 150,2 milhões (36,8%).

A CNM destaca que a baixa capacidade institucional de muitos municípios em cumprir as

exigências dos termos de compromisso/convênios são causas para a descontinuidade das obras. Além disso, o pouco conhecimento sobre as normas vigentes, a fragilidade de suporte técnico e pouca capacitação dos municípios pelo FNDE e, até mesmo, os atrasos nos repasses federais, somados à burocracia e aos critérios exigidos para o processo de repactuação, representam entraves para solucionar os problemas que impedem a conclusão dessas obras.

O estudo também aponta a necessidade de mais esforço dos entes federados, especialmente do governo federal, no sentido de avaliar as razões principais que levam à não continuidade de empreendimentos públicos. “Isso [deve ser realizado] com o objetivo de identificar e empreender medidas para mitigar essas causas, monitorar o desempenho geral da execução de obras com recursos federais, de forma a prevenir a não conclusão de importantes empreendimentos para a educação municipal e o desperdício de recursos públicos.

A CNM avalia ainda que o governo federal, por meio do FNDE, deve apresentar solução para os recursos pactuados que não foram integralmente repassados, transferidos aos municípios a título de ressarcimento.

MACEIÓ, ALAGOAS - 15 A 21 DE ABRIL DE 2023 13 e extra
SIMEC

Justiça adia decisão sobre futuro da diretoria da Fecomércio

pleito, o empresário Adeildo Sotero foi eleito para o mandato 2022-2026, derrotando o atual presidente da Fecomércio, Gilton Lima. No entanto, Lima estaria fazendo manobras para não reconhecer o resultado da eleição.

A atual diretoria derrotada alegou que a primeira eleição não teria validade visto que a chapa vencedora não entregou todos os documentos solicitados, mas segundo o advogado da chapa vencedora, a comissão foi composta por membros contratados pela então diretoria que tiveram o objetivo de atrapalhar o pleito.

BRUNO FERNANDES

bruno-fs@outlook.com

Ofuturo da diretoria da Fecomércio continua incerto. Anteriormente marcado para o último dia 11, o julgamento do recurso que deverá decidir sobre a extinção do processo e consequentemente indicar qual chapa deverá assumir o comando da instituição foi adiado a pedido das próprias partes e ainda não tem data para acontecer.

Desde a eleição para troca da presidência, que ocorreu no dia 19 de maio do ano passado, a atual diretoria, que não conquistou a reeleição, continua no cargo, mesmo após a chapa “União e Progresso” ter sido eleita com cinco dos oito votos.

Segundo Pedro Leão, advogado da chapa “União e Progresso”, o pedido de adiamento foi feito em razão da sessão virtual, que dificulta uma manifestação mais

próxima junto aos componentes da turma.

“A data não foi mantida, inclusive teve pedido de todas as partes e, por isso, foi decidido pelo adiamento [do julgamento]. Ainda não temos uma data para que algo seja decidido”, explica o advogado. “Pedimos adiamento

em razão de terem marcado para uma sessão virtual. Esse plenário virtual dificulta uma manifestação mais próxima junto aos componentes da turma”, continua. O julgamento do recurso será conduzido pelo juiz Francisco Noronha.

Vale lembrar que no último

“A comissão foi composta por nove pessoas, entre eles, o então presidente, já que nada o impediria de participar da comissão e tentar a reeleição, mas por diversas vezes solicitaram documentos que até então não faziam sentido, sempre com prazos curtos, praticamente mudaram as regras enquanto o jogo acontecia”, alega Pedro Leão.

Por conta disso, a chapa vencedora entrou na Justiça, mas o processo foi extinto pelo juiz Francisco Noronha, mantendo a então chapa derrotada no poder devido a uma assembleia realizada entre os dias 17 e 20 de junho por membros do Conselho de Representantes da Fecomércio. A defesa da chapa “União e Progresso” entrou com um recurso para anular a extinção do processo.

Segundo a Fecomércio, no entanto, o mandato da atual diretoria continua vigente até que ocorra a investidura dos novos membros, que, por sua vez, só poderá ser efetivada após a reunião mencionada. Assim que houver uma decisão oficial, será comunicada publicamente”.

MACEIÓ, ALAGOAS - 15 A 21 DE ABRIL DE 2023 14 e extra
Chapa “União e Progresso” e ‘Unidos por Alagoas’ travam batalha pelo poder
ELEIÇÃO

Transplante: 513 alagoanos aguardam por órgãos

Deputado estadual José Wanderley cobra instalação de ambulatório de eficácia cardíaca

MARIA SALÉSIA

sallesiaramos18@gmail.com

Amorte de Francisco Sebastião de Lima na terçafeira, 11, o transplantado cardíaco mais longevo da América do Sul, chama a atenção e acende a esperança de pacientes que estão na fila de espera. Chiquinho, aos 17 anos, recebeu um coração novo, isso há 34 anos. Viveu até os 51 anos no município de Santana do Mundaú, zona da Mata alagoana. Ele morreu devido ao melanoma, um tipo de câncer de pele. O coração não matou o Chico.

O coração do doador fez o menino renascer, crescer, ter expectativa, viver. Para o médico cardiologista e deputado estadual, José Wanderley Neto, que liderou o procedimento, a cirurgia do ponto de vista técnico não teve grandes mudanças desde o caso de Francisco. O que mudou, diz, foi o conhecimento científico em cuidados pós-operatórios e aparecimento de novas drogas para controlar a rejeição. Atualmente, em Alagoas, 513 alagoanos aguardam por um órgão, sendo dois de coração.

Segundo o cardiologista, a grande inovação no caso de Chico foi a busca pelo órgão à distância, tornando a cirurgia mais segura e econômica. “Esse formato levou a criação do Nordeste Transplante, levando o procedimento a toda região”, afirmou Wanderley. O especialista ainda acrescentou que, em Alagoas, é preciso reformatar o programa de transplante para ser mais efetivo. O Hospital Adib Jatene está se preparando para essa nova fase.

Um dado importante é que as pessoas com até 45 anos de idade podem ser doadores, porém, tem que manifestar o desejo em vida e ter o consentimento familiar para que seja materializada a doação. Já doadores mais idosos são aceitos em situações es-

peciais.

José Wanderley disse que como parlamentar, cidadão e médico vai lutar para organizar o sistema de atendimento às doenças cardiovasculares de forma integral, começando pela prevenção.

E assim, no dia do falecimento de Chico, o deputado, doutor Wanderley, fez pronunciamento na Assembleia Legislativa de Alagoas e, com pesar, se solidarizou com familiares ao afirmar que sua sobrevida foi um marco

para a história da cardiologia do Brasil. Emocionado, relembrou do menino de Santana do Mundaú quando aos 17 anos, em 1989, fez em Aracaju (SE) o primeiro transplante de coração na região.

Disse, ainda, que do ponto de vista médico, era um paciente com insuficiência cardíaca, que hoje engloba várias doenças cardíacas que levam a esse resultado final. Mas trata-se de um problema de saúde pública, pois é a principal causa de morte de

pacientes que estão internados. “Vamos solicitar ao governador (Paulo Dantas) que instale aqui em Alagoas o primeiro ambulatório de eficácia cardíaca e interiorizar, pois os medicamentos são muitos eficazes para controlar os sintomas e prolongar a vida desses pacientes”, destacou o cardiologista que junto de sua equipe já realizou mais de 50 transplantes cardíacos no estado.

Segundo dados da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), em Alagoas, no ano de 2022, foram realizados 94 transplantes, sendo o de córnea o mais executado. No total, uma pessoa fez do coração, seis de fígado, 10 de rim e 77 de córnea. Já no período de janeiro a março de 2022, aconteceram 11 procedimentos, 10 de córnea e apenas um de fígado.

De janeiro a março de 2023 só foram feitos transplantes de córneas, num total de 10. Neste mês de abril, até o último dia 11, aconteceram cinco transplantes em Alagoas. Dois de fígado, dois de rins e um de córneas.

Até a quarta-feira 12, o número de alagoanos na fila de espera para realização de transplantes era de 513 pacientes aguardando por um órgão. Desses, dois de coração, três de fígado, 51 de rim e 457 de córneas.

COMO DOAR

Atualmente, para ser doador, não é necessário deixar nenhum documento por escrito. Mas é preciso conscientizar as famílias sobre a vontade do doador de órgãos. A legislação brasileira só é válida, na verdade, se a família autorizar no momento da morte encefálica.

“Então, não adianta deixar nada escrito, porque somente com a autorização da família é que pode ser realizada a doação”, esclareceu equipe técnica da Sesau.

