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#34

Variedades - Cultura - Informações Ano III

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Abril/2022 - #34

- Brasil - Portugal

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Quando menos é mais ...

a era do computador quântico Páginas 13 a 15

A PRESENTE REVISTA TEM COMO FINALIDADE PASSAR INFORMAÇÕES PARA O PUBLICO 60+, SEM CONFLITOS DE INTERESSES E SEM FINS LUCRATIVOS.


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Cada um tem sua história e a liberdade para decidir qual caminho quer seguir, se é hora de mudar de rumo ou continuar lutando pela melhor qualidade de vida possível. Está chegando ou passou dos 60 anos, ou mesmo tem interesse pelo assunto, entre em contato e sugira histórias, cursos, eventos.

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Editorial

seja bem-vindo Por: Laerte Temple “É mais fácil enganar as pessoas do que convencê-las de que foram enganadas.” Marc Twain Já ouviu alguém dizer que às vezes é preciso “tocar fogo no circo”? O que isso significa? Conhece o texto “Como fazer um elefante dançar?” Isso é fácil: pegue um elefante jovem, amarre uma corda na pata, a outra ponta num toco e use a teoria do Reflexo Condicionado, de Ivan Pavlov: Recompense (dê comida) quando faz o que você quer e castigue sempre que recusar. Motivação é o impulso nos move em direção aos nossos objetivos, bem diferente de mover alguém para atingir objetivos dos outros. A motivação pode ser manipulada? Muitos estudam técnicas para induzir, voluntariamente e com convicção, a pessoa fazer, não o que deseja, mas o que querem que ela faça. De pais a chefes, namorados, governos e bebês, todos manipulam para obter resultados. Sim, bebês! Fome? Fralda suja? Chore e alguém socorrerá. Se não chora, não mama! Moisés, pela fé, fez o povo judeu andar 40 anos no deserto até à terra prometida. Jim Jones, em 1978, pela fé, fez 918 pessoas morrerem envenenadas. Todos manipulam, mas alguns propósitos são escusos. As técnicas evoluíram e a Internet democratizou todas, desde as mais simples, como “cenoura e pau” (prêmio ou castigo), até as sofisticadas, como fé, patriotismo, lealdade, altruísmo etc. Hoje existe o “influenciador digital”, que escreve mal, pouco pensa e tem milhões de seguidores. Como isso acontece? Ótimas narrativas induzem temor profundo ou grande recompensa. A pessoa mal orientada ou carente de autoafirmação, movida pelo medo ou recompensa, segue o ídolo e faz o que é induzida a fazer. E ainda se sente feliz! Exemplos desta pandemia: “Vacina salva vidas”. A narrativa científica não foi suficiente, então: “Vacine-se e ganhe ingressos para jogos” (prêmio); ou “Viagens, shows e maconha recreativa, só para vacinados” (medo). Muitos se vacinaram, por convicção, recompensa ou medo. Quanto dinheiro e prestígio perdeu o tenista número um do mundo ao recusar a vacina e não jogar na Austrália? Na democracia existe liberdade de escolha, mas somos escravos delas. Deixar-se influenciar é permitir que outros escolham por você. Manipular comportamento é imoral ou aético? Depende do propósito. Moisés e Jim Jones que o digam. Dar um carro ao melhor vendedor é reforço motivacional. O desafio motiva e o reconhecimento gratifica. Dar um carro ao melhor traficante da quadrilha também é reconhecimento. Mas é crime! Alguns comerciais de TV apelam para a emoção: Ligue “djá”(lembra?); últimas unidades; oferta válida para os primeiros 50 clientes; a promoção expira em 2 horas etc. Campanhas políticas usam a mesma técnica: se fulano for eleito, faltará comida, a corrupção vai aumentar, não haverá emprego. No mercado, se o preço é justo e o produto agrada, tudo normal. Na política, deveria valer o mesmo, não fosse a manipulação. Criam problemas e se apresentam como única solução. E não há direito à devolução do voto. Se um é produto ruim, prejudicial à saúde ou ao ambiente, a mídia e as redes sociais denunciam e o consumidor boicota. A venda é proibida e o fabricante responsabilizado. E se o político for ruim? Quem “produz” políticos? Eles vêm do espaço? Mutação da matéria? Não. São produto das famílias e da sociedade. Se um

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político ruim é reeleito, talvez a culpa não seja dele. Voltando ao caso do elefante, ele dança por gostar do prêmio e temer o castigo. Acostumado à corda, não percebe que é mais forte do que ela e pode rompê-la. Se o circo pega fogo, literalmente, o medo o faz arrebentar a corda e fugir. Por isso se diz que às vezes é preciso tocar fogo no circo, para que todos vejam o perigo, saiam da zona de conforto e façam algo para sobreviver. Já se anunciam problemas graves para criar medo coletivo. Gênios pedirão seu voto para resolver tais problemas. Mas são meros ilusionistas e manipuladores. O verdadeiro gênio previne e evita problemas. Muitos dos que afirmarão saber como resolver os problemas, são os mesmos que ajudaram a criá-los. Porém, será mais fácil enganar novamente o eleitor do que convencê-lo que está sendo enganado. Ao primeiro sinal de fumaça, arrebente a corda e aja. Ou fique na zona de conforto e morra! Confortavelmente!

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Nosso time de Colunistas Herodoto Barbeiro 4e5 Silvia Triboni 7 a 10 João Aranha (CAPA) 13 a 15 Sandra Schevinsky 17 e 18 Cidália Aguiar 19 e 20 Marisa da Camara 21 e 22 Veterinária USP 23 e 24 Thais B. Lima 25 a 27 Fabio F. Sá 29 e 30 Marcelo Conti 35 e 36 Norberto Worobeizyk 37 a 39 Sonia Fernandez 43 a 46 Laerte Temple 47 e 48 Katia Brito 49 e 50 Tony de Sousa 51 e 52 Marly de Souza 53 e 54 Lenildo Solano 55 e 56 Anita Tarasiewicz 59 e 60 Jane Barreto 65 a 68 Cida Castilho 69 a 71 Ebe Fabra 73 a 76

AVISO LEGAL: Não há intenção de infringir direitos de autoria. Este Revista é apenas para fins educacionais e de entretenimento. Os direitos das fotos e textos pertencem àqueles citados nas reportagens, aos quais agradecemos imensamente This magazine is distributed via the internet to the Cancer Institute


Crônicas do Brasil - Parece mas não é

Cessar fogo já! Heródoto Barbeiro Jornalista/Historiador

As cenas das cidades destruídas horrorizam o mundo. A guerra não tem limites. A artilharia não escolhe os locais de ataque. Hospitais, escolas, prédios públicos e moradias são atingidas com inúmeras mortes. Populações fogem da guerra. São milhões de refugiados que não têm muitas alternativas uma vez que os beligerantes não respeitam os corredores humanitários e muita gente morre na tentativa de chegar a algum lugar que possam sobreviver. É uma guerra de ódio dizem os pacifistas. Os jornais estão engajados em incentivar o nacionalismo radical que beira a uma campanha de jogar um país contra o outro e por isso é rotulada de imprensa marrom, ou seja não tem isenção nem neutralidade para divulgar notícias. A guerra também se dá nas narrativas e na censura imposta pelos governos aos veículos alternativos. Críticas aos militares e governantes podem render processos sumários sob a acusação de traição à pátria. A pior pecha é ser chamado de quinta coluna, um eufemismo para classificar os que que agem atrás das linhas de combate para sabotar o exército nacional. As partes envolvidas no conflito se acusam mutuamente de não respeitar a Convenção de Genebra e ameaçam processar os líderes por crimes de guerra. A Europa está em guerra. Os avanços tecnológicos fazem as armas cada vez mais eficientes, ou melhor mortíferas ou destruidoras de cidades. Mortos e feridos se acumulam em hospitais que são bombardeados sob o pretexto que escondem efetivos militares. Não escapam escolas, maternidades, prédios históricos e tudo o que o inimigo acredita que pode abater a moral dos combatentes. Jovens são alistados compulsoriamente, e muitas vezes, sem treinamento são mandados para o front e servem como bucha de canhão. Não sabem por que nem contra quem lutam. Apena obedecem ordens e marcham nos batalhões de infantaria ou nas filas dos tanques e carros blindados. Há uma ameaça consistente que o conflito pode extravasar do continente europeu para outros lugares do mundo. Não há mais segurança nem nas rotas terrestres nem nas marítimas. Os refugiados não sabem para onde correr. Os corredores humanitários são constantemente atacados e colunas de civis são massacradas. O uso da aviação, que despeja bombas nas cidades, se torna mais um horror a ser enfrentado. Nunca se viu tanta gente morrer em tão pouco tempo. Alguns chamam a guerra de Armagedon. O imperialismo é a mola que aciona a eclosão da guerra. O império russo defende a política do pan eslavismo, ou seja os países de língua eslava, como o russo, é a licença para que povos dessa tradição e cultura sejam abrigados sob o mesmo Estado. Os impérios alemão, turco otomano, austro húngaro e as democracias inglesa e francesa formam o núcleo do conflito. A ação dos submarinos alemães no Atlântico e a propaganda interna levam os Estados Unidos a entrar na guerra em 1917. A derrota do czar favorece a revolução bolchevique que depõe a jovem e frágil república proclamada pela oposição ao regime. O poder está nas mãos de Lênin

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Foto: Museu da 1ª guerra - Liverpool

A Primeira Guerra Mundial foi um conflito ocorrido entre 1914 e 1918 que assina uma paz em separada com o império alemão com o objetivo de consolidar o novo regime comunista instalado. No front ocidental graças ao apoio americano de armas e soldados os aliados derrotam o II Reich que propõe um cessar fogo unilateral. Parte dos militares alemães não se conformam com a indecisão do kaiser Guilherme II. Avaliam que o cessar fogo é uma traição e que o país tem condições de continuar lutando. Nasce uma polêmica que vai ser aproveitada pelos partidos ultra nacionalistas no pós I Guerra Mundial, entre eles o partido nazista. O cessar fogo põe fim ao morticínio e ao mesmo tempo espalha as sementes para um novo conflito que estoura 1 anos depois com a invasão da Polônia.

Acordo Obsoleto, Durmo Atualizado www.durmoatualizado.com.br

Seniors ativos, curiosos, empreendedores e eternos aprendizesUm blog com dicas fáceis e diversas desde cortar custo de aquisição de remédios, como tirar uma ideia da cabeça e tornar-se um projeto a aplicativos que facilitem o seu dia a dia. Desenvolvido por Marcelo Thalenberg colunista do Magazine 60+

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Mudança de Hábito

Etarismo, um novo nome para um velho preconceito Fotos enviadas pela colunista

Silvia Triboni Viajante Sênior e Repórter 60+

“O mundo está ficando grisalho, mas o idoso é sempre o outro. Falamos com muita propriedade sobre as certezas estatísticas contundentes relacionadas às cambalhotas da nossa pirâmide etária, mas estamos sempre de fora, narradores da história alheia.” E da leitura do que consta na orelha do livro publicado por minha amiga Fran Winandy creio que já podes imaginar o impacto que sua obra literária me causou. Além do conhecimento agregado, o livro desafiou-me a avançar no processo de desconstrução da etarista em mim existente. Lançado em dezembro passado, o livro Etarismo. Um novo nome para um velho preconceito foi-me gentilmente oferecido por Mórris Litvak, CEO da startup Maturi, e por Fran Winandy, especialista ativa nesta organização. Foi um presente inesperado, e muito valioso, que recebi como colaboradora que sou da Maturi, uma startup especializada no desenvolvimento de pessoas 50+ e empresas interessadas em promover a verdadeira diversidade etária e combate ao etarismo. Além de nos apresentar o assunto, em seu livro Fran Winandy nos conta de suas experiências de forma envolvente e desafiadora uma vez que nos provoca a vontade de combater esse sórdido preconceito existente em nossa sociedade. Um preconceito enraizado em nós mesmos.

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Onde há etarismo? Fran Winandy, psicóloga com MBA em Recursos Humanos, Mestre em Administração de Empresas e consultora na área de Diversidade Etária. Pesquisadora, Professora e Palestrante, conduz programas de Integração Geracional e Transição de Carreira. A especialista afirma que este preconceito pode se manifestar de diversas formas e, quase sempre, de maneira sutil. A idade e o nosso medo de envelhecer; Raízes do Etarismo; O etarismo ao longo da vida das mulheres; A interseccionalidade: o etarismo e os demais pilares da diversidade; O etarismo no mundo do trabalho; O Etarismo na publicidade e propagando; O Etarismo no cinema, streaming, novelas e redes sociais são alguns dos temas abordados por Fran em seu icônico livro. Já sentiste o etarismo em sua pele? Já é de nosso conhecimento variadas práticas preconceituosas contra as pessoas mais velhas, e mais jovens também. Entretanto quando lemos os depoimentos fornecidos à Fran Winandy ficamos chocados ao constatar tais absurdos em nossa sociedade. Leia alguns trechos: • Idosa demais para acompanhar uma turma de ginástica (67 anos); • Meu marido e filhos dizem que não tenho mais idade para usar certas roupas (60 anos); • Jovem e bonita demais para trabalhar com velhos (40 anos); • As empresas precisam da experiência das cabeças prateadas, porém oferecem remuneração imoral argumentando que sendo aposentados não precisamos ganhar muito porque “já estamos com a vida feita” (69 anos). Já passaste por algo semelhante? Razões para Fran Winandy escrever sobre este tema não faltam Da entrevista concedida à Maturi podemos conhecer um pouco mais desta brilhante escritora e de seu livro: Maturi: Fran, de onde surgiu a ideia de escrever esse livro? Fran Winandy: Trabalho na área de Recursos Humanos há mais de 30 anos e a questão do preconceito etário me acompanha e me incomoda faz tempo! Nas empresas, existem barreiras etárias em inúmeras práticas e processos organizacionais. Além disso, esse preconceito permeia nosso tecido social: está presente na área da Saúde, na Publicidade e Propaganda e em várias outras áreas. É um preconceito antigo que está em todo lugar, mas não prestamos muita atenção a ele, até que ele nos atinja. Até pouco tempo atrás, ele não tinha um nome

