habitat Revista
JUNHO 2021 | NÚMERO 2
ARTE NA RUA A POÉTICA SOFISTICADA DO GRAFFITI TRANSFORMA AS CIDADES EM GALERIAS A CÉU ABERTO E NÃO SE PRIVA DOS DEBATES CONTEMPORÂNEOS O grafiteiro Eduardo Kobra posa diante do mural Coexistência, em São Paulo, em homenagem às vítimas do coronavírus
Jaime Lerner e a revolução urbana que mudou a cara de Curitiba
O adeus a Paulo Mendes da Rocha, o arquiteto dos encontros
Habitat e Monarca apresentam o Bigorrilho: bairro cool, com charme tradicional
Tem po de estar bem
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Imagens meramente ilustrativas. Registro de Incorporação 69.658, emitido pelo Cartório do 2° Registro de Imóveis em 05/05/21. Serviços de Hospital Dia e Centro de Diagnóstico por Imagem não estão confirmados no projeto, as lajes são preparadas para receber estes espaços, mas dependem de um operador.
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HABITAT EDITORIAL
CRIAR É SEMPRE PRECISO
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riatividade é o centro de tudo. Seja para pensar as cidades ou para e fazê-las melhores. Nesta edição da Revista Habitat trazemos especialistas em olhar para o que temos e promover mudanças necessárias. Cada um na sua área busca a excelência. Uns procurando os lugares mais improváveis, como Eduardo Kobra, Ramon Guimarães e Pedro Espíndola, que falaram com exclusividade à Habitat, para mostrarem suas verdades
e encher as cidades com sua arte. Outros, os arquitetos, buscam no dom da criação as saídas para humanizar os centros urbanos e levá-los rumo ao futuro. Nesta segunda edição nos rendemos aos talentos, que estão por transformar nosso mundo contemporâneo e aos que fizeram deste um lugar melhor para viver. Salve, Jaime Lerner, Manoel Coelho, José Maria Gandolfi, Paulo Mendes da Rocha!
Expediente
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Publisher: Cíntia Peixoto, cintia.vieira.peixoto@gmail.com e (41) 99225-7610 Comercialização: Saltori Mídia Estratégica, saltori@saltori.com.br e (41) 99996-9995 Direção de arte: Igor F. Dranka Jornalista responsável: Larissa Jedyn Fotos: Rebeca Reis/AGIF, Felipe Del Valle, Studio Kobra, Guilherme Pupo, Kraw Penas, Daniel Castellano, Luis Costa, Prefeitura Municipal de Curitiba, Governo do Estado do Paraná, Escritório Jaime Lerner Arquitetos Associados, Francis Meister, Unsplash, Nelson Kon Marca registrada: Capelatto Marcas e Patentes
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CAPA. A arte transgressora e multicolorida do graffiti
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ENTREVISTA. Luciana Casagrande e a busca pela cultura paranaense
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ARTE & DESIGN. Mobiliário com alma nacional de Sérgio Matos
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MERCADO. Balneário Camboriú vira cenário de quem quer morar na praia
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TRIBUTO. Jaime Lerner, o homem que revolucionou Curitiba
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MEMÓRIA. A arquitetura retumbante de Paulo Mendes da Rocha
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CIDADE. Conheça o Bigorrilho, bairro de imigrantes que virou cool
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MUNDO. Uma viagem pelo tempo em Moscou
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GASTRONOMIA. Cafés legais, com: arquitetura no cardápio
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OPINIÃO. Os efeitos pós-pandemia para o mercado, com Cristiano Viana
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PONTO DE VISTA. Geninho Thomé e a arte das fachadas
CONSTRUINDO PARA
cgl.com.br
HABITAT CAPA TEMA
REVOLUÇÕES URBANAS
O GRAFFITI SE VALE DA CIDADE COMO SUPORTE PARA A ARTE PÚBLICA, TRANSGRESSORA E TRANSFORMADORA, FEITA FORA DOS MUSEUS, POR QUEM E PARA QUEM ESTÁ NA RUA
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O painel “O Beijo”, no High Line de Manhattan, recupera a mais conhecida das imagens da comemoração da vitória dos Estados Unidos sobre o Japão na Segunda Guerra Mundial
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m meio à selva de concreto, um índio, uma revoada de pássaros, bichos da floresta de verdade. Einstein anda de bicicleta e Niemeyer vigia a paisagem. A poética extraordinária e sofisticada do graffiti se vale da cidade como suporte para a contracultura, para a arte pública, feita fora dos museus, por quem e para quem está na rua. As intervenções urbanas não são novidade. Desde os anos 1970 e 1980, com Jean-Michel Basquiat e outros tantos, que as cidades viraram tela em branco para artistas irreverentes e suas mensagens claras e provocantes. Beberam de diversas fontes. Da pop art de Andy Warrol ao muralismo engajado de Diego
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Rivera. O discurso, o grito, o pensamento estavam lá, nas paredes, em meio ao caos do dia a dia. “Arte pública é um instrumento de transformação social. Ela traz beleza, alívio e reflexão e, por isso mesmo, é um ato de extrema responsabilidade. Quando a cidade vira suporte, você passa a falar com pessoas de diferentes etnias, religiões e culturas. A rua não pertence a ninguém. Ela é de todos”, comenta o grafiteiro Eduardo Kobra, em entrevista exclusiva para a Habitat. Pintar a cidade, segundo ele, requer olhar atento para a arquitetura, o urbanismo, a incidência do sol, a história, o patrimônio. Enquanto anda pelas ruas,
O mural de 15 metros de altura retratando o físico Albert Einstein andando de bicicleta foi apagado em São Paulo e refeito em Nova York. No centro, trecho do mural “Etnias”, no Rio de Janeiro, que entrou para o Livro dos Recordes. E, por último, painel de Oscar Niemeyer, de Kobra, na Paulista
sente o chamado que vem do concreto. “Desde menino, olhava e sonhava um dia pintar a cidade. Foi nela que aprendi a trabalhar. Todas as obras são importantes, pois estão no suporte que amo, que são as cidades. Isso vale para as pinturas em 3D no piso, os murais gigantes, como o de 6 mil metros de comprimento que foi parar no Guiness, a lateral de prédios, e os mais remotos, como o trabalho que fiz a convite da Madonna no Malaue, na África.” Kobra traz para sua arte forte
“A arte pública é um instrumento de transformação”
componente social. “Gosto de usar os murais para me comunicar. Entre os temas recorrentes no meu trabalho, estão o pacifismo, a preservção ambiental, a defesa das liberdades, o combate ao racismo e ao preconceito, a valorização da história e da cultura. Isso talvez porque sou da periferia de São Paulo e eu tenha percebido nos grandes murais uma forma de dar visibilidade às populações vulneráveis e a questões relevantes para mim”, comenta. Para ver mais, siga @kobrastreetart.
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HABITAT CAPA TEMA
GRAFITEIROS PELO MUNDO
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grafite surgiu com o hip hop, nos guetos nova-iorquinos, quando jovens começaram a deixar suas marcas nas paredes da cidade. Esses códigos evoluíram, ganharam forma e técnica e se espalharam para o mundo. Os artistas, também chamados de writers (escritores), costumavam chamar a atenção para problemas sociais e, por isso, os desenhos eram feitos em trens e muros, para que fossem vistos pelo maior número de pessoas possível. Com o tempo, os graffitis ganharam proporções gigantescas, status de arte, mas nem por isso perderam a alma transgressora. É só parar, olhar e se impactar pelo trabalho desses artistas.
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OSGEMEOS, Gustavo e Otávio Pandolfo, ultrapassaram as ruas e criaram uma linguagem própria, com outras referências e influenciado por novas culturas. Eles costumam usar linguagens visuais combinadas, o improviso e seu mundo lúdico para criar intuitivamente uma variedade de projetos pelo mundo. A recomendação da dupla de grafiteiros brasileiros, que coleciona murais em diversos países, para entender sua obra é sentir antes, para entender depois. “É necessário deixar que a razão dê lugar ao imaginário – atravessar portas, se permitir perceber as sutilezas e embarcar numa experiência que excede a visual.” Siga @osgemeos.
Ícone da cultura pop, Jean-Michel Basquiat (1960-1988) foi ativista cultural que se destacou pela mistura de linguagens e referências. Sua obra transita e mescla diversas técnicas e formas de expressão: do graffiti à colagem e à remixagem, passando pela música e pelo audiovisual. Classificada como neo-expressionista, a pintura de Basquiat traz as marcas da cultura pop e das questões políticas e sociais borbulhantes na décadas de 1970 e 1980. Veja mais em @basquiat_archive.
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Banksy é o pseudônimo de um grafiteiro, pintor, ativista político e diretor de cinema britânico. A sua arte de rua satírica e subversiva combina humor negro e graffiti feito com técnica de estêncil. Seus trabalhos com comentários sociais e políticos podem ser encontrados em ruas, muros e pontes de cidades por todo o mundo. O trabalho de Banksy nasceu da cena alternativa de Bristol e teve colaborações de outros artistas e músicos. Confira em @bansky.official.
Edgar Müller é um especialista em intervenções 3D. O artista alemão transforma a rua em seu ateliê e surpreende com seus desenhos tridimensionais feitos nos asfaltos. Quase uma ilusão de ótica, suas obras impressionam, tamanha a realidade e efeitos de profundidade. Veja mais em #edgarmüller.
