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O PLANETA SEM DINHEIRO Após, saímos e fomos até as árvores e nos sentamos comodamente em umas bancas parecidas com cadeiras de balanço. Pus as mãos debaixo da cabeceira e, assim permaneci por uns minutos. Mas naquela calma comecei a refletir e me veio à mente uma infinidade de coisas que eu ainda não tinha explicações satisfatórias. Bruscamente, levantei o corpo e fiquei sentado, resolvido a pedir que Acorc me explicasse estas coisas que eu não estava entendendo. Uma delas era que, desde que me encontrava em Acart, ainda não tinha visto ninguém puxar dinheiro para pagar o que quer que fosse. Tínhamos feito a refeição com quase mil pessoas e ninguém havia pagado nada. Com relação a nós, eu ainda tinha uma leve explicação, pois tínhamos aquele papel que talvez fosse uma requisição do governo, mas... e o resto? Para sair desta dúvida, perguntei: - Qual é o tipo de dinheiro existente aqui? Ele levantou-se e se sentou na mesma posição que eu, bem à minha frente e disse: - Dinheiro? Não há dinheiro aqui em Acart. Eu quase caí de costas, com banca e tudo. - Mas como?! E como compram as coisas e pagam os empregados? Ele deu um suspiro e respondeu: - Bem, isto é um assunto muito comprido, mas vou tentar lhe explicar. Acart, se não me engano já lhe falei, era toda dividida em países e cada um tinha seu tipo de governo e moeda. Porém, quando começou a se sentir o problema da superpopulação, os mais abastados começaram a negociar com cada palmo de nosso solo e assim os que tinham dinheiro possuíam e adquiriram espaço de sobra para viver, ao passo que os menos favorecidos pela sorte eram banidos para