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conhecido, e sabemos que a primeira coisa para combater um preconceito é saber nomeá-lo. (Des) prazer em conhecer: Etarismo! Maturi: O livro aborda o etarismo no Mercado de Trabalho? Fran: No mercado de trabalho, na área da saúde, na publicidade e propaganda, no cinema, streaming e redes sociais, na moda e nos esportes. Falo também da famosa economia prateada, trago alguns depoimentos de pessoas que foram vítimas do preconceito em diferentes momentos da vida e falo sobre o ecossistema da longevidade. Maturi: As pessoas têm medo de envelhecer? Fran: Sim, existem dois grandes medos: a aparência da velhice e a proximidade da morte, de ir rumo ao desconhecido. Falo das duas coisas no livro. O envelhecimento é um tema tabu em nossa sociedade: as pessoas evitam o assunto, como se falar sobre a velhice trouxesse consigo o envelhecimento em si. Em uma sociedade na qual o jovem é supervalorizado, há pouco lugar para o velho. E menos lugar para a velha. Refletir sobre a velhice é pensar sobre a passagem do tempo, seus rastros, suas marcas. Avaliar nossas conquistas, nossa história, nosso legado e nossa morte. A morte deveria ser parte da expectativa da vida, mas o confronto com a nossa própria mortalidade é algo sobre o que evitamos pensar e falar. Maturi: Você disse “menos lugar para a velha”. As mulheres sofrem mais com o etarismo? Fran: Sim! As mulheres sofrem de etarismo ao longo da vida. Elas têm idade para casar-se, idade para serem mães, e assim por diante! Além da cobrança social, isso também atrapalha a empregabilidade delas. Além disso, elas vivem tentando camuflar a aparência, seja para parecerem mais velhas no ambiente de trabalho (para passar maior credibilidade), seja para parecerem mais jovens (para driblar os estereótipos negativos relacionados ao envelhecimento). Se a mulher tinge os cabelos, é criticada por isso. Se não tinge, também o é. Se ela faz procedimentos estéticos, é porque não aceita o envelhecimento como

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algo natural. Se não faz, certamente é uma pessoa desleixada. É bem difícil ser mulher em nossa sociedade! Bate-Bola rápido sobre o Etarismo Fran Winandy é também autora em seu Blog Etarismo nas Organizações que merece ser estudado e acompanhado. Deixo aqui algumas perguntas cujas respostas estão em seu blog: 1. O etarismo acontece só com idosos? 2. Por que o etarismo acontece? 3. O etarismo tem o mesmo impacto para homens e mulheres? Participar de suas palestras e workshops, e até mesmo conversar com Fran Winandy são sempre oportunidades de muito aprender, refletir e querer promover transformações que busco adotar em minhas falas e comportamentos. Sou muito grata à minha amiga e conterrânea Fran Winandy. Quero erradicar o etarismo existente em mim, e transmitir às amigas e amigos informações e estímulos que possam nos ajudar neste processo de aperfeiçoamento. O livro Etarismo. Um novo nome para um velho preconceito e o trabalho que Fran Winandy oferece a empresas e pessoas físicas são ferramentas efetivas na transformação da realidade de forma positiva e duradoura. Recomendo-os veementemente. Etarismo. Um novo nome para um velho preconceito está disponível nas versões física e digital na Amazon, Kobo, nas plataformas digitais Apple e Google e no site da Editora Gulliver. Silvia Triboni silvia.triboni@gmail.com Editora e produtora de conteúdo sobre longevidade, envelhecimento ativo e economia da longevidade no site Across Seven Seas, canal Youtube e Across Podcast.

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Contos II

Quando menos é mais a era do computador quântico Fotos enviadas pelo colunista João F Aranha

Cidadão e Repórter

Há 74 anos a eletrônica passou por uma formidável evolução: as válvulas, grandes, quentes e de vida limitada foram substituídas pelos transistores, dando início a um processo de miniaturização que tinha por objetivo ocupar menos espaço, economizar energia e diminuir os custos. Três décadas depois surgiram os supercondutores, materiais que conduzem eletricidade sem que haja resistência nem perdas. Estas invenções deram a seus descobridores merecidos prêmios Nobel. No entanto, desde 1959, o físico americano Richard Feynman (1918/1988) defendia em artigos que as aplicações práticas dos preceitos da nascente mecânica quântica, com o tempo, substituiriam com vantagens àqueles defendidos pela física clássica. No ano em que Feynman foi agraciado com o prêmio Nobel – 1965 - um químico e físico americano, fundador da Intel Corporation, Gordon Moore, hoje com 93 anos, publicou um artigo com considerações a respeito do futuro dos computadores, conhecidas como “Lei de Moore”. Dizia Moore que, com custo igual, a capacidade de processamento dos computadores (todos eles e não apenas os que sua empresa fabricava) dobraria aproximadamente a cada ano e meio. Esta lei vem se demonstrando ser verdadeira até os dias de hoje, embora o intervalo de tempo entre uma inovação e outra esteja cada vez menor, fato que, proje-

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tado para o futuro, poderá nos levar a conquistas inimagináveis. Realmente, a cada ano os transistores, representados pelos bits nos computadores, são reduzidos à metade, concentrando-se bilhões de transistores em um único chip e se projetarmos a Lei de Moore para um futuro próximo, cada bit terá a dimensão de um único átomo e assim sucessivamente até se invadir o campo subatômico. No entanto, os processadores atuais, que têm como base principal o silício, estão chegando ao seu limite físico, devido à crescente miniaturização e uma nova geração com tecnologia 3D levará a capacidade de armazenamento dos transistores para incríveis 22nm (nanômetros ou 22 bilhonésimos de metro). A lei de Moore nos conduz de volta a Feynman, que sugeriu, em 1981, que os fenômenos das dimensões moleculares, atômicas e subatômicas dariam continuidade às previsões de Moore, estabelecendo-se então o que seria conhecido como computação quântica. Os computadores quânticos aproveitam o comportamento exclusivo da física quântica, como sobreposição (estar em dois ou mais estados simultaneamente), emaranhamento (duas partículas continuam se influenciando separadas por qualquer distância) e interferência (capacidade de reduzir interferências o máximo possível e garantir resultados mais precisos). Essa supercondutividade poderá resolver problemas relativos ao meio ambiente (fotossíntese, clima, agricultura, etc.), saúde, energia, ciência, formações moleculares complexas, trânsito, novos materiais, investimentos, etc. Serão computadores milhões de vezes mais poderosos e problemas poderão ser resolvidos em três minutos, enquanto os computadores mais eficientes levariam milhões de anos. Não haverá criptografia que não será desvendada e, ao mesmo tempo poderá criar uma criptografia com algoritmos virtualmente inquebráveis e poderá, por exemplo, decompor rapidamente em fatores primos números com mais de 1.000 algarismos, algo que hoje em dia mesmo com os supercomputadores levaria um tempo considerável. Este formidável aumento da velocidade, ao contrário do que se vê em filmes, não violará a teoria da relatividade que diz que uma informação não pode ser transmitida com velocidade maior do que a da luz no vácuo (300 mil km/seg.). O bit será substituído pelo q-bit, ou seja, o sistema deixa de ser um binário clássico, quando 0 e 1 são mutuamente

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excludentes, e passa a processar todas as combinações possíveis de 0 e 1 simultaneamente. Quando os supercomputadores atuais se defrontam com fenômenos, como os da natureza, onde ocorre o maior número possível de detalhes, eles conseguem trabalhar apenas por aproximações onde parte importante se perde. Já os quânticos irão além, simulando as próprias leis da natureza. Uma informação quântica desaparecerá de um lugar e reaparecerá instantaneamente em outro, sem atravessar o espaço que as separa e ainda será livre de interferências. Este fenômeno – que Einstein chamava de “fantasmagórico” é conhecido como teleporte ou teletransporte, já comprovado por americanos e chineses em experiências recentes. Há uma correlação entre dois objetos separados por bilhões de quilômetros que os físicos chamam de emaranhamento - através de uma informação quântica que não carrega nem matéria nem energia e, por enquanto, é algo impalpável. Talvez caiba ao próprio computador quântico a tarefa de nos dizer se a Lei de Moore se esgotará brevemente ou em que intervalo de tempo ela continuará a ocorrer indefinidamente. Trabalha-se atualmente para resolver os problemas de custo elevado de produção e das interferências externas e solucionar aquele que poderá ser o maior óbice, ou seja, criar uma máquina com mais poder de processamento do que conseguimos lidar.

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Divã

Filhos e Culpa Sandra Regina Schewinsky

Psicóloga - Neuropsicóloga

Querido leitor, na coluna passada comemoramos o dia da mulher e seu empoderamento, mas muitas vezes carregamos uma cobrança do Mundo em nossas costas por corrermos atrás de nossos sonhos. Vejam o que uma querida amiga me enviou: Como lidar com a culpa, Sandrinha? Acabei de falar não (mais uma vez) para minha filha: mamãe precisa estudar, papai vai levar vocês para o inglês. Aí ela faz aquela cara de filhotinho pedindo carinho e a culpa quica forte demais! Lembrei-me de uma colega no meu doutorado que me perguntou se eu não fazia nada pelos meus filhos, pois a aula ia até tarde da noite, imediatamente respondi: Tudo o que eu faço é por eles, inclusive estudar, trabalhar e me divertir, assim, eles nunca acharão que me atrapalharam, muito pelo contrário, saberão que são meu incentivo na busca por sempre melhorar e ser feliz. Será que sou uma mãe desnaturada? Pois sabia querido leitor que ouvi muitas vezes isso, se meus filhos tiravam nota baixa a culpa era minha, se faziam bagunça na escola, a culpa era minha e

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Foto: lovepik.com

assim por diante: culpa, CULPA e mais CULPA! Certa vez ouvi que a nota baixa de um de meus filhos era porque eu pensava muito nos meus estudos. Sempre fui rápida nas respostas: Era só o que me faltava, ouvir que o fato de eu ser trabalhadeira e estudiosa significa que eu sou um péssimo exemplo para meus filhos! A leitora que me segue já pensou: Quanto machismo! Penso que não seja unicamente o machismo e sim imagens idealizadas que carregamos em nossa constituição psíquica. A mãe é nosso primeiro referencial de mundo, inegável o poder dela para dar a vida e manter a vida, inegável a dedicação necessária nesse intento de gestar, parir, nutrir e criar outro ser. Entretanto, precisamos cuidar para não querer manter esse poder para sempre! Nós mães, carregamos a imagem da nossa mãe, da mãe do amiguinho, da mãe do cinema, da mãe do comercial de margarina, da mãe dos contos de fadas e acreditamos que temos superpoderes! Esquecemos que temos dores, sono, frustrações, tensão pré-menstrual e depois menopausa, desejos, amores, necessidades e aspirações. Nós mães somos o alicerce dos filhos, talvez por toda a vida, mas . . . . . . filhos são para o mundo, isso já acontece quando vão para escolinha, não querem mais dormir na nossa cama, primeiras saídas com amigos, viagens, namoros, trabalhos e ganham o mundo. Os filhos não podem carregar o fardo que a mãe não conquistou o que queria por causa deles. E, todos nós precisamos aprender a reconhecer que de qualquer lado que formos: trabalho, estudo, ficar em casa, em verdade é escolha. Então, por que a CULPA? Querido leitor, aguardo mais sugestões de temas. Com amor Sandra Schewinsky

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Caminhos de Portugal

Ikigai, ikebana… e que mais? A composição começa a murchar ao fim de pouco tempo, mas o que interessa isso? Afinal, o caminho para lá chegar é que potenciou o nosso ikigai. Cidália de Aguiar Bióloga, professora, repórter 60+

Por cidália Aguiar Foto – Cidália Aguiar Projeto: Momentos https://momentoscidaliaaguiar.wordpress.com/ Há uns meses o título de um livro chamou a minha atenção. Ikigai - um conceito japonês que os autores traduzem por” a felicidade de estar sempre ocupado”. O livro interessou-me, mas não mais o reli. Escrevi, entretanto, um artigo sobre a minha transição para a aposentação/ reforma, como se diz em Portugal, sem me lembrar do “Ikigai”. Curiosamente, transmiti a ideia que me mantive sempre ocupada desde essa altura e que isso contribuiu muito para uma transição tranquila, aplicando o conceito sem o saber. Repetindo ocasionalmente a leitura, tudo se relacionou. Ikigai, misteriosa palavra que parece consistir num propósito de vida, que os japoneses acreditam que todas as pessoas têm. Mas é preciso encontrar o seu, claro e definido, que parece estar escondido nas profundezas do ser para alguns. Sabemos que os japoneses se mantêm ativos, mesmo depois de se reformarem, ou fazem-no tar-

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de, mantendo a alegria de viver e produzir, encarando cada amanhecer com significado e objetivos. Paixões de sempre, podem ser potenciadas em idade mais avançada, para manter o ikigai “em alta”. Para manter a saúde, é fundamental tratar da mente, desenvolvendo os neurónios e as sinapses. Continuar a fazer algo com gosto e atenção. Mas, sobretudo, não deixar de aprender. A arte e o ikigai Pintar, desenhar, fotografar, algumas das paixões que valorizei na transição e após a reforma. Aposentada do ensino, não aposentada da arte. Aliás, a boa notícia é que a nossa capacidade de observação vai melhorando com a idade. A arte é um ikigai, cada obra é um projeto, um propósito de vida. Cada qual terá o seu, claro, mas é fundamental estar ocupado. Uma atividade que flua sem stresse, que preencha qualquer vazio que venha à tona, que seja um motor de crescimento pessoal. Ikigai e ikebana (ou iquebana) O que fazer com ramos e flores? A sugestão de um arranjo ikebana, uma tradição japonesa de arranjos florais de forma harmónica, valorizando a relação com as plantas e o ikigai! A arte do Ikebana é mais que uma forma de decoração. É de arte propriamente dita — aproveitando o significado das flores para formar arranjos que transmitem mensagens e ideais. A beleza destes arranjos reside na combinação de cores, formas, linhas de força, espaço vazio e no significado subjacente à composição. É curioso constatar que muitos destes fatores também se aplicam na fotografia. A técnica é complexa e quem quiser experimentar terá de pesquisar sobre o assunto — boa oportunidade para sair da zona de conforto. A composição começa a murchar ao fim de pouco tempo, mas o que interessa isso? Afinal, o caminho para lá chegar é que potenciou o nosso ikigai.