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HABITAT CAPA
NA CENA CURITIBANA CURITIBA FAZ PARTE DO EIXO NACIONAL DA CONTRACULTURA, OPINATIVA E PICTÓRICA. CONVERSAMOS COM DOIS GRAFITEIROS LOCAIS, QUE JÁ GANHARAM OS MUROS DO MUNDO E DA CAPITAL, PARA FALAR DE ARTE PÚBLICA, DIREITO DE EXPRESSÃO E SENSAÇÃO DE PERTENCIMENTO
COM A PALAVRA, @RIMONGUIMARÃES Quando a cidade deixa de ser vista como lugar de passagem, ela vira espaço de convivência. E a arte é capaz disso, na opinião do artista Rimon Guimarães. “A cidade é o lugar onde a arte se desdobra, cresce, em que todos podem ver e ter acesso. É plataforma de conexão, em que as pessoas se apropriam dela para se comunicar”, comenta. Conhecido por seus murais multicoloridos, de natureza exuberante e forte presença de figuras negras, Rimon diz que sua arte fala por si. “Eu não conseguiria traduzir em palavras, mas acho que meus trabalhos tocam as pessoas, que se sentem atraídas pelas cores, pelas formas e acabam compreendendo algum contexto dentro da sua realidade. Eu mesmo descubro coisas a partir dos meus trabalhos, coisas que não estavam programadas”, explica.
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A HORA E A VEZ DO @PESP.ARTEIRO A pintura feita na rua não é mais do artista, ela é pública. Assim, mensagens e discursos são compartilhados, reflexões são postas na parede e a cidade ganha um espaço de arte, uma galeria a céu aberto e que, até então, era só um muro. “Às vezes o observador pode não captar a mensagem ou o sentido da obra, mas o exercício da observação e se deixar sentir acabam completando a mensagem”, comenta Pedro Espíndola, o @pesp.arteiro. Escolher o melhor lugar faz parte da comunicação. “Cada parede, muro ou até mesmo algum lugar abandonado tem suas particularidades, texturas, dimensões e formatos. Cada pintura é uma situação, um planejamento e uma execução diferente. Dependendo do local em que está posicionada na cidade, pode ter um efeito maior que outro e é aí que está a magia de tudo.” Ainda que viva entre a marginalidade e a cultura formal, o graffiti não se abstém de dar seu recado. Muito mais valorizado do que décadas atrás, este tipo de expressão, que já foi subjugado, continua dando seu recado. Alguns artistas deixam explícita a mensagem do ativismo, outros são mais sutis e, para Pedrão, ambos os caminhos reforçam o sentido de pertencimento. “É uma forma de dizer eu estou aqui e faço parte da sociedade.” Em seus trabalhos, Pedro expõe seus sentimentos e pensamentos em relação ao cotidiano. “É como se desse de presente um pedaço de mim, que conta alguma história particular. Meu foco é mais na representação da imagem pictórica e da expressão do sentimento. Dependendo da produção, gosto de brincar com o abstrato, com cores ácidas, e também gosto de explorar elementos da natureza.”
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RESPIRANDO
ARTE
LUCIANA CASAGRANDE É SUPERINTENDENTE DA CULTURA NO PARANÁ. ARQUITETA, ESTEVE POR ANOS À FRENTE DA BIENAL DE CURITIBA E SE ACOSTUMOU A VER A CIDADE COMO PALCO PARA A CULTURA. AGORA, VIVE O DESAFIO DE AJUDAR O SETOR A SE RECUPERAR DA PANDEMIA E ENCONTRAR FORMAS DE DIVULGAR O “FEITO AQUI” POR AÍ
O SETOR CULTURAL FOI UM DOS MAIS IMPACTADOS DURANTE A PANDEMIA DA COVID-19. MAS HÁ MUITA COISA BOA SENDO FEITA. COMO ELAS CHEGAM AO CONSUMIDOR FINAL?
Nunca arte e cultura foram tão importantes. Elas nos ajudaram a sobreviver a este tempo. Mesmo sem perceber, consumimos arte, cada um de nós na linguagem de afinidade e isso nos manteve em pé. A arte nos traz conforto emocional. É hora de retornar com energia e com um conteúdo diferente para um público mais amplo, carente de formatos novos. Uma das novidades é que criamos uma plataforma de streaming do estado, em que está registrado quase tudo o que foi produzido no Paraná nos últimos meses. São mais de 1.300 vídeos de dança, literatura, filmes, música, registros de comunidades tradicionais. É uma produção plural, que mostra a nossa diversidade. A cultura do Paraná estará no seu celular, de graça.
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É A ARTE DA NOVA GERAÇÃO?
A experiência solitária na tela, quem diria, nos aproximou do consumo de arte. Não deixaremos de consumir pela tela, mas queremos a experiência híbrida. QUAL O PAPEL DA CIDADE NESTE PROCESSO?
O potencial da cidade de acolher é enorme. A arte estimula o viver a cidade, o caminhar e o prestar a atenção e se apropriar, sem percebê-la apenas como espaço de passagem. A cidade é um espaço de vanguarda, de contracultura, de inovação e a ocupação dos espaços urbanos por artistas e pela população só vai aumentar, inclusive por causa da insegurança em frequentar lugares fechados. Por outro lado, a arte na rua é uma oportunidade para quem ainda não frequenta espaços culturais formais. Quando as pessoas começam a consumir arte e cultura, elas mudam, se transformam.
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SUA EXPERIÊNCIA NA BIENAL DE CURITIBA FOI UM ENSAIO PARA ISSO?
Fui diretora da Bienal por dez anos e a nossa ideia era tirar a arte dos museus e ocupar a cidade, por meio da multilinguagem, com poesia no ônibus, instalações pelas ruas. A cidade é espaço de ocupação. QUAL A DIFERENÇA ENTRE O CONSUMO DE ARTE NOS MEIOS E ESPAÇOS CONVENCIONAIS E O CONSUMO QUE ACONTECE INFORMALMENTE NA CIDADE?
A curiosidade é estimulante e a arte é transformadora. Quando a pessoa sente que faz parte daquilo que até então não se achava apta a frequentar, é tomado por emoção e cresce a sensação de pertencimento.
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HABITAT ENTREVISTA
COMO CHEGAR EM LUGARES DISTANTES?
Grande parte dos equipamentos da cultura no Estado estão em Curitiba. Então, como se reconhecer paranaense? Resolvemos então realizar um ciclo de diálogo com os municípios, para estimular parcerias, para saber como vamos levar, por exemplo, o Teatro Guaíra para Rolândia, como fazer intercâmbio do acervo do Museu Paranaense para os centros culturais dos municípios. Trazemos os temas para a conversa, vêm as ideias, a cultura vai se tornando cada
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vez mais vibrante, os sistemas municipais de cultura se fortalecem, independentemente do gestor que entra ou sai. Fazemos o diagnóstico e o prognóstico, levantamos as potencialidades e vamos nos apoiando. Um ajuda o outro, como rede, e isso fortalece a relação entre os municípios.
O Bale Teatro Guaíra é o mais antigo em atividade no Brasil
E O QUE É SER PARANAENSE?
A resposta virá quando nos apropriarmos e entendermos quem somos, reconhecermos o que é feito no Paraná como sendo nosso, do litoral caiçara ao Oeste. Vamos olhar para os nossos festivais, por exemplo. O Filo de Londrina está com 50 anos, o Festival de Teatro de Curitiba vai fazer 30, tem o Festival de Música de Cascavel, o Festival de Inverno de Antonina. São
expressões riquíssimas e que ainda não divulgamos com a força que merecem, nem temos a sensação de que são nossos. Quando as pessoas vão a Edimburgo, onde acontece um festival multicultural, colocam lá #edimburgo. Precisamos colocar luz no que fazemos. Vamos aproveitar o que já temos e repercutir isso. Se uma peça da Itália vem pro Filo e vai embora, podemos pensar em colocar os festivais nessa rede e levar a apresentação para outras cidades. É uma forma de nos fortalecermos e também estimular o turismo cultural.
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HABITAT ENTREVISTA
PARA TEMPOS DE PANDEMIA, QUAL SUA SUGESTÃO DE ROTEIRO CULTURAL POR CURITIBA?
