REVIEW
S E R O D A C I F I L P M A S O D A L U V L VA
Por Ian Sniesko e Fernando de Freitas
Q
uando falamos de guitarra, é impossível não citarmos os amplificadores valvulados. Caracterizados por seu som único e analógico, tais equipamentos ditaram a história do rock’n’roll. Seja nos anos 50, com os Fender que pavimentaram o caminho, seja na década de 60, com os Vox da British Invasion, ou os enormes Marshalls setentistas. O som da saturação dos tubos de vácuo é uma constante na cultura da música de guitarra. Paulo Acedo diz que “o amplificador é a extensão do instrumento eletrificado, ele influi diretamente no timbre, faz parte do instrumento e do som que ele gera. O amplificador valvulado gera o timbre referência da guitarra elétrica desde a sua criação e que está em todos os discos há praticamente 80 anos”. Hoje em dia, mesmo com inúmeros avanços na tecnologia, os amplificadores valvulados continuam sendo a escolha de muitos músicos. O equipamento ainda é tema de discussões acaloradas entre guitarristas e entusiastas de plantão sobre até que ponto o saudosismo é justificado. Fato é que, apesar da qualidade de um timbre ser subjetiva, o amplificador de tubo sempre será um clássico. A maioria dos amplificadores valvulados atuais, sejam eles nacionais ou importados, seguem um ritmo de fabricação serial, ou próximo disso, utilizando as placas de circuito impresso,
e Os detalhes qu m do definiram o so ’roll rock’n
conhecido também como PCI. Ettore Mazzotti diz que “uma parcela muito pequena, conhecidos como hand made, ainda mantêm as clássicas e tradicionais montagem ponto-a-ponto (point-to-point ou PTP). Nós, aqui na Mazzotti, só trabalhamos com o sistema PTP. Fazemos questão de manter viva essa tradição e arte”. Já Acedo tem uma postura diferente: “Hoje há as duas coisas: construção moderna e construção antiga, que é oferecida como vintage e com preço maior. Na prática, em termos de resultado sonoro, não existe diferença pelo método de montagem”. Independente da forma de construção, uma coisa é certa: hoje existe uma facilidade de se encontrar a matéria prima para a construção dos equipamentos. Apesar de muitos desses componentes serem importados e existir um mercado grande a ser explorado no Brasil, a internet facilita encontrar os fornecedores. Porém, marcas como a Explend deixam claro: “Não há nenhum processo industrial na confecção e, por esse motivo, a produção é limitada”, Mazzoti ressalta. “Toda nossa produção é feita por encomenda. [...] manter estoque de todo nosso catálogo requer um caixa muito elevado, isso ainda não faz parte nossa realidade. Então atendemos um a um, entendemos a necessidade de potência, gosto por timbres [...]. Essas encomendas levam de 60
a 90 dias, dependendo do nosso fluxo de trabalho, das demanda de peças de terceiros e possíveis importações”. Acedo trabalha de forma semelhante: “Temos linhas de modelos de amplificadores e trabalhamos restritamente com elas. Fabrico por encomenda e tenho estoque de pronta entrega esporadicamente”. A exceção fica por conta da marca Pedrone que informa: “Nosso regime de fabricação é por lotes de produto, de acordo com a demanda de cada um. Durante a fabricação, recebemos muitos pedidos de compra e uma forma justa de priorizar aqueles que fizeram o pedido antes é abrir a compra no site do lote em fabricação. Desta forma garantimos a entrega dos produtos, seguindo a ordem dos pedidos realizados pelos clientes”.
VARIEDADE DE TIMBRES
Na busca do som ideal, muitos músicos optam por guitarras de luthiers, construídas com as especificações técnicas que mais lhe agradam e o olhar de um artesão para os detalhes que a linha de montagem industrial não permite. O mesmo ocorre com os amplificadores, cujo mercado de equipamentos artesanais ganha força a cada dia. “Nós estamos competindo com os industriais estrangeiros, não uns contra os outros”, disseram todos com quem a Revista 440Hz conversou.