Outros blogues e páginas da autora: http://urbanscidalia. blogspot.com/ https://www.instagram.com/aguiarcidalia/ https://www.facebook.com/Momentos-Cid%C3%A1lia-Aguiar-104233638203929/photos/ https://www.pinterest.pt/ cidaliaaguiar/

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A vida como ela é

Ócio e Prazer, sem culpa Marisa da Camara Terapeuta Energética Radiestesista

Muitos da geração que hoje está com 60, 70 anos começaram a trabalhar entre os 14 e 18 anos de idade. Foi uma vida de mergulho no trabalho, para conquistar a casa própria (sonho de consumo da geração anterior) e, entre outros, pagar a educação escolar privada para os filhos, enquanto as escolas públicas feneciam, por ausência de cuidados e investimentos governamentais. Particularmente para as mulheres, que acumularam as funções de dona de casa, mãe, esposa e profissional, foram anos árduos de dedicação a uma dupla jornada, com pouco tempo e recurso para si mesmas. A incessante rotina do ‘fazer’, do ‘correr contra o tempo’, do ‘ter que’, fez dessa geração seres produtivos e incansáveis. Ainda hoje, há uma tendência à cultura da produtividade e criatividade, nessa geração que orgulha-se de sua idade, de seus feitos e de suas conquistas. Tenho olhado atentamente a isso e, paralelamente ao mérito que tem essa geração, da qual faço parte, tento analisar e compreender os fatos reais, as possíveis necessidades, ilusões e armadilhas, desse processo. Penso que devemos dedicar um tempo para ‘despir’ esse ser criativo e produtivo que nos tornamos, tão cedo, e tentar encontrar sua essência e seus desejos. Há vida além do trabalho e é bom vivê-la! Será que não vale a pena experimentar o “Dolce Far Niente” por algum tempo prolongado, sem culpa e sem medo de ser feliz? Será que temos nos perguntado “quando será o momento adequado de caminharmos sob o sol quente ou a chuva fria; vermos o pôr do sol; admirarmos o céu do interior, forrado de estrelas; apreciarmos o estourar repetido das ondas do mar; sentir a terra sob os pés; ficar horas olhando para uma cachoeira que cai das alturas; ouvir o som de diversos pássaros cantando; estarmos próximos de nossa família”? Você já parou para refletir sobre você e sobre sua finita vida? Você já se perguntou se está completo para ‘partir dessa vida’ e quais seriam as coisas que você ainda gostaria de ver, sentir e fazer? Partindo da premissa de que não somos eternos e de que a morte não manda aviso prévio, quando você pretende viver sua cota de ócio e prazer, sem culpa?

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Ilustração: M.Conti

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Papo Animal

Coprofagia em pets Saúde Única, sonhos coletivos FMVZ - USP

A ingestão de fezes pode parecer estranha e repugnante para nós, mas é um comportamento comumente observado em cães e gatos. A questão fica mais compreensiva se avaliarmos sob a ótica evolutiva, pois por se tratarem de carnívoros predadores, eles consumiam inclusive os intestinos das presas. No entanto, não queremos despertar esse comportamento em nossos pets, não é mesmo? Pelo contrário, devemos ficar atentos se o animal começar a lambiscar as fezes, pois esse comportamento também está associado à deficiências nutricionais originadas por uma dieta inadequada, deficiência de absorção dos nutrientes, verminoses ou até inflamações no trato digestório, como a pancreatite. Além disso, a ingestão de fezes pelo animal também pode ser secundária a um problema emocional, como por exemplo a ansiedade de separação, tédio, estresse ou carência afetiva. Quando faltam nutrientes no seu organismo, o animal tenta suprir a carência pela ingestão das próprias fezes, para aproveitar os nutrientes excretados, ou as de outro animal, em busca de nutrientes diferentes daqueles que se encontram na sua alimentação. Rações com má qualidade, rações inadequadas para a idade ou tamanho do animal ou ainda em quantidade insuficiente podem levar à coprofagia. Por outro lado, também a alimentação muito calórica ou em quantidade excessiva pode comprometer a absorção dos nutrientes e, como consequência, levar à coprofagia. Condições inadequadas do local onde os animais vivem também podem desencadear a coprofagia pelo estresse gerado. A falta de espaço pode causar desconforto pela proximidade entre seu local de dormir e se alimentar com o espaço para defecar. Nesses casos a coprofagia pode estar associada à tentativa de manter a organização. A recomendação

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é manter os locais de dormir, comer e beber água separados do local de fazer suas necessidades, que devem ser mantidos sempre limpos. Os pets, principalmente os cães, são animais muito sociáveis, com bastante energia, que gostam de brincar, passear e interagir com seus tutores. Porém, a realidade dos lares nem sempre proporciona as condições para que suas necessidades sejam supridas e muitos acabam passando longos períodos fechados e sozinhos num mesmo ambiente, causando ansiedade, estresse, tristeza, tédio e depressão. Nesses casos, a coprofagia pode estar associada ao entretenimento e, desta forma, recomenda-se estimular a atividade física e prover o enriquecimento ambiental e brinquedos que despertem o interesse do animal. Se flagrar seu animal ingerindo fezes ou defecando no lugar errado, não dê broncas nem aplique punições, isso o faz associar o ato de defecar com algo errado, o que pode estimular a ingestão das fezes para escondê-las e não ser punido. Recomenda-se, nesses casos, recolher as fezes com tranquilidade e naturalidade o mais rápido possível e, quando seu pet defecar no local correto, faça elogios e use reforços positivos, como oferecer petiscos ou realizar alguma brincadeira que ele goste. A coprofagia não é apenas consequência de alguns problemas de saúde física ou mental, ela pode ser a causa de diversas outras doenças, como infecções virais ou bacterianas e parasitoses intestinais, como a parvovirose e a toxoplasmose. Por isso, fique atento às mudanças de hábitos do animal e, se necessário, consulte um veterinário.

Foto: UOL - divulgação

Texto escrito por Larissa Silva Santos com a colaboração de Matheus Almeida Baracho do Nascimento, Natacha Teixeira, Rafaela Oliveira Caetano dos Santos, Vitor Hoffman Macedo, Natayane do Vale Torquato e Evelise Oliveira Telles, membros do Projeto Santuário. Para sugestões ou dúvidas, entre em contato pelo e-mail: papoanimal60mais@gmail.com. Nos siga nas redes sociais: Instagram: @projetosantuariousp e Facebook: Projeto Santuário - FMVZ USP. Ficaremos muito felizes em ter vocês conosco!

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Benefícios

Conscientização da doença de Parkinson Thais Bento Lima gerontóloga e colunista do SUPERA Ginástica para o Cérebro

Você sabia que no dia 11 de abril foi o dia Mundial de Conscientização da Doença de Parkinson e que todo o mês é voltado para a conscientização desta doença? A doença de Parkinson (DP) é uma doença neurodegenerativa que resulta em prejuízos progressivos, em regiões motoras e nas habilidades cognitivas. A descrição original da patologia foi feita por James Parkinson no ano de 1817, com o nome de paralisia agitante. Na época chamada de “paralisia agitante”. Somente 50 anos depois, após novas descobertas feitas pelo pesquisador Jean-Martin Charcot a doença recebeu o nome de Doença de Parkinson (DP). No ano de 2005, a tulipa vermelha foi escolhida como o símbolo oficial do mês de sensibilização da doença de Parkinson. A escolha deste símbolo originou-se, em decorrência da criação de uma tulipa vermelha com detalhes em branco pelo floricultor holandês diagnosticado com Parkinson, J.W.S Van der Wereld. Ele nomeou sua criação como tulipa Dr. James Parkinson, em homenagem às contribuições feitas pelo médico. A DP faz parte do grupo de doenças neurodegenerativas e atinge principalmente pessoas acima de 50 anos. Estudos indicam que a possibilidade de ser acometido pela doença aumenta de acordo com a idade. Hoje, mais de 10 milhões de pessoas vivem com Parkinson, o que a classifica como segunda doença neurodegenerativa mais comum em todo o mundo, atrás apenas da doença de Alzheimer. Dados revelam que atualmente cerca de 200 mil brasileiros têm o diagnóstico da doença, no entanto, possivelmente esse número é mais elevado, pois são necessários diversos exames e procedimentos para identificar a DP (Hope Saúde, 2022). A cada 1000 pessoas, 1 ou 2 têm DP em todo o mundo e a prevalência aumenta significativamente a partir dos 60 anos, quando 1 em cada cem pessoas pode

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Foto: vibrarcom

Foto: H


mparkinson.com.br

Holambra - arquivo

apresentar sintomas da doença. Em relação à incidência, os homens são relativamente mais acometidos do que as mulheres, assim como as pessoas brancas. (PARKINSON’S FOUNDATION, 2020; Hope Saúde 2022) Apesar dos avanços da ciência, os conhecimentos sobre a DP ainda são limitados, não existindo um consenso sobre sua causa e o quanto está relacionada ao processo de envelhecimento. Pesquisadores têm direcionado as investigações principalmente para quatro fatores: aspectos genéticos (considerando a hereditariedade), aspectos ambientais (exposição a toxinas), estresse oxidativo e alterações celulares. Existe grande possibilidade dos quatro fatores anteriormente citados estarem relacionados, e que juntos, causam danos na região da substância nigra, área do cérebro responsável pela produção de dopamina, um neurotransmissor que leva informações do cérebro para o corpo. Portanto, quando essa região é comprometida e seus neurotransmissores morrem, há um comprometimento do funcionamento adequado do corpo, gerando diversos sintomas. Os primeiros sintomas costumam ser notados inicialmente pelas pessoas mais próximas, como a lentificação dos movimentos e os tremores nas extremidades das mãos. Outros sintomas são: a diminuição do tamanho da letra, a rigidez muscular, acinesia, ou seja, uma diminuição dos movimentos, problemas na fala e no sono, depressão, além de problemas respiratórios, urinários e dificuldade na deglutição. Algumas orientações podem auxiliar a rotina do paciente e de seus familiares: Praticar atividades físicas: sabemos que os exercícios físicos auxiliam a preservar por exemplo, a capacidade de execução dos movimentos, portanto, pode ajudar a retardar o avanço acelerado desse declínio. Realizar exercícios de orientação temporal: é sempre importante discutir com a pessoa que tem DP o dia, o mês e o ano em que estamos, além de sempre questionar a hora aproximada, pois assim ela se situará no tempo. Discutir notícias recentes: ler notícias preferencialmente positivas, essa atividade contribuirá para saber os acontecimentos da humanidade. Desenvolver exercícios intelectuais: esses exercícios contribuem para a preservação das funções cognitivas, como por exemplo, a memória. Os exercícios do Método Supera colaboram para que pessoas saudáveis ou com leve declínio cognitivo mantenham as suas capacidades intelectuais. Este mês tem uma importante relevância, pois não refere-se à uma comemoração, e sim ao fato de promovermos ações de sensibilização e conscientização, em prol dos cuidadores, pacientes diagnosticados com a DP e profissionais que lidam diariamente com os cuidados e

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tratamentos relacionados à doença. E é uma forma de não estigmatizar a vida do portador de DP, evitando assim tabus e estereótipos presentes na sociedade em relação às doenças neurodegenerativas. A importância da divulgação dessas doenças se traduz no aumento dos atendimentos realizados por profissionais de diversas formações e especialidades. Os avanços em genética molecular, neuroimagem estrutural e funcional podem, no futuro muito próximo, prover um melhor entendimento sobre estas doenças raras e auxiliar no diagnóstico precoce e possivelmente no manejo do tratamento. Adicionalmente, o desenvolvimento de métodos paliativos e as pesquisas com fármacos que são utilizados convencionalmente para tratamento de outras doenças também mostram promissores no âmbito terapêutico. O conhecimento mais específico na DP e nas síndromes Parkinson plus, poderão promover a qualidade de vida do paciente e de seus familiares e possibilitar a capacitação das equipes multidisciplinares e multiprofissionais que lidam diariamente com pacientes com estas condições clínicas.

Referências consultadas BRASIL. Ministério da Saúde - Biblioteca Virtual em Saúde. 11/4 – Dia Mundial de Conscientização da Doença de Parkinson: avançar, melhorar, educar, colaborar!. 2021. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/ultimas-noticias/3450-11-4-dia-mundial-de-conscientizacao-da-doenca-de-parkinson-avancar-melhorar-educar-colaborar. Acesso em: 12 abr. 2022. Hope Saúde, empresa privada, 2022. Pinheiro, J. E. S. Doença de Parkinson e Outros Transtornos do Movimento. [In] Freitas, E. V.; PY, L. Tratado de Geriatria e Gerontologia. 3a Edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, p. 437 - 445.

Texto escrito por: Gabriela dos Santos, Mestranda pelo Programa de Pós-Graduação em Gerontologia pela Universidade de São Paulo (USP), Graduada em Gerontologia pela USP, com Extensão pela Universidad Estatal Del Valle de Toluca. Assessora científica. Ana Paula Bagli Moreira, Gerontóloga pela Universidade de São Paulo (USP), com extensão pela Universidad Estatal Del Valle de Toluca – México. Assessora científica do projeto de pesquisa de validação do Método SUPERA e pós-graduanda em MBA em Gestão de Saúde pelo Centro Universitário São Camilo. Profa. Dra. Thais Bento Lima-Silva, Docente do curso de Graduação em Gerontologia da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH-USP), Coordenadora do curso de pós-graduação em Gerontologia da Faculdade Paulista de Serviço Social (FAPSS), pesquisadora do Grupo de Neurologia Cognitiva e do Comportamento da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e diretora científica da Associação Brasileira de Gerontologia (ABG). Membro da diretoria da Associação Brasileira de Alzheimer- Regional São Paulo. E assessora científica e consultora do Método SUPERA.