Começaria pelo centro histórico, pelo casario, e caminharia até as ruínas, iria ao Museu Paranaense. Viria à nossa superintendência, que é sede do Museu de Arte Contemporânea. Ao lado tem este grafitte do Rimon. Seguiria até o marco zero na Praça Tiradentes, depois ao Teatro Guaíra. Acho que terminaria a tarde no Museu Oscar Niemeyer. Ou iria ainda até a Prudente de Moraes, que reúne muita coisa boa e nova da cena cultural, gastronômica, de design e de moda da cidade. Cena de peça no Festival de Teatro de Londrina, o Filo; e apresentação de Fandango, dança e música típica do litoral do Paraná
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HABITAT ARTE & DESIGN
SOB A FORÇA DO XINGU O DESIGNER MATO-GROSSENSE SÉRGIO MATOS REFERENDA SEU TRABALHO DE MOBILIÁRIO E DECORAÇÃO NO CALDEIRÃO CULTURAL MESTIÇO DO BRASIL
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eunir design e artesanato não era só uma opção. Mas uma verdade de vida inteira. O designer mato-grossense Sérgio Matos nasceu perto de uma reserva indígena no Xingu e, desde cedo, percebeu a força do trabalho ancestral, que o abastece de inspiração e nutre o desenvolvimento de seus produtos de mobiliário e decoração. Tudo é referendado no caldeirão cultural com tempero mestiço. “São elementos que exaltam a riqueza do produto final, afagam a autoestima dos artesãos e projetam a transformação social e econômica dos grupos envolvidos. Essa troca faz a diferença e traduz o verdadeiro sentido do design em que acredito”, comenta o artista. Ianomâmi, Marakatu, Chita, Ipê, Coral. Cadeiras, pufes, poltronas e balanços com corpo, alma e inspiração do lugar em que nasceram e do calor das mãos artesãs, que tramam uma estética, ao mesmo
tempo primitiva, essencial e absolutamente sofisticada. Depois da surpresa da forma, o olhar mergulha mais profundamente no trabalho de Matos, para entender mais desse Brasil cheio de texturas, com cheiro de mato, cor de bicho e personalidade livre. As peças são em fibras naturais, algodão colorido e nylon. Tudo isso em meio a diversas técnicas, além de estruturas de inox, aço, madeira, MDF e alumínio, que ajudam a dar forma aos produtos. A identidade reconhecidamente nacional de Sérgio Matos ganhou o mundo. Formado em design de produto e à frente do Estúdio Sérgio J Matos desde 2010, ele colhe prêmios nacionais e internacionais e colabora para fortalecer a imagem do design brasileiro. O estúdio realiza consultorias dirigidas a instituições e comunidades artesãs de vários lugares do Brasil, como da Amazônia e da Paraíba, onde, por exemplo, Matos desenvolveu junto a marisqueiras e artesãs a cadeira Acaú.
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HABITAT VITRINE
YSL LANÇA COLEÇÃO CÁPSULA COM MEMPHIS MILANO O Grupo italiano de design e arquitetura Memphis Milano, comemora em 2021 seu 40º aniversário em grande estilo. Como parte do projeto Saint Laurent Rive Droite, o diretor de criação Anthony Vaccarello, homenageia Memphis com uma exposição e uma coleção cápsula.Inspirado na magia do universo ultragráfico, lúdico e colorido de seus móveis,Anthony Vaccarello criou para a Saint Laurent uma cápsula exclusiva de roupas e acessórios para casa, como cinzeiros, vasos, pratos, copos, decorações e claro, incluindo os clássicos do design como a cadeira Tawaraya Ring de Masanori Umeda, a divisória Carlton de Ettore Sottsass e as cadeiras Riviera criadas por Michele De Lucchi, estarão em exibição até o fim de junho nas lojas Saint Laurent Rive Droite em Paris e Los Angeles. Além disso, Anthony Vaccarello também criou uma cápsula exclusiva para comemorar esse momento, que inclui peças RTW e acessórios, e estará à venda no e-commerce da marca.
ESTUDIOBOLA EM CURITIBA O Estudiobola, uma referência em design e mobiliário brasileiro autora, acaba de ganhar um showroom exclusivo na Inove Design do Jardim Social, em Curitiba. Com mais de 700 itens no portfólio, a marca é reconhecida pela pesquisa profunda de texturas, materiais, formas e acabamentos, além de ser badalada em solo nacional e fora do Brasil. A Inove recebeu o arquiteto Maurício Lamosa, do Estudiobola, para uma tarde de autógrafos do livro que comemora os 20 anos da marca referência do design brasileiro. O evento, restrito para poucos convidados e dentro de todas as orientações de segurança, também marcou o lançamento do showroom exclusivo. A Inove Design fica na Avenida Nossa Senhora da Luz, 1.715, Jardim Social.
Maurício Lamosa, Mariana Stockler e Eviete Dacól, da Inove Design
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Há mais de 25 anos no mercado da moda, a estilista alagoana Martha Medeiros resolveu diversificar a carreira e acaba de lançar uma linha de produtos para a casa. Ela se associou ao Home It, e-commerce de decoração dos sócios Lelê Saddi, Mica Rocha, Fabi Saad e Gui Haji-Touma para lançar dez produtos com sua assinatura. Martha é reconhecida pelo trabalho primoroso que faz com rendas e é famosa por seus vestidos de noivas, que já foram usados celebridades como Beyoncé e Ivete Sangalo.
HABITAT VITRINE TEMA
REFERÊNCIA ARQUITETÔNICA A marca NovoLouvre (@novolouvre) se volta para o passado para renovar as esperanças em um futuro melhor. E para isso, mais uma vez recorre à relação entre a arquitetura da cidade e as pessoas. O Inverno 2021, nomeado (im)permanência anthropogéografhie, da label original do Centro Histórico de Curitiba, tem como tema o Plano Agache, plano urbanístico que desenhou a Curitiba de 1943. Para a diretora de criação da marca, Mariah Salomão, “projetar uma cidade é construir o permanente para as impermanências humanas”. O foco então recai sobre as possibilidades do vestir que a impermanência dos últimos meses nos trouxe. O xadrez e o exercício arquitetônico são os pontos centrais da coleção, que traz vestidos, casacos, tops, chapéus, além das bolsas em parceria com a design Elyane Fiuza (@elyanefiuza_oficial). Vendas on-line (www.novolouvre.com.br) ou no showroom Al. Prudente de Moraes, 1.282, Centro.
TRICÔ PARA O FRIO A Cosy Home, loja especializada em papel de parede, tecidos e persianas, está lançando uma coleção de mantas e almofadas desenvolvidas em tricô, feitas à mão. São diversas opções de mantas e almofadas artesanais, que podem aquecer a sala, o sofá e deixar o ambiente mais acolhedor. A Cosy Home fica na Rua Bruno Filgueira, 1.352, Bigorrilho.
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HABITAT ARQUITETURA
FEITO DE PLÁSTICO Madri acabou de inaugurar o Museu do Plástico, criado para mostrar o papel vital que o material desempenha nas nossas vidas, bem como as possibilidades que o seu reaproveitamento e reciclagem oferecem. O museu foi projetado pelo estúdio de arquitetura Delavegacanolasso, especializado na arquitetura modular pré-fabricada e na utilização de elementos plásticos para o projeto e construção de estruturas e móveis. Com uma área de 73,5m2, o museu foi feito com diversos materiais plásticos, como polietileno, metacrilato, policarbonato e PVC. Com design moderno e vanguardista, combina luz natural e artificial, enquanto brinca com diferentes materiais plásticos e se mostra como um espaço transformador.
RENOVADO E MODERNINHO Depois de 20 anos inativo, o ex-hotel Eduardo VIII, imponente prédio triangular dos anos 1950, que fica em frente à Praça Tiradentes, será reformado e restaurado. Com nome de Viva Curitiba, vai abrigar apartamentos decorados e espaços de convivência nos 23 andares que ocupam seus 8 mil m². Além de espaços de co-living, coworking, academia, restaurante e café, o Viva Curitiba vai oferecer serviços diversos aos hóspedes e moradores. Quem vai fazer a gestão das 144 unidades e também das áreas comuns do prédio é a Hausi - uma startup que funciona como plataforma de gestão e administração com foco no público investidor, que busca por alta rentabilidade por meio de locações residenciais, e também como um serviço de moradia digital para o público final.
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PARA SENTIR O CLIMA O Centro climático Klimatorium, na Dinamarca, oferece um inovador e criativo mini-hub para pesquisas sobre tempestades, água e clima. Suas instalações públicas abertas e espaços recreativos ao ar livre também oferecem oportunidades inovadoras para experimentar, sentir e utilizar o ambiente natural único de Lemvig e do Limfjord. Com projeto dos arquitetos do 3XN e SLA, o design é inspirado nos barcos de pesca característicos de Lemvig e é um tributo à história cultural da área e aos costumes construtivos locais. Feito de madeira, concreto e aço, sua principal marca é uma onda de madeira que se eleva acima da entrada principal. No interior, o Klimatorium oferece espaços de escritório, salas de reunião, áreas comuns e um café e área de exposição acessíveis ao público.
Porque comprar um imóvel agora ? A equipe Sabrina Iglesias te explica porque. (41) 3049-1212 / 99584-6855 / 99285-5777 @sabrinaiglesiasimoveis www.sabrinaiglesias.com.br
HABITAT ARQUITETURA
VILA VELHA MAIS VERDE O Parque Vila Velha tornou-se o primeiro parque em uma unidade de conservação brasileira a destinar 100% dos seus resíduos para reciclagem e coprocessamento. A Kapersul Waste Management (KWM) concedeu ao parque o selo Aterro Zero, que é a garantia de que o parque faz corretamente a coleta e destinação de todos os resíduos gerados por sua operação, sem
destinar o lixo para aterros sanitários. Do total de resíduos, cerca de 60% são recicláveis (papel, metal, plástico e vidro) e 40% são resíduos orgânicos e rejeitos (material que não pode ser reaproveitado). Com o projeto, o Parque Vila Velha elimina seu passivo ambiental, reduz em até 45% as emissões de CO2, minimiza impactos ambientais e contribui para a redução do uso de combustíveis fósseis.
