Revista Aprendiz 7

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Educação e profissionalização via esporte: realidade distante? Felipe Gremelmaier* O bom resultado do Brasil nos Jogos de Tóquio, com aumento de conquistas no quadro de medalhas, deve ser valorizado como incentivo a quem vive e a quem deseja viver do esporte. A cada Olimpíada, quando surgem heróis como o surfista Ítalo Ferreira e a skatista Rayssa Leal, a expectativa é que mais crianças e jovens despertem para modalidades esportivas. Surge a esperança de que essa garotada enxergue a atividade física como oportunidade de vida. Daí a importância de o Poder Público oferecer verbas para implantação e manutenção de projetos no segmento. Em Caxias do Sul, o auxílio é proporcionado pelo Financiamento Municipal de Desenvolvimento do Esporte e Lazer, o Fiesporte, regido pela Lei nº 7.696, de 2013. Para ser beneficiado, o pretendente deve apresentar um projeto, que será analisado pela Prefeitura e, caso seja aprovado, executado com dinheiro público. Neste ano, 56 propostas foram aceitas e terão aporte financeiro de R$ 4.138.800, divididos entre as pessoas físicas e jurídicas contempladas. Mas o benefício não se limita ao esportista ou à entidade. Indiretamente, estende-se a toda uma cadeia de profissionais e serviços ligados ao esporte, lazer e prática de educação física. São beneficiados gestores da área, professores, fisioterapeutas e tantas outras pessoas envolvidas no projeto. Além do financiamento, o Fiesporte contribui para a educação e profissionalização. Caxias do Sul tem uma série de exemplos de projetos que beneficiaram crianças e jovens em situação de vulnerabilidade social.

Incentivos públicos para desenvolvimento esportivo geram emprego, estágios, educação, cidadania, entre tantas outras vantagens à sociedade. Envolvida na atividade física, a meninada tem ocupação no turno inverso ao escolar e, consequentemente, menos risco de marginalização. Incentivos públicos para desenvolvimento esportivo geram emprego, estágios, educação, cidadania, entre tantas outras vantagens à sociedade. Vale ressaltar a inclusão social de deficientes físicos por meio das Paralimpíadas e, com destaque para Caxias do Sul, as Surdolimpíadas, marcadas para maio de 2022. Graças aos jogos olímpicos dos surdos, com 21 modalidades previstas, a cidade e arredores deverão receber 10 mil pessoas, sendo 4 mil surdoatletas de 100 países. Os jogos ocorrerão em Caxias do Sul, a cidade-sede, Flores da Cunha, Bento Gonçalves e Farroupilha. Portanto, pode-se imaginar o quanto o esporte fomentará a economia regional, gerando trabalho, renda e movimentando o comércio, os serviços e o turismo. No entanto, apesar de haver financiamentos para área e a realização desse evento internacional, o Brasil investe quase nada no esporte em comparação a outros países. Ainda assim, nossas Rayssas e nossos Ítalos se superam e sobem ao pódio. Lamento que tanto o governo quanto o público valorizem de verdade nossos atletas de quatro em quatro anos, em época de jogos olímpicos.

A formação de novos esportistas e o atingimento do alto desempenho dependem de investimentos constantes, como os próprios representantes do nosso país declararam ao final dos Jogos de Tóquio. Sonha-se com o dia em que o surgimento de novos heróis olímpicos brasileiros ocorra ao natural, fruto dos investimentos em educação e profissionalização do esporte. Infelizmente, ainda estamos longe dessa realidade.

*Vereador. Mestre em Turismo e Hospitalidade.

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