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DESPEDIDAS Vi que o espetáculo estava findo, pois vagarosamente aquela multidão ia se retirando. Quando o Filho do Sol retornou, nosso grupo estava todo de pé. Ele logo que chegou encetou conversa com Acorc e o tal Tuec – da outra cidade. Foram saindo pelo corredor que dava na marquise, seguidos por mim e mais atrás pelos outros. De repente, pararam e se viraram para mim os três: o Filho do Sol veio até mim e me pôs uma mão em cada ombro, quase me sacudindo. Então Acorc traduziu-me uma frase dele, dizendo: - Desejo-lhe feliz regresso à Terra. Eu todo atrapalhado, sem saber o que dizer, ou falar, apenas consegui sorrir. Quando esperava ter que me despedir dos demais, com mais outras cerimônias, para sorte e surpresa minha, Acorc pegou-me pelo braço e seguimos na frente até a nave e embarcamos sem mais despedidas ou o que valha. Partimos assim que ganhamos altura por cima dos edifícios, eu me recostei no assento e bocejei tão forte que Acorc notando até chegou a rir de mim. - Para aonde vamos agora? Perguntei. - À minha residência, depois vamos para Con de onde partimos. - E aquele senhor que estava conosco não vem junto? - Ele já foi, vai nos aguardar lá. Chegamos à residência de Acorc e fomos recebidos por sua esposa e o menino. Por indicação dele eu me sentei, enquanto os três se retiraram para outra repartição. Fiquei pensando: Talvez aqui vá ser mais demorada a despedida e a preparação, mas qual nada, Acorc retornou em seguida acompanhado da esposa, que só entraram na sala e pararam. Acorc com uma valise não muito grande numa mão, contendo com certeza os nossos pertences, sem maiores cerimônias, disse: - Vamos.