A CARA DA AMAZÔNIA 4.0 O Atelier Marko Brajovic, um arquiteto croata nacionalizado brasileiro, desenvolveu recentemente uma proposta para os Laboratórios Criativos da Amazônia, um conjunto de bioesferas compostas por estruturas geodésicas inspiradas pela geometria interna do fruto do cacau. O projeto está alinhado às premissas
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e propósitos da iniciativa Amazônia 4.0, que visa agregar as potencialidades econômicas da sociobiodiversidade amazônica às novas tecnologias e possibilidades que vêm da Quarta Revolução Industrial, impulsionando um novo ecossistema de inovação na região.
Fotografo: Celso Pilati - Projeto Mauricio Melara
Importador e Distribuidor Timbertech (USA) | Representante Felli (Itália). @edecks.eco
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HABITAT MERCADO TEMA
Yachthouse, da Pasqualotto&GT, vai ser o residencial mais alto da América Latina
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VEM MORAR NA PRAIA
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e uma hora para outra, viver seu maior sonho virou prioridade e os planos para depois da aposentadoria, como morar na praia, foram adiantados. A rotina de trabalho e estudos continuou em versão on-line, só que agora com vista para o mar. Balneário Camboriú (SC), com toda sua infraestrutura e natureza privilegiada, se tornou destino certo dos novos migrantes. A cidade do litoral catarinense conta com uma combinação irresistível para quem procura imóveis na praia. Além de uma infraestrutura de cidade grande, ser considerada uma das mais seguras do Brasil segundo a Ranking Connected Smart Cities e pontuar como o segundo maior IDH (índice de desenvolvimento humano) do estado, Balneário Camboriú concentra os empreendimentos imobiliários mais badalados do momento. O município deve assumir o posto de metro quadrado mais caro do Brasil, desbancando Ipanema,
BALNEÁRIO CAMBORIÚ É DESTINO CERTO PARA QUEM QUER IMÓVEIS EXCLUSIVOS E DE ALTÍSSIMO PADRÃO À BEIRA-MAR
no Rio de Janeiro. O metro quadrado para imóveis em lançamento de frente para o mar é atualmente de R$ 33,5 mil e deve chegar a R$ 40 mil depois da revitalização da faixa de areia. VISTA 360
Na Barra Sul, está sendo construído o Yachthouse, o edifício residencial mais alto da América Latina, com 81 andares e apartamentos que variam de 254 a 900 m2 privativos. O empreendimento é da incorporadora Pasqualotto&GT, assim como o Vitra, outro edifício que está sendo erguido em Balneário Camboriú, com 61 andares, e apartamentos de 17m². O Yachthouse e o Vitra levam assinatura do renomado escritório de design Pininfarina (estúdio de design italiano responsável pelos projetos da Ferrari, Lamborghini, entre outros). O Yachthouse conta com vista 360 graus do mar e da Mata Atlântica, enquanto o
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HABITAT MERCADO Da FG Empreendimentos, detalhes do One Tower e do Grand Place Tower
Usam, sincil il ius acepe sum sus maion ratustio. Et volorit dem quoditi ommodis rehenissite naem et peribusdae sitatem ium queaa comnit eos su
Vitra tem área de lazer no topo do empreendimento, com vista de 360 graus da cidade. MARINA E HELIPONTO
A Mendes & Sibara Patrimonial, por sua vez, tem entre seus empreendimentos o Marina Beach Tower, residencial sustentável, dotado de moderno sistema para utilização de energias renováveis, arquitetura autoral, além de marina privativa e heliponto exclusivo para moradores homologado pela ANAC. O Marina Beach Tower é voltado para o Rio Camboriú, que leva lanchas e barcos de até 60 pés até o mar. A área de lazer tem 6.500 m².
COMPLEXO DE LAZER
Da Procave vem um dos empreendimentos mais conhecidos, o Brava Home Resort, que reúne áreas verdes, vista das montanhas e do mar e um comple-
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xo de lazer com brinquedoteca, pista de skate, salão de beleza, espaço zen, cinema, spa, piscinas, quadra poliesportiva, bar molhado, salão de festas e uma praia artificial. As unidades prontas para morar vêm mobiliadas, equipadas, decoradas e climatizadas. ARQUITETURA
A FG Empreendimentos, que figura no Ranking INTEC como uma das 30 maiores construtoras do Brasil, realizou o pré-lançamento do Grand Place Tower. O empreendimento terá 42 pavimentos, contando com dois apartamentos por andar e mais de 170 m² privativos. A área de lazer segue a tendência de club house, com 16 espaços equipados com mobiliário de alto padrão e utensílios, decorados e climatizados. E, entre os diferenciais arquitetônicos, uma abertura estilo “claraboia”, chamado de Sky View, inspirada no Empire State Building na cobertura.
O Brava Home Resort, da PROCAVE, reúne área verde, vistas para montanhas e mar, além de complexo de lazer
Marina Beach Tower, da Mendes & Sibara, tem arquitetura autoral, Marina e heliponto exclusivos
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HABITAT MERCADO TEMA
DE CARA NOVA MASTERPLAN DESENVOLVIDO PELO ESCRITÓRIO JAIME LERNER TRATA DESDE A REESTRUTURAÇÃO URBANA ATÉ PROJETOS DE IDENTIDADE CULTURAL
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Detalhes do projeto do Parque da Orla
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alneário Camboriú vai mudar e isso faz parte de um grande projeto de urbanização desenvolvido pelo escritório Jaime Lerner. Desde o ano passado, o masterplan vem sendo elaborado e, agora, acaba de ser apresentado pela Prefeitura do município. Segundo Valéria Bechara, arquiteta, urbanista e sócia-fundadora do escritório Jaime Lerner Arquitetos Associados, o projeto tem por objetivo apoiar a construção de uma nova visão de futuro para
Balneário Camboriú. O plano tem duas vertentes: uma de estruturação urbana de fato, considerando o ordenamento territorial, a conectividade, o meio ambiente e a identidade; e outra de projetos estratégicos específicos, mais conceituais e que valorizem o meio ambiente, os aspectos históricos e culturais, para criar o sentido de pertencimento e consolidação da identidade dos moradores. “O meio ambiente e a identidade cultural são imperativos categóricos a qualquer reestruturação
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HABITAT MERCADO
Cenas de como vai ficar o Museu Arqueológico das Laranjeiras
urbana, eles são prioridade a qualquer ação, portanto sempre entendemos que eles são como ativos ao desenvolvimento urbano sustentável”, comenta. O bairro da Barra, por exemplo, guarda remanescentes das primeiras ocupações deste território litorâneo, com atividades de vitalidade singular, como comunidades ribeirinhas, vila de pescadores e a igreja mais antiga do Município. “O futuro do bairro deve passar por propostas de desenho urbano e desenvolvimento de novos negócios que garantam a manutenção desse
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ofício e a prosperidade de pescadores e suas famílias.” Para a praia central de Balneário Camboriú duas grandes ações foram tomadas – o alargamento da faixa de areia e projetos paisagístico para a orla, que alia soluções ambientais, como macrodrenagem e recuperação da vegetação de restinga, à visão socioeconômica, com propostas para a permanência do pequeno comércio, assim como de reserva de espaços para promover e receber grandes eventos esportivos, culturais e de negócios.