MACEIÓ, ALAGOAS - 15 A 21 DE ABRIL DE 2023 15 e extra
Médico cardiologista, Wanderley já realizou mais de 50 transplantes em AL Francisco Sebastião viveu 34 anos após transplante de coração
NA FILA
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ASSEMBLEIA LEGISLATIVA
MACEIÓ, ALAGOAS - 15 A 21 DE ABRIL DE 2023 16 e extra
MACEIÓ, ALAGOAS - 15 A 21 DE ABRIL DE 2023 17 e extra

SAÚDE MENTAL

Gozar pode ser para o mal e para o bem

Quando se fala na palavra gozar, a primeira coisa que vem à cabeça é o ato sexual. É sinônimo de orgasmo sexual, mas tem outro

sentido. E esse sentido vem do que Lacan, discípulo de Freud, descreveu sobre a palavra, sobre o ‘sintoma’, sobre o comportamento de alguém de satisfação, seja consciente ou inconsciente.

Pois bem, a palavra gozo é muito utilizada no meio laboral.

‘Fulano de tal está em gozo de férias’, ou seja, o gozar é desfrutar de algo, que pode ser bom e também pode ser ruim para a própria pessoa.

O termo foi descrito por Lacan para nomear uma experiência que tem a ver com uma experiência de satisfação sexual inconsciente, e que não é necessariamente um gozo sexual.

Basicamente todas as doenças que são impregnadas em nosso corpo, segundo a psicanálise, vêm das emoções reprimidas, ou melhor dizendo, dos impulsos sexuais reprimidos.

Na verdade, a satisfação dos impulsos é feita de forma inconsciente. Conscientemente sentimos dor e sofrimento, mas inconscientemente estamos gozando.

Pode-se exemplificar, dizendo que, uma pessoa, por exemplo, que é hipocondríaca goza em dizer que está/é doente, ou seja, ela tem prazer em dizer que é doente (embora não seja). Ela tem algum ganho com isso (atenção, entre outros), que é uma forma de gozar, ter satisfação na/daquilo que faz.

Um outro exemplo pode ser do trabalho de um artista, de um pintor, de um músico, de um escritor, enfim. A energia e o trabalho que são desprendidos para realizar algo, podese dizer, também, que são uma satisfação intensa e essa satisfação é também um gozo.

Mas o gozo também pode ser uma satisfação perversa: alguém maltratar outra pessoa, seja através de palavras ou mesmo através de atos violentos e tem ‘satisfação’ neste ato.

O gozo pode ser também de alguém em fazer outrem, uma população de uma comunidade, município ou país, a refletir sobre algo que pode ser bom para quem está recebendo a mensagem, seja qual for a população.

O gozo, assim, pode ser consciente e também inconsciente; e pode servir para fazer o bem ou para fazer o mal. Ou seja, podemos gozar de prazer ou de dor, geralmente inconsciente.

n arnaldosanttos.psicologo@gmail.com

Mitos sobre suicídio

O primeiro mito é de que a pessoa quer morrer. Não é verdade. Ela quer acabar com o sofrimento e não morrer. Que a pessoa não avisa. Avisa sim. Cerca de 80% das pessoas que cometeram o suicídio, de alguma forma, falou que ia praticar o ato. A pessoa não deve ser considerada covarde e muito menos herói. Ela precisa de acolhimento.

Acolher

Para quem tentou o suicídio. Muitas vezes uma pessoa quer, sim, demonstrar o sofrimento, mas tem receio de ser mal interpretada, de ser rotulada de fraca, de que o problema dela é frescura ou é besteira, enfim.

É preciso acolher.

Nesse momento de sofrimento, ela pode tentar o suicídio para chamar atenção, inconscientemente. A pessoa utiliza formas amenas.

Acolher II

Mesmo que a família perceba que a pessoa tenha manipulado algum parente (por esse comportamento já precisa de tratamento psicoterápico) é preciso que ela seja acolhida. Isso levanta a autoestima dela. O mais importante: sem julgamento.

Acolher III

Transmitir esperança para resolver a situação que a pessoa esteja passando é fundamental. Pode-se dizer:

- “Iremos achar uma alternativa para o problema.

- Estou aqui para te ajudar.

- “Vamos procurar ajuda de um psicólogo”.

Autoconhecimento

Escutar uma música, ler um bom livro e conversar com amigos pode amenizar a ansiedade e a depressão.

Dor

Há incontestavelmente gozo no nível em que começa a aparecer a dor” - Lacan

Atividades simples que qualquer pessoa pode adotar, todos os dias.

Aos primeiros sinais de que não está conseguindo controlar a ansiedade ou que esteja com sinais de depressão, como desconcentração, irritabilidade, isolamento social; procure um psicólogo. A psicoterapia, também é fundamental.

Não seja tão perfeccionista

Diga também que não está bem. Seja sincero consigo mesmo.

Pare de culpar as pessoas pelos seus fracassos. É bom não ser tudo: se especialize.

Não se preocupe demais. Não é fácil, mas é possível. Procure um psicólogo se não conseguir. Tente acertar o seu alvo que foi planejado. Seja grato com as pessoas. Não custa nada. Não seja carrasco de si mesmo. Enfrente os problemas que eles surgirem. Agradeça sempre por tudo que acontece, inclusive os fatos negativos. Aprenda com eles. Ninguém é louco(a) porque procura um psicólogo. Pelo contrário, é um amadurecimento intelectual.

Cavida e CVV - Muitas instituições dão suporte psicoterápico às pessoas que estão em processo agudo de ansiedade, depressivo ou que tentou o suicídio. Uma delas é o Centro de Promoção à Saúde, Educação e Amor à Vida (Cavida) pelo telefone 9.8879-2710, além do Centro de Valorização da Vida (CVV) pelo telefone 188.

Arnaldo Santtos é Psicólogo Clínico - CRP-15/4.132. Celular: +55 (82) 9.9351-5851

Consultório: Rua José de Alencar, 129, Farol (Atrás da Casa da Indústria), Maceió-Alagoas. Atendimento também on-line, autorizado pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP). Email: arnaldosanttos.psicologo@gmail.com arnaldosanttos@gmail.com

MACEIÓ, ALAGOAS - 15 A 21 DE ABRIL DE 2023 18 e extra

PARA REFLETIR - Eu sou a favor dos direitos animais bem como dos direitos humanos. Essa é a proposta de um ser humano integral. (Abraham Lincoln)

Otroco do mestre Arthur

Opresidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou que o “superbloco” formado por 173 parlamentares não é um instrumento de “chantagem” contra o presidente Lula (PT).

O novo grupo é formado por legendas de esquerda e de direita: PP, União Brasil, Federação PSDB/Cidadania, Solidariedade, Patriota, Avante, PDT e PSB. Trata-se, também, de um “troco” de Lira ao bloco recentemente constituído por Republicanos, MDB, PSD, Podemos e PSC, a reunir 142 deputados.

“Eu fico, às vezes, me divertindo com as narrativas. Esse bloco que foi criado não é para fazer oposição ao governo, não é para fazer chantagem ao governo. Essas versões que são criadas não ajudam neste momento”, disse Lira à imprensa. A tendência é o bloco crescer e o poder de Arthur Lira também.

Haja mordomia

Quando a gente imagina que já viu de tudo na política, sempre aparece uma nova, principalmente na vertente da improbidade e da exploração explícita do dinheiro público. No pomposo e rico estado de Santa Catarina, a vice-governadora Marilisa Boehm, contratou, através de seu gabinete, um grupo de funcionários para sua cozinha, de fazer inveja aos restaurantes mais badalados. Um cozinheiro receberá R$ 21 mil para trabalhar quatro dias, os demais membros da equipe da cozinha (4) receberão entre R$9 e R$ 11 mil. Todos os salários superam a média de vencimentos de todas as categorias do serviço público catarinense. A vice-governadora ainda recebe casa, comida e roupa lavada. Espero que a moda não pegue. E o povo que se ferre.

Volta à vida o IPHAN que Bolsonaro destruiu

O Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) está desenvolvendo um projeto de longo prazo de revitalização de prédios localizados em centros históricos, com foco voltado à habitação.

Segundo Leandro Grass, presidente da autarquia, o programa está sendo validado pela Casa Civil e deve ser lançado até o final do mês. A ideia é ter um investimento de mais de R$ 1 bilhão para os próximos anos.

Em 2013, durante a presidência de Dilma Rousseff (PT), o governo federal criou o PAC Cidades Históricas, voltado a atender cidades com bens tombados pelo Iphan.

O governo Bolsonaro paralisou completamente um órgão da mais alta importância para a história e memória do país.

O exemplo de São Paulo

O governo estadual de São Paulo optou por responder à onda de ameaças e ataques a escolas sem dar ênfase ao policiamento armado e sem apostar na instalação de equipamentos de segurança como detectores de metal. Foi anunciada a contratação de 550 psicólogos para atender escolas estaduais e de até mil vigilantes particulares desarmados, além do treinamento de professores para acolher alunos com problemas de saúde mental. O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) disse que acredita ser possível resolver o problema com o mínimo possível de mudanças na estrutura da escola. Os Estados Unidos é um exemplo de que policiais ostensivamente e aparelhos para detectar armamentos não resolvem a questão e até agrava

Arivaldo Maia

Perto de completar 76 anos de idade e em plena forma, pendura as chuteiras o maior narrador esportivo da história de Alagoas, por vontade própria. Surpreendeu até seus companheiros de trabalho que apostavam em muitos anos ainda com sua presença no timaço da Gazeta.