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Amigo do Idoso

Abril, a temporada do Leão da Receita Federal Fábio Faria de Sá Diretor do Instituto de Orientação Previdenciária

Você sabe por que o Leão se tornou símbolo da Receita Federal? Por conta de uma publicidade veiculada nos anos 70, que o elegeu como justo, forte, leal, manso, mas não é bobo não! Para nós, é hora de juntar a papelada para fazer a Declaração do Imposto de Renda 2022, base 2021! Ou seja, somar os recebimentos e gastos de 01 de janeiro a 31 de dezembro de 2021. Assim, saberemos se estamos obrigados ou não a fazer a declaração do Imposto de Renda 2022! Quem recebeu valores acima de R$ 28.559,70, tributáveis , está obrigado a declarar IR. Mas, quais são os rendimentos tributáveis? Vamos ver!  Salários, incluindo o 13° salário  Férias  Licença remunerada  Horas extras  Aluguéis  Aposentadorias e Pensões  Rendimentos de investimentos  Remuneração de prestação de serviços como os cadastrados como MEI  Bolsas de estágio  Auxílio Emergencial Todos esses precisam constar, obrigatoriamente, na somatória dos rendimentos de 2021, tanto na Declaração Simplificada quanto na Declaração Completa. E, vale lembrar que os rendimentos recebidos pelos seus dependentes, também, precisam entrar nessa somatória. Mas, atenção: quem recebeu valores acima de 40 mil reais na somatória, mesmo sendo valores isentos ou não tributáveis pela Receita Federal, também, precisa fazer a Declaração do IR 2022. Veja os rendimentos não tributáveis:  Valores de rescisão de contrato  Herança  Caderneta de poupança  Bolsas estudantis, aquelas voltadas apenas para estudo e pesquisa, sem relação com trabalho  Resgate de FGTS

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Outro caso: se não recebeu nenhum rendimento tributado, nem rendimento isento, mas possui bens e a soma deles ultrapassa os 300 mil reais, precisa, obrigatoriamente, fazer a Declaração de IR. Sobre os valores de todos esses casos, a Receita Federal cobra 20% sobre o total da somatória. A boa notícia é que as empresas emitem o que chamamos de Informe de Rendimentos. Ou seja, é uma declaração que nos informa os totais dos valores recebidos ou pagos ao longo do ano. Isso facilita muito a vida do contribuinte! Mas, tem outra boa notícia: é possível diminuir o valor a ser pago à Receita Federal. Isso, pode ser feito, somando os valores de gastos com saúde (médicos, dentistas e educação, por exemplo). Faz a somatória de todos esses gastos, incluindo os dependentes e registra, também, na declaração do IR. Mas, detalhe: precisa ter todos os comprovantes dessas despesas, pois a Receita Federal pode pedir. Caso não comprove, desconsidera esses valores e terá que fazer uma retificação, gerando transtornos, perda de tempo e, em alguns casos, multas. Então, melhor, guardar todos os comprovantes. O prazo final de entrega é 29 de abril de 2022. Ano passado, houve prorrogação no prazo de entrega por conta da pandemia. Então, atenção, porque se perder o prazo de entrega pode tomar multa da Receita Federal de no mínimo de R$ 164,70 até 20% do valor do imposto devido. Para os novos aposentados, aqueles que deram entrada em 2021 e demoraram para receber o valor, acumulado, a Receita reteve imposto. Então, deve fazer a declaração de IR para restituir o valor, corrigido. Não deixe para declarar no último minuto, pois quanto mais cedo entregar a declaração, mais cedo recebe a restituição, caso haja. Veja os prazos das restituições: 1° lote – 31 de maio de 2022 2° lote – 30 de junho de 2022 3° lote – 29 de julho de 2022 4° lote – 31 de agosto de 2022 5° lote – 30 de setembro de 2022 Mas, declaração de IR pode ser algo cansativo e, muitas veFoto: Zoo de São Paulo zes, confuso. Então, quero sugerir o IOPREV – Instituto de Orientação Previdenciária, para lhe ajudar com esses trâmites e realizar a sua Declaração de IR 2022. O local é em São Paulo, pertinho do metrô Jabaquara! Atendimentos presenciais às quintas-feiras, das 14 às 17h. Sábados, das 9 às 12h! É só chegar, nem precisa marcar! Serviço: Endereço - Av. Engenheiro George Corbisier, 1127 – Metrô Jabaquara Telefone: (11) 5015-0500 Caso queira me conhecer melhor, me siga nas redes sociais: Instagram: @fabiofariadesa Facebook: @fabiofariadesa Whatsapp: 11 95879 - 1628

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Desmistificando a conversa com Smartphone/ Computador Por: Sérgio Grinberg Como sempre o objetivo do Projeto Desmistificando a Conversa com o Smartphone/Computador é ensinar as funcionalidades da tecnologia atual que estejam sejam do interesse e estejam ao alcance de todos interessados. Impactar positivamente a qualidade de vida, até a autoestima dos participantes. A grande maioria das funcionalidades abordadas é de aplicabilidade quase que imediata. Sempre respeitando a individualidade do tempo de aprendizado, as repetições, esclarecendo as dúvidas que vão aparecendo. Os dispositivos que já temos oferecem uma série acessível de possibilidades que promovem melhor organização, muita informação, diversão, comunicação com muitas outras pessoas. Pela experiência acumulada nestes 4 anos deste projeto (mais os muitos anos nesta estrada de softwares e Apps), reunimos o material a ser passado em núcleos de focos. Cada um dos 8 Encontros básicos passa por um ou mais núcleos.

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O SUPERA é um curso diferente de tudo que você já conhece. Com apenas uma aula semanal de duas horas, você conquista uma mente saudável, com mais concentração, raciocínio, memória, criatividade e autoestima. Estas habilidades melhoram o desempenho na escola, alavancam a carreira e garantem mais qualidade de vida. Encare este desafio e experimente uma forma incrível de viver. Nossa metodologia não tem limite de idade: todo mundo pode viver esta emoção.

Malu Navarro Gomes

Especialista em Psicopedagogia e Neuropedagogia Atenção, concentração e memória. Práticas psicopedagógicas conforme necessiades e objetivos específicos Troca de informações, orientações sobre dinâmicas e atividades apropriadas ao idoso. blog: https://blogdafelizidade.blogspot.com + 55 11 93481 1109 email: qualidadedevidaidosos@gmail.com

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Viva Cultura

A estátua da liberdade brasileira Marcelo Conti

Escritor, Gestor Cultural Sócio da SOLUÇÃO Gestão de Negócios e Cultura Ltda. www.solucao-gnc.com.br Quando, em 1865, o importante escultor francês Fréderic Auguste Bartholdi pensou em criar uma estátua que pudesse representar a Liberdade, ninguém poderia imaginar que o monumento que está em Nova Iorque teria servido de “modelo” para uma peça que hoje está no Rio de Janeiro. Em 1870 veio ao encontro do desejo do artista o fato de ter surgido na França a iniciativa da construção de um monumento que pudesse ser oferecido aos Estados Unidos, e que representasse a fraternidade entre os dois países. Assim foi projetada a estátua, e após a coleta de assinaturas por toda França, em 1875 foram iniciados os trabalhos de elaboração da peça definitiva. Concluída em 1878, foi formalmente entregue aos americanos no ano de 1880, por ocasião das festividades de comemoração da Independência dos Estados Unidos, no dia 04 de julho, porém sua inauguração deu-se somente em outubro do mesmo ano. A peça que está na Vila Kennedy, em Bangu, na cidade do Rio de Janeiro, feita em liga de níquel, foi encomendada por uma família de nome Paranhos, no ano de 1899. A data de sua chegada ao Brasil é inexata, mas sabe-se que inicialmente foi colocada na residência da família, na capital Rio de Janeiro. A estátua deixou a casa dos Paranhos quando a família se desfez da propriedade, passando ao então Estado da Guanabara, não se sabe se por venda ou

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Foto: bafafa.com.br - divulgação

doação, os direitos de propriedade. Nas últimas duas décadas do século XIX, fundições francesas fabricaram réplicas da estátua, mas muitas delas acabaram sendo destruídas durante a Segunda Guerra Mundial, quando a uma Comissão de Metais Não Ferrosos do governo da França decidiu fundir as peças em bronze para fabricar armas a serem usadas contra o inimigo. Dessa forma, e até onde se tem notícia, das peças originais de metal, restaram a brasileira e uma de bronze que está em Paris. A existência de uma peça de liga de níquel na cidade do Rio de Janeiro remete à hipótese de que teria sido feita a partir da original. A relação da estátua com a Vila Kennedy, em Bangu, teve início na década de 60 quando o então governador do Estado do Rio de Janeiro, Carlos Lacerda colocou em prática um projeto de transferir moradores de favelas para casas populares que seriam construídas com esse fim. A verba utilizada veio de um programa criado pelo também então Presidente dos Estados Unidos, John Kennedy. O nome da vila, inicialmente definido como “Vila Progresso”, acabou sendo o de Kennedy, morto no ano 1963, um antes da inauguração. (Pesquisa: ashistoriasdosmonumentosdorio.blogspot.com.br)

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Caminhos da Argentina

La sonda Parker ‘toca’ el Sol por primera vez en la historia Fotos e texto blog do colunista/wikipédia

Norberto Worobeizyk

Parker está explorando la corona solar para ayudar a los científicos a comprender mejor los estallidos solares que pueden afectar a la vida en la Tierra. Un nuevo hito para la ciencia: una nave espacial de la NASA ha «tocado» oficialmente el Sol, hundiéndose a través de la atmósfera solar inexplorada hasta ahora y conocida como corona. Nour Raouafi, científico del proyecto de la Universidad Johns Hopkins (EE. UU.), describió la noticia como «fascinantemente emocionante». La sonda espacial partió en 2018 en una misión histórica para estudiar nuestra estrella. Luchó contra temperaturas de más de 2.000 ºC y radiación 500 veces más fuerte que en la Tierra cuando hizo su octava aproximación al cuerpo celeste, pasando finalmente a través de su atmósfera superior. Aunque el vuelo tuvo lugar en abril, los científicos tuvieron que esperar para confirmar que Parker viajó a través de la corona, tras los meses que tardaron en llegar los datos de la nave espacial. Hemos tocado el Sol “Este hito no solo nos proporciona una visión más profunda de la evolución de nuestro Sol y (sus) impactos en nuestro sistema solar, sino que todo lo que aprendemos sobre nuestra propia estrella también nos enseña más sobre las estrellas en el resto del universo”, aclara Thomas Zurbuchen, administrador asociado de la Dirección de Misiones Científicas de la NASA, en un comunicado en una reunión de la Unión Geofísica Estadounidense. El paso de la nave a través de la corona solar ha permitido un muestreo sin precedentes de sus partículas y campos magnéticos, abriendo un nuevo capítulo en el campo de la ciencia solar y nuestra comprensión de cómo se formó el sistema solar. Uno de los objetivos es aprender más sobre cómo la energía y el calor viajan a través de la atmósfera del Sol; algo que puede revelarnos pistas sobre cómo se desarrolló la vida en la Tierra y cómo surgieron otras estrellas alrededor del universo. Cifras En su periplo hacia la atmósfera superior del Sol, la sonda

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espacial Parker ha establecido una serie de récords: se ha convertido en el objeto más rápido jamás fabricado; alcanzó una velocidad de 586.864 km/h. (lo suficientemente rápido como para dar 13 vueltas alrededor de la Tierra en una sola hora). Eso sí, superará estas cifras una vez más a finales de este año después de utilizar una vez más use a Venus para acercarse más al Sol a velocidades mucho más altas que nunca. «Volando tan cerca del Sol, Parker es capaz de detectar condiciones en la capa dominada magnéticamente de la atmósfera solar, la corona, que nunca antes habíamos podido observar», dijo el astrofísico Nour Raouafi, científico del proyecto Parker en el Laboratorio de Física Aplicada Johns Hopkins. «De hecho, podemos ver la nave espacial volando a través de estructuras coronales que se pueden observar durante un eclipse solar total». A lo largo de su misión de siete años, Parker realizará un total de 26 aproximaciones a la estrella utilizando varias maniobras de asistencia de gravedad desde Venus para acercarla cada vez más. Este ha sido el octavo y el que realmente ha penetrado en la corona. La sonda espacial seguirá acercándose cada vez más al sol y sumergiéndose más profundamente en la corona hasta su gran órbita final en 2025. Fuente: Muy Interesante

A sonda Parker ‘toca’ o Sol pela primeira vez na história Parker está explorando a coroa solar para ajudar os cientistas a entender melhor as explosões solares que podem afetar a vida na Terra. Um novo marco para a ciência: uma espaçonave da NASA “tocou” oficialmente o Sol, mergulhando na atmosfera solar até então inexplorada conhecida como coroa. Nour Raouafi, cientista do projeto da Universidade Johns Hopkins, descreveu a notícia como “fascinantemente excitante”. A sonda espacial partiu em 2018 em uma missão histórica para estudar nossa estrela. Ele lutou contra temperaturas de mais de 2.000 graus Celsius e radiação 500 vezes mais forte do que na Terra, enquanto fazia sua oitava aproximação do corpo celeste, passando por sua atmosfera superior. Embora o voo tenha ocorrido em abril, os cientistas tiveram que esperar para confirmar que Parker viajou pela coroa, após os meses que levaram para que os dados da espaçonave chegassem. Nós tocamos o sol “Este marco não apenas nos fornece uma visão mais profunda da evolução do nosso Sol e (seus) impactos em nosso sistema solar, mas tudo o que aprendemos sobre nossa própria estrela

