Uma maneira de resolver o paradoxo do amigo de Wigner seria supor que a consciência que reconhece, que escolhe a onda de possibilidade quântica e que cause o colapso dela seja unitiva, que por trás de nossa aparente individualidade e isolamento, existe uma unidade transcendente que é a Consciência. Assim, nós escolhemos, não em nosso estado comum de consciência enquanto ego; nós escolhemos, ao contrário, no estado incomum de Consciência Una.
As Duas Correntes Em 1927, dois dos maiores físicos do século passado, Niels Bohr e Albert Einstein, duelaram numa batalha intelectual sobre a Mecânica Quântica. A interpretação da Mecânica Quântica dada por Bohr, em termos de incertezas, colapsos etc., ficou conhecida como interpretação de Copenhague (cidade natal de Bohr). Postula que um sistema em superposição de estados se torna um ou outro quando uma observação acontece. Einstein passou a vida sem aceitar essa interpretação. Sua famosa frase “Deus não joga dados com o Universo”, era uma alusão feita ao seu desconforto para aceitar que os fenômenos da Natureza, em um nível fundamental, são governados por leis probabilísticas. Ele publicou um artigo, em 1935, juntamente com Boris Podolsky e Nathan Rose, hoje conhecido como o paradoxo de EPR (iniciais de Einstein, Podolsky e Rosen). A tese defendida neste artigo é que a mecânica quântica é uma teoria incompleta. Os autores afirmavam que as incertezas quânticas se devem ao fato não termos o conhecimento de todas as variáveis envolvidas no problema da medição quântica (variáveis ocultas), e não porque a Mecânica Quântica envolva probabilidade. Além disso, postula que as propriedades físicas dos objetos independem da sua observação, ou seja, o observador não interfere no experimento. Tal hipótese é chamada realismo, porque parte do princípio que as coisas existem na realidade, mesmo sem ninguém as observando. Ainda mais, para Einstein a medida de uma propriedade física realizada em um equipamento de laboratório não poderia influenciar a medida em outro equipamento, porque isso iria contra o princípio da localidade, no qual a interação entre dois objetos só pode ocorrer através da troca de sinais que não ultrapassem a velocidade da luz. Em 1964, John S. Bell procurou estabelecer um critério que pudesse decidir sobre a validade da interpretação de Copenhague da Mecânica Quântica. De acordo com seu teorema, a Mecânica Quântica viola os princípios impostos por uma teoria realística local (clássica). A conclusão 234