Meu contemporâneo e amigo, começamos juntos na Rádio Sampaio de Palmeira dos Índios, ele no futebol e eu no jornalismo. Narrou grandes partidas e muitas Copas do Mundo. Profissional talentoso, recebeu inúmeros convites para levar sua voz inigualável, mas nunca aceitou deixar Alagoas. Um homem honrado e um ícone do rádio brasileiro.

Detran na linha certa

Tão logo assumiu a presidência do Detran, o engenheiro Marco Fireman implantou mudanças e com sua larga experiência gestão de resultados vem a cada dia aperfeiçoando a autarquia e trazendo ações que aproximam a sociedade do importante órgão. Fireman implantou sua marca por onde passou, aqui em Brasília, onde exerceu importantes cargos. É responsável, empreendedor e frente no quesito gestão pública de qualidade.

Alagoas de Lula

“O Brasil voltou”, garantiu o presidente Lula. O petista anunciou, ainda, que o programa Mais Médico vai enviar profissionais para 31 cidades de Alagoas e que o Bolsa Família transforma a vida de mais de 540 mil famílias alagoanas, injetando R$ 359 milhões/mês na economia. Nestes primeiros 100 dias de governo, trabalhamos incansavelmente para devolver dignidade e qualidade de vida ao povo brasileiro, em especial às 33 milhões de vítimas da fome. O Bolsa Família voltou ainda mais forte, com valores adicionais para crianças e adolescentes. Depois os políticos locais vão dizer que foram eles que conseguiram.

PÍLULAS DO PEDRO

Criar uma Frente Parlamentar para defender poderosos do agro é fácil e “rende”. Quero ver criar Frente Parlamentar para matar a fome dos alagoanos.

O senador Rodrigo Cunha continua no mesmo marasmo e agora com seu entorno criando confusão.

OLIVEIRA
MACEIÓ, ALAGOAS - 15 A 21 DE ABRIL DE 2023 19 e extra
n pedrojornalista@uol.com.br PEDRO

Novidades na luta contra a Braskem

FRAGOSO ELIAS

Não é pouco relembrar que a Braskem provocou em Maceió e municípios da sua região metropolitana um mega crime ambiental – o maior do mundo em área urbana – que até hoje continua impune por anomia e prevaricação de autoridades do Executivo, Legislativo e Judiciário nos três níveis de governo: federal, estadual e municipal.

Só a luta renhida dos moradores e suas associações, e de outros cidadãos

engajados na solução do mega problema, tem mantido acesa a chama que a empresa tenta de todas as formas calar, com sufocante e tendenciosa propaganda em Alagoas buscando abafar aquelas vozes. Mas, ainda assim, eles têm conseguido encontrar “brechas” que os têm levado a vitórias significativas (será motivo de outro artigo), mostrando que o monstro pode ter pés de barro...que é possível enfrentá-lo e vencê-lo. De vez em quando...

Ainda assim, o “placar” está nitidamente a favor da empresa que não mede consequências para fazer arranjos espúrios e acordos “políticos” para protegê-la dos erros cometidos e ganhar suporte legal (alguém precisa de uma vez por todas, denunciar este “acordo” de 2020 entre a empresa e o MPF e cobrar responsabilidades por essa excrescência legal).

Recentemente, a luta em defesa de Alagoas, Maceió e sua região metropolitana e dos “refugiados ambientais”

A procissão e a cavalgada

As novas tecnologias, trazidas pelo avanço da computação, criações maravilhosas do ser humano, imprescindíveis aos dias modernos, utilizadas por todos, como ferramentas de lazer e trabalho, trouxeram, também, desassossego, ódio, comprometendo, inclusive, as modernas democracias.

GERALDO MAGELA

PIRAUÁ

n Procurador de Justiça aposentado. Escritor.

Oprocesso civilizatório, em nenhum momento, pôde prescindir, nem deverá, do avanço científico, tão necessário ao bem estar da humanidade. Observo, no entanto, que, em alguns casos, os responsáveis por esses avanços, em todas as áreas, imbuídos dos melhores propósitos, não foram capazes de visualizar o uso de seus inventos e descobertas, em prejuízo da própria humanidade.

O avião, por exemplo, que encurtou as distâncias, integrando os países, proporcionando a todos conforto, rapidez e segurança nos deslocamentos, é utilizado em guerras como máquinas de destruição.

A inteligência artificial, leio nos jornais do sul, por meio de assinatura digital, que preocupa os seus investidores que resolveram parar as pesquisas por seis meses, buscando um regramento e, talvez, limites que sejam capazes de impedir que a própria IA venha causar a própria extinção da humanidade.

Onde tudo isso chegará? Não sei. A máquina, resultado da inteligência humana, poderá, de forma inteligente, propor soluções e decidir pelo homem? Que decisões serão tomadas livres de sentimentos e afetos?

Ela, inteligência artificial, armazenará, para decisões, em um só local todo o conhecimento humano? Provavelmente sim. Será bom, acredito que não.

Onde tudo isso chegará? Não sei. A ciência, enquanto busca e aperfeiçoamento de seus processos, deixará de avançar? Acredito que não.

A máquina, resultado do avanço

da Braskem, viu surgir em cena um importante defensor: o senador Renan Calheiros. Notícia alvissareira que correu como rastilho de pólvora por todo o estado, dada a importância do parlamentar no cenário nacional.

A mobilização ganhou novo ânimo e fôlego. As pessoas (mais de 160 mil atingidas de forma direta e indireta) voltam a sonhar com justiça. Alagoas e Maceió e região metropolitana, ganham um defensor qualificado, muito articulado politicamente e capaz de realmente ajudar a resolver o mega problema provocado pela Braskem. Da qual ela foge como o diabo da cruz.

Taí mais uma prova que política quando praticada com P maiúsculo rapidamente dissemina seus impactos e benefícios positivos por toda a sociedade e/ou em sua defesa contra agentes predadores.

Aguardemos os desdobramentos...

Taí mais uma prova que política quando praticada com P maiúsculo rapidamente dissemina seus impactos e benefícios positivos por toda a sociedade e/ou em sua defesa contra agentes predadores.

tecnológico, dominará o homem. Desejo que não. Substituirá os afetos, não creio.

Artificialmente produzir-se inteligência, conferindo à máquina a tarefa de pensar e decidir, munida de milhões de informações, não deixa de ser encantador e desejável. Será bom? Não tenho certeza. A ciência traz progresso e bem estar, mas às vezes, como no caso presente, preocupações e incertezas. Que os estudiosos cheguem a um consenso e um bom regramento, assim desejo.

A humanidade precisa de paz e não pode abrir mão da evolução científica. Que os governantes, através de seus sábios e cientistas, discutam o assunto e busquem consenso e equilíbrio, pensando em prol do bem estar de todos.

Que a ciência jamais pare, em seu processo de busca perene, mas sempre ocorra para o bem estar da humanidade.

O mundo está em processo de transformação. As sociedades mudam os costumes. O ser humano, em seu sentido de nobreza e humanismo, pouco evoluiu. Ainda há muito ódio, discriminação. Esses avanços tecnológicos na área da IA trarão benefícios nesses sentidos? Tudo é incerto.

O mundo está em processo de transformação. As sociedades mudam os costumes. O ser humano, em seu sentido de nobreza e humanismo, pouco evoluiu. Ainda há muito ódio, discriminação

MACEIÓ, ALAGOAS - 15 A 21 DE ABRIL DE 2023 20 e extra
n Economista, professor e consultor

Leniência

VIEIRA CLÁUDIO

n Advogado e escritor

Segundo o Dicionário Aurélio - bem conhecido entre nós, até por ter sido criado e desenvolvido pelo filólogo alagoano Aurélio Buarque de Holanda – leniência significa brandura, suavidade, doçura, mansidão. Parecem boas tais significações. A aplicação corriqueira, usual é pejorativa. Ser leniente é ser descuidado, tolerante com o erro, e muito mais nesse sentido. Usualmente é utilizado em política. Nessa aplicação, leniência aplicada ao político

que usa o seu cargo para proteger alguns do seu redil, ou que trata com desinteresse a coisa pública. A política brasileira sempre teve agentes lenientes. São aqueles que veem, por exemplo, as comunidades abandonadas pelo poder público, carentes de um tudo, e cruzam os braços ou fazem vista grossa, ou demoram no atendimento às necessidades do Povo.