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também nos ensina mais sobre estrelas no resto do universo”. Thomas Zurbuchen, administrador associado da Diretoria de Missões Científicas da NASA, em um comunicado em uma reunião da União Geofísica Americana. A passagem da espaçonave pela coroa solar permitiu uma amostragem sem precedentes de suas partículas e campos magnéticos, abrindo um novo capítulo no campo da ciência solar e nossa compreensão de como o sistema solar se formou. Um dos objetivos é aprender mais sobre como a energia e o calor viajam pela atmosfera do Sol; algo que pode revelar pistas sobre como a vida se desenvolveu na Terra e como surgiram outras estrelas ao redor do universo. Figuras Em sua jornada para a atmosfera superior do Sol, a sonda espacial Parker estabeleceu uma série de recordes: tornou-se o objeto mais rápido já feito; atingiu uma velocidade de 586.864 km/h. (rápido o suficiente para dar 13 voltas ao redor da Terra em uma única hora). Lembre-se, ele superará esses números mais uma vez no final deste ano, depois de mais uma vez usar Vênus para se aproximar do Sol em velocidades muito mais altas do que nunca. “Ao voar tão perto do Sol, Parker é capaz de detectar condições na camada magneticamente dominada da atmosfera solar, a coroa, que nunca pudemos observar antes”, disse o astrofísico Nour Raouafi, cientista do projeto Parker no Laboratório. para Física Aplicada. JohnsHopkins. “De fato, podemos ver a espaçonave voando através de estruturas coronais que podem ser vistas durante um eclipse solar total.” Ao longo de sua missão de sete anos, a Parker fará um total de 26 aproximações à estrela usando várias manobras gravitacionais de Vênus para aproximá-la cada vez mais. Este foi o oitavo e o que realmente penetrou na coroa. A sonda espacial continuará a se aproximar do sol e mergulhar mais fundo na coroa até sua grande órbita final em 2025. Fonte: Muito Interessante

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VAMOS APRENDER DESENHO? CURSO ON LINE VIA ZOOM SAIA DA MESMICE DESSA PANDEMIA VAMOS VER NO CURSO BÁSICO COMPOSIÇÃO, LUZ E SOMBRA, ANATOMIA E PERSPECTIVA MATERIAL: 1 BLOCO DE PAPEL LAY OUT A4, 1 BLOCO DE PAPEL CANSON A4, 1 LÁPIS 6B E 1 HB - UMA RÉGUA DE 30 CM.e BORRACHA TURMA 1 - TODA 2ª E 3ª DAS 10:00 ÀS 11:00 HS TURMA 2 - TODA 2ª e 3ª DAS 12:00 ÀS 14:00 HS TURMA 3 - ÓTIMA PARA QUEM TRABALHA DE DIA TODA 3ª DAS 18:30 ÀS 19:30 HS

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informe publicitário

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Literatura e Vida

Meu filho achou meu texto “meio pra baixo”

Sonia Fernandez

Eu imaginava ter escrito um ensaio-manifesto “A passividade do sentir e seu caráter revelativo e ocultante”, publicado no último número desta revista, na coluna Literatura e vida. Manifestos se escrevem dentro de um contexto de indignação, de copo cheio ou de desejo de agitar para melhorar. Conforme afirmou José Miguel Wisnik, a respeito da provocação de Rui Castro sobre a São Paulo da Semana de Arte Moderna versus a Modernidade do Rio de Janeiro, a finalidade da boa provocação é colocar para cima e não rebaixar, por isso, me incomodou tanto o comentário de meu filho. Escrevi o texto, na perspectiva de copo cheio, tal qual se deu na Semana de Arte Moderna de 1922 e, em face da qual me encontrava, quando das comemorações dos cem anos daquele acontecimento, de importância indiscutível para a cultura brasileira. O objetivo, portanto, era fazer uma provocação com o propósito de sacudir, no sentido positivo de “veja como temos coisas para revisar no nosso modo de perceber a arte e a vida”. Parece que o tiro saiu pela culatra, pois, levei logo de cara um “achei um texto (meio) pra baixo”. “Meio”, porque meu filho é educado. Não foi o bastante para atenuar meu desconforto. A surpresa ficou por conta da conotação dada à palavra “passividade”, o mesmo recorte feito por outros leitores meus conhecidos. Eu tinha consciência da negatividade da palavra e, era de esperar-se que ela gerasse rejeição. No entanto, eu a escolhi com vistas a incomodar mais do que causar desinteresse. Mas, não seria a primeira vez que o leitor devolve para o escritor munições que ele atira, querendo acertar um alvo e o projétil escolhe retornar ao atirador. Essa é a dinâmica da linguagem. E, em tempos de guerra generalizada, é bom estar preparado. Eu não estava, por isso, este novo texto, para seguir com o tema que acho revelativo. É fato também que entrar em contato com a potência ignorada dos acontecimentos de 1922, me colocou em estado de urgência, o que explica, em certa medida, que a neutralidade

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explícita ou disfarçada, a que o texto se referia, pegou o leitor na sua letargia. Feitas as contas: “texto pra baixo”. Eu que escreva outro. E a ele me dedico com o mesmo entusiasmo, porém modifico o tom e amplio o espectro do fenômeno passividade, uma vez que ela favorece outras associações. Uso a palavra fenômeno, dado o caráter de continuidade, de desdobramento que julgo conter o movimento de 1922. Tanto que fuçando (é bem o termo) na Internet, encontrei um vídeo da cantora Badi Assadi, no qual ela faz um comentário sobre o contexto da apresentação da canção “Comportamento Geral”, de Gonzaguinha, no programa televisivo e muito popular, o de Flavio Cavalcanti, em 1973, quando foi rejeitada e censurada, na sequência. Coincidentemente ou não, depois desses episódios, o disco vendeu um número de cópias muito acima do normal para a época, numa demonstração de que o copo desse ano, como o de 1922, também estava cheio. Copo transbordando, em ato continuo, o público a cantou em diferentes situações de protesto e, apesar da tensão, a canção se tornou mostra de atitude daquela geração, que culminou endossando o coro que resultou no processo de “Abertura Política”. Gestos que contrastam com apatia ou indiferença. Pois bem, Badi Assadi expressa tanto no preâmbulo como na interpretação um pouco da minha presente energia voltada para tratar da “passividade do sentir” de nosso tempo. A releitura que ela faz da canção é magnífica e eu recomendo ouvi-la no youtube. Especialmente, porque o refrão “você merece”, que tanto incomodou a censura dos anos 1970 e era bastante negativa para muitos ouvidos, pode ser lido de modo análogo ao efeito produzido pelo meu texto em meu filho. Ele está vivenciando pela primeira vez nos seus quarenta anos um estado de inércia que é ocultante das particularidades de sua geração e isto também pode ser muito pra baixo. Mas, meu ofício é tributário da boa e velha dialética na arte e na vida, com o que opto pela reflexão e pela continuidade da conversa. Assim, repito neste o caráter de manifesto que quis dar ao texto anterior e construo à moda modernista um contraponto entre a letra da canção “Comportamento Geral”, de Gonzaguinha e o poema “Ode ao burguês”, de Mário de Andrade que, espero, estimule a leitura desses textos e de outros congêneres. Um convite, então, a não negar a negatividade. Dessa forma, reitero que vida e literatura pensadas em conjunto podem dar a medida de como a linguagem poética é capaz de explicitar diferentes formas de passividade, tanto as emitidas como canto coletivo para a sociedade, caso da “Ode ao burguês“ (Pauliceia Desvairada, publicado em 1923): “Eu insulto o burguês! O burguês-níquel, O burguês-burguês! A digestão bem feita de São Paulo! O homem-curva, o homem-nádegas! O homem que sendo francês, brasileiro, italiano,

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É sempre um cauteloso pouco-a-pouco!”, quanto as emitidas por indivíduos em nome de outros indivíduos, como na canção “Comportamento geral”: “Você deve notar que não tem mais tutu E dizer que não está preocupado Você deve lutar pela xepa da feira E dizer que está recompensado. Você deve estampar sempre um ar de alegria E dizer: tudo tem melhorado Você deve rezar pelo bem do patrão E esquecer que está desempregado. Você merece Você merece Tudo bem, tudo legal Cerveja, samba e amanhã, seu Zé Se acabarem teu carnaval.” O poema completo de Mário de Andrade tem 46 versos e foi proferido justamente na Semana de Arte Moderna de 1922. Tratava de colocar em relevo os maus hábitos dos burgueses, como também as consequências maléficas de suas ações em relação aos “seu Zé”, invocados na canção de Gonzaguinha. Nessa, a personagem impassível, destacada pelo vocativo, que também simula um diálogo que não existe, tal a distância social entre poeta e invocado, não responde à advertência “Se acabarem teu carnaval”. Nada parece tirar seu Zé da inação. Esse seu Zé, é bom destacar, passou a ser nomeado, ainda que precariamente, cinquenta anos depois que o “burguês-níquel” foi insultado por Mário de Andrade. Ele é um símbolo da letargia dos anos 1970, enquanto na “Ode ao burguês”, eles (os seus Zé) nem eram nomeados. Só o burguês e suas idiossincrasias eram mencionadas. Assim que de inércia em inércia, vimos atravessando décadas. A letra da canção de Gonzaguinha, tão longa quanto o poema de Mário, oferece ao leitor razões de sobra para pensar nas situações denunciadas, porém tanto em 1922 como em 1973 elas não foram suficientes para gerar ações, não diria contundentes, porque a maré não era para peixe, mas reflexões, construções, elaborações que, talvez, teriam colaborado para que seu Zé e Arnaldos de hoje fossem melhores leitores. Cada um tem sua expectativa. Essa é a minha. Justiça seja feita, em muitos âmbitos, muita coisa foi feita. E como cada época tem sua potência para revelar as mazelas dos homens, enquanto outras tem potência para ocultá-las, a arte vai

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fazendo seu papel, colocando o dedo na ferida ou emulando com a vida, às vezes com adiantamento, às vezes com atraso. O leitor, por sua vez, pode fazer da obra de arte - o texto - sua arma de superação. Só precisa atentar para suas configurações, pois, cada grito coletivo ou pessoal contém a massa de traumas e ações contidas e reprimidas que uma boa leitura é capaz de fazer emergir e levantar. De tal modo, o acaso que me colocou diante da canção de Gonzaguinha interpretada por Badi Assadi e, principalmente, diante do refrão “Você merece” que me faz pensar, justamente, nos ecos que estendem os gritos da “Ode ao burguês”, declamada no Teatro Municipal de São Paulo, com o mesmo propósito de sacudir a “pasmaceira grossa” dos brasileiros (nas palavras de Mário de Andrade), até a letra de “Comportamento Geral”, na qual a indiferença é aclamada por meio das palavras ”cerveja”, “samba” e “carnaval”. Três ícones da displicência do brasileiro disputam com as “aristocracias cautelosas”, o “burguês-funesto”, as “mesmices convencionais” que motivaram o “Fora! Fu! Fora o bom burguês”, da Ode. Nesse sentido, essa chave-de-ouro que encerra o poema tem a força comparável à do refrão da canção. Paralelismos a advertir o leitor. Além disso, o “Você merece”, repetido ao longo da letra, dramatiza o silêncio que dominou os quase cinquenta anos que separaram um texto do outro, pois, enquanto, os que “algarismam os amanhãs”, amplamente desqualificados na ”Ode ao burguês” seguiram agindo abertamente ou à ocultas, os famintos não saíram de sua impassibilidade, nem entre 1922 e 1973 e nem entre 1973 e 2022. Foto: MarcelloCasalJr - EBC

Denúncia, por um lado, protesto, por outro. Até que outros ecos daqueles gritos e ressonâncias expressos enfaticamente no refrão fossem ouvidos, como afinal aconteceu na canção “Ode ao burguês” (2019), de Revolta MC, no mais autêntico espírito de paródia, tão ao gosto do Modernismo. Acaso? Não. Seu Zé acabou por vocalizar seu próprio ódio ao burguês. Tal qual a vida, a arte tem seu próprio tempo de incubação e de explosão.

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Humor

Observador da vida alheia Laerte Temple Doutor em Ciências Sociais Relações Internacionais

Após abandonar a 3ª faculdade e ser reprovado em concursos pela enésima vez, Armando Benz, o Mandô, só quer um trabalho que lhe garanta o sustento. Não procura algo corporativo ou acadêmico, tipo prêmio Nobel, mas o suficiente para uma vida modesta: muita grana, um belo apê, casa na praia, viagens, carrão e Chateauneuf du Pape toda noite. Coisa simples. Só isso! Criativo, cínico, crítico e sarcástico, fala o que vem à cabeça e sempre arruma confusão. Enquanto procura uma carreira, trabalha como impressor na gráfica da mãe, Aida Benz, para quem ele não leva jeito para tocar o negócio. Certa vez errou na diagramação e imprimiu um trabalho péssimo, com várias páginas manchadas e encadernadas de ponta cabeça. Aida Bens não o deixou reimprimir e o cliente desistiu. Mandô Benz entendeu o pensamento de Aaron Burns: “Não há uma segunda chance para uma boa impressão.” Fez vários cursos on line, tentou trabalhar como personal isso, personal aquilo, influenciador digital, harmonizador facial, terapeuta vibracional e outras profissões da moda, mesmo sem saber do que se tratavam. Nada deu certo. Fanático pelas redes sociais, posta comentários venenosos no seu blog “Complexamente Simples”, onde critica a família, vizinhos, parentes, políticos e celebridades, sem filtro e sem compromisso com a verdade. A popularidade do blog chamou a atenção do editor de um grande jornal e ele ganhou uma coluna diária que logo se tornou a mais lida e comentada do país. O sucesso meteórico rendeu uma equipe exclusiva à sua disposição: secretária, designer gráfico, revisores e pesquisadores. O Complexamente Simples também virou programa de TV, líder de audiência. Sempre convidado para eventos, debates e entrevistas, a nova celebridade instantânea viu seus ganhos saltarem de merreca, na gráfica da

