PARADOXO DO COTIDIANO II

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Paradoxo do cotidiano II

Talvez, talvez. Porque no dia a dia, a gente percebe que precisa evoluir. Por tudo que a gente falou a gente não pode ficar parado. Eu saí da faculdade já tem três anos, sempre procuro estar antenado, procuro ler, procuro estar por dentro do que acontece, novas técnicas, ouvir outras rádios que não sejam de Minas Gerais, isso é importante. Mas aquilo que eu falei: a formação teórica quando eu tive na minha graduação foi fundamental. E se tem oportunidade de melhorar porque não? De procurar mais conhecimento. Eu tenho um desejo que já penso que é voltar pra faculdade, mas do outro lado, não como aluno, mas talvez de ensinar aquilo que a gente aprendeu também, trazer outra visão, trazer outras histórias. Por que não? Também é uma forma da gente trabalhar enquanto jornalista. E é algo que as pessoas às vezes não pensam. (Entrevista, Matheus SILVA, Out. 2015)

Ser professor de jornalismo também é uma forma de a gente trabalhar enquanto jornalista. Eis aí o novo desejo de Matheus Malaquias. Como se dissesse para si mesmo: vou ser professor de jornalismo. E assim, o entrevistado ressignifica o seu passo inicial de estar na rua para fazer jornalismo, para o agora de estar na universidade. E coube a memória tornar relevante as referências que permitem a ele considerar que sua decisão é coerente com a história de vida. A metodologia e as aulas do professor de radiojornalismo então se efetivam como elemento primordial para se projetar no futuro. Mas há outros indicativos negativos que o levam neste retrabalhar a vida. Poderíamos aqui enumerar, mas vamos tratar dos elementos mais agudos. O primeiro é a consideração de que a realidade vivenciada pelo jornalista, na redação, faz com que a verdade, por vezes, não seja dita de forma clara ao público pelo interesse das grandes empresas. O segundo é que a preparação da pauta é simplificada diante da velocidade do tempo que exige divulgação prematuras. E terceiro, quando a vida do próprio sujeito tem de ser deslocada para segundo plano. Esses incômodos levam Matheus Malaquias a redefinir que já é tempo de procurar mais conhecimento. Não como aluno, mas agora como professor. Quem sabe assim será possível narrar outras histórias sem que a tranquilidade e a verdade sejam afetadas 89


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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

2min
pages 263-264

Considerações finais

7min
pages 257-262

A Maturidade da liberdade criativa na prática jornalística

42min
pages 229-254

Narrativas da Realidade: O gosto pelo Jornalismo

37min
pages 205-226

Capítulo 11

1min
pages 255-256

Os dilemas da emoção na arte de interpretar a notícia

37min
pages 181-202

A tensão da teoria na prática bruta do Jornalismo

36min
pages 157-178

A interrogação do eu provocado na produção de sentido

30min
pages 117-134

A narrativa em tempos de consciência histórica

28min
pages 137-154

Os incômodos da paixão na prática vivenciada no Jornalismo

39min
pages 63-86

Capítulo 4

2min
pages 87-88

Capítulo 5

1min
pages 115-116

Capítulo 6

0
pages 135-136

Capítulo 3

2min
pages 61-62

Capítulo 2

3min
pages 37-38

Agradecimentos

1min
pages 1-6

A produção de sentido do conhecimento

34min
pages 39-60

Capítulo 1

2min
pages 15-16

Justificativa

3min
pages 8-12

O desafio de lutar contra o tempo na produção de sentido

32min
pages 17-36

Metodologia

3min
pages 13-14
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