Recentemente Alagoas tem histórico de leniência dos agentes políticos. Não que isso seja exclusividade dos governos atuais, pois os políticos, daqui e d’alhures, sempre tiveram, e têm em carta medida, desinteresse pela carência dos menos aquinhoados e periferias. Anos passam e, por exemplo, as encostas ficam sob risco no período chuvoso, as autoridades acorrendo apenas quando acontece algum desastre, ou quando o risco de tal é tão grande que não dá para disfarçar. É o caso da Braskem e sua exploração econômica desdenhosa com moradores e proprietários dos bairros cujo subsolo tem servido

para a coleta de material que a enriquece, mas empobrece o Estado, o Município de Maceió e adjacências. A propaganda enganosa da empresa ainda hoje circula nos meios de comunicação, sem que governador, deputado, prefeito e vereadores tomem realmente atitudes, a não ser aquelas de aparência. As ruas das periferias – sempre elas – esburacadas, enlameadas na época das chuvas, levando desconforto e doenças aos moradores, sem que nada de efetivo seja feito. Como se vê no noticiário, o poder público sempre declara estar adotando as providências necessárias, e que nunca chegam. Em alguns casos o Estado pensa livrar-se de problemas específicos alienando serviços, contratando empresas privadas, e até privatizando empresas públicas. É o caso, por exemplo, da BRK, sobre a qual discorremos na crônica anterior. Nesse caso, a empresa presta desserviços à comunidade, esburacando ruas

O difícil caminho do perdão

os patrões. Muitas vezes, toda documentação é apresentada, mas o juiz diz: “Ela foi uma boa empregada, trabalhou para a senhora durante anos”. Repliquei na ocasião: “E eu fui uma boa patroa!”. Mas tive que pagar.

TORRES ALARI ROMARIZ

n Aposentada da Assembleia Legislativa

De outra feita, avisei ao juiz: “Doutor, ela está mentindo”. E o magistrado respondeu: “Ouço mentiras há 20 anos”. Mas tive que pagar. Pergunto aos meus leitores: A quem devo perdoar?

Ao juiz ou à serviçal?

nos. A quem devemos perdoar?

Ao juiz, desembargador, ou às várias mesas diretoras que passaram pelo Poder Legislativo?

Lutas políticas para eleições sindicais são outro caminho árduo. De repente, ouvimos e lemos afirmações de colegas que nos deixam chocados. “É preciso perdoar”, diz um amigo. Finjo que concordo com ele.

para a execução de alguns serviços, deixando as vias por tempo não razoável sem a aposição da pavimentação. Há sempre a alegação de que ela só esburaca, e algum outro órgão do Estado que tape os buracos. Reclamase à prefeitura, ao governo estadual, e então inicia-se o velho empurrar com a barriga. Naturalmente isso ocorre nos bairros periféricos, pois a orla marítima é sempre a prioridade. Se isso fosse pouco, muitos cidadãos recebem contas de água por um serviço que não lhes está sendo prestado, a água faltando nas torneiras. Outros recebem cobranças astronômicas, quando à evidência não têm como consumir tanta água. Reclamar é sempre, ou quase sempre, inútil.

São fatos bem conhecidos pelas autoridades, que não agem por leniência, esquecidas de que, mesmo terceirizado o serviço, ou privatizado, a responsabilidade do órgão estatal permanece.

A propaganda enganosa da empresa ainda hoje circula nos meios de comunicação, sem que governador, deputado, prefeito e vereadores tomem realmente atitudes, a não ser aquelas de aparência. As ruas das periferias – sempre elas – esburacadas, enlameadas na época das chuvas, levando desconforto e doenças aos moradores, sem que nada de efetivo seja feito.

Lembro-me de minha infância feliz. Quando meu pai sabia que dois filhos haviam brigado, chamava os dois, conversava e fazia com que eles se falassem e parassem de brigar.

Durante

a Semana Santa ouvi de vários sacerdotes a necessidade de saber perdoar. Em toda minha vida não aprendi a perdoar e a não guardar ressentimentos. Insisto na tecla do perdão, mas na prática, é difícil exercê-la.

Durante sessenta anos de casada, tive várias empregadas e empregados domésticos. A grande maioria trabalha durante anos em nossa casa. Depois, sai, vai à Justiça, mente descaradamente e sempre ou quase sempre, ganha algum dinheiro.

A Justiça do Trabalho é patriarcal. Dificilmente, entende

Tive uma grande amiga durante mais de cinquenta anos. Conversávamos, trocávamos confidências. Teve um câncer, cuidei dela, chorei com ela. Ficou boa e tempos depois, por motivos pequenos, resolveu “me dar um tempo”. E se afastou de nosso gostoso convívio. Tenho uma imensa dor no coração, mas ainda hoje estamos separadas. Sinto falta dela, mas não consigo perdoar sua atitude. Só Deus amansará meu coração

As lutas inglórias que travamos no Poder Legislativo de Alagoas não nos fazem entender as decisões judiciais. Vimos durante anos, perseguições, demissões, rebaixamentos salariais. Conseguimos recuperar alguma coisa quando encontramos juízes e desembargadores justos e huma-

Há vinte anos, ouvi de um filho: “Mãe, quando a senhora ficar velha, as meninas, minhas irmãs, vão tomar conta da senhora”. Engoli seco e chorei. Ainda hoje, acordo pensando na frieza de tais palavras. Não havia necessidade de expressar seus pensamentos. Não sei se perdoei. Sei que não esqueço.

Presenciei um lindo ato de perdão. Um amigo meu foi perseguido por um colega, que o desligou de um curso. Anos depois, chegando ao Rio de Janeiro, descobriu que o falso amigo estava hospitalizado, com câncer em estado terminal. Visitou o colega e o perdoou. Foi emocionante!

As grandes mágoas são de difícil assimilação. Parece que o maior inimigo é sempre o antigo amigo mais próximo. Talvez, por isso, seja tão difícil perdoar.

No ambiente de trabalho fazemos grandes amigas, mas nas casas legislativas há muita concorrência. Chamo algumas pessoas de “bajuladores de plantão”. São aqueles que vivem ao lado dos patrões procurando conversa e levando fofocas. Nem sempre conseguem o que pretendem. Merecem perdão?

Entretanto, rendo minhas homenagens a um colega, diretor de departamento da Assembleia Legislativa, que só fez o bem. Eu o chamava carinhosamente de “Fantasminha Camarada”. Já faleceu e rezo para que esteja em um bom lugar.

Meus leitores queridos: não sei se estou certa ou se estou errada. Mas, peço muito a Deus que amanse meu coração e me ensine a perdoar.

Esquecer as mágoas é difícil. Conviver com pessoas que me magoaram também é difícil.

Quem sabe? Um dia saberei encontrar o difícil caminho do perdão.

Deus existe! Não duvidem!

Lutas políticas para eleições sindicais são outro caminho árduo. De repente, ouvimos e lemos afirmações de colegas que nos deixam chocados. “É preciso perdoar”, diz um amigo. Finjo que concordo com ele.

MACEIÓ, ALAGOAS - 15 A 21 DE ABRIL DE 2023 21 e extra

Fotógrafa eterniza elementos da cultura popular em outdoors

Exposição ao ar livre ‘Artdoor’ pode ser vista em diversos pontos de Maceió

ASSESSORIA

Você já deve ter percebido, enquanto dirigia seu veículo ou passava de ônibus para ir ao trabalho, que há alguns outdoors espalhados por Maceió com fotografias de mestres da cultura popular alagoana. Capoeira, Coco de roda, Fandango, Bumba Meu Boi, Guerreiro, Afoxé, Zeza do Coco, Chau do Pife, personalidades e manifestações culturais marcantes, resistentes no Estado e expostas em grandes telas, que geralmente são utilizadas para propagandas. Diferentemente de uma simples publicidade, a exposição dessas fotografias ao ar livre tem um valor poético e inestimável para Karla Lima, fotógrafa há mais de dez anos e idealizadora do projeto Focografia (@focografia.al). A exposição intitulada “Artdoor” começou no dia 31 de março e vai continuar acontecendo durante o mês de abril.

Segundo a profissional, a principal intenção da exposição foi dar notoriedade aos artistas da terra, especialmente aos mestres e fazedores da cultura alagoana. “Considerando que o outdoor é ainda um meio de publicidade, que tem muita visibilidade, pensei em colocar esses mestres para o público ver, até para ser acessível a quem não tem condições de visitar uma galeria, por exemplo. O projeto tira esse lado tradicional da exposição, que acontece em um local fechado e onde as pessoas vão até ele, e põe o resgate da história no cotidiano delas”, disse Karla

Karla também contou que a ideia surgiu durante uma discussão em uma mesa de bar em Maceió, conversando com amigos sobre a desvalorização da cultura popular em Alagoas. “E eu queria expor minhas fotos em outdoors porque é algo grande e dá visibilidade aos trabalhos desses artistas”. Ainda segundo a fotógrafa, as fotos foram realizadas entre os anos 2014 e 2022, em diversos eventos na capital e no interior de Alagoas, como também em aldeias indígenas, a exemplo dos Xucurus -Kariris. É possível também se deparar com imagens do grupo Afoxé

Povo de Exu, às margens de uma via do Benedito Bentes.

“Essa geração de mestres está envelhecendo e percebo que a sociedade alagoana tem deixado essa cultura morrer, não está levando para frente e também não está tendo o sentimento de pertencimento. E essa exposição é importante justamente pelo fato de que tem resgatado a memória da cultura produzida aqui e tem democratizado o acesso à arte. Para mim é gratificante”, revelou a artista. Os

outdoors com as fotografias podem ser vistos na via principal da Cruz das Almas, no Benedito Bentes, na AL-101 Sul sentido Maceió, no bairro da Jatiúca, Mangabeiras, Serraria, Pontal da Barra, Farol, entre outros.