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mãe, para 6 dígitos mensais. Mandô Benz tornou-se “Observador da vida alheia.” As pessoas contam tudo nas redes sociais: o que vestem, como e onde comem, onde vão, com quem dormem, como foi o sexo e até senha do cartão de crédito. Ele contratou vários hackers e nunca faltou assunto picante. Tornou-se “o cara”, o ser mais bem informado, temido, amado e odiado do país. Ganhou dezenas de inimigos! O sucesso trouxe muita gente para seu entorno, inclusive as “Maria Pop Star”, equivalente à “Maria Chuteira”, as seguidoras de craques de futebol. Sair numa foto ao seu lado era certeza dos 15 minutos de fama citados por Andy Warhol. Namorou e engravidou várias fãs, inclusive a filha de um traficante. Audacioso, criou o concurso “Top Ten”, nas categorias: Top Ten Juízes Sem Juízo, Top Ten Políticos Sem Noção, Top Ten Vadias Casadas, Top Ten Corruptos e Top Ten Ruins de Cama, com voto popular on line e resultado no último programa do ano, ao vivo e com Tapete Vermelho, igual ao Oscar. O Top Tem bombou junto ao povão. Teve torcida organizada, bolsa de apostas, despertou o interesse da mídia nacional e estrangeira e a ira dos mais cotados. Não se fala em outra coisa nas ruas, nos bares, salões de beleza e no STF. Teve vários pedidos de liminar e até ameaça de CPI no Congresso. Quanto mais os políticos e as autoridades criticavam, maior a audiência do programa Complexamente Simples e mais cara a publicidade no horário, superando os valores do BBB e rivalizando com o Super Bowl – final do futebol americano – o comercial mais caro do planeta. Para turbinar o concurso, seus hackers criam fake news diárias, com vazamento de dados, falcatruas políticas, intrigas conjugais e todo tipo de sujeira. O público adora uma boa baixaria e a quantidade de seguidores disparou, aproximando dos números de Neymar Jr. e Cristiano Ronaldo. Há uma semana da grande data, os advogados trabalhavam duro para caçar liminares que tentavam proibir a divulgação dos resultados. A TV alugou o Credicard Hall para a festa, vários repórteres estrangeiros se cadastraram, mas de repente, Mandô Benz simplesmente desapareceu. Para a mídia, era pura jogada de marketing, mas nem a mãe e nem a equipe sabiam do seu paradeiro. A polícia foi acionada porém, por ordem superior, não se esforçou. Há 3 dias do evento, seu corpo apareceu boiando no rio Pinheiros. A Justiça determinou o fim do concurso, sem divulgação do resultado. O velório foi simples e teve apenas Aida Benz, a equipe, amigos, um milionésimo de seus seguidores e cobertura discreta da mídia. Se estivesse trabalhando na gráfica – disse a mãe – nada disso teria acontecido. A causa da morte foram 3 tiros, autoria desconhecida e arma não encontrada. Coisa de profissional, crime encomendado. Muitas dúvidas e uma única certeza: a motivação para o crime. Mandô Benz, “o cara”, mandou mal.

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Em todas as telas

Vozes empoderadas mostram a potencialidade das muitas velhices Katia Brito Produtora de conteúdo sobre envelhecimento e longevidade

A segunda temporada do The Voice+ (Globo), programa musical voltado exclusivamente para talentos 60+, foi surpreendente. Você pode ter críticas à linha editorial ou a programação da emissora, mas esse espaço aberto para os talentos 60+ é demais, mostra a potencialidade de quem chega à velhice com grandes sonhos. O programa avançou em relação à primeira temporada, principalmente na escolha dos técnicos, e na manutenção do apresentador André Marques, de 42 anos, que se mostrou acolhedor e empático com os candidatos 60+. Entre os técnicos, a “caçula” Ludmilla, 26, foi a única remanescente, sua juventude e talento, preservando uma característica importante: a intergeracionalidade. Entre os novos técnicos, Toni Garrido, 54, que foi o vitorioso com a pernambucana Vera de Maria Maga, 61, escolhida a melhor voz pelo público, em uma final com o paulistano Maurício Gasparini, 61 (Time Ludmilla); e as mineiras Marcília de Queiroz Pinheiro,89 (Time Fafá de Belém), e Dionisya Moreira, 90 (Time Carlinhos Brown). Também Carlinhos Brown, que em novembro chega aos 60, com seus discursos quase “filosóficos” sobre a vida, o talento e maturidade. Super Fafá Quem roubou a cena foi a cantora Fafá de Belém,

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Fafá de Belém veste t no The Voice + (Reprod

Toni Garrido com a vitorio na grande final do program


talentos do Pará dução/Instagram)

65. Desde o primeiro programa, ela mostrou que ali era seu lugar, um lugar de uma fala potente em defesa das pessoas de sua geração. Como quando falou da necessidade de tirar a capa da invisibilidade que cobre os 60+, mostrando que ainda estão vivos, têm desejos, sonhos e experiência para serem compartilhadas. Fafá inspirou e brilhou em todos os programas, salientando também o empoderamento feminino e as conquistas das mulheres de sua geração. Nas últimas etapas, a técnica esteve acompanhada de uma bengala, que logo virou assunto nas redes sociais, e ela desmistificou o acessório. Longe de uma marca de dependência e fragilidade, a bengala, segundo a postagem de Fafá, traz mobilidade e segurança para quem precisa utilizá-la, e por que não, é também um acessório charmoso. A técnica paraense também prestigiou sua região, e usou em alguns programas um look com peças de talentos locais. Realmente Fafá arrasou e torço para que continue entre os técnicos do programa! Reconhecimento e valorização O The Voice+ começou no dia 30 de janeiro com a apresentação de pouco mais de 50 vozes nas Audições às Cegas, quando os técnicos viram ou não as cadeiras, foi avançando com apresentações incríveis de clássicos da música nacional e internacional dos mais diferentes estilos. Até que no dia 3 de abril, chegou ao fim, com uma grande vitória para todas as pessoas 60+, representadas com brilhantismo por grandes vozes. O último programa foi corrido com a semifinal e final acontecendo em seguida, mas os talentos maduros não se intimidaram, e conseguiram mostrar tudo que são capazes, que a idade não coloca limites, quem os coloca somos nós mesmos. Entre as finalistas, Marcília e Dionisya, contemporâneas, mostraram que os 80+, 90+ cantam lindamente, com uma segurança de palco, respeitando a canção e o próprio talento como bem destacou Fafá de Belém. Também quero chegar lá como elas. Quem dera outros segmentos também tirem essa capa da invisibilidade e invistam na valorização e reconhecimento das pessoas idosas. Na verdade, é impossível mensurar o quanto as pessoas com mais de 60, 70, 80, 90 anos ou mais ainda têm a contribuir para o desenvolvimento social e econômico do país. Nossa luta pelos velhos de hoje e de amanhã permanece!

osa Vera de Maria Maga ma (Globo/Divulgação)

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‘Causos’ do Nordeste

Coisas que não se empresta Tony de Sousa Cineasta

“Espingarda de caça, Cachorro de raça, Mulher de estimação, não empreste não! ” (Dito popular) Luís da Câmara Cascudo em seu livro “Coisas que o povo diz”, afirma que veio de Portugal essa desconfiança em objetos emprestados. Mas sabemos que a ideia de que cada objeto fica impregnado do espirito (da energia ) da pessoa que o possui é assunto da psicologia e de outras áreas. Até Marx e Engels andaram estudando o assunto. Mas o dicionário de Filosofia André Lalande confirma que veio mesmo de Portugal a origem do termo “Fetichismo”. “Assim, uma peça de roupa, superficial ou íntima, é uma parte do indivíduo. Sobre esse material é possível exercer-se uma força contrária e maléfica , com a transmissão inevitável ao antigo dono” , diz Câmara Cascudo. “Por isso um fragmento de roupa, cabelos, unhas, saliva, sangue, suor, uma joia, um lenço, um retalho de papel úmido de qualquer secreção humana será alvo precioso num trabalho de feitiçaria...”, continua Cascudo. Aqui chegamos ao ponto mais importante da questão que é: por que não devemos emprestar objetos de uso pessoal e de estimação. Corremos o risco de sermos alvo de feitiçaria. Lembro-me que o poeta Ferreira Gullar conta uma experiência que teve com uma espécie de feiticeira, que conseguia localizar pessoas a partir de um pedaço de roupa usada por essa pessoa. No caso era um filho dele que usava drogas e desaparecia de casa. Por mais de uma vez ele foi conversar com essa mulher e ela localizou o seu filho. É curioso observar os rumos que tomam a discussão quando levados para o campo do misticismo. Lembra Câmara Cascudo que as devotas ensinam que terços e rosários não devem ser obtidos por empréstimo. Caso alguém empreste seu terço para outra pessoa, o benefício das rezas desse terço virá para o verdadeiro dono e não para quem está rezando com o terço emprestado. Também com as armas acontece algo semelhante. Quem pega arma emprestada para lutar se dá mal. “Com as armas emprestadas não se ganha valentia!”, diz um dito popular. Cascudo lembra o caso da Guerra de Troia em que Aquiles emprestou suas armas a Pátrocolo e foi vencido por Heitor. Por isso diz a Lei da Cavalaria: “Cada Cavaleiro com suas armas, sua montada, sua Dama. ”

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Falando em leitura

Pós - Modernismo Marly de Souza C. Almeida Pres. da Academia Contemporânea de Letras

Nessa edição, vamos conversar um pouco sobre a terceira geração do Modernismo (ou pós-modernismo), da qual ilustre escritora Lygia Fagundes Telles, uma grande referência literária, faz parte. Matéria, esta, que vem de encontro à uma homenagem a esta brilhante escritora. A escritora brasileira nasceu em São Paulo, em 19 de abril de 1923, cresceu em Sertãozinho e outras cidadezinhas do interior paulista. Desde muito pequena se mostrou interessada pelas letras. Aos oito anos, foi residir no Rio de Janeiro. Após cinco anos, volta para São Paulo. Lygia estudou no Instituto de Educação Caetano de Campos, interessando-se ainda mais por literatura. Seu primeiro livro de contos publicado foi “Porão e sobrado”, em 1938, sob o nome de Ligia Fagundes; livro, este, que foi muito bem recebido pela crítica. Seu sucesso repetiu-se com “Praia Viva”, obra escrita em 1944. Formou-se no curso de Direito na Faculdade de Direito do Largo São Francisco, em 1946, onde conheceu Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Paulo Emílio Sales Gomes (seu segundo marido, 1963-1977). Seu primeiro matrimônio se deu em 1947, com Gofredo Teles Júnior (1947-1960). Integrou a academia de letras da faculdade, colaborando com os jornais Arcádia e A Balança. Após formar-se em Direito, “trabalhou como procuradora do Instituto de Previdência do Estado de São Paulo, cargo que exerceu até a aposentadoria, foi presidente da Cinemateca Brasileira, fundada pelo marido Paulo Emílio, e fez parte da comissão que, em 1977, entregou ao ministro da Justiça o Manifesto dos intelectuais, abaixo-assinado contra a censura”. (Brasil Escola). Seu terceiro livro de contos, também de sucesso, foi lançado em 1949, recebendo o Prêmio Afonso Arinos, da Academia Brasileira de Letras. Mas a obra que a tornou conhecida nacionalmente foi o seu primeiro romance “Ciranda de Pedra”, publicado em 1954, “no qual relata a história de um casal que se separa e a caçula vai morar com a mãe, onde vive os dramas ocultos de uma jovem de pais separados. A obra foi posteriormente adaptada para uma novela na TV Globo”. (E Biografia). Lygia Fagundes Telles ingressou na Academia Paulista de Letras, em 1982. Ela foi a terceira mulher a ingressar na ABL (Academia Brasileira de Letras), em 1985, ocupando a cadeira de número 16, tomando posse em 12 de maio de 1987. Também tornou-se membro da Academia das Ciências de Lisboa. Suas narrativas caracterizam-se por uma prosa intimista, centrada na dimensão psicológica dos personagens e, algumas vezes, marcadas pelo realismo

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mágico ou fantástico, sem perder de vista a visão política e social de seu tempo, marcando leitores de várias décadas e permanecem vivas em pensamentos que repercutem até hoje, pois, como afirma a autora: “Sou, como escritora, uma testemunha desse nosso tempo e dessa nossa sociedade”. Na década de 70, Lygia foi consagrada internacionalmente por suas obras mais aclamadas e prestigiadas: Antes do Baile Verde (1970), cujo conto que dá título ao livro venceu o Grande Prêmio no Concurso Internacional de Escritoras, na França; As Meninas (1973), que ganhou o Prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro, o Prêmio Coelho Neto da Academia Brasileira de Letras e “Ficção” da Associação Paulista de Críticos de Arte; e Seminário dos Ratos (1977), pelo qual ganhou o Pen Club do Brasil. Lygia teve uma vasta escrita literária. Seus outros sucessos são: Verão no Aquário (1964), Mistérios (1981), As Horas Nuas (1989) e Invenção e Memória (2000). Sua escrita foi traduzida para o alemão, espanhol, francês, inglês, italiano, polonês, sueco, tcheco, com inúmeras edições em Portugal. Encontra-se colaboração da sua autoria na revista luso-brasileira “Atlântico”. As características do pós-modernismo estão presentes no estilo literário de Lygia Fagundes Telles: · Conflito existencial; · Fluxo de consciência ou monólogo interior; · Personagens imersos em dúvidas e incertezas; · Fragmentação da narrativa; · Dimensão psicológica dos personagens; · Foco nas relações humanas; · Contextualização sociopolítica; · Realismo mágico ou fantástico. . Ela foi vencedora de vários prêmios Jabuti e Camões, dentre outros. “Na 17.ª edição do Prêmio Camões, maior láurea concedida a escritores de países com o português como a língua oficial, ocorrida em 2005, Lygia foi anunciada a vencedora. Ganhadora de todos os prêmios literários importantes do Brasil, homenageada nacional e internacionalmente, tornou-se, em 2016, aos 92 anos, a primeira mulher brasileira a ter sido indicada ao prêmio Nobel de Literatura”. (Brasil Escola). A seguir, a nota emitida pela CBL: “A Câmara Brasileira do Livro (CBL) lamenta profundamente a perda de Lygia Fagundes Telles. Além de referência literária no Brasil, Lygia contribuiu também para ampliar a divulgação e o reconhecimento da literatura brasileira no exterior. Vencedora de quatro edições do Prêmio Jabuti, realizado pela CBL, foi condecorada em 1966, por “Jardim Selvagem”; em 1974, por “As meninas “; em 1996 por “A noite escura e mais eu”; e em 2001, por “Invenção e memória”. A autora também foi a personalidade literária homenageada pela premiação em 2016. Com sua obra, Lygia Fagundes Telles tocou e encantou a vida de milhões leitores ao longo de sua vida, sendo reconhecida como a “grande dama da literatura brasileira”. Infelizmente a nobre escritora nos deixou, em 3 de abril de 2022, aos 98 anos, mas fica, entre nós, o seu vasto acervo literário. Fontes: Imagens baixadas do Google imagens https://brasilescola.uol.com.br/literatura/ https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/artes/pos-modernismo https://pt.wikipedia.org/wiki/Lygia_Fagundes_Telles https://www.ebiografia. com/lygia_fagundes_telles/ CBL - Câmara Brasileira Do Livro