HABITAT TRIBUTO TEMA
JAIME DE CURITIBA
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uritiba não tinha mar. Jaime Lerner fez o Parque Barigui. Fechou o calçadão da XV para que a cidade tivesse um passeio como das grandes capitais internacionais. Levou as indústrias para a CIC. Criou novo sistema de coleta de lixo para que “o lixo que não é lixo” tivesse descarte correto. Curitiba é como é por causa dele e entrou no mapa do mundo graças a suas obras. O arquiteto e urbanista, de 83 anos, faleceu em maio Lerner tinha um olhar apurado para a essência. Suas obras não eram mirabolantes, eram certeiras. “Ele via a cidade e sabia exatamente o que estava faltando, o que precisava ser feito e como fazer. Nós olhávamos e não víamos nada”, brinca o amigo jornalista e escritor Dante Mendonça. E é por isso que o arquiteto faz tanta falta a Curitiba já faz tempo. “Escrevi uma vez um texto que falava sobre a gordura do Jaime Lerner e como ela ainda sustenta o planejamento urbano de Curitiba desde os anos 1970. É um fenômeno a ser estudado”, comenta. O engenheiro Jaime Lechinski, que acompanhou Lerner por toda a vida, relembra, nas frases curtas do arquiteto, o pensamento prático e inspirado. “‘A cidade é o cenário do encontro’, ao pregar a convivência das
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COM O OLHAR E O DESENHO VOLTADOS PARA AS CIDADES DO FUTURO, O ARQUITETO REVOLUCIONOU CURITIBA E COLOCOU EM PAUTA A DIVERSIDADE, A MOBILIDADE E A SUSTENTABILIDADE
Jaime Lerner e suas obras: Museu Oscar Niemeyer, Jardim Botânico e vista do alto da Universidade Livre do Meio Ambiente
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HABITAT TRIBUTO TEMA
funções urbanas e das diversas classes sociais. ‘O automóvel é a sogra mecânica’, para dizer que o transporte individual é inerente ao homem, mas a prioridade deve ser do transporte coletivo. ‘Pensar o ideal, fazer o possível já’, para enfatizar a urgência do encaminhamento das soluções urbanas. Fazendo o possível já, transformou o ônibus em metrô de superfície, numa fração do termo de implantação e dos custos deste , um sistema hoje adotado por mais de 200 cidades no mundo.” DESENHANDO
Jaime criava todos os dias. Andava com um caderninho onde tomava notas, desenhava, registrava alguma ideia. “Depois ele vinha conversar e pedia para transformar aquilo em desenho. Nem sempre nós do escritório entendíamos o que ele queria dizer. Discutíamos, pensávamos na viabilidade e, por vezes, muito tempo depois é que aquilo fazia sentido para nós. O Jaime sempre esteve à frente do seu tempo”, comenta Felipe Guerra, um dos sócios do escritório Jaime Lerner e Arquitetos Associados. Sua história de vida se confunde com a de seu maior projeto: a cidade de Curitiba. “Ele foi estudar em Paris e trouxe para cá o frescor do urbanismo, da discussão sobre a cidade, sobre como deveriam ser as cidades do futuro - boas para pessoas e não só para os carros. Monta o IPPUC, vira prefeito, governador. Ele pode não estar mais aqui, mas vive com Curitiba, pois tudo o que conhecemos tem a ver com ele: o Barigui, a Uni-
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livre, a pedreira, a feirinha hippie, a Ópera de Arame, o Teatro do Paiol, o Conservatório de MPB, o sistema de transporte como a gente conhece, com canaletas e um plano diretor que permite prédios mais altos perto das vias de ônibus, para dar conta da densidade humana e estimular o comércio”, explica Guerra, lembrando os mantras de Jaime - mobilidade, sustentabilidade, identidade, respeito às origens, diversidade e coexistência. ASSINATURA
“Curitiba tem cinco gênios que não precisariam assinar suas obras - estão presentes em seus DNAs: Poty, Lerner, Leminski, Dalton Trevisan e Zilda Arns. A assinatura de Lerner, assim como do quarteto que o acompanha, é dispensável, mas sua obra é e será sempre reconhecida pelo mundo”, comenta o jornalista e escritor Nilson Monteiro. Ele relembra seus encontros para o livro e as caixas de anotações, poesias e desenhos deixados pelo arquiteto. “Lerner, governador, e eu, ghost writer de um de seus livros, portanto com conversas constantes, principalmente no Chapéu e no seu escritório. Me deu pacotes de poemas. Li e tasquei: ‘temos de publicá-los, há muitos que são ótimos’. ‘Nilson, isso é para depois, vamos tratar do que estabelecemos como prioridade agora. As cidades também devem ser assim: primeiro, as prioridades, não dá para fazer tudo de uma vez nem ficar arquitetando besteiras’. Gargalhávamos - seu recado também tinha um endereço político”, lembra.
Em preto e branco, cenas do calçadão da Rua XV e, colorido, o Teatro do Paiol
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HABITAT MEMÓRIA
GIGANTE MODERNISTA PAULO MENDES DA ROCHA, UM DOS MAIS IMPORTANTES ARQUITETOS DO BRASIL, PERSEGUIA A DIMENSÃO PLURAL E COLETIVA EM SUAS OBRAS
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PINACOTECA DE SÃO PAULO Construído na última década do século dezenove para abrigar o Liceu de Artes e Ofícios, o prédio que abriga a Pinacoteca de São Paulo passou por reformas em 1905 e, em 1998, foi desenvolvido por Paulo Mendes da Rocha uma obra de adequação do edifício às necessidades técnicas e funcionais. Duas operações ficaram bem evidentes na reforma da edificação. A rotação do eixo principal de visitação, que foi possível graças à manobra sutil de cruzar as pontes com os espaços vazios dos pátios internos. Outra foi a instalação de claraboias que recobrem os pátios internos, o que protegeu as estruturas e trouxe luminosidade.
U
m dos últimos gigantes da arquitetura nacional, Paulo Mendes da Rocha tinha os olhos voltados para o espaço público, que permitisse os encontros e a vida coletiva. Arquitetura, segundo ele, não é para ser vista, mas para ser vivida. Coisa da formação, afinal, ele era um dos representantes da geração dos modernistas da Escola Paulista, que teve Vilanova Artigas à frente do movimento, marcado pelo discurso social, pela ênfase na técnica construtiva, pela adoção do con-
creto armado aparente e pela valorização da estrutura. O arquiteto capixaba, que formou uma geração de profissionais centrados nas cidades, faleceu em maio. Ele recebeu prêmios internacionais na arquitetura, como um Leão de Ouro de Veneza, o Prêmio Imperial do Japão, uma Medalha de Ouro da União Internacional dos Arquitetos e um Pritzker - o prêmio de arquitetura mais importante do mundo. Fora ele, só Oscar Niemeyer. Paulo Mendes da Rocha via nas cidades a maior riqueza. Explicava que no chão não deveriam haver casas nem escritórios. Esses seriam verticalizados e adensados, para que, embaixo, a vida seguisse seu curso normal, as pessoas andassem de transporte públi-
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SESC 24 DE MAIO (SP) O projeto de Paulo Mendes da Rocha recuperou e transformou um antigo imóvel do centro da cidade. Entre as mudanças, a criação de uma praça sob o edifício existente, com caráter de galeria de passagem livre; transformação do antigo subsolo de garagem em Café e Teatro; criação de um novo sistema de circulação vertical; criação de uma praça na cobertura, com piscina; mudança na fachada de forma a expor as atividades realizadas no interior do prédio e se relacionar com a cidade.
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co, fossem ao mercado, à livraria, ao cinema, tomassem café. “Eu digo que o objeto supremo da arquitetura é amparar a imprevisibilidade da vida. Se eu sei que o metrô passa no mesmo lugar a cada três minutos, eu não tenho pressa de encontrar meu amigo. Eu vou no botequim tomar uma cerveja. Isso está ligado à liberdade das decisões. É uma vida ativa altamente criativa. Outra resposta: qual é o objeto da arquitetura? É permitir que conversemos”, publicou certa vez. Defendia o uso racional da natureza, de forma a permitir o melhor funcionamento da vida em grupo e torná-la habitável. Andava pensando até em expandir seus projetos para o espaço. Enquanto não acontecia, o arquiteto sugeria, por exemplo, a navegabilidade dos rios brasileiros. “Depois de projetar tantos edifícios em concreto e aço, meu pai foi projetar galáxias com as estrelas!”, escreveu o filho Pedro Mendes da Rocha nas redes sociais. A seguir, conheça algumas de suas obras mais emblemáticas.
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HABITAT MEMÓRIA
MUSEU NACIONAL DOS COCHES (PORTUGAL) Museu dos Coches, na região de Belém, em Lisboa, Portugal, inaugurado no início do ano: espelho d’água reflete a luz natural que entra pelos domos e simplicidade dos volumes contrasta com a complexidade do entorno histórico.
MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA (SP) O projeto original de Paulo Mendes da Rocha e Pedro Mendes da Rocha prevaleceu como partido da reforma, portanto, as grandes intervenções concebidas anteriormente no edifício, assim como o próprio conceito, foram mantidos. Entre as novidades, está a integração com a Estação da Luz, que se tornará mais permeável visual e fisicamente. Outra foi a introdução de quatro elevadores nas torres, que remite uma visita ao museu mais livre.
MUBE (SP) O Museu Brasileiro da Escultura não emerge do espaço como uma caixa fechada. Suas fachadas se desdobram em múltiplos planos e seus dois pavimentos formam duas praças. Na parte mais baixa do terreno, a praça de entrada é revestida com mosaico branco, que se contrapõe ao concreto. Na mais alta, um espelho d’água no ângulo extremo do lote, recorta o piso da praça superior. As dependências subterrâneas contêm grandes salões para exposições, rampas, escadas e aberturas zenitais e laterais que oferecem luz natural ao interior da construção. Na parte externa, paisagismo de Burle Marx.
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HABITAT CIDADE
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HABITAT CIDADE
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ra começo do século passado e Curitiba andava no ritmo das carroças, que vinham do Centro, passavam pelo Batel e seguiam para o interior do Paraná, escoando a produção de erva-mate. Ao lado da via principal, chácaras e bosques foram sendo loteados e virando zona residencial. Nascia o Bigorrilho, bairro que recebeu levas de imigrantes, principalmente eslavos, e viveu vida pacata por muito tempo. É um bairro grande, que vai da Praça Espanha, até a Campina do Siqueira, segue ladeando o Parque Barigui, passa pela Praça da Ucrânia até chegar na Praça 29 de Março. A caminhada é boa, cheia de relevos e uma coalizão pacífica entre as gerações das casas de madeira e os prédios cool de alto padrão, com design autoral, tecnologia de ponta e soluções sustentáveis, que se achegam ao Bigorrilho justamente por esse perfil acolhedor.