“As pessoas já se encontram exaustas voltando do trabalho, pega todo aquele trânsito e estresse diário, e a exposição vem como um acalanto, um alívio artístico para elas durante essa correria”, concluiu.

MACEIÓ, ALAGOAS - 15 A 21 DE ABRIL DE 2023 22 e extra
Artista enfeitou a capital com fotos que homenageiam personalidades
CULTURA
Lima.

SAÚDE

Santa Casa de Maceió promove a campanha “Abril Pela Segurança do Paciente”

DA REDAÇÃO

Estimulada pela ação nacional do Ministério da Saúde, a Santa Casa de Maceió promove, nestas quinta-feira (13) e sexta-feira (14), a campanha interna “Abril Pela Segurança do Paciente”. Durante o período, ações de sensibilização e conscientização serão realizadas, das 8h30 às 16h, no Centro de Estudos Prof. Lourival de Melo Mota, localizado na sede da instituição.

De acordo com a gerente de Riscos e Práticas Assistenciais da Santa Casa de Maceió, Tereza Tenório, na iniciativa serão envolvidas, desde as áreas externas do hospital, como ambulatórios, recepção, administrativo, chegando ao foco principal da instituição, que é a área assistencial. “Além disso, vamos envolver a gestão do hospital que já trabalha junto conosco todas essas ações, inclusive fazendo rondas nas áreas e discutindo com os profissionais e os clientes essas oportunidades de melhoria”, ressaltou.

Ainda segundo a gestora, a ação preventiva é mais uma oportunidade de reforçar o trabalho que já vem sendo desenvolvido no complexo hospitalar. “Um dos focos é ampliar a cultura da segurança do paciente para todos os polos da instituição. Queremos mostrar a importância da notificação de ocorrência de eventos adversos para que possamos, em tempo hábil, evitar que novos casos aconteçam. O objetivo é valorizar cada notificação e dar o feedback daquela contribuição”, disse Tereza Tenório.

A coordenadora do Núcleo de Segurança do Paciente da Santa Casa de Maceió, Fabrícia Jannine Torres Araújo, reforça

que a segurança do paciente é inegociável. “Estaremos trabalhando as seis metas internacionais do programa com colaboradores de todas as áreas do hospital, reforçando que todos podem contribuir para aumentar a segurança na assistência ao paciente”, afirmou.

Segundo a Agência Na-

cional de Vigilância Sanitária (Anvisa), para que a Segurança do Paciente seja estabelecida nos serviços de saúde do país é necessário o pleno envolvimento local de gestores, profissionais dos serviços de saúde e pacientes, além do engajamento político por parte do governo, agências reguladoras e empresas da área da saúde, de forma

integrada.

Durante o “Abril Pela Segurança do Paciente”, será desenvolvido um conjunto de ações voltadas à proteção do paciente contra riscos, Eventos Adversos – EA (incidente que resulta em danos à saúde), e danos desnecessários durante a atenção prestada nos serviços de saúde.

MACEIÓ, ALAGOAS - 15 A 21 DE ABRIL DE 2023 23 e extra

Receita Federal em Alagoas recebeu mais de 100 mil declarações em um mês

BRUNO FERNANDES bruno-fs@outlook.com

Quase 30% dos contribuintes, pouco mais de 107 mil declarações de pessoas físicas, foram entregues pelos alagoanos neste primeiro mês do momento de acertar as contas com o “leão”. Em Alagoas, são es peradas 314 mil declarações até o dia 31 de maio. Segundo a Re ceita Federal, a alteração da data facilitou a vida do contribuinte que teve a opção de entregar a declaração pré-preenchida já na abertura do prazo de entrega.

Neste ano, quem teve movi mentação maior do que R$ 40 mil na Bolsa de Valores ou vendeu ações com lucro que obriga a pa gar o IR terá de declarar. Além disso, quem optar pela declara ção pré-preenchida ou escolher receber a restituição por Pix vai entrar na fila de prioridades para pagamento da restituição.

Contribuintes que receberam rendimentos tributáveis a partir de R$ 28.559,70 em 2022 provenientes de salário, aposentadoria, aluguel ou trabalho autônomo precisam entregar a declaração do Imposto de Renda 2023. É preciso entender que a declaração é de 2023, mas o ano-base da prestação de contas é 2022.

“O contribuinte que não conseguir transmitir a sua declaração pode cair em mora, consequentemente ficará sujeito à multa, multa essa que tem o valor mínimo de R$ 165,74, podendo atingir o valor máximo de até 20% do imposto de renda devido”, explica o delegado adjunto da Re-

ceita Federal em Maceió, Francisco Tavares Machado.

Das quase 314 mil declarações esperadas para este ano em Alagoas, a Receita Federal projeta que pelo menos 7% devem cair na malha fina causada por erro intencional ou não no momento de entregar toda a documentação. A média, no entanto, é considerada normal para a região.

“Nós podemos afirmar que o nosso percentual aqui em Alagoas o percentual está conforme o percentual a nível de Brasil, ou seja, 7% das declarações incidem em malha”. Existem algumas razões que podem fazer com que um contribuinte caia nessa situação, como omissão de rendimentos, inconsistências nas informações declaradas, divergência entre informações da fonte pagadora e as informadas

pelo contribuinte e erros na declaração de dependentes.

A omissão de rendimentos é uma das principais causas para que um contribuinte caia na malha fina. É importante que todo o valor recebido durante o ano seja declarado, incluindo salários, pensões, aluguéis e rendimentos de investimentos. Qualquer valor omitido pode ser detectado pela Receita Federal e resultar na inclusão do contribuinte na malha fina.

MUDANÇA NO PRAZO AJUDA

“Além do prazo para a entrega da declaração ter ajudado os contribuintes, o fato da declaração pré-preenchida não ser mais uma novidade entre os contribuintes acelerou o processo de entrega neste ano em Alagoas”, salienta Francisco Tavares.

“Nós podemos atribuir essa celeridade a vários fatores, o primeiro deles é claro que é a declaração pré-preenchida, mas tem um outro fator também, que é o de que o início da entrega, ele

foi postergado um pouco. Isso fez com que os contribuintes no momento do início da entrega tivessem as suas informações disponibilizadas pelos próprios sistemas da Receita Federal. [...] Estamos com 30 dias e já ultrapassamos os 30% entregues”.

Declaração pré-preenchida

Entre as principais mudanças anunciadas pela Receita está a possibilidade de o contribuinte utilizar a declaração pré-preenchida já na abertura do prazo de entrega.

Como diz o nome, os dados do contribuinte são preenchidos a partir do que é informado previamente na Declaração de Imposto de Renda Retido na Fonte (Dirf), entregue ao órgão por pessoas jurídicas pagadoras, empresas do ramo de imóveis e prestadores de serviços de saúde até o final de fevereiro.

Ainda assim, a Receita considera que o contribuinte ainda é o responsável por confirmar, alterar, incluir ou excluir dados, se necessário.

MACEIÓ, ALAGOAS - 15 A 21 DE ABRIL DE 2023 24 e extra IMPOSTO DE RENDA
Número representa apenas 30% do total esperado pelo órgão

ECONOMIA EM PAUTA

Tributação

Visto americano

Nesta

semana, o Senado aprovou um projeto de lei complementar que tem como objetivo prevenir a concorrência desleal e práticas fraudulentas em setores com tributação alta, como combustíveis, bebidas e cigarros. Esse projeto permite a adoção de regimes especiais de tributação, que visam equilibrar a concorrência e evitar fraudes. O projeto já existia, mas estava arquivado e foi desarquivado para ser aprovado.

Pagamentos no Whatsapp

O WhatsApp agora permite que pequenas empresas ofereçam pagamentos através do aplicativo de mensagens. Isso significa que os clientes poderão fazer uma compra completa sem precisar sair da conversa no WhatsApp. Antes, era possível conversar com uma empresa, comprar um produto ou serviço e até transferir dinheiro para amigos, tudo no aplicativo, mas não era possível pagar diretamente por meio do WhatsApp.

O governo dos Estados Unidos anunciou que as taxas para emissão de visto americano para não-imigrantes vão ficar mais caras em diversas categorias a partir de 30 de maio de 2023. Por exemplo, o visto de turismo (B1/B2) passará de US$ 160 para US$ 185, enquanto os vistos de estudantes, intercâmbio e trabalhadores temporários (categorias H, L, O, P, Q e R) também terão um aumento de preço. Essas mudanças podem afetar pessoas que planejam viajar para os EUA para turismo, estudos ou trabalho temporário, tornando o processo mais caro.

Apostas esportivas

A medida provisória que prevê a regulação das apostas esportivas on-line deverá incluir um mecanismo de monitoramento para que a Receita Federal possa acompanhar o fluxo de informações sobre apostadores e valores apostados, além de dados sobre as plataformas digitais.

