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EM TERRA FIRME Então Acorc se aproximou de mim dizendo: - Chegamos ao ponto de seu desembarque. Vamos deixá-lo a poucos metros da rodovia que vai dar na sua cidade. Eu estava tão emocionado que nem pude responder nada. Ele continuou: - Vamos acompanhá-lo até a saída da nave, recomendando que assim que pisar o solo vá em frente dez passos sem se voltar. - Por que sem me voltar? - Porque assim deve ser, advertiu ele. Então acompanhado pelos dois, um de cada lado, percorremos a escada intercalada de saletas. À medida que ia avançando eu cada vez me sentia mais duro, achei até que por fim não poderia nem caminhar mais. Foi quando Acorc disse: - Vai se sentir um pouco mal, mas não se preocupe que isto logo passa. Finalmente atingimos a última porta e então Acorc me pôs as duas mãos nos ombros e me deu mais uma instrução e nos despedimos sem mais cerimônias. Como nas vezes anteriores ele apertou em algo na parede e a porta foi se abrindo no meio devagarzinho. Ali está a minha querida terra esperando que eu desse o primeiro passo para tocá-la. A noite era sem lua àquela hora. Já solto por eles dei um passo e toquei na relva do campo – pois foi no campo que me deixaram –, dei outro, estava fora da nave. Até contar cinco passos ainda me alcançava a claridade emitida pela nave, mas daí em diante fiquei na completa escuridão. Quando completei dez passos recomendados por ele, parei e devagar fui me voltando esperando ver a partida da nave, mas qual nada, ali não mais se encontrava nave alguma. Olhei para o céu e nada, tudo calmo, olhei para o horizonte com esperanças de avistá-la, também não vi nada. Por fim, vendo que era inútil pro-