As sinapses entre os neurônios estão mergulhadas em hormônios e neurotransmissores que modulam a transmissão de sinais. Em cada neurônio, as moléculas são substituídas cerca de dez mil vezes durante uma vida média. Apesar disso, os seres humanos têm um senso contínuo do “eu”, que é estável com o passar do tempo. Um dogma da neurociência era que os neurônios do cérebro adulto não mudam, assim como ocorre nos primeiros anos de vida. Contudo, a neurociência reconhece hoje que o cérebro pode se reorganizar durante toda a vida, não apenas na infância. A essa capacidade chamamos neuroplasticidade. Nosso cérebro cria novas ligações, criando novos caminhos e assumindo novos papéis. “Uma das descobertas fundamentais da última década é a maleabilidade das sinapses – a capacidade de alterar sua forma em resposta à experiência e ao contexto de uma situação. Quando isso acontece, as sinapses mudam realmente de forma. Sabíamos que isso acontecia no cérebro em desenvolvimento, mas não que, quando os cérebros adultos pensam e aprendem, isso também ocorre de forma dinâmica.” (Michael Friedlander, neurocientista)9. Apesar dos avanços da neurociência, nos cientistas ainda não explicaram o que é a consciência, a mente e o livre-arbítrio.
O Problema Mente-Cérebro
Em pleno século XXI, o maior mistério da ciência ainda é a natureza da consciência. A maioria das teorias sobre mente e consciência se baseia no materialismo enraizado na Física clássica, que trata a consciência como um acaso da evolução das espécies. Alguns chegam ao cúmulo de dizer que “não há prova científica sequer para a existência de consciência”10. Percebam o tamanho do problema. A cegueira é total. A ciência reduz a mente humana apenas a processos cerebrais e não se utiliza da metafísica necessária para avaliar e interpretar os dados obtidos nos experimentos, o que a torna incapaz de compreender BEAUREGARD, Mario e O´LEARY, Denyse. O Cérebro Espiritual: Ed. BestSeller. 10 BEAUREGARD, Mario e O´LEARY, Denyse. O Cérebro Espiritual: Ed. BestSeller. 9
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