MACEIÓ, ALAGOAS - 15 A 21 DE ABRIL DE 2023 25 e extra
MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL JOÉDSON ALVES/AGÊNCIA BRASIL MARCELLO CASAL JR/AGÊNCIA BRASIL MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL
MACEIÓ, ALAGOAS - 15 A 21 DE ABRIL DE 2023 26 e extra

Renovar frota e carro de entrada dependem de renúncias fiscais

Balanço de vendas, produção e exportação de veículos leves e pesados no primeiro trimestre mostra que este ano pode ser ainda mais desafiador do que as projeções iniciais. A análise isolada do mesmo período, comparando 2023 e 2022, dá a falsa impressão de recuperação. As vendas de 471.800 unidades cresceram 16,3%, enquanto a produção atingiu 536.000 unidades (avanço de 8%).

O problema é que a referência com 2022 foi influenciada por uma base comparativa muito baixa, quando houve um período de paralisação nas fábricas por falta aguda de componentes eletrônicos. Em relação ao primeiro trimestre de 2021, por exemplo, a comercialização deste ano está 21% abaixo.

Em consequência deste cenário, no primeiro trimestre de 2023 oito fábricas deram férias não programadas e o mês de março foi “salvo” por entregas às locadoras. Como o movimento de compradores nas concessionárias ficou bem abaixo do esperado, essa estratégia permitiu que os estoques nos pátios subissem relativamente pouco: de 29 para 31 dias. Mas ainda são muito elevados para a demanda atual.

Ainda assim, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) acha cedo para rever suas projeções, bastante modestas, de evolução de 3% nas vendas sobre 2022 em razão de juros altos e crédito curto. Há duas possíveis atenuantes que poderiam salvar o ano. Uma é criar o carro “verde” de entrada que algumas marcas sugerem ao governo federal. A outra seria ampliar o programa de renovação de frotas aprovado para caminhões

e ônibus, em 2022, estendendo-o agora para veículos leves.

A entidade dos fabricantes não deu aval à primeira proposta pois nem todas as associadas concordam com a estratégia que beneficiaria poucas marcas. Os otimistas acham que renúncia fiscal e simplificação de equipamentos – mantendo itens de segurança e emissões – poderia baixar preços sugeridos para a faixa de R$ 50.000. Hoje os dois modelos (Kwid e Mobi) mais em conta ficam em torno de R$ 70.000. Essa é uma equação muito difícil de fechar, como já comentei, pois o carro “pelado” de 1993 hoje custaria R$ 80.000 com a correção inflacionária.

Quanto à renovação de frota, um mote de maior alcance, também depende de incentivos que, segundo o ministro da Fazenda, estariam previstos com fundos advindos da taxação extra sobre empresas de exploração de petróleo. Acontece que os Estados também querem sua parte. Precisaria haver alguma “sobra” para veículos pesados e inclusão dos leves. Outra associação, a Associação Brasileira das Empresas Importadoras e Fabricantes de Veículos Automotores (Abeifa), que reúne importadores e algumas marcas que também têm ou terão produção nacional, sugere que imposto de importação sobre veículos elétricos, hoje zerado, passasse a ser cobrado a um ritmo de 2% a cada ano até atingir 20% em 10 anos. Isso poderia motivar a produção local, mas a ideia não foi bem recebida. Mesmo porque o investimento, que incluiria custosas fábricas de baterias, seria inviável para uma procura tão baixa ainda por muito anos.

ALTA RODA

n --Audi Q3 Sportback Performance Black atende quem procura um SUV de dimensões contidas (4.500 mm de comprimento e 2.680 mm de entre-eixos) e com desempenho que o Q3 antes ficava devendo.

Agora o motor 2-litros turbo (gasolina) entrega 231 cv e 34,7 kgf.m e mesmo com o peso adicional da tração quattro (4x4 sob demanda) apresenta respostas muito boas e comportamento em curvas exemplar em especial ao se considerar que as especificações para o Brasil elevaram a altura de rodagem em 18,5 mm na dianteira e 13,5 mm na traseira.

Curvatura do teto na área da coluna traseira pode incomodar pessoas mais altas no banco traseiro, mas como este é corrediço o espaço para pernas favorece o conforto. O porta-malas garante ótimo volume de até 530 litros. O acabamento do habitáculo segue o padrão Audi com materiais de alta qualidade. Para o motorista o banco tem firmeza e apoios corretos, além de regulagens elétricas que incluem rebatimento dos espelhos externos. Tela multimídia de 8,4 pol. oferece ótima resolução, mas poderia ser um pouco maior.

Ainda sem data exata, mas possivelmente em outubro, a nova Ranger está na reta final para lançamento na Argentina e quase simultaneamente no Brasil. A picape média é conhecida desde o final de 2021 quando foi apresentada na Austrália, responsável pelo projeto, e está à venda nos EUA, Europa e Ásia desde o ano passado. O produto recebeu grandes aperfeiçoamentos em relação à geração atual e a Ford investiu US$ 580 milhões (R$ 2,9 bilhões) na modernização da fábrica de General Pacheco, na Grande Buenos Aires.

Há pouco dias anunciou um aporte adicional de US$ 80 milhões (R$ 400 milhões) para produção de motores Diesel, sem adiantar suas especificações (há versões de 150 cv e 170 cv).

Em outros mercados estará à venda a nova Amarok que tem por base a nova Ranger. Mas a Amarok produzida na Argentina (numa fábrica vizinha de muro com a da Ford) e exportada para o Brasil nada tem a ver com

o mesmo modelo lançado agora na Europa. O modelo da VW que receberá retoques de estilo, mas sem o chassi novo, estreia aqui só em 2024.

Também neste segundo semestre será lançada a picape Ram, produzida com carroceria de monobloco alongado da Toro na fábrica pernambucana de Goiana. Esse projeto avançou com celeridade para disputar mercado com Hilux, S10, Ranger, L200 Triton, Frontier e Amarok. A lógica indicava que se chamaria Ram 1200, porém o site Autossegredos revelou que será outro: Ram Rampage (Alvoroço, em inglês). O nome foi usado pela Dodge nos EUA numa picape derivada de automóvel entre 1982 e 1984.

Além deste lançamento, a Stellantis ainda terá a Landtrek com o tradicional chassi tipo escada atualmente montada no Uruguai e que aqui será lançada com a marca Fiat e não Peugeot.

n-DPVAT (Seguro Obrigatório de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Vias Terrestres) continuará sendo administrado em 2023 pela Caixa Econômica Federal (CEF), de acordo com a lei promulgada no último dia 5. Segundo a Agência Câmara Notícias, “a escolha da CEF pelo Governo Federal decorre do seu porte, capilaridade e experiência em operações de pagamentos de maior complexidade”. Entretanto, isto não é tão importante quanto saber quando o seguro voltará a ser cobrado e seu preço. O DPVAT existe desde 1974 e indeniza vítimas de acidentes de trânsito. O fundo de ressarcimento deve acabar este ano e não se observa qualquer movimento explícito para estabelecer o custo do DPVAT para cada proprietário, possivelmente em 2024. O assunto não comporta improvisação e já deveria estar sendo discutido.

n JORNALISTA FERNANDO CALMON MACEIÓ, ALAGOAS - 15 A 21 DE ABRIL DE 2023 27 e extra
Novas picapes médias no segundo semestre

RESENHA ESPORTIVA

CSA perde jogo de ida para o Internacional pela Copa do Brasil

OInternacional estreou na Copa do Brasil com um susto. No Beira-Rio, o Colorado saiu atrás no marcador contra o CSA, mas buscou a reação com brilho de Alan Patrick, autor de dois gols, e sentenciou a virada por 2 a 1. Desta forma, o time treinado por Mano Menezes joga pelo empate no confronto da volta,

em Alagoas, no dia 27, para avançar às oitavas de final do torneio. Destaque do duelo foi para o meio campista Alan Patrick. Peça-chave na virada. Primeiro, apareceu entre os zagueiros para empatar. Depois, bateu com categoria de canhota, de fora da área, no cantinho do goleiro. Saiu de campo com dores musculares

SANTOS ANUNCIA PACOTE DE REFORÇOS

O Santos confirmou as contratações do atacante Bruno Mezenga, do meia Luan Dias e do lateral-direito Gabriel Inocêncio, todos do Água Santa, atual vice-campeão do Paulistão. O trio acertou por empréstimo até o fim desta temporada, com opção de compra para o time da Vila Belmiro.

As contratações já estavam encaminhadas desde a semana passada, mas as partes esperaram pelo fim do Estadual, no domingo, para sacramentar as negociações. Ao fim da decisão contra o Palmeiras, o próprio Mezenga já havia declarado que estava acertado com o Santos. Eleito o melhor atacante do Paulistão deste ano, o experiente jogador tem 34 anos e iniciou a carreira pelo Flamengo, mas não recebeu maiores oportunidades no time profissional.