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Segundo o arquiteto e professor Fábio Domingos, o Bigorrilho assistiu até os anos 1980 ao processo de verticalização e ganhou um trio de vias expressas a Padre Anchieta, com a canaleta de ônibus, a Padre Agostinho e a Martim Afonso. Depois, viu outros bairros mais distantes ganharem notoriedade. De uns anos para cá, as áreas próximas ao Centro voltaram a ser procuradas e, com elas, o Bigorrilho. Os arredores da Praça da Espanha, por exemplo, foram impactados com esse movimento e acabaram vivendo um processo de gentrificação, quando se altera a dinâmica da composição do local, mudando o tipo de comércio e até o estilo das construções. O detalhe é que o bairro não explodiu em arranha-céus nem se manteve fiel às casas. Ele cresceu, apareceu, mas arrebatou empreendimentos nem tão grandiosos, mas fiéis ao conceito de bem-estar, de viver cercado de áreas
Parque Barigui, Praça da Estanha e vista aérea do Bosque da Copel
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HABITAT CIDADE
verdes e de se estar a um pulo do Centro da cidade. Isso, aliás, remonta o conceito do Five Minutes City - Architecture and [im]mobility, apresentado em uma publicação derivada de um fórum internacional para jovens arquitetos organizado, nos anos 2000, pelo Instituto Berlage em colaboração com a Fundação Mies van der Rohe (Barcelona) e o Institut Français d’Architecture (Paris). A arquiteta e parceira do MVRDV de Rotterdam, Winy Maas, pediu aos participantes que redesenhassem as cidades de Rotterdam e Nova York de forma que tudo estivesse acessível em
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cinco minutos. Uma série de questões importantes surgem daí: planejamento urbano, transporte, acessibilidade, meio ambiente, áreas comuns de convivência e qualidade de vida. Aplicando o mesmo conceito por aqui, o Bigorrilho é só um bairro, mas extremamente funcional e que possibilita o ir e vir, o ficar e o resolver qualquer coisa a cinco minutos de onde estiver. Ele tem transporte público e vias rápidas até o Centro, comércio e serviços de qualidade, áreas verdes, praças, feiras e o mundo a seus pés.
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UM GIGANTE PRONTO PARA MORAR
ARBO CABRAL:
HABITAT PUBLI MDGP
RESIDENCIAL TRAZ PARA CURITIBA UMA NOVA GERAÇÃO DE PRÉDIOS INTELIGENTES, QUE ALIAM TECNOLOGIA, SUSTENTABILIDADE E ALTA QUALIDADE
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esde que nasceu, o Arbo Cabral provocou uma mudança na paisagem do bairro. Pelo projeto já se sabia que a partir deste empreendimento seria tudo diferente: a arquitetura autoral proposta por José Smolka, suas linhas contemporâneas, as novidades tecnológicas e a sustentabilidade postas em prática. Com o Arbo pronto desde dezembro de 2020, o impacto visual se confirma e traz para o mercado imobiliário de Curitiba uma nova geração de prédios inteligentes, em que tecnologia e qualidade de projeto e de construção viram atributos necessários do bem viver. FACHADA
De longe, o Arbo Cabral é um gigante, que atualiza o skyline da cidade com sua arquitetura inovadora. Mas é um detalhe artístico que só se vê de perto, que vem se destacando entre os passantes da rua São Pedro. O painel instalado em frente ao empreendimento, projetado pelo Escritório Burle Marx, tem chamado tanta atenção, que muita gente acaba parando para admirar e tirar fotos. Segundo o arquiteto Júlio Ono, sócio do escritório junto de Isabela Ono e Gustavo Leivas, o painel é um elemento marcante e atemporal, constituído por formas sinuosas e geométricas, que se contrapõe às linhas mais retas do projeto arquitetônico do prédio. O escritório, aliás, mantém uma das principais características dos paisagistas Burle Marx e Haruyoshi Ono, que buscavam soluções artísticas e personalizadas para os espaços naturais, recriando a harmonia e a beleza por meio de formas orgânicas e geométricas. Tudo
feito com plantas, caminhos e elementos artísticos. Outro quesito que vem se destacando no Arbo Cabral é a iluminação da fachada do prédio. Ao contrário da iluminação natural, mais uniforme, o projeto luminotécnico, assinado por Regina Bruni, exalta a volumetria da construção pelo contraste da luz e da sombra e, desta forma, ajuda a valorizar e reforçar a arquitetura e os detalhes do prédio. Além da questão estética, a iluminação da fachada do Arbo é automatizada, de modo evitar desperdício de energia e reforçar seu caráter sustentável e contemporâneo. INTERIORES
As áreas comuns do Arbo Cabral assinado por Fernanda Cassou contam com materiais naturais, como o mármore da Michelangelo Mármores, para conseguir um efeito sofisticado e cheio de personalidade. Entre outros destaques do projeto estão os móveis assinados da Simmetria Ambienti, peças de design da Oda Desig Club e obras de arte de Eduardo Bragança e Cleverson Oliveira.
EDIFÍCIO VERDE
O Arbo Cabral recebeu a certificação OURO pela Green Building Council Brasil, referência nacional em construção sustentável, conforme diretrizes estabelecidas pelo selo GBC Brasil Condomínio. Na pŕatica, isso significa que o Arbo atendeu a uma série de exigências técnicas que vão desde redução de resíduos e emissão de gases poluentes durante a obra, até a criação de ambientes mais saudáveis e produtivos para os moradores.
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HABITAT MERCADO UMA NOVA L’ESPACE Dois edifícios residenciais serão lançados neste ano em Curitiba pela incorporadora L´Espace, que também vai apresentar ao mercado sua nova marca. Os projetos levam a assinatura dos arquitetos Marcos Bertoldi e Angelo Bucci e inauguram uma estratégia de construção inteiramente concebida a partir das necessidades dos futuros moradores. Segundo Alexandre Dely, um dos empresários à frente da L´Espace e filho do arquiteto Rafael Dely, o novo empreendimento foi pensado para abraçar os moradores em suas pequenas necessidades diárias, além de estabelecer uma relação direta com a cidade. A incorporadora se debruçou sobre a pesquisa de design “Nova forma de morar”, realizada em 2020 pela Commcepta Design, com a colaboração do etnógrafo inglês Siamack Salari e da antropóloga americana Natalie Nixon. Com base em entrevistas qualitativas e de observação, feitas para conhecer o perfil do novo consumidor, o estudo revelou mais atenção a segurança, conforto e flexibilidade no morar do que em tendências de mercado. O estudo permitiu clarificar e orientar o desenvolvimento dos empreendimentos, com foco nas pessoas e não em tendências de mercado, além de orientar o desenho da nova marca e o reposicionamento de mercado: L´Espace - Espaços Humanos.
BOAS VENDAS O mercado da construção civil continua em alta no Brasil, mesmo em meio à crise causada pela pandemia. O segmento de imóveis residenciais de alto padrão é um dos segmentos que não sentiram os impactos. Prova desse bom momento é a entrega de mais um empreendimento de alto padrão da A.Yoshii em Curitiba, com 100% das unidades vendidas. O segundo empreendimento da construtora na capital paranaense, o Maison Legend Ecoville mudou a paisagem do bairro, que é um dos mais desejados pelos curitibanos, atualmente. Com apartamentos de 272 m² e cobertura de 422 m², o Maison Legend Ecoville possui 38 pavimentos, sendo no total 31 apartamentos. O projeto arquitetônico proporciona funcionalidade e sofisticação, aliado a um design moderno e imponente. As unidades serão entregues com diversos itens de acabamento, como aspiração central, banheiros com assento eletrônico na suíte master e piso aquecido. O projeto arquitetônico é assinado pelo escritório Baggio Schiavon Arquitetura e as áreas comuns pelo escritório Jayme Bernardo Arquitetura & Design.
TRANSFORMAÇÃO URBANA O arquiteto Geraldo Pougy, um estudioso em planejamento urbano, design de políticas públicas e inovação em governos, fez um profundo mergulho de cinco anos no tema da transformação urbana de Curitiba e, agora, acaba de lançar “Curitiba: Urbanismo Essencial”, um livro de 184 páginas, editado pela Insight Editora, materializado através de campanha de financiamento coletivo. O objetivo deste livro é apresentar a forma de trabalhar adotada pelo grupo de arquitetos e funcionários públicos – chamado de Grupo de Curitiba – que empreendeu uma das mais
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notáveis transformações urbanas do mundo no final do século 20. O interesse da pesquisa não está nas obras e intervenções que realizaram, mas na forma como administraram a prefeitura de Curitiba nas sucessivas gestões. O livro é dividido em quatro partes: A vontade política, A visão solidária, A visão estratégica e Praxis curitibana.
c u r i t i b a . p r. g o v. b r
Manter o distanciamento é ser
consciente Higienize as mãos Distanciamento seguro Use máscara Evite aglomerações
Se proteger e manter a distância de pelo menos um metro e meio é uma forma de carinho. Vamos superar juntos esse momento. Na nossa nova realidade e rotina, cuidar um do outro é ser humano.
Curitiba. Orgulho de ser.
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HABITAT MERCADO
MERCADO EM ALTA
Dados do índice Fipezap apontam que em abril, o preço dos imóveis residenciais à venda subiu 0,30%. O preço médio por metro quadrado em São Paulo, capital, por exemplo, ficou em R﹩9.464, no Rio de Janeiro R﹩9.518, Fortaleza R﹩5.920 e Manaus R﹩5.162. O aumento no preço médio nos últimos 12 meses foi de 4,10%, ficando abaixo da expectativa do IPCA (6,77%). Mas a tendência com a Selic subindo é que os preços também se
elevem. Um levantamento realizado pelo Homer, plataforma que oferece soluções tecnológicas aos corretores de imóveis de todo o Brasil, revelou que a maioria dos consumidores (32%) está disposta a desembolsar de R$ 250 mil a R﹩400 mil em um imóvel; 21% pretendem pagar no máximo R﹩250 mil, 20% de R﹩400 a R﹩600 mil, 11% de R%600 mil a R﹩900 mil, e 16% mais devem investir mais de R﹩900 mil em uma propriedade.