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Mensagens para leituras e reflexões

Humildade e Honestidade Lenildo Solano Professor

Temos como símbolo, exemplo maior da humildade o nosso mestre e amado Jesus Cristo, que se propôs a lavar os pés dos seus apóstolos como prova, como exuberante lição para todos nós da humildade. Ele também nos deu prova da honestidade quando não prometeu beneficies e nem moleza para os seus discípulos e sim pronunciava a frase simples e positiva: “Pegue a sua cruz, não olhe para traz e siga-me! ” Infelizmente a humanidade, em sua maioria, movida pelo orgulhe e pelo egoísmo esqueceu destas duas virtudes que dignificam o caráter pessoal. A esperteza como sinônimo de tirar vantagens, proveito em tudo, atender somente aos interesses próprios está em moda e com isto o honesto vem sendo prejudicado, pisoteado pelos aproveitadores, que se julgam espertos. Recomendamos este alerta: É preferível pedir do que emprestar e não pagar. É falta de humildade e de honestidade. Não sabemos o dia de amanhã e pode-

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remos voltar a precisar! Onde estão os procedimentos de quem se diz ser cristão? O momento pelo qual estamos passando exige fé, paciência, amor e muita fraternidade. Uma poesia no linguajar cuiabano ribeirinho, que se tornou música na voz de um amigo:

CACHORRO DE MADAME Óia aqui seo moço cachorro de madame nem sabe roe osso Tem trato melhor que gente toma banho todo dia inté escova dente Mamãe por que não nasci cachorro teria colo de madame com beijinhos no rosto Só quero que a senhora vê a Pérola e a Xiquita assistem com a madame até tv Foto: Pinterest

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um livro é sempre um bom presente

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Este é um bom momento para você, empreendedor, movimentar suas vendas A chamada divulgação boca a boca é ótima mas, nos dias de hoje, o seu negócio precisa estar onde suas vendas irão subir muito: As redes sociais é o lugar onde você precisa estar com o seu negócio. Porém não é só criar um perfil e deixar lá não, é preciso trabalhar no perfil Oi? Você não sabe como trabalhar o seu perfil? Então vai lá no seu inbox e entra em contato com a gente. Você está pensando que o valor é muito alto? Vem conversar com a gente

S&B Produções o começo da sua vida profissional... Facebook: S&B Produções Instagram: @producoes_s_b_oficial magazine 60+ #34 - Abril/2022 - pág.58


Laços de família

Ninho Vazio

não era essa a meta? Anita Tarasiewicz

Grande parte das mães, que dedicaram sua vida a cuidar dos filhos, sente um grande vazio quando eles crescem, deixando a casa dos pais. Essa solidão,a sensação de “casa vazia”, de perda e principalmente, quando acompanhada de depressão, são características de um fenômeno chamado “síndrome do ninho vazio”. É uma fase pela qual homens e mulheres passamos quando nossos filhos vão viver suas próprias vidas. Na nossa cultura ocidental ainda vemos, nas mulheres de meia idade, o reflexo disso, pois elas colocam toda a sua realização pessoal e seu desenvolvimento individual no papel de mãe. Para algumas mulheres a maternidade é a única fonte de satisfação e com a saída dos filhos sentem uma perda de identidade, parece que a sua função foi esgotada. Ninguém mais precisa de nós,pais,depois de tanto tempo de dedicação,ensinando nossos filhos a amarrar o cordão do sapato, a tomar banho, a preparar a sua limonada e arrumar suas gavetas de roupas e até mesmo a dirigir um carro. Geralmente, essa fase coincide com a menopausa nas mulheres e na aposentadoria dos homens, o que pode exacerbar a depressão. Nós, pais, gastamos nosso tempo ensinando nossos filhos, esperando que êles se tornem independentes e produtivos. Não é essa a meta dos pais? No entanto,quando os vemos prontos para voar e trilhar seus próprios caminhos, temos sentimentos tão conflitantes a esse respeito. O que acontece de tão característico no “ninho vazio”? O que nós,pais, sentimos quando nossos filhos deixam a casa? - solidão - sensação de casa vazia,a ponto de entrar no quarto do filho e cheirar a camiseta dele, - depois que ele foi para faculdade em outra cidade. - perdemos a função materna e paterna,porque não temos de quem cuidar. - achamos que a nossa vida útil terminou. - As crises de choro se tornam constantes. - A depressão se instala. - a autoestima fica rebaixada.

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Ilu


ustração: M.Conti

- A tristeza toma conta e a gente nem quer ver os amigos ou mesmo sair para trabalhar. - O que fazer com essa sensação de desânimo,perda,tristeza exacerbada - inutilidade e inadequação? Evidentemente,buscar novas razões para viver! Promover mudanças é a chave para preencher o vazio. Finalmente os casais podem se dedicar mais um ao outro,desfrutar de viagens,encontrar os amigos ou sairem sozinhos,como quando namoravam. Se você for uma mãe ou pai solteiro, talvez seja uma boa hora para encontrar um parceiro. Há mais tempo livre disponível para voltar a estudar e finalmente realizar aquele sonho de um curso que não foi possível de concluir aos 20 anos. Existe um tempo disponivel para buscar novos interesses e para fazer novos amigos,envolvendo-se com grupos de sua igreja ou comunidade. Podemos desenvolver novos hobbies: leitura, música ,curso de cerâmica. Podemos ajudar aos outros num trabalho voluntário em asilo,creche ou hospital. Vemos como é importante quando conversamos com outras mães,cujos filhos tambem já sairam de casa e onde podemos nos espelhar. Principalmente,usufruir da companhia do parceiro de uma vida inteira,voltando a se conhecerem na idade madura,frente a frente, ou buscando um novo parceiro, quando solteiros ou viúvos. Claro que nem tudo são rosas nesse reencontro. É preciso se adaptar a uma nova realidade,quando estão apenas os dois,envelhecendo juntos. Algumas vezes nos afastamos tanto de nosso companheiro de viagem, porque enquanto as mães cuidam dos filhos, os pais trabalham muitas horas por semana, que esse reencontro,frente a frente, pode ser penoso. Encontramos apenas um estranho, que em nada lembra aquele belo namorado, que se casou com aquela mocinha meiga há tanto tempo atrás. O face a face do casal pode expor aspectos que estavam ocultos,pelo pouco tempo de convivio anterior. Como a vida é uma contínua transformação e nos podemos sempre recomeçar,essa é a hora de buscar ajuda,com uma terapia de casal em busca de si mesmo,de novos objetivos e novas conquistas. Marli e José decidiram fazer a viagem dos sonhos assim que os filhos sairam de casa. Fizeram um cruzeiro maravilhoso,mas rapidamente descobriram que gostavam de coisas muito diferentes,ela queria tomar sol e participar das atividades de dança do navio, enquanto ele queria ler e ficar tomando caipirinha na sombra.Nas paradas,em portos, ela queria ir a museus e visitar ruinas, enquanto ele ia nadar na piscina. Como salvar esse casamento? Desde que ambos queiram,é possível reconstruir um casamento ou relacionamento antigo, olhando honestamente para os motivos do afastamento e da divergência de interesses de ambos. Mas se tudo isso falhar e você achar que não vale a pena ,serão necessárias ainda mais mudanças na sua vida.

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CriativA Idade

Inspiração criativa e preparação para prática da arteterapia Jane Barreto Psicopedagoga e Arteterapeuta

Prezado leitor, não sei ao certo sua idade, qual é o seu tempo de vida Cronos, e o seu kairós, mas entendo que se você foi atraído por esse tema, logo estará livre para pensar e sentir como acontece sua inspiração e como pode desenvolver sua criatividade. A maneira como você percebe a si e ao outro, revela muito mais sobre como percebe o mundo do que imagina. Sua identidade criativa não é algo isolado, os elementos da inspiração e encantamento convergem nesse processo. E que mundo é esse? O seu! do artista inato, que possui uma energia vital chamada criatividade, que pode partir de um desencadeador negativo ou positivo, como fatos da vida que marcarão sua história e se revelarão na obra que será produzida. A arteterapia é uma prática que contempla antes de tudo, a expressividade. No simbólico(obra) o real(artista) se expõe; pode ter uma biografia perturbadora, como a de Van Gogh que decepou a própria orelha entre outros do mundo dos artistas aflitos, mas, não é necessário ser perturbado, sofredor, doente ou atormentado para fazer arte, essas não são características necessárias para mergulhar no universo da criatividade, apesar de serem representados traumas dores e dissabores nos símbolos, o artista pode e consegue fruir e tocar o outro a partir da estabilidade e equilíbrio emocional. Mesmo quando representado algo como um quadro com uma cena de sofrimento, não é apenas o produzir sobre essa

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dor e expressar que traz a cura para alma, mas a transformação positiva desses símbolos. A Ressignificação! Uma vez eu li uma entrevista do Beatle Paul McCartney contando sobre a luta de sua esposa Linda contra o câncer e como isso influenciou suas canções, pois muito de suas emoções eram compartilhadas em suas composições e através delas, ele via uma nova maneira de lidar com a realidade ressignificando esse evento de dor em sua vida. Tanto a observação, quanto a apreciação são molas propulsoras para inspirar, os fatos reais da vida, que residem no inconsciente e no conscientes também. Quando os sentimentos são conhecidos é possível os identificar melhor em forma de arte, pois costuma haver uma clareza sobre eles, ainda maior na expressividade. A Inspiração canalizada promove a prática da criatividade. Prática sim, porque o envolvimento surge mais com as coisas que são feitas do que com as que são ditas e ouvidas, mas estas outras, também inspiram . Para esgotar as possibilidades de inspiração criativa e começar a fazer arte, prepare-se para a faxina, remova o que está poluindo você, o que está ai dentro. Tire a poeira do comodismo, limpe-se de sua mesmice e areje sua própria existência nesse mundo sensível da criatividade. Lembre-se que a receita é, não ter receita! ao invés dela, pode-se buscar caminhos para inspirar-se e aumentar o que deseja: Sua criatividade! Vamos lá. Vou compartilhar aqui o que costumo fazer para aumentar a minha criatividade. Acolher-se Para ser criativo preciso me sentir leve, relaxada, livre! Pressão de qualquer ordem, me tira o foco e bloqueia meu processo. Reservo sempre um tempo somente para meu eu expandir em pensamentos, assim as ideias surgem. Sem interrupções, num momento precioso de solitude, posso decidir se quero silêncio, se ouço alguém, ou a música preferida, ou uma desconhecida canção, vale até em outro idioma. Decido se quero a luz acesa ou apagada, e com apoio das pessoas que convivem comigo isso se tornar possível. O importante é sentir que está no ambiente e momento mais especial, e que serão únicos enquanto durar. Quebrar paradigmas Em todas as idades escuto. Posso? Está certo? Tem que fazer como? Ora, procuro romper com isso! Aquilo que faço com frequência e traz rotina, só rotina, procuro dissolver e mudar, por exemplo: experimentar ver algo novo, que não costumo ver, seja um filme, ou outro canal na TV, algo em outra esfera de interesse. Faço percursos de caminhos diferentes, na rua, na mente, no banho, na leitura, ao comer e ao deitar...isso desconstrói e reconstrói esquemas do meu cérebro. Mesmo sabendo que a rotina é necessária, e os muros estão ai para delimitarem espaços, procuro olhar além dos limites, sejam

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das materialidades ou de um prato de comida, que tem cores, texturas, formas, aromas e sabores... contemplar o simples me inspira. Quebrar a rotina funciona para inspiração. Aproveitar os relacionamentos com pessoas criativas Amigos, familiares, pessoas de todas as idades com quem me relaciono e que são criativas me movem, encantam, ensinam...Algumas pessoas acreditam serem mais criativas quando se recolhem de qualquer relacionamento, mas a dra Gayle Delayne assegura que “ ao relacionar-se com outro, não há energia desperdiçada, tudo depende da natureza e qualidade da relação”. Um relacionamento saudável com base em respeito mútuo, pode ser modelo de esforço criativo ou uma fonte inesgotável de energia para o prazer encontrado na coletividade. Seja de qual ordem for seu relacionamento com alguém que considera criativo, estar envolvido por essa pessoa manterá acesa a chama da inspiração, e você terá lenha para criatividade. Usar sonhos Enquanto dormimos liberamos imagens que as vezes são indecifráveis para o consciente, eu que o diga... mas algumas de minhas melhores ideias foram inspiradas em sonhos que tive mesmo sem compreender seus significados. Pensar a respeito dos personagens, cenário, objetos, cores, formas, sons; identificar e fazer conexões livres, quem fez o que e quando, traz elementos interessantes, as vezes sem lógica, e pode até parecer desinteressante, mas elucida-los, pode ser um movimento precioso em direção a criatividade. Aguçar os sentidos Ah, os cinco sentidos! Se os temos, é porque eles são essenciais para nossa expressividade. Tenho maior percepção das coisas pela audição, e você? Sabe qual seu canal mais antenado? Não importa onde esteja, ou o que faça, sempre estará acontecendo algo dentro ou fora do seu eu. Usar os sentidos para responder ao ambiente, procurar perceber pelo olhar, escutar, tocar e degustar, cheirar enriquece nosso repertório! Experiência é uma das formas mais originais do homem ser, existir e agir no universo como criatura a partir do seu criador. O sexto sentido, a intuição, pode traduzir mais do que os outros cinco juntos, não vamos desprezá-lo, ter esse dom de intuir ajuda na sensibilidade para inspira-se antes de criar.