AÇÕES DE CONSCIENTIZAÇÃO AMBIENTAL

Um dos maiores eventos de Beach Tennis do mundo, o Pure Beach, que vai até o dia 16 de abril, na Praia do Francês, tem como diferencial, em sua 2ª edição, ações educativas sobre sustentabilidade assinadas pela Solar Coca-Cola. A fabricante do Sistema Coca-Cola que mantém em Alagoas o seu HUB de bebidas não gaseificadas é patrocinadora do torneio e traz ao evento diversas ações para sensibilizar o público sobre a temática do descarte correto de lixo. A companhia também fará a compra de todos os resíduos do campeonato, que serão destinados ao Recicla Solar. O projeto de sustentabilidade da fabricante tem ampliado significativamente a coleta seletiva e apoiado a cadeia de reciclagem em seu território de atuação, contribuindo para a destinação adequada de resíduos. Esta colaboração entre o Pure Beach e o Recicla Solar une o ambiente de prática de esportes com a pauta sustentável.

ROGÉRIO

CENI EXALTA ELENCO DO SÃO PAULO, MAS LAMENTA LESÕES ANTES DO BRASILEIRÃO

Às vésperas do início do Brasileirão, Rogério Ceni acredita que o São Paulo tem elenco suficiente para ser “competitivo” no campeonato que começa no sábado. O treinador tem elogios ao grupo, mas não deixa de lamentar negociações frustradas e lesões graves que devem fazer o time paulista iniciar sua trajetória na competição sem algumas peças importantes. “Nós tentamos alguns jogadores, mas não conseguimos”, disse o treinador, após o empate sem gols com o Ituano, na noite de terça-feira, pela Copa do Brasil. “Tentamos alguns jogadores em alguns momentos. Tentamos o Jemerson e não conseguimos. Tentamos o Schappo, do Ituano, que foi para o Fortaleza. Mas tentamos todos os dias buscar uma solução, ter peça de reposição. A direção está tentando encontrar soluções. Diante de uma fraca atuação como hoje, a gente fica preocupado.”

ARTHUR FONTES arthurfontes425@gmail.com MACEIÓ, ALAGOAS - 15 A 21 DE ABRIL DE 2023 28 e extra DIVULGAÇÃ DIVULGAÇÃO PURE BEACH
TERÁ
ASCOM CSA ASSESSORIA

Quem te viu, quem te vê

Prestes a entrar no Guinness Book, o Livro dos Recordes, como o maior produtor rural de Tambaqui, o ex-deputado estadual Gilvan Barros arruma as malas na longínqua Tocantins (TO) para “morar” em Arapiraca, onde pretende fazer política e, quem sabe, disputar a sucessão do prefeito Luciano Barbosa. Pelo menos é o que se fala na boca miúda. E para se ter ideia do poder aquisitivo do hombre, Gilvan é o mentor do Projeto Pantanal e ocupa nada mais nada menos do que 50 hectares de lâmina d ‘água, produzindo dez toneladas de tambaqui por dia e cerca de 250 mil toneladas por ano.

Perdeu para um garoto

Apesar da gorda conta bancária que possui, vale lembrar que Gilvan foi candidato a deputado federal pelo PP de Arthur Lira e não conseguiu se eleger. Daniel Barbosa, filho do prefeito Luciano Barbosa, teve mais votos e chegou a Brasília com uma certa tranquilidade, desbancando um dos homens mais ricos do Brasil.

Força do bolso

Barros ensaia o discurso, para mostrar ao povo arapiraquense que é o cara para administrar Arapiraca. E já provou que não brinca em serviço: torrou milhões e milhões para conquistar um mandato de deputado federal e amargou uma derrota angustiante, desastrosa. Mas como toda eleição tem um toque diferente, talvez Gilvan consiga usar a força do bolso para finalmente conquistar um mandato em Alagoas.

Não mora em Arapiraca

Como perguntar não ofende, por que Gilvan, que nunca conseguiu sequer ser prefeito da sua cidade natal Girau do Ponciano, investe para ser prefeito de Arapiraca, onde sequer possui uma casa para morar?

Tem jeito?

Clima quente

Depois de perder a maioria na Câmara Municipal, a oposição ao prefeito Luciano Barbosa não tem sossego. Afinal, são 10 contra 9. E o clima é pesado a cada sessão, com xingamentos, insultos e “otras cositas más” de ambos os lados. É pedir proteção ao nosso Padim Ciço e ao querido Frei Damião para, com muita reza, esfriar os ânimos na Casa Herbene Melo. Do jeito que vai, o pau deve cantar nas próximas sessões e não há bombeiro que consiga apagar o fogo dos vereadores arapiraquenses.

Haja improbidade

E a disputa para prefeito e vereador já começou nas cidades do Agreste. E como acontece sempre nessa época, dossiês com denúncias contra gestores e presidentes de Câmaras Municipais já começam a rondar as redações de jornais e sites. E bem pertinho de Arapiraca, um escândalo envolvendo desvios de verbas e todo tipo de improbidade administrativa está prestes a explodir. Vamos aguardar.

Centros de hemodiálise

Deputados alagoanos votaram na terça-feira, 11, o projeto de indicação, de autoria do deputado Alexandre Ayres (MDB), que solicita ao governador do Estado Paulo Dantas, e o secretário estadual de Saúde, Gustavo Pontes de Miranda a implementação de centros de hemodiálise nos três hospitais regionais: Hospital da Mata, Hospital do Alto Sertão e Hospital do Norte. A matéria foi discutida e agora está apta para ser votada.

O deputado ressaltou que esse atendimento até o momento, só é ofertado em Alagoas na cidade de Maceió, Arapiraca, Palmeira dos Índios e São Miguel dos Campos.

Qualidade de vida

Ainda de acordo com o Ayres, esse tratamento é de suma importância para os pacientes tenham uma boa qualidade de vida e autonomia no cotidiano. “As sessões de hemodiálise são imprescindíveis aos indivíduos diagnosticados com insuficiência renal aguda ou crônica grave. Desta forma, a hemodiálise realiza o trabalho que o rim doente não pode fazer, retirando os resíduos prejudiciais à saúde e devolvendo o sangue limpo ao paciente, promovendo melhor qualidade de vida e autonomia no cotidiano”, justifica o deputado.

Feira Grande

O município de Feira Grande comemora no próximo dia 25, seu aniversário de 69 anos de Emancipação Política e, para isso, a gestão do prefeito Flávio do Chico da Granja realizará a entrega de várias obras e novos investimentos em prol da população. Para comemorar o grande dia, o gestor municipal divulgou uma vasta programação com artistas de renome nacional. A programação contará com as apresentações das bandas Bell Marques, Zé Vaqueiro e Taty Girl. Além das festividades religiosas do município e institucionais.

PELO INTERIOR

... A Prefeitura Municipal Olho D’Água Grande publicou em diário oficial dos municípios de terça-feira, 11, o edital do Concurso Público com 30 vagas para diversas áreas e escolaridade. Ensino médio, fundamental e superior. As inscrições começaram ontem, e seguem até o dia 08 de maio.

... As vagas são para os cargos de médico, psicólogo, dentista, enfermeiro, fisioterapeuta, biomédico, assistentes sociais, farmacêutico, educador físico, nutricionista, auxiliar de enfermagem, assistente administrativo, auxiliar de serviços gerais, gari e vigilante.

... De acordo com informações, as inscrições estão sendo realizadas apenas pelo site https://isba.selecao. net.br, o certame será realizado pelo Instituto Bahia e terá validade de dois anos, a partir da homologação, e podendo ser prorrogado por mais 2 anos. Os salários são entre R$ 1.320,00 e R$ 4.725,28.

... Os professores e alunos da rede municipal de ensino em Arapiraca terão, a partir de agora, o acompanhamento de um departamento voltado exclusivamente para o apoio na área da psicologia no ambiente escolar.

... O prefeito Luciano Barbosa autorizou a Secretaria Municipal de Educação na criação da Superintendência de Apoio Psicológico.

... O órgão será formado por psicólogos e psicólogas que irão auxiliar os professores no processo de ensino e aprendizagem e na assistência sócio emocional dos educadores e alunos.

... Além da criação da Superintendência de Apoio Psicológico, a rede municipal de ensino em Arapiraca já dispõe de dois centros de educação especial, o Centro de Atendimento Educacional Especializado (CAEE) e o CAEPEE.

... O secretário de educação de Penedo, Luciano Lucena anunciou ontem, medidas imediatas que reforçam o controle do acesso às escolas do município.

... Outra iniciativa do governo Ronaldo Lopes é a aquisição de sistema de monitoramento eletrônico para as áreas comuns das escolas, espaços utilizados por todas as pessoas de cada comunidade escolar, a exemplo do pátio, refeitório e corredores.