AÇÃO SOCIAL
A GT Building acaba de anunciar seu novo empreendimento residencial de altíssimo padrão, o Casa Milano. A convenção de lançamento, realizada em formato digital, contou com a participação de 1,5 mil corretores de imóveis de Curitiba. Para comemorar o sucesso do evento, a incorporadora promoveu a doação de 1,5 tonelada de alimentos e mais de 500 itens de higiene e limpeza para projetos sociais da capital paranaense e de Fazenda Rio Grande, na Região Metropolitana.“A ideia inicial era doar 1kg de alimento por participante da convenção virtual, mas o lançamento do Casa Milano superou nossas expectativas e acabamos ampliando a proposta. Foi a forma que encontramos de agradecer o engajamento dos corretores e contribuir com famílias em situação de risco, principalmente aquelas que passaram por um agravamento das dificuldades devido a pandemia”, explica a gerente de Marketing da GT Building, Fernanda Viana. As doações foram destinadas a duas iniciativas sociais. o Projeto Transformação, que atende cerca de 8 mil pessoas na Vila 29 de Outubro, no Caximba, em Curitiba, e, em Fazenda Rio Grande, os materiais foram entregues à Ação Social Eliaquim.
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HABITAT TEMA PUBLI IDEE
IDEE ATUA NA VALORIZAÇÃO DA CULTURA LOCAL
1.
A INCORPORADORA INVESTE EM TALENTOS CURITIBANOS OU COM ATUAÇÃO NA CIDADE EM SEU NOVO EMPREENDIMENTO AO LADO DO MON
A
IDEE vem sendo cada vez mais reconhecida como a incorporadora que valoriza a cultura local. De fato, entendemos como parte do nosso trabalho desenvolver a nossa cultura por meio da aquisição, contratação e propagação do trabalho de arquitetos, designers e artistas daqui. Mas também entendemos como sendo muito rica a vinda de profissionais de outras cidades para atuar em Curitiba. Acreditamos que eles trazem para cá a sua experiência 2. e levam daqui a nossa produção. Imagina que legal se o grande Arthur Casas começar a usar peças de designers de Curitiba em seus projetos Brasil afora, após ter sido apresentado a essas peças ao atuar em um projeto aqui. De volta ao entendimento de que faz parte do nosso trabalho valorizar o trabalho local, esta ideia parte de duas grandes crenças: A primeira é de que acreditamos que os artistas são as grandes antenas e faróis da nossa sociedade. São eles que captam e apontam, em primeira mão, movimentos importantes que estão acontecendo em nossas vidas, mas que muitas vezes não nos damos conta. Precisamos deles para termos uma sociedade mais saudável e para compreen-
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der melhor nossos rumos. Como incorporadora, entendemos que a maneira de continuar a ter estes talentos-antena por perto é, justamente, adquirindo e divulgando o trabalho deles. A segunda grande crença é de que, como sociedade, é muito benéfico termos o reconhecimento de uma cultura comum, que traga o sentimento de pertencimento aos nossos cidadãos. Este sentimento nos ajuda a termos mais empatia com os outros, a confiarmos mais no próximo e a colaborarmos em comunidade para um objetivo comum. A arte nas praças e ruas, além de encantar e inspirar, traz estes dois grandes benefícios. Por sorte, vivemos em uma cidade em que o poder público entendeu e colocou em prática essas ideias, principalmente, por meio do trabalho do arquiteto Jaime Lerner e do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (IPPUC). Essas são ideias que, à primeira vista, não parecem ser passíveis de serem postas em prática pelo setor empresarial. Mas na IDEE entendemos que não podemos depender somente do poder público para o desenvolvimento da nossa cidade e sociedade, afinal, somos nós incorporadoras que realmente construímos e moldamos grande parte do nosso espaço ur-
4. 3.
5.
6.
1. Eliane Prolik, 2. Juliana Stein, 3. William Santos, 4. Andre Mendes, 5. Pedro Amin, 6. Andre Nacli
bano. Sendo assim, levamos a atividade de incorporação com enorme responsabilidade. Temos a real vontade de melhorar a qualidade de vida na cidade e, neste sentido, temos buscado edificar projetos mais amigáveis e valorizar talentos locais. Para o nosso mais recente projeto, o Jardim, contratamos dois jovens e talentosos escritórios de arquitetura de Curitiba: Arquea Arquitetos e BST Arquitetura. Selecionamos peças de designers que atuam aqui, como Leandro Garcia, Marcelo Caruso, Lucas Bond e DSGNSELO. E ainda para este projeto, que fica ao lado do Museu Oscar Niemeyer, adquirimos seis obras de artistas que produzem aqui, são eles: Eliane Prolik, Juliana Stein, André Mendes, André Nacli, Willian Santos e Pedro Amin. Estamos muito orgulhosos e felizes com estas aquisições, pois elas representam uma parcela relevante da produção de arte contemporânea na cidade. É importante para nós saber que elas farão parte das vidas de muitas pessoas. É importante também o fato de que os compradores do Jardim serão também proprietários destas obras, o que esperamos, os façam refletir sobre as mensagens que elas trazem. Almejamos também que o sentimento de serem donos de um tesouro em comum possa ajudar os futuros moradores a colaborarem e se relacionarem melhor, e até quem sabe, despertar a vontade de continuar adquirindo obras de arte, fomentando este ciclo tão benéfico para nossa sociedade.
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HABITAT MUNDO
TODOS OS TEMPOS DE MOSCOU DA BASE BIZANTINA E DO CONSTRUTIVISMO SOVIÉTICO AO RENASCIMENTO DA ARQUITETURA RUSSA. EMBARQUE NESTA VIAGEM GUIADA PELA ARQUITETA FRANCIS MEISTER
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O Kremlin em destaque e, nesta página, arranha-céu no estilo stalinista
E
la não seguiu as escolas arquitetônicas clássicas europeias. Fez caminho próprio, na forma e no conteúdo. A base bizantina de Moscou flertou com um renascimento nacionalista, dividiu espaço com o construtivismo soviético, um quê de modernismo e o classicismo monumental, até, mais recentemente, se render às maravilhas da arquitetura contemporânea. A Revista Habitat convidou a arquiteta Francis Meister, que foi escavar suas raízes na capital russa e aproveitou
para desvendar as forças que marcam, moldam e redesenham a cidade. Moscou é uma cidade pulsante, feita de avenidas largas, prédios tradicionais misturados à nova arquitetura e muita história. Em 2011, teve início por lá o movimento de transformação urbana de ruas e espaços públicos, visando fazer de Moscou uma das principais megacidades do mundo. “My Street” é um programa do governo de Moscou que prevê a criação de cerca de 50 quilômetros de novas zonas
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de pedestres no centro e periferia da cidade, além de resolver problemas de estacionamento, renovar fachadas, reparação de calçadas e passarelas com áreas delimitadas para transportes públicos, carros, ciclistas e pedestres. O projeto conta com o trabalho de 17 escritórios de arquitetura russos e estrangeiros. As novas construções estão mudando o perfil da cidade, que vem misturando as tradicionais obras bizantinas com outras supercontemporâneas e de geometrias inusitadas. Basta um passeio pelo centro econômico para ver a arquitetura moscovita renascendo, crescendo e prosperando.
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Como exemplo dessas mudanças, que estão transformando a capital em um imenso canteiro de obras, está o Parque Gorki para cultura, lazer e esportes e que abriga o Museu de Arte Contemporânea Garage. Até as famosas e clássicas estações de metrô de Moscou estão passando por mudança. Essas verdadeiras galerias de arte, com escadas rolantes imensas e decoração suntuosa, estão em funcionamento desde os anos 1930 e, agora, vão ganhar a companhia de nove novas estações, sendo uma delas com projeto do escritório Zaha Hadid Architects. Entre as tradicionais, está a Konsomolskaya, de 1952, um símbolo do império sta-
O novo centro econômico de Moscou
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HABITAT MUNDO Projeto da estação de metrô feito pelo escritório de Zaha Hadid, e Parque Gorki para cultura, lazer e esportes e que abriga o Museu de Arte Contemporânea Garage
linista, com seus grandes lustres de bronze (lustres), arcos e colunas de mármore, além de painéis de teto com pinturas da história russa. Mas o marco arquitetônico moscovita ainda é a Praça Vermelha, com o Kremlin, igrejas, fontes, prédios do governo, teatros, palácios e jardins. A catedral São Basílio é a mais famosa dentro do Kremlin, com suas coloridas torres e abóbadas inspiradas nas chamas de uma fogueira subindo ao céu.
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Ao lado do Kremlin, fica o Gum Mall. o shopping center mais luxuoso da Rússia. No século 16, a construção pegou fogo, foi revitalizada no século 19, ganhando telhado de vidro e aço, e virou um mercado, que, durante a era soviética, virou escritório do governo. Privatizada, a construção hoje conta com a operação de restaurantes, lojas de marcas locais e internacionais, além de supermercado.
