PARADOXO DO COTIDIANO II

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Gerson de Sousa O que o jornalista faz hoje? Ele se mostra, dá uma melhorada no texto do produtor. Eu falo que produtor tem que ganhar mais do que repórter. O produtor entrega de mão beijada ao repórter. Na minha época, te dava pouco. Tinha que falar com fulano: o que está sendo discutido? Hoje você já chega com tudo mastigado. Pega uma pauta pra você ver. Sai com a pauta prontinha, até com a pergunta que vai fazer. (Entrevista, Sandra SATIKO, Dez. 2015)

Tudo mastigado, e determinação hegemônica do econômico passa a preponderar ao ponto de Sandra Satiko questionar onde está o jornalismo: Qual imagem você tem de sua formação e da universidade? A jornalista aposentada explica que não é com a sua historicidade que se deva preocupar. Mas com quem está cursando a universidade no presente. Você não sabe o que as pessoas tão esperando do curso. Eu acho que hoje se tem o melhor pra oferecer pra essa moçada. Parece o melhor. Eu me aposentei porque eu me desiludi com a profissão. Você vê jornalistas se vendendo um tanto, um merchandising tão grande, se vendendo, se convidando pras coisas. Que que é isso? O que tá acontecendo com esse povo? Vendendo marca. Marketing, o jornalismo tá virando marketing. De ganhar um convite pra poder almoçar em algum lugar e divulgar. Mimo não sei da onde, mimo não sei do que. Que eu pensei “gente, mas onde que vai parar, cade o jornalismo?”. (Entrevista, Sandra SATIKO, Dez. 2015)

A constatação na experiência vivida de que o jornalismo está se tornando uma peça de marketing é a angústia revelada por Sandra Satiko. Poderíamos discutir seus argumentos, mas o elemento fundamental é entender a discordância dela deste caminho. E os motivos saltam na realidade. A perda da sociabilidade na redação em que os repórteres discutiam e construíam juntos as matérias; a falta de criticidade das perguntas nas entrevistas dos jornalistas, que na prática mais reproduzem aquilo que já foi estabelecido pelo editor; a prostituição denunciada da área quando realiza determinado serviço e cobra aquém do que deveria com o único objetivo de aparecer. A jovem que não teve dúvidas de ingressar na carreira do jornalismo por referências da família, agora toma a decisão de interromper na família esse percurso no 62


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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

2min
pages 263-264

Considerações finais

7min
pages 257-262

A Maturidade da liberdade criativa na prática jornalística

42min
pages 229-254

Narrativas da Realidade: O gosto pelo Jornalismo

37min
pages 205-226

Capítulo 11

1min
pages 255-256

Os dilemas da emoção na arte de interpretar a notícia

37min
pages 181-202

A tensão da teoria na prática bruta do Jornalismo

36min
pages 157-178

A interrogação do eu provocado na produção de sentido

30min
pages 117-134

A narrativa em tempos de consciência histórica

28min
pages 137-154

Os incômodos da paixão na prática vivenciada no Jornalismo

39min
pages 63-86

Capítulo 4

2min
pages 87-88

Capítulo 5

1min
pages 115-116

Capítulo 6

0
pages 135-136

Capítulo 3

2min
pages 61-62

Capítulo 2

3min
pages 37-38

Agradecimentos

1min
pages 1-6

A produção de sentido do conhecimento

34min
pages 39-60

Capítulo 1

2min
pages 15-16

Justificativa

3min
pages 8-12

O desafio de lutar contra o tempo na produção de sentido

32min
pages 17-36

Metodologia

3min
pages 13-14
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