... Excelente final de semana para todos. Até a próxima edição.

n robertobaiabarros@hotmail.com ABCDO INTERIOR MACEIÓ, ALAGOAS - 15 A 21 DE ABRIL DE 2023 29 e extra

MEIO AMBIENTE

Biomas

Multas por desmatamento

De janeiro a março deste ano, as multas por desmatamento e outras infrações contra a flora da Amazônia aumentaram 219% em relação à média para o mesmo período nos quatro anos anteriores, segundo dados do Ibama. O número marca os 100 primeiros dias de Marina Silva à frente do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), neste que é o terceiro mandato do presidente Lula. “O mundo mudou e nós estamos diante de uma realidade em que o Brasil pode fazer a diferença.”, afirma. Para ela, o compromisso do governo Lula com a agenda socioambiental é fundamental no processo de retomada das políticas públicas para o meio ambiente. “A sociedade civil deu uma grande contribuição, assim como a comunidade científica, mas, ao fim e ao cabo, as decisões são de natureza ética e política e, quando o governo assume a posição de não deixar continuar o genocídio contra a população yanomami, quando reassume o plano de combate ao desmatamento, quando a gente vê o Ibama voltando e aumentando multas em 219%, as apreensões em 133% e os embargos em 93%, isso é demonstração de que há um esforço republicano para desenvolver e proteger ao mesmo tempo”.

Qualidade da água

As autoridades ambientais de Minas Gerais monitoram a qualidade da água do Rio das Velhas. O corpo d’água, localizado na região metropolitana de Belo Horizonte, apresentou, duas semanas atrás, alteração de coloração. O local é ponto de captação de água da Copasa, empresa responsável pelo abastecimento hídrico de vários municípios mineiros, entre os quais, a capital. Segundo a Câmara Municipal de Belo Horizonte, 60% da água distribuída na cidade vêm do Rio das Velhas. A Copasa informou, no entanto, que toda a produção de água na Estação de Tratamento de Água do Sistema Rio das Velhas encontra-se dentro dos parâmetros estabelecidos pelo Ministério da Saúde. Além disso, a empresa disse ter ampliado “a frequência da coleta e análise da água bruta, proporcionando maior segurança operacional para a continuidade da produção de água”. A Secretaria Estadual do Meio Ambiente informou que recebeu uma denúncia, no dia 27 de março, de que havia alteração na cor da água do rio e que o material que provocou a mudança provinha do córrego afluente Fazenda Velha.

Um em cada três jovens brasileiros não sabe em qual bioma vive. Essa é uma das conclusões da pesquisa Juventudes, Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, divulgada esta semana, em São Paulo. O estudo revela o comportamento e o entendimento dos jovens do país sobre o assunto. Foram entrevistadas 5.150 pessoas, entre 15 e 29 anos, dos seis biomas brasileiros: Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pampa e Pantanal. A pesquisa apontou que os jovens da Amazônia são os que menos se declararam preocupados com o meio ambiente. O secretário-executivo da organização Aliança Em Movimento, Mathaus Torres, que conduziu a pesquisa, afirma que o conhecimento dos jovens sobre o meio ambiente parece distante da realidade brasileira. “A gente pergunta pros jovens quais são as percepções sobre o aquecimento global e a resposta prioritária é o derretimento das geleiras. Não que isso não seja um problema, mas a gente tem outros problemas como o desmatamento, as secas prolongadas, as enchentes que acontecem todos os anos como recentemente aconteceu aqui em São Paulo.”

Energia eólica

Os moradores de comunidades residentes no interior de parques eólicos, que convivem dia e noite com as torres que geram energia a partir do vento, reclamam das dificuldades causadas pela poluição sonora provocada pela movimentação de seus geradores. A descrição é a de uma turbina de avião que nunca desliga. Os impactos são muitos. Além do barulho, as torres afetam também o meio ambiente, alteram a vegetação, destroem a flora e provocam a morte de animais. Na saúde humana, provocam um zumbido no ouvido, depressão e medo. E todos esses transtornos estão acontecendo onde Roselma de Oliveira mora, em Caetés, em Pernambuco. Uma das torres fica a apenas 160 metros da casa onde mora com a família. “Problemas de alergia, problemas de audição, perdem a audição. E um dos piores, que eu acho que tem, é a depressão, a ansiedade. Crianças de 8 anos, 9, 5 e 6 anos, para dormirem, têm que ser à base de medicamentos, e a gente não dorme, a gente cochila e acorda com aquele barulho terrível”, relatou Roselma. Aliar a geração de energia com preservação ambiental e proteção social é o desafio. Ainda mais quando os dados mostram que, no Brasil, 44% da energia usada é renovável, seja hidrelétrica, solar ou eólica. Isso é mais do que quatro vezes o que usam os países ricos, que dependem, basicamente, de combustível fóssil.

MACEIÓ, ALAGOAS - 15 A 21 DE ABRIL DE 2023 30 e extra FABÍOLA_SINIMBU_-_AGÊNCIA_BRASIL
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Um desembargador testemunha da história

O desembargador Mário Augusto da Silva Guimarães dá nome à Câmara de Vereadores de Maceió (Casa de Mário Guimarães), apesar de nunca ter sido vereador. Ele ajudou a escrever importantes capítulos da história alagoana no século passado.

Em dois momentos sentou na cadeira de deputado estadual: a primeira como presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) em 21 de janeiro de 1956, empossando o governador Muniz Falcão. A segunda em 15 de janeiro de 1958, integrando o Conselho de Sentença do Tribunal Misto que, por maioria de votos, absolveu o governador do pedido de impeachment.

Avaliavam-se denúncias do deputado Oséas Cardoso. A sessão durou cinco horas e vinte minutos. Na manchete do Diário de Pernambuco, um dia após o julgamento de Muniz, publica-se a íntegra da sentença e está escrito: “Pode assumir o governo imediatamente”. Mário Guimarães votou contra o pedido de impeachment.

Muniz deveria sofrer impedimento em 13 de setembro de 1957, mas a sessão na Assembleia Legislativa terminou em tiroteio. O pedido para a retirada do governador do poder havia sido protocolado por Oséas em 9 de fevereiro de 1957. Com a decisão do Tribunal Misto, Muniz reassumiu o mandato.

Amigo de Pontes de Miranda, Mário Guimarães tinha seu único livro, As Tendências Modernas do Direito Comercial, na biblioteca pessoal do célebre jurista e matemático. “Pense-se numa criança que não pratica atos maus, que se entristece quando as outras os praticam, que cumpre os deveres, com alegria e convicção de que está certa. Pensese no jovem que se lança aos livros para se fazer, que sabe sorrir com os amigos e dizer, com motivação, o que pensa. No ser humano que amou o pai, que cedo perdeu, e soube

Muniz Falcão - Sessão do Tribunal Misto devolveu mandato a governador após impeachment amar a mãe, o padrasto e os que o cercavam. Pense-se no adulto que julgou julgandose. Pense no que sofreu e foi feliz nos julgamentos, dentro e fora da Justiça. Pense-se em que dá saudades aos amigos, que não viam há dezenas de anos. Essa criança e esse adulto (que o mundo contém em poucos momentos e lugares) foi Mário Guimarães”, descreveu Pontes de Miranda, sobre o amigo.

Félix Lima Júnior, em seu livro Maceió de Outrora, cita uma cerimônia na Igreja do Livramento, no início da década de 60. Entre as presenças, o Dr. Mário Augusto da Silva Guimarães, assíduo frequentador, seu belo e elegante físico”.

Também é citado no livro Alagoanos ilustres: esboços biográficos, Volume 3, de Augusto Vaz: “Ao regressar do Recife em cuja Faculdade

de Direito, em 1916, conquistou com relêvo, a carta de Bacharel Ciências Jurídicas e Sociais, após brilhante curso”.

Também estava presente em dois importantes momentos do Direito alagoano:

- Presidiu a reunião de fundação da Faculdade Livre de Direito de Alagoas, em 24 de maio de 1931. Na ata da fundação constam, em entre nomes, Jayme de Altavila, Guedes de Miranda, Virgílio Guedes, Barbosa Júnior, Domingos Correia, Manoel Onofre de Andrade, Hermínio Barroca, Maciel Pinheiro, Leão Marinho Tavares Bastos, Francisco José dos Santos Ferraz e Xavier Acioly;

- Um dos fundadores e presidente do Centro Universitário de Ciências Jurídicas que hoje é Faculdade de Direito do Cesmac.

Em 1966 completaria 50 anos de formatura, em uma

solenidade onde seu nome também foi lembrado em 12 de dezembro de 1966, na Faculdade de Direito da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Nesta lista é possível ver quem colou grau na mesma turma de Mário Guimarães: Aníbal Gonçalves Fernandes (ex-diretor do Diário de Pernambuco) e Agamenon Sérgio de Godoy Magalhães (ex-ministro da Justiça).

Também foi procurador Geral de Justiça (1930) e juiz do TRE (de 9 de setembro de 1954 a 8 de setembro de 1956). Morreu há 59 anos (23 de março de 1964). Em homenagem, o prefeito de Maceió Vinícius Cansanção Filho autorizou a construção de um mausoléu para os restos mortais do desembargador (26 de novembro de 1964), às custas do município.

O Tribunal de Justiça deu o nome do desembargador ao fórum da cidade de Taquarana.

MACEIÓ, ALAGOAS - 15 A 21 DE ABRIL DE 2023 31 e extra
DE ALAGOAS
Mário Guimarães, desembargador alienista
MACEIÓ, ALAGOAS - 15 A 21 DE ABRIL DE 2023 32 e extra

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