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ARTE E LETRA Com uma mistura de livraria, café, editora e laboratório gráfico, a Arte & Letra mudou de casa e manteve a alma literária e artística. A arquitetura industrial e a decoração minimalista mostram que quem manda por lá são os livros. Aproveite a experiência e tome um café vendo os lançamentos ou relendo um trecho do seu livro preferido. Rua Desembargador Motta, 2.011, Batel
BELVEDERE Símbolo do art nouveau em Curitiba, o Palácio Belvedere, ao lado das ruínas do São Francisco,foi restaurado depois de um incêndio e agora abriga a nova sede da Academia Paranaense de Letras e um café-escola do Sesc-PR. O cardápio é sucinto, mas um café por lá vale uma viagem pela Curitiba de outros tempos. Praça João Cândido, São Francisco.
BOTANIQUE É só entrar pela porta para se transportar para um oásis urbano, um espaço de bem-estar, que reúne a beleza e o frescor das plantas e arranjos elaborados pela Borealis e os sabores latinos e ambiente aconchegante do Negrita Bar. Tem drinque, tem café e tem refeições. Rua Brigadeiro Franco, 1.193, Centro
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LUCCA Aqui, a experiência é profissional. São tipos de cafés diferentes, torras especiais, métodos de filtragem, tem empório para a compra do grão preferido (torrado na hora), linha de acessórios e, aos mais aplicados, uma escola de cafés, para quem quiser fazer cursos, degustações e workshops. Além de tudo isso, todo dia tem pão fresco e artesanal saindo do forno. Alameda Pres. Taunay, 40, Batel
LUPITA O café do edifício Anita, aquele coberto de heras, mudou de dono. O chef Dudu Sperandio assumiu o Lupita Café Cuccina e trouxe para casa, além da carta de cafés, um saboroso cardápio com sanduíches, café da manhã com torrada com abacate e ovo pochê e granola com iogurte; no almoço e jantar com fetuccinne artesanal e saladas. Alameda Dr. Carlos de Carvalho, esquina com a Rua Ermelino de Leão, Centro.
PAÇO DA LIBERDADE O Paço da Liberdade já foi sede da prefeitura de Curitiba. O prédio de 1916, tombado pelo Patrimônio Histórico, foi restaurado pelo Sesc, virou centro cultural e ganhou um café supercharmoso. No cardápio, especialidades da escola de baristas do Sesc. Praça Generoso Marques, Centro
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HABITAT CAFÉS PRESTINARIA A família Prestinaria cresceu: além da loja do Bigorrilho e uma petit no Juvevê, a Prestinaria São Lourenço permite uma nova experiência. No mesmo espaço, funcionam a Orquidaria da Rosita, com loja de orquídeas, área verde e estufas, café e boulangerie. A Prestinaria São Lourenço também tem refeições e brunch aos domingos e feriados. Rua Mateus Leme, 3.440, São Lourenço
RAUSE Por lá, você senta à janela, lê o cardápio na parede, compartilha a água, o açúcar e curte um menu de cafés, drinques e comidas rápidas com muito prazer. A proposta é contemporânea e focada no que realmente importa: a qualidade do encontro - entre você e seus amigos, você e seu café, você e a comida, você e a cidade. Alameda Dr. Carlos de Carvalho, 696, Centro
THECOFEE O The Coffee trouxe para Curitiba um sistema take away diferente. Uma arquitetura minimalista, voltada exclusivamente para esse modelo grab and go, onde o cliente faz o pedido em um tablet de autoatendimento. O cardápio é pensado de uma maneira que agrade diferentes gostos. Puristas, que não levam nenhuma adição de essências, e os saborizados, gelados e quentes. É um cardápio simples, mas completo. Em Curitiba já são 19 lojas.
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HABITAT OPINIÃO CRISTIANO VIANA
O MERCADO IMOBILIÁRIO PÓS-PANDEMIA POR CRISTIANO VIANA
CASAS DE CAMPO OU PRAIA
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pandemia do novo Coronavírus provocou alterações drásticas na economia do Brasil e do mundo. Mas, na contramão, o mercado imobiliário vive um crescimento peculiar. Antes da pandemia, a previsão para 2020 era que o setor crescesse 20% comparado ao ano anterior. Não chegou a isso, mas não deixou de crescer. Para 2021, as perspectivas continuam animadoras, principalmente com a chegada da vacina, retomada da economia e a manutenção das taxas de financiamento atrativas. Como mais gente passou a ficar em casa por mais tempo, a busca por imóveis maiores, mais confortáveis, com área verde, vista e espaço para pets aumentou. Vamos às tendências do setor imobiliário que vieram para ficar. HOME OFFICE
Muitas empresas tiveram que suspender suas atividades no escritório e colocar as equipes para trabalhar em casa. O lar virou lugar de trabalhar, descansar, comer e dormir. Com a mudança da rotina, os espaços dedicados ao home office tornaram-se mais valorizados.
Outra novidade impulsionada pela pandemia é a busca por imóveis distantes dos centros urbanos. Antes, casas de campo ou de praia eram utilizadas nos finais de semana ou férias. O isolamento social e o avanço das ferramentas digitais mudaram essas premissas, muitos profissionais perceberam que podem trabalhar tão bem, ou melhor, em suas casas do que nos escritórios, aliando produtividade e prazer.
SUSTENTABILIDADE E SAÚDE
A sustentabilidade era outro tema que já se encontrava em pauta nos últimos anos. A implantação, sobretudo nos novos empreendimentos, deve ser uma das principais tendências do mercado nos próximos anos. Outra preocupação das incorporadoras será a busca por certificações que atestem o comprometimento de seus empreendimentos na propagação da saúde e bem-estar dos moradores. A verdade é que a relação com os imóveis mudou durante a pandemia. O home office veio para ficar, as casas tiveram de se adaptar a isso e a tantas outras coisas. Bem-estar é o foco. Por isso, apartamentos garden e com varanda passaram a ser mais interessantes. Assim como tudo o que é capaz de oferecer mais conforto para vida em um ambiente agradável.
*Cristiano Viana é economista e sócio da SYM Imóveis
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HABITAT OPINIÃO GENINHO THOMÉ
FACHADAS – AS OBRAS DE ARTE DA ARQUITETURA MODERNA POR GENINHO THOMÉ
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oncebidas para dar um visual harmônico e uniforme, as fachadas deixaram de ser apenas as faces externas dos empreendimentos para se tornarem verdadeiras obras de arte. Uma verdadeira revolução ocorreu nos últimos 50 anos, unindo a tradição e a inovação da arquitetura. Até o século passado, as fachadas dos edifícios eram projetadas e desenvolvidas a partir das tendências mais conhecidas até então, seguindo os movimentos da arquitetura mundial. Predominavam no Brasil, projetos de fachadas de prédios sem quaisquer inovações ou ousadias técnicas, mas que cumpriam à risca sua função. A inspiração do movimento arquitetônico clássico Art Déco, surgido na França e que celebrava a modernidade e o progresso, se fazia presente nas fachadas dos prédios mais suntuosos. Alguns exemplos são os prédios da Central do Brasil, no Rio de Janeiro, o Edifício Garcez, em plena Rua das Flores, no centro de Curitiba, e os famosos Empire State e Rockfeller Center, em Nova Iorque, nos Estados Unidos. Todos ícones deste movimento. Na sequência, os projetos se desenvolveram voltados à arquitetura neoclássica com fachadas na cor acinzentada, pórticos frondosos e minimalistas e os tradicionais gradis de ferro nas sacadas, uma tendência europeia. A maioria dos prédios residenciais de bairros nobres das principais
capitais brasileiras possuía essas características. É um estilo que se mantém até hoje para quem quer mostrar simplicidade e sofisticação, sem comprometer o visual. No final do século 20, a globalização transformou novamente a arquitetura e criou o estilo contemporâneo com fachadas mistas, que mescla vários elementos e abusa das formas assimétricas e cores neutras. A estética inovadora das fachadas passa a usar elementos que produzem uma sensação de fluidez e valorizam a vida moderna. É o caso do empreendimento Bosco Centrale, da GT Buiding, cuja fachada é toda verde e será o primeiro bosque vertical de Curitiba, uma inspiração do Bosco Verticale, de Milão. Os projetos ganharam a adesão dos tradicionais escritórios de design da indústria automobilística, como o italiano Pininfarina, incorporando as curvas e as peles de vidro, garantindo uma simbiose discreta entre a natureza, concreto e aço. A assinatura dos designers do PininFarina está nos empreendimentos da Pasqualotto&GT em construção na cidade de Balneário Camboriú – O Yachthouse, o mais alto da América Latina, e o Vitra. Cada vez que contemplo uma fachada, penso nas palavras do arquiteto, Oscar Niemeyer: “de um traço nasce a arquitetura. E quando ele é bonito e cria surpresa, ela pode atingir, sendo bem conduzida, o nível superior de uma obra de arte”. Sim, elas se tornaram verdadeiras obras de arte, símbolos da arquitetura contemporânea.
* Geninho Thomé é presidente da GT Company, holding que controla a GT Building, uma das maiores incorporadoras do Paraná, e outras quatro empresas.
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