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Fotos: oficina de


Experimentar todas as formas do fazer Arte Dentre as linguagens da arte temos: musical, plástica, teatral e da dança. Há tantas outras não citadas aqui como a da literatura... mas sabemos que haverá sempre uma identidade maior com alguma, vale preferir e optar certo? Estar aberto a explorar diferentes materialidades às maneiras de ver e construir as coisas, liberta. Existem pessoas mais visuais, outras mais verbais, outras sinestésicas, ou as que não se classificam nem como uma nem como outra. Quando surgem as preferências, desenvolvem-se novas habilidades a partir delas, é possível se tornar cada vez mais íntimo da arte escolhida; mas, se permitir experimentar e praticar aquela que não “domina” é uma forma de alargar as fronteiras da inspiração para criatividade, então olhe para aquilo que faz menos e faça mais, diga a você mesmo, eu sei que não sei fazer isso como eu queria mas sei fazer de alguma maneira que me será útil. Arriscar é um ato de coragem que nos livra do anseio por resultados imediatos, e valoriza processos mais qualitativos. Não sentir-se ameaçado pelo julgamento Cuidar das críticas que despendem gratuitamente, do julgamento que os outros fazem, da comparação, da ironia, traz a sensação de impotência criativa. Ao invés de julgar, dizer o que está inteligível ou frustrante, procurar identificar três coisas para apreciar numa obra, principalmente se for um auto produção. Ganhar coragem, não deixar o criticismo dominar o eu, mas usá-lo para dizer: como sou crítico, entendo que exigirei mais de mim do que realmente precisaria... cairei no risco de julgar, anular todo processo criador, então vou me auto elogiar e repetir nossa foi prazeroso... como progredi, agora fiz diferente... me sinto mais seguro, envolvido, sou capaz, quero ser!

nós da Prof. Jane

Permita-se inspirar-te e prepare-se para criar! Desejo que a criatividade permeie todas as áreas da sua vida e você inove, seja no preparar da sua comida que pode ser mais elaborada, ou na mudança dos móveis e objetos em sua casa que podem ser melhor posicionados; abuse das palavras bem ditas, impecáveis, durante a arte de uma conversa. Escreva uma história, se desafie a faça a sua como o autor dela, em todos os tempos de sua vida, assim estará inspirando- se e encantando- te para criar e transcender sempre...

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Nosso cafézinho

Métodos de Café

Fotos: enviadas pela colunista

Cida Castilho Barista

Hoje vou passar, uma retrospectiva dos “métodos de fazer café”, exibidos aqui no Magazine 60+ ao longo de 7 meses. Além de preparar a bebida café de formas diferentes, apresentamos a sua história e o porquê do seu processo ser diferente. O café é muito interessante, porque além da proximidade que ele cria entre as famílias, amigos, reuniões, encontros ele tem o dom de reunir e aproximar.

Hareov60

E para nossa lembrança, vamos fazer uma retrospectiva de todos os métodos apresentado. Vamos lá! Hareov60 O coador possui uma maior abertura, permitindo um fluxo melhor de água, e também um controle do tempo de extração pela quantidade de água que se joga no pó. Suas ranhuras que não foram criadas aleatoriamente, mas de forma com que o pó pudesse se expandir, criando então um espaço entre o filtro de papel e o coador, escorrendo de maneira uniforme. Extraindo uma bebida estritamente limpa por conta de seu filtro de tripla filtragem evidenciando suas notas aromáticas e sabores. Moka Express Existem Moka Express de vários tamanhos, mas o ideal é que se adquira aque-

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Moka Express


la que tenha a quantidade de xícaras que será consumido no momento. Neste método a moagem também deve estar de acordo com o tipo de extração, e a água sempre filtrada. Método Koar O método Koar é um porta filtro com 16 ondas (sulcos oblíquos) inclinados a 55° em forma cônica e saída com diâmetro de 17mm.

Método Koar

O princípio do escoamento rápido da água é possível devido à inclinação e profundidade dos sulcos. O fluido em movimento dentro dos sulcos comprime-se e, ao encontrar uma zona de estreitamento, diminui sua pressão e com isso, aumenta sua velocidade. Estes mesmo sulcos mantém o filtro de papel afastado das paredes do porta filtro e influenciam no controle da velocidade da água, passando pelo pó e ocasionando a extração do café durante o tempo de filtragem. Globinho Descrição: Globinho é composto por dois globos, o inferior em um formato mais arredondado, e o superior que se encaixa por um tubo estreito e comprido no de baixo. No método Globinho utilizam-se vários conceitos da física para realizar o processo: pressão hidrostática, vácuo, gravidade, ebulição e condensação. Seu método de extração torna-se um show à parte. Aeropress

Globinho

A Aeropress é um método de extração de café portátil, de fácil manuseio e podendo ser carregado facilmente por apreciadores de café. Equipamento pequeno, formado por dois tubos de plástico (livre de BPA), lembrando o método French Press , mas que faz uma bebida totalmente diferente. Método Clever Clever tem um formato cônico, parecido com filtro tradicional Mellita, podendo ser

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de vidro, cerâmica ou acrílico. Também tem ranhuras que lembram o método V60 . Possui um sistema “shutt off” que permite o controle do tempo do café com a água. Possui uma base se sustentação para o pré preparo. Pode-se usar qualquer tipo de filtro: papel (o mais recomendado), pano ou metal. Possui uma tampa que permite manter a temperatura no momento do preparo. O Toddy Brew possui um recipiente para o preparo do cold com tampa, filtro e jarra. Durante o processo de fermentação a frio, o tempo substitui o calor. Os grãos de café moído (Moagem grossa) são absorvidos por um longo período de tempo (geralmente de 8 a 24 horas) para criar um extrato de café suave e saboroso que pode ser servido quente ou frio. O extrato de fermentação fria de sabor naturalmente doce então ser diluído com água ou leite para criar bebidas de fermentação gelada exclusivas ou bebidas congeladas misturadas, infundidas com nitrogênio (nitrocoffeea), ou diluída com água quente .

Aeropress

Aqui encerramos alguns dos métodos de fazer café, espero que as informações passadas aqui tenham sido proveitosas e cafeinadas. E agradeço mais uma vez a Biah Sobral, sem ela eu não teria todas as informações precisas sobre cada processo. E finalmente, deixo aqui contatos para quem interessar e quiser realizar um belo curso com degustação de cafés de diferentes regiões e processos. Cida Castilho - 11 99914 8868

Método Clever

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Toddy Brew


Dica de presente Toda família vão dar boas risadas com as histórias do nosso colunista Laerte Temple Pedido com o próprio Laerte email: ltemple@uol.com.br

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Receitas Fáceis

DICAS DE EBE FABRA NA COZINHA Fotos e receitas da Colunista

Ebe Fabra Chef de Gastronomia

MUITO MAIS SAÚDE Você já percebeu como, de uns anos para cá, está muito mais fácil adotar e manter uma alimentação que seja saudável e ao mesmo tempo, saborosa?

Pesto de

Afinal, hoje temos a disposição uma grande variedade de ítens orgânicos, integrais, funcionais e veganos, sem falar das já tradicionais opções light, dieta e sem glúten ou lactose. Ou seja, tudo o que você precisa para montar uma dieta sustentável repleta de sabor e de saúde, e que se adeque perfeitamente às suas preferências. E todo este amplo sortimento de ítens você encontra nas gôndolas dos supermercados, conheça, explore e se apaixone pelo mundo da alimentação mais saudável!!! Entramos no outono o que significa que o forte do calor já passou. Logo, é época de retomar aquela culinária caseira mais substancioso, reconfortante e agregadora. Afinal, quem não gosta de compartilhar bons momentos com família e amigos ao redor de uma gostosa refeição para aquecer a alma? Vamos começar vom edta receita natural e saudável... ENTRADA.... PESTO DE ABACATE Ingredientes: *1 Abacate🥑 *4 grãos de alho assado *1 pitada de sal( ou a gosto)

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Salada d


e abacate

de Bacalhau

*1/2 limão espremido *50 g de castanha de caju *50 g de sementes de Abóbora *50 g de queijo ralado *2 colheres de sopa de azeite * 50 g de folhas de manjericão *1 pedra de gelo(para não amargar o manjericão) Se precisar coloque um pouco de água Modo de fazer: Coloque todos os ingredientes no liquidificador, bata bem, não esqueça, se estiver difícil de bater, coloque um pouco de água. Enfeite com folhinha de manjericão e umas castanhas de caju. Coloque em um bowl, e coma com torradas, pão arábe, suíco ou qualquer pão de sua preferência. Fica uma delícia comer com Doritos....se quiser bem picante, coma com Doritos de wassabe. Como neste mês comemoramos a PÁSCOA....não podemos esquecer também de fazermos uma bela salada de Bacalhau. SALADA DE BACALHAU Ingredientes: *300 g de Bacalhau dessalgado desfiado * 1 maço de cheiro verde picadinho *azeite a vontade *pimenta do reino a gosto *300 g de Grão de Bico cozido *2 tomates sem sementes em cubinhos *2 ovos cozidos ( a gosto) *1 cebola em cubinhos Modo de fazer: Num bowl grande, coloque o Bacalhau desfiado, o cheiro verde, a cebola, o Grão de Bico, o tomate, a azeitona, a pimenta do reino, sal, se precisar . Coloque o azeite e misture bem todos estes ingredientes. Enfeite com os ovos cozidos, se quiser decore também com folhas de alface. PRATO PRINCIPAL ARROZ NEGRO COM LULAS E CAMARÃO Ingredientes: * 200 g de arroz negro * 3 grãos de alho moídos * 1 cebola em cubinhos * 1 pacote de Lula 400 g * 400 g de Camarão 🍤 * 1 pacote de ervilhas congeladas

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* 1 copo de vinho seco branco *1/2 pimenta dedo de moça em cubinhos * 1 xícara de chá de cheiro verde picado * 2 folhas de louro Modo de fazer: O arroz negro é bem duro, então é demorado pra cozinhar, podemos fazer na panela de pressão ou em qualquer outra panela. Se for na pressão é bem mais rápido. Coloque azeite no fundo da panela, deixe esquentar bem, frite o alho, depois a cebola, acrescente o arroz, coloque o sal a gosto e de uma boa fritada neste arroz, acrescente 1 1/2 litro de água fervente, o vinho, coloque a pressão por 15 minutos, tire a pressão , e veja se já está cozido, senão estiver coloque mais água fervente e as lulas, fique de olho pra não grudar. Numa outra panela ou frigideira coloque o fundo de azeite, 2 folhas de louro, a pimenta dedo de moça, o Camarão e de uma fritada. Reserve. Volte à panela onde está o arroz, veja se cozinhou, ele, tem que ficar bem molhadinho, tipo risoto, se estiver seco, coloque mais água. Misture as ervilhas o Camarão e depois de desligar o fogo acrescente o cheiro verde por cima. Este prato não precisa de nenhum acompanhamento. Como tudo está caro.... Você pode fazer um arroz verde, faça um arroz normal e na hora de colocar a água, bata a água com cheiro verde no liquidificador a quantia que está acostumado a fazer quanto mais cheiro verde, mais verdinho, ficará seu arroz.

Arroz negro c Lula e

TILAPIA COM BACON E LEITE DE COCO Ingredientes: * 1 kg de tilapia ou pescada branca Tempere com sal e pimenta do reino a gosto * bacon em fatias (1 cx Sadia ou a marca que quiser) *1 vidro de leite de coco * queijo ralado pra salpicar por cima Modo de fazer: Com os filés já temperados com sal e pimenta do reino, unte um refratário que possa ir ao forno com azeite. Numa tábua, estique os filés e coloque em cima deles uma fatias de bacon em cada um e enrole. Coloque um por um no refratário, despeje o leite de coco por cima e coloque em forno pré aquecido a 180° por mais ou menos 30 minutos. Antes de tirar go forno, ponha um pouco de queijo ralado. E bora comer com o arroz verde. Mais um acompanhamento ...cai bem!! BATATAS NA MANTEIGA

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Arroz negro com Lula e er


com Camarão, ervilhas

m Camarão, rvilhas

Ingredientes: * 500 g de batatas * 2 colheres de sopa de manteiga sem sal * sal a gosto Modo de fazer: Descasque, corte e rodelas de largura de 1,5 cm, e cozinhe as batatas, não deixe desmanchar, escorre-as . Pegue a frigideira e derreta a manteiga, vá colocando as batatas até que fiquem coradas dos dois lados. Corre lá, coloque uma mesa bem bonita e ponha os pratos que preparou. SOBREMESA Faça em taças individuais ou em um refratário oval..... Ingredientes: * 1 cx de Morangos 🍓 * 1 lata de leite Condensado * 2 cx de creme de leite * 1 pacote de bolacha maízena * 100 g de manteiga sem sal * 1 Tablete de 300 g de chocolate amargo(pra não ficar muito doce) * 1 colher de manteiga sem sal * gotas de baunilha Modo de fazer: Limpe e seque bem os Morangos com papel toalha. Reserve. Pegue uma panela pequena, coloque 1 colher de sopa de manteiga, derreta e em seguida coloque o leite condensado com a baunilha. Faça um Brigadeiro. Desligue, deixe esfriar até endurecer, aí coloque a cx de creme de leite. Misture bem até ficar um creme bem homogêneo. Reserve. Ponha as bolachas no processador ou liquidificador, bata até virar uma farofa. Misture essa farofa com as mãos e as 100 g de manteiga, pra virar uma massa. Pegue uma assadeira de fundo falso de 20 cm, espalhe esta massa no fundo e na lateral da forma. Ponha em forno pré aquecido a 180° por 15/20 minutos. Tire do forno e deixe esfriar. Coloque o creme branco, disponha os morangos. Quebre o chocolate, e misture com meia cx de creme de leite, faça uma ganache, ou no fogo em banho Maria, ou no micro-ondas. Mexa bem pra ficar bem homogêneo. Se fizer no micro, deixe 1 minuto, tire misture bem, se precisar derreter mais, volte ao micro por mais 1 minuto ou 30 segundos... Espalhe esta ganache por cima dos 🍓Morangos. Leve a geladeira pie pelo menos 2 horas, desenforme e vamos devorá-la!!! Que a PÁSCOA de vocês, seja de muita paz, união e amor! E que seja doce!

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Desde 1993

Diagramação, Reportagem, Fotografia, Desenho, Entrevistas, Propagandas, Folders, Folhetos, Identificação Visual, Montagem de livros e Revistas

(11) 9.8890-6403 contihq@hotmail.com

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