Inovação para o desenvolvimento sustentável na Ibero-América 2021

Page 19

Em 1987 o relatório Brundtland criou o conceito de desenvolvimento sustentável, definido como o desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer as das futuras gerações. Com esta definição foram lançadas as bases da Cimeira do Rio de 1992, quanto à dependência irrenunciável que cada elemento da economia e das nossas vidas tem dos ecossistemas naturais. Não há nada que produzamos, façamos ou necessitemos para sobreviver que não provenha em última instância da natureza, que conta com uma capacidade máxima de carga que não devemos ultrapassar. O desenvolvimento implica que nenhum recurso renovável devia ter sido utilizado a um ritmo superior ao da sua produção, que nenhum poluente devia ter sido produzido a um ritmo superior ao que pode ser neutralizado pelo ambiente, e que todos os recursos não renováveis deviam ter sido aproveitados ao máximo até serem substituídos por recursos renováveis. No entanto, durante as três últimas décadas, o modelo de produção e consumo e a nossa forma de habitar o planeta, registou indicadores de desenvolvimento degenerativo, ultrapassando vários limites que nos afastaram do ideal da sustentabilidade. Nestas três últimas décadas perdemos 40% da biodiversidade do planeta e não deixámos de fazer aumentar as emissões de gases com efeito de estufa. Além disso, estimase que cerca de 80% da poluição lançada nos mares e oceanos resulta de atividades realizadas em terra, especialmente devido ao uso de fertilizantes. Biodiversidade, mudança climática e ciclos biogeoquímicos são três dos nove limites planetários que não devíamos ter ultrapassado para garantir um bem-estar económico e social sustentável e sustentado. Dependemos da natureza para absolutamente tudo: para que nos proporcione alimentos, água e refúgio; para que regule as doenças, clima, ciclos de nutrientes e oxigénio; e para a nossa saúde e bem-estar. O planeta funciona como um sumidouro das nossas emissões e detritos. Todos somos gestores desse capital

As nossas economias, meios de subsistência e bem-estar humano dependem diretamente de nosso bem mais precioso: a natureza. Revisión Dasgupta, 2021


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook

Articles inside

Bibliografia

14min
pages 98-110

6. Transporte: inovar para nos deslocarmos melhor

2min
pages 93-94

4. Turismo: da sustentabilidade à regeneração

1min
page 90

5. Energia limpa e eficiência energética

1min
pages 91-92

Missões Ibero-Americanas

2min
pages 95-97

3. Economia circular

3min
pages 86-89

Impacto das culturas

2min
pages 84-85

2. Sistemas alimentares e gastronomia

4min
pages 78-83

Soluções baseadas na natureza

2min
pages 76-77

Ecossistemas terrestres

1min
pages 72-73

Ecossistemas marinhos

2min
pages 74-75

III Setores para a inovação e recuperação da Ibero-América

4min
pages 66-70

1. Regeneração de ecossistemas naturais

0
page 71

Inovação natural: biomimética

1min
pages 61-62

Agenda 2030 e inovação territorial

3min
pages 63-65

Inovação indígena e ancestral

1min
page 60

Inovação tecnológica

2min
pages 58-59

II Inovação transformadora para a transição socioecológica

3min
pages 49-52

Inovação cidadã para a transição socioecológica

1min
page 55

Inovação Pública

2min
pages 53-54

Inovação social

1min
pages 56-57

COVID19: última chamada à regeneração

1min
pages 44-45

Educação para o desenvolvimento regenerativo

0
page 43

Agenda Ambiental Ibero-Americana

3min
pages 46-48

Economia Regenerativa

1min
page 42

I Que desenvolvimento devemos apoiar?

5min
pages 14-18

Biodiversidade: as evidências da pandemia

3min
pages 19-21

Poluição da água

1min
page 29

Vulnerabilidade da Ibero-América à mudança climática

1min
page 26

Poluição do solo

1min
page 28

Poluição marinha

2min
pages 30-31

Mudança climática

4min
pages 22-25

Introdução

1min
